Buscar

Iranete Pontes Minha Alma Poetica

Prévia do material em texto

Minha Alma Poética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética 
Iranete Pontes 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
Apoio cultural 
 
 
Jornal de Vicente Pires 
 
www.evandocarmo.com 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 3 
 
 
 
© Copyright by Iranete Pontes 2013 
 
Programação Visual o Autor 
Arte da capa Evan do Carmo 
Revisão Autora 
 
 
Minha Alma Poética / Iranete Pontes – Brasília 2013. 
100 p. 
 
 
 
1. Literatura, Brasil 8. Poesia. I. Título 
CDU 82-1(81) CDD 869.1 B 
ISBN 978-85-7062-828-2 
 
 
Composto e impresso no Brasil 
Printed in Brazil 
www.evandocarmo.com 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 4 
 
 
 
 
Minha Alma 
 
Poética 
 
Iranete Pontes 
 
Editor: 
Evan do Carmo 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ele é rock, eu samba, mas dançamos no mesmo 
compasso... Ele é bonanza, eu ventania, mas na 
mesma tempestade, a vida, seguimos sempre 
juntos na mesma estrada! 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
E o ódio e a inveja... é realmente lamentável como 
alguns não vivem a sua própria vida e ficam com 
ódio e inveja da felicidade e da vida pessoal de 
outros... 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
Com certeza, Deus pra nós humanos, tarda, mas 
nunca falha! (Pra nós tarda, pois nosso tempo, não 
é o mesmo Dele, nós somos imediatistas...) 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O tempo não para e com ele se vão as pessoas que 
amamos, então o que nos resta são as lembranças, 
sorrisos e bons momentos cada um mais 
inesquecível que o outro... Saudades de minha 
mãe, de tudo de bom que foi pra mim. 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira vez que olhei no teu olhar, mergulhei 
num lago límpido e calmo que me deu segurança, 
quando tentei voltar não encontrei mais a saída, 
fiquei aprisionada pra sempre dentro de você!... 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 10 
 
Surtei 
 
Mergulhei nos teus olhos, me afoguei, 
Acendi meu corpo no teu corpo, me queimei, 
Encostei minha boca em tua boca, surtei, 
Nunca mais tive paz, amei! 
Tenho medo de te perder, 
Me perdi! 
No teu amor! 
E me achei sonhando, acordei! 
E senti o teu calor, 
Minha realidade! 
 
28,09/2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 11 
 
Duas faces I 
 
Estou com meu ser pesado, 
Me parece carregar um fardo, 
Da minha vida que carece 
De amor, de abraço, de agrado 
Estou só e triste neste tablado 
Dói na alma e desabafo. 
Meu ego está vazio, 
Minha alma em pânico, 
Socorro meu Deus eu peço, 
Isto é obra do satânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 12 
 
Infância singular 
 
Era o ano de 1960, em nossa humilde casa, 
lamparinas acesas, minhas irmãs e eu deitadas no 
chão da sala, minha mãe sentada no meio de nós, 
fazendo crochê...A única fonte de renda que ela 
tinha para nos sustentar. Eu com apenas três 
aninhos, passava pela angústia de ser desmamada, 
pois mamãe não tinha mais leite. Então meu avô (0 
pai Chiquinho) comprou uma cabra para tirar leite 
pra me alimentar; isto tudo, acho que só lembro 
por serem passagens marcantes na minha mente, e 
por ouvir minhas irmãs e minha mãe repetirem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 13 
 
Duas faces II 
 
Baixa o pano é outro dia 
Dia de paz e harmonia. 
Muda o cenário, se alegra, 
Temor já não tenho mais... 
Vive um dia de palhaço, 
Pinta a cara, colore a roupa, 
Os cabelos...palha de aço... 
Grita, canta, pirilampa, 
Até a garganta ficar rouca. 
Dança, rodopia, corre, 
neste corpo o amor acampa!!! 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 14 
 
Ser 
 
Tudo que entendo da vida é que amo 
tudo que a vida entende de mim é que eu chamo 
Mergulho cá dentro de mim e não sei o que sinto 
Se gosto do meu ser ou se apenas consinto 
 
Sinto o gosto de você 
Sinto o cheiro de uma flor 
Sinto tanto ciúme 
Que sinto uma enorme dor... 
 
Sou mulher, às vezes nem isso sou 
Sou apenas um ser que não quer ser... 
Se sou feliz, tudo sou 
E só quero te fazer feliz!!! 
 
Iranete 24/11/2008 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 15 
 
Ser ll 
 
Olho teu retrato e reflito 
Na luz que vem dos teus olhos 
me leva a um enorme conflito 
Essa luz se funde em mim, em meus ossos... 
 
Mergulho em teu ser 
Quero estar contigo 
Se és feliz, também sou... 
Tudo que quero é nos fazer feliz... 
 
Iranete do Carmo 
24/11/2008 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 16 
 
Teu corpo 
 
Ali no meu leito 
tonteante, afinal minha alegria é viver mais 
doçuras com meu amante, ver brilhar na sua face a 
luz... quando no calor dos nossos corpos arfantes, 
dizemos e fazemos muitas coisas. 
 
Olho nos seus olhos em brasas e... eis que 
incendeio petulante. 
 
Repentinamente, como em profundezas de águas 
me afogo, e desfaleço em seus mares.Com seu 
veneno, me afago e morro pra ressuscitar e esperar 
com desespero novamente essa volúpia inebriante 
que só em nosso prazer acaba, com bis, como se 
fora um visitante. 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 17 
 
Teu Pé 
 
Muitas vezes ,na falta da mão, procuramos o pé 
Ah! teu pé! 
Todas as vezes que o toquei o encontrei! 
 
E roço o meu pé no teu 
Tu roça o teu pé no meu... 
Aí o fogo acende 
nem que seja por pouco tempo... 
 
É o tempo passa!... 
E junto com ele, a paixão 
tudo que permanece é "o amor"... 
 
"A chama do amor" 
Aí voltamos a entrelaçar nossas mãos! 
E adormecemos, saciados, cansados! 
Isto se chama"amor"... 
 
 
24/06/2009 
Minha Alma PoéticaIranete Pontes 
 
 18 
 
Não me afastarei de ti, até a hora da partida... 
 
Podem falar que o primeiro amor é inesquecível, 
mas dependendo dos anos que se passam, 
nem o nome não se lembra mais... 
porque terei ciúmes da primeira, se fui a última? 
Ah! A última é que te alimenta de emoção! 
te dá tudo que precisa, oferece a vida...! 
Ah! "você não sabe quanta coisa eu faria pra ti 
fazer feliz!" 
Fui capaz de criar um filho que não era meu e 
fazê- lo meu... 
Fui capaz de tirar de minhas entranhas um filho 
que não podia mais forjar... 
Forjei-o pra vc, pra nós...! 
Tirei de minhas entranhas poesias que ti ofereci 
lembra? 
Quando eu partir... te lembrarás de mim, quando 
olhares pra esse filho que forjei 
Sem poder forjar, forjei com o poder de Deus... 
"Você não sabe quanta coisa eu fiz pra ti fazer 
feliz!" 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 19 
Entre quatro paredes, 
"Só nós dois é que sabemos, só nós dois e mais 
ninguém!" 
Mas, como saber, se depois que eu partir, serei a 
última? 
Fácil, ninguém que possa vir depois, superará o 
meu amor... 
O nosso amor...! 
 
 29/06/2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 20 
 
Contigo. 
 
Hoje tive uma inspiração acho que fiquei com 
saudade, 
você não me levou contigo, fiquei só e não gostei 
,vou a teu encontro com essas palavras que ditei, 
aqui grito o meu amor para todo orkuteiro, 
vão ver como se ama e também o que não ocultei. 
Tu és minha própria vida, se não estás, juro, falta-
me tudo, fico doente, sem nada ter, falta-me o ar. 
Me perco em pensamentos, e não me encontro até 
te encontrar... 
a tarde fica longa, e a noite demora chegar... 
Noite que com inveja de minha felicidade, quando 
te ver 
escurece, fica cega, pra não nos enxergar... 
 
04/07/2009 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 21 
 
Procurando 
 
Me olhei no espelho e me espelhei... 
me assustei... do meu lado vi minha 
sombra...chorei... com todos os homens me 
enganei... 
Desiludida fiquei entristecida... 
retornei ao espelho.. 
pra minha surpresa percebi 
dentro dele não era eu, era vc... 
Me volto assustada... 
A sombra que me acompanhava...minha sombra? 
Não era a minha, era a sua...ou será o contrário? 
não sei... 
Procurei em vão... não encontrei... 
 
Até em amores passados... 
sem perceber que sempre foi vc que esteve em 
mim... 
ao meu lado... 
 
 11\11\2007 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 22 
 
O tempo 
 
Cansei de ficar 
Esperando o tempo passar 
Ser certinha e me aquietar, 
Calei por muito tempo, 
Vendo o tempo me levar 
Coerente, fui levando-o, 
Achando que ele podia parar... 
 
Envolvendo-me e enganando-me 
Ia a metamorfose 
A me transformar. 
Hoje quente, 
Amanhã frio quietinho ia 
Como a me devorar... 
Olhando-me no espelho 
Ia uma ruga encontrar... 
Revoltada contra ele 
Uma atitude fui buscar 
Abracei a minha vida e precisei 
Da cumplicidade para caminhar. 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 23 
Fiz um pacto com a loucura 
E consegui escandalizar 
Beijei minha juventude 
Soltei a sua mão 
Parei de lamentar 
Pela primeira vez no espelho 
Olhei a me admirar 
Vi ruga sim 
Mas, com clareza, 
Vi o espelho 
A me elogiar... 
O inesperado aconteceu! 
Estava toda colorida, 
Como a vida... 
Laranja, verde 
Florescente a ofuscar 
O tempo parou assustado 
Pois querendo-me entristecer, 
Ele viu, que eu me pus 
A cantarolar e a dançar. 
 
 
21/12/2006. 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 24 
 
Se não posso ir contigo 
 
Se não posso ir contigo 
não tenho tempo pra te ouvir 
Tenho-te comigo... 
Neste poema, que sempre posso voar... 
leva-me neste poema, seja qual for o destino a 
seguir... 
leva-me contigo também... como amante e amiga 
 
Nas minhas palavras lê a paixão, 
elas formam o abraço de dois corações 
O beijo que é meu, tudo que imaginei... 
E tudo que realizei!!!! 
Estaremos sempre juntos, não tem espaço nem 
tempo. Se não podemos estar perto, voaremos... 
nas asas da poesia... Se não podemos ouvir, 
ouviremos, nas notas das músicas que fizeste pra 
nós... 
 
 04/07/2009 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 25 
 
Surtei 
 
Mergulhei nos teus olhos, me afoguei, 
Acendi meu corpo no teu corpo, me queimei, 
Encostei minha boca em tua boca, surtei, 
Nunca mais tive paz, amei! 
Tenho medo de te perder, 
Me perdi! 
No teu amor! 
E me achei sonhando, acordei! 
E senti o teu calor, 
Minha realidade! 
 
 28/09/2006 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 26 
 
Alma gêmea 
 
Alma irmã da minha alma, 
Ser metade do meu ser, 
Tu és eu quando te quero 
Eu sou tu se queres ser. 
Tens prazer quando te dou 
Sou feliz quando tu és, 
Não há tempo nem espaço 
Que separe tu de mim 
Meu sorriso em tua face 
Faz sorrir teu rosto em mim. 
Alma irmã da minha alma, 
Ser que habita no meu ser 
És a paz tão desejada, 
A plenitude do viver 
Toda aventura na terra 
Se resume em te querer. 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 27 
 
Dia de chuva(melancolia) 
 
A chuva cai lá fora... 
E eu aqui dentro com o coração em pranto. 
Onde andas, que eu não sei, 
choras por mim ou outra se espanta? 
 
A vida te tomou de mim, 
Ou foi outra, que o teu olhar encanta? 
 
Teu olhar que era só meu, 
Que nele ainda me encontro, 
Era só no teu olhar que eu nascia 
e a mim causava dor, um tanto! 
 
Oh! Sopro quente que sopra em meu cangote, 
Não se lembra de outros tempos? 
Que eras brisa a me esparramar os cabelos? 
Trazias alegria e canto, 
Agora tristeza e morte! 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 28 
 
Levavas as nuvens escuras, 
para que aparecesse o sol, 
que resplandecia e alegrava 
os iludidos mortais. 
Agora vem tu e trazes, 
nuvens carregadas de horror.. 
Escurece o dia e fazes triste 
Quem antes se iludia e era feliz.. 
 
Achava que dar, valia mais do que receber... 
Descobriu que é dando, que precisa ganhar 
Pra se ter verdadeira felicidade! 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 29 
 
Só 
 
Só, na escuridão do dia está me faltando 
você... 
Estou sem fôlego, fôlego que me dá vida... 
Está me faltando você. 
Você, meu próprio ser, 
Minha imagem no espelho é você, 
Minha fantasia, meu êxtase, meu prazer... é 
você... 
 
Você que não sai de mim, só penso em, você... 
Você que sempre está comigo, 
Você que sempre me aquece, e me apetece, 
Que me envolve em seu calor...sua luz. 
Você que sabe o que eu sei...pensa comigo. 
É meu amigo que me quer, 
É meu amante, que me deixa ser eu... 
Reverencio ao meu Deus em oração, 
Que me abraça, me acalma queme permite ter 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 30 
você. 
Me dá tempo para está com você. 
Você que sempre é meu caminho de volta, 
Minha direção certa, você que é meu amor, 
Meu amigo, meu amante, o sol que me aquece, 
Me queima...me enlouquece... 
Você é minha calma, 
Meu raciocínio...se você não está, 
Desespero-me...todos notam que estou triste... 
Ou nem me notam...não existo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 31 
 
Beatriz 
 
Hoje uma criança, aos quinze uma mulher, 
Teus pais ainda não sabem de onde vem você. 
Da lua ou das estrelas, do mais distante céu, 
Só pra trazer para eles o mais sublime mel. 
 
Teu nome já diz tudo o que poderias ser, 
A soma das virtudes que eles queriam ter. 
Nas horas mais difíceis do nosso existir, 
Tu és a prova viva que um anjo pode vir. 
 
A calma e a paciência que nós podemos ver, 
Na luz do teu sorriso luzindo o viver. 
É o fulgor da vida que enche nosso ser, 
Teu nome é Beatriz só pra nos dar prazer. 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 32 
 
Belle 
 
Bella, bellinha, este é seu nome 
Feito pra você... Bello como você... 
Quando nasceste, os que te acolheram como 
pais, 
sabiam da belleza terna que irias ter... 
Como tudo que enxergamos bello, 
O mar a terra e o céu, a natureza... 
Tens uma belleza ímpar... 
Sua belleza interna 
Que se apresenta no teu sorriso, 
É como uma flor 
Que sorri quando desabrocha... 
És Bella, como Bello 
é o colorido da borboleta ... 
Uma borboleta colorida voando... 
Como Bella é a tua existência... 
Cheia de reticências... 
Completas a tua família Bella... 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 33 
Deus, quando abriu as portas do céu 
Para que tu viesses, como anjo 
habitar entre nós, 
Sabia que família iria te receber, 
Tinha que ser especial... 
Colocaram o teu nome Bella 
Pois especial e Bella é você... 
 
 
27/01/2009 
Para uma pessoa especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 34 
 
Homenagem08/03/2009 
 
Ontem vi uma coisa muito triste 
um irmão querido partir... 
Mas neste mesmo instante, ouvi muitas coisas 
bonitas 
De entristecer e dar inspiração! 
Ouvi que partiu quando chegou o verão... 
Mas ao mesmo tempo eu lembro, 
Cantou no inverno pra alegrar nosso torrão! 
Como uma cigarra cantava...como gafanhoto 
dançava! 
Como cupido flechava o coração! 
D.Marta é testemunha 
E nela ainda ecoa seu grito de emoção! 
No Pelourinho sua dança, sua graça, vai viver 
pra sempre 
Na eterna imensidão! 
E os tambores em sua homenagem tocarão! 
Hoje o mundo acordou silencioso e triste... 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 35 
Mas vc não queria que chorássemos... 
Isso tb fiquei sabendo... 
A música que mais gostava, 
Dizia que queria ver todos sorrir! 
E, que ironia, ouvir esta, na voz do teu irmão, 
Pra sempre todos chorarão!!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 36 
 
 Heverson 
 
Você não saiu de minhas entranhas, mas eu te 
amei... 
te amei quando contigo briguei, quando te 
repreendi 
E não me arrependi 
te amei quando te ensinei... 
Você não saiu de minhas entranhas, mas eu te 
amei... 
Quando arranquei teu primeiro dentinho... 
Quando te ensinei a escrever a primeira 
letrinha... 
a primeira palavra... 
Te amei quando te levei pra escola pela 
primeira vez... 
Pra faculdade... 
Te amei quando te mostrei a vida...o que era 
errado e o que era o certo a fazer... 
E te dei conselhos a respeito dela... 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 37 
E te amei mais ainda quando te mostrei Jeová 
E te pedi que nunca se afastasse Dele 
 
Te amei desde a primeira vez que te vi... 
Quando entrou em minha casa pelas mãos do 
Paizinho 
E te amei quando pela primeira vez me 
chamou de Mãezinha 
Te amei quando por muitas vezes choramos 
juntos e abraçados, as vezes por coisas boas 
Outras vezes nem tão boas assim... 
 
Continuo te amando, pois cordão umbilical 
uterino se corta... 
Mas cordão umbilical dos corações, 
Eles ficam unidos pra sempre! 
Você não nasceu das minhas entranhas, Más 
do meu coração!... 
Hoje a força desse amor mostrou isso...quando 
precisou foi esse laço que procurou... 
E foi pra esse laço que você voltou... 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 38 
O laço do amor... 
 
Mãezinha 10/06/2010 
 
 
 
 
 
Resposta 
 
“Oi mãezinha... achei muito lindo o poema. E 
concordo totalmente com cada linha dele. 
Também a amo muito. Terça feira irei aí pra 
matar a saudade! beijos mãezinha!” 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 39 
 
Sônia, minha cunhada e irmã 
 
Sonia Ah! doce ilusão dos mortais, Que pensam 
que são imortais... Essa doce ilusão, que se instala 
em nossos corações... A dura realidade mostrando, 
que você, antes aqui tão perto, Seguiu seu 
caminho, Pra nós tão incerto... Deixou-nos 
sozinhos, Por que você fez isso? Por que não me 
disse adeus? Eu fico repetindo :Ah! se eu 
soubesse... Ah! se eu soubesse... Desculpe-me, não 
sei perder, Não consigo entender, Já não 
reconheço o teu lugar, Este medo cruel de ir lá, 
Vou ver o teu sorriso e chorar... Lembrar da hora 
que partiu E mentindo disse até já... Acreditando, 
te deixamos pra trás... Sem saber que não te 
veríamos jamais... E sem piedade foste embora, 
Deixando nossas vidas vazias... Pois com teu 
sorriso as preenchia... Nunca, nada o apagará de 
nossas lembranças... Loucuras desse sentimento 
doente, Desses corações carentes... Agora vivo a 
fazer poesias e sonho... procuro uma palavra que 
rima com Sônia! 05/10/2011 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
Meu Marido 
 
Olho em teu olhar... tu canta...e até hoje ME 
encanta !!!Assim prossegues todos os dias , como 
um jardineiro, regando a plantinha com tua Arte 
Divina, e esta bendita água vai se transformando 
em um mar de amor! 30/08/2013 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 41 
 
 
 
 
 
 
 
Meu Equilíbrio 
 
Tu és o caminho que me leva ao Paraíso... 
Tu és a força que me falta na fraqueza... 
És o amor que me faltava e contigo aprendi a 
amar... 
Amor esse, que nem sabia que existia... 
Tu és meu equilíbrio, quem me traz à razão... 
Tu és os versos dos meus poemas 
Eu sou a musa de tua canção! 
Realidade dos meus sonhos!!! 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 42 
 
Deitada em minha cama 
 
Ouvindo pássaros cantar... 
Bem-te-vi, bem-te-vi !!! 
Com meu amor ao lado ouvindo-o ressonar... 
olho e o vejo sorrir!Começo a fazer uma prece e a pensar... 
Feliz és de ter a natureza a te encantar... 
O sol nascendo a brilhar... 
Parece uma festa com orquestra a tocar... 
Com pássaros maestros regendo ao revoar... 
Vejo meu amor ao lado e fico a delirar... 
Me dá vontade de dançar... 
Começo a escrever estas rimas e a versar! 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 43 
 
Vovó de Lourdes! 
Olhando seu neto percebo um lugar vazio... 
A falta que teve do seu amor é esguio... 
No ventre chorou e sofreu e não te conheceu... 
Os que não lhe conheceram 
Hoje rapaz, moça, diz que queria amor de vó, 
o seu! 
Os que tiveram seu afeto, sua ausência só 
dói... 
Foram ofertados e preenchidos com este amor, 
Com sua presença.... 
E isto o tempo não corrói... 
Têm a lembrança da mulher guerreira... 
Da mulher crocheteira...Trabalhando... 
Da mulher cozinheira... 
Assa pão na frigideira vovó, dizia um 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 44 
faminto... 
Faz cuscuz pra mim vovó, dizia outro... 
E ainda outro, vovó eu quero é tapioca... 
E a senhora bailando pra lá, bailando pra cá, 
Ia saciando a vontade dos netos... 
A festa nas férias era tua companhia, teu lar... 
E tanto fazia... e tanto contava histórias... 
Histórias de Trancoso... 
E até hoje não descobri o que significava, 
Esta tal "história de Trancoso"... 
Acho que se referia à "histórias de mentiroso"! 
E brincava... 
E brigava... 
Cipózinho nas pernas de quem ia pra rua, 
De quem era teimoso... 
Mas os netos se derretiam de amores, 
E brigavam, disputando o seu abraço 
carinhoso, 
O seu colo gostoso! 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 45 
Até hoje debatem quem era o mais querido, 
O preferido, cada um querendo ser... 
Ter sido... o mais Gracioso...!!! 
Iranete 01/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 46 
 
Mãe 
Certo dia tive um sonho... 
Avistava minha mãe debaixo de uma árvore... 
Abria os braços pra mim e cantava... 
A árvore frondosa e florida, 
Aberta como um guarda-chuva... 
A música se confundia com suas lembranças... 
Lembranças de um neto que não conheceu... 
Mas como vó no sonho concebeu... 
Sua imagem me confunde... 
se mistura com o tronco... 
E a música dizia," andei por todos os jardins, 
procurei uma flor pra te ofertar..." 
Eu também procurei uma flor, 
mas não encontrei rosa alguma, 
com o aroma do perfume que queria lhe dar, 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 47 
Chorei muito e acordei... 
Aquela flor que procurei 
Nunca pude encontrar... 
Iranete 01/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 48 
 
O reencontro 
 
Passo pensativamente em uma floricultura, 
Com os braços cheios de rosas... 
 
Lentamente chego à rua... 
Vou à casa da Inês... 
A vida é muito estranha... 
Nos afasta das pessoas que mais amamos! 
 
Tem muito tempo que não entro por aquela porta, 
Em outros tempos tão familiar... 
 
Nenhuma de nós sabe o que aconteceu, acho... 
Só que o tempo passou e agora 
 
Nos sentimos estranhas... 
Éramos como duas irmãs... 
Quando penso, bate-me uma nostalgia... 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 49 
 
Meus passos ficam mais lentos, estou chegando... 
Um calafrio de medo arrepia meu corpo... 
Medo de passar por aquela porta , minha velha 
conhecida... 
 
Como Inês irá me receber? 
Em sua face haverá algumas rugas que não 
conheço? 
Lágrimas escorrem pelo meu rosto... 
Chamo como outrora já chamara, 
-Inês 
Ela aparece e subitamente me encho de coragem, 
Corro ao seu encontro, 
Seguro em sua mão...E lhe entrego as rosas! 
 
Iranete 03/09/2013 
Para uma grande amiga 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 50 
 
O Portão 
 
Cheguei...Parei e comecei a respirar rapidamente, 
até mesmo ofegante... 
Minhas pernas sedimentaram e não pude sair do 
lugar... 
Fiquei paralisada com imagens e lembranças que 
povoaram minha mente... 
Tinha vontade, mas Não conseguia gritar o que 
estava sentindo... 
De repente a sua ausência me faz um grande 
silêncio, 
Que me obriga a perfazer um longo caminho de 
volta ao passado... 
Minha alma está congelada dentro de um enorme 
túnel, 
De uma imensa solidão! 
Repentinamente alguém segura em meu braço 
E me tira do transe em que me encontro... 
Me convida a abrir o portão e entrar... 
Eu inesperadamente viro as costas 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 51 
E e a passos largos me distancio dali 
rapidamente... 
 
Iranete 03/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 52 
 
A um homem estranho 
 
As poesias que faço a ti, 
Histórias de Trancoso, de Carochinha... 
Escrevo tudo que queria que fosse pra mim. 
Que perdurasse em ti o bem que me faz; 
Quando o homem que amo, sensível, leal 
Homem amoroso, amigo, amante, 
Em ti habita... 
Mas o homem que amo pouco demora... 
Logo surge o homem que reside mais 
demoradamente... 
Que odeio e só me faz mal... 
E em seguida me faz padecer de um enorme 
vazio... 
De uma grande ausência presencial... 
Deixando-me cheia de solidão... 
E uma estática melancolia! 
 
Iranete 03/09/2013 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 53 
 
Agradecimento 
 
Quero agradecer ao meu Deus, que cuidou de mim 
até aqui...de minha espiritualidade! 
Sem Ele eu não nada seria, pois Ele é minha 
riqueza! 
Agradeço meu Deus de ter o teu favor, e de ter-me 
escolhido como um de seus servos e de ter-me 
dado o grande privilégio de ser uma de suas 
Testemunhas e levar o seu Grandioso Nome, Jeová 
Deus, ao conhecimento de outros... 
Lhe agradeço Jeová, pela família que tenho, 
marido maravilhoso e meu grande apoiador, filhos 
amorosos e amigos maravilhosos, embora poucos, 
de qualidade. 
 
Agradeço-lhe pela vida e pela natureza que nos 
inspira a escrever grandes coisas a seu respeito e 
assim lhe dar louvor! 
 
Iranete 03/09/2013 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 54 
 
Para Evan Do Carmo 
 
Andamos de mãos dadas com a felicidade, 
Fizemos um pacto com a tal deidade... 
Que um cordão tríplice seríamos, 
Como um Acróstico de gozo viveríamos... 
 
E- eterna para nós é a fidelidade... 
V- vamos dar de coração e a alegria buscar... 
A- atrás de levar a vida, 
N- não deixar ela nos levar... 
N- nada é mais prazeroso... 
E- eternizar-nos na dança... 
T- tendo-o nos meus braços 
E- em tuas canções não sentir saudade... 
 
Iranete 03/09/2013 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 55 
 
À isete 
 
“Sabe aquele dia e aquela hora que 
sentimos vontade dedesabafar, e vontade que todo 
o mundo saiba a mulher que Você é, e que às 
vezes o próprio mundo e algumas pessoas até 
mesmo da própria família rejeita? Hoje é este dia 
de dizer e fazer a declaração, que tu, minha irmã 
querida, tem o coração enorme, perdoadora e 
benevolente... Não guarda rancor dentro de si... Tu 
provaste até agora ser a melhor de todos nós... dos 
filhos do ventre de nossa mãe... O maior presente 
que podemos oferecer a alguém é aquele que não 
se vende, nem se compra: o AMOR. Deus colocou 
muito amor em seu coração. A resposta de 
gratidão consiste em partilhá-lo. Você é 
simplesmente intermediária nessa missão. Sem o 
seu calor humano, a vida poderia se tornar um 
deserto... E você minha irmã é a chuva... o mar. o 
oceano que Deus colocou em (nosso deserto) 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 56 
nossas vidas! Pena que tem gente que morre de 
sede por não querer enxergar e beber dessa fonte, 
você e a tua bondade!... Amo-te muito, por tudo 
que representa pra mim e minha família... da sua 
Irmã.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 57 
 
 
 
 
 
 
 
Saudade não é o começo do esquecimento e sim a 
lembrança inconformada... sofrida... é a vontade de 
estar novamente perto, a certeza da inutilidade e o 
medo de nunca mais poder realizar ou estar com a 
pessoa amada... A saudade que anda de mãos 
dadas com a esperança, é menos dolorida... 
 
Iranete 03/09/2013 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 58 
 
Tua face 
 
Olho e vejo a tua face 
Em tudo o que é vida, 
Toco e sinto a tua pele 
Em tudo o que agarro. 
Ouço a tua voz no 
Murmúrio suave do vento, 
Inebrio-me no teu cheiro, 
Nas fragrâncias do teu corpo, 
Desejos intensos de estar contigo, 
Vontade desenfreada de viver. 
É a loucura de saber amar 
Para se deixar morrer. 
 
Olho e vejo a tua face 
Em tudo o que é vida, 
Toco e sinto a tua pele 
Em tudo o que agarro 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 59 
 
Ouço a tua voz no 
Murmúrio suave do vento, 
Inebrio-me no teu cheiro, 
Nas fragrâncias do teu corpo 
Desejos intensos de estar contigo. 
Vontade desenfreada de viver. 
É a loucura de saber amar 
Para se deixar morrer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 60 
 
Duas faces 
 I 
Estou com meu ser pesado, 
Me parece carregar um fardo, 
Da minha vida que carece 
De amor, de abraço, de agrado 
Estou só e triste neste tablado 
Dói na alma e desabafo. 
Meu ego está vazio, 
Minha alma em pânico, 
Socorro meu Deus eu peço, 
Isto é obra do satânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 61 
 
 
 II 
 
Baixa o pano é outro dia 
Dia de paz e harmonia. 
Muda o cenário, se alegra, 
Temor já não tenho mais... 
Vive um dia de palhaço, 
Pinta a cara, colore a roupa, 
Os cabelos...palha de aço... 
Grita, canta, pirilampa, 
Até a garganta ficar rouca. 
Dança, rodopia, corre, 
neste corpo o amor acampa!!! 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 62 
 
A natureza 
 
Lua clara 
Lindo luar 
Esperta-me o sono 
De tanto te olhar. 
Lua meia-taça 
Lua crescente e ao contrário nova 
A inovar. 
 
Lua cheia...Lua gorda 
Escancarada a iluminar... 
E os amantes na calçada a te endeusar... 
Lua minguante, esvaziando cansada a se apagar. 
 
Chega o sol 
Quente e dourado 
Com seus fios de ouro a brilhar. 
Sustentar a vida e bonito ser, 
Coisa complicada de se entender... 
 
De repente, vem as nuvens, 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 63 
Sua aura a esconder 
A chuva lava seus raios, 
Que com trovões, traz preocupação e medo. 
Um arco-íris é formado: 
Pára a chuva 
Pára tudo 
Ele deixar o céu encantado 
E com os pés molhados 
A chutar as poças d’água 
Sinto o cheiro... 
O perfume da terra molhada... 
 
 13/10/2006 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 64 
 
infância singular 
 
Era o ano de 1960, em nossa humilde casa, 
lamparinas acesas, minhas irmãs e eu deitadas no 
chão da sala, minha mãe sentada no meio de nós, 
fazendo crochê...A única fonte de renda que ela 
tinha para nos sustentar. Eu com apenas três 
aninhos, passava pela angústia de ser 
desmamada, pois mamãe não tinha mais leite. 
Então meu avô(0 pai Chiquinho)comprou uma 
cabra para tirar leite pra me alimentar; isto tudo, 
acho que só lembro por serem passagens 
marcantes na minha mente, e por ouvir minhas 
irmãs e minha mãe repetirem. 
Minha mãe me contara , que morando de 
aluguel numa casa que era de sua tia ,um dia 
atrasou o pagamento do aluguel e ela pediu que 
desocupasse a mesma, por conta disso foi minha 
mãe com os filhos para debaixo de uma árvore 
chamada oiticica, muito frondosa, onde residiu 
por três longos dias, até que pai Chiquinho veio lá 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 65 
do Recanto, onde morava,( era um lugarejo 
vizinho de nossa cidade Novas Russas, no Ceará), 
para nos ajudar. 
Dona de Lourdes, minha querida mãe, como a 
maioria das mulheres nordestinas sofredoras, 
ficou sozinha com os filhos quando meu pai 
resolveu ir tentar a sorte no rio de Janeiro; Sorte 
dele, pois foi e não voltou; ou só voltou para 
passear, seis anos depois de deixar minha mãe 
com cinco filhos, quatro meninas e um menino, 
sendo uma, apenas bebê. 
 
Neste passeio de um mês, deixou ela grávida de 
mim. Portanto eu com quatro anos, não conhecia 
ainda meu pai. Lá em casa tinha uma foto dele, 
num quadro pendurado na parede, adornando o 
ambiente tão humilde, juntamente com os santos. 
Na foto papai tinha um lindo bigode e cabelos 
muito pretos, era magro, vestia um terno de linho 
branco e fazia pose de um homem muito 
elegante. Aquele quadro era meu orgulho, tinha 
verdadeira adoração à ele, ficando horas à amá-lo 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 66 
e a Admirá-lo. 
Seu Antônio meu pai, já estava há um longo ano 
sem dar notícias. Lembro de minha mãe contar 
que ele mandou para casa de minha avó paterna 
uma mala cheia de tecidos, e que ela os levou pra 
mamãe. Era como se fosse prêmio de consolação, 
só tinha chita dentro da mala. 
Um dia, chegou uma prima dele, lá do rio, a 
Socorro, dizendo que ele estava muito bem, e que 
sabia do seu endereço; assim, incentivou minha 
mãe a ir em busca dele. 
 
Batista, o único menino, que tinha apenas oito 
anos quando o pai foi embora, era muito 
inteligente, gostava de ler tudo que via. Um dia 
conseguiu um gibi de um super-herói e fazia deste 
uma moeda, usando para trocar com alguém que 
nunca o tinha lido, por outro que ele queria ler. 
com apenas quatorze anos, quis ir embora para 
Brasília, menor de idade não podia viajar sozinho 
num pau-de-arara.(caminhão coberto com lona 
com bancos de madeiras) únicomeio de 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 67 
transporte do Ceará para Brasília. Foi então que 
nossa mãe usando um artifício que era muito 
usado naquele tempo aumentou a idade dele 
registrando-o de novo, como se tivesse dezoito 
anos. 
 Meu irmão foi pra Brasília em 1960 e em 1962, 
Dona de Lourdes, cansada de sofrer, criando os 
filhos sozinha no Ceará, resolveu ir atrás do Seu 
Antônio. 
 
Não podia levar todas as filhas mesmo com a 
ajuda dos parentes; o dinheiro não dava para 
comprar as passagens e para os gastos da viagem. 
Amélia que era a mais velha de nós era um tanto 
doente e ela não podia deixá-la, mesmo porque 
queria, ao chegar lá, fazer um tratamento de 
saúde nela. A Isete e eu, éramos as mais novas, e 
restaram as meninas do meio que eram a Irinete e 
a medalha, que ficaram na casa de uma tia. 
Chegando ao Rio de janeiro, Seu Antônio estava à 
nossa espera na rodoviária, era um homem baixo 
e gordo mal arrumado, de bigode e cabelos já um 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 68 
pouco grisalhos, e não tinha nem de longe a 
elegância e o porte que o meu pai do quadro 
tinha. não! Aquele não era meu pai .O homem me 
chamava, queria me abraçar e eu corria pra detrás 
de minha mãe, agarrando-me nela, e me 
escondendo nas suas saias, como quem pedia 
socorro. Ele tinha os olhos vermelhos e um cheiro 
que eu, na minha inexperiência, não conseguia 
identificar; cheiro esse que depois se tornou 
peculiarmente insuportável e conhecido, era 
cachaça misturada com cebola. Eu não quis nem 
saber dele. 
Fomos para casa, papai chamou um táxi pra nos 
levar. Encantei-me com a paisagem a caminho. 
Mar pra todo lado. Logo avistamos a praia do 
Flamengo, Botafogo, passamos por um túnel e 
chegamos à Copacabana, Ipanema, Leblon, 
subimos o morro do Vidigal, logo avistamos a 
praia de São Conrado e finalmente chegamos ao 
nosso destino: A favela da Rocinha, a maior 
favela do mundo! Lá no largo do boiadeiro, meu 
pai tinha uma birosca(nome que se dá, no Rio de 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 69 
Janeiro, a um armazém) muito grande e sortida, 
vendia de tudo, da cachaça à carne de jabá. Nos 
fundos as nossas acomodações tinha até geladeira 
e rádio “voz de ouro”. Muita bagunça e sujeira, 
meu pai vendia até carvão, então tinha um pó 
preto que cobria tudo, mas com uma boa faxina, 
logo ficou com cara de lar, "o lar da Dona de 
Lourdes". 
Vivíamos aos trancos e barrancos, com as 
dificuldades da adaptação familiar, por tanto 
tempo separados; e minha mãe teve de suportar 
os desmandos do meu “novo pai”, que bebia 
bastante, e às vezes nos ameaçava de forma até 
violenta, tudo fruto da embriaguez, é claro. Meu 
pai, além de tudo que fez minha mãe e nós 
passar, era um homem bom, tinha suas 
qualidades, era generoso, não deixava-nos faltar 
nada. Em nossa nova casa tínhamos muita fartura. 
O tio Zé, irmão de minha mãe, já vivia no Rio 
havia muitos anos, era gerente de um hotel no 
bairro do leme em Copacabana. O ‘praia leme” 
como se chamava o hotel era de uma americana, 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 70 
de alma nobre e um enorme coração, Dona Lot. 
Mesmo sendo rica, se incomodava com o 
sofrimento dos humildes que lhe rodeavam.ao 
saber da história de minha mãe, se ofereceu para 
trazer as duas meninas que haviam ficado no 
Ceará. Comprou até passagens de avião e as duas 
meninas puderam enfim, depois de ir de Nova 
Russas para Fortaleza, vir pra junto de nós, depois 
de nove meses que estávamos no Rio de janeiro. 
Em uma das peripécias do meu pai, sob o efeito 
maldito da pinga, ocasiões em que maltratava a 
minha inocente mãe uma dessas noites eternas, 
em que ninguém tinha sossego, e nem conseguia 
dormir, o Seu Antônio foi longe demais, nos 
ameaçou de morte, dizia que ao dormirmos ele 
levaria a termo seu projeto, e para isso começou a 
afiar a faca na nossa frente e voltar para frente da 
birosca, onde bebia sem parar. Nós apavoradas 
chorávamos sem ter onde buscar ajuda, nem 
uma solução...De repente, uma de nós teve uma 
ideia: fugirmos pelos fundos dos barracos 
caminhando de lado em cima de umas tábuas que 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 71 
vinham das sobras dos assoalhos que eram de 
madeira barata. Os barracos eram suspensos do 
chão, pois passava uma vala embaixo de todos 
eles, era o esgoto da favela que passava por ali 
como um rio a céu -aberto. Pra subir ou entrar em 
casa, se usava fazer escadas de tijolos.Com muito 
sofrimento chegamos de madrugada à 
Copacabana, onde meu tio morava no andar 
térreo do hotel Praia leme, nessa época já a 
bondosa D. Lot, havia ido embora para os EUA e 
deixou meu tio tomando conta do hotel. 
Lá ficamos por dois deliciosos meses, as melhores 
lembranças de minha humilde infância, quando 
tive tudo que uma criança gosta de ter ,praia , 
carnaval, banheira, bonecas(claro que eram de 
minha priminha inesquecível, Ana Cristina)...luxo 
que eu depois senti muita falta. O tio Zé não 
queria que voltássemos pra Rocinha. Minha mãe 
cedeu à insistência de Seu Antônio, e voltamos à 
rotina; pois apesar das promessas ,seu Antônio 
não mudou, continuou bebendo, jogando e 
aprontando das suas. Certa vez em uma das brigas 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 72 
que minha mãe era personagem passiva; ouvi-o 
falar: “vieste atrás de homem no rio de Janeiro”! 
Minha Mãe respondeu: “vim atrás do meu 
marido, e pai dos meus filhos”, dizia isso com 
muita força e integridade batendo no peito, um 
costume que ela tinha para reforçar uma atitude 
de coragem. Também lembrava pra ele o motivo 
de sua zanga infinita, que era o fato dela ter vindo 
acabar com a vida mansa que ele levava, 
usufruindo liberdade de solteiro, enquanto sua 
família passava necessidade , no Ceará. 
 
Lembro também, que quando tinha uns sete anos, 
fugi de casa, ou melhor, saí escondida, num dia de 
Cosme e Damião. Lá na favela quase todos davam 
doce, promessas de umbanda e coisas assim, e eu, 
só por farra, fui entrando em todos as filas, 
recebendo os saquinhos, e nem comia, colocava 
tudo dentro de outro saco grande, já tinha ido em 
mais de dez residências receber doces, e só voltei 
pra casa, chorando, quando passou um moleque e 
me tomou tudo, e saiu correndo...Ah! aquele dia 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 73 
frustrante não saiu nunca mais da minha cabeça. 
Acho que é por isso que hoje quando vejo, doces, 
chocolates, ou qualquer outra guloseima, quero 
comer logo tudo de uma vez, com medo de 
perder de novo… 
 
Havia umas mulheres lá pra cima do morro, que 
segundo rumores, tinham liberdades com nosso 
pai antes de chegarmos, tinham inveja e raiva de 
nós. A Irinete, minha irmã, era uma moça muito 
bonita, quase índia, de dar inveja, nessa época, 
ela já trabalhava, na extinta “Casas 
pernambucanas”, por isso, andava muito bem 
arrumada; Um dia ela e eu íamos passando, 
quando uma dessas mulheres, que morava em um 
barraco de andar, tipo sobrado, lá de cima, 
despejou um pinico de “xixi” em cima dela, 
lembro-me do constrangimento e enorme 
vergonha que ela ficou, chegou em casa 
chorando…E quem pagou o pato foi o seu 
Antônio, com o falatório de Dona de Lourdes, e 
lhe apontando como culpado. 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 74 
A ,Medalha, que com a Irinete veio do Ceará 
depois,de avião, era a que gostava de lavar a 
roupa lá de casa. Na Rocinha tinha uns tanques 
comunitários no Largo do Boiadeiro, onde podia-
se lavar e estender as roupas. Então a Medalha 
sempre que tinha roupa suja, com aquele jeitão 
simples que sempre teve, colocava a bacia na 
cintura segurando com uma das mãos, e lá ia para 
os tanques lavar roupa. Numa destas vezes, 
começou a escutar uma voz atrevida que dizia, 
“Oh! Garota linda! Leva meu lenço pra lavar...” E 
isto se tornou uma constante. Ela chegava em 
casa aborrecida dizendo que não ia mais, porque 
um paraibano metido á besta não largava de 
atormentá-la, minha mãe dizia “porque tu não 
pega o lenço dele pra lavar mulher, deixa de ser 
besta!” e ria. João era o nome deste paraibano, 
dono de um caminhão e de uma casa muito 
bonita,(coisa rara no meio de tanto barraco), 
subindo na nossa rua mais em cima um pouco. O 
João tinha vinte e oito anos e a Medalha apenas 
dezessete, mas enfim, deu em casamento, e 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 75 
foram muito felizes. 
Amélia, minha irmã mais velha, tinha quinze anos 
quando viemos para o Rio, no mesmo ônibus que 
viajamos, veio também o seu namorado Tété, que 
era parente de meu pai, depois de um tempo 
ficaram noivos. Meu pai um dia, não sei porquê, 
determinou que a Amélia não ia mais namorar o 
Tété. Ela revoltada respondeu umas malcriações a 
ele, que quis bater nela com uns fios de luz 
dobrados, minha mãe que imaginou que ela não 
aguentaria apanhar com aquilo, tomou a sua 
frente, e as suas pancadas também. Amélia dessa 
vez foi morar com o tio Zé e a tia Antônia, lá no 
Leme, que fizeram o seu casamento com o Tété, 
lá mesmo em Copacabana, por sinal, o 
casamento mais bonito que eu já vi. Minha prima 
Ana Cristina, filha do tio Zé, e eu, fomos as damas 
de honra da cerimônia. 
 
Lá na Rocinha, cedo da noite, costumávamos nos 
sentar numas pilastras de cimento que tinha na 
escada na frente da birosca, para ficarmos vendo 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 76 
o movimento da rua, numa noite destas passou 
um marginal da favela chamado Tenório, parou na 
nossa frente, abriu a braguilha e começou a fazer 
“xixi” na nossa frente; corremos para 
dentro contando o que aconteceu. No dia 
seguinte o papai contou o ocorrido ao chefe do 
tráfico de drogas, o “anjo” protetor da favela, o 
“Pernambuquinho”, que se encarregou de punir o 
dito cujo. Não sabemos qual foi a repreensão, só 
sabemos que o Tenório quando passava na frente 
da birosca, parecia santo. 
 
Uma noite, já depois da birosca fechada, começou 
um tiroteio em frente à nossa casa, e a do seu 
Mateus que ficava do outro lado da rua. Depois 
que o tiroteio cessou, reinou um silêncio de dar 
medo! Mais tarde fomos olhar nos buracos da 
madeira, e tive o meu primeiro contato com a 
morte, que eu, então com seis anos nem sabia 
que existia. lá fora, jazia um corpo. Logo vimos um 
homem que se aproximava, daquele no chão. O 
homem todo vestido de branco (que meu pai logo 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 77 
identificou aos cochichos que era o" 
Pernambuquinho"Chefe do tráfico da Rocinha) 
até o sapato era branco, notório pois ele com o pé 
virou o corpo para constatar se estava mesmo 
morto. A disputa era pelo poder do tráfico de 
drogas na favela. Aquele morto não era morador 
da Rocinha, e sim de outro morro. Dias depois, 
armaram uma tocaia pra ele, uma foto no jornal e 
uma nota dizia: “morto na favela do Canta Galo o 
chefe do tráfico de drogas da Rocinha”, e isso 
dava fim ao episódio. 
Não muito depois ouvi minha mãe dizer ,com uma 
cara de desdém, que a viúva do Pernambuquinho 
(que só andava de linho branco e engomado) já 
estava engomando as roupas dele, para aquele 
que agora cantava de galo em seu galinheiro. Eu 
na época não entendi nada, anos depois que perdi 
a inocência é que fui compreender o que minha 
mãe dizia. 
 
Seu Mateus, o da birosca em frente a nossa, era 
um homem estranho, calado, mas educado, tinha 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 78 
mulher e três filhas, de quem tinha muito ciúmes. 
A Leninha era a mais velha, com dezessete anos, a 
Lenira com mais ou menos quatorze, e Maria com 
dez anos, foi a minha primeira amiga, eu ia para 
casa dela brincar, e ajudar sua mãe, dona Amália a 
bater os bolos, existia um interesse de minha, 
parte ,pois sempre depois, ela nos dava a bacia 
para lambermos. 
 
Um dia a isete entrou em casa chorando, o motivo 
fora a notícia imprevista, de que a Leninha havia 
falecido; pois segundo seus pais passara mal á 
noite, e levada ao hospital já chegara morta. Fato 
estranho pois era uma moça saudável e muito 
jovem. Mais estranho ainda, fora a reação da 
família; resignada, ao ponto de nem mesmo sua 
mãe derramar um única lágrima. E o enterro? Não 
houve! Pelo menos ninguém fora convidado para 
chorar a defunta. Disse a família que, o corpo fora 
levado direto do hospital ao cemitério e que não 
dera tempo para avisar a ninguém. Passado 
alguns dias, correu na vizinhança um boato que a 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 79 
morte da donzela, quem causara fora o seu 
namoro com um marginal chamado Tenório, 
aquele lembra? O do xixi! E o cemitério, era um 
convento lá pelos lados de Niterói. 
Até o Tenório havia se convencido da morte da 
coitadinha. Os boatos da vizinhança desocupada 
chegaram aos seus ouvidos; ele, muito 
apaixonado, não mediu esforços e se esmerou em 
descobrir se era de fato veraz tal informação. Foi 
em busca do tal convento e não demorou muito 
para encontrá-lo, e a ela também, começou então 
,os encontros noturnos com a moça que estava 
muito bem viva; e para se vingar do seu Mateus, 
que arquitetara tal ardil, contava para Deus e o 
mundo sobre seu romance. 
 
Não demorou muito para que as freiras 
descobrissem as fugas noturnas. Tarde demais, 
pois a moça já estava grávida. Tiveram que fazer o 
casamento lá mesmo no convento. Seu Mateus 
morreu de vergonha e desgosto, o Tenório largou 
a vida errante, e se mudou para Niterói para 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 80 
consumar sua linda história de amor, e até onde 
sei fez a Leninha muito feliz.. 
Lá em casa as coisas continuaram na mesma. 
Chegando no ano de 1964, começou a si ouvir 
rumores de uma revolução em Brasília, onde vivia 
meu irmão, que nesta época era engajado ao 
exército. No rádio “voz de ouro”, de hora em hora 
tocava uma música que anunciava o REPORTER- 
ESSO e eu me apavorava, chorava, e gritava 
dizendo: “desliga, desliga" !Meu irmão Batista, era 
funcionário da NOVACAP, mas no ínterim 
engajado no exército, por isso o meu pavor. 
O Batista escreveu pra mamãe dizendo! “se me 
mandarem para batalha, eu “mato ou morro”! Eu 
chorava e minha mãe dizia,”deixa de ser besta 
menina, teu irmão está brincando”...Batista disse 
que comprara um lote com uma barraco numa 
cidade chamada Gama, e que a mamãe parasse 
de sofrer e que viesse para Brasília, pois ganhava 
razoavelmente bem, e que podia nos sustentar. 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 81 
Ele gostaria que estudássemos, pois na Rocinha 
não estudávamos, lá as escolas eram como 
faculdades de malandragem. Minha mãe então 
com 45 anos, estava grávida já de sete meses, 
mesmo assim resolveu ir embora para Brasília 
atendendo ao pedido do meu irmão, que era para 
ela o esteio da família. A Amélia e a Medalha já 
casadas,não vieram de imediato conosco para 
Brasília. Viemos, minha mãe, a Irinete, a Isete e 
eu, agora já com oito anos. 
 
O seu Antônio disse: “Eu não vou, pois não sou 
homem inútil para ser sustentado por filho.” logo 
que partimos, ele se envolveu em um jogo com 
marginais e chamou um de ladrão, foi jurado de 
morte e teve que dá fim em tudo que tinha, do 
dia para noite e fugir...Pra onde...? 
Depois de uns meses em Brasília, bem instalados, 
reinava a paz em nossa casa. Minha mãe deu à luz 
no Hospital distrital de Brasília, hoje Hospital de 
base ,a um lindo menino e deu-lhe o nome de 
Francisco Antônio para homenagear os avós, 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 82 
paterno e materno. A Isete e eu estávamos 
estudando em uma escola pertinho de casa e 
éramos muito felizes! 
Era o ano de 1965, e quem chega...?O seu Antônio 
de mala e cuia. Continua nossa vida em Brasília... 
 Mas essa é uma outra historia... !!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 83 
 
Aperto no peito 
 
Estou com uma dor no meu peito, 
Parece um mau presságio... 
Que acontecerá algo trágico... 
Mas na verdade já aconteceu... 
Perdi o que era pra mim mais valioso... 
Um carinho que tinha gostoso! 
De um abraço que não me pertenceu... 
Que só me iludiu... 
Era de Trancoso... 
 
Iranete 04/09/201 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 84 
 
Rompamos as barreiras 
 
As dificuldades da vida, as pedras...os obstáculos... 
Existem, para que ao removê-las nos preparem e 
nos deixem fortes para sermos gigantes diante 
delas ...nos proporcionando para um futuro 
brilhante...sem eles não saberíamos ser sábios e 
não saberíamos abrir fronteiras no caminho difícil 
da vida, pra chegarmos ao nosso destino de cabeça 
erguida!!! 
 
 06/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 85 
 
Amor de uma mulher, o grande bem de um 
homem. 
 
O maior presente que um homem pode ganhar é o 
bem maior de um ser humano, ser amado sem 
restrições, por uma mulher, fiel e leal, ele pode 
dizer que o maior amor é o da mãe, mas é 
diferente, o da mãe não é presente, faz parte da 
gente, é obrigação de toda mãe, amar seus filhos... 
já a mulher quando ama verdadeiramente, se doa, 
entrega-se ao ser amado e vive pra isso...pra ele!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 86 
 
Teu corpo como ópio 
 
No teu corpo sinto um frenesi... 
Que não consigo explicar... 
Não sei a hora de acabar... 
Nem sei se chegarei ao fim... 
 
Sinto dificuldades de relembrar 
É como se não fosse eu... 
Mas porque depois sempre quero mais? 
O teu corpo é como um vício...um ópio... 
 
O teu amor me dá embriaguez... 
No teu corpo me sinto divina! 
Tu em mim é como um deus 
E logo queremos tudo outra vez... 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
A felicidade é a gente que constrói, pra 
eternidade!, ame, aproveite cada oportunidade de 
estar juntos, brinque, beije, e dê valor a pequenas 
coisas, que podem parecer bobas a princípio, mas 
fazem falta no dia a dia. 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 88 
 
 
 
 
 
 
Parei de procurar monstros em esconderijos...Eles 
se fazem encontrar nas pessoas de nosso 
convívio...Não precisamos procurá-las, apenas 
conviver num rebanho e esperar, os monstros aos 
poucos vão deixando cair sua máscara de lobo- 
mau... 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 89 
 
Oração 
Senhor Jeová, no silêncio deste dia que amanhece 
venho pedir-te a paz, a sabedoria , a tua justiça e 
força! Quero hoje olhar o mundo com os olhos 
cheios de amor, assim como teu filho Jesus fez. 
Quero ser paciente, compreensiva, mansa e 
prudente! Quero ver além das aparências os teus 
filhos, como tu mesmo os vê, só ver o bem em 
cada um! Fecha os meus ouvidos de toda 
calúnia....Guarda a minha língua de toda 
maldade...que só de bênçãos se encha o meu 
espírito! Que eu seja tão alegre e bondosa que 
todos aqueles que se achegarem a mim sintam a 
tua presença! Senhor, reveste-me de tua beleza, pra 
que no decurso de minha vida, eu te revele a 
todos! Amém, amém, amém...! 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 90 
 
Ao Fábio 
 
No dia 29 de março nasceu meu primogênito... 
lembro muito bem daquele dia...eu quase uma 
criança, ou uma criança literalmente, com muita 
coragem e ganhando elogios da equipe de 
enfermagem, por não fazer escândalos pois tinha 
moças mais velhas que eu fazendo isso....dei á luz 
á uma criança linda com 4.300 kg que fez um 
sucesso na clínica Nossa Senhora da Piedade em 
Piedade RJ. Me orgulho de vc meu filho, você é 
muito trabalhador, lutador, ótimo pai e segundo as 
palavras de sua própria esposa , um ótimo marido 
e um dedicado servo de Deus! Te amo muito, não 
só porque é meu filho, mas porque me deu meus 
netos lindos e maravilhosos e minha princesa, 
primogênita, tão esperada e amada Beatriz. Quero 
deixar registrado isso... Do orgulho que tenho de 
ser tua mãe, pra posteridade 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 91 
 
Heverson Henrique 
 
Carreguei você, em meus braços (não só quando 
quebrou a perna) mas muitas vezes... já acordei 
durante a noite só pra te olhar e te cobrir, 
confortei-o junto ao meu coração, sacrifiquei meu 
sossego e minha lua de mel pela maternidade de 
coração, choramos e sorrimos e cantamos juntos 
pelas estradas a música do seu "Lobato"... Não sou 
perfeita, mas quando me olho no espelho sinto 
orgulho de ver a mãe e a pessoa que me tornei e 
agradeço a Deus a chance que me deu de Te 
AMAR... E INCONDICIONALMENTE fazeres 
parte de mim, de minha prole, embora não o tenha 
gerado 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 92 
 
Glauco Pontes 
 
31 de Março... fazia um dia lindo! Me parece um 
dia tão próximo...Dia em que recebi você em meus 
braços...pequenino e indefeso, chorãozinho e 
carente de carinhos...E recebeu sempre muito 
carinho e muito amor de todos que tinham 
sensibilidade e se aproximaram de ti... Jeová 
sempre te amou e se colocou em seu caminho...e te 
fez um servo digno de bênçãos maiores concedidas 
por Ele...!!te amo muito e sei que sempre vou me 
orgulhar de ter lhe concebido Glauco Pontes. 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 93 
 
Evan Henrique 
 
19 de Março ... Hoje faz 20 anos que, meu amor e 
eu, materializamos nossa união, o sonho de ter um 
filho nosso... E ele nasceu exatamente como 
planejamos, um menino com o nome Evan do pai, 
e o Henrique do irmão, abençoado por Deus, um 
príncipe no sentido exato da palavra, obediente aos 
pais e a Deus, um servo deJeová fiel! Somos 
agradecidos a Jeová Deus e o louvamos muito! Ele 
nos deu um tesouro Dele pra cuidarmos e fazemos 
o que é possível e também o impossível pra 
fazermos isso bem, regamos da melhor forma que 
sabemos na nossa impotência de humanos 
imperfeitos... mas com a ajuda e ensinamentos de 
Deus e dele próprio que se tornou maleável nas 
mãos do Oleiro, nosso Criador! 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 94 
 
Cumplicidade. 
Perdoe, mas também peça perdão e não ofenda ! 
Caminhem juntos, contudo, sem nunca se 
deixarem sozinhos ! 
Alegrem-se juntos, mas nunca sejam a causa de 
tristezas ! 
Não semeie espinhos, quando o outo estiver 
descalço ! 
Dê água quando o outro estiver com sede ! 
Sinta falta quando o outro está longe... mas queira 
sempre estar perto quando estiverem juntos... 
Sejam cúmplices... e ser cúmplices implica não ter 
segredos... 
sermos livro aberto para o outro, ou quem sabe um 
cofre valioso... 
Significa ser amigos em primeiro lugar! 
É ser um só... Em um cordão tríplice..." 
07/09/2013 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 95 
Para Gisa minha irmã caçula... 
Olhando suas fotos do Facebook, começo a fazer 
uma viagem em meus pensamentos...perfaço um 
caminho já muito distante aos meus olhos... vejo 
que continuas uma menina ao longo do tempo... 
plena e radiante, a natureza conspira a seu favor! 
És muito importante pra mim... quando nasceste eu 
só tinha 10 anos, nos meus delírios de criança 
sonhadora, te recebi de presente, como se fosses 
uma boneca, quando estavas na adolescência, eu 
comprava roupas pra te enfeitar, pra fazer mais 
bonita, como se isso fosse possível...depois ... vou 
com minhas lembranças... agora volto e me 
encontro aqui, pensando em como nossa vida 
passa rápido, em como nosso caminhar juntas foi 
tão curto, quisera não tivesse passado...me acho 
ainda muito jovem pra tantas recordações... e você 
ainda uma bonequinha! 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 96 
 
Giovanna 
Nasceu Giovanna! 
Você chegou em nossas vidas! 
Seu nome Giovanna foi escolhido por Deus! 
Jeová lhe enviando a nos dizer, 
Que favor nos favoreceu! 
Que a esperança veio nos conceder! 
Que sua presença e seu sorriso 
Trouxe-nos a paz tão esperada! 
Que és mais uma luz a brilhar ... 
Juntou-se aos outros anjos, 
À outra estrela... 
Formando um Céu...ou uma constelação, 
Não sei... 
Só sei que também, 
Pra nos dar prazer, nasceu!!! 
Iranete (Vozinha) 07/09/2013 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 97 
 
O Abraço 
 
Quando você está feliz ninguém percebe seu 
sorriso...quando você está triste ninguém percebe 
suas lágrimas ... 
Quando está carente ninguém percebe seu abraço 
apertado... 
Então note um abraço...Abrace...O abraço é como 
um laço dando um nó entre dois corpos unidos por 
dois corações... 
Iranete 07/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 98 
 
Mateus 
 
 
Estou no tempo de me extasiar com as coisas mais 
simples...ver um neto correndo, se molhando, 
correndo junto a um cachorro atrás de uma bola, se 
pintando de índio ou se lambrecando todo com 
tinta de variadas cores...Quisera Mateus morasse 
mais perto, tua vó sente uma dor imensa no peito, 
um sossego que a idade já não deseja...um silêncio 
da ausência inconcebida...! Iranete 07/09/2013 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 99 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha Alma Poética Iranete Pontes 
 
 103

Continue navegando