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R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 1 SÍNDROME ANÊMICA - Anemia: Estado em que há ↓ da Hb no sangue, frequentemente acompanhado de ↓ Ht e da contagem de hemácias Valores de Referência Mulheres Homens Hb 12-15g/dL 13,5-17g/dL Ht 36-44% 39-50% Contagem de hemácias 3,8-5 milhões/mm³ 4,3-5,6 milhões/mm³ - Ht: 3x o valor da Hb - Hb possui > acurácia Índice de escolha para o diagnóstico de anemia - Geralmente, o paciente é oligossintomático ou até assintomático Diagnóstico “por acaso” após exames “de rotina” Manifestações Clínicas - Dispneia aos esforços - Palpitações e taquicardia - Intolerância ao esforço - Cansaço evidente, indisposição (astenia) - Tontura postural - Cefaleia - Descompensação de doenças cardiovasculares (ICC, angina) - Descompensação de doenças cerebrovasculares - Descompensação de doenças respiratórias OBS: Sintomas decorrentes da ↓ capacidade carreadora de O2 no sangue Predisposição à hipóxia Estimula o ↑ DC (compensação) * Cardiopata Sintomas de ICC de alto débito * Cerebropata prévio ou > 80 anos Pode induzir sonolência, torpor e, raramente, coma OBS²: Intensidade dos sintomas depende da rapidez de instalação da anemia, da reserva miocárdica, coronariana, pulmonar e cerebral do paciente * Sangramento agudo Sinais e sintomas piores (anemia + hipovolemia) Adaptação Fisiológica à Anemia - 2 principais mecanismos que amenizam a hipóxia tecidual 1. ↑DC: ↑ fluxo orgânico mantém a oxigenação tecidual 2. ↑ 2,3DPG (glicose difosfato) na hemácia: ↓ afinidade da Hb pelo O2 Facilita a liberação de O2 para os tecidos Quadro Clínico 1. Tempo de instalação dos sintomas - Instalação insidiosa: Anemias carenciais (ferropriva e megaloblástica), anemia aplásica, mielodisplasias, anemia de doença crônica e mieloma múltiplo - Início abrupto: Anemia hemorrágica aguda e anemia hemolítica auto-imune - Início desde a infância: Anemias crônicas de origem familiar (Anemia falciforme, talassemias, esferocitose hereditária) 2. Sintomas associados - Muitas vezes, não relacionados ao quadro anêmico Existência de uma doença de base (Ex: Crises álgicas na anemia falciforme, dor óssea no mieloma múltiplo, febre prolongada nas infecções crônicas, comemorativos de hipotireoidismo, etc) - Cefaleia, vertigem, hipotensão postural, fraqueza muscular 3. Sinais - Dispneia, palpitação, tontura e fadiga extrema Hemorragias agudas ou crises hemolíticas - Glossite e queilite angular Anemias carenciais R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 2 - Icterícia Anemias megaloblásticas e hemolíticas - Esplenomegalia Anemia hemolítica, hiperesplenismo ou neoplasias hematológicas - Petéquias Possível plaquetopenia Anemia aplásica e leucemias agudas - Deformidades ósseas na face e crânio Talassemia - Sopros cardíacos, geralmente sistólicos, de intensidade moderada - Anemias crônicas: Paciente permanece assintomático ou pouco sintomático mesmo com níveis muito baixos de hemoglobina ocorrendo apenas dispnéia moderada ou palpitações - Palpação do fígado, baço e linfonodos: Infecção, linfomas, leucemias ou tumores metastáticos Exames Complementares 1. Hemograma Índices hematimétricos - Fundamentais na avaliação inicial do diagnóstico etiológico das anemias VCM (Volume corpuscular médio) Volume das hemácias HCM (Hb corpuscular média) Massa de Hb média das hemácias CHCM ([ ] de Hb corpuscular média) RDW (Índice de anisocitose) - Indica a variação de tamanho entre as hemácias R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 3 - Valor normal: < 14% - β-talassemia minor: RDW normal - Anemia ferropriva: RDW ↑ Leucócitos e Plaquetas - Pancitopenia Anemia aplásica ou leucemia aguda - Pancitopenia leve-moderada Pode ocorrer na anemia megaloblástica, mielodisplasias, neoplasias hematológicas ou não hematológicas metastáticas - Plaquetopenia Anemia auto-imune - Anemia hipo/micro + trombocitose Anemia ferropriva - ↑ Leucocitose (> 25 mil/mm³) Infecções bacterianas graves, hepatite alcoólica, hemorragia aguda, síndromes mieloproliferativas e leucemias - Anemia + leucocitose + trombocitose Sangramento agudo e síndromes mieloproliferativas 2. Contagem de Reticulócitos - Normal: 0,5-2% do total de céls. vermelhas circulantes - Reconhecidos por análise do Esfregaço do Sangue Periférico - Reticulocitose Anemias Hemolíticas e Anemia por Hemorragia Aguda Índice de Reticulócitos Corrigido (IRC) - Na anemia, a contagem de hemácias está reduzida % reticulocitário equivale a um < nº absoluto de reticulócitos na periferia - Resposta medular é representada pelo nº absoluto de reticulócitos Normal: 40.000- 100.000/mm³ - Percentual deve ser corrigido pelo grau de anemia 𝑰𝑹𝑪 = 𝑯𝒕 𝟒𝟎 𝒙 %𝒓𝒆𝒕𝒊𝒄 𝑜𝑢 𝑰𝑹𝑪 = 𝑯𝒃 𝟏𝟓 𝒙 %𝒓𝒆𝒕𝒊𝒄 Índice de Produção Reticulocitária (IPR) - Em casos de anemia moderada-grave, os níveis de EPO ↑ muit - ↓ tempo de maturação reticulocitária na medula óssea (Ex: Ht < 25%, tempo cai pela ½ ½ dos reticulócitos circulantes representa céls. pré-formadas que acabaram de se deslocar da medula pro sangue) - Não reflete a produção medular eritróide 𝑰𝑷𝑹 = 𝑯𝒕 𝟒𝟎 𝒙 %𝒓𝒆𝒕𝒊𝒄 𝟐 𝑜𝑢 𝑰𝑷𝑹 = 𝑯𝒃 𝟏𝟓 𝒙 %𝒓𝒆𝒕𝒊𝒄 𝟐 - Índice que reflete as 2 correções anteriores - Mais fidedigno pra classificar em hipo/hiperproliferativa quando Ht < 30% - Anemia hiperproliferativa se IPR > 2% 3. Bioquímica Sérica Ureia e Creatinina (Dosagem de escorias nitrogenadas) - Confirmar diagnostico de IRC - Anemia geralmente presente quando Creatinina > 2,5 mg/dL Hepatograma - Diagnóstico de hepatopatia crônica - Hiperbilirrubinemia indireta, ↑ LDH e ↓ haptoglobina : Anemias hemolíticas Ferro sérico - ↓ Fe: Anemia ferropriva e Anemia de doença crônica Saturação de Transferrina e Ferritina sérica - ST < 15% + Fe Sérico < 10 Confirma diagnóstico de Anemia Ferropriva Dosagem de Vitamina B12 e Ácido Fólico 4. Aspirado de Medula Óssea (Mielograma) R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 4 Classificação das Anemias Microcíticas e Hipocrômicas - Microcitose: VCM < 80 fL - Hipocromia: HCM < 28 pg e/ou CHCM < 32g/dL Causas - Anemia ferropriva - Talassemia - Anemia de doença crônica de longa duração (VCM não chega abaixo de 75fL) - Anemia siderobástica, forma hereditária - Anemia do hipertireoidismo Macrocíticas - Macrocitose: VCM > 100 fL Causas - Clássica: Anemia megaloblástica (carência de folato e/ou B12) VCM: 110-140fL - Sindromes mielodisplásicas - Anemia aplásica - Etilismo - Drogas do tipo AZT e metotrexate - Anemia da hepatopatia crônica - Anemia do hipotireoidismo - Anemias hemolíticas (exceto talassemias) - Anemia da hemorragia aguda * Reticulócitos são hemácias maiores Aparelho lê como hemácias macrocíticas Normocíticas e Normocrômicas - Sem alteração dos índices hematimétricos Causas - Anemia ferropriva (fase inicial) - Anemia de doença crônica - Anemia da IRC - Anemia da hepatopatia crônica - Anemia das endocrinopatias (hipotireoidismo e hipoadrenalismo) - Anemia aplásica - Mielodisplasia - Ocupação medular (Mielofibrose idiopática, leucemias, CA metastático, infecção disseminada) - Anemias hemolíticas - Anemia por sangramentoagudo - Anemia multicarencial (ferropriva e megaloblástica) Hipoproliferativa - Carenciais, distúrbios medulares - Sem reticulocitose Hiperproliferativa - Hemolítica ou sangramento agudo - Com reticulocitose Reticulose importante R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 5 Tipos de Anemia Anemia Ferropriva - Mais comum - Desequilíbrio entre disponibilidade e demanda de ferro no organismo - Anemia de instalação lenta, por isso, paciente com Hb de 7-7,5 tolera o seu estado Metabolismo do Ferro - Ferritina: Armazenamento * Valores normais: 20-100 ng/mL (média de 125ng/mL em H/55ng/mL em M) * De maneira geral, cada ng/mL de ferritina sérica = 10mg de Fe armazenado - Hemossiderina: Armazenamento * Derivado da ferritina * Liberação mais lenta que a ferritina - Transferrina: Transporte sérico - O organismo não é capaz de eliminar o Fe já estocado no seu interior - Eliminação ocorre antes da absorção intestinal pela via fecal - Pessoas hígidas: Capacidade da mucosa intestinal em absorver o Fe dietético não passa de 50% do total ingerido Fisiopatologia Perdas sanguíneas - Sangramento crônico é a principal causa (geralmente após 3 meses de perda de Fe) - Perdas repetidas: Mulheres (menstruação) R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 6 Quadro Clínico - Pouco específico - Associação com a doença de base - Palidez, astenia, sonolência, cefaleia, tontura - Zumbido, alterações na visão, dispneia, claudicação intermitente - Baixo desempenho no trabalho, irritabilidade, cefaleia, perversão do apetite - Gastrite, glossite, atrofia papilar, coiloníquia, estomatite, queilite angular. Exames Complementares Ferro Sérico Saturação de Transferrina - Representa percentual de todos os sítios da massa total de transferrina que estão ocupados pelo Fe 𝑆𝑇 = 𝑆í𝑡𝑖𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑜 𝐹𝑒 𝑆𝑖𝑡𝑖𝑜𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑆𝑇 = 𝐹𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑜 𝐹𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑜+𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝐿𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐹𝑖𝑥𝑎çã𝑜 𝑺𝑻 = 𝑭𝒆 𝒔é𝒓𝒊𝒄𝒐 𝑻𝑰𝑩𝑪 - Em indivíduos normais, apenas 1/3 dos locais de ligação de Fe da transferrina está ocupado R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 7 TIBC (Capacidade total de ligação do ferro) - Representa a soma de todos os sítios de ligação de todas as moléculas de tranferrina circulantes Sítios ligados + sítios livres - Não sofre influencia direta das variações do Fe sérico - Representa, de forma indireta, a [ ] de tranferrina sérica - Valor normal: 250-360mcg/dL 𝑇𝐼𝐵𝐶 = 𝐹𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑜 + 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑓𝑖𝑥𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐹𝑒 Diagnóstico Hemograma Anemia hipo/micro, trombocitose, RDW ↑ - Reticulócitos normais - Anisopoiquilocitose (anisocitose em fases iniciais e poiquilocitose na anemia grave) Fe sérico ↓ (< 30) Ferritina sérica - 1º parâmetro a se alterar - Níveis < 15 Típicos de anemia ferropriva (> 60 Afasta o diagnóstico) - Ferritina 20-60 Anemia ferropriva + anemia de doença crônica - Suspender suplementação de Fe 1 semana antes do exame TIBC e Saturação de Transferrina - TIBC > 360 e quase sempre > 400 Anemia Ferropriva * Em função ↑ produção de transferrina pelo fígado pra compensar a carência de Fe - Saturação de Transferrina (Fe/TIBC) < 15% Anemia Ferropriva Estágios na Deficiência de Ferro (Ordem cronológica de alterações – Laboratoriais) Depleção dos Estoques de Fe - Mobilização dos estoques presentes no sistema reticuloendotelial de forma sustentada Esgotamento das reservas - Fe sérico, saturação de transferrina e TIBC normais - ↓ progressiva nos níveis séricos de Ferritina e no Fe corado no aspirado medular Eritropoiese Deficiente em Ferro - Estoques endógenos definitivamente acabam Caracterizado pela ausência de Fe corável na medula e valor mínimo de ferritina - Ferritina < 15 - ↓ Fe sérico (< 60) progressiva e da saturação de transferrina (< 20%) - ↑TIBC - Distúrbio na capacidade proliferativa da medula Discreta anemia normo/normo - ↓ Índice de produção reticulocitária Hipoproliferativa R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 8 - Hb entre 10-12 (anemia leve) - Algumas hemácias microcíticas Início de anisocitose Anemia Ferropriva - ↓ persistentemente de Ferritina (< 15) - ↓ Acentuada de Fe sérico (< 30) e da saturação de transferrina (< 15) - Hb entre 8-10g/dL - Microcitose, hipocromia, poiquilocitose Tratamento - Terapia dietética não tem valor na correção ↓ biodisponibilidade de Fe nos alimentos Suplementação de Fe - Fe elementar 60mg = Sulfato Ferroso 300mg 3-4x/dia - Reposição deve durar de 3-6 meses após normalização do Ht (6-12 meses) - Absorção de sulfato ferroso é melhor em jejum, 1-2h antes das refeições, de preferência associado à vitamina C 15% do Fe elementar é absorvido - Efeitos colaterais: Náuseas, vômitos, desconforto epigástrico e diarreia * 15-20% dos pacientes * Contornados quando tomados junto com as refeições, porém tem < absorção (pH ↑) Eficácia do tratamento - Avaliar a contagem de reticulócitos ↑ nos 1º dias, com pico entre 5-10 dias - Hb e Ht ↑ em 2 semanas Geralmente voltam ao normal em 2 meses - Controle pode ser feito com a Ferritina Sérica Ferritina S. > 50ng/mL Causas de falha do tratamento - Diagnóstico etiológico errado - Anemia é multifatorial - Má-adesão terapêutica - Ritmo de sangramento crônico > reposição - Doença celíaca (Fe oral não é absorvido) Indicações de Fe Parenteral - Síndromes de má absorção duodenojejunal (doença celíaca) - Intolerância às preparações orais - Anemia ferropriva refratária à terapia oral, apesar da adesão terapêutica - Necessidade de reposição imediata dos estoques de Fe (Ex: Quando utilizamos EPO recombinante humana em pacientes com IRC dialitico) - Preparação de Fe EV: Gluconato férrico de Na+, Ferro-sucrose e Ferro-dextran (não é mais usado) - Dose é diretamente proporcional ao défit de Fe na Hb + qntde necessária pra repor os estoques de Fe (1000mg no homem e 600mg na mulher) 𝑫é𝒇𝒊𝒄𝒊𝒕 𝒅𝒆 𝑭𝒆 𝒏𝒂 𝑯𝒃 = (𝟏𝟓 − 𝑯𝒃)𝒙 𝑷𝒆𝒔𝒐(𝒌𝒈)𝒙 𝟐, 𝟑 - Dose total de Fe Parenteral = Déficit de Fe na Hb + 1000(H) ou + 600(M) - Pode ser reposto em dose única, diluída em SF ou glicosado a 5% ou, preferencialmente, em doses fracionadas - Quanto > carga férrica, > tempo de infusão (> 1h) Anemia de Doença Crônica - Estado anêmico moderado (↓5-15 pontos no Ht ou 2-5 na Hb) que frequentemente se desenvolve nos pacientes que apresentam condições inflamatórias (ex: infecções e doenças reumatológicas) ou neoplásicas - Causadas por doenças que ↑ citocinas pró-inflamatórias - Fe sérico ↓ - Ferritina sérica normal ou ↑ R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 9 - Saturação de Transferrina ↓ - Principal causa de anemia em pacientes internados Fisiopatologia - Estados inflamatórios e neoplásicos Citocinas inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-α, IFN-ϒ) * ↓ vida média das hemácias pra cerca de 80 dias * ↓ produção renal de EPO * ↓ resposta dos precursores eritroides à EPO * “Aprisionamento” do Fe em seus locais de depósito - IL-6 Produção de hepcidina (fígado) Inibe a síntese de ferroportina ↓ absorção intestinal deFe - IL-1 ↑produção de lactoferrina Compete com a transferrina pelo Fe - IFN-ϒ Down-regulation dos receptores de EPO (medula) e apoptose Quadro Clínico - Anemia geralmente não é grave Sinais e sintomas da doença de base - Anemia se instala progressivamente ao longo de 1-2 meses - 80% dos casos Ht > 25% - Anemia normo/normo, mas pode ser normo/hipo ou micro/hipo - Microcitose mais proeminente e se instala antes da hipocromia (≠ anemia ferropriva) - Índice de Produção Reticulocitária normal - Anemia + perda ponderal + VHS muito alto Investigar doença sistêmica Exames laboratoriais - Fe sérico ↓ (<50) - Ferritina sérica normal ou ↑ (50-500ng/mL) - TIBC normal ou ↓ (< 300) Por causa da ↓ transferrina sérica - Saturação de transferrina levemente ↓ (10-20%) Tratamento - Tratar apenas a doença de base (anemia leve-moderada) - Em casos de anemia grave (Ht < 25%), tratar com EPO recombinante + Reposição de Fe Parenteral Anemia da IRC - ↓ produção de EPO pelo parênquima renal - Toxinas uremicas ≈ Inibidores da eritropoiese medular - Alterações enzimáticas, eletrolíticas e de memb. das hemácias ↓ vida média (60-70 dias) - Efeito do PTH Inibe a eritropoiese e promove mielofibrose leve-moderada Quadro Clínico - Anemia normo-normo - Ht entre 15-30% R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 10 - Índice de produção reticulocitária normal na maioria das vezes - Quando ureia muito ↑ (> 500), pode ter ↑ reticulócitos - Esfregaço de sangue: Equinócitos (hemácias crenadas) e esquizócitos (fragm. de hemácias) - Ferritina sérica > 100 Tratamento - EPO recombinante via subcutânea ou EV, 80-120U/kg, 3x/semana * A partir do momento em que os níveis de Hb < 10g/dL - Manter Hb de 11 (10-12) Ht de 33% (30-36%) * Hb não deve passar de 12 ↑ ocorrência de complicações cardiovasculares (Ex: Eventos tromboembólicos) - Se Hb > 12 Suspender EPOr e, depois, reintroduzir em doses ↓ - Efeito colateral: Hipertensão arterial - Hemodiálise ↓ Ác. Fólico Anemia megaloblástica Reposição de B9 1mg/dia Anemia da Hepatopatia Crônica - Frequentemente, anemia leve-moderada - 75% dos casos Dilucional Retenção hidrossalina Fisiopatologia - Hemodiluição - Hiperesplenismo ↓ vida média das hemácias pra 20-30 dias - ↓ resposta medular à EPO * Anemia ferropriva por sangramento crônico Varizes e ulceras HDA * Efeito direto do álcool na medula (hepatopatia alcoólica) * Anemia megaloblástica (hepatopatia alcoólica) * ↓ produção de EPO hepática Quadro Clínico - Anemia normo ou macrocítica - Índice de Produção Reticulocitária ↑ (≈8,5 – varição entre 2,5-24%) - Esfregaço do sangue: Macrócitos finos (hemácias com ↑ diâmetro, mas com VCM normal), hemácias em alvo, acantócitos (5%) Anemia das Endocrinopatias Hipotireoidismo - 20-60% dos casos - Anemia leve e normo-normo ou discretamente macrocítica Fisiopatologia - Macrocitose sem anemia Resposta fisiológica à ↓ consumo de O2 pelos tecidos (hipometabolismo) ↓ necessidade de O2 ↓ EPO Quadro Clínico - Ht > 30% quase sempre - Tireoidite de Hashimoto Anemia perniciosa Hipertireoidismo R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 11 - 10-25% dos pacientes - Anemia discreta - Fisiopatologia desconhecida Hemodiluição (hipótese) - Anemia normo-normo ou microcítica - Microcitose não é corrigida com reposição de ferro Outras endocrinopatias - Anemia leve, normo-normo - Doença de Addison (hipoadrenalismo), hipogonadismo masculino, hipopituitarismo e hiperparatireoidismo - Reverte após correção hormonal Anemia Megaloblástica - Redução de B12 e/ou ácido fólico (principal causa) - Uso de medicamentos que bloqueiam a síntese de DNA (Antagonistas de purinas e pirimidinas Quimioterápicos e imunossupressores) ou que interferem no metabolismo do ác. Fólico (metotrexato, anticonvulsivantes) - Distúrbio causado por um bloqueio na síntese do DNA Divisão celular lenta e ↓ crescimento citoplasmático Anemia Macrocítica 1. Anemia Megaloblástica - Megaloblastose: Anormalidade morfológica nos núcleos progenitores eritroides no interior da medula - Megaloblastos: Céls. defeituosas Destruídos na medula Eritropoiese ineficaz 2. Anemia Não Megaloblástica - Anemias hemolíticas com reticulocitose acentuada - Sindromes mielodisplásicas - Anemia do alcoolismo - Hipotireoidismo R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 12 Quadro Clínico Manifestações Hematológicas - Queixas referentes à anemia Palpitações, fraqueza, cefaleia, irritabilidade - Instalação insidiosa Pacientes toleram níveis baixíssimos de Hb - Eventualmente, nota-se petéquias e púrpuras Trombocitopenia Manifestações Digestivas - Diarreia e perda ponderal Má absorção - Sensação dolorosa na língua + língua avermelhada + atrofia de papilas Glossite - Queilite angular pode ser encontrada (“fissura” no canto da boca “boqueira”) Manifestações Neuropsiquiátricas - Podem ocorrer com o hemograma normal e apenas a Vitamina B12 ↓ - Parestesia em extremidades (polineuropatia) Alteração mais precoce - ↓ sensibilidade profunda (proprioceptiva e vibratória) - Desequilíbrio, marcha atáxica, sinal de Romberg + (perda de propriocepção inconsciente dos membros inferiores) - Fraqueza e espasmos nos membros inferiores com Babinsk +, hiperreflexia profunda - Déficits cognitivos, demência e psicoses - Só respondem à reposição de cobalamina (B12) se iniciada precocemente (primeiros 6 meses). Início > 6 meses Resposta parcial ou ausente Hemograma - ↑ VCM ou normal (anemia megaloblástica + ferropriva ou talassemia) - ↑ RDW Anisocitose - CHCM normal - Pode haver neutropenia e trombocitopenia (pancitopenia) de intensidade leve- moderada Sangue Periférico - Hipersegmentação do núcleo dos neutrófilos Quase patognomônico - Anisocitose e poiquilocitose Dosagem de B12 e Folato séricos - Vitamina B12: 200-900pg/mL (normal) * Faixa de incerteza: 200-300 * Confirma dignóstico: < 200 - Folato sérico: 2,5-20ng/mL (normal) * > 4: Exclui diagnóstico * < 2: Provável diagnóstico * Faixa de incerteza: 2-4 * Deve ser colhido sempre em jejum e em pacientes sem história de anorexia (facilmente alterado pela alimentação) Dosagem de DHL e Bilirrubina - DHL ≈ 3.800U/mL (normal até 240) - Diferencial pra anemias hemolíticas macrocíticas (DHL ≈580) - DHL e bilirrubina indireta ↑ Tratamento Carência de B12 - Grande maioria: Problema na absorção Via Parenteral R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 13 - Cianocobalamina ou hidroxicobalamina 1mg,via IM, 1x/dia por 7 dias inicialmente - Posteriormente, 1mg, 1x/semana por 4 semanas 1 dose/mês pro resto da vida - Vitamina B12 cristalina (VO), 2mg/dia 1% é absorvido mesmo sem o Fator Intrínseco Deficiência de Folato - Ác. Fólico, VO, 1,5mg/dia - Se problema na absorção, pode ser usado doses até 15mg/dia - Duração da terapia depende do grau de deficiência - Corrigir dieta Evitar recidiva Resposta ao tratamento - Pico reticulocitário em 5-7 dias - Anemia começa a melhorar após 10 dias de reposição - Anemia regride completamente após 1-2 meses - Níveis ↑ ác. Metilmalônico e de homocisteína começam a ↓ em 48h Normalizam em 5-10dias - Quadro neurológico tem resposta mais lenta 4-6 meses - Pode ter sequelas neurológicas irreversíveis Complicações do Tratamento - Hipocalemia * Consumo de K+ pelas céls. hematológicas em multiplicação exagerada * Deve-se acompanhar e repor o K+ na 1ª semana, principalmente nas primeiras 48h * ↓ pode chegar a 2mEq/L - Retenção de sódio * Reposição de B12 via parenteral Profilaxia Reposição Profilática de Vitamina B12 - Todos os vegetarianos * Cobalamina em baixas doses (5-10µg/dia) - RN e lactentes filhos de mães deficientes em cobalamina - Pacientes com disabsorção crônica de vitamina B12 (gastrectomizados, com anemia perniciosa, acloridria ou insuficiência pancreática) * Doses maiores: 2000µg/dia Reposição Profilática de Ác. Fólico - Todas as gestantes e mulheres em idade reprodutiva em uso de anticonvulsivantes * Dose de 400 µg/dia - Portadores de hemólise crônica e doenças mieloproliferativas * 1mg/dia de ác. Fólico - Ác. Flínico Pacientes que usam metotrexato, pirimetamina ou trimetoprim * Dose de 1mg/dia Anemia Aplásica SÍNDROME ASTÊNICA • Astenia: Ausência ou perda de força muscular; fraqueza muscular freqüente na fase invasiva das doenças infecciosas • Adinamia: Indisposição geral, debilidade geral, estado de prostração física e/ou moral. • Cansaço = Fadiga: Fraqueza causada por exercício ou doença Causas - Miastenia gravis (mais comum) - Doenças infecciosas e parasitárias - Viroses - Anemia - Desequilíbrios hidroeletrolíticos - Doenças Crônicas (Artrite Reumatóide, Insuf. Cardíaca, DPOC, Insuf. Renal, Hipo/hipertireoidismo, Hepatopatias) R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 14 - Hipotensão arterial - Hipoglicemia - Uso prolongado de medicamentos tranquilizantes e hipnóticos - Neoplasias Abordagem Anamnese - Sexo ♀ mais associado à queixa; - No que consiste exatamente, é realmente astenia? - A queixa é clinicamente relevante - Relação com descanço/atividades específicas - Início: abrupto ou gradual - Doença subjacente - Uso de drogas/medicamentos - Duração: * Recente: < 1 mês; * Prolongada: 1 – 6 meses; * Crônica: > 6 meses - Evolução: estável, melhor ou pior - Fatores de melhora ou piora - Impacto na vida cotidiana: aptidão ao trabalho, à socialização, ao convívio familiar Exame Físico • Aparência Geral - Nível de alerta; - Agitação ou retardo psicomotor; • Ausculta: Sinais de ICC ou pneumopatia crônica • Tireoidopatia: bócio,nódulo, fáscies típica • Linfadenopatia • SN - Volume, tônus e força muscular; - Reflexos tendinosos profundos; - Sensório; - Pares cranianos Exames laboratoriais - Avaliação inicial: hemograma; VHS; eletrólitos, glicose, função renal e hepática, TSH, CPK - Outras possibilidades: hemocultura, anti-HIV, PPD, dosagem de complemento, FR, ANA Etiologias - Cardiovascular (ICC); Respiratória (pneumopatias crônicas); Endócrinas (tireoide, adrenal); - Hepáticas (insuficiência); TGI (sangramento crônico – anemia); Renal (IRC – anemia); - Ginecológicas (sangramento via TGU, menopausa, horm. sexuais); Nutricional (ferro, vitamina B12, folato) - Reumatológicas, Oncológicas (sd. Consumptiva, paraneoplásica), Hematológicas (anemia !!!) - Infecto, Neurológicas (DDX com miopatias, Alzheimer), Psiquiátricas (depressão maior, ansiedade, transt. Somatoforme ...); - Causas idiopáticas: sd. da fadiga crônica, etc. HIPOTIREOIDISMO - Síndrome clínica ocasionada por síntese/secreção insuficiente ou ação inadequada dos hormônios tireoidianos nos tecidos Lentificação generalizada do metabolismo - Formas mais graves Deposição de mucopolissacarídeos (glicosaminoglicanas) na derme Edema sem cacifo Mixedema Classificação Primária (Falência tireoidiana) - > 90% dos casos - Hipotireoidismo congênito (disgenesia da glândula) quase sempre é primário * Rastreio: Teste do Pezinho (3º-7º dia de vida) Secundária (Falência hipofisária - TSH) e Terciária (Falência hipotalâmica - TRH) Central - Principal causa: Tumores hipofisários R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 15 - Cirurgia ou radiação da região hipofiária e/ou hipotalâmica, TCE, Síndrome de Sheehan, TB e sífilis, hemocromatose e sarcoidose, pan-hipopituitarismo, deficiência isolada de TSH e idiopático Fatores de Risco - Idade > 65 anos - Sexo feminino - Puerpério - História familiar - Irradiação prévia de cabeça/pescoço - Doenças autoimunes (Ex: Vitiligo, DM1, anemia perniciosa) - Drogas (Ex: Amiodarona, Lítio, Tionamidas, IFN-α) - Síndromes de Down e Turner - Dieta pobre em Iodo - Infecção crônica pelo HCV Causas Tireoidite de Hashimoto - Principal causa no Brasil - Doença autoimune - Assintomática nos primeiros meses ou anos de instalação - Destrói lentamente o parênquima glandular Falência tireoidiana progressiva - Clinicamente, ao diagnóstico, o paciente pode estar eutireoidiano (2/3), apresentar fraco hipotireoidismo (1/3) ou expressar sinais de sintomas de leve tireoxicose * Tireoxicose Destruição dos folículos sem que haja estimulo funcional sobre a glândula Liberação de hormônio pré-formado * Pode haver discreto bócio indolor (Infiltração inflamatória crônica), mas no geral tireoide atrófica - Laboratorialmente: * Anti-TPO (anti-tiroperoxidase) * ↑ TSH (reflete a perda da reserva tireoidiana) * T4 livre pode estar ↑, normal ou ↓ Depende do estágio da doença Iatrogênica - 2ª causa mais frequente - Pacientes submetidos à tireoidectomia total/subtotal Reposição de levotiroxina - Uso de drogas tireotóxicas (amiodarona e lítio) R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 16 - Tireoidite pós-parto Manifestações Clínicas Cutâneas - Hiperceratose - Hipoidrose (pouco suor) - Madarosa (perda do 1/3 lateral das sobrancelhas) - Mixedema Hematológicas - Tendência ao sangramento tipo plaquetário (D. de Von Willebrand tipo 1 adquirida) - Anemia normo-normo (hipoproliferativa) Cardiovasculares - ↓ DC - Bradicardia - Hipocontratilidade - Derrame pericárdico - HAS (↑ RVP por deposição de glicosaminoglicanos na parede dos vasos) - Hipercolesterolemia (↓expressão do receptor de LDL) Respiratórias - Rinite crônica - Hipoventilação (miopatia da musculatura) - Derrame pleural - Apneia do sono, principalmente se tiver macroglossia Renais - ↓ TFG com discreto ↑ creatinina - Hiponatremia (↓depuração de água livre) Gastrointestinais - Constipação - Hipogeusia (↓paladar) - Ascite (raro) Reprodutivas - ↓Libido, Disfunção erétil, ejaculação retardada e oligospermia - Oligo/amenorreia ou Hipermenorreia/menorragia - Hiperprolactinemia e galactorreia R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 17 Neurológicas - Déficit cognitivo - Lentificação dos reflexos profundos (Ex: Aquileu) - Ataxia cerebelar - Síndrome do Túnel do Carpo (parestesia e dor na distribuição do N. Mediano) Compressão pelo acúmulo de glicosaminoglicanos no punho - Polineuropatia periférica (predomínio sensitivo e doloroso) - Coma mixedematoso (raro, desencadeado por fatores precipitantes como trauma e infecções) * Hipoglicemia, hipotensão, bradicardia, hipotermia Musculoesqueléticas - Artralgia - Rigidezarticular - Mialgia e cãimbra Exames Complementares Hemograma - Anemia normo-normo (hipoproliferação devido ao hipometabolismo generalizado) - Anemia macrocítica (associação à gastrite atrófica e má absorção de B12) - Anemia micro-hipo (menorragia) Perfil lipídico - Dislipidemia - ↑ LDL (↓receptor) - ↑ TGD (↓ expressão de lipase lipoproteica) Enzimas musculares - ↑ CPK, aldolase, DHL e TGO devido à miopatia Hormônios - ↑ prolactina e gonadotrofinas (FSH e LH) Efeito do ↑ excessivo do TRH - Pode ter discreto ↑ PTH e Vitamina D Hipercalcemia leve Diagnóstico Hipotireoidismo Primário - ↑ TSH - ↓ T4 livre e T3 - 1º momento: ↑TSH isolado e T4 normal Hipotireoidismo subclínico * Glândula é destruída aos poucos * Reserva tireoidiana é progressivamente requisitada ↑ TSH pra manter o T4 livre normal * Perda completa da reserva ↓ T4 livre seguida por ↓ T3 Hipotireoidismo Central - ↓ TSH ou inapropriadamente normal - ↓ T4 livre - Após confirmação do hipo central RNM da sela túrcica * Pesquisa de doenças que justifiquem o esse achado (Ex: Tumor, lesão infiltrativa) Anticorpos Anti-tireoglobulina e Anti-peroxidase (Anti-TPO) - Presença desses anticorpos indica processo autoimune - Quase sempre Tireoidite de Hashimoto Tratamento - Dose única diária de Levotiroxina (T4), de preferência pela manhã e em jejum (1h antes do café) ou 2h após alimentação * Meia-vida de 7 dias - Dose varia com o peso do paciente R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 18 - Dose inicial pra adulto jovem saudável: 1,6-1,8 µg/kg/dia * Neste tipo paciente, pode-se iniciar com dose plena desde o início - Pacientes > 60 anos: Dose inicial de 50µg/dia - Cardiopatia grave (Ex: Coronariopatia): Dose inicial de 12,5-25µg/dia e ↑ de 12,5-25µg a cada 2-3 semanas * ↑ Doses podem precipitar isquemia ↑ consumo miocárdico de O2) - Objetivo: Manter TSH na faixa de normalidade (0,5-5mU/L) * Quando TSH próximo ao limite superior, ↑ dose de tiroxina Manter o TSH na ½ inferior da faixa de normalidade (0,5-2,5mU/L) - Dosar o TSH após 4-6 semanas do início do tratamento - Em casos de hipotireoidismo central Controle da dose pelos níveis de T4 livre sérico - Uma vez atingida a dose de manutenção Reavaliação a cada 6-12 meses Indicações de tratamento do hipotireoidismo subclínico - TSH ≥ 10mU/L - Gravidez ou planejamento de gravidez Tratamento com Levotiroxina indicado - Pacientes com sintomas atribuíveis à deficiência de hormônio tireoidiano (depressão, dislipidemia) - Pacientes com anti-TPO ↑ Considerar tratamento com Levotiroxina - Demais casos Acompanhamento clínico e laboratorial (6 meses a 1 ano) HIPERTIREOIDISMO - Hiperfunção da glândula tireoide, ou seja, um ↑ na produção e liberação de hormônios tireoidianos - Hipertireoidismo x Tireotoxicose * Tiretoxicose: Qualquer estado clínico resultante do excesso de hormônios da tireoide nos tecidos, onde encontramos síndromes de tireotoxicose associadas à função normal ou ↓ da tireoide. Porém a maioria é causada pelo hipertireoidismo. - Doença de graves é a principal causa (60-90%) R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 19 Doença de Graves - Mais comum em mulheres 9x - Pico de incidência entre 20-50 anos - Desordem autoimune, caracterizada por síntese e secreção excessiva de hormônios da tireoide - Achados típicos: bócio difuso + oftalmopatia+ dermopatia Fatores de Risco - Genética - Infecção - Estresse - Gênero - Gravidez - Iodo e medicamentos - Radiação Patogênese - Linfocitos B sintetizam anticorpos ‘’contra ‘’ receptores de TSH localizados na superfície da membrana da celular folicular da tireoide - Estes anticorpos são capazes de produzir ↑ no volume e função da glândula, justificando o hipertireoidismo Manifestações clínicas Tireotoxicose em geral - Insônia - Cansaço extremo - Agitação psicomotora - Incapacidade de concentração - Nervosismo - Dificuldade de controlar emoções - Sudorese excessiva - Intolerância ao calor - Hiperdefecação - Amenorreia - Pele quente e úmida - Tremor fino e sustentado - Taquicardia, fibrilação atrial, miopatia - Osteopatia Doença de graves - Bócio simétrico e difuso - Sopro e frêmito (devido ↑ da vascularização) - Oftalmopatia infiltrativa (20-40% dos casos) * Antes, durante ou após o desenvolvimento do hiper - Dermatopatia Mixedema pré-tibial R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 20 - Acropatia Baqueteamento digital Escala de oftalmopatia * Grau 0: Sem sinais e sintomas * Grau 1: Somente sinais, sem sintomas (retração palpebral superior, olhar fixo e brillhante e piscar frequente) * Grau 2: Edema periorbitário * Grau 3: Proptose ou exolftalmia * Grau 4: Diplopia * Grau 5: Lesão de córnea * Grau 6: Perda da acuidade visual Hipertireoidismo apatético - Define a tireotoxicose em alguns idosos - Em idosos, as manifestações adrenérgicas (agitação, nervosismo, etc) não estão presentes - Aparecimento de alterações cardiovasculares * FA * IC refratária ao tratamento - Sintomas como astenia, fraqueza muscular intensa e depressão grave - Idoso com FA e ecocardio sem aumento atrial Dosar TSH e T4 Livre Exames - Na forma clássica: ↓ TSH, ↑ T3 e T4 Livre - Hiper subclínico: ↓TSH, T3 e T4 livres normais - Para diagnóstico: espera-se TSH ↓ e T4 ↑ * Se T4 normal Pedir T3 livre e total para confirmação Alterações hematológicas e bioquímicas - Leucopenia - Hipercalciúria - Hipercalcemia - Hiperbilirrubinemia - Anemia leve Anticorpos antitireoidianos - Anti-TPO ↑em 80% - Presença de antirreceptor do TSH - Não são necessários para diagnostico Captação de iodo radioativo de 2h - Identificar captação excessiva de Iodo radioativo por um tec. tireoidiano hiperfuncionante - Graves: ↑ e difusa - Normal: 5-20% R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 21 - Contraindicado na gravidez Nódulos na doença de graves - Sempre avaliar - Nódulo sem captação na cintilografia “nódulo frio” Punção (Risco neoplásico) - Nódulo quente a cintilografia Não está indicado punção Tratamento Drogas tireoidianas até a remissão - β-bloqueadores: * Propanolol (20-40mg a cada 6-8 horas); * Atenolol (50-200 mg/dia) - Antitireodianos(tionamidas): * Propiltiouricil Dose de ataque: 40mg/dia em 1-2 tomadas, de 4-8 semanas Manutenção: 5-20mg/dia, 1 tomada * Metimazol Dose de ataque: 40mg/dia em 1-2 tomadas, de 4-8 semanas Manutenção: 5-20mg/dia, 1 tomada Radioablação com Iodo-131 - 1ª escolha - Quanto ↑ captação, ↓ é a dose - Dose média: 5-15mCi - Indicações * Pacientes idosos com hiper moderado e aumento da glândula * Pacientes com reações tóxicas às drogas antitireoidianas * Uso de medicação não é garantida * Recidiva da doença após longo curso de terapia medicamentosa - Contraindicações: Gravidez e amamentação Tratamento cirúrgico - Indicações: * Pacientes que não controlam a doença com tionamidas e que recusam iodo * Bócio volumoso Deformidade estética ou compressão de traqueia com desconforto * Suspeita de neoplasia tireoidiana sunjacente (nódulo frio confirmado por PAAF) * Grávidas com hipergrave não controlado por drogas ou alérgicas R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 22 Bócio Multinodular Tóxico - Múltiplos nódulos de tamanhos variados e que são os responsáveis pelo crescimento da glândula - Fatores de crescimento promovem o crescimento folicular em áreas nodulares Clínica - Palpitações, taquicardia, nervosismo, tremor, fa, perda de peso etc Diagnóstico: - Cintilografia tireoidiana Clássico padrão de múltiplos nódulos de captação Tratamento: Cirurgia Doença de plummer - Adenoma tóxico, é um nódulo tireoidiano autônomo hiperfuncionante que produz quantidades suprafisiologicas de hormônios tireoidianos - Mais comum em mulheres - Mutação somática nos receptores de TSH promovendo hiperplasia,proliferação e hiperfunção celular - Clinica mais branda que a de graves, tendo ausência de oftalmopatia e miopatia Diagnóstico: Por cintilografia tireoidiana Tratamento: 1- Administração de radioiodo 2- Nodulectomia 3- Injeção percutânea do nódulo com etanol 4-terapia laser guiada por usg Hipertireoidismo secundário - Causado por um aumento da produção de TSH por um adenoma hipofisário hipersecretor ou por uma hipersecreção não neoplásica idiopática de TSH - Raro - Presença de T4 ↑ com TSH sérico normal ou ↑ - Diagnóstico: TC - Tratamento: Uso de drogas antitireoidicas e retirada de tumor R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 23 TIREOIDITES - Termo genérico pra uma série de entidades clínicas que têm em comum o acometimento inflamatório da tireoide - Tireoidites subagudas e crônicas Lesão inflamatória do parênquima tireoidiano Extravasamento do conteúdo coloide dos folículos Liberação de T3 e T4 - Fases iniciais costumam cursar com tireotoxicose manifesta ou subclínica - Após as 1ªs semanas, o hormônio estocado já foi liberado e a lesão das céls foliculares ↓ síntese de hormônios tireoidianos Hipotireoidismo * Nas tireoidites subagudas, essa fase é autolimitada Regeneração do tec. posteriormente * Na tireoidite crônica autoimune (Hashimoto), essa fase progride insidiosamente Hipo manifesto Tipos 1. Tireoidite de Hashimoto ou Tireoidite Crônica Autoimune - Causa mais comum de hipotireoidismo - Mais comum no sexo feminino - Aumenta o risco de linfoma de tireoide Etiopatogenia - Etiologia desconhecida - Fatores genéticas + adquiridos Reação imunológica voltada pra uma série de antígenos tireoidianos - Fatores ambientais relacionados: Infecções Virais e Consumo de Iodo - Há formação de imunocomplexos e complemento na memb. basal das céls foliculares Infiltração Linfocitária e Hiperplasia Folicular - Quadro pode progredir pra fibrose da glândula Principais autoanticorpos - Anti-tireoperoxidase (Anti-TPO) – 95-100% dos casos R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 24 - Anti-tireoglobulina - Antirreceptor de TSH * Geralmente, cursa com tireoide atrófica, impalpável - Anti-transportador de Iodo Fatores de Risco - Síndrome de Down e Turner - Mulheres com SOP Quadro Clínico Fase inicial - ↑ transitório (semanas a meses) dos hormônios tireoidianos Eventualmente, tireotoxicose clinicamente manifesta (Hashitoxicose) - Maioria assintomático Diagnóstico suspeitado a partir da investigação de anormalidade nos exames de função tireoidiana - Sintomas de hipotireoidismo em 10-20% dos pacientes - Quando há bócio 2-4x o normal 2ª fase (hipotireoidismo subclínico) - ↑ TSH e T3 e T4 normais 3ª fase (hipotireoidismo clinicamente manifesto) - Casos de evolução tardia com anticorpos +, sem bócio e com hipotireoidismo Tireoidite atrófica - Bócio surge progressivamente em 75% dos pacientes Efeito trófico do TSH no tecido folicular remanescente - Bócio difuso e, algumas vezes, de aspecto multinodular - Em 20-25% dos casos, tireoide pode estar sem bócio ou atrófica - Clínica Hipotireoidismo Outras manifestações - Encefalopatia de Hashimoto * ↑ títulos de anticorpos anti-TPO * Boa resposta aos glicocorticoides * Idade média de apresentação: 44 anos * Manifestações: Sinais ≈ AVC, convulsões, psicose, ↑ prot. do LCR, alteração no EEG - Suspeita de linfoma de tireoide Quando houver ↑ súbito ou localizado do bócio e/ou sintomas compressivos Diagnóstico - Quadro clínico (bócio e hipotireoidismo) + ↑ autoanticorpos tireoidianos * Principalmente Anti-TPO em títulos geralmente > 1:1600 * 2º lugar: Anti-tireoglobulina USG - Glândula aumentada - Textura normal - Aspecto característico de hipoecogenicidade ou presença de nódulos mal definidos Biópsia (PAAF) - Infiltrado linfocítico folicular no parênquima tireoidiano - Graus variados de degeneração e fibrose - Nos casos de dor local, crescimento rápido ou presença de nódulos Investigar neoplasia Tratamento - Não há tratamento específico pra Hashimoto - Reposição de hormônio tireoidiano - Uso de glicocorticoides R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 25 * Raros casos acompanhados de dor tireoidiana importante ou * Em casos de bócio de crescimento rápido causando sintomas compressivos * Deve-se excluir outros diagnósticos, principalmente neoplasia - Cirurgia indicada nos casos de dor refratária aos medicamentos ou sintomas compressivos 2. Tireoidite Subaguda Linfocítica - Caracteriza-se pela instalação de uma tireoidite indolor, manifestando-se apenas com um período transitório de tireotoxicose seguido de hipotireoidismo autolimitado - Pode ser considerada uma variante + branda da T. de Hashimoto ≈ histopatológico e 50% dos casos evoluem pra Hashimoto posteriormente Etiopatogenia - Autoimune, de forma limitada - Anticorpos Anti-TPO e Anti-Tireoglobulina + em 50% dos casos, mas em títulos mais ↓ que na T. de Hashimoto e na T. Pós-Parto - Histopatológico ≈ Hashimoto, porém de mais brando e sem lesões degenerativas e fibróticas importantes Quadro Clínico - Pode ser descoberta ao acaso por exames de triagem em pacientes com a forma subclínica - Pode apresentar-se com um quadro de tireotoxicose clinicamente manifesta - Caráter autolimitado do hipertireoidismo é o que caracteriza a doença - ↑ hormonal dura 2-8 semanas - Fase autolimitada de hipotireoidismo subclinico e, raramente, hipo manifesto - Estado de Eutireoidismo é alcançado após 2-4 meses - Tireoide de tamanho normal ou levemente ↑ - Níveis séricos de tireoglobulina ↑ Diagnóstico - Suspeitado nos casos de hipert. após resultado do teste de captação de iodo-131 de 24h * Graves: Captação ↑ (> 40%) Diagnóstico diferencial * T. Subaguda Linf.: ↓ (< 5%) Tratamento - Não há tratamento específico - Tratar sintomas cardiovasculares de neuromusculares da tireotoxicose β-bloqueadores - Nos casos de hipo manifesto na 2ª fase Reposição hormonal 3. Tireoidite Subaguda Granulomatosa ou T. de Quervain - Caracterizada por manifestar-se com um quadro álgico na região da tireoide ou intermediações associadas ou não à tireotoxicose transitória - Acomete mais o sexo feminino Etiopatogenia - Doença reativa pós-viral Infecção prévia por adenovírus, caxumba, sarampo, vírus sincicial respiratório - Reação imunológica a antígenos tireoidianos Reação cruzada - Reação inflamatória do tipo granulomatosa, ↑ macrófagos, linfócitos CD4 na periferia Quadro Clínico - 1-3 semanasapós o quadro gripal Síndrome álgica tireoidiana - Dor referida na região cervical anterior, garganta ou ouvidos e pode ser muito ↑ - Tireoide leve a moderadamente ↑ nos 2 lobos - Tireoide ↑ dolorosa - Comum: Mal-estar, mialgia e febre baixa - 50% dos casos Tireotoxicose transitória - Fase de hipotireoidismo, geralmente subclínico, e eutireoidismo após 1-3 meses R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 26 - Recidiva em 20% dos casos Exames Laboratoriais - ↑ VHS quase sempre > 50mm/h e, as vezes, > 100mm/h - Pode ter anemia e/ou leucocitose transitória discreta Diagnóstico - Clínico - Em casos duvidosos, pedir hemograma, VHS e hormônios tireoidianos - USG e biópsia podem ser úteis para a confirmação diagnóstica Tratamento - AINEs em doses plenas - Ausência de melhora em 24-48h Corticosteroides (Prednisona 40mg/dia) - Suspender o corticoide gradualmente em 6 semanas após desaparecimento da dor e inflamação 4. Tireoidite Pós-Parto - Tireoidite autoimune indolor subaguda que se manifesta dentro do 1º ano após o parto - Quadro clínico ≈ T. Subaguda Linfocítica (Hiper Hipo Eutireoidismo num período de 1-4 meses) - Mais comum o aparecimento do 2º-4º mês pós-parto - Anti-TPO + (65-85% dos casos) - Hipotireoidismo ou bócio persistente em 20-50% dos pacientes - Chance de recidiva no próximo puerpério ↑ Tratamento - β-bloqueadores Sintomas de tireotoxicose - Reposição hormonal Sintomas de hipotireoidismo 5. Tireoidite Infecciosa a) Tireoidite aguda piogenica - Quadro agudo, unilobular - Febre alta + calafrios + presença de sinais de flogose e supuração do lobo afetadp Fatores desencadeadores - Fístula tireoglossa faríngea ou disseminação hematogênica - Principais agentes: s.aureus, s.pyogenes, s.pneumoniae e H.influenzae Diagnóstico: - Punção aspirativa guiada pelo usg Tratamento - Drenagem cirúrgica do abscesso e antibioticoterapia. b) Tireoidite tuberculosa e fungica - Mais comum em imunodeprimidos - Forma subaguda ou crônica: aumento bilateral da glândula e um quadro infeccioso Diagnóstico - Aspirado ou biópsia 6. Tireoidite Medicamentosa - Drogas que causam: 1. α-IFN (droga para hepatite viral B e C) 2. IL-2( tratamento de leucemia e outros neoplasias) 3. Amiodarona (antiarrítmico) - Pode causar hipotireoidismo pelo efeito wolff-chaikoff * Autorregulação pra ↑ ingesta de iodo ↓ hormônios tireoidianos * “Down-regulation” nos receptores de Iodo R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 27 - Pode causar hipertireoidismo em pacientes com doenças de graves ou nódulo autônomo subclínico 7. Tireoidite Actínica - Causada devido terapia com iodo radioativo em pacientes com doença de graves - Manifesta-se com dor tireoidiana e exacerbação do hipertireoidismo - Pode evoluir para hipotireoidismo 8. Tireoidite Fibrosante de Riedel - Indivíduos entre 40-60 anos - Sem causa definida, fazendo parte das doenças fibrosantes idiopáticas - Glândula endurecida e infiltra os tecidos adjacentes, gerando disfagia (esôfago) e dispneia (traqueia) Diagnostico: biopsia Tratamento: prednisona, tamoxifeno e metotrexato Indicação de cirurgia: comprometimento do esôfago e traqueia R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 28 NEUROPATIAS PERIFÉRICAS - É uma síndrome de perda sensorial, atrofia e fraqueza muscular e descrescimos nos reflexos profundos, sintomas vasomotores, sozinhos ou em combinação Classificação das Neuropatias Periféricas: Velocidade de instalação - Aguda (< 1 semana) - Subaguda (< 1 mês) - Crônica (> 1 mês) Padrão - Mononeuropatia (lesão focal) Doença de 1 único nervo R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 29 - Mononeuropatia múltipla (lesão multifocal) 2 ou + nervos em áreas separadas - Polineuropatia (lesões simétricas, distais, bilaterais) Muitos nervos simultaneamente Tipo de fibra nervosa envolvida - Motora - Sensitiva - Autonômica - Mista Causas Trauma - Causa mais comum de lesão localizada em um único nervo - Pressão Afeta nervos superficiais (ulnar, radial e peroneal) em proeminências ósseas Paralisia Atividade muscular violenta ou superextensão forçada de uma articulação - Pode produzir neuropatia focal - Pequenos traumas repetidos Hemorragia e Exposição ao Frio ou Radiação Mononeuropatia múltipla - Geralmente secundária a distúrbios do colágeno vascular (poliarterite nodosa, LES, esclerodermia, sarcoidose, AR) - Doenças metabólicas (DM) - Doenças infecciosas (HIV) Microorganismos - Invasão direta do nervo Hanseníase Agentes Tóxicos - Geralmente, causam polineuropatia, mas podem causar também mononeuropatia - Emetina, barbital, clorobutanol, sulfonamidas, fenitoínas, nitrofurantoínas, metais pesados, CO Deficiência Nutricional e Distúrbios Metabólicos - Polineuropatia - ↓ Vitamina B (Álcool, anemia perniciosa, síndromes de má-absorção) - Hipotireoidismo - Uremia - DM Polineuropatia distal sensorimotor (mais comum), mononeuropatia múltipla e mononeuropatia focal Neoplasias - Polineuropatia secundária Quadro Clínico Mononeuropatia - Dor, fraqueza e parestesia na distribuição do nervo afetado - Mononeurop. Múltipla é assimétrica e todos os nervos afetados podem ser envolvidos desde o inicio ou progressivamente - Envolvimento extensivo de muitos nervos pode simular uma polineuropatia - Compromisso mecânico de um nervo Neuropatias de compressão/estiramento - Paralisia do N. Ulnar Mãos em garra - Síndrome do Tunel do Carpo * Compressão do N. Mediano na face volar do punho * Parestesia na face radial-palmar da mão * Mais dor no punho, na palma ou, algumas vezes, proximal à compressão no antebraço/ombro * Dor mais intensa à noite R es u m o d o C as o 1 – C M 3 K ar en C u n h a 30 * Deficiência sensorial na face palmar dos 3 primeiros dígitos e/ou fraqueza e atrofia nos múltiplos controladores da abdução do polegar seguido de aposição • Perda de sensibilidade sem dor e diminuição da sensibilidade tátil e vibratória, bem como fraqueza Lesões de fibras grossas (ex: polineuropatias desmielinizantes imunomediadas) • ↓ sensações de tato, picada de alfinete e de temperatura, sendo frequentemente dolorosa (disestesia em queimação – fibras C; disestesia em agulhada – fibras A delta) e restritas à área de perda sensitiva Lesões de fibras finas • Dor aguda e profundo, mal localizada (Ex: neuropatias de plexos, ciática) Lesões de raízes ou grandes troncos nervosos Diagnóstico - Investigar indícios de distúrbio sistêmico Erupção cutânea, ulceras cutâneas, perda de peso, febre, linfadenopatias ou lesões em massa Exames laboratoriais - Hemograma * Megaloblastos Anemia perniciosa * Hemácias pontilhadas Intoxicação por chumbo - Testes de função hepática e fosfatase alcalina Neoplasia - Glicose e creatinina Insuf. Renal ou DM - EAS Porfirinogêneos, porfobilinogêneos e metais pesados - Função tireoidiana Síndrome do Tunel do Carpo Hipo Outros exames Eletroneuromiografia (EMG): - Demonstra a se o padrão é desmielinizante ou axonal. - Desmielinizante • Diminuição da velocidade de condução nervosa. • Aumento da latência distal. • Bloqueiode condução. • Aumento do tempo de latência da onda F. - Axonal • Importante diminuição da amplitude do potencial. • Presença de sinais de desnervação. - Biópsia Tratamento Síndrome do Túnel do Carpo - Interromper execução de tarefas que requeiram a flexão forçada do punho - Infiltrações locais de corticosteroides Alívio temporário - Sintomas continuam ou progridem Descompressão cirúrgica
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