Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ECO03341 - ESTRUTURA E INTERPRETAÇÃO DE BALANÇOS Aula 1 – Revisão de Conteúdo e Conceitos sobre Aspectos Contábeis Profa. Márcia Bianchi marcia.bianchi@ufrgs.br 2014/1 1 2 Contabilidade A Contabilidade é considerada um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias. A Contabilidade trata da riqueza no seu estado de apropriação como matéria econômico-administrativa das empresas e entidades político-sociais. Essa lógica faz com que se adote a Contabilidade como Ciência Social, por ter esta por objeto matéria que se insere na sociedade como um todo. 3 Contabilidade A Contabilidade estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro das mutações (modificações e variações) do patrimônio relativo aos atos e fatos da administração financeira e econômica de empresas com ou sem fins lucrativos. A Contabilidade é considerada como um sistema de informações destinado a prover seus usuários de dados para auxiliar na tomada de decisão. Os Usuários da Contabilidade Governo Sindicato Funcionários EMPRESA Investidores Bancos Administradores Concorrentes Outros 4 5 Principais usuários da contabilidade Interno Externo Administradores Fornecedores Acionistas Instituições financeiras Utilidade da contabilidade Para os administradores Planejamento Controle 6 CONTROLE: Verificar se a organização está agindo de acordo com os planos e políticas previamente traçadas (medir desempenho organizacional) PLANEJAMENTO: Definição de planos e políticas futuras com base nas informações contábeis 7 Administração Investidores Bancos Governo Outros Interessados Coleta de dados Registro de dados e processamento Relatórios INFORMAÇÕES Usuários (tomada de decisão) Atuação contábil A Contabilidade Societária tem por objetivo controlar o patrimônio das empresas e apurar o resultado (variação do patrimônio), de acordo com a Legislação Societária em vigor e as normas de Contabilidade. Ela deve também prestar informações a usuários externos que tenham interesse em acompanhar a evolução da empresa, tais como entidades financeiras que irão lhe conceder empréstimos, debenturistas e quaisquer pessoas que desejem adquirir ações da empresa (se ela for uma companhia de capital aberto). A Contabilidade Societária exerce esta função através da utilização da escrituração contábil pelo método das partidas dobradas, que tem como foco a elaboração das demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e a Demonstração do Fluxo de Caixa. Estas demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base nos princípios contábeis geralmente aceitos, para fins de homogeneização e uso na comparação com outras empresas ou com o desempenho da própria empresa em outro período de tempo. 8 Contabilidade Societária A Contabilidade Gerencial tem por objetivo fornecer informações extraídas dos dados contábeis, que ajudem os administradores das empresas no processo de tomada de decisões tais como: Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado? Como fixar o preço de venda de um produto? Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricá- las na própria empresa? Deve-se comprar equipamento novo ou reformar o antigo? Deve-se aceitas um pedido de compra do exterior a um preço inferior ao de venda no mercado interno? Quais são os produtos da empresa que lhe dão lucro ou prejuízo? 9 Contabilidade Gerencial 10 Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial Audiência Externa: acionistas, credores, autoridades tributárias. Interna: funcionários, gerentes, executivos. Propósitos Relatar o desempenho passado ao público externo, contratos com proprietários e credores. Informar as decisões internas tomadas por funcionários e gerentes; dar feedback e controlar o desempenho operacional. Posição no Tempo Histórica; atrasada. Atual, orientada para o futuro. Restrições Regulamentada; orientada por princípios contábeis geralmente aceitos e por autoridades governamentais Desregulamentada; sistemas e informações determinadas pela administração para atender às necessidades estratégicas e operacionais. Tipo de Informação Apenas mensurações financeiras. Mensurações financeiras, operacionais e fiscais sobre processos, tecnologias, fornecedores, clientes e concorrentes. Natureza da Informação Objetiva, auditável, confiável, consistente, precisa. Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor; válida, relevante, precisa. Escopo Altamente agregada; relatórios sobre a organização total. Desagregada; informa decisões e ações locais. Quadro 1 - Características básicas da Contabilidade Financeira e da Gerencial Fonte: Adaptado de Atkinson et al. (2008, p. 38). Contabilidade Gerencial e Societária ÓRGÃOS REGULADORES Existem alguns órgãos reguladores da Contabilidade e da Profissão Contábil, bem como fiscalizadores da legislação societária: – CFC e CRC – Conselho Federal de Contabilidade e Conselhos Regionais de Contabilidade: – Responsáveis pelo registro e fiscalização e normatização da profissão contábil. 11 – CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis – O CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 12 ÓRGÃOS REGULADORES – O CPC é composto por: • ABRASCA: Associação Brasileira de Sociedades de Capital Aberto • APIMEC: Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais • BM&Bovespa • CFC • FIPECAFI: Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras • IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil 13 ÓRGÃOS REGULADORES – CVM – Comissão de Valores Mobiliários – Órgão fiscalizador do mercado de capitais no Brasil – BACEN – Banco Central do Brasil – Responsável pela registro e fiscalização das instituições financeiras. 14 ÓRGÃOS REGULADORES NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBC’s) • As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) devem seguir os mesmos padrões de elaboração e estilo utilizados nas normas internacionais. • As Normas Brasileiras de Contabilidade, que compreendem: • O Código de Ética Profissional do Contabilista, Normas de Contabilidade, • Normas de Auditoria Independente e de Asseguração, • Normas de Auditoria Interna e Normas de Perícia. 15 As NBC’s estabelecem: • a) regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão contábil; • b) conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados quando da realização dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidaspelo CFC, de forma convergente com as Normas Internacionais de Contabilidade. 16 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBC’s) As NBC’s dividem-se em: Profissionais e Técnicas. • As NBC-P (Profissionais) estabelecem preceitos de conduta para o exercício profissional; • As NBC-T (Técnicas) estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados, sendo classificadas em Contabilidade, Auditoria Independente e de Asseguração, Auditoria Interna e Perícia. 17 NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE (NBC’s) Princípios de Contabilidade Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. Os “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)”, citados na Resolução CFC nº 750/93, passam a denominar- se “Princípios de Contabilidade (PC)”, por força da Resolução CFC 1.282/2010. 18 São Princípios de Contabilidade: • I – o da ENTIDADE; • II – o da CONTINUIDADE; • III – o da OPORTUNIDADE; • IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; • V – o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (Revogado pela Resolução CFC 1.282/2010); • VI – o da COMPETÊNCIA; e • VII – o da PRUDÊNCIA. 19 Princípios de Contabilidade Princípio da Entidade • O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. • Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 20 Princípio da Continuidade • A CONTINUIDADE ou não da ENTIDADE, bem como sua vida definida ou provável, devem ser consideradas quando da classificação e avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas. • A CONTINUIDADE influencia o valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a extinção da ENTIDADE tem prazo determinado, previsto ou previsível. • Desta forma, por exemplo, bens ou direitos cujo valor contábil seja superior ao valor econômico, por força de obsolescência ou rescisão contratual, devem ser ajustados contabilmente. 21 Princípio da Oportunidade • O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que as originaram. 22 Princípio do Registro pelo Valor Original • Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições no interior da ENTIDADE. 23 Princípio da Competência • As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. 24 Princípio da Prudência • O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 25 Regimes de Apuração de Resultados Regime de Caixa • É a forma simplificada de contabilidade aplicada basicamente em microempresas. • Regras: • A receita será contabilizada quando ocorrer a entrada no caixa ou no banco. A despesa será contabilizada no momento do seu pagamento (desembolso). 26 Regime de Competência • É o regime universalmente aceito (Teoria da Contabilidade e Imposto de Renda). Evidencia o resultado da empresa de forma mais correta e precisa. Regras: • A receita será contabilizada no período a que pertence, independentemente do seu recebimento. • A despesa será contabilizada no período a que for efetuada, consumida ou incorrida independentemente do seu pagamento. 27 Regimes de Apuração de Resultados
Compartilhar