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1 A.T. Análise Transacional, uma ferramenta para condução de times FACULDADE ESTÁCIO Disciplina: Planejamento na condução de Times Professor: Jovan Leite 2 ÍNDICE Assunto Página Introdução ................................................................................................ 03 Sobre o Autor ........................................................................................... 04 Análise Trasacional .................................................................................. 06 Estados do Ego ......................................................................................... 07 Transações ................................................................................................ 08 Carícias ..................................................................................................... 09 Textos Complementares ........................................................................... 11 Execícios de Fixação................................................................................ 14 Bibliografia .............................................................................................. 15 Teste do seu perfil transacional ............................................................... 16 3 Introdução A Análise Transacional é uma filosofia humanística que pode ser resumida na frase "Eu estou OK e você está OK". É uma teoria da psicologia individual e social. Consiste num conjunto de técnicas destinadas a ajudar as pessoas a compreender e modificar seus sentimentos e comportamentos. É também uma filosofia de vida, uma tomada de posição quanto ao ser humano. Um conjunto de técnicas de mudanças positivas. Se constitui em um modelo prático e útil para se modelar as relações entre "organismos" porque é fácil de aprender; permite que as pessoas se comuniquem numa linguagem fácil e compreensível; possibilita uma melhor compreensão de si mesmo, dos outros e das transações; permite melhor integração social; permite um tipo de auto avaliação sem maiores riscos e é um método para analisar não apenas pessoas mas também roteiros de vida. A Análise Transacional (AT) é uma teoria do desenvolvimento do comportamento nada complexa. É chamada de Análise Transacional por tratar do relacionamento humano como sendo composto, basicamente, de "transações", uma palavra de amplo uso no campo comercial e organizacional; "transação" implica na troca de bens e serviços entre duas ou mais pessoas. Na AT a "transação" tem essa conotação, pela qual "eu lhe dou alguma coisa, e você me dá alguma coisa em troca". Em AT, uma "transação" é na verdade, qualquer "movimento ou ação que uma pessoa empreende no seu relacionamento com os outros, provocando outro movimento ou ação de volta". A teoria fundamental da AT foi escrita por Eric Berne, psiquiatra canadense (1910- 1970). Os tijolos que constróem a AT são os estados de ego que são, de acordo com Berne, (1961), as posições psicológicas tomadas pelo indivíduo e que são fenomenologicamente observáveis. 4 Sobre o Autor – Análise Transacional Eric Berne (Montreal, Quebec no Canadá, 10 de maio de 1910 - Califórnia, 1970), nascido Eric Lennard Bernstein médico e psiquiatra naturalizado estado-unidense. Filho do médico David Hiller Bernstein e da jornalista e escritora Sarah Gordon Bernstein, foi o criador da abordagem da psicologia chamada Análise Transacional (AT). A sua família imigrou da Polônia e da Rússia para o Canadá. O pai faleceu prematuramente de tuberculose, na idade de 38 anos. Eric Berne bacharelou-se em Medicina (1935) e fez mestrado de Cirurgia na Universidade McGill. Em 1936 iniciou residência na Clínica de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde trabalhou por dois anos. Quando se tornou cidadão norte-americano, o que ocorreu por volta de 1938, mudou seu nome de Eric Lennard Bernstein para simplesmente Eric Berne. Sofreu forte influência da psicanálise durante dez anos, nos quais desenvolveu diversos estudos significativos, até o surgimento da AT. Na realidade em 1956, quando requereu seu reconhecimento como psicanalista, o seu pedido foi rejeitado, sendo-lhe recomedado que voltasse a requerer o seu reconhecimento após mais quatro anos de análise e estudos, o que o deixou muito decepcionado. Após o fato, Berne começou a perceber que não pensava como psicanalista e na realidade, suas teorias estavam embrionando uma nova abordagem, uma variação da psicanálise, que mais tarde chamou Análise Transacional. Berne criticava a psicanálise por relegar a cura dos pacientes a um segundo plano, assim como preocupar-se em excesso com a análise da personalidade do indivíduo, para ele "as pessoas nascem príncipes e princesas, até que seus pais as transformem em sapos". Para Berne a psicologia deveria preocupar-se em curar primeiro e investigar depois e sua fé na natureza humana o fazia defender a idéia de que são circunstâncias externas e não fraquezas internas que levam as pessoas a se tornarem "pacientes" psiquiátricos. Achava certas palavras, como esquizofrênico, maníaco, paranóico, especialmente insultuosas, era um homem espirituoso e admirava as crianças e a criança nos outros. Seus clientes eram tratados como iguais e com igual responsabilidade pelo processo terapêutico, não achava correto tratá-los como se não pudessem compreender o que se passava com eles e dizia: "Qualquer coisa que não se deva dizer na frente de um paciente, não merece ser dita em geral", acreditava que a cooperação e o consentimento era um grande passo para a cura. Afirmava que: "Um Analista Transacional tentará curar seu paciente na primeira sessão. Se não conseguir passará a semana seguinte pensando, e tentará curá-lo na segunda sessão e assim por diante, até que se obtenha êxito ou admita o fracasso." 5 Steiner(1976) cita Berne em sua última aparição em público: "Outra forma pela qual nós (psicoterapeutas) escapamos de fazer qualquer coisa é a falácia sobre a personalidade total. Uma vez que a personalidade toda está envolvida, nos perguntamos: Como se pode esperar curar alguém, particularmente em menos de cinco anos? OK, eis como. Se um homem tem um dedo do pé infeccionado por causa de um espinho, começa a mancar um pouco, e os músculos da sua perna se enrijecem. Para compensar seus músculos da perna enrijecidos, os músculos das suas costas precisam se retesar, e em seguida os músculos do pescoço se retesam; e então os músculos do couro cabeludo; e em pouco tempo terá dor de cabeça. Fica com febre por causa da infecção; seu pulso aumenta. Em outras palavras, tudo está envolvido - toda sua personalidade, inclusive sua cabeça que dói, e chega mesmo a se enfurecer com o espinho ou quem quer que o tenha colocado aí, de modo que é capaz de gastar muito tempo indo a um advogado. Envolve toda a sua personalidade. Então chama o cirurgião. Este vem, olha para o sujeito e diz: "Bem, é algo muito sério. Como você pode ver, envolve toda sua personalidade. Todo o seu corpo está envolvido. Você está com febre; está respirando depressa demais; seu pulso está elevado; todos os seus músculos estão tensos. Penso que três ou quatro anos... é claro que depende muito de você... mas acho que em três ou quatro anos... poderemos curar esta condição. O paciente diz: humm, OK. Amanhã entrarei em contato consigo, e vai procurar outro cirurgião, e o outro cirurgião diz: Oh, você está com o artelho infeccionado por causa deste espinho. E pega um par de pinças e puxa o espinhopara fora, e a febre desce, o pulso diminui, os músculos relaxam e o sujeito volta ao normal dentro de quarenta e oito horas, menos talvez. Assim é a nova menira de praticar psicoterapia. É como descobrir um espinho e arrancá-lo. Berne sentia que um terapeuta efetivo deveria ser mais ativo na busca da cura de seus pacientes, o que a psicanálise daquela época discordava. A necessidade de uma cura mais rápida surgiu em 1945, quando Berne, psiquiatra que trabalhava na seleção do exército, via-se obrigado a realizar o "exame psiquiátrico" em 25.000 soldados, de onde dispunha em média de 40 a 90 segundo para analisar os candidatos. Berne utilizava um método simples que constituía de duas perguntas seguidas de uma observação. As perguntas eram: "Você é nervoso?" e "Você alguma vez já procurou um psiquiatra?". Com isso ele percebeu que poderia predizer, com grande margem de acertos, as respostas que os candidatos dariam, apesar de todos vestirem-se da mesma forma. Partindo destas observações ele resolveu ir além, decidindo adivinhar as ocupações dos soldados sem observar os registros e percebeu que também havia um alto grau de acertos, concluindo que era possível intuir algo, sem que houvesse uma explicação lógica para tal fenômeno. Ele passou a valorizar a imagem intuitiva (imagem do ego) que ele tinha da pessoa, que de alguma maneira descrevia seu ego e percebeu que a intuição a respeito da pessoa era eficaz em auxiliá-la, mais que o relacionar-se com ela em termos de uma diagnose psiquiátrica. 6 Em 1945, Berne iniciou um rigoroso estudo da teoria da intuição, do qual surgiu em 1949 surgiu sua primeira publicação sobre o assunto, seguido de outros 5 artigos, o último impresso em 1962. Sua definição de intuição é "o conhecimento baseado na experiência que é adquirido através do contato sensorial com o sujeito, sem qua a pessoa que intui seja capaz de formular para si própria e para os outros, exatamente como ela chegou a suas conclusões." Esta intuição, segundo Berne, é facilitada pelo estado de alerta e receptividade e requer uma concetração intensa e uma atenção direcionada para o objeto da intuição e pode ser aperfeiçoada com a prática e prejudicada pelo cansaço, por estímulos externos e outros fatores. A lógica racional para este estudioso não era suficiente para se compreender a vida e a mente humana. Berne com os estudos sobre a intuição percebeu que as imagens do ego da infância existiam em todas as pessoas e denominou-as Estados do Ego. Surgiu então o Estado do Ego Criança, o Estado do Ego Adulto e o Estado do Ego Pai. Análise Transacional A Análise Transacional é um método psicológico criado em 1958 pelo psiquiatra Eric Berne* de origem canadense e residente nos EEUU. Informalmente conhecida como AT, estuda e analisa as trocas de estímulos e respostas, ou transações entre indivíduos. O nome original do método é Transactional Analysis. Os pressupostos básicos foram escritos por Claude Steiner** (Os Papéis que Vivemos na Vida), e são: 1. Todos nascemos OK, isto é, com potencial para viver, pensar, desfrutar. 2. Todas as doenças são curáveis, desde que se encontre a abordagem adequada. Estes dizeres levam a crer que a AT diferencia Caráter e Personalidade. O Caráter são as tendências que trazemos, como por exemplo, tendência para a lealdade, passividade, alcoolismo, rebeldia, etc. Já a Personalidade constitui-se da educação e sociedade, daquilo que provém do meio externo, ou seja, das informações de pais, professores, religião, cultura. A análise Transacional é um estudo psicodinâmico, entretanto sua principal diferença em relação a psicanálise é que a pessoa pode modificar seus sentimentos, pensamentos e escolhas pelo autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Esta possibilidade é enfatizada em sua teoria básica, vinda de Berne, que são: estados de ego, transações, posição existencial e roteiro de vida. O Caráter, advindo da genética - gestação - parto - desenvolvimento neuromotor não invalida a autonomia possível em suas escolhas. CARÁTER + PERSONALIDADE = FORMAÇÃO DO SER. 7 Estados do Ego Na figura estão representados os órgãos psíquicos, os quais se manifestam fenomenologicamente e operacionalmente através dos três estados de Ego correspondentes, que são eles Pai, Adulto e Criança. Os Estados do Ego são manifestações dos órgãos psíquicos, podendo compreendê-los da seguinte forma: • Estado de Ego Pai - Exteropsiquê (formada a partir da influência de pais e familiares) • Estado de Ego Adulto - Neopsiquê (aquisição de informações, contato objetivo com a realidade) • Estado de Ego Criança - Arqueopsiquê (processos fisiológicos, experiências desde o nascimento, pensamento mágico, emoções, adaptações.) O Estado de Ego Pai é o reservatório de normas e valores, de conceitos e modelos de conduta, surge no indivíduo por volta dos 3 anos de idade e suas principais fontes são os pais, (ou substitutos) e outros familiares e pessoas que convivam com a criança e tenham uma figura de autoridade e importância na vida dela. Está sujeito a influências culturais e impõe à pessoa ações, regras e programas de conduta. O Estado de Ego Adulto é a parte da personalidade do indivíduo que recebe informações de fora para dentro, as analisa, as compara e toma decisões baseado no seu banco de dados. É a parte racional do ser humano, que adquire conceitos pensados da vida desprovidos de influências sentimentais. Seria segundo Kertész(1985), o hemisfério esquerdo do cérebro, nos destros. Sua função básica é trabalhar, estudar e operacionar. O Estado de Ego Criança surge logo que se nasce. É o primeiro Estado de Ego a emergir no ser humano e representa as emoções básicas como alegria, amor, prazer, tristeza, raiva e medo. Esta é a parte mais autêntica do ser humano e também a mais reprimida pela educação. Segundo Kertész(1985) representada pelo hemisfério direito do cérebro dos destros, hemisfério esse que processa os sonhos, as imagens, estimulado quando se usa a criatividade e a arte. 8 Transações Complementares, Cruzadas e Ulteriores As transações ocorrem quando alguém se relaciona com uma outra pessoa. Cada transação é formada de um estímulo e de uma resposta e as transações podem proceder do Pai, Adulto ou Criança de uma pessoa, para o Pai, Adulto ou Criança de uma outra pessoa. Transações Complementares e Cruzadas: Uma transação complementar envolve um estado de ego de cada pessoa. Numa transação cruzada, a resposta transacional dirige-se a um estado de ego diferente daquele que emitiu o estímulo. A comunicação entre duas pessoas pode continuar, quando as transações são complementares. As transações cruzadas são importantes porque interrompem a comunicação. Seu conhecimento é útil, pois auxilia os analistas transacionais a compreenderem "como" e "por quê" a comunicação é interrompida. A regra é a seguinte: "sempre que ocorrer" uma interrupção na comunicação, uma transação cruzada a provocou". Um tipo muito importante de transação cruzada é a desqualificação. Neste caso, a pessoa, ao dar uma resposta, desconsidera completamente o conteúdo de um estímulo transacional. As desqualificações nem sempre são óbvias, mas são sempre perturbadoras para a pessoa que as recebe e, quando repetitivas, podem perturbar gravemente o receptor. Transações ulteriores: As transações ulteriores ocorrem quando as pessoas falam uma coisa e querem dizer outra. As transações ulteriores são a base dos jogos psicológicos, sendo especialmente interessantes porque são enganosas. Possuem um nível social ( aparente) e um nível psicológico(oculto, ulterior). O oculto fornecerá mais informação do que o nível aparente. A razão pela qual falamos uma coisa, quando queremos dizer outra, é que geralmente sentimos vergonha dos desejos e sentimentos de nossa Criança ou de nosso Pai. . Por exemplo,quando queremos atenção ou amor, freqüentemente fingimos indiferença, e temos dificuldade de dar ou aceitar amor. De fato, como nossas vidas estão imersas em meias verdades e decepções, pode acontecer de não sabermos mais o que nossa Criança realmente deseja. Como também não podemos esperar que as pessoas sejam totalmente honestas, nunca poderemos realmente saber se confiamos naquilo que elas dizem. Os analistas transacionais encorajam as pessoas a serem honestas umas com as outras e consigo mesmas, sobre seus desejos e sentimentos, em vez de desonestas e dissimuladas. Desta maneira, as pessoas podem descobrir o que elas necessitam, bem como pedir por isso e, se possível, como consegui-lo. 9 Carícias A Análise Transacional é uma das poucas abordagens da psicologia que fala de maneira científica sobre o amor, a partir de seus pressupostos (Steiner, Claude) e pelo instrumento chamado Carícias (assim traduzido do inglês Strokes): são estímulos dirigidos que transmitem aceitação incondicional (pelo que a pessoa é) e condicional (pelo que a pessoa faz ou tem). A carícia é o reconhecimento que uma pessoa dá à outra. As carícias são essenciais à vida de uma pessoa. Sem elas, dizia Berne, "a espinha dorsal secará". Foi demonstrado que recém-nascidos necessitam carícias físicas reais a fim de sobreviver. Os adultos pode arranjar-se com menos carícias físicas, pois aprendem a trocar carícias verbais: carícias positivas, como elogios ou expressões de apreciação ou carícias negativas, como julgamentos negativos ou depreciações. Assim, a troca de carícias é uma das coisas mais importantes que as pessoas podem fazer em suas vidas. "Carícias são estímulos sociais dirigidos de um ser vivo a outro, o qual, por sua vez, reconhece a existência daquele." (Kertész)*** O ser humano tem necessidade de carícias assim como tem necessidade de alimento. Isso pode ser observado nos bebês, muitas pesquisas já provaram que o contato físico dos bebês com a mãe ou com quem os alimenta é de importância vital para sua sobrevivência. Neste ponto Berne tem grande influência da psicanálise, quando sugere o contato físico dos bebês com suas mães algo prazeiroso, algo semelhante ao prazer sexual sugerido por Freud. Berne sugere quatro "fomes" vitais: • Fome de estímulo:De onde provém os estímulos sensoriais da visão, da audição, do tato, olfato e paladar. • Fome de reconhecimento:Onde os atos ou palavras são estímulos especiais para o comportamento. • Fome de contato:Nesta categoria encontra-se a carícia física propriamente dita, não necessariamente apenas aquelas agradáveis, mas também a própria dor é considerada uma fome de contato. • Fome sexual:De onde pode-se saciar todas as outras fomes. Um famoso estudo de Levine, em creches, nos mostra a necessidade vital dos estímulos em crianças, onde foi observado uma grande taxa de mortalidade em uma creche, que mereceu atenção especial. Na fachada da instituição encontrava-se os seguintes dizeres: "Crianças são como flores, servem para serem admiradas e não tocadas." A alta mortalidade foi constatada proveniente da ausência quase total de toques, ou carícias nos bebês. Eles eram bem alimentados, bem tratados e cuidadosamente limpos, porém, privados de carícias, morriam. 10 Outro estudo, feito por Harlow, em seu laboratório experimental mostrou a importância do contato físico para o apego: macacos separados de suas mães ao nascer eram colocados em mães substitutas feitas de arames. Uma das mães foi coberta com um tecido felpudo e macio. O alimento era colocado na mãe de arame sem o tecido e era oferecido para os macaquinhos as duas mães. A grande maioria dos macacos, se alimentavam na mãe de arame e saciada a fome corriam para a mãe felpuda, passando com ela a maior parte do tempo, mostrando assim que o contato físico superava a própria fonte de alimentação, o apego era maior com a mãe adotiva que lhes dava carícias que com a mãe adotiva que lhes dava o alimento. Para Berne ficava claro a importância do contato físico, e que o estímulo é a "unidade básica da ação social", sendo tão importante para a sobrevivência do ser humano como o alimento e o ar que se respira. 11 Textos Complementares Principais conceitos de Análise Transacional. Compilado pela Comissão de Desenvolvimento da ITAA. - Claude Steiner, Presidente.Translated by Anamaria Cohen, Agosto de 2000. Corrigido por Mônica Levi A Análise Transacional é: 1.) uma teoria psicológica de fácil compreensão, ainda que sofisticada, sobre o pensamento, os sentimentos e o comportamento das pessoas; 2.) um sistema de psicoterapia contemporâneo e eficaz; uma análise educacional, organizacional e sociocultural e uma psiquiatria social. ESTADOS DE EGO E TRANSAÇÕES: As interações entre as pessoas são denominadas transações. Qualquer transação tem duas partes: o estímulo e a resposta. Os conjuntos ou seqüências transacionais podem ser diretos, produtivos e saudáveis ou podem ser indiretos, improdutivos e doentios. Quando as pessoas interagem, elas o fazem a partir de três diferentes estados de ego. Um estado de ego é uma maneira específica de pensar, sentir e comportar-se e cada estado tem sua origem em regiões específicas do cérebro. As pessoas podem comportar- se a partir de seu estado de ego Pai, de seu estado de ego Criança ou a partir de seu estado de ego Adulto. Criança Quando estamos no estado de ego Criança, agimos como a criança que já fomos um dia. Não estamos apenas representando; mas pensamos, sentimos, percebemos, ouvimos e reagimos como uma criança de três, cinco ou oito anos de idade. Os estados de ego são estados do ser totalmente experienciados, e não, apenas papéis. Quando a Criança é raivosa ou amorosa, impulsiva, espontânea ou brincalhona denomina-se Criança Natural. Quando está pensando ou é imaginativa, criativa denomina-se Pequeno Professor. Quando sente medo, culpa ou vergonha denomina-se Criança Adaptada. A Criança sente todas as emoções: medo, amor, raiva, alegria, tristeza, vergonha, etc. A Criança é vista como fonte da criatividade, recreação e procriação, a única fonte de renovação na vida. Pode ser observada nas crianças por extensos períodos, mas também nos adultos, em situações onde as pessoas têm permissão de liberar a Criança, como nos eventos esportivos, festas ou em reuniões de diretoria, discussões, onde não é de forma alguma desejada. Pode dominar completamente, na sua forma mais indesejável, a vida de uma pessoa, como nos casos de pessoas emocionalmente perturbadas: confusas, deprimidas, loucas ou drogadas. A Criança praticamente as levará à auto-destruição, também pode aparecer por longos períodos, na forma de depressão ou dor, como no caso de pessoas que sofreram uma grande perda.A Criança pode resistir à repressão decorrente do crescimento. 12 O Pai O Pai é como um gravador. É uma coleção de códigos de vida pré registrados e pré- julgados. Quando uma pessoa está no estado de Ego Pai, ela pensa, sente e comporta-se como um de seus pais ou substituto. O Pai julga a favor ou contra e pode ser controlador ou apoiador. Quando o Pai é controlador denomina-se Pai Crítico. Quando é apoiador, denomina-se Pai Nutritivo. Um estado de ego pode dominar uma pessoa, chegando até a excluir os outrosdois. Um exemplo disto é o Pai Crítico ou Nutritivo exclusor, que ocorre quando uma pessoa é incapaz de usar sua Criança ou Adulto, sendo assim privada do uso de dois terços do seu potencial humano. Esta pessoa ficará em grande desvantagem, pois os três estados de ego devem estar disponíveis, sempre que necessário, para o bom funcionamento do ser humano. O Pai usa velhos registros para resolver problemas, permanecendo, assim, 25 anos atrás no tempo ( embora possa estar 250 ou 2500 anos atrás), sendo útil quando não há informação ou tempo disponível para usar o Adulto para pensar. A Criança, por outro lado, criará novas soluções baseadas na intuição, mas essas soluções não são tão confiáveis quanto aquelas baseadas em decisões Adultas. O Adulto Quando no estado de ego Adulto, uma pessoa funciona como um computador humano. Opera, baseada em dados que coleta, armazenando ou usando para tomar decisões, de acordo com um programa lógico, certificando-se de que a Criança ou o Pai não contaminem o processo com informações que podem estar incorretas. Isto é conhecido como contaminação. Quando a contaminação procede do Pai, é chamada de preconceito. Por exemplo, quando alguém pressupõe que as mulheres preferem seguir a orientação de um homem, em vez de tomar suas próprias decisões , sendo uma contaminação, pois são aceitos como fatos, sem checar com a realidade. O mesmo pode ocorrer com informações alimentadas pela Criança, denominadas ilusões. Geralmente, uma ilusão é fundamentada num medo ou esperança que é aceita como realidade pelo Adulto. Por exemplo, quando uma pessoa está convencida de que está sendo envenenada pelo governo, isto se baseia provavelmente nos medos da Criança aceitos pelo Adulto, a despeito dos fatos. Um procedimento extremamente importante em Análise Transacional é a descontaminação do Adulto. Ser maduro ou adulto não é o mesmo do que estar no estado de ego Adulto. Crianças pequenas podem estar em seu Adulto e adultos bem equilibrados usam seu Pai ou Criança todo o tempo. Uma função muito importante do Adulto é predizer resultados e a eficácia do comportamento das pessoas na busca de seus objetivos. Esta função crítica, fundamentada em fatos, é diferente da função baseada em valores, do Pai Crítico. 13 Vozes na Cabeça. O Ego Pai assemelha-se a um gravador, repleto de afirmações pré-julgadas e pré- programadas. Estas afirmações "gravadas" podem permanecer ativadas, enquanto estamos em nosso Adulto ou Criança e, assim, podemos realmente ouvi-las como "vozes em nossas cabeças". As gravações parentais podem ser boas ou más, dependendo de qual "Pai" está no comando. Em outras teorias da personalidade, as vozes prejudiciais do Pai Crítico são conhecidas como o severo superego, diálogo interno negativo. O Pai Crítico pode fazer afirmações depreciativas, tais como: "Você é mau, estúpido, feio, louco e doente, em suma, você é um fracassado, Não-OK." O Pai Nutritivo ama a Criança incondicionalmente e diz coisas do tipo: "Você é um vencedor," "Você é inteligente", "Você é uma princesa" . O Pai Crítico pode fazer as pessoas sentirem-se Não-OK e força-las a fazer coisas que elas não querem fazer. Para prevenir-se contra o Pai Crítico, as pessoas precisam aprender a desenvolver o Pai Nutritivo, o Adulto e a Criança Natural. Por meio de um egograma, podemos demonstrar as forças relativas dos estados de ego de uma pessoa, a qualquer tempo. Isto é muito útil para diagramar o modo como as pessoas mudam no decorrer do tempo; especialmente para verificar como elas diminuem seu Pai Crítico e aumentam seu Pai Nutritivo, Adulto ou Criança. 14 Exercícios de Fixação 1. O que você entende por Análise Transacional? 2. Quais os benefícios da Análise Transacional? 3. Quais são os 5 passos básicos para a aplicação da Análise Transacional? 4. A maneira como a pessoa foi educada, influencia na forma como ela se relaciona com os outros? Por quê? 5. Explique o estado do EU Pai Crítico Positivo? 6. Quais os benefícios do estado do Eu Pai Crítico Positivo? Por quê? 7. Quando utilizar o estado do Eu Pai Crítico Positivo? 8. Explique o estado do EU Pai Crítico Negativo? 9. Quais os benefícios do estado do Eu Pai Crítico Negativo? 10. Quando utilizar o estado do Eu Pai Crítico Negativo? Por quê? 11. Explique o estado do EU Pai Nutritivo Positivo? 12. Quais os benefícios do estado do Eu Pai Nutritivo Positivo? 13. Quando utilizar o estado do Eu Pai Nutritivo Positivo? Por quê? 14. Explique o estado do EU Adulto? 15. Quais os benefícios do estado do Eu Adulto? 16. Quando utilizar o estado do Eu Adulto? Por quê? 17. Explique o estado do EU Criança Adaptada Submissa? 18. Quais os benefícios do estado do Eu Criança Adaptada Submissa? 19. Quando utilizar o estado do Eu Criança Adaptada Submissa? Por quê? 20. Explique o estado do EU Criança Adaptada Rebelde? 21. Quais os benefícios do estado do Eu Criança Adaptada Rebelde? 22. Quando utilizar o estado do Eu Criança Adaptada Rebelde? Por quê? 23. Explique o estado do EU Criança Criativa ou Pequeno Professor? 24. Quais os benefícios do estado do Eu Criança Criativa ou Pequeno Professor? 25. Quando utilizar o estado do Eu Criança Criativa ou Pequeno Professor? Por quê? 26. Quando que o estado do eu Criança Criativa ou Pequeno Professor é negativo? 27. Explique o que é transação complementar ou paralela? 28. Quais os benefícios da transação complementar ou paralela? 29. Explique o que é transação cruzada? 30. Quais os benefícios da transação cruzada? 31. Explique o que é transação ulterior? 32. Quais os benefícios da transação ulterior? 33. Quando um cliente age no estado do eu Pai Crítico Positivo, que estado(s) do EU você ativaria para se relacionar com essa pessoa? 34. Quando um cliente age no estado do eu Pai Crítico Negativo, que estado(s) do EU você ativaria para se relacionar com essa pessoa? 35. Quando um cliente age no estado do eu Adulto, que estado(s) do EU você ativaria para se relacionar com essa pessoa? 36. Quando um cliente age no estado do eu Pequeno Professor (manipulação), que estado(s) do eu você ativaria para se relacionar com essa pessoa? 37. Ao visitar um cliente novo, quais estados do EU você acredita serem mais produtivos para abrir o relacionamento? Justifique sua resposta? 38. Qual(s) o(s) estado(s) do EU você ativaria para treinar um PG que acabou de sair do CTH? Justifique sua resposta? 39. Qual(s) o(s) estado(s) do Eu você ativaria para agir com um colaborador que utiliza o Pequeno Professor para manipular? Justifique sua resposta? 15 Bibliografia Berne, Eric: Análise Transacional em Psicoterapia. Summus, SP, 1981 Estrutura e Dinâmica de Organizações e Grupos. Ed. UNAT-BR Os Jogos da Vida. Artenova, 1977 Princípios do Tratamento de Grupo. Ed. UNAT-BR Sexo e Amor. Ed. Olympio, Rio, 1976 O Que Você Diz Depois de Dizer Olá?. Nobel SP, 1988 Teoria Básica: Woolams, Stanley, Michael Brown, and Kristyn Huige. Manual Completo de Análise Transacional. Ed Cultrix, São Paulo, 1979. Kertész, Roberto. Análise Transacional ao Vivo. Ed. Summus Editorial, São Paulo, 1987 Textos complementares: James, Muriel e Jongeward. Nascido para Vencer. Ed Brasiliense, São Paulo, 15ª ed., 1986 Steiner, Claude. Os Papéis que Vivemos na Vida. Ed. Artenova 1976 Harris, Thomas. I´m OK - You are OK. Harper & Row, New York, 1967 Goulding, Mary e Goulding, Robert. Ajuda-te pela Análise Transacional. Ed. Ibrasa, São Paulo, 1985 Caracushansky, Sofia Rozzanna. Curso Avançado de Análise Transacional - Ed Assertiva http://monicalevi.vilabol.uol.com.br/ConceitosAT.htmhttp://www.eps.ufsc.br/disserta99/berger/cap4.html http://www.josesilveira.com/novosite/index.php?option=com_content&task=view&i d=21&Itemid=33