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Anotações Ética e Cidadania

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Aula 1 – Filosofia e Ética
Nesta aula, você:
	Compreendeu que a Ética é um campo da Filosofia;
	Aprendeu o que é Filosofia;
	Observou os diferentes períodos da Filosofia.
Aula 2 – História da filosofia, renascença, idade moderna e contemporânea
# A filosofia da renascença é dividida em 3 grandes linhas de pensamento, são eles:
Reconheceu os períodos da História da Filosofia, suas principais características e ostemas mais abordados pelos filósofos da época.
Aula 3 – Quadro das doutrinas éticas fundamentais ao longo da história da filosofia
O mito da caverna por Platão discípulo de Sócrates:
O que é o mito da caverna?
A caverna é o mundo de aparências em que vivemos. As sombras projetadas no fundo são as coisas que percebemos. Os grilhões e as correntes são nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade.
O prisioneiro que se liberta e sai da caverna é o filósofo. A luz do sol é a verdade. O mundo iluminado pelo sol da verdade é a realidade. O instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros é a Filosofia.
A ética grega antiga :
Por natureza, os humanos buscam o beme a felicidade, que só podem ser alcançados por
meio da conduta virtuosa;
A virtude é uma excelência alcançada pelo caráter. A vontade guiada pela razão controla os instintos e impulsos irracionais descontrolados existentes na natureza de todos os seres humanos;
A conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que pode ou não realizar.
Aula 4 – Pensamento filosófico e os problemas éticos; Diferença entre ética e moral:
Características do agente consciente
Ele conhece a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido, a virtude e o vício.
Dotado de consciência moral, esse sujeito é capaz de deliberar diante de alternativas possíveis, a partir de avaliações sobre o valor dos atos e condutas e de agir em conformidade com os valores morais, tendo responsabilidade por suas ações e seus sentimentos e pelas consequências sobre o que faz e sente.
Aqui, é importante frisar que “consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética” (Chauí, p. 383).
A consciência moral é a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela situação, as consequências para si e para os outros, a conformidade entre os meios e os fins, a obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo (se aquilo que está estabelecido for imoral ou injusto).
A vontade, então, é um poder deliberativo e decisório do agente moral. Para exercer esse poder, ela deve ser livre, ou seja, não pode se submeter à vontade de outros, nem estar submetida aos instintos
(ou impulsos naturais cegos) e às paixões (sentimentos e emoções incontroláveis que dominam o agente). Ao contrário, deve ter poder sobre eles e elas, dominando-os e controlando-os.
Condições para existir o agente moral:
Ser consciente de si e dos outros, capaz derefletir e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a si;
Ser dotado de vontade;
Ser responsável, ou seja, reconhecer-se como o autor da ação, ter a capacidade de avaliar os efeitos e as
Consequências sobre si e sobre os outros,assumir a ação e as consequências, respondendo por elas;
Ser livre, não estar submetido a nenhum a poderes externos que o forcem a sentir, querer e fazer alguma coisa.
Ser dotado de vontade, isto é:
Capaz de controlar e orientar desejos, impulsos,tendências, paixões, sentimentos para conformá-los com as normas e valores ou virtudes reconhecidas pela consciência moral;
Dotado de capacidade para deliberar e decidir entre as alternativas possíveis;
O ativo ou virtuoso, quando se trata de ética, é aquele que consegue controlar seus impulsos, inclinações, paixões, reflete consigo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos.
Ele questiona se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aosexistentes.
Faz avaliações sobre a sua própria capacidade de criar para si mesmo as regras de conduta, age apenas depois de consultar sua razão e sua vontade.
Considera os outros sem subordinar-se ou submeter-se cegamente, responde pelo que faz, julga as suas próprias intenções e não aceita nem pratica violência contra si mesmo ou contra os outros. É assim que se torna autônomo e verdadeiramente livre.
Os meios e os fins
Afirmamos anteriormente que o campo ético é constituído pela pessoa moral e pelosvalores morais, mas há ainda um elemento importante: os meios para que os sujeitos realizem os fins.
No caso da ética, aquela famosa frase atribuída a Nicolau Maquiavel, de que os
fins justificam os meios, não é válida.
Dito de outra forma, artifícios não éticos, mesmo que utilizados com boa intenção,
não levarão objetivos éticos.
No caso da ética, nem todos os meios são justificáveis. Isso quer dizer que fins éticos exigem meios éticos.
Esta relação entre meios e fins leva em consideração a ideia de discernimento, ou seja, é preciso que se saiba distinguir entre meios morais e imorais, a partir da orientação da nossa cultura, da nossa sociedade.
#violência é forçar alguém a sentir e agir de forma contrária à sua natureza#
Segundo Chauí (p. 396):
Avontade objetiva é uma vontade impessoal, coletiva, social, pública e historicamente determinada.
Esse querer impessoal, social e histórico cria as instituições sociais, políticas, religiosas, artísticas e, com elas, a moralidade como sistema regulador davida coletiva por meio de mores, isto é, dos costumes e dos valores de uma sociedade, numa época determinada.
A moralidade é uma totalidade formada pelas instituições (família, religião, artes, técnicas, ciências, relações de trabalho, organização política etc.), que obedecem, todas, aos mesmos valores e aos mesmos costumes, educando os indivíduos para interiorizarem a vontade objetiva
de sua sociedade e de sua cultura.
O dever é o acordo pleno entre nossa vontade subjetiva individual e a totalidade ética ou moralidade. Cada sociedade definirá os valores e vícios, e o indivíduo deverá se colocar de acordo com as regras morais de sua cultura.
As sociedades podem entrar (e entram) em declínio quando o antigo acordo entre as vontades subjetivas individuaise a vontade objetiva institucional rompe-se, anunciando um novo período histórico.
Aula 5 – Quadro das doutrinas éticas fundamentais ao longo da história da Filosofia
Henri Bergson
Moral Fechada:
Pode ser definida como o acordo entre os valores e os costumes de uma sociedade e os sentimentos e as ações dos indivíduos que nela vivem.
É a moral repetitiva, habitual, respeitada quase automaticamente
por seus membros.
Moral Aberta:
Pode ser vista como uma criação de novos valores e de novas
condutas que rompem com a moral fechada, inaugurando uma
ética nova.
Os criadores éticos seriam indivíduos excepcionais, como santos, heróis, profetas, artistas, pois colocam suas vidas a serviço de um novo tempo, inaugurado por eles, graças a ações exemplares quecontrariam a moral fechada vigente.
Algumas décadas antes, Hegel diria que só é possível implantar a moral aberta quando a moralidade vigente está em crise, quando é percebida pelos membros da sociedade como extremamente opressora e repressora.
Esse rompimento só é possível quando a moral fechada vigente é percebida pelos indivíduos como violência, e não mais como expressão de liberdade.
#O que era visto como virtude ou vício no passado pode não ser assim considerado hoje.
Por exemplo: o trabalho, paraos gregos, era uma atividade menor e nunca poderia fazer parte dos valores do homem livre, pois era visto como coisa de escravos. No Cristianismo, passa a ser visto como virtude.
Todos já ouvimos a máxima de que “o trabalho enobrece o homem”, não é? Por oposição, o ócio, tão valorizado pelo homem grego como condição
para o exercício da filosofia e da política, passa a ser visto pelo cristianismo como o vício da preguiça.
Para Espinosa, vício é a fraqueza para existir, agir e pensar. É tornar-se passivo, deixando-se levar por causas externas, permitindo-lhes poder sobre si.
A virtude é a causa interna dos nossos sentimentos, atos e pensamentos.
Segundo MacIntyre, a virtude é aquela ação ou conduta na qual o agente, o ato e a finalidade são inseparáveis oumesmo idênticos.
A virtude é uma qualidade humana adquirida que, em qualquer esfera de vida e atividade, torna-nos capazes de alcançar um bem interno à própria prática ou à própria conduta, isto é, inseparável da ação que o busca e o realiza.
Aula 6 –A Responsabilidade - Liberdade x Determinismo
Introdução
Esta aula vai tratar da responsabilidade dentro das questões éticas. O que é necessário para que alguém seja responsabilizado por determinada conduta? Vamos ver a importância da consciência e daliberdade para que o agente possa fazer escolhas éticas. Bons estudos!
O que é responsabilidade?
O Dicionário Abagnano ou Japiasssu e Marcondes a define como “a obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros; caráter ou estado do que éresponsável”.
Qual seria, então, a relação entre responsabilidade e moral?
Pode-se afirmar que, para considerarmos um ato como moral é preciso que o agente possa responder pelo que fez e também pelos resultados ou consequências de sua ação ou inação.
Oproblema da responsabilidade moral se relaciona com o da necessidade e da liberdade humanas, pois somente ao admitir que o agente tem certa liberdade de opção e de decisão é que se pode responsabilizá-lo por seus atos, omissões e negligências. 
Comovimos na segunda aula, a necessidade é relativa às coisas e
acontecimentos que não podem ser diferentes do que são.
 
Necessário é tudo aquilo que não pode não ser.
 
Como exemplo de necessidade, pensemos no ato de se alimentar.
Não há possibilidade de continuar vivo se você não se alimentar.
Atos
O ato não pode ser julgado apenas a partir de uma norma. Deve ser examinado pelas condições concretas nas quais se realiza, levando em consideração se existe a possibilidade de opção e de decisão para imputar-lhe uma responsabilidade moral.
Constituintes do campo ético
Então, quais seriam as condições necessárias e suficientes para imputar a alguém uma responsabilidade moral por determinado ato?
Desde o tempo de Aristóteles, colocam-se duas condições fundamentais:
1. Que o sujeito não ignore as circunstâncias, nem as consequências de sua ação; isto é, que o seu comportamento seja consciente.
2. Que a causa de seus atos esteja nele próprio (causa interior), e não em outro agente (causa exterior) que o force aagir de determinada maneira, contrariando sua vontade; isto é, que a conduta seja livre.
Dotado de consciência moral, esse sujeito é capaz de deliberar diante de alternativas possíveis, a partir de avaliações sobre o valor dos atos e condutas.
 
Ele age em conformidade com os valores morais, tendo responsabilidade por suas ações, seus sentimentos e pelas consequências sobre o que faz e sente.
Vamos agora refletir sobre uma das principais questões quando se trata da nossa temática.
Quais são os constituintes do campo ético?
Segundo Marilena Chauí, para que haja conduta ética, é necessário existir o agente consciente. Esse agente conhece a diferença entre o bem e o mal, o certo e o errado, o permitido e o proibido, a virtude e o vício.
Agente moral
O agente moral só pode existir se preencher as seguintes condições:
Ser consciente de si e dos outros
Capaz de refletir e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a si.
Ser dotado de vontade
Capaz de controlar e orientar desejos,impulsos, tendências, paixões e sentimentos, para conformá-los com as normas e valores ou virtudes reconhecidas pela consciência moral;
Capaz de deliberar e decidir entre as alternativas possíveis:
ser responsável e ser livre.
Ser responsável
Reconhecer-se como o autor da ação, ter a capacidade de avaliar os efeitos e consequências sobre si e sobre os outros, assumir a ação e as consequências, respondendo por elas.
Ser livre
Não estar submetido a poderes externos que o forcem a sentir, querer e a fazeralguma coisa. A liberdade não diz respeito só a poder escolher entre vários possíveis; é poder de autodeterminação, fornecendo a si mesmo as regras de sua própria conduta.
Distinção entre passividade e atividade
Aqui a liberdade deve ser entendida como opoder de autodeterminação.
Isso nos traz a ideia de distinção entre passividade e atividade.
Conforme nos ensina Chauí (p. 384):
    Passivo é aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e
    paixões, pelas circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo
    medo dos outros, pela vontade de outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade.
O ativo ou virtuoso, quando se trata de ética, é aquele que:
	Consegue controlar seusimpulsos, inclinações e paixões;
	Reflete consigo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos;
	Questiona se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes;
	Faz avaliações sobre a sua própria capacidade de criar para si mesmo
as regras de conduta;
	Age apenas depois de consultar sua razão e sua vontade;
	Considera os outros sem subordinar-se ou submeter-se cegamente;
	Responde pelo que faz, julga as suas próprias intenções e não aceita,
	nem pratica violência contra si mesmo ou contra os outros.É assim que se torna autônomo e verdadeiramente livre.
O campo ético é, então, constituído pelo agente moral e pelos valores morais ou virtudes éticas, também considerados os fins da ação ética oua finalidade da vida moral.
Valores – vícios e virtudes
Com relação aos valores, a ética mostra a maneira como uma cultura e uma sociedade definem para si o que julgam ser o mal e o vício, a violência e o crime e, por oposição, o que consideram ser o beme a virtude, a brandura e o mérito.
Independentemente do conteúdo e da forma oferecidos por cada cultura, todas as culturas consideram virtude como algo que é o melhor sentimento, como conduta e como ação.
Ao contrário, o vício é o pior como sentimento,conduta ou ação. O vício é a baixeza dos sentimentos e das ações.
A virtude é a excelência, a realização perfeita de um modo de ser, sentir e agir.
Por realizar-se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral.
 
Consequentemente, embora do ponto de vista da sociedade que a institui uma ética seja sempre considerada universal (porque seus valores são obrigatórios para todos os seus membros), de fato, todaética está em relação com o tempo e a história, transformando-se para responder a exigências novas da sociedade e da cultura, pois somos seres históricos e culturais e nossa ação se desenrola no tempo.
Os fins e os meios
Afirmamos que o campo ético é constituído pela pessoa moral e pelos valores morais, mas há ainda um elemento importante: os meios para que os sujeitos realizem os fins.
No caso da ética, aquela famosa frase atribuída a Nicolau Maquiavel, “os fins justificam os meios”, não é válida. Dito de outra forma, artifícios não éticos, mesmo que utilizados com boa intenção, não levarão a objetivos, éticos.
 
No caso da ética, nem todos os meios são justificáveis. Isso quer dizer que fins éticos exigem meios éticos.
Esta relação entre meios e fins leva em consideração a ideia de discernimento. Ou seja, é preciso que se saiba distinguir entre meios morais e imorais, a partir da orientação da nossa cultura e da nossa sociedade.
Consciência e liberdade são palavras-chave para o nosso estudo. Agora vejamos a definição de liberdade e a importância deste elemento para a vida
moral.
Determinismo
Vamos falar agora das doutrinas entre dois polos que tornam a ética impossível. O primeiro deles é o determinismo.
 
Se ele é total, não há ética, porque esta serefere às ações humanas. Se elas são determinadas de fora para dentro, não existe espaço para a liberdade, como autodeterminação; consequentemente, não há espaço para a ética.
Existem algumas formas muito conhecidas de determinismo, veja a seguir.
• Ofatalismo - Assumimos que tudo o que acontece é porque tinha de acontecer assim. Se a fatalidade, ou o destino, nos move o tempo inteiro, não temos liberdade, nem presente ou futuro. Se tudo o que vai acontecer já estava decidido, vivemos em um eterno passado.
• A doutrina de um Deus dominador - Tudo o que fazemos é decidido por ele, de modo que não temos liberdade.
• Materialismo estrito - A natureza, ou lei natural, rege todos os nossos atos. Assim, os condicionamentos materiais (como os econômicos) decidem por nós. No caso de objetividade total dominando o sujeito, não existe mais espaço para a liberdade e, consequentemente, para a ética.
Libertarismo
O extremo oposto ao determinismo é a concepção que acredita em uma liberdade total e absolutamente incondicionada.
O libertarismo prega que ser livre é decidir e operar como se deseja, isto é, poder agir de modo como faríamos se quiséssemos e decidíssemos. Neste caso, tem-se uma liberdade de decisão e de ação que foge à determinação causal.
O desenvolvimento da liberdade se liga ao desenvolvimento do homem como ser prático, transformador ou criador.
Está vinculado ao processo de produção de um mundo humano ou humanizado, que transcende o mundo dado, natural, bem como ao processo de autoprodução do serhumano que constitui precisamente a sua história.
De acordo com Adolfo Sanchez-Vasquez (2011, p. 123):
 
A liberdade se apresenta como um dado da experiência imediata ou como uma convicção inquebrantável que não pode ser destruída pela existência da causalidade.
 
E, embora se admita que o homem estaria sujeito a uma determinação causal – por ser parte da natureza e viver em sociedade -, acredita-se que exista uma esfera do comportamento humano – e muito especialmente a moral – na qual é absolutamente livre; isto é, livre a respeito da determinação dos fatores causais.
 
Esta posição é compartilhada também, no fundo, por aqueles que vêem na determinação interior da vontade, ou autodeterminação, uma nova forma de causalidade.
A liberdade
Conforme Sanchez-Vasquez (2011:130), Karl Marx  acreditava que:
A liberdade não é somente um assunto teórico, pois a compreensão da necessidade não basta para que o homem seja livre, visto que a liberdade implica – como assinalamos – uma atividade prática transformadora. Mas, sem o conhecimento da necessidade, também não há liberdade; por isso, é uma das suas condições necessárias.
O conhecimento e a atividade prática, sem os quais a liberdade humana não existiria, não tem como sujeito indivíduos isolados, mas indivíduosque vivem em sociedade, que são sociais por sua própria natureza e estão inseridos na rede das relações sociais que, por sua vez, variam historicamente.
 
Por todas essas razões, a liberdade também possui um caráter histórico-social. Os níveis de liberdadesão níveis de desenvolvimento do homem como ser prático, histórico e social.
Disso se conclui que não podemos falar da liberdade humana em abstrato, fora da história e da sociedade.
A liberdade  - como compreensão da necessidade causal
Seja a liberdadecomo poder do homem sobre a natureza, seja como domínio sobre a sua própria natureza, a liberdade implica uma ação humana baseada na compreensão da necessidade causal.
É uma liberdade que não exclui a necessidade. Ao contrário, supõe sua existência e a ação dentro de sua própria esfera.
São condições para imputar responsabilidade moral a um agente:
Consciência e Liberdade
São forma de determinismo
O fatalismo, a doutrina de um Deus dominador, o materialismo estrito
Em nossa sétima aula, trataremos dastemáticas recorrentes da Filosofia ocidental, ou seja, justiça, morte, liberdade e poder.
Aula – 7 Temáticas recorrentes da filosofia ocidental: Liberdade e poder
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Estudar as relações entre justiça, morte,liberdade e poder e ética.
Introdução
Nesta aula, vamos estudar categorias importantes quando se trata das reflexões sobre a moral: as concepções de justiça, morte, liberdade e poder. Vamos partir da definição de poder, estabelecendo sua relação com liberdade e justiça, para chegarmos ao ponto da vida e da morte e suas relações com a ética. Bons estudos!
Já percorremos mais da metade de nossa disciplina e, até aqui, demos bastante importância a um tema recorrente quando se discute a questão ética: aliberdade.
 
Nesta aula, veremos que a liberdade não é um assunto isolado, que paira no mundo abstrato. Liberdade tem muito a ver com poder, justiça, vida e morte. E tudo isso junto jamais se desvincula da moral.
Poder
Poder é o tipo de palavra que possuivários significados e sentidos. Aranha e Pires (1993, p. 182) consideram-no genericamente como sendo “a capacidade ou possibilidade de agir, de produzir efeitos desejados sobre indivíduos ou grupos humanos”.
Então, o poder tem dois polos, ou dois extremos:
1. Diz respeito àquele que exerce o poder;
2. Referente àqueles sobre quem o poder é exercido.
De acordo com o que vimos, conclui-se que o poder é a relação ou o conjunto de relações pelas quais indivíduos ou grupos interferem na atividade de outros indivíduos ou grupos.
O que faz com que isso aconteça?
A resposta para essa pergunta é aparentemente simples: é preciso que aquele que exerce o poder tenha força.
Aqui entendemos força como instrumento para o exercício do poder, não se restringindo apenasà força física, coerção, violência, pois estes são apenas tipos de força.
Um dos tipos de força que muito nos interessa é o poder do Estado sobre os cidadãos, pois, desde a Idade Moderna, se apresenta como a instância por excelência do exercício do poderpolítico.
Estado
Desde então, com a criação das monarquias nacionais, o Estado se fortaleceu e passou a significar a posse de um território no qual o comando sobre os habitantes se realiza a partir da centralização do poder cada vez maior.
Cabe agoraapenas ao Estado aplicar as leis, recolher impostos e ter um exército. O monopólio dos serviços essenciais para garantir a ordem interna e externa exige o desenvolvimento do aparato administrativo fundado em uma burocracia controladora.
O sociólogo alemão Max Weber, em suas reflexões sobre o poder e suas formas legítimas, afirmou que o Estado moderno tem dois elementos constitutivos:
1. A presença do aparato administrativo para a prestação de serviços públicos.
2. O monopólio legítimo da força.
Cabelembrar que, mesmo que a força física seja condição necessária e exclusiva do Estado para a garantia do funcionamento e da ordem na sociedade, jamais será condição suficiente para a manutenção do poder.
O poder precisa de legitimidade
Dito de outra forma, o poder do Estado, apenas sustentado na força, não pode durar. Para que se mantenha, ele precisa de legitimidade, do consentimento daqueles que obedecem.
Sobre isso, vejamos o que afirmam Aranha e Pires (1993, p. 183):
    Ao longo da História humana foram adotados os mais diversos
    princípios de legitimidade de poder: nos Estados teocráticos, o
    poder considerado legítimo vem da vontade de Deus; ou da
    força da tradição, quando o poder é transmitido de geração em
    geração, como nas monarquias hereditárias.
Nos governos aristocráticos, apenas os melhores podem ter funções de mando; é bom lembrar que os considerados melhores variam conforme o tipo de aristocracia: os mais ricos, ou os mais fortes, ou os de linhagem nobre, ou até a elite do saber; na democracia, vem do consenso, da vontade do povo.
A discussão acerca da legitimidade do poder se relaciona
aqui com a liberdade e as demais problemáticas éticas. Ela tem a ver com a questão de que a obediência é devida apenas ao comando do poder legítimo, segundo o qual a obediência é voluntária e, por isso, livre.
 
Fosse de outra forma, existiria o direito à resistência, que leva à turbulência social. Ainda restaria também examinar as condições que permitem estabelecer os limites do poder.
Perceba que falar em poder é fazer referência também aos regimes de governo e, ao pensar nisso, não podemos deixar de mencionar a democracia.
Democracia é uma palavra grega, derivada dos vocábulos demos e kratos.
A primeira elaboração teórica sobre o ideal democrático foi formulada pelos atenienses, cujos cidadãos tinham a capacidade de decidir os destinos da polis.
É na praça pública que o povo grego se encontra para, por meio do discurso, decidir os destinos políticos.  Em Atenas, a democracia era do tipo direto.
 
É importante notar que, em Atenas, o conceito de cidadania era muito diferente do que conhecemos hoje.
Para um ateniense, cidadão era homem, adulto, proprietário dos bens. Mulheres, escravos e crianças eram vistos como meras propriedadesdesses senhores. Neste tipo de democracia, valores que pertenciam a apenas umas classes foram considerados universais.
Historicamente, a democracia reaparece com roupagens novas.
Não nos deteremos aqui em traçar um roteiro da sua existência ao longo dos séculos.
Interessa-nos saber qual é o lugar do poder na democracia.
Como apontam Aranha e Pires (2005, p. 184), para o cientista político Claude Lefort, “é o lugar vazio, ou seja, é poder com o qual ninguém pode se identificar e que será exercido transitoriamente por quem foi escolhido para tal”.
Não deve existir, então, elitismo ou ditadura da maioria. Democracia também pressupõe as ideias de conflito, abertura e rotatividade.
Definição de justiça
No Dicionário Online de Português, encontramos a seguinte definição para justiça:
 
    Virtude moral pela qual se atribui a cada
    indivíduo o que lhe compete: praticar a justiça.
 
    Direito: ter a justiça a seu lado.
 
    Ação ou poder de julgar alguém, punindo ou
    recompensando: administraçãoda justiça.
 
    Conjunto de tribunais ou magistrados:
    recorrer à justiça.
Ética e Justiça
Qual seria a relação entre ética e justiça?
Sendo a ética a busca do bem, do bom, não só para si, mas para os seus semelhantes, pode-se afirmar que essarelação é muito estreita.
Justiça pressupõe a ideia de igualdade, pois todas as leis e regras, mesmo aquelas não escritas, devem ser aplicadas a todos, sem distinção. Assim, a justiça procura garantir a igualdade entre todos os cidadãos, por isso é comumouvirmos a expressão “justiça social”.
Em uma sociedade democrática, é impensável que não se busque, embora nem sempre se consiga, a justiça social, os direitos, a proteção contra os abusos e o direito de ter direitos.
 
É impensável também, em nosso tipode sociedade, que alguns tenham negados os direitos que garantem a dignidade, o bem-estar e, no limite, a vida.
A vida e a morte
Para os seres humanos, vida e morte não são meros acontecimentos biológicos. De acordo com Chauí (2012, p. 423), a vida e a morte são acontecimentos simbólicos, são significações, possuem sentido e fazem sentido.
Só o ser humano tem noção da finitude da vida e, para alguns filósofos, a vida só se completa com a morte.
É o fim da vida que permite dizer quem uma pessoa realmentefoi, pois, enquanto ela estava viva, havia a possibilidade de toda a sorte de mudanças.
 
Vive-se com os outros, morre-se sozinho. A vida é estar com os outros. A essência da vida é intercorporeidade e intersubjetividade.
Você sabe qual é a relação entrevida, morte e ética?
Qual a relação entre vida, morte e ética?
Marilena Chauí (2012, p. 423) responde:
A ética é o mundo das relações intersubjetivas, isto é, entre o eu e o outro como sujeitos e pessoas, portanto, como seres conscientes, livres e responsáveis.
 
Nenhuma experiência evidencia tanto a dimensão essencialmente intersubjetiva da vida e da vida ética quanto a do diálogo.
A vida é intersubjetividade corporal e psíquica, é reciprocidade entre sujeitos e, por isso, tantos filósofosconsideravam a amizade como a virtude proeminente, expressão do mais alto ideal de justiça.
Para Espinosa, o ser humano é mais livre na companhia de outros do que na solidão.
Só os seres humanos livres têm gratidão e reconhecimento pelos outros porque sujeitos livres agem com boa-fé e nunca com fraude.
Aula 8 – Temática brasileira – os direitos humanos
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Reconhecer o conceito de Direitos Humanos;
2 - Reconhecer o histórico dos Direitos Humanos;
3 - Verificar ohistórico dos Direitos Humanos no Brasil;
4 - Analisar as relações entre ética, cidadania, Direitos Humanos e Segurança Pública.
Introdução
Nesta ocasião, estudaremos categorias importantes quando se trata das reflexões sobre a moral. Analisaremos, então,as concepções de justiça, morte, liberdade e poder. É claro que, neste ponto, já tendo estudado o tema da liberdade quase que exaustivamente, nos restringiremos apenas a relacioná-la com os outros assuntos. Vamos, então, partir da definição de poder, estabelecendo a sua relação com liberdade e justiça para chegarmos ao ponto da vida e da morte e suas relações com a ética, os Direitos Humanos e a Segurança Pública.
Nesta aula, entraremos em um campo mais concreto, utilizando as categorias que conhecemos mais detidamente até agora e estudaremos as temáticas brasileiras relacionadas à ética e cidadania.
 
Nesse encontro, examinaremos detalhadamente os direitos humanos fundamentais, suas relações com a ética e a cidadania e com a Segurança Pública.
O Brasil éum Estado Democrático de Direito, baseado no respeito aos Direitos Humanos. Os profissionais de Segurança Pública, em nosso país, devem ter noção de sua relevância no processo de democratização e na construção e ampliação da percepção da cidadania no seioda sociedade.
DIREITOS HUMANOS
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Ao começar nosso estudo, vamos analisar a definição de Direitos Humanos. Para tanto, observemos o que encontramos no Portal Brasil do Governo Federal sobre o tema:
Os Direitos Humanossão os direitos essenciais a todos os seres humanos, sem que haja discriminação por raça, cor, gênero, idioma, nacionalidade ou por qualquer outro motivo (como religião e opinião política).
Eles podem ser civis ou políticos, como o direito à vida, àigualdade perante a lei e à liberdade de expressão. Podem também ser econômicos, sociais e culturais, como o direito ao trabalho e à educação e coletivos, como o direito ao desenvolvimento.
A garantia dos direitos humanos universais é feita por lei, na forma de tratados e de leis internacionais, por exemplo.
Os Direitos Humanos têm algumas características importantes. São elas:
Não há prazo de validade para os Direitos Humanos Fundamentais, porque eles são permanentes.
DUDH
Como vimos, uma dascaracterísticas dos Direitos Humanos é a universalidade e esse documento é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação, defendendo a igualdade e as liberdades fundamentais que devem ser aplicados a cada cidadão do planeta.
Outros documentos que reagiam contra tratamentos desumanos e injustiças já tinham sido assinados anteriormente, tais como:
• a Declaração de Direitos Inglesa (após as Guerras Civis Inglesas, em 1689, para pregar a democracia) e;
• a Declaração dos Direitos do Homem e doCidadão, redigida em 1789, pouco depois da
  Revolução Francesa para proclamar a igualdade para todos.
Histórico dos Direitos Humanos
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Resolução 217 A (III) na Assembleia Geral da ONU, em 10de dezembro de 1948.
1945 - Com o fim da Segunda Grande Guerra Mundial e com a criação da Organização das Nações Unidas, ambos em 1945, os líderes mundiais acharam
por bem complementar a promessa da comunidade internacional de não mais permitirem que, novamente, ocorressem atrocidades como as cometidas na Segunda Guerra e, para isso, elaboraram um guia para garantir os direitos de todas as pessoas e em todos os lugares do globo terrestre.
1946 - O documento (a guia) foi apresentado na primeira AssembleiaGeral da ONU, em 1946, e encaminhado à Comissão de Direitos Humanos para que fosse utilizado na preparação de uma declaração internacional de direitos.
1947 - Os membros da comissão, na primeira sessão, em 1947, foram autorizados a elaborar o “esboço preliminar da Declaração Internacional dos Direitos Humanos”.
 
Foi formado, então, um comitê composto por membros de 8 países e presidido por Eleanor Roosevelt, viúva de Franklin Roosevelt. Esse comitê também contou com a participação do francês René Cassin, responsável pelo primeiro esboço da declaração.
1948 - O primeiro rascunho da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cuja redação contou com a participação de representantes de mais de 50 países, foi apresentado em setembro de 1948 e teve seu textofinal concluído em menos de 2 meses.
Na Constituição Brasileira de 1988 encontramos a institucionalização e a instauração de um regime político democrático no Brasil. A partir dela, os Direitos Humanos ganham importância, o que faz dessa constituição um documento abrangente e pormenorizado sobre os Direitos Humanos, nunca antes adotados no Brasil.
Também conhecida como Constituição Cidadã.
Esta Carta Magna traz um indiscutível avanço na consolidação legislativa das garantias e direitos fundamentais e naproteção de setores vulneráveis da sociedade brasileira.
Para o tenente-coronel da PMDF, Suamy Santana da Silva (Curso Nacional de Multiplicador de Polícia Comunitária, p. 228),
    A consolidação das liberdades fundamentais e das instituições democráticas no
    país, por sua vez, muda substancialmente a política brasileira de Direitos
    Humanos, possibilitando um progresso significativo no reconhecimento de
    obrigações internacionais neste âmbito.
    Desde seu preâmbulo, a Carta de 1988 projeta a construção de um Estado
    Democrático de Direito, “destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
    individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade
    e a justiça, como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem
    preconceitos (...)” (José Joaquim Gomes Canotilho).
Em 1977, foi criada, no âmbito do Ministério da Justiça, a Secretaria de Direitos Humanos.
 
Em 2003, essa secretaria ganhou o status de ministério e, a partir de2010, recebeu o novo nome de Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e, atualmente, é responsável pela articulação interministerial e intersetorial das políticas de promoção e proteção aos Direitos Humanos no Brasil.
Sabemos que é obrigação do Estado garantir a lei, a ordem, a paz e a segurança. Os Estados, na maior parte das vezes, entrega esta incumbência às organizações, civis, militares ou paramilitares.
Aos profissionais de Segurança Pública cabe, hoje, além da aplicação da lei, a promoção e a proteção dos Direitos Humanos.
As funções das organizações de aplicação da lei, independente de suas origens, estruturas ou vinculações, estão geralmente relacionadas a:
Manutenção da ordem pública
Prestação de auxílio e assistência em todos os tipos de emergência
Prevenção e detecção do crime
Por muito tempo, o tema dos Direitos Humanos foi visto como oposto ao da Segurança Pública. O autoritarismo vigente no país, entre 1964 e 1984 promoveu uma cisão entre polícia e sociedade, como se os profissionais da Segurança Pública não fizessem parte do corpo social.
Polícia
A polícia passou a ser caracterizada, equivocadamente, pelos segmentos mais progressistas da sociedade como afeta à repressão antidemocrática, à truculência, ao conservadorismo.
Depois da “abertura democrática”, os defensores dos Direitos Humanos começaram a ser vistos como “defensores de bandidos” e da impunidade.
Todas as visões são equivocadas e prejudicadas pelo preconceito.
É necessário estabelecer parcerias entre a sociedade e as forças de Segurança Pública para o alcance de uma sociedade mais justa, pois todos somos defensores da mesma democracia.
Para o autor(p. 257),
    O policial, pela natural autoridade moral que
    porta, tem o potencial de ser omais marcante
    promotor dos Direitos Humanos, revertendo o
    quadro de descrédito social e qualificando-se
    como um personagem central da democracia. As
    organizações não governamentais que ainda não
    descobriram a força e a importânciado policial
    como agente de transformação, devem abrir-se,
    urgentemente, a isso, sob pena de, aferradas a
    velhos paradigmas, perderem o concurso da ação
    impactante desse ator social.
De acordo com Suamy Santana da Silva, a polícia que age como uma instituição de serviço à cidadania, em uma de suas demandas mais básicas, isto é, a Segurança Pública, tem todas as condições para ser altamente respeitada e valorizada.
 
Porém, é preciso que recobre a consciência da importância de seu papelsocial e a sua autoestima. Esse caminho só pode ser seguido ao superar os paradigmas passados.
Aula 9 – Direitos Humanos de pessoas em situações de vulnerabilidade
Ao final desta aula, você será capaz de:
1 - Estudar as relações entre a atuação policial e a proteção dos Direitos Humanos de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Introdução
Esta aula tratará da questão da segurança pública e a proteção dos direitos humanos das pessoas em situação de vulnerabilidade. Analisaremos, então, como os profissionais de segurança pública devem abordar e conduzir mulheres, crianças e adolescentes, pessoas envolvidas em situações de racismo e discriminação racial e pessoas com deficiência. Bons estudos!
Esta aula tratará da questão dasegurança pública e a proteção dos direitos humanos das pessoas emsituação de vulnerabilidade.
 
Analisaremos, então,como osprofissionais de segurança pública  devem abordar e conduzir mulheres, crianças e adolescentes, pessoas envolvidas em situações de racismo e discriminaçãoracial e pessoas com deficiência.
 
Perceberemos, com esse estudo,que é fundamental que os integrantes das corporações responsáveis pela segurança pública sejam constantemente capacitados e encorajados a pensar em seu relevante papel quando se trata da garantia dos direitos e dacoibição de abusos.
Na última aula, estudamos as relações
entre Direitos Humanos e Ética.
Vimos que o profissional da Segurança Pública deve ser um agente de garantia dos direitos
de todo e qualquer cidadão, afinal, os Direitos Humanos são universais, inalienáveis e irrenunciáveis.
 
Contudo, há alguns grupos sociais que são injustamente tratados ou percebidos com desconfiança. 
Em 2010, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça lançou a cartilha intitulada “Atuação policial na proteção dos direitos humanos de pessoas em situação de vulnerabilidade”. Seu objetivo é reforçar aspectos da atividade policial pautada na legalidade e no respeito aos Direitos Humanos.
Essa publicação oferece subsídios teóricos e práticos aos profissionais de segurança pública no exercício de suas ações, que devem estar ligadas à garantia dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Devido à complexidade do seu papel
no ambiente democrático, os (as) profissionais de segurança pública
devem ser periodicamente qualificados (as) e atualizados (as) no que diz respeito à conduta e às responsabilidades inerentes à sua atuação.
 
A cartilha mostra as diretrizes que devem ser observadas na abordagem e encaminhamento, realizados por policiais e guardas municipais, de cidadãos e cidadãs em situação de vulnerabilidade.
Alguns exemplos desses cidadãos são: mulheres; crianças e adolescentes; idosos; pessoas com deficiência; pessoas em situação de rua; gays,
lésbicas, travestis e transexuais.
 
Em nossas duas últimas aulas, vamos nos ocupar exatamente disso. Vamos lá?
Sabemos que deve existir igualdade de direitos entre homens e
mulheres e mecanismos que garantam a não discriminação entre
os sexos.
 
Todavia, também é notório que as mulheres estão em situação
de vulnerabilidade, pois são vítimas de discriminação de gênero,
sofrendo violência física, psicológica e sexual.
 
É por esta razão que existem políticas específicas para as
mulheres, ou seja, para que as desigualdades sejam minimizadas.
É preciso proteger a mulher capturada ou detida, agindo da seguinte forma:
A mulher detida deve ser conduzida separada dos indivíduos de sexo masculino;
Ela deve ser colocada em local exclusivo para o sexo feminino;
Tenha cuidados especiais durante a abordagem e condução da mulher gestante e lactante, respeitando suas limitações físicas;
De acordo com o Art. 766 do Código de Processo Penal,
“a internação das mulheres será feitva em estabelecimento próprio ou em seção especial”.
Nos casos em que a mulher é a vítima da violência, a vítima deverá ser entrevistada e orientada, preferencialmente, por policial feminina.
Na entrevista, é importante saber:
 
 Quem é o agressor e qual o seu parentesco ou relacionamento
  com a  vítima;
 Se houve agressões anteriores;
 Se o agressor ingeriu bebidas alcoólicas ou fez uso de outras drogas   
  ilícitas;
 Se foi utilizada arma de fogo ou arma branca (facas, canivetes,
  estiletes, lâminas);
 Se o agressor já ameaçou a vítima de morte.
A discriminação de gênero pode atingir a profissional de segurança pública quando elas são desencorajadas a exercer tarefas operacionais. Assim, deve-se promover e incentivar a integração da mulher nas profissões ligadas à segurança pública.

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