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Epidemiologia � PAGE �- 9 -� SAÚDE X DOENÇA Saúde (OMS) ( Estado de completo bem estar físico, mental e social ( não meramente a ausência de doença LESSER (1985) ( Graus de saúde desde o ideal (OMS) até o zero (morte) É um processo dinâmico onde os indivíduos lutam contra as forças que tendem a alterar o equilíbrio de sua saúde Doença Causas ou determinantes ( natureza física, química, biológica, psico-social A doença em indivíduos ou em populações depende da interação de várias delas Saúde populacional A qualidade de vida de uma população será tanto melhor quanto menor o número de indivíduos que apresentem agravos orgânicos aparentes ou não Para vigilância epidemiológica a descoberta precoce de um caso favorece ações Rastreio Implantação de procedimentos sanitários ( prevenir novos casos Indivíduos infectados assintomáticos ( disseminadores ambulantes ( difícil identificação Tríade Epidemiológica São os elementos que constituem os 3 elos da cadeia epidemiológica e que interagem de modo infinito entre si ( AGENTE X HOSPEDEIRO X AMBIENTE Agente ( toda substancia, elemento ou fator (animado ou inanimado), cuja presença ou ausência possa causar prejuízos ao organismo susceptível Características de bioagentes: Infectividade ( capacidade de infectar um organismo, causando ou não doença Vírus da gripe: ( / Fungo: ( Patogenicidade ( capacidade de produzir sintomas no indivíduo infectado Vírus do sarampo: ( / Vírus da poliomielite: ( Virulência ( capacidade produzir casos graves ou fatais Vírus da raiva: ( / Vírus do sarampo: ( Capacidade imunogênica ( capacidade de induzir a imunidade Vírus do sarampo: ( / Vírus da gripe: ( Resistência ( capacidade sobreviver fora do organismo do hospedeiro Temperatura, radiação solar, umidade, substâncias químicas, pH Variabilidade → capacidade de mutação antigênica Escapa dos mecanismos de defesa do hospedeiro Persistência ( capacidade de permanecer por tempo prolongado ou indefinidamente na população de hospedeiros Hospedeiro ( organismo passível de abrigar ou sofrer influências dos fatores capazes de provocar agravos à sua saúde, podendo apresentar ( suscetibilidade ou resistência Suscetibilidade Organismo que não possui resistência contra determinado agente patogênico, podendo desenvolver a doença quando em contato Resistência Conjunto de defesas do hospedeiro contra a ação do agente Resistência inespecífica ou natural Decorrentes das características estruturais e fisiológicas Não é dirigida a um agente em especial Resistência específica ou imunidade Decorrente do contato com o agente Dirigida a um agente em especial ( protege contra contatos futuros Tipos de resistência Ativa → elementos de defesa são formados pelo próprio hospedeiro Naturalmente adquirida ( doença prévia , infecção inaparente Artificialmente induzida ( vacinação Passiva → recebe anticorpos específicos gerados em outro indivíduo Naturalmente Adquirida ( trans-placentária ou colostro Artificialmente Induzida ( soros específicos ( antiofídico Ambiente Componentes físico e químico ( solo, nutrientes, água e fatores climáticos Interagem favorecendo ou não a ocorrência de doenças Temperatura(+umidade(+chuvas( → (casos de leptospirose e dengue Componente biológico ( vida vegetal e animal São todos os seres vivos que compartilham o mesmo ecossistema do agente e do susceptível ( espécies animais, vegetais, microorganismos Interferem no agente, hospedeiro e vetores Componente sócio-econômico-cultural Socioculturais ( interferências no ecossistema Alterar o ambiente ( condições para o desenvolvimento de doenças Prevenir ou controlar situações potencialmente perigosas → vacinas, controle de zoonoses Socioeconômicos ( diferença entre grupos sociais quanto à possibilidade de adoecer (morbidade) e de morrer (mortalidade) Grupos economicamente privilegiados ( menos sujeitos a ação de fatores ambientais Grupos economicamente desprivilegiados ( mais expostos a fatores que favorecem o aparecimento de doenças, como desnutrição e parasitose intestinal Adoecem mais fácil, permanecem doentes por mais tempo, morrem mais jovem, crianças nascem abaixo do peso, maior taxa de mortalidade infantil História Natural das Doenças Modelo descritivo elaborado através das informações que explicam como e por que determinados eventos acontecem e participam do processo de doença Etapas da inter-relação entre agente x hospedeiro x meio ambiente ( o reconhecimento permite esquematizar medidas preventivas Período pré-patogênico ( estímulo patológico no processo da doença Interação entre agentes potenciais, hospedeiros e fatores ambientes Período patogênico ( resposta do hospedeiro Período de incubação (doenças transmissíveis) ou de exposição ou carência (doenças não transmissíveis) Quando ocorre a instalação, e eventual multiplicação dos agentes etiológicos no hospedeiro sem sintomatologia Podem decorrer dois tipos de relacionamento Relacionamento harmônico ( evolução inaparente ou subclínica Relacionamento desarmônico ( incompatibilidade entre o hospedeiro e o agente ( forma aparente da doença Resultado ( é a evolução da doença, e pode ocorrer recuperação, cronicidade (quase sempre prejudicial ao hospedeiro), invalidez ou morte “A experiência mostra que cada região geográfica, cada tipo de sociedade ou cada grupo econômico se caracteriza por seu próprio grupo de doenças e tem especiais necessidades médicas”. DUBOS (1966) Elementos e Mecanismo de Propagação de Doenças Transmissíveis São os fatores relacionados à transmissão do AE ( participam da cadeia de epidemiológica Fonte de infecção ( quem hospeda e transmite o agente Via de eliminação ( como o agente abandona o hospedeiro Via de transmissão (recurso o agente utiliza para alcançar o novo hospedeiro Porta de entrada ( como se hospeda o agente no novo hospedeiro O conhecimento da cadeia epidemiológica permite orientar as ações para prevenir ou impedir a disseminação da doença Fonte de Infecção (F.I.) Qualquer hospedeiro vertebrado que alberga um agente etiológico e pode eliminá-lo do organismo, sendo capaz de transmiti-lo Classificação da Fonte de Infecção Quanto o estágio de evolução da relação parasito-hospedeiro Doentes: que apresentam manifestação clínica Típicos: quadro clínico característico da doença Atípicos: quadro clínico diferente do esperado para a doença ( Fase prodrômica: início do quadro clínico ( sem diagnóstico clínico Portadores: não apresentam manifestação clínica Em incubação: eliminam o AE antes de apresentar o sintoma Convalescentes: continuam a eliminar o AE após recuperação clínica Sãos:não apresentam sintomas, mesmo após o período de incubação Reservatórios: são os que mantém o AE na natureza Podem ser enquadrados como qualquer uma das fontes de infecção Via de Eliminação (V.E.) É o meio através do qual o agente abandona seu hospedeiro para alcançar o meio exterior e assim, o novo hospedeiro O conhecimento desse mecanismo é importante para determinação das medidas profiláticas eficazes A eliminação pode ocorrer de 3 modos Espontânea Secreções (oro-nasais, urogenitais, láctea) e excreções (fezes e urina) Placenta, líquidos fetais, feto Exsudatos, descargas purulentas Descamações cutâneas Extração mecânica ( sangue e fluídos orgânicos Doenças que envolvem vetores, fômites ou transfusão Morte do hospedeiro ( carcaça do animal Predação, abate, necropsia, decomposição cadavérica ( cisticercose, hidatidose, toxoplasmose Via de Transmissão (V.T.) Limitadas pelo tempo e espaço ( exigem a presença da FI e do susceptível no mesmo ambiente e ao mesmo tempo ( transferência rápida do material infectante fresco Contágio direto ou imediato ( justaposição de superfícies Contatos sexuais, mordeduras, arranhadura, beijo, amamentaçãoTransmissão vertical ( da mãe para o filho ( intrauterina e parto Autoinfecção endógena ( indivíduo com Taenia solium ( refluxo gastrintestinal do ovo ao estômago ( transmite a cisticercose a si próprio Contágio indireto ou mediato Não há justaposição de superfície ( veículo de transmissão Perdigotos, fômites à fresco (seringas, agulhas, objetos de uso individual) Não limitadas pelo tempo e espaço Transmissão aerógena Os agentes sofrem processo de dessecação ( permanecem por períodos longos no ambiente ( aerossóis e poeira Tuberculose, escarlatina, varíola, gripe Transmissão pelo solo Contaminado por excretas das FI e produtos de descarte ( atinge os alimentos em geral e indivíduos que entrem em contato O agente pode necessitar do solo para completar seu ciclo biológico Transmissão pela água Por ingestão da água ( contaminada pela urina, fezes, secreções, cadáveres nos recursos hídricos, inundações Cólera, hepatite, leptospirose Por contato a com água Esquistossomose ( presença de cercarias na água Transmissão por alimentos Origem vegetal ( produção, manipulação, transporte ou distribuição Giardíase Origem animal ( animal doente, processamento, armazenamento, distribuição, preparo em cozinhas, armazenamento doméstico Leite ( brucelas, micobactérias, estreptococos Produtos cárneos ( cisticercose, hidatidose Transmissão por vetores Vetores mecânicos (acidentais) ( passivo na cadeia de transmissão Mosca, barata, formiga Vetores biológicos (obrigatórios) ( ativo na cadeia de transmissão ( o AE necessita dele para sua evolução ou multiplicação Pulga x peste, flebotomíneo x leishmania, anopheles x malária Transmissão por produtos biológicos Produtos imunizantes (soros e vacinas) ou terapêuticos Transmissão por fômites Utensílios, veículos, instrumentos médico-cirúrgicos PORTAS DE ENTRADA (P.E.) É por onde o AE penetra no organismo do novo hospedeiro ( relacionadas a via de transmissão mais adequada para o agente Vias: Mucosa da via respiratória ( gotículas, aerossóis e poeiras Mucosa da via digestiva ( alimentos, gotículas, poeiras, fômites e mão contaminada Mucosa da via geniturinária ( contágio direto, fômites e mãos contaminadas Mucosa da conjuntiva ocular ( gotículas, aerossóis, poeiras, água contaminada Mucosa da via mamaria (canal galactóforo) Período de lactação ( solo, mãos contaminadas, fômites, água e mesmo pelo contágio direto durante a amamentação Pele ( íntegra ou com solução de continuidade Vetores mecânicos, solos, água, fômites
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