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gabarito pdf ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORANEA

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ECONOMIA BRASILEIRA 
CONTEMPORÂNEA
2019
Prof.a Josélia E. Teixeira
Prof.a Pollyanna Rodrigues Gondin
GABARITO DAS 
AUTOATIVIDADES
2
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 O que é o Processo de Substituição de Importação (PSI)? Sobre qual 
governo o PSI foi implementado?
R.:	O	PSI	foi	o	processo	adotado	durante	o	Governo	Vargas,	com	a	finalidade	
de	promover	a	industrialização	do	Brasil	e	torná-lo	menos	dependente	
das	importações.
2 Quais foram os períodos em que Getúlio Vargas governou o Brasil?
R.: Vargas governou o país por dois períodos. Primeiro, de 1930 a 1945. 
Depois,	 governou	 de	 1951	 a	 1954,	 ano	 este	 que	 finda	 sua	 trajetória	
política	e	marca	seu	suicídio.
3	 Como	era	feito	o	financiamento	do	governo	Vargas	para	o	Processo	
de Substituição de Importações?
R.:	O	financiamento	do	governo	dava-se	mediante	a	captação	de	tributos,	
poupanças	compulsórias	e	ganhos	no	mercado	de	câmbio.
4 Qual era o principal objetivo do Plano de Metas, implementado no 
Governo de JK?
R.:	 Estabelecer	 as	 bases	 de	 uma	 economia	 industrial	 madura	 no	 país,	
especialmente	 aprofundando	 o	 setor	 produtor	 de	 bens	 de	 consumo	
duráveis.
5 O Plano de Metas era composto por quantas metas? E qual a 
finalidade	dessas?
R.:	 O	Plano	de	Metas	tinha	31	metas	que	abrangiam	o	setor	de	energia,	
de	transporte,	de	alimentação,	de	educação,	as	 indústrias	de	base,	e	
uma	meta	síntese.	Além	disso,	é	importante	ressaltar	que	essas	metas	
desejavam	atacar	os	pontos	de	estrangulamento	e	impedir	o	surgimento	
de novos, e gerar novos investimentos em setores considerados como 
pontos	de	germinação.
3
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
TÓPICO 2
1 Explique o cenário da crise de 1960 e indique como o PAEG 
conseguiu ter sucesso em estabilizar a economia brasileira. 
R.:	 A	década	de	1960	foi	marcada	por	uma	crise	econômica	no	Brasil,	com	
alta	de	preços	e	estagnação	econômica. Os governos que assumiram 
não	conseguiram	resolver	os	problemas,	culminando	no	golpe	militar	de	
1964.	O	PAEG	teve	sucesso	em	estabilizar	a	economia,	por	promover	
medidas	como	a	correção	monetária	e	as	reformas	tributária,	monetária-
financeira	 e	 da	 política	 externa,	 que	 prepararam	 o	 terreno	 para	 o	
crescimento	acelerado	na	economia	vivenciado	nos	anos	seguintes.	As	
reformas	conseguiram	expandir	a	base	de	financiamento	e	de	receitas	
do	governo	e	das	empresas	e	melhoraram	o	posicionamento	brasileiro	
no	comércio	exterior,	embora	tenham	aumentado	a	desigualdade	social	
e	a	dependência	externa	brasileira.
2 Explique o que foi o período denominado Milagre Econômico e 
aponte os principais fatores que contribuíram para a caracterização 
desse período.
R.:	 A	 economia	 brasileira	 estimulada	 pelo	 PED	 iniciou	 em	 1968,	 um	
período	 de	 crescimento	 com	 a	 diminuição	 dos	 índices	 de	 inflação	 e	
com	o	equilíbrio	do	balanço	de	pagamentos	que	passou	a	apresentar	
superávits.	A	fase,	denominada	“Milagre	Econômico”,	pode	ser	atribuída	
a	dois	grupos	de	fatores:	primeiro,	as	condições	econômicas	e	políticas	
propícias	e,	em	segundo,	a	capacidade	governamental	de	aproveitar	as	
boas	condições	econômicas	que	se	apresentaram	naquele	cenário.
3 Quais foram as principais causas que desencadearam o crescimento 
acelerado no período de 1968-73?
R.:	 As	principais	causas	do	crescimento	acelerado	da	economia	brasileira	no	
período	de	1968	a	1973	se	encontram	nas	medidas	adotadas	no	período	
anterior,	pois	as	políticas	salarial	e	fiscal	do	PAEG	permaneceram	com	
poucas	alterações,	tais	como	as	destacadas	por	Souza	(2008):	
●	 investimento	público;
●	 o	fortalecimento	das	empresas	estatais;
●	 o	processo	de	substituição	de	importações;
●	 as	medidas	protecionistas;
●	 os	mecanismos	oficiais	de	financiamento	de	empresas	nacionais;
●	 a	legislação	de	proteção	ao	trabalho;	e
●	 o	desenvolvimento	do	mercado	de	trabalho	interno	etc.
4
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
4 Discorra sobre a frase: “Devemos deixar o bolo crescer para depois 
repartir”	(Antônio	Delfim	Netto).	Você	concorda	com	o	ex-ministro,	
que é preciso elevar as taxas de crescimento sem adotar medidas 
paralelas de distribuição de renda?
R.:	 O	ministro	Delfim	Netto	 referia-se	ao	crescimento	do	Produto	 Interno	
Bruto	do	país	(PIB).	Ele	entendia	que	o	crescimento	econômico	traria	
desenvolvimento	 e,	 por	 consequência,	 todos	 seriam	 beneficiados.	
Entretanto,	 medidas	 mais	 eficazes	 para	 distribuir	 renda	 não	 foram	
aplicadas,	o	que	enfraqueceu	o	mercado	interno.	O	que	se	percebe	é	
que	a	concentração	de	renda	aumentou	e	nunca	foi	distribuída	de	forma	
justa	a	renda	nacional.
5 Por que o país aumenta seu endividamento externo? Podemos 
afirmar	que	o	país	aumentou	sua	dependência	externa?	Justifique	
sua resposta.
R.:	O	endividamento	financiou	o	déficit	em	conta	corrente,	possibilitando	o	
acúmulo	de	reservas	internacionais	pelo	BACEN.	Dessa	forma,	o	governo	
se	autofinanciou	no	exterior	para	manter	o	ritmo	de	crescimento	interno	e	
saldava	os	encargos	com	o	exterior	com	os	empréstimos	internacionais.	
No	entanto,	 o	 país	 aumentou	 sua	dependência	 externa	dos	 credores	
internacionais,	 pois	 o	 país	 precisa	 aumentar	 suas	 exportações	 para	
aumentar suas reservas internacionais e manter os pagamentos em 
dólares	e	fomentar	a	renda	interna.	Além	disso,	aumentava	o	consumo	
de	petróleo,	que	também	era	importado.
TÓPICO 3
1	 Quais	foram	as	consequências	da	dependência	externa	brasileira	no	
início da década de 70?
R.:	Com	o	aumento	das	importações	de	bens	duráveis	e	petróleo,	a	dívida	
externa	aumentou	e,	além	disso,	a	economia	brasileira	tornou-se	mais	
suscetível	 aos	 movimentos	 financeiros	 da	 economia	 mundial.	Assim,	
o	 Brasil	 deveria	 apresentar	 superávits	 crescentes	 na	 sua	 balança	
comercial	 para	 poder	 honrar	 com	os	 serviços	 da	 dívida,	 e	 o	 governo	
deveria	controlar	os	déficits	em	conta	corrente.
5
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
2 Por que o governo do general Geisel continuou o endividamento 
externo do Brasil?
R.:	 Porque	o	governo	preferiu	não	adotar	medidas	restritivas	e	mergulhar	a	
economia	em	uma	recessão.
3	 Quais	 foram	 os	 principais	 setores	 que	 o	 II	 PDN	 priorizava	 os	
investimentos públicos?
R.:	 Os	principais	setores	incluíam:	petróleo,	energia	elétrica,	produção	de	
insumos	 industriais,	 infraestrutura,	 mecânica	 pesada	 e	 a	 criação	 do	
programa	Proálcool.
4 Explique como o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos 
deflagrou	a	crise	nos	países	do	Terceiro	Mundo.
R.:	 Com	o	excesso	de	petrodólares,	os	empréstimos	eram	contratados	às	
taxas	de	juros	flutuantes,	e	os	financiamentos	a	médio	e	longo	prazos	
renegociados	 diante	 das	 taxas	 dos	 contratos.	 Como	 havia	 liquidez,	
não	 era	 problemático	 para	 os	 países	 devedores.	 Entretanto,	 após	
1979,	como	vimos,	os	Estados	Unidos	aumentaram	sua	taxa	de	juros,	
diminuindo	 a	 liquidez	 no	 mercado	 internacional,	 e	 provaram	 a	 alta	
de	 juros	no	mercado	 internacional.	Os	países	devedores	do	Terceiro	
Mundo	começaram	a	ter	problemas	de	saldar	seus	compromissos	da	
dívida.	O	problema	foi	intensificado	em	1982,	quando	o	México	declarou	
incapacidade	de	pagar	suas	obrigações,	detonando	a	crise	da	dívida.
5 Por que a década de 80 foi chamada de “década perdida”?
R.:	 A	 década	 de	 80	 é	 caracterizada	 por	 altas	 taxas	 de	 inflação,	 arrocho	
salarial	 e	 estagnação.	 A	 dívida	 externa	 disparou,	 as	 taxas	 de	 juros	
altas,	 desemprego,	 desestímulo	 às	 atividades	 produtivas.	 Além	 do	
Brasil,	 outras	 economias	 do	 Terceiro	 Mundo	 estavam	 endividadas	 e	
dependendo	do	FMI.
6
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1	 O	que	significa	inflação	inercial?
R.: As	elevações	de	preços	passadas,	transferidas	para	o	futuro,	causam	a	
denominada	inflação	inercial.
2 Quais foram as principais medidas do Plano Cruzado?
R.: O	 Plano	 Cruzado	 também	 propiciou	 ganhos	 para	 os	 trabalhadores,	
além	da	contenção	da	inflação	por	meio	do	congelamento	de	preços.	O	
plano	extinguiua	correção	monetária.	Além	disso,	foi	feita	a	substituição	
da	moeda	Cruzeiro	pelo	Cruzado.
3 Por que o Plano Cruzado teve um apelo à participação popular?
R.: O	 congelamento	 de	 preços	 também	 passou	 a	 ser	 umas	 medidas	
fundamentais	 do	 plano	 e	 contava	 com	 a	 participação	 popular	 para	
denunciar	aumentos	de	preços,	chamados	de	“fiscais	do	Sarney”.
4 Quais foram os motivos que o Plano Cruzado fracassou?
R.: Embora	o	Plano	Cruzado	tenha	se	apresentado	exitoso	em	1986	no	
combate	à	inflação	e	agradando	a	população,	notou-se	que	o	mesmo	
não	teve	como	sustentar-se	no	ano	seguinte,	sendo	necessário	buscar	
outro	 plano	 para	 a	 economia	 brasileira.	As	 reservas	 começaram	 a	
cair,	o	congelamento	dos	preços	também	começou	a	se	demonstrar	
ineficaz	e	para	piorar	o	cenário	o	presidente	declarou	a	moratória	da	
dívida	pública	externa.
5 Por que o Plano Cruzado II foi implementado e quais foram as 
principais medidas?
R.: Diante	 das	 falhas	 apresentadas	 pelo	 Plano	 Cruzado,	 a	 equipe	
econômica	precisava	se	encarregar	de	novas	medidas	para	conter	a	
inflação	e	saldar	o	problema	do	déficit	público	que	se	agravava	diante	
da	dívida	externa.	O	Plano	Cruzado	II	tinha	como	alvo	controlar	o	déficit	
público,	aumentando	as	tarifas	públicas	e	os	impostos	indiretos.	O	Plano	
7
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Cruzado	II	marcou	o	encerramento	de	um	plano	de	combate	à	inflação	
com	 participação	 popular,	 crescimento	 econômico	 e	 distribuição	 de	
renda.	A	partir	de	novembro,	o	antiCruzado	adotou	o	pedido	do	Banco	
Central	de	aumentar	a	taxa	de	juros.
6 Elenque as principais medidas propostas pelo Plano Bresser.
R.: Esse	 conjunto	 de	medidas	 foi	 chamado	 de	 política	 feijão	 com	 arroz,	
sendo as principais:
	 a)	Congelamento	 de	preços	por	 três	meses,	 com	aumento	 prévio	 de	
vários	preços	públicos.
	 b)	Desvalorização	cambial	de	9,5%	e	sem	congelamento	do	câmbio.
	 c)	 Fim	do	gatilho	e	congelamento	de	salários	por	três	meses	(no	nível	
de	 12	 de	 junho),	 com	o	 resíduo	 inflacionário	 sendo	 pago	 em	 seis	
parcelas	a	partir	de	setembro.
	 d)	Criação	 da	URP	 (Unidade	 de	Referências	 de	 Preços),	 constituída	
pela	média	geométrica	da	taxa	de	inflação	dos	três	meses	anteriores.	
Era	preciso	corrigir	os	salários	a	partir	de	setembro.
	 e)	Aluguéis	congelados	no	nível	de	junho,	sem	compensação.
	 f)	 Contratação	 fixada	 e	 mantida	 para	 os	 fixados	 (desvalorização	 de	
15%	ao	mês).
	 g)	Políticas,	monetária	e	fiscal,	contracionistas,	com	taxas	reais	de	juros	
positivas.
7 Apresente um resumo dos principais indicadores econômicos da 
década	de	80	e	 justifique	se	você	concorda	que	a	década	foi	uma	
década perdida.
R.: Esta	é	uma	pergunta	com	várias	opções	de	abordagem,	mas	conforme	foi	
visto,	foi	chamada	de	década	perdida	devido	à	instabilidade	macroeconômica	
que	 se	 instaurou	 durante	 toda	 a	 década.	De	 acordo	 com	os	 indicadores	
apresentados,	 o	 crescimento	 do	 PIB	 atingiu	 taxas	 negativas,	 sendo	 que	
em	 1988	 chegou	 à	 recessão	 de	 -4,3%.	 Embora	 a	 taxa	 de	 desemprego	
apresentasse	queda	e	níveis	muito	baixos,	o	número	de	postos	de	trabalho	
criados	 não	 eram	 suficientes	 para	 atender	 a	 toda	 a	 poupulação	 ativa,	 e	
muitos	partiram	para	a	informalidade.	A	inflação	chegou,	em	1989,	a	1782%.	
A	maioria	da	população	não	tinha	como	proteger-se	do	poder	corrosivo	do	
poder	 aquisitivo	 da	 hiperinflação,	 aumentando	 as	 desigualdes	 sociais	 no	
Brasil.	A	concentração	de	renda	aumentou	na	mão	dos	mais	ricos.	O	pedido	
de	moratória	da	dívida	externa	fez	que	o	país	perdesse	a	credibilidade	e	as	
reservas	 internacionais	diminuíram	e	a	entrada	de	capitais	 também.	Além	
disso,	houve	aumento	das	remessas	das	multinacionais	que	não	investiam	
seus	lucros	na	capacidade	produtiva	das	suas	empresas	instaladas	no	Brasil.	
8
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
TÓPICO 2
1 Quais foram os principais fatores que contribuíram para a adoção da 
abertura comercial do Brasil no início dos anos 90?
R.:	O	 Brasil	 estava	 endividado	 e,	 para	 não	 desagradar	 os	 credores	
internacionais,	 como	 o	 FMI	 e	 o	 Banco	 Mundial,	 adotou	 as	 medidas	
liberalizantes,	 sugeridas	no	Consenso	de	Washington,	 como	abertura	
comercial,	 redução	 de	 imposição	 de	 quotas	 e	 tarifas	 e	 adoção	 de	
medidas	de	desregulamentação	de	mercado.
2 Quais foram as principais medidas adotadas no Plano Collor I?
R.:	 O	plano	prezava	o	confisco	dos	depósitos	à	vista	e	aplicações	com	fixação	
da	correção	dos	preços	e	salários,	câmbio	flutuante,	tributação	ampliada	
sobre	 aplicações	 financeiras	 e	 a	 chamada	 “reforma	 administrativa”.	
O	 plano	 fundamentava-se	 em	 elementos	 ortodoxos	 e	 heterodoxos,	
especialmente	em	ajustes	fiscal	e	monetário.	A	abertura	econômica	seria	
fundamental	para	o	sucesso	do	plano	de	estabilização.	A	liberalização	das	
importações	pressionaria	os	produtores	a	reduzirem	e	a	não	reajustarem	
os	preços	de	suas	mercadorias	diante	da	concorrência	internacional.
3 O que levou o Plano Collor I a não ter conseguido conter o 
crescimento	da	taxa	inflação?
R.:	 O	Plano	Collor	 I	conseguiu	alguns	resultados,	como	diminuir	a	dívida	
interna,	por	meio	dos	gastos	públicos,	e	elevação	da	arrecadação	do	
fisco.	No	período	foi	atingido	um	superávit	operacional	de	1,2%	do	PIB	
em	 1990,	 por	meio	 do	 superávit	 primário	 que	 foi	 de	 4,5%	 do	PIB.	A	
inflação	nos	primeiros	meses	apresentou	redução	de	80%	ao	mês	e	nos	
meses	seguintes	entre	10%.	Entretanto	a	inflação	voltou	a	elevar-se	e,	
ao	final	de	1990,	estava	acumulando	1476,6%	pelo	IGP.	Notou-se	que	
a	cultura	 inflacionária	não	havia	sido	debelada,	além	disso	os	cartéis	
pressionavam	 o	 aumento	 dos	 preços	 alegando	 o	 repasse	 de	 seus	
custos	de	produção.	Os	preços	públicos	foram	congelados,	mas	depois	
foram	corrigidos.	Outro	fator	foi	a	adequação	dos	preços	relativos	em	
desníveis	de	acordo	com	a	estrutura	interna.	Os	conflitos	distributivos	
internos	 entre	 os	 diferentes	 interesses	 econômicos	 também	 ficaram	
evidentes	 e	 agudos	 no	 período.	 Externamente,	 o	 confronto	 do	Golfo	
Pérsico	também	influenciou	a	alta	de	determinados	preços.
9
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
4 Quais as principais medidas adotadas pelo Plano Collor II?
R.:	Lançou-se	 um	 congelamento	 de	 preços	 e	 salários,	 além	 do	
deflacionamento	de	dívidas	e	o	ajuste	fiscal.
5 Quais foram as medidas de política exterior praticadas no governo 
Collor?
R.:	 As	 reformas	 no	 governo	 Collor	 também	 atingiram	 a	 política	 exterior.	
Paralelamente	 à	 implementação	 do	 câmbio	 livre,	 ocorreu	 o	 estímulo	
da	 liberalização	das	 importações,	as	 listas	de	produtos	com	emissão	de	
guias	de	importação	foram	extirpadas	e	também	os	regimes	especiais	de	
importação,	com	exceção	da	Zona	Franca	de	Manaus,	drawback	e	bens	
de	informática.	Além	disso,	foi	anunciada	uma	reforma	tarifária	para	reduzir	
as	 alíquotas	 de	 importação.	 Vários	 produtos	 teriam	 reduções	 de	 tarifas	
graduais	nos	próximos	quatro	anos.	O	objetivo	era	preparar	os	produtores	
para	uma	economia	mais	aberta	e	com	concorrência	internacional.
6 Por que a privatização não obteve os resultados esperados para 
contribuir efetivamente com o pagamento da dívida externa?
R.:	 Os	resultados	das	privatizações	não	atenderam	às	expectativas	iniciais	
proclamadas	por	Collor.	Havia	também	a	dificuldade	de	fazer	a	avaliação	
adequada	devido	à	própria	inflação,	e	algumas	dessas	empresas	também	
enfrentavam	dificuldades	financeiras	pelo	forma	da	sua	gestão.
7 O que diferiu o Plano Real dos outros planos econômicos?
R.:	 À	medida	 que	 os	 gastos	 governamentais	 fossem	condizentes	 com	a	
arrecadação,	não	seria	emitida	moeda	ou	títulos,	pois	a	confiança	na	
moeda	 pela	 população	 voltaria.	 A	 proposta	 precisava	 não	 somente	
ser	apoiada	pelos	políticos	que	deveriam	mudar	a	Constituição,	mas	
precisava	de	apoio	e	adesão	popular	para	a	restauração	da	confiança	
na	 moeda.	 Não	 ocorreram	 congelamentos	 de	 preços	 e	 salários	 e	
substituiçãoimediata	da	moeda.	A	adesão	da	nova	moeda	foi	gradual	
à	medida	que	a	sociedade	e	os	agentes	econômicos	foram	restituindo	
a	 confiança	 na	 capacidade	 da	 moeda,	 apesar	 de	 que	 a	 ancoragem	
cambial	não	era	algo	novo	no	mundo.
10
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
TÓPICO 3
1 O Plano Real, assim como o Plano Cruzado, partiu do diagnóstico de 
que	a	inflação	brasileira	possuía	forte	componente	inercial.	Comente	
o	que	seria	inflação	inercial.
R.:	 Inflação	inercial	refere-se	à	memória	inflacionária.	A	inflação	presente,	é	a	
inflação	passada	mais	a	expectativa	de	inflação	futura.	Assim,	significa	dizer	
que	a	inflação	passada	altera	a	inflação	presente,	pois	há	uma	memória.
2	 Quais	 foram	 as	 três	 fases	 do	 Plano	 Real	 para	 atacar	 o	 processo	
inflacionário?	Comente.
R.:	A	 primeira	 fase	 diz	 respeito	 ao	 ajuste	 fiscal,	 realizado	 para	 diminuir	
o	 desequilíbrio	 orçamentário	 e	 impedir	 que	 desses	 desequilíbrios	
decorressem	pressões	inflacionárias.	Isso	seria	feito	a	partir	do	corte	das	
despesas,	do	aumento	dos	impostos	e	da	diminuição	nas	transferências	
do	governo	 federal.	A	segunda	 refere-se	à	 indexação	da	economia	 já	
em	1994,	 substituindo	o	Cruzeiro	 pela	Unidade	Real	 de	Valor	 (URV),	
e	 corrigindo	 o	 valor	 diariamente	 pela	 taxa	 de	 inflação	 dos	 principais	
índices.	A	URV	mantinha	uma	paridade	 com	o	dólar	 de	um	para	um.	
A	terceira,	e	última	fase,	diz	respeito	à	reforma	monetária,	substituindo	
a	URV	pela	nova	moeda:	o	Real.	 Inicialmente,	houve	uma	aceleração	
inflacionária,	mas,	posteriormente,	com	a	implementação	do	Plano	Real,	
a	inflação	apresentou	expressiva	queda.
3 Como uma valorização cambial e uma demanda fortemente aquecida 
impactaram a economia brasileira no primeiro mandato de FHC?
R.:	 A	 valorização	 cambial	 somada	 a	 uma	 demanda	 aquecida	 leva	 ao	
aparecimento	de	déficits	na	balança	comercial.	Isso	ocorre	pois	há	um	
aumento	das	importações	e,	ao	mesmo	tempo,	um	fraco	desempenho	
das	exportações.
4 Comente sobre o PIB e desemprego no primeiro mandato de FHC.
R.:	 A	taxa	média	de	crescimento	do	PIB	foi	de	2,6%	a.a.	Já	o	desemprego,	
que	era	baixo	no	início	de	seu	mandato,	começou	a	subir	após	a	crise	
mexicana,	e	assumiu	valor	recorde	após	a	crise	asiática.
11
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
5	 O	primeiro	mandato	de	FHC	foi	exitoso	no	combate	à	inflação,	mas	
vários desequilíbrios foram se formando na economia brasileira. 
Como o governo agiu para combater esses desequilíbrios no 
segundo mandato de FHC?
R.:	O	governo	realizou	uma	tríplice	mudança	nos	regimes:	cambial,	monetário	
e	fiscal.	O	regime	cambial	de	bandas	cambiais	foi	substituído	pelo	regime	
de	 flutuação	 suja.	 Em	 termos	 de	 política	 monetária,	 adotou-se	 uma	
política	restritiva,	com	metas	para	a	taxa	de	juros	para	contenção	da	saída	
de	recursos	e	diminuição	da	atividade	especulativa	em	torno	da	taxa	de	
câmbio.	No	que	se	refere	à	área	fiscal,	houve	a	introdução	do	Programa	
de	Estabilidade	Fiscal,	que	foi	anunciado	ainda	em	1998,	mas	apresentou	
resultados	a	partir	do	segundo	mandato	de	FHC.	Esse	Programa	passou	
a	determinar	um	patamar	de	superávit	primário	do	setor	público.
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1	 Por	 que	 o	 mercado	 financeiro	 olhava	 com	 desconfiança	 para	 o	
presidente Lula em 2003 ao assumir o mandato?
R.:	A	possibilidade	de	um	governo	comandado	pela	esquerda	gerou	grande	
expectativa	 no	mercado	 financeiro,	 que	 tinha	 dúvidas	 em	 relação	 ao	
posicionamento	de	um	governo	de	esquerda,	à	taxa	de	câmbio,	juros	e	
ao	cumprimento	das	obrigações	da	dívida.	Temia-se	que	fosse	feito	um	
pedido	de	auditoria	da	dívida,	além	de	que	não	 fossem	realizados	os	
pagamentos	das	obrigações	da	dívida	ao	Fundo.
2 Quais foram as estratégias da campanha de Lula para que pudessem 
amenizar sua imagem?
R.:	 Além	do	desgaste	do	Plano	Real,	das	taxas	de	desemprego	altas,	da	
inflação	que	aumentou	e	das	 taxas	de	 juros	altas,	a	 imagem	de	FHC	
já	 estava	muito	 desgastada.	Para	 acalmar	 os	 ânimos	 do	mercado,	 o	
candidato	 Lula	 deu	 um	 sinal	 claro	 de	moderação	 no	 posicionamento	
quanto	às	futuras	práticas	na	condução	da	política	macroeconômica	e	
apresentou	 a	 carta	 de	 intenção	 assinada	 comprometendo-se	 com	as	
obrigações	assumidas	pelo	governo	FHC	junto	ao	FMI.
12
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
3 Que fatores contribuíram para expandir as exportações brasileiras?
R.:	A	 recuperação	 do	 preço	 das	 commodities	 também	 favoreceu	 a	
recuperação	da	economia	brasileira,	mesmo	com	a	política	econômica	
restritiva.	Podemos	também	apontar	outros	fatores	que	contribuíram	para	
a	expansão	das	exportações	 relativas	ao	agronegócio,	especialmente	
a	 expansão	 das	 fronteiras	 agrícolas	 e	 os	 melhoramentos	 genéticos	
devido	 às	 pesquisas	 realizadas	 pela	Empresa	Brasileira	 de	Pesquisa	
Agropecuária	(EMBRAPA).	Por	outro	lado,	há	a	expansão	de	mercados	
consumidores	de	países	emergentes	com	a	Índia	e	China,	que	abrem	
espaço	para	a	participação	direta	no	comércio	exterior	de	produtos	que	
incorporam	maior	 tecnologia.	Há	associação	ou	compra	de	empresas	
locais,	 aumentando	 a	 concorrência	 e	 obrigando	 as	 organizações	
brasileiras	a	buscarem	medidas	para	o	aumento	da	competitividade.
4 Qual a importância do Programa Fome Zero?
R.:	 Visando	redistribuir	renda,	e	contemplar	especialmente	essa	população	
de	se	encontrava	em	estado	de	miséria,	 foi	criado	o	Programa	Fome	
Zero.	Além	de	transferir	renda,	procurava	criar	mecanismos	para	essas	
famílias	superarem	a	extrema	pobreza.	Ao	contemplar	11,1	milhões	de	
famílias	em	2006,	o	governo	alcançou	a	meta	estimada	das	pessoas	
que	se	encontravam	abaixo	da	linha	da	pobreza	(SOUZA,	2008).
5 O que contribuiu para o aumento de reservas internacionais pelo 
governo brasileiro?
R.:	 O	acúmulo	de	reservas	internacionais	quase	que	dobrou	no	período	de	
2003	a	2006,	explicado	pela	entrada	de	capitais,	mas,	fundamentalmente,	
pelas	exportações	e	melhoria	dos	termos	de	troca.
6 Qual foi a principal mudança proposta pelo governo brasileiro em se 
tratando da diplomacia brasileira?
R.:	 A	 diplomacia	 brasileira	 manifestou-se	 como	 uma	 política	 externa,	
independente	do	alinhamento	com	os	Estados	Unidos,	tradicionalmente	
mantido	com	os	governos	anteriores.	A	diversificação	de	países	com	os	
quais	o	Brasil	passou	a	negociar	foi	o	principal	ponto	dessas	mudanças.
7	 Qual	foi	o	principal	instrumento	utilizado	para	conter	a	inflação	no	
período de 2003 a 2006?
13
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
R.:	A	inflação	era	de	9,3%	quando	Lula	iniciou	seu	mandato	e,	em	2006,	a	
taxa	de	inflação	era	de	3,1%.	A	taxa	de	juros	real	também	se	manteve	
muito	elevada,	somente	em	2004	que	se	destacou	uma	redução	para	
7,5%.	Contudo,	nos	anos	seguintes,	a	política	macroeconômica	ortodoxa	
da	equipe	econômica	prevaleceu	mantendo	as	taxas	de	juros	altas	para	
conter	a	 inflação	e	 tentar	atrair	os	rentistas	para	a	compra	dos	 títulos	
públicos	brasileiros.
TÓPICO 2
1 Explique o que foi o PAC.
R.:	O	Programa	de	Aceleração	do	Crescimento	 (2007	a	2010)	–	PAC.	O	
PAC	 fora	 sustentado	 em	 um	 diagnóstico	 que	 entendia	 que	 existiam	
gargalos	que	estavam	travando	o	crescimento	da	economia,	como	áreas	
de	 infraestrutura	 como	 transporte	 e	 energia,	 e	 na	 área	 social,	 como	
habitação	 e	 saneamento	 básico.	 Assim,	 para	 destravar	 a	 economia,	
seriam	necessários	investimentos	nas	áreas.	Os	três	principais	objetivos	
do	PAC	se	centravam:	(a)	na	aceleração	do	crescimento	econômico;	(b)	
elevação	de	oportunidades	de	emprego;	e	(c)	melhorias	nas	condições	
socioeconômicas	da	população.	De	2007	a	2010	foram	investidos	pelo	
PAC	R$	503,9	bilhões	em	infraestrutura,	sendo	a	previsão	total	de	R$	
619	 bilhões.	 R$	 219,20	 bilhões	 foram	 investimentos	 realizados	 pelas	
estatais,	 como	 a	 PETROBRÁS	 (empresa	 de	 economia	 mista),	 que	
investiu	 R$	 148,7	 bilhões.	Outros	R$	 67,80	 bilhões	 de	 investimentos	
provinham	de	recursos	do	orçamento	fiscal	da	União	e	da	seguridade.	
Ainda,	 a	 iniciativaprivada	 (empresas,	 fundos	de	pensão	e	 fundos	do	
mercado	financeiro)	investiu	R$	216,9	bilhões.
2 Quais fatores explicam a redução dos produtos manufaturados da 
pauta de exportação brasileira?
R.:	 A	elevação	dos	preços	das	commodities	provocou	melhorias	nos	termos	
de	 troca	 do	 Brasil,	 e	 foi	 alavancada	 pelo	 aumento	 do	 consumo	 da	
China.	As	taxas	de	juros	altas	e	a	perda	de	competitividade	da	indústria	
brasileira	vêm	impactando	na	diminuição	dos	produtos	industrializados	
na	pauta	de	exportação.
14
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
3 Quais são os motivos que endossam a decisão dos técnicos do 
COPOM de seguirem com a política dos juros altos?
R.:	 O	motivo	alegado	fora	um	suposto	risco	do	aumento	da	taxa	de	inflação.	
Assim,	a	política	de	juros	elevados	conteria	a	demanda	futura,	para	não	
incitar	uma	possível	inflação.
4 Qual a importância dos programas sociais para a economia?
R.:	 Os	 programas	 assistencialistas	 como	 o	 Fome	 Zero	 têm	 por	 objetivo	
atender	a	populações	em	estado	de	urgência,	pois	estão	sobrevivendo	
abaixo	da	linha	da	pobreza.	Além	desses	programas	de	renda	mínima	
terem	 por	 finalidade	 diminuir	 as	 desigualdades	 sociais,	 funcionavam	
também	 como	 aceleradores	 da	 economia	 por	 meio	 do	 estímulo	 da	
demanda.	Milhares	 de	 pessoas	 passam	a	 consumir	 e	 a	 dinamizar	 a	
economia	regional.
5 Explique como foi o impacto da crise internacional no Brasil.
R.:	 O	PIB	de	2007	para	2008	teve	crescimento	de	5%.	Embora	a	crise	imobiliária	
nos	Estados	Unidos	já	pudesse	estar	sendo	sentida	em	várias	partes	do	
mundo,	o	PAC	contribuiu	para	o	Brasil	não	ser	afetado	economicamente	
em	2008.	Em	2009	o	PIB	per	capita	apresentou	queda	de	1,3%.	Voltando	
a	elevar-se	nos	anos	seguintes,	o	PIB	brasileiro	apresentou	crescimento	
-0,3.	As	medidas	do	PAC	continuavam	sendo	implantadas.	No	entanto,	a	
taxa	de	produção	industrial	apresentou	um	recuo	de	7,4%.
6 O governo de Lula pode ser caracterizado como uma continuidade 
do Governo FHC?
R.:	 Apesar	do	compromisso	com	o	Consenso	de	Washington,	que	 impunha	
uma	 agenda	 neoliberal	 aos	 países	 devedores,	 no	 segundo	mandato	 de	
Lula	observamos	que,	especialmente	no	campo	da	política	econômica,	há	
espaço	para	a	substituição	da	política	ortodoxa	por	uma	política	heterodoxa.	
TÓPICO 3
1 O Governo Dilma deu continuidade às obras do PAC, lançando o 
PAC 2. Quais foram os pontos estratégicos do PAC 2?
15
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
R.:	O	PAC	2	possuía	seis	pontos	estratégicos:	transporte,	energia,	Cidade	
Melhor,	 Comunidade	 Cidadão,	 Minha	 Casa	 Minha	 Vida,	 Água	 e	 Luz	
para	Todos.	É	 importante	 salientar	 também	que,	 além	desses	pontos	
estratégicos,	existiram	investimentos	em	obras	para	a	Copa	do	Mundo	e	
para	as	Olimpíadas.
2 A respeito do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, qual 
era a nova matriz econômica desenhada para atender às demandas 
dos segmentos empresariais?
R.:	A	política	econômica	do	primeiro	governo	Dilma	Rousseff,	desenhada	na	
“nova	matriz	econômica”,	foi	composta	por:	redução	de	taxas	de	juros	e	
tarifas	de	energia	elétrica;	desonerações	tributárias	e	crédito	subsidiado;	
desvalorização	cambial	e	protecionismo	industrial	seletivo	e	concessões	
de	serviços	públicos	para	a	iniciativa	privada.	Algumas	dessas	iniciativas	
foram,	 inclusive,	 solicitadas	 em	 documento	 entregue	 ao	 governo	 e	
assinado	em	conjunto	com	outras	organizações	empresariais	e	centrais	
sindicais	em	2011.
3 O ano de 2014 foi marcado pela disputa presidencial entre Dilma 
Rousseff	e	Aécio	Neves.	Descreva	a	situação	econômica	do	país	no	
período.
R.:	Em	2014	o	país	encontrava-se	economicamente	estagnado,	após	passar	
por	um	período	de	crescimento	econômico	com	desaceleração	em	2013.	
No	final	de	2014,	diante	dos	choques	econômicos,	a	atividade	econômica	
se	 desacelerou	 fortemente,	 piorando	 o	 resultado	 fiscal.	 Assim,	 diante	
desse	cenário,	em	2015,	foram	abandonadas	as	políticas	expansionistas,	
e	foram	adotadas	medidas	restritivas,	principalmente	na	área	fiscal.
4 Quais foram os principais problemas enfrentados pela presidente 
Dilma em seu segundo mandato?
 
R.:	A	 crise	 e	 escândalos	 da	 Lava-Jato,	 problemas	 no	 setor	 financeiro	 e	
com	empresários,	o	aumento	da	 inflação,	a	dificuldade	de	articulação	
com	o	Congresso,	 a	 falta	 de	diálogo	 com	os	movimentos	 sociais	 e	 a	
organização	 das	Olimpíadas	 de	 2016.	Além	disso,	 o	 ano	 de	 2015	 foi	
marcado	por	uma	piora	significativa	da	economia.	A	recessão	de	3,8%,	
alta	 da	 inflação	 e	 juros,	 corte	 dos	 investimentos	 públicos	 e	 privados	
e	 uma	 crise	 de	 confiança	 alimentada	 pela	 instabilidade	 econômica	
tomaram	conta	do	cenário	econômico.
16
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
5 Comente sobre as prioridades do governo de Michel Temer.
R.:	Em	 dois	 anos,	 a	 equipe	 de	 governo	 de	 Temer	 se	 concentrou	 na	
recuperação	da	economia,	na	redução	da	 taxa	de	 juros,	na	queda	da	
inflação	e	no	equilíbrio	das	contas	públicas.	Apesar	de	se	concentrar	
nessas	questões,	a	taxa	de	desemprego	que,	anteriormente	ao	governo	
Temer,	era	de	11,2%	ou	11,4	milhões	de	trabalhadores	desempregados,	
subiu	para	13,1%	ou	13,7	milhões	de	desempregados,	demonstrando	
que	 a	 taxa	 que	 era	 alta	 sofreu	 uma	 significativa	 piora	 em	dois	 anos.	
No	que	se	refere	à	 taxa	cambial,	é	 importante	mencionar	que	o	dólar	
aumentou	de	R$3,47	para	R$3,62	em	dois	anos	do	governo	Temer.	No	
que	se	refere	ao	equilíbrio	das	contas	públicas,	importante	mencionar	a	
PEC	241	e	a	reforma	trabalhista,	que	foram	alvo	de	grande	polêmica.

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