Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 IAP – FACULDADE ADVENTISTA TEXTOS DE ANATOMIA HUMANA 1º bimestre – 2009 Curso: ENFERMAGEM – 1º ano Disciplina: Anatomia Humana Professora: Sandra Regina 2009 2 ÍNDICE 1. Introdução ao estudo da Anatomia Humana......................................... 03 2. Sistema Esquelético................................................................................. 06 3. Sistema Articular...................................................................................... 15 4. Sistema Muscular..................................................................................... 20 5. Sistema Circulatório – coração................................................................ 27 6 Sistema Circulatório – vasos sanguíneos........................................... 35 7. Sistema Circulatório – circuitos sanguíneos.......................................... 44 8. Sistema Linfático...................................................................................... 46 9. Sistema Respiratório................................................................................ 50 10. Referências bibliográficas........................................................................ 61 3 IAP - ENFERMAGEM – 1º ano - 2009 disciplina: ANATOMIA HUMANA - Profª. Sandra Regina Stabille TEXTO No 01 – Introdução ao estudo da Anatomia Humana I - POSIÇÃO ANATÔMICA Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições do corpo humano ou mesmo descrições diferentes para uma mesma estrutura, optou-se por adotar uma posição padrão do corpo humano, a partir da qual os estudos anatômicos são realizados. Esta posição denomina-se POSIÇÃO ANATÔMICA. Nela o indivíduo deve ser imaginado em pé, ereto, com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos ao longo do tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente, os membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. Todas as descrições em anatomia são realizadas a partir de um indivíduo em posição anatômica. II – NOMENCLATURA ANATÔMICA (NOMINA ANATOMICA) A nomenclatura anatômica representa a padronização dos termos utilizados para nomear as estruturas que constituem o corpo humano, ou seja, representa a nomenclatura anatômica oficial adotada internacionalmente. A padronização dos termos anatômicos se fez necessária para evitar que uma mesma estrutura recebesse diversos e diferentes nomes e para estabelecer critérios para a denominação das estruturas do corpo. De modo geral, pelas regras da nomina, os termos devem ser informativos, ou seja, devem fornecer ao leitor uma idéia sobre todos ou alguns dos seguintes itens: localização, formato, tamanho, função das estruturas, entre outros. A nomina oficial é redigida em latim, mas é permitida a cada país a versão dos termos para a língua oficial. Também de acordo com a nomina os epônimos (estruturas com nomes de pessoas) devem ser abolidos. De tempos em tempos, a nomina é revisada e atualizada por um comitê internacional. A última revisão publicada da nomina anatomica foi feita no ano 2000. II - PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO Para localizar os diferentes órgãos que constituem os sistemas do corpo humano e dos demais animais foi necessário estabelecer padrões de referências para orientação e descrição dos órgãos no espaço, no caso o corpo humano ou de outro animal. Os padrões que servem de referência para a localização são denominados de planos de delimitação e de secção do corpo . 1) - PLANOS DE DELIMITAÇÃO DO CORPO: É possível traçar paredes imaginárias interligadas que passam tangentes à superfície do corpo humano como se fossem as "lâminas" ou paredes de um paralelepípedo (como se o sujeito estivesse em posição anatômica, dentro de uma caixa retangular). Cada uma dessas lâminas ou paredes é um plano de delimitação do corpo humano. São elas: 1.a. – Plano ventral ou anterior - corresponde à "parede" vertical que passa tangente ao ventre ou parte anterior do nosso corpo (na caixa seria a parte da frente); 1.b. - Plano dorsal ou posterior - corresponde à "parede" vertical que passa tangente à superfície do dorso ou da parte de trás do nosso corpo (na caixa seria a parede de trás); 1.c. – Planos laterais direito e esquerdo - correspondem às "paredes" verticais que passam tangentes às superfícies dos lados direito e esquerdo do corpo, respectivamente (seriam os lados da caixa); 1.d. – Plano cranial ou superior - corresponde à "parede" horizontal que passa tangente à porção superior da cabeça (seria o teto da caixa); 1.e. – Plano inferior ou podálico (caudal) - corresponde à "parede" horizontal que passa tangente aos pés, ou seja, a “sola dos pés” (seria o chão da caixa). 4 II – LINHA MEDIANA DO CORPO Corresponde a uma linha imaginária longitudinal (vertical) que passa no “meio” ou centro do corpo ou de um segmento do corpo ou de um órgão do corpo. III -PLANOS DE SECÇÃO ou de CORTE DO CORPO Para o estudo do corpo humano ou de seus componentes, é necessária a realização de cortes para visualização das estruturas internas. Assim, os cortes também são padronizados e recebem denominações. 1) Plano de secção frontal (coronal): é o corte que permite obter um segmento ou “pedaço” anterior e outro posterior. 2) Plano de secção transversal: é o corte que permite a obtenção de um segmento superior e outro inferior. 3) Plano de secção sagital mediano: é o corte que permite a obtenção de um segmento direito e outro esquerdo de mesmo tamanho. Para isso o corte é realizado ao longo da linha mediana do corpo, ou seja, bem ao meio do corpo (no sentido do eixo longitudinal) ou bem ao meio de um órgão ou outro de componente do corpo. Neste caso, cada uma das partes obtidas é denominada ANTÍMERO (antímero direito e antímero esquerdo). 4) Plano de secção sagital (ou cortes paramedianos): é o corte que permite a obtenção de um segmento direito e outro esquerdo. Contudo, neste corte, os segmentos obtidos não possuem o mesmo tamanho e, portanto, não são denominados antímeros. IV - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO Nas descrições das estruturas e órgãos do corpo, são utilizados termos que relacionam estas estruturas e órgãos aos planos e eixos do corpo humano, fornecendo-nos, assim, uma idéia da localização, posição e direção dos mesmos dentro do corpo. Os termos mais utilizados são: 1) - mediano (a) - é toda a estrutura que se localiza na linha mediana do corpo (linha vertical que passa exatamente no centro do corpo), ou seja, é a estrutura ou órgão cuja localização coincide com a localização da linha mediana. Exemplo: localização do osso esterno no corpo; localização do nariz na face. 2) - lateral - estrutura ou órgão que tem localização afastada da linha mediana, ou seja, tem localização mais próxima dos planos laterais direito ou esquerdo. Exemplo: na cavidade torácica, o pulmão é lateral em relação ao coração. 3) - medial - estrutura ou órgão que tem localização próxima à linha mediana, ou seja, distante dos planos laterais; Este termo não deve ser confundido com o termo mediano. Exemplo: O olho é medial em relação ao nariz e em relação à orelha. 4) - intermédio (a) - estruturaou órgão localizado entre outros dois, onde um é lateral e o outro é medial; 5) - ventral ou anterior - estrutura ou órgão com localização mais próxima ao plano ventral ou anterior. (ventral ou anterior = “na frente”); 6) - dorsal ou posterior - estrutura ou órgão com localização mais próxima ao plano dorsal ou posterior. (dorsal ou posterior = “atrás”) 7) - cranial ou superior - estrutura ou órgão com localização mais próxima do plano cranial ou superior; (cranial ou superior = “acima”) 8) - podálico, caudal ou inferior - estrutura ou órgão com localização mais próxima do plano podálico ou inferior; (podálico, caudal ou inferior = “abaixo”) 9) - média (o) - estrutura ou órgão localizado entre um ventral e outro dorsal, ou estrutura localizada entre uma anterior e outra posterior, ou ainda, estrutura localizada entre uma superior (cranial) e outra inferior (caudal); 5 10) - proximal e distal - termos utilizados, geralmente, para os membros superior e inferior. Indicam, respectivamente, as estruturas mais próximas e mais distantes (longes) das raízes dos membros superior e inferior; são sinônimos dos termos superior e inferior; 11) - interno(a) - situação de uma região ou de uma parte de uma estrutura ou de um órgão voltada para o interior de uma cavidade; 12) - externo(a) - situação da parte voltada para o exterior (lado de fora) de uma cavidade. OBSERVAÇÃO: Os termos lateral, intermédio, medial e mediano são utilizados para situar uma estrutura em relação aos planos de delimitação laterais direito e esquerdo; Os termos superior ou cranial, inferior ou caudal e médio são utilizados para situar uma estrutura em relação aos planos de delimitação superior (cranial) e inferior (caudal), e em se tratando de componentes dos membros superior e inferior utilizam-se os termos proximal, médio e distal; Os termos anterior ou ventral, posterior ou dorsal e médio são utilizados para situar uma estrutura em relação aos planosde delimitação posterior (dorsal) e anterior (ventral). V - CONCEITOS DE NORMAL, VARIAÇÃO, ANOMALIA E MONSTRUOSIDADE 1) - normal - em anatomia representa a forma mais bem adaptada à uma função, e que ocorre com maior freqüência na população. Ex: ter cinco dedos. 2) - variação - é toda a alteração (desvio) na forma, localização, trajeto, etc., de um órgão ou de uma estrutura que não acarreta prejuízo à função. Ex:ter o tamanho do háluz ( “dedão” do pé) menor do que o tamanho dos demais dedos do pé. 3) - anomalia - é toda alteração na forma, localização, trajeto, etc., de um órgão ou de uma estrutura que resulta um prejuízo à função. Esta alteração, no entanto, é compatível com a vida e, muitas vezes, pode ser corrigida. Ex; fissura lábio-palatal (“lábio leporino”) 4) - monstruosidade - é toda alteração de forma, localização, etc., de estruturas do corpo e que é incompatível com a vida (é letal). Ex; anencefalia (nascer sem o encéfalo). VI - DIVISÃO DO CORPO HUMANO: 1. cabeça e pescoço . tórax 2. tronco abdome raiz ombro 3. membro superior braço parte livre antebraço mão raiz quadril 4. membro inferior coxa parte livre perna pé 6 TEXTO N º 02 - SISTEMA ESQUELÉTICO I - ESQUELETO Definição: O esqueleto representa o conjunto de ossos e de cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo do indivíduo, desempenhando várias funções. II - FUNÇÕES DO ESQUELETO 1. Proteção para certos órgãos como, por exemplo: a caixa torácica aloja e protege o coração, os pulmões, o esôfago, etc.; a caixa craniana aloja e protege o encéfalo, que faz parte do Sistema Nervoso Central; a pelve óssea aloja e protege a beixa, parte do intestino grosso, vasos sangüíneos, útero, etc. Portanto, o esqueleto tem função de proteção porque alguns de seus ossos formam caixas ósseas que alojam (guardam) órgãos de outros sistemas do corpo, protegendo-os contra agressões vindas do meio externo. 2. Sustentação de partes moles do corpo: no esqueleto prendem-se os músculos, os ligamentos, etc. 3. Armazenamento de sais minerais: o esqueleto armazena no interior de seus ossos, principalmente, sais de cálcio e de fósforo. 4. Locomoção: auxilia nos movimentos do corpo, juntamente com as articulações e com a musculatura. O esqueleto é elemento passivo no movimento. 5. Produção de células do sangue: produz células do sangue como as hemácias ou glóbulos vermelhos, os leucócitos ou glóbulos brancos e as plaquetas. Essa função deve-se ao fato de no interior dos ossos existir um tecido chamado medula óssea (tecido mielóide) que tem capacidade hematopoiética. A capacidade de produzir células do sangue denomina-se hematopoiética. 6. Armazenamento de gordura: no interior de muitos ossos há gordura armazenada. III - SUBSTÂNCIAS ÓSSEAS. De acordo com a arquitetura ou distribuição espacial das estruturas que compõem o tecido ósseo, podemos identificar nos ossos do corpo dois tipos diferentes de substâncias ósseas: 1. Substância óssea esponjosa: os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira a formar septos ósseos (lamínulas ósseas) que delimitam diminutos espaços (poros), os quais conferem ao osso um aspecto poroso semelhante à uma esponja; 2. Substância óssea compacta: os elementos do tecido ósseo arranjam-se de maneira densa, formando lamelas ósseas concêntricas que não deixam espaços entre si, conferindo, assim, ao osso um aspecto compacto e maciço. OBSERVAÇÃO: os ossos do esqueleto são constituídos externamente (na parte superficial) por camadas de substância óssea compacta e, internamente, por substância óssea esponjosa. IV - MEMBRANAS DE REVESTIMENTOS DOS OSSOS Externamente, os ossos são revestidos (forrados) por membrana de tecido conjuntivo denominada periósteo. 1. Periósteo: é uma membrana dupla de tecido conjuntivo que reveste a superfície externa dos ossos, exceto as superfícies articulares. Por ser dupla, possui, portanto, um folheto externo e outro interno o qual fica em contato com a superfície óssea. O periósteo é formado por tecido conjuntivo. É denso, bastante inervado e vascularizado. As terminações musculares e alguns ligamentos prendem-se no periósteo. Alguns dos tipos de células do tecido conjuntivo do periósteo, quando estimuladas por pressão mecânica ou por lesão, assumem aparência de células ósseas (osteoblastos) com capacidade 7 de formar novo tecido ósseo, atividade esta denominada osteogênica. Participa, portanto, do crescimento em espessura de um osso, da remodelação e da reparação do osso por ocasião de fraturas. Atividade osteogênica = capacidade de produzir (“fabricar”) tecido ósseo. V - PREENCHIMENTO DAS CAVIDADES E POROS DO INTERIOR DE UM OSSO Todos os espaços presentes no interior de um osso, inclusive os poros (BURAQUINHOS) da substância óssea esponjosa, são preenchidos por um tecido mielóide que recebe o nome de medula óssea. A medula óssea pode ser de dois tipos: 1. Medula óssea vermelha: é rica em vasos sangüíneos. É responsável pela produção de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). Esta capacidade de produção de células do sangue denomina-se capacidade hematopoética. Ao nascimento, a medula óssea vermelha está presente, preenchendo os espaços internos da maioriados ossos. No adulto, sua localização restringe-se aos espaços presentes no interior das costelas, vértebras, epífises dos ossos longos, ossos do crânio, osso esterno e osso ílio. A medula óssea vermelha é a medula óssea ativa, isto é, aquela capaz de produzir células do sangue. 2. Medula óssea amarela: representa a medula óssea vermelha que se tornou inativa e rica em gordura. É a medula óssea vermelha que recebeu, com o desenvolvimento do esqueleto, deposição de gordura. É inativa na produção de células do sangue, podendo, quando requisitada, transformar-se em vermelha. No adulto, está presente preenchendo os espaços internos da maioria dos ossos e servindo como reservatório de gordura no esqueleto. VII - NÚMERO DE OSSOS O esqueleto de um indivíduo adulto e normal apresenta 206 ossos. VIII - DIVISÃO DO ESQUELETO e OSSOS DO ESQUELETO O esqueleto está dividido em duas partes: esqueleto axial e esqueleto apendicular. Denomina-se ESQUELETO AXIAL o conjunto de ossos presente na cabeça, pescoço e no tronco. Representa o eixo central de nosso esqueleto. Denomina-se ESQUELETO APENDICULAR o conjunto de ossos presente nos membros superior e inferior. Representa “apêndices” que se ligam ao esqueleto axial. Os ossos presentes nas diferentes regiões do corpo estão listados abaixo. 1. CABEÇA 1.a. crânio: ossos ímpares: frontal, occipital, esfenóide e etmóide ossos pares: parietais e temporais 1.b. face: ossos ímpares: mandíbula e vômer; ossos pares: nasais, lacrimais, maxilas, palatinos, zigomáticos e conchas nasais inferiores. 2. PESCOÇO E TRONCO 2.a. coluna vertebral: 07 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 05 vértebras lombares, osso sacro e osso cóccix. 2.b. caixa torácica: osso esterno e 12 pares de costelas. 2.c. osso hióide. 3. MEMBRO SUPERIOR 3.a. ombro: 8 ossos escápula e clavícula, denominados em conjunto como cíngulo do membro superior (cintura escapular). 3.b. braço: osso úmero 3.c. antebraço: ossos rádio e ulna 3.d. mão: ossos do carpo, do metacarpo (ossos metacarpais) e falanges. 4. MEMBRO INFERIOR 4.a. quadril: osso do quadril. O referido osso forma o cíngulo do membro inferior (cintura pélvica) com o osso correspondente do antímero oposto. 4.b. coxa: osso fêmur 4.c. joelho: osso patela 4.d. perna: ossos tíbia e fíbula. 4.e. pé: ossos do tarso, do metatarso (ossos metatarsais) e falanges. Esqueleto IX - CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Os ossos do esqueleto podem ser classificados de acordo com vários critérios. Dentre eles destacam-se os ossos longos e os ossos pneumáticos. l. Osso longo: é o osso no qual o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. Todos os ossos longos possuem duas extremidades (pontas) denominadas EPÍFISES, e uma região intermediária denominada DIÁFISE. Como a maioria dos ossos longos localiza-se nos membros, uma das epífises é dita proximal e a outra é distal. Além disso, a diáfise do osso longo apresenta no Esqueleto apendicular Esqueleto axial 9 seu interior, e por toda sua extensão, um canal (túnel) denominado CAVIDADE MEDULAR - preenchido por medula óssea. Nos ossos longos de indivíduos que não completaram o crescimento, entre cada epífise e o corpo do osso (diáfise), existe um disco de cartilagem hialina denominado CARTILAGEM EPIFISÁRIA, também conhecido como cartilagem epifisial, disco epifisial ou cartilagem de crescimento. A referida cartilagem permite o crescimento do osso longo em comprimento. O osso longo cessa seu crescimento em comprimento quando a cartilagem epifisária for totalmente substituída por tecido ósseo (calcificação); 2. Osso pneumático: é todo o osso que apresenta uma ou mais cavidades no seu interior, revestidas por mucosa e preenchidas por ar. Estes ossos estão localizados na cabeça e suas cavidades constituem os seios paranasais. São pneumáticos os ossos maxilas, temporais, frontal, etmóide e esfenóide; X - COLUNA VERTEBRAL Representa a parte do esqueleto axial localizada, mediana e posteriormente, no pescoço e no tronco. A coluna possui um canal ósseo chamado CANAL VERTEBRAL, que aloja a medula espinal, protegendo-a. 1. CONSTITUIÇÃO: é formada por 24 vértebras pré-sacras (7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares) e pelos ossos sacro e cóccix. O osso sacro é resultante da fusão de 5 vértebras sacrais e o osso cóccix, pela fusão de 3 a 5 vértebras coccígeas. 2. FUNÇÕES: aloja e protege a medula espinal e suas raízes nervosas. Confere pontos de inserções (fixações) para alguns músculos do tronco. Participa da movimentação do tronco. Auxilia a sustentação da cabeça, do tronco e dos membros superiores. 3. COMPRIMENTO: 70 cm aproximadamente no homem; e cerca de 60 cm na mulher. 4. FORMATO: na fase de vida intra-uterina, a coluna vertebral é toda côncava anteriormente. Após o nascimento assume a forma de uma letra "S", com 04 (quatro) curvaturas normais: 4.a. lordose cervical (curvatura cervical): possui concavidade posterior; 4.b. cifose torácica (curvatura torácica): possui concavidade anterior; 4.c. lordose lombar (curvatura lombar): possui concavidade posterior; 4.d. cifose sacral (curvatura sacro-coccígea): possui concavidade anterior. Osso longo Epífise distal diáfise Epífise proximal Osso esfenóide Osso etmóide Exemplos de ossos pneumáticos Osso maxila Osso frontal 10 Sob a influência de vários fatores, inclusive postura errada, as curvaturas da coluna vertebral podem se acentuar resultando em desvios patológicos de coluna que podem comprimir raízes dos nervos espinais. Os desvios patológicos são: - hipercifose: curvaturas primárias acentuadas. - hiperlordose: curvaturas secundárias acentuadas. - escoliose: desvio lateral da coluna vertebral. 5.FORAMES INTERVERTEBRAIS: são orifícios presentes lateralmente (de cada lado) ao longo da coluna vertebral. Fornecem passagens aos nervos espinais (nervos conectados com a medula espinal) e vasos sanguíneos. São visíveis na coluna vertebral articulada. 6. CANAL VERTEBRAL: é um longo túnel ósseo delimitado por estruturas vertebrais que se estende da 1a VC até ao sacro. Aloja e protege a medula espinal e seus envoltórios (meninges), bem como as raízes nervosas (nervos espinais) conectadas à medula espinal. Este canal é visível apenas na coluna vertebral articulada. f Lordose cervical = curvatura secundária Cifose torácica = curvatura primária Lordose lombar = curvatura secundária Cifose sacral = curvatura primária 7 vértebras cervicais (VC) 12 vértebras torácicas (VT) 5 vértebras lombares (VL) 5 vértebras sacrais = osso sacro Osso cóccix Forame intervertebral VISTA LATERAL DA COLUNA VERTEBRAL - Processo espinhoso Corpo da vértebra Incisura vertebral Vértebra – vista lateral Processo espinhoso Corpo da vértebra Processo transverso Forame vertebral Vértebra – vista superior 11 XII - CAIXA TORÁCICA É um arcabouço ósseo, de volume variável, presente no tronco e que aloja e protege órgãos como o coração, pulmões, esôfago, etc. Participa da mecânica respiratória. 1. CONSTITUIÇÃO: É formada pelo osso esterno, por 12 pares de costelas e respectivas cartilagenscostais e por 12 vértebras torácicas. 2. OSSO ESTERNO: 2.a. - Localização: anteriormente no tronco, coincidente com a linha mediana do corpo. 2.b Divisões (partes): é constituído por 3 peças ósseas articuladas entre si, são elas: manúbrio (é superior), corpo (é médio) e processo xifóide (é inferior). 3. COSTELAS: (12 pares) 3.a. – Extremidades ( = pontas): cada costela possui 2 extremidades a saber: - Extremidade esternal: é achatada e anterior. Articula a costela, por meio da cartilagem costal, ao osso esterno. - Extremidade vertebral: é volumosa e posterior. Articula a costela com as vértebras torácicas. 3.b- Cartilagem costal: é cartilagem hialina que serve para articular as costelas ao osso esterno. Essas cartilagens podem sofrer calcificação gradativa após os 40 anos de idade, reduzindo a capacidade de aumentar ou diminuir o volume da cavidade torácica. 3.c. - Classificação das costelas: classificamos as costela quanto à articulação com o osso esterno como mencionado a seguir. 3.c.1.Classificação das costelas quanto ao modo de articulação com o osso esterno: - Costelas verdadeiras: são aquelas que se articulam com o osso esterno diretamente através da cartilagem costal, ou seja, para cada costela verdadeira existe uma cartilagem costal e uma incisura costal correspondentes. São costelas verdadeiras da 1a à 7a costelas; - Costelas falsas: são aquelas que se articulam indiretamente, por meio da cartilagem costal, ao osso esterno. Suas respectivas cartilagens costais ligam-se, primeiramente, às cartilagens costais suprajacentes. São costelas falsas as 8a, 9a e 10a costelas; - Costelas flutuantes: são aquelas que não se articulam com o osso esterno. Estão ligadas apenas às vértebras torácicas. São flutuantes as 11a e 12a costelas. 4 CONSIDERAÇÕES GERAIS: A abertura superior da caixa torácica tem forma de rim (reniforme) medindo aproximadamente 10 cm de diâmetro transversal e 5 cm de diâmetro sagital e é bem menor do que a abertura inferior. Na mulher, a caixa torácica é mais arredondada e curta, as costelas são mais oblíquas e a capacidade (volume) torácica é menor. Os movimentos do tórax aumentam e diminuem a capacidade torácica umas 20 vezes por minuto durante a respiração tranqüila. O movimento das costelas é comparável ao movimento de levantamento e abaixamento da "alça de um balde". A elevação das costelas aumenta a largura torácica e desloca anteriormente o osso esterno, aumentando a profundidade torácica. Esses movimentos são permitidos pela elasticidade da cartilagem costal e pelas articulações das costelas com as vértebras torácicas 12 XIII - ESQUELETO APENDICULAR ESQUELETO APENDICULAR - MEMBRO SUPERIOR 1.Constituição: o membro superior é constituído pelo ombro, braço, antebraço e mão. ombro: formado pelos ossos escápula e clavícula. O conjunto desses ossos forma o cíngulo do membro superior (cintura escapular) que representa a raiz do membro superior que prende o membro ao tronco. No ombro a escápula tem localização posterior e a clavícula ocupa posição anterior; braço: osso úmero; antebraço: ossos rádio e ulna. No antebraço o rádio ocupa posição lateral e a ulna posição medial; mão: ossos do carpo (localizados na região do “pulso”), metacarpo (situado na palma da mão) e falanges dos dedos. 2 - MÃO (carpo, metacarpo e falanges dos dedos) 2.1.Ossos carpais (ossos da região do carpo): A região do carpo é formada por 8 ossos curtos dispostos em 2 fileiras (fileiras proximal e distal) contendo, cada uma, 4 ossos. .a. fileira proximal: no sentido látero-medial, é constituída pelos ossos escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. b. fileira distal: no sentido látero-medial, possui os ossos: trapézio, trapezóide, capitato e uncinado (hamato). A fileira proximal articula-se com o rádio e a distal, com os ossos metacarpais (articulação carpometacárpica). OBS: as fileiras articulam-se entre si. 2.2. Ossos metacarpais (ossos da região do metacarpo) LEGENDA 1. Componentes da caixa torácica -Osso esterno : A = manúbrio do osso esterno B = corpo do osso esterno C = processo xifóide do osso esterno -Vértebras torácicas (12 vértebras) -12 pares de costelas 2. Classificação das costelas segundo o modo de união ao osso esterno: Costelas verdadeiras = costelas 1, 2, 3, 4, 5, 6, e 7; Costelas falsas = costelas 8, 9 e 10; Costelas flutuantes = costelas 11 e 12. 3. Outras estruturas da caixa torácica: D = cartilagens costais Costelas flutuantes (11ª e 12ª) Abertura superior da caixa torácica B C D A clavícula D D Vértebras torácicas 13 São 5 ossos longos localizados na região da palma da mão. São numerados, no sentido látero-medial, em metacarpais I, II, III, IV, V. Os metacarpais articulam-se com os ossos da fileira distal do carpo e com as falanges proximais dos dedos (articulação metacarpofalângicas). 2.3.Ossos dos dedos (falanges): Os dedos são constituídos por ossos longos denominados falanges. Cada dedo possui falanges proximal, média e distal. O dedo polegar representa uma exceção, pois possui apenas as falanges proximal e distal. As falanges além de se articularem com os metacarpais, articulam-se, também, entre si (articulação interfalângica). XVI -ESQUELETO APENDICULAR - MEMBRO INFERIOR 1. Constituição: o membroi inferior é formado pelo quadril, coxa (incluindo joelho), perna e pé. 1.a. região do quadril.: possui os ossos do quadril direito e esquerdo. O conjunto destes dois ossos constituem o cíngulo do membro inferior (cintura pélvica) ; 1.b. coxa:.osso fêmur; 1.c. região do joelho: osso patela; 1.d. perna: ossos tíbia e fíbula; 1.e. pé: ossos do tarso, metatarso e dedos 2. Cíngulo do membro inferior - OSSO DO QUADRIL O cíngulo do membro inferior representa a raiz do membro inferior, ou seja, a ligação do membro inferior com o tronco. Suporta o peso do corpo. É formado pelo osso do quadril direito e osso do quadril esquerdo Cada osso do quadril é uma peça óssea única resultante da fusão de 3 peças ósseas. Estas são denominadas ossos ílio, ísquio e púbis. Estas peças fundem-se em nível de uma região denominada de acetábulo e seus acidentes ósseos recebem nomes relacionados às referidas peças. 3. Coxa - OSSO FÊMUR é o maior osso do corpo. O osso fêmur se articula com o osso do quadril (articulação coxo-femoral) na região proximal e com o osso tíbia (da perna) na região distal. 4. Joelho – OSSO PATELA É um osso curto. Tem forma triangular, com base superior e ápice inferior. A patela é móvel e serve para aumentar a ação de alavanca dos músculos que retificam o joelho. 5. - Perna – OSSOS TÍBIA E FÍBULA Encontramos medialmente na perna o osso tíbia e, lateralmente, o osso fíbula. A tíbia pode ser palpada anteriormente na perna em toda sua extensão, ao passo que a fíbula é palpável apenas no 1/3 inferior da perna. 6- PÉ (tarso, metatarso e dedos) É composto pelas regiões do tarso, metatarso e dedos. Cada região possui ossos. 6.1.TARSO: esta região é constituída por sete ossos curtos: calcâneo, tálus, cubóide, navicular, cuneiformes medial, intermédio e lateral. 6.2.METATARSO: esta região é constituída por cinco ossos longos localizados na "planta" do pé. São numerados a partir do hálux ("dedão" do pé) em metatarsais I, II, III, IV, V. 6.3.DEDOS: os dedos do pé estão constituídos por ossos longos denominados de falanges. Cada dedo possui falanges proximal, média e distal. O hálux apresenta apenas falanges proximal e distal. 14XVII- PELVE ÓSSEA Representa uma caixa óssea ligeiramente cilíndrica que suporta o peso do tronco e o transmite para o osso fêmur (posição ereta) ou para o túber isquiático do osso do quadril (posição sentada). Além disso, aloja e protege órgãos como o útero, vagina, próstata, uretra, bexiga, parte do intestino, etc. 1.Constituição: é formada pelo osso sacro, osso cóccix e pelos ossos do quadril direito e esquerdo. 2.Divisão: 2.a.pelve maior ou falsa: corresponde à parte inferior da cavidade abdominal ou região superior da pelve óssea. É limitada lateralmente pelas asas do osso ílio; 2.b.pelve menor ou verdadeira: corresponde à cavidade pélvica propriamente dita. É a parte inferior da pelve óssea, limitada pelos ossos ísquio, púbis, restante do osso ílio, ossos sacro e cóccix. Limita o canal do parto. Possui duas aberturas: - abertura superior: margem representada pelo promontório e linha arqueada do osso do quadril. - abertura inferior: linha imaginária que passa pelo cóccix, espinha isquiática e arco púbico. . clavícula fíbula rádio ulna úmero Escápul;a tíbia patela fêmu Osso do quadril Ossos tarsais Ossos metatarsais falanges Esqueleto apendicular Membro inferior Esqueleto apendicular Membro superior Ossos carpais Ossos metacarpais falanges ulna rádio Úmero clavícula Escápula Fíbula 15 XVIII - ALGUMAS DIFERENÇAS SEXUAIS DA PELVE ÓSSEA HOMEM MULHER - a pelve é mais pesada - a pelve é mais leve - os acidentes são mais acentuados acidentes menos acentuados - diâmetros menores - os diâmetros são maiores - cavidade pélvica mais profunda - cavidade pélvica mais rasa - paredes laterais oblíquas - paredes laterais mais retilínea - abertura superior mais estreita - abertura superior mais ampla - ângulo subpúbico mais agudo - ângulo subpúbico mais obtuso - osso sacro mais côncavo - osso sacro mais retilíneo - fossa do acetábulo maior - fossa do acetábulo menor - distância entre a espinha is- - a distância entre a espinha is- quiática e o sacro é menor quiática e o sacro é menor TEXTO Nº 03 SISTEMA ARTICULAR (estudo das articulações ou junturas) Definição de articulação: Articulação representa a união entre as peças que compõem o esqueleto, ou seja, união entre 2 ou mais ossos, entre ossos e cartilagens ou entre cartilagens. CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES (tipos de articulações) As articulações podem ser classificadas levando-se em consideração o tipo de união existente entre as peças do esqueleto e a natureza do tecido que promove a união. Assim temos: articulações fibrosas, articulações cartilagíneas e articulações sinoviais. 1. ARTICULAÇÕES FIBROSAS 1.1. Definição: são articulações nas quais as partes ósseas do esqueleto são unidas entre si por tecido conjuntivo. 1.2. Tecido ou meio de união: O tecido de união presente na articulação fibrosa é o tecido conjuntivo fibroso, que estabelece uma solução de continuidade entre as peças participantes de articulação. 1.3. Tipo de movimento proporcionado: São articulações imóveis, ou seja, não permitem movimentos entre os ossos que dela participam.. 1.4. Subtipos de articulações fibrosas: De acordo com a quantidade de tecido conjuntivo fibroso presente na articulação fibrosa, podemos subdividi-la em subtipos denominados: sutura, sindesmose e gonfose. Osso do quadril esquerdo Osso do quadril direito Ossos sacro e cóccix Sínfise púbica Pelve óssea 16 a. Articulação fibrosa do sutipo sutura: neste subtipo existe pouco tecido conjuntivo unindo as partes ósseas, pois o espaço entre as partes é pequeno. É comum entre os ossos da cabeça. Exemplos: sutura escamosa (entre os ossos temporal e parietal); sutura sagital (entre os dois ossos parietais); sutura coronal (entre os ossos frontal e parietais); sutura lambdóide (entre os ossos parietais e occipital; etc. b. Articulação fibrosa do subtipo sindesmose: é aquela que se caracteriza pela presença de muito tecido conjuntivo entre as partes ósseas envolvidas na articulação, pois o espaço existente entre as peças é amplo. Ex:. sindesmose tíbio-fibular ou membrana interóssea da perna, membrana interóssea do antebraço ou sindesmose rádio-ulnar. c. Articulação fibrosa do subtipo gonfose: é especificamente a articulação do dente com seu respectivo alvéolo. 2. ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS 2.1. Definição: São as articulações que possuem como tecido de união presente entre as extremidades ósseas o tecido cartilaginoso, e que estabelece uma solução de continuidade entre as extremidades ósseas. 2.2. Tecido ou meio de união: O tecido de união presente na articulação cartilagínea é o tecido cartilaginoso ou cartilagem, que estabelece uma solução de continuidade entre as peças participantes de articulação. 2.3. Tipo de movimento proporcionado: São articulações imóveis, ou seja, não permitem movimentos entre os ossos que dela participam.. 2.4. Subtipos de articulações cartilagíneas: De acordo com o tipo de tecido cartilaginoso ou de cartilagem presente na articulação cartilagínea, podemos subdividi-la em subtipos denominados: sincondrose e sínfise. Assim temos: a. Articulação cartilagínea do subtipo sincondrose: neste subtipo, a cartilagem presente é de natureza hialina (cartilagem hialina). Ex: no osso esterno existe a articulaçào cartilagínea denominada sincondrose xifoesternal (unindo o processo xifóide ao corpo do osso esterno). b. Articulações cartilagíneas do subtipo sínfise: neste subtipo, a cartilagem presente é de natureza fibrosa (fibrocartilagem). Ex: sínfise púbica (articulação anterior entre os dois ossos do quadril), sínfise intervertebral (articulação entre uma vértebra e outra). A cartilagem da sínfise intervertebral é conhecida com o nome de “disco intervertebral”. O disco intervertebral apresenta na região central uma área de aspecto gelatinoso, denominada Sindesmose – membrana interóssea rádio-ulnar suturas gonfose Sindesmose – membrana interóssea tíbio-fibular 17 núcleo pulposo. O núcleo pulposo serve para amortecer os impactos da coluna vertebral que podem ocorrer em diversas situações, tais como: marcha, corrida, salto, etc. OBSERVAÇÕES: as articulações fibrosas e cartilagíneas podem, com o tempo, sofrer calcificação (ossificação), desaparecendo. Este processo é denominado de sinostose, e determina a perda de elasticidade da articulação. 3. - ARTICULAÇÕES SINOVIAIS São as mais numerosas do nosso corpo, e as que permitem maior mobilidade do esqueleto. Neste tipo, não existe solução de continuidade entre as peças ósseas participantes, mas sim, solução de contiguidade. Em outras palavras, neste tipo de articulação os ossos não estão “grudados” um ao outro, entre eles permanece um pequeno espaço. 3.2. Meio de união: O meio de união é representado por uma cápsula (igual a uma capa ou um saco aberto dos dois lados) que envolve as extremidades ósseas da articulação e depois se prende na superfície dos ossos, mantendo um espaço entre eles. 3.3. Características gerais das articulações sinoviais: para ser classificada como articulação sinovial, a articulação deve apresentar: cápsula articular, cartilagem articular, sinóvia ou líquidosinovial e cavidade articular e ausência de periósteo nas extremidades ósseas envolvidas na articulação. a. Cartilagem articular: é uma fina camada de cartilagem hialina que reveste (cobre) as superfícies ósseas participantes da articulação sinovial. Essas superfícies são desprovidas (não têm) de periósteo. A cartilagem articular não é vascularizada, ou seja, não possui vasos sanguíneos. b. Cápsula articular: é uma membrana dupla de tecido conjuntivo que envolve as extremidades ósseas de uma articulação sinovial, unindo-as parcialmente e limitando uma cavidade no interior da articulação. É constituída por dois folhetos (folhetos interno e externo): - folheto externo da cápsula articular: é denominado membrana fibrosa. É constituído por tecido conjuntivo rico em fibras. Confere resistência e proteção à articulação, bem como serve de local de inserção para ligamentos e músculos. É muito vascularizado e inervado. - folheto interno da cápsula articular: é denominado de membrana sinovial; é constituído por tecido conjuntivo rico em células. É bastante vascularizado, e produz a sinóvia ou líquido sinovial. Articulação cartilagínea do sub-tipo sínfise: sínfise púbica Articulação cartilagínea do sub-tipo sincondrose: sincondrose esternal Articulação cartilagínea do sub-tipo sínfise: sínfise intervertebral 18 c. Cavidade articular: é o espaço presente no interior das articulações sinoviais e limitado pela cápsula articular (a cápsula é a parede da cavidade). A cavidade é preenchida pela sinóvia ou líquido sinovial. d. Sinóvia ou líquido sinovial: é um líquido incolor semelhante à "clara do ovo", e produzido pela membrana sinovial da cápsula articular. Preenche a cavidade articular. É responsável pela nutrição da cartilagem articular e pela lubrificação da articulação. Diminui o atrito entre as partes ósseas participantes. Possui, em sua constituição química, o ácido hialurônico responsável pela viscosidade do líquido. 3.4 – Anexos das articulações sinoviais São as estruturas que podem estar presentes em algumas articulações sinoviais, mas não em todas. a. menisco: é uma estrutura feita de fibrocartilagem (cartilagem fibrosa). Tem formato de "meia lua" e está localizado interposto entre as extremidades ósseas participantes da articulação. Suas funções são bastante discutidas. Entre as funções atribuídas aos meniscos têm-se: -tornam as extremidades ósseas mais congruentes, conferindo melhor ajuste (encaixe) as mesmas; -amortecem impactos sofridos pela articulação; conferem estabilidade à articulação; garantem uma boa distribuição do líquido sinovial sobre as superfícies ósseas. Os meniscos estão presentes na articulação do joelho. b. discos: são estruturas semelhantes aos meniscos no que diz respeito à localização entre as extremidades ósseas, estrutura fibrocartilaginosa e funções. Seu formato é o de um "disco". Encontram-se discos, por exemplo, na articulação temporomandibular (ATM – articulação entre a mandíbula e o osso temporal), articulação acromioclavicular (articulação entre a clavícula e o acrômio da escápula), articulação esternoclavicular (articulação entre a clavícula e o osso esterno), etc. c. ligamentos: são estruturas de tecido conjuntivo presentes em algumas articulações sinoviais. Geralmente tem o formato de uma “fita”. Suas funções são: limitar os movimentos de uma articulação, impedindo movimentos indesejados ou não apropriados, impedindo que o movimento lesione a articulação; reforçar a articulação; conferir estabilidade à articulação. Exemplos: ligamento cruzado do joelho; ligamento fibular, etc. Articulação sinovial Vista externa Cápsula articular Osso do quadril Osso fêmur Articulação sinovial em corte Vista interna Osso Cápsula articular Folheto fibroso Membrana sinovial Cavidade articular Cartilagem articular Cartilagem articular Ossos 19 4. PRINCIPAIS MOVIMENTOS PROMOVIDOS PELAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 4.1. flexão: é o movimento que promove a aproximação de um ou mais eixos ósseos do esqueleto no sentido longitudinal, com diminuição do ângulo formado entre eles. Ex: “Dobrar” o braço ou cotovelo 4.2. extensão: é o movimento de afastamento, no sentido longitudinal, de dois ou mais eixos ósseos com aumento do ângulo existente entre eles. Ex: “esticar” o braço ou o cotovelo 4.3. abdução: é o movimento de afastamento, no sentido transversal, de um ou mais eixos ósseos da linha mediana do corpo.Em outras palavras, a abdução permite que um segmento do esqueleto se distancie da linha mediana do corpo. Ex: abrir “os braços”, abrir ou afastar as coxas 4.4.adução: é o movimento de aproximação, no sentido transversal, de dois ou mais eixos ósseos em direção à linha mediana do corpo. Ex: “fechar” ou juntar as coxas. 4.5. rotação: é o movimento que leva um eixo ósseo girar, no sentido longitudinal, em torno de um outro eixo (pode ser medial e lateral). Ex: rotação da cabeça (Ex: fazer “não” com a cabeça). 4.6.circundação: é o movimento que descreve no espaço a figura geométrica de um cone cujo o ápice (do cone) é a raiz. É resultante da combinação seqüencial de flexão, abdução, extensão e adução. 4.7.pronação: é o movimento que permite voltar a palma da mão posteriormente (para trás). 4.8.supinação: é o movimento que permite voltar a palma da mão anteriormente (para frente). 5. NOMENCLATURA DAS ARTICULAÇÕES (como os nomes para as articulações do corpo são dados) Para dar nome a uma articulação fibrosa (e sub-tipos), cartilagínea (e sub-tipos) ou sinovial, normalmente utilizam-se os nomes dos ossos que estão sendo unidos pela articulação em questão. Exemplos: Sutura frontomaxilar: é o nome dado a articulação fibrosa do sub-tipo sutura que está unindo o osso frontal ao osso maxila; Articulação radioulnar distal: é o nome dado a articulação sinovial que está unindo o osso rádio ao osso ulna em nível de epífises distais. Articulação umeroulnar: é o nome dado a articulação sinovial que está unindo o osso úmero ao osso ulna. Ligamento intra-capsular menisco menisco Interior da articulação do joelho - vista superior Ligamento intra-capsular menisco Ligamento extra-capsular Interior da articulação do joelho - vista anterior menisco 20 TEXTO Nº 04 - SISTEMA MUSCULAR (estudo dos músculos) 1. CONSTITUIÇÃO DOS MÚSCULOS: os músculos são formados por células alongadas que possuem capacidade de contração. Essas células denominam-se fibras musculares (fibra muscular = célula muscular). 2. CONTRAÇÃO: a contração muscular determina movimento ou gera força. Quando os músculos se contraem afetam o movimento do corpo como um todo; o movimento do sangue, dos alimentos através do tubo digestório; da urina através do sistema urinário; do tórax, do diafragma e abdome durante a respiração; na deambulação, etc. Quando os músculos se contraem geram força para segurar objetos, para empurrar objetos, para segurar o próprio corpo, etc. OBSERVAÇÃO: para que um músculo possa se contrair ele precisa receber uma “ordem” do sistema nervoso denominada “impulso nervoso”. Sem o impulso nervoso o músculo não se contrai, torna-se paralisado. I. PARTES DA FIBRA MUSCULAR 1.Sarcolema: é o nome dado à membrana celular da fibra muscular. 2.Sarcoplasma: é o nome dado ao citoplasma da fibra muscular. 3. Miofibrilas: são microfilamentos (“fiosmicroscópicos”) feitos de proteínas e presentes dentro de toda fibra muscular, suspensos (“boiando”) no sarcoplasma e que são os elementos contráteis da rotação circundução extensão flexão abdução adução pronação supinação 21 fibra muscular. Se retirássemos todas as miofibrilas de dentro da fibra muscular, a fibra não poderia mais se contrair. Os impulsos nervosos são transmitidos para as miofibrilas. O arranjo (disposição) das miofibrilas no interior do sarcoplasma pode ou não determinar o surgimento de estriações na fibra muscular visíveis ao microscópio. II. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES – TIPOS DE MÚSCULOS Os diferentes tipos de fibras musculares determinam a formação de diferentes tipos de músculos. Existem três tipos de fibras musculares: fibra muscular estriada esquelética; fibra muscular lisa; e fibra muscular estriada cardíaca. E, consequentemente, 3 tipos de músculos: músculo estriado esquelético; músculo liso; e músculo estriado cardíaco. 1. Músculo Estriado Esquelético: É o tipo de músculo formado por fibras musculares estriadas esqueléticas. 1.1. características da fibra muscular estriada esquelética: a. formato: são células estreitas e bem longas e possuem as extremidades afiladas. b. Nº de núcleos: Possui vários núcleos dispostos na periferia da fibra (núcleos periféricos). c. Disposição das miofibrilas ao microscópio (MO): as miofibrilas do sarcoplasma se organizam formando fileiras bem ordenadas que parecem listras. Essas fileiras bem organizadas são as estriações transversais bem visíveis ao M.O. 1.2. Localização do músculo estriado esquelético: estão localizados no esqueleto fixado (presos) aos ossos, ou fixados em cartilagens e, também (em alguns casos), fixados na superfície interna da pele e da tela subcutânea. 1.3. Resultado da contração do músculo estriado esquelético: ao se contrair esse tipo de músculo pode promover o movimento de alguma parte do esqueleto (andar, mecher a cabeça, movimentar os braços, fazer caretas, etc). Também a contração deste tipo de músculo pode gerar força muscular para segurarmos peso, sustertarmos o corpo, movimentar objetos, etc. E, por último, a contração destes tipos de músculos geram calor para o organismo e ajudam as veias a encaminharem o sangue em direção ao coração (auxiliam no retorno venoso). 1.4 Controle nervoso do músculo estriado esquelético: o controle nervoso é dado pelo sistema nervoso somático, sendo, portanto, um controle voluntário (pode ser regido pela nossa vontade). Em outras palavras: os impulsos nervosos que fazem o músculo estriado esquelético se contrair vêm de uma parte do nosso sistema nervoso denominada sistema nervoso somático. Diz- se que o controle desse músculo ou a sua contração é voluntário pois essa parte do nosso sistema nervoso é controlada por nós, pela nossa “vontade”. Observação: O exercício prolongado pode aumentar a espessura do músculo por aumentar o tamanho ou volume das fibras musculares daquele músculo– hipertrofia muscular. A falta de uso do músculo pode levar a hipotrofia ou atrofia muscular por diminuição no tamanho ou volume dos músculos 2. Músculo liso: É o músculo constituído pelas fibras musculares lisas. A fibra muscular lisa é alongada e fusiforme e possui um núcleo central alongado. 2.1. características da fibra muscular lisa: a. formato: são células estreitas e longas e possuem as extremidades afiladas. b. Nº de núcleos: Possui apenas um núcleo dispostos na região central da fibra (núcleo. Central) 22 c. Disposição das miofibrilas ao microscópio (MO): as miofibrilas do sarcoplasma estão dispostas de maneira desordenada e não formam as fileiras denominadas estriações transversais visíveis ao M.O. 2.2. Localização do músculo liso: estão localizados fazendo parte da parede dos vasos sangüíneos, da parede da maioria das vísceras ocas (bexiga, útero, estômago, intestinos, ureter, uretra, vagina, etc.), da íris e do cristalino do olho, da parede dos ductos glandulares e junto com os folículos dos pêlos (músculos eretores dos pêlos). 2.3. Resultado da contração do músculo liso: ao se contrair esse tipo de músculo pode promover o movimento do conteúdo de uma víscera oca (ex: pode deslocar o alimento do estômago para o intestino, pode expulsar o feto durante o parto, pode esvasiar a bexiga, pode diminuir o diâmetro dos vasos sanguíneos, pode empurrar as secreções glandulares, pode dilatar ou diminuir o tamanho da pupila – menina dos olhos -, etc. – pode deixar a pele arrepiada, etc.) Esse tipo de músculo não atua sobre nosso esqueleto. 2.5 Controle nervoso do músculo liso: o controle nervoso é dado pelo sistema nervoso autônomo, sendo, portanto, um controle involuntário (não pode ser regido pela nossa vontade). Em outras palavras: os impulsos nervosos que fazem o músculo liso se contrair vêm de uma parte do nosso sistema nervoso denominada sistema nervoso autônomo. Diz-se que é involuntário pois essa parte do nosso sistema nervoso não pode ser controlada por nós, e pela nossa “vontade”. 3. Músculo Estriado Cardíaco: É o tipo de músculo constituído por fibras musculares estriadas cardíacas. 3.1. características da fibra muscular estriada cardíaca: a. formato: A fibra muscular estriada cardíaca é longa e possui um núcleo central. Ela apresenta as duas extremidades ramificadas. Essas ramificações terminais prolongam o tamanho da fibra, conferindo ao conjunto de fibras um aspecto de rede. b. Nº de núcleos: Possui um núcleo disposto na região central da fibra (núcleo central). c. Disposição das miofibrilas ao microscópio (MO): as miofibrilas do sarcoplasma se organizam formando fileiras bem ordenadas que parecem listras. Essas fileiras bem organizadas são as estriações transversais bem visíveis ao microscópio e iguais às miofibrilas do sarcoplasma da fibra muscular estriada esquelética. 3.2. Localização do músculo estriado cardíaco: está localizado no coração formando a parede ou túnica média do coração também conhecida com o nome de miocárdio. 3.3. Resultado da contração do músculo estriado cardíaco: ao se contrair esse tipo de músculo promove o esvasiamento das cavidades cardíacas, impulsionando ou movimentando o sangue para fora do coração e para o interior (para dentro) dos vasos sangüíneos. 3.5 Controle nervoso do músculo estriado cardíaco: o controle nervoso é dado pelo sistema nervoso autônomo, sendo, portanto, um controle involuntário (não pode ser regido pela nossa vontade). Em outras palavras: os impulsos nervosos que fazem o músculo estriado cardíaco se contrair vêm de uma parte do nosso sistema nervoso denominada sistema nervoso autônomo. Diz- se que é involuntário, pois essa parte do nosso sistema nervoso não pode ser controlada por nós, e pela nossa “vontade”. 23 Principais características e diferenças entre os 3 tipos de fibras musculares e respectivos músculos formados por elas. Fibra muscular estriada esquelética Fibra muscular lisa Fibra muscular estriada cardíaca Tipo de músculo que as fibras musculares formam Músculo estriado esquelético Músculo liso Músculo estriado cardíaco Localização no corpo do músculo formado pelas fibras musculares Distribuídos por todo o corpo fixado (preso) no esqueleto e em camadas da pele Faz parte da parede dos vasos sangüíneos, olho, ductos, vísceras ocas e junto ao folículo dos pêlos Fazendo parte da túnica média do coração ou miocárdio Disposição ou arranjo das miofibrilas dentro do sarcoplasma da fibra muscular Arranjo organizado, formando fileiras denominadas estriações tranversais visíveis ao MO*. Arranjo desorganizado, não forma fileiras denominadas estriações tranversaisvisíveis ao MO* Arranjo organizado. formando fileiras denominadas estriações tranversais visíveis ao MO* Número de núcleos da fibra muscular Polinucleada (vários núcleos) Uninucleada (um núcleo) Uninucleada (um núcleo) Posição do núcleo dentro da fibra muscular Núcleos posicionados nas regiões periféricas da fibra Núcleo posicionado na região central da fibra Núcleo posicionado na região central da fibra Extremidade da fibra muscular Sem ramificações Sem ramificações Extremidades ramificadas Controle nervoso É feito pelo sistema nervoso somático É feito pelo sistema nervoso autônomo É feito pelo sistema nervoso autônomo Qualidade do controle nervoso voluntário involuntário involuntário Movimento resltante da contração muscular Movimento dos segmentos do corpo (movimento do esqueleto), expressão facial, força muscular Movimento do conteúdo da víscera, diminuição do diâmetro dos vasos sangüíneos alterando a velocidade de passagem do sangue, alteração do diâmetro da pupila, ereção dos pêlos Impulsiona o sangue para o interior dos vasos sanguíneos (batimentos cardíacos). *(MO = microscópio óptico) OBS.: Neste capítulo estudaremos apenas a musculatura estriada esquelética. I - MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Representa cerca de 40% do peso de um indivíduo. Sua contração pode determinar movimento de partes do esqueleto, sendo, pois, o elemento ativo do movimento. Sua contração também pode gerar “força muscular” e calor. 1. REGIÕES DE UM MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Em todo músculo estriado esquelético, macroscopicamente, é possível visualisar ao menos 2 extremidade (pontas) e um ventre muscular. 2.1.Ventre muscular: é a região carnosa do músculo, ou seja, é a região constituída por fibras musculares. O ventre muscular é a porção contrátil do músculo. Durante a contração muscular, o ventre diminui (encurta) o tamanho ou tem alterada a tensão em suas fibras. Possui coloração avermelhada, sendo intensamente vascularizada. O ventre muscular tem cor “vermelha escura”. (cor de “bife”) Os ventres musculares apresentam formatos e tamanhos variáveis. 2.2.Extremidades musculares: representam as regiões terminais dos músculos (as pontas ou extremidades). Não possuem fibras musculares e são constituídas por tecido conjuntivo. As extremidades servem para fixar o músculo nas superfícies ósseas (periósteo) ou em outras estruturas 24 do esqueleto (pele, cartilagem, etc.). Não apresentam capacidade de contração, possuem coloração esbranquiçada e brilhante, sendo muito resistentes. De acordo com o formato das extremidades, estas podem ser classificadas em tendões e aponeuroses. a. tendões: são extremidades musculares cilindróides ou em formato de "fitas". Podem ser longos ou curtos. b. aponeurose: é a extremidade muscular em formato de lâmina. É larga, podendo ser grande ou curta. OBS.: um músculo, geralmente, apresenta um ventre e duas extremidades (uma é a cabeça e a outra é a cauda). 3. ANEXOS MUSCULARES: representam estruturas de natureza "não muscular", ou seja, que não são feitas por fibras musculares. Os anexos não entram na constituição do músculo e não estão presentes em todos os músculos estriados esqueléticos, apenas junto à alguns deles. São eles: 3.1. fáscia muscular: é a membrana de tecido conjuntivo fibroso, desprovida de gordura, que envolve os músculos, facilitando o deslizamento de um músculo, ou de um grupo muscular sobre outro, durante a contração. Em alguns locais do corpo, as fáscias podem apresentar-se espessadas, constituindo estruturas denominadas retináculos. Por exemplo, no antebraço, em nível dos tendões musculares do “pulso”, existe um retináculo cuja função é manter em posição os tendões musculares. Espessamento de fáscia semelhante a este encontramos na perna. 3.2.bolsa sinovial: estrutura semelhante a uma pequena "bolsa", (esfera achatada), constituída externamente por tecido conjuntivo e internamente por membrana sinovial. Contém no seu interior líquido sinóvia. Surge também como anexo de algumas articulações sinoviais. A bolsa sinovial tem como função proteger um músculo quando este se movimenta diretamente sobre um osso. Neste caso, a bolsa localiza-se entre o osso e o músculo. A inflamação da bolsa sinovial é conhecida como “bursite”. 3.3. bainha sinovial: é uma dupla membrana de tecido conjuntivo que envolve certos tendões musculares. No espaço entre as duas membranas existe uma película de líquido sinóvia. A bainha sinovial forma "túneis" pelo interior dos quais passa um tendão. Sua função é facilitar o tendão tendão Ventre muscular Regiões ou partes do músculo estriado esquelético aponeurose Ventre muscular Regiões ou partes do músculo estriado esquelético 25 deslizamento dos tendões, mantendo-os em posição. A inflamação nesta bainha é conhecida como “tendosinovite”. 4. TÔNUS MUSCULAR Ë o estado de tensão presente nas fibras musculares estriadas esqueléticas mesmo quando elas não estão se contraindo, ou seja, mesmo em repouso o músculo estriado esquelético tem uma certa “firmeza ou tensão”, uma consistência que impede que ele se torne extremamente flácido (mole). Aumento do tônus de um músculo é a hipertonia. Diminuição do tônus é a hipotonia. Ambos os casos dificultam a realização dos movimentos. 5. DENOMINAÇÕES DAS FIXAÇÕES MUSCULARES O músculo apresenta suas extremidades (tendões ou aponeuroses) fixadas aoperiósteo do esqueleto (ossos e cartilagens) ou em camadas da pele. Essas fixações recebem os nomes de origem e inserção musculares, como veremos: 5.1. origem muscular: corresponde ao acidente ósseo onde se prende uma das extremidades muscular, sendo que esse osso permanece fixo durante o movimento. 5.2. inserção muscular: é o acidente ósseo onde se prende a outra extremidade muscular e cujo osso se desloca durante o movimento. OBS: nos músculos dos membros, a origem geralmente é proximal e a inserção é distal. Existem músculos com mais de um ponto de origem e com mais de um ponto de inserção. 7. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS Os músculos estriados esqueléticos podem ser classificados de acordo com vários critérios: 7.1. Quanto ao formato: classifica os músculos analisando a forma geométrica do mesmo. Por exemplo, músculo deltóide (forma de letra grega delta), músculo trapézio (forma geométrica de trapézio), etc; Exemplo: existe um músculo que possui uma extremidade fixada no capítulo do osso úmero e a outra extremidade fixada na cabeça do osso rádio e quando este músculo se contrai observa-se um movimento (deslocamento) do osso rádio. Diz-se, então, que a origem deste músculo está no capítulo do osso úmero (o úmero não se movimentou, se manteve fixo) e que a inserção está na cabeça do osso rádio (foi o osso rádio que se movimentou quando o músculo se contraiu). Retináculo da perna Bainha sinovial Bainha sinovial Tendão muscular Retináculo do antebraço 26 7.3. Quanto à ação, função ou quanto ao movimento que ele proporciona: Podem ser flexores, extensores, adutores, abdutores, pronadores, etc.; 7.4. Quanto ao número de cabeças (nº de extremidades) de origem: Como comentado anteriormente, um músculo, geralmente, tem duas extremidades e um ventre. Contudo, alguns podem apresentar mais do que duas extremidades. Sendo, assim, temos: a. músculo bíceps:possui duas extremidades de origem (m. bíceps do braço); b. músculo tríceps - possui três extremidadesde origem (m. tríceps do braço); c. músculo quadríceps - possui quatro extremidades de origem (m. quadríceps da coxa); Nos itens citados, as cabeças de origem unem-se em um único ventre, o qual possui uma única extremidade de inserção; 7.5. Quanto ao número de caudas (extremidades) de inserções: a.músculo policaudado - possui várias extremidades para inserção (ex: músculo extensor longo dos dedos); 7.6. Quanto ao número de ventres: nestes casos, o músculo possui uma extremidade de origem, uma de inserção e vários ventres; a. músculo digástrico - possui dois ventres (músculo digástrico); b. músculo poligástrico - possui três ou mais ventres (músculo reto do abdome); 8. UNIDADE MOTORA 8.1. Definição: É o conjunto formado pelo corpo ou pericário de um neurônio (corpo da célula nervosa), pelo prolongamento do corpo deste neurônio (fibra nervosa) e pelas fibras musculares inervadas por este prolongamento, ou, conectadas a este prolongamento (fibra nervosa). Cada ventre muscular é um conjunto de unidades motoras. 8.2. Função da unidade motora: conduzir e transmitir o impulso nervoso para as fibras musculares que fazem parte da unidade motora para que, então, essas fibras musculares possam se contrair. Ventre muscular tendões Músculo bíceps tendão Músculo poligástrico ventre aponeurose tendão Músculo policaudado tendões ventre 27 TEXTO Nº 05 SISTEMA CIRCULATÓRIO: GENERALIDADES E CORAÇÃO I.GENERALIDADES O sistema circulatório compreende o conjunto de órgãos e estruturas que impulsiona o sangue e forma um circuito fechado de vasos por onde circula este sangue. 1. FUNÇÕES Através da circulação do sangue, o organismo recebe elementos nutritivos (glicose, lipídios, aminoácidos, sais minerais, etc.) necessários para a vida celular. Recebe também o oxigênio necessário para a respiração e demais reações celulares. Além disso, é por meio da corrente sangüínea que o produto do metabolismo celular e o dióxido de carbono (CO2), entre outros produtos, são coletados das células e encaminhados para posterior eliminação. Também serve de via de distribuição dos hormônios para as células do corpo, via de administração de medicamentos. Participa, junto com o sistema nervoso, do controle e manutenção da temperatura corporal. Participa do sistema de defesa do organismo. 2 CONSTITUIÇÃO É constituído pelo sangue, por um órgão central, contrátil e oco - CORAÇÃO – e por um conjunto de vasos sangüíneos. II. SANGUE - GENERALIDADES O sangue é um líquido de coloração vermelha, constituído por plasma e células sangüíneas. 1. PLASMA: é o líquido incolor no qual se encontram mergulhadas as células sangüíneas. O plasma é composto por água, sais minerais, lipídios, glicose, proteínas (albumina, protrombina, fibrinogênio e globulinas, entre outras), etc. Quando se retira o fibrinogênio do plasma passamos a ter o SORO. Para tanto, basta retirar um pouco de sangue e deixar um tempo em repouso, a parte líquida resultante é o soro. Para obtermos plasma devemos acrescentar ao sangue retirado substâncias anticoagulantes. 2.CÉLULAS DO SANGUE 2.a. Hemácias ou glóbulos vermelhos (eritrócitos): são células anucleadas que possuem no seu interior um pigmento denominado HEMOGLOBINA. Este pigmento confere a cor vermelha ao sangue. As hemácias são células importantes para as trocas gasosas entre o sangue e os tecidos, e entre o sangue e o ar dos alvéolos pulmonares. O oxigênio liga-se à hemoglobina e é transportado, pelas hemácias, para todas as células do corpo. As hemácias captam parte do CO2 e libera o mesmo em nível de alvéolo pulmonar. Portanto a principal função da hemácia é o transporte de oxigênio para os tecidos via corrente sanguíea. 2.b. Leucócitos ou glóbulos brancos: são células do sangue que participam da defesa do organismo. Há vários tipos de leucócitos: neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos, basófilos. Exercem o papel de defensores do organismo devido a sua capacidade de fagocitose e de produção de anticorpos. 2.c. Plaquetas: são células do sangue importantes para o processo de coagulação sangüínea. 3. FORMAÇÃO DO SANGUE Até o 3o mês de vida intra-uterina, o sangue é produzido pelo tecido conjuntivo intra- embrionário do saco vitelino. Do 2o mês ao 5o mês de vida intra-uterina, o sangue é produzido pelo fígado, baço e, em pequenas proporções, pelos linfonodos linfáticos. Após o 5o mês de vida intra- 28 uterina, é produzido pela medula óssea vermelha. Após o nascimento é produzido pela medula óssea vermelha. III CORAÇÃO O coração é um órgão oco e muscular, portanto contrátil, que possui quatro cavidades: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo. 1. FUNÇÃO: com a contração do coração o sangue é impulsionado para o interior da rede vascular (vasos), distribuído ao corpo e coletado de volta ao coração. O coração impulsiona o sangue para todos os tecidos do corpo, recebe o sangue proveniente de todos os tecidos do corpo, impulsiona o sangue para os pulmões para a oxigenação e recebe o sangue oxigenado proveniente dos pulmões. 2. LOCALIZAÇÃO: está localizado na cavidade torácica, entre os dois pulmões, em um espaço denominado mediastino. No mediastino o coração ocupa uma posição oblíqua, com a base voltada superiormente (para cima), para a direita e posteriormente (para trás). O ápice está voltado para a esquerda, inferiormente (para baixo) e anteriormente (para a frente). 1/4 do volume do coração está localizado à direita da linha mediana do corpo e 3/4 de seu volume situa-se à esquerda da linha mediana. No mediastino, o coração situa-se posteriormente ao osso esterno e cartilagens costais; anteriormente à coluna vertebral torácica; e superiormente ao músculo diafragma. 3. FORMATO: o coração possui o formato de um cone, com base superior e ápice inferior. 4. MORFOLOGIA EXTERNA (lado de “fora” do coração) 4.1. Faces (superfícies): o coração possui três faces ou superfícies a saber: a. face esternocostal: é a face anterior do coração. É convexa e relaciona-se com o osso esterno e cartilagens costais; b. face diafragmática: é a face inferior e plana do coração, relacionada com o músculo diafragma; c. face pulmonar: é a face esquerda e a face direita do coração relacionada com o pulmão. 4.2. Regiões: como mencionado, no coração pode-se distinguir 2 regiões: a. base do coração: região superior do coração, volumosa (grande), onde encontram-se grandes vasos sangüíneos conhecidos como vasos da base; 29 b. ápice do coração: região inferior e afilada do coração (ponta do coração). 4.3. Sulcos: Na superfície do coração encontram-se os seguintes sulcos (“canaletas”): a. sulco coronário: é um sulco que contorna a base do coração. Este sulco é interrompido, na face esternocostal, pela emergência do tronco pulmonar (vaso sangüíneo). O sulco coronário marca, externamente, a separação entre átrios e ventrículos. Superiormente ao sulco estão os átrios e inferiormente os ventrículos. O sulco é ocupado por vasos sangüíneos (artérias coronárias, seus ramos, e veias do coração); b. sulco interventricular anterior: é um sulco oblíquo presente na face esternocostal. Inicia-se nas imediações do sulco coronário e dirige-se obliquamente em direção ao ápice do coração; c. sulco interventricular posterior: sulco oblíquo presente na face diafragmática. Inicia- se nas imediações do sulco coronário e dirige-se obliquamente ao ápice do coração. OBS: os sulcos interventricularesanterior e posterior marcam, na superfície do coração (no lado de fora), a separação entre os ventrículos direito e esquerdo. Estes sulcos são ocupados (preenchidos) pelos ramos interventriculares das artérias e veias coronárias. 5. CAVIDADES DO CORAÇÃO Existem no interior do coração 4 cavidades a saber: átrios direito e esquerdo; ventrículos direito e esquerdo. Os átrios não se comunicam entre si. Estão separados por uma parede músculo-membranosa denominada SEPTO INTERATRIAL. O mesmo ocorre com os ventrículos, que estão separados por uma parede muscular denominada SEPTO INTERVENTRICULAR. Deste modo, as únicas comunicações possíveis entre as câmaras cardíacas são: entre o átrio direito e o ventrículo direito, através do óstio atrioventricular direito; e entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo, através do óstio atrioventricular esquerdo. Passaremos agora ao estudo de cada cavidade lembrando, entretanto, que cada uma delas possui orifícios para a entrada e para saída do sangue. 5.1. ÁTRIO DIREITO É uma cavidade cuja parede medial é representada pelo septo interatrial. Neste local (septo interatrial) é possível observar uma depressão ovalada denominada FOSSA OVAL, que nada mais é do que o vestígio do FORAME OVAL que no feto estabelece a comunicação entre os átrios direito e esquerdo. Ao nascimento este forame está fechado, restando apenas uma depressão. O átrio direito recebe o sangue rico em CO2 (sangue “venoso”) de todo o corpo, incluindo o do próprio coração, através de vasos que desembocam neste átrio. São eles: veias cavas superior, veia cava inferior, e seio coronário. O sangue venoso sai do átrio direito para o ventrículo direito pelo óstio atrioventricular direito. COMUNICAÇÕES ENTRE AS CAVIDADE CARDÍACAS (a seta representa a direção da passagem do sangue e o símbolo representa passagem proibida) Átrio direito Átrio esquerdo Óstio atrioventricular Ostio atrioventricular Direito esquerdo Ventrículo direito Ventrículo esquerdo 30 Portanto, no átrio direito temos os seguintes orifícios: a. Orifícios de entrada para o sangue: - óstio da veia cava superior: orifício de abertura da veia de mesmo nome. Esta veia lança no átrio direito o sangue rico em dióxido de carbono (CO2) proveniente da cabeça, pescoço, membro superior e tórax; - óstio da veia cava inferior: orifício de abertura da veia de mesmo nome. Esta veia lança no átrio direito o sangue rico em dióxido de carbono (CO2) proveniente do abdome, pelve e membro inferior; - óstio do seio coronário: orifício de abertura da veia de mesmo nome. Esta veia lança no átrio direito o sangue rico em dióxido de carbono (CO2) dos tecidos do próprio coração. b. Orifício de saída para o sangue: - óstio atrioventricular direito: orifício que comunica o átrio direito com o ventrículo direito. O sangue rico em dióxido de carbono (CO2 lançado no átrio direito passa, a seguir, para o ventrículo direito através deste óstio. Este, representa ao mesmo tempo, o orifício de saída do átrio direito e o orifício de entrada do ventrículo direito. 5.1.1. Função do átrio direito: receber o sangue trazido pelas veias cavas superior e inferior e seio coronário e impulsioná-lo para o ventrículo direito. OBS: o átrio direito possui uma pequena expansão em sua cavidade, visível na superfície do coração, e denominada aurícula direita. 5.2.VENTRÍCULO DIREITO É uma cavidade cônica que possui paredes mais delgadas (menos espessa, mais fina), quando comparadas com as paredes do ventrículo esquerdo. Recebe o sangue rico em dióxido de carbono (CO2) do átrio direito, e envia este sangue, por meio do tronco pulmonar, para ser oxigenado nos pulmões. Para tanto possui os seguintes orifícios: a. Orifício de entrada para o sangue: - óstio atrioventricular direito: permite a passagem de sangue do átrio direito para o ventrículo. Este óstio já foi mencionado no item sobre orifício de saída do átrio direito. b. Orifício de saída para o sangue: - óstio do tronco pulmonar: orifício de abertura de um calibroso vaso sangüíneo de mesmo nome. O sangue rico em dióxido de carbono (CO2) do ventrículo direito passa para o tronco pulmonar que o leva em direção aos pulmões. 5.2.1. Função do ventrículo direito: receber o sangue do átrio dierito e impulsionar o sangue para dentro do tronco pulmonar, assim o tronco pulmonar e seus ramos pode enviar o sangue para os pulmões. 5.3. ÁTRIO ESQUERDO É uma cavidade cubóide que também apresenta uma expansão, visível na superfície do coração, denominada de AURÍCULA ESQUERDA. Este átrio recebe o sangue oxigenado proveniente dos pulmões, por meio das quatro veias pulmonares, e impulsiona este sangue para o ventrículo esquerdo. Portanto, possui os seguintes orifícios: a. Orifícios de entrada para o sangue: - óstio das veias pulmonares: são 04 orifícios de abertura das veias pulmonares, sendo que 2 veias são direitas e 2 esquerdas, e lançam no átrio esquerdo o sangue oxigenado que vem dos pulmões. b. Orifícios de saída para o sangue: 31 - óstio atrioventricular esquerdo: o orifício que comunica o átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo. Representa o orifício de saída do átrio e o orifício de entrada para o ventrículo. É através deste óstio que o sangue do átrio esquerdo alcança o ventrículo esquerdo. 5.3.1. Função do átrio esquerdo: receber o sangue trazido pelas 4 veias pulmonares e impulsionar o sangue para o ventrículo esquerdo. 5.4. VENTRÍCULO ESQUERDO É uma cavidade que possui paredes bem espessas. Recebe o sangue oxigenado do átrio esquerdo, e impulsiona este sangue para a aorta para que seja distribuído para todo o corpo. Possui os seguintes orifícios: a. Orifício de entrada para o sangue: - óstio atrioventricular esquerdo: é o mesmo orifício de saída do átrio esquerdo, como comentado anteriormente. b. Orifício de saída para o sangue: - óstio da aorta: é o orifício de abertura da artéria (vaso) de mesmo nome. O sangue do ventrículo esquerdo é impulsionado para o interior da aorta, que o distribui, através de suas inúmeras ramificações, para todo o corpo. 5.4.1. Função do ventrículo esquerdo: receber o sangue do átrio esquerdo e impulsionar o sangue para dentro da aorta, assim a aorta e seus ramos pode enviar o sangue para todos os tecidos do corpo. OBSERVAÇÃO : as paredes dos átrios são mais delgadas (“mais finas”) e mais membranosas, enquanto que, as paredes dos ventrículos são mais espessas (“mais grossas’) e mais musculares. As aurículas direita e esquerda servem para amortecer o impacto do sangue que chega até aos átrios. 6. VALVAS DO CORAÇÃO Definição de valva: A valva é o nome que se dá ao conjunto de membranas de tecido conjuntivo localizadas dentro do coração presas no contorno de um orifício (óstio) e que serve para fechar e abrir o orifício, controlando a passagem de sangue através do orifício. Definição de válvula: é o nome que se dá a cada uma das membranas de tecido conjuntivo que fazem parte de uma valva. Assim, cada valva é constituída (possui) por 2 ou mais válvulas (por 2 ou mais membranas conjuntivas). Cada membrana é formada (é feita) por tecido conjuntivo fibroso revestido por endotélio. As valvas estão presentes em quase todos os óstios de entrada e saída das câmaras cardíacas, fechando ou abrindo estes orifícios, no intuito de controlar o fluxo sangüíneo no coração. As principais
Compartilhar