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Conhecimentos Específicos 
 Serviço Social 
Aula 00 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecimentos Específicos 
 Serviço Social 
Aula 00 
 
1 
www.especificasconcursos.com.br 
 
 
Olá, prezados colegas! 
Gostaria de desejar boas vindas e afirmar com toda certeza que a equipe da 
Específicas Concursos preparou um material diferenciado, de qualidade, focado 
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Para isso, os estudantes matriculados no curso terão acesso ao seguinte 
conteúdo: 
1. Material em PDF. 
2. Questões comentadas de várias bancas de concursos. O foco é abarcar as 
questões anteriores das últimas provas da disciplina de todo o país. 
3. Figuras para facilitar a memorização dos principais tópicos da disciplina entre 
outros. 
 
 
 
Aula 
Conteúdo Data 
 00 A questão social. Disponível 
01 
Fundamentos históricos, teóricos, metodológicos e éticos do 
Serviço Social; Serviço Social e Formação Profissional; Serviço 
Social na contemporaneidade; Análise crítica das influências 
teórico-metodológicas e as formas de intervenção construídas 
pela profissão em seus distintos contextos históricos; 
Disponível 
Apresentação 
Aula 00 – Questão Social 
Conhecimentos Específicos 
 Serviço Social 
Aula Extra 
 
2 
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02 
Ética profissional e as legislações que pautam a profissão (Lei 
de Regulamentação da Profissão, Código de Ética Profissional 
do Assistente Social e Resoluções do conjunto CFESS-CRESS); 
05/08/2017 
03 Instrumentalidade profissional do Assistente Social; 12/08/2017 
04 
Elementos constitutivos da inserção da profissão no mundo do 
trabalho e dimensões da competência profissional – ético-
política, teórico-metodológica, técnico-operativa e 
críticoinvestigativa; 
17/08/2017 
05 
A dimensão técnico-operativa do serviço social: concepções 
sobre instrumentos e técnicas; Entrevista; Visita Domiciliar; 
Visita Institucional; Trabalho em Rede; Ação Socioeducativa 
com Indivíduos, Família e Grupos; Abordagens individual e 
coletiva; Estudo Social; Perícia Social; Relatório Social; Laudo 
Social; Parecer Social; 
15/08/2017 
06 
Condições e relações de trabalho nos vários espaços sócio 
ocupacionais e suas atribuições contemporâneas; Serviço 
Social e interdisciplinaridade;. Análise de Conjuntura; Relação 
Estado/Sociedade; 
02/09/2017 
07 
Seguridade Social brasileira: Saúde, Previdência e Assistência 
Social (organização, gestão, financiamento, controle social e 
legislações específicas e complementos; Serviço Social e 
Assistência Social: trajetória, história e debate 
contemporâneo; Serviço Social e Saúde: trajetória, história e 
debate contemporâneo; Serviço Social e Previdência Social: 
história e debate contemporâneo; 
9/09/2017 
08 
Concepções e modalidades de famílias, estratégias de 
atendimento e acompanhamento; Intervenção junto às 
famílias em suas diversas dimensões: conceitos, historicidade, 
configurações contemporâneas, violência doméstica; 
políticas, diretrizes, ações e desafios na área da família, da 
criança e do adolescente; 
16/09/2017 
09 
Planejamento e gestão social: análise institucional, 
formulação de propostas, alternativas metodológicas, 
instrumentos e técnicas de elaboração, monitoramento e 
avaliação de políticas, planos, programas e projetos sociais; A 
dimensão investigativa da profissão, processos de 
planejamento e de intervenção profissional; Formulação de 
projeto de intervenção profissional: aspectos teóricos e 
metodológicos; Fundamentos, instrumentos e técnicas de 
pesquisa social. 
23/09/2017 
Conhecimentos Específicos 
 Serviço Social 
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3 
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10 
Pobreza; Desigualdade e Exclusão social; Neoliberalismo, 
transformações no mundo do trabalho e mudanças nas 
organizações; 
29/09/2017 
11 
Terceiro Setor; Movimentos sociais; Política social: 
fundamentos e história; 
05/10/2017 
 
 
 
01. Capitalismo no século XX: aspectos da Questão Social 03 
02. Questão Social 10 
03. Questão Social e Serviço Social 24 
04. O processo de monopolização do capital no Brasil 30 
05. A questão social nas mudanças ocorridas a partir do final do século XX 33 
06. Questões comentadas 37 
07. Questões sem comentários 119 
 
 
 
É no contexto da sociedade capitalista que entra em cena a Questão Social'. E o 
Serviço Social, como resposta às suas manifestações, terá junto à Questão Social 
uma relação inerente, indissociável. 
 
A Questão Social se fez presente no quadro sócio-econômico onde o Serviço Social 
inseriu-se, bem como as influências que tangenciaram a profissão. 
Para dar conta desse cenário, necessário se faz reconstituir e compreender, ainda 
que brevemente o modo de produção capitalista, que traz consigo marcas 
profundas de antagonismos e contradições. Como bem respalda Martinelli (2005), 
as origens deste modo de produção podem ser buscadas já no mundo feudal, mas 
01. Capitalismo no século XX: aspectos da Questão Social 
Sumário 
Conhecimentos Específicos 
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foi na primeira metade do século XIX, mediante impactos da Revolução Industrial, 
que foram sentidos os efeitos mais profundos no contexto social. 
 
O Capitalismo fez de sua expansão um período de grande dominação e confronto 
principalmente no que tange à relação capital x trabalho, instaurando-se 
peculiarmente em forma de sociedade de classes pautada principalmente na 
compra e venda da força de trabalho. A sociedade de classes trouxe um modo de 
relação social pautado na posse privada de bens, gerando um mundo de cisão, de 
quebra, de exploração da maioria pela minoria, onde a luta de classes é senão, a 
luta pela vida. 
 
O Capitalismo mostrou a dura realidade vivida no século XX, mesmo diante da 
promessa de progresso econômico e financeiro feitas ainda no século XIX. 
Primeiramente porque seu desenvolvimento se fez às custas da exploração da 
classe trabalhadora e então a medida em que a riqueza concentrava-se junto a uma 
minoria dos donos de capital, crescia uma imensa massa de trabalhadores a 
viverem em miséria generalizada. Além disto, este século foi abalado pela Grande 
Depressão' que atingiu toda a Europa e seus efeitos pulverizaram-se em todos os 
países. 
Esta dinâmica histórica apresentada pelo capitalismo não vem a ser puramente um 
acúmulo de choques de classes, como salienta Chesnais (2003), que destaca 
inclusive, que uma análise mais profunda irá demonstrar que o Capitalismo 
imprime à sociedade um combate histórico, cuja importância é inquestionável pois 
remete à dialética das relações de produção e ao papel motor da luta de classes. 
Ou seja, o Capitalismo marcou profundamente a sociedade ao fazer a cisãodas 
classes, pois alterou as relações sociais. 
Conhecimentos Específicos 
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 lamamoto e Carvalho (2001) explicam que o processo 
capitalista é uma construção histórica em que os homens 
produzem e reproduzem as condições materiais da 
existência humana e também as relações sociais. Capital e 
trabalho são extremos diferentes dentro de uma mesma 
unidade, um expressa-se no outro, e/ou nega-se no outro, 
numa relação dependente. O capital entende o trabalho enquanto parte inerente 
a si, pois o trabalhador entrega diariamente ao capitalista o valor de uso de sua 
força de trabalho, formando um ciclo sem meio e sem fim. 
Assim, o modo de produção capitalista anunciou uma forma peculiar no que diz 
respeito às relações sociais dos homens, quando promoveu a divisão das classes, 
formadas pelos que detinham os meios de produção e por aqueles que nada mais 
possuíam além da própria força de trabalho, ou seja, "ser capitalista significa 
ocupar não somente uma posição pessoal, mas também uma posição social na 
produção. "O capital não é, portanto, um poder pessoal: é um poder social" (MARX; 
ENGELS, 2005, p. 33). 
 
No mesmo sentido, Martinelli (2005) afirma que o elemento central de análise 
deste modo de produção não é o caráter comercial nem seu empreendedorismo e 
sim as relações sociais que dele emanam e resultam na separação do capital e do 
trabalho. As relações entre os homens são relações de classes. 
 
Marx (2001), cuja literatura pioneira permitiu interpretar e descrever este modo 
de produção, traz que a ação interativa entre os homens obviamente gerou 
progresso econômico, social e cultural, mas trouxe também a alienação, a 
dominação do homem sobre seu semelhante e as desigualdades sociais que são 
cruciais em sociedades em processo de industrialização. Marx criticou a ideologia 
Conhecimentos Específicos 
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da sociedade capitalista, que sujeita demasiadamente o trabalho ao capital, assim 
como traz a alienação e a exploração dos trabalhadores. O processo de acumulação 
do capital dá-se e intensifica-se com a apropriação da mais valia pelos proprietários 
dos meios de produção e assim, a concentração de bens de produção em mãos de 
poucos, em detrimento daqueles que só possuíam sua força de trabalho, culminou 
no agravamento dos problemas sociais da classe trabalhadora. 
 
Destaque também à Marx e Engels (2005) que propuseram-se a demonstrar ao 
operariado como o Capitalismo veio a desvirtuar a vida e as relações sociais da 
humanidade na sua busca incessante por satisfazer as exigências do capital. 
Gradativamente, a classe trabalhadora foi percebendo esta exploração e também, 
foram crescendo os problemas sociais advindos da acumulação capitalista o que 
levou os trabalhadores a organizarem-se em categorias. 
 
O avanço capitalista torna a distribuição de renda cada vez mais desigual, 
crescendo a distância entre as classes e gerando profundas desigualdades sociais 
ao mesmo tempo em que a evolução tecnológica gera o progresso e 
enriquecimento de uma pequena parcela do país. 
A hegemonia de classes configura um espaço de atuação do Estado que, nas 
palavras de Oliveira (1996, p. 18), é o tutor do bem comum. Seu papel não é 
somente o de regulador, ou o árbitro neutro do bem - estar, mas de agente básico 
na definição e na manutenção da ordem social. Assim sendo, é inevitável que o 
Estado configure uma relação social permeada de conflitos, já que é o espaço onde 
os interesses das classes hegemônicas confrontam-se. Assim, o Estado capitalista é 
"hegemonia e dominação", conforme Faleiros (1982 apud OLIVEIRA, 1996, p. 18). 
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O Estado, através das políticas sociais, buscará instituir meios que compensem as 
desigualdades geradas pelo Capitalismo, intervindo deste modo na chamada 
Questão Social. 
 
(2015) – FGV - DPE-MT: Assistente Social. Um elemento fundamental a todo 
projeto é a sua fundamentação teórica. Dessa forma, quando o pressuposto teórico 
é alimentado por uma visão de mundo dialético-crítica, ele se baseia na 
compreensão das refrações da “questão social” como intrínseco ao modo de 
produção capitalista. 
Gabarito. Alternativa Correta 
(2014) - CEPERJ: VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO: Assistente Social. Sobre o debate 
da Questão Social, Netto (2001) nos oferece elementos essenciais para 
compreender a gênese de utilização desta expressão e sua relação com fenômenos 
objetivos presentes na realidade social. O autor informa que a expressão “Questão 
Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX e surge para dar 
conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental nesse período. 
Sendo assim, pode-se compreender, a partir do autor citado, que as expressões da 
“Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos da: instauração 
do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial. 
Gabarito. Certo 
 
Assim, a expressão “questão social” surgiu na Europa Ocidental, na 
terceira metade do século XIX, para designar o fenômeno do 
pauperismo. Netto (2001) afirma que, pela primeira vez, a pobreza 
crescia na proporção em que aumentava a capacidade produtiva do capitalismo. 
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Os pobres passavam a protestar e a se constituir como uma real ameaça às 
instituições sociais existentes. 
 
Tome nota! 
Nesse período, a pobreza passou a se constituir como um problema. 
Pela primeira vez, a naturalização da miséria foi politicamente 
contestada (Pereira, 2004) e o processo de urbanização, somado com a 
industrialização, culminou na combinação dos seguintes determinantes 
indissociáveis: 
 
 
Podemos, assim, vincular o surgimento da questão social com o surgimento da 
classe trabalhadora e identificá-la no momento em que a contradição fundamental 
do capitalismo, como modo de produção social, se desenvolve e se revela, ou seja, 
quando se evidencia que, no capitalismo, quem produz a riqueza não a possui e 
ainda, que não há espaço para todos no mercado. Nesses termos, “a sociedade 
capitalista é nada mais, nada menos que o terreno da reprodução contínua e 
ampliada da questão social” (Mota, 2000, p. 1). 
 
(a) o empobrecimento agudo da classe 
trabalhadora; 
(b) a consciência desta classe de sua condição de 
exploração e
(c) a luta desencadeada por esta classe contra os 
seus opressores a partir dessa consciência. 
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 Cabe destacar que a questão social só toma características 
de “problema” e passa a ser enfrentada pela sociedade 
burguesa (principalmente através de políticas sociais) 
porque é publicizada, denunciada pela classe trabalhadora, 
ou seja, porque retrata uma resistência por parte destaclasse. “Ao mesmo tempo em que a questão social é 
desigualdade, é também rebeldia, pois envolve sujeitos que vivenciam estas 
desigualdades e a ela resistem e se opõem” (Iamamoto, 1999, p. 28). Devido a estas 
características de resistência e rebeldia, Iamamoto afirma ser necessário, também, 
para apreender a questão social, captar as múltiplas formas de pressão social, de 
invenção e de re-invenção da vida, construídas no cotidiano. É também com este 
caráter de desigualdade e resistência que Pastorini (2004) irá tratar a questão 
social. Para esta autora, é necessário pensar a questão social sem perder de vista a 
processualidade, ou seja, “analisar a emergência política de uma questão, adentrar 
nos processos e mecanismos que permitem que essa problemática tome força 
pública, que se insira na cena política” (Pastorini, 2004, p. 98). 
Portanto, não se pode perder de vista na análise um outro elemento: os sujeitos 
envolvidos nesse processo, “aqueles que colocam a questão na cena política”. Não 
considerar esses sujeitos é tratar a questão social de forma “des-historicizada, des-
economizada e des-politizada ” (Pastorini, 2004, p. 99). 
 
(2015) – FUNRIO – UFRB: Assistente Social. Conceitualmente, a expressão 
“questão social”, foi utilizada para designar o processo de politização da 
desigualdade social inerente à constituição da sociedade burguesa. Sua emergência 
vincula-se ao surgimento do capitalismo e à pauperização dos trabalhadores. Esta 
concepção foi considerada como elemento que dá sustentação a profissão, e é sua 
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base histórico- social. Além disso, pode ser considerada a proposta básica para o 
projeto de formação profissional. 
Gabarito. Certo 
 
 
 
 
A questão social tem sido interpretada como produto da desigualdade social e 
sinônimo de cidadania, conforme afirma Ianni (1991); desagregação e desfiliação 
(CASTEL, 1997); nova questão social (ROSANVALLON, 1995). A questão social, para 
além do mundo do trabalho, também envolve as questões de gênero, etnia e 
minorias sociais, segundo Wanderley (1997); além de poder ser vista como um 
conjunto de problemas econômicos, políticos, sociais e culturais próprias da 
sociedade capitalista (CERQUEIRA FILHO, 1982), concepção esta, retomada por 
Iamamoto (2003) e Paulo Netto (2004). 
Nesse sentido, abordaremos algumas pontuações dos principais autores mais 
cobrados pelas bancas examinadoras. 
 
 
 
 
Segundo Netto (2001), há cinco momentos historicamente importantes para 
compreender a questão social. 
Dessa maneira, a primeira delas é que a expressão 
“questão social” surge para dar conta do 
pauperismo decorrente dos impactos da 
primeira onda industrializante, a designação 
José Paulo Netto 
02. Questão Social 
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desse pauperismo relacionava-se diretamente aos seus desdobramentos 
sociopolíticos, pois desde a primeira década até a metade do século XIX seu 
protesto tomou as mais diversas formas numa perspectiva efetiva de uma 
eversão da ordem burguesa. 
A partir da metade desse século, de acordo com a segunda nota do autor, a 
expressão “questão social” entra para o vocabulário do pensamento conservador, 
com o caráter de urgência para manutenção e a defesa da ordem burguesa, a 
questão social perde paulatinamente sua estrutura histórica determinada e é 
crescentemente naturalizada, tanto pelo pensamento conservador laico como no 
do confessional, no primeiro as manifestações da questão social eram vistas como 
características inelimináveis de toda e qualquer ordem social e para amenizá-las e 
reduzi-las era preciso uma intervenção política limitada, enquanto que para o 
segundo, a gravitação da questão social só era possível com uma exarcebação da 
vontade divina. Assim, para ambos, a questão social é objeto de ação moralizadora, 
o enfrentamento de suas manifestações deve ser função de um programa de 
reformas que preserve a propriedade privada dos meios de produção. Em 
contrapartida, com a exploração da revolução de 1848, os ideais da classe 
trabalhadora passam de classe em si para classe para si, a questão social passa a 
ser vista como atrelada à sociedade burguesa e a supressão desta conduz a 
supressão daquela. 
A terceira nota destaca que foi apenas em 1867 com o livro “O capital”, de Karl 
Marx, que se produziu uma compreensão teórica acerca do processo de produção 
do capital, relevando a anatomia da questão social. Para Marx a questão social seria 
determinada pelo traço próprio e peculiar da relação capital-trabalho, a 
exploração, fruto da sociabilidade erguida sob o comando do capital. 
Na quarta nota Netto expõe que no período do Welfare State (1945-1970), período 
dos trinta anos gloriosos, a questão social e suas manifestações pareciam 
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remeterse ao passado, e apenas os marxistas insistiam em assinalar que as 
melhorias das condições de vida dos trabalhadores não alteravam a essência 
exploradora do capitalismo. Já a partir da década de 1970, com o esgotamento da 
onda longa expansiva, o capitalismo mostrou que não havia nenhum compromisso 
social, e a intelectualidade acadêmica descobriu uma nova questão social. 
Por fim, na última nota, Netto defende a tese de que não se trata de uma nova 
questão social uma vez que a emergência de novas expressões da questão social é 
decorrente da ordem do capitalismo 
 
(2012) - PUC-PR - DPE-PR: Assistente Social. As análises de Netto (1990/1996) 
compreendem de forma madura a consolidação da vertente de ruptura com o 
conservadorismo e sua importância para a renovação teórico-cultural da profissão. 
Segundo o autor, é CORRETO afirmar que: Foram as lutas sociais que 
transformaram a questão social em uma questão política e pública, transitando do 
domínio privado das relações entre capital e trabalho para a esfera pública, 
exigindo a intervenção do Estado no reconhecimento de novos sujeitos sociais. 
Gabarito. Certo 
(2014) – CEPERJ - VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO: Assistente Social. Sobre o debate 
da Questão Social, Netto (2001) nos oferece elementos essenciais para 
compreender a gênese de utilização desta expressão e sua relação com fenômenos 
objetivos presentes na realidade social. O autor informa que a expressão “Questão 
Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX e surge para dar 
conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental nesse período. 
Sendo assim, pode-se compreender, a partir do autor citado, que as expressões da 
“Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos da: instauração 
do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial 
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Gabarito. Certo 
 
 
 
A concepção de questão social está enraizada na contradição capital x trabalho, em 
outros termos, é uma categoria que tem sua especificidade definida no âmbito do 
modocapitalista de produção. 
 
 “Questão social apreendida como o conjunto das 
expressões das desigualdades da sociedade 
capitalista madura, que tem uma raiz comum: a 
produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho 
torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos 
mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.” 
 
A concepção de questão social mais difundida no Serviço Social é a de CARVALHO 
e IAMAMOTO, (1983, p.77): 
“A questão social não é senão as expressões do processo de formação e 
desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da 
sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e 
do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o 
proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais 
além da caridade e repressão”. 
 
Ou seja, tem-se o que é denominado contradição fundamental entre capital e 
trabalho, desenvolvendo-se o processo de construção de desigualdades. 
Marilda Villela Iamamoto 
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Assim, não existem questões sociais, mas sim QUESTÃO SOCIAL, que se manifesta 
em diversas formas de expressão, mas cuja origem é sempre a mesma. 
 
Ainda de acordo com IAMAMOTO (2005, p.28) 
“(...)o desenvolvimento nesta sociedade redunda, de um lado, em uma enorme 
possibilidade de o homem ter acesso à natureza, à cultura, à ciência, enfim, 
desenvolver as forças produtivas do trabalho social; porém, de outro lado e na sua 
contraface, faz crescer a distância entre a concentração/acumulação de capital e a 
produção crescente da miséria (...)” 
Ou seja, questão social expressa-se na desigualdade. 
Nunca se produziu tanto no mundo (tecnologias, produtos, serviços), mas ao 
mesmo tempo cada vez mais aumenta a distância entre os que possuem capital 
para ter acesso ao que é produzido e aqueles que tem esse acesso negado. 
Nessas definições estão presentes os conceitos bases para o entendimento da 
questão social, na perspectiva da teoria social crítica, ou seja compreendendo que 
tal questão é fruto da sociedade do capital e sua contradição fundamental entre 
capital e trabalho. 
Assim, a questão social historicamente se desenvolve com o próprio modo de 
produção capitalista, na medida em que não é possível o desenvolvimento desse 
sistema sem essa contradição entre quem produz e quem tem os meios de 
produção. 
A questão social não é um fenômeno recente, 
típico do esgotamento dos chamados trinta anos 
gloriosos da expansão do capitalismo, ao 
contrário, trata-se de uma “velha questão social” 
inscrita na própria natureza das relações sociais capitalistas, mas que, na 
contemporaneidade, se re-produz sob novas mediações históricas e, ao mesmo 
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tempo, assume inéditas expressões espraiadas em todas as dimensões da vida em 
sociedade. 
 
Esse assunto foi cobrado pela banca 
No marco da teoria social crítica, a questão social é considerada um fenômeno 
recente, típico do trânsito do padrão de acumulação no esgotamento dos trinta 
anos gloriosos da expansão capitalista. 
 
Comentário: A tese a ser desenvolvida considera ser questão social indissociável 
do processo de acumulação e dos efeitos que produz sobre o conjunto das classes 
trabalhadoras, o que se encontra na base da exigência de políticas sociais públicas. 
Ela é tributária das formas assumidas pelo trabalho e pelo estado na sociedade 
burguesa e não um fenômeno recente, típico do trânsito do padrão de acumulação 
no esgotamento dos 30 anos gloriosos da expansão capitalista. Portanto item 
errado. 
 
Ou seja, a questão social está na gênese do sistema capitalista e para resolvê-la 
seria necessário a mudança no modo de produção. 
Dessa forma, o Serviço Social trabalha especificamente com 
as expressões da questão social, que é uma só, mas que se 
manifesta a partir de diversas formas. 
Dessa forma, o assistente social precisa compreender que as 
demandas que lhe são colocadas no cotidiano do trabalho 
profissional são expressões dessa questão e não apenas 
problemáticas sociais ou questões individuais. Elas manifestam essa problemática 
maior e mais profunda que é a QUESTÃO SOCIAL. 
 
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Para autora, a questão social expressa, portanto, desigualdades econômicas, 
políticas e culturais das classes sociais, mediatizadas por disparidades nas 
relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais, 
colocando em causa amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da 
civilização. Destaca que foram as lutas sociais que romperam o domínio privado 
nas relações entre capital e trabalho, extrapolando a questão social para esfera 
pública exigindo a interferência do Estado para o reconhecimento e a legalização 
de direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos. 
A autora assinala que o processo de naturalização da questão social é 
acompanhada da transformação de suas manifestações em objeto de programas 
assistenciais focalizados no “combate à pobreza” e que uma dupla armadilha pode 
envolver a análise da questão social, corre-se o risco, então, de cair na pulverização 
e fragmentação das questões sociais, atribuindo unilateralmente aos indivíduos a 
responsabilidade por suas dificuldades ou aprisionar a análise em um discurso 
genérico, que redunda em uma visão unívoca e indiferenciada da questão social. 
Por fim, aponta que na perspectiva por ela assumida, a questão social não se 
identifica com a noção de exclusão social, hoje generalizada, dotada de grande 
consenso nos meios acadêmicos e políticos. 
Esse assunto foi cobrado pela banca 
A antiga questão social assume roupagens novas, de acordo com 
Iamamoto, as expressões da questão social mais relevantes são: 
“(...) o retrocesso no emprego, a distribuição regressiva de renda e a ampliação 
da pobreza, acentuando as desigualdades nos estratos socioeconômicos, de 
gênero e localização geográfica urbana e rural, além de queda nos níveis 
educacionais dos jovens.” (Iamamoto, 2007:147) 
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Na atualidade a questão social está sendo naturalizada, individualizada, o 
indivíduo é colocando como o problema social, essa tendência gera o 
atendimento das refrações da questão social através de projetos assistenciais 
focalizados e também imprime junto as classes subalternas a repressão, num 
processo de criminalização da pobreza. Iamamoto salienta uma dupla armadilha 
quando a reflexão acerca das refrações da questão social é desvinculada de sua 
origem: 
“Corre-se o risco de cair na pulverização e fragmentação das inúmeras “questões 
sociais, atribuindo unilateralmente aos indivíduos e suas famílias a 
responsabilidade pelas dificuldades vividas” E ainda, “aprisionar a análise em um 
discurso genérico, que redunda em uma visão unívoca e indiferenciadada 
questão social.” (Iamamoto, 2007:164) 
O acirramento da questão social gera o aumento da demanda e do público alvo 
do assistente social. Entretanto, as políticas sociais estão cada vez mais 
focalizadas e seletivas. Assim, este profissional encontra-se em um dilema e no 
cerne dos conflitos entre duas questões opostas: direito e assistencialismo. 
 
 
(2006) – UEG - TJ-GO: Técnico Judiciário - Assistente Social. Segundo Iamamoto (O 
Serviço Social na Contemporaneidade, 2003, p. 27), o “Serviço Social tem na 
questão social a base de sua fundação como especialização do trabalho”. Nesse 
sentido, é CORRETO afirmar: para o efetivo enfrentamento da questão social é 
necessário apreendê-la como o conjunto das expressões das desigualdades 
produzidas pela sociedade capitalista como resultado da contradição entre capital 
e trabalho. 
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Gabarito. Certo 
(2013) - TJ-PR - TJ-PR: Serviço Social 
"O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação enquanto 
especialização do trabalho. Os assistentes sociais, por meio da prestação de 
serviços socioassistenciais, realizados nas instituições públicas e organizações 
privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às 
variadas expressões da questão social" (Iamamoto, 2007). A autora, em seus 
estudos sobre o tema, alerta os profissionais para os riscos da interpretação 
superficial da questão social, assim jugue os itens que se seguem. 
 1. reforço ao discurso de criminalização da questão social, base das práticas 
autoritárias e repressivas. 
Gabarito. Certo 
2. pulverização e fragmentação das inúmeras "questões sociais", atribuindo 
unilateralmente aos indivíduos e suas famílias a responsabilização pelas 
dificuldades vividas. 
 Gabarito. Certo 
3. constituição de discurso genérico, prisioneiro das análises estruturais, esvaziadas 
de suas particularidades históricas. 
 Gabarito. Certo 
4. autonomização das múltiplas expressões da questão social. 
Gabarito. Certo 
 
 
 
No que diz respeito a temática da exclusão social, Yazbek, privilegia a análise da 
pobreza e da exclusão social como algumas das resultantes da questão social que 
permeiam a vida das classes subalternas em nossa sociedade e com as quais os 
Maria Carmelita Yazbek 
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assistentes sociais se defrontam em sua prática profissional. A autora parte do 
debate acumulado no âmbito do Serviço Social que situa a questão social como 
elemento central na relação entre profissão e realidade ao colocá-la como 
referência para a ação profissional. Dessa maneira, inicia pontuando que pobreza, 
exclusão e subalternidade configuram-se como indicadores de uma forma de 
inserção na vida social, de uma condição de classe e de outras condições 
reiteradoras da desigualdade, expressando as relações vigentes na sociedade. 
Tome nota! 
A pobreza seria uma face do descarte de mão de obra barata, que 
faz parte da expansão capitalista. Assim, segundo a autora, as 
sequelas da “questão social” expressas na pobreza, na exclusão e na 
subalternidade de grande parte dos brasileiros tornam-se alvo de ações solidárias 
e de filantropia revisitada, fazendo parte deste quadro à crônica crise das políticas 
sociais, seu reordenamento e sua subordinação às políticas de estabilização da 
economia, com suas restrições aos gastos públicos e sua perspectiva privatizadora. 
Yazbek (2001) faz referência a Telles quando esta aponta que no momento atual, 
despolitiza-se o reconhecimento da questão brasileira como expressão de relações 
de classe e neste sentido, desqualifica-a como questão pública, questão política, 
questão nacional, numa sociedade privatizada que desloca a pobreza para o “lugar 
de não política, onde é franqueada como um dado a ser administrado teoricamente 
ou gerado pelas práticas de filantropia”. Yazbek finaliza assinalando que entende 
que a reprodução ampliada da questão social é reprodução das contradições 
sociais, que não há rupturas no cotidiano sem resistência, sem enfrentamentos e 
que se a intervenção profissional do assistente social circunscreve um terreno de 
disputa, é ai que está o desafio de sair da lentidão, de construir, reinventar 
mediações capazes de articular a vida social das classes subalternas com o mundo 
público dos direitos e cidadania. 
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(2013) - FCC - TRT - 5ª Região (BA): Analista Judiciário - Serviço Social. Para Maria 
Carmelita Yazbek (2012), a Questão Social pode ser compreendida como resultante 
da divisão da sociedade em classes e da disputa pela riqueza socialmente gerada, 
cuja apropriação é extremamente desigual no capitalismo. Supõe, desse modo, a 
consciência da desigualdade e a resistência à opressão por parte dos que vivem de 
seu trabalho. 
Gabarito. Certo 
(2012) – VUNESP - TJ-SP: Assistente Social. O fato de a presença dos pobres em 
nossa sociedade ser vista como natural e banal despolitiza o enfrentamento da 
questão e coloca os que vivem a experiência da pobreza num lugar social. Para 
Yazbek (2009), o uso da categoria “subalternidade” apresenta maior propriedade 
no sentido de apreender a situação de privação social, econômica, cultural e 
política, lugar social dos usuários dos serviços sociais. Nessa perspectiva, a 
subalternidade ganha dimensões mais amplas, não expressando apenas a 
exploração, mas também a dominação e a exclusão integrativa, que no mercado 
capitalista cria reservas de mão de obra e transforma o pauperismo em despesa 
extra da produção. 
Gabarito. Certo 
 
 
 
Em outra linha de pensamento em relação a questão social, Telles 
(1996) assinala que a questão social não se reduz ao reconhecimento 
da realidade bruta da pobreza e da miséria. A autora, citando os 
 Vera da Silva Telles 
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termos de Castel, aponta que a questão social é a aporia das sociedades que põe 
em foco a disjunção, sempre renovada, entre a lógica do mercado e a dinâmica 
societária, entre a exigência ética dos direitos e os imperativos da eficácia da 
economia, entre a ordem legal que promete igualdade e a realidade das 
desigualdades e exclusões tramada na dinâmica das relações de poder e 
dominação. 
A aporia nos tempos correntes diria respeito também à disjunção entre as 
esperanças de um mundo que valha a pena ser vivido, inscritas nas reivindicações 
por direitos e o bloqueio de perspectivas de futuro para maiorias atingidas por uma 
modernidade selvagem que desestrutura formas de vida e faz da vulnerabilidade e 
da precariedade formas de existência, que tendem a se cristalizar como único 
destino possível. Dessa maneira, para Telles, a questão social é o ângulo pelo qual 
as sociedades podem ser descritas, lidas, problematizadas em sua história, seus 
dilemas e suas perspectivas de futuro. 
Assim, para esta, discutir a questão social significaum modo de se problematizar 
alguns dos dilemas cruciais do cenário contemporâneo. Ela então ressalta que nos 
tempos atuais as conquistas sociais alcançadas estão sendo devastadas pela 
avalanche neoliberal no mundo inteiro, que a destituição dos direitos também 
significa a erosão das mediações políticas entre o mundo do trabalho e as esferas 
públicas e que estas, por isso mesmo, se descaracterizam como esferas de 
explicitação de conflitos e dissensos, de representação e de negociação sendo que 
é por via dessa destituição e dessa erosão dos direitos e das esferas de 
representação que se constrói esse consenso de que o mercado é o único e 
exclusivo princípio estruturador da sociedade e da política, que diante dos seus 
imperativos, nada há a fazer a não ser administrar tecnicamente suas exigências 
que a sociedade deve a ele se ajustar e que os indivíduos, agora desvencilhados das 
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proteções tutelares dos direitos, podem finalmente r suas energias e capacidades 
empreendedoras. 
 
 
 
Para Castel, a questão social pode ser caracterizada por uma inquietação quanto à 
capacidade de manter a coesão de uma sociedade. A ameaça de ruptura é 
apresentada por grupos cuja existência abala a coesão do conjunto. O autor expõe 
que a gênese desta questão foi suscitada por um lado, pelo distanciamento do 
crescimento econômico e o aumento da pobreza, e por outro, pela ordem jurídico-
política que reconhecia os direitos sociais dos cidadãos e uma ordem econômica 
que os negava. 
A grande diferença da questão social na fase do capitalismo industrial seria o 
surgimento de novos atores e conflitos. Com a crise da década de 1970 e o abalo 
da sociedade salarial, as principais manifestações dessa nova questão social, 
reflexo do desemprego em massa e da precarização do trabalho, é o 
reaparecimento de trabalhadores sem trabalho, os inúteis para o mundo ou 
supranumerários, pessoas que não tem lugar na sociedade porque não são 
integradas. Dessa forma, Castel conclui que a profunda metamorfose da questão 
social é que enquanto anteriormente a necessidade era saber como um ator social 
subordinado e dependente poderia tornar-se um sujeito social pleno, hoje a 
questão é amenizar a presença destas populações postas à margem, torná-las 
discretas a ponto de apagá-las. 
 
 
 
Robert Castel 
Pierre Rosanvallon 
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Rosavallon (1998) ressalta que as transformações contemporâneas decorrentes da 
crise da década de 1970, fez surgir uma nova questão social, visto que em suas 
análises dos sistemas seguradores, os benefícios do crescimento econômico e das 
conquistas das lutas sociais modificaram a vida dos trabalhadores e o Estado-
providência quase conseguiu vencer a antiga insegurança social e vencer o medo 
do futuro. Assim, aponta que o crescimento do desemprego e o aparecimento de 
novas formas de pobreza nos faz remeter a antigas formas de exploração e que o 
surgimento da uma nova questão social é traduzido pela inadaptação dos métodos 
antigos de gestão social. 
Desse modo, a nova questão social se coloca a partir de novos 
fenômenos de exclusão social decorrentes da crise da década de 1970, 
crise que segundo Rosavallon apresenta três dimensões: uma 
financeira, uma vez que os gastos são maiores que o ingresso de recursos; uma 
ideológica, devido à falta de eficácia do Estado empresário para enfrentar as 
questões sociais; e uma filosófica, pela desintegração dos princípios que 
organizam a solidariedade e a concepção tradicional de direitos sociais. Logo, as 
políticas sociais impõem considerar os indivíduos em sua singularidade, sendo a 
meta dar a cada um os meios para que modifique a sua vida e, para tanto, é 
necessário, nesses novos tempos, a proposição de uma nova cultura política 
 
 
 
Os assistentes sociais defrontam-se, cotidianamente, com as mais variadas 
expressões da questão social, como a violência, a pobreza, o desemprego, a falta 
de acesso à saúde, à educação, ao trabalho, à habitação, etc. Esses profissionais 
intervêm em situações em que os idosos sofrem a violação de direitos previstos 
constitucionalmente, as crianças e adolescentes estão envolvidos com o 
03. Questão Social e Serviço Social 
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narcotráfico, as mulheres são vítimas de violência, enfim, essas são algumas das 
expressões da questão social evidenciadas nos processos de trabalho, nos quais os 
assistentes sociais se inserem. 
 
A apreensão dessas situações como expressões do conflito entre capital e trabalho 
demarca a especificidade do Serviço Social no espaço sócio-ocupacional. Por isso, 
os profissionais de outras áreas que trabalham na instituição nem sempre possuem 
o mesmo entendimento acerca das demandas institucionais. Os assistentes sociais 
buscam o conhecimento de como os processos decorrentes da estrutura econômica 
da sociedade produzem a questão social e como se interpenetram e se manifestam, 
por exemplo, na vida dos idosos com direitos violados, dos adolescentes infratores, 
das mulheres vítimas de violência, e em outras situações limites que se apresentam 
aos assistentes sociais, bem como as manifestações dos sujeitos para enfrentá-las. 
 
Em 62 anos, 1937 a 1999, o Serviço Social realizou uma transformação no interior 
da profissão. Começou creditando aos homens a “culpa” pelas situações que 
vivenciavam, e acreditando que uma prática doutrinária, fundamentada nos 
princípios cristãos, era a chave para a “recuperação da sociedade”. Chega, em 
1999, assumindo uma postura marxiana, analisando que a forma de produção 
social é a causa prioritária das desigualdades – os homens, individualmente, não 
são desiguais, a forma de produção e apropriação do produto social é que produz 
as desigualdades, modo de produção este que deve ser reproduzido, para manter 
a dominação de classe. É um salto elogiável para uma profissão que começou 
querendo moldar os homens de acordo com os princípios cristãos de respeito à 
autoridade, e, hoje, tem, nos homens, a autoridade máxima a ser respeitada; uma 
profissão que tinha nos homens o objeto do seu trabalho, e, hoje, entende que os 
homens são sujeitos da história. 
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O objeto do Serviço Social, no Brasil, tem, historicamente, sido delimitado em 
virtude das conjunturas políticas e sócio-econômicas do país, sempre tendo-se 
em vista as perspectivas teóricas e ideológicas orientadoras da intervenção 
profissional. 
 
• Assim, é que, no início do Serviço Social no Brasil, 1937, o objeto definido era 
o homem, mas um homem específico: o homem morador de favelas, pobre, 
analfabeto, desempregado, etc. Enfim, entendia-se que esse homem era 
incapaz, por sua própria natureza, de “ascender” socialmente. Daí que o 
objeto do Serviço Social era este homem, tendo por objetivo moldá-lo, 
integrá-lo, aos valores, morale costumes defendidos pela filosofia 
neotomista. 
 
• Posteriormente, o Serviço Social ultrapassa a idéia do homem como objeto 
profissional. Passa-se à compreensão de que a situação deste homem – 
analfabeto, pobre, desempregado, etc. – é fruto, não só de uma 
incapacidade individual mas, também, de um conjunto de situações que 
merecem a intervenção profissional. O objeto do Serviço Social se coloca, 
então, como a situação social problema: 
 
• “... o Serviço Social atua na base das inter-relações do binômio indivíduo-
sociedade. [...] Como prática institucionalizada, o Serviço Social se 
caracteriza pela atuação junto a indivíduos com desajustamentos familiares 
e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes decorrem de estruturas sociais 
inadequadas” (Documento de Araxá, 1965, p.11). 
 
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• Na década de 70, com a mobilização popular contra a ditadura militar, o 
Serviço Social revê seu objeto, e o define como a transformação social. 
Apesar do objeto equivocado, afinal a transformação social não se constitui 
em tarefa de nenhum profissional – é uma função de partidos políticos; o 
que este objeto, efetivamente, representou foi a busca, pelas assistentes 
sociais, de um vínculo orgânico com as classes subalternizadas e exploradas 
pelo capital. E é esta postura política que tem marcado os debates do Serviço 
Social até os dias atuais. Teoricamente, o Serviço Social passa a orientar-se 
pela análise marxiana da sociedade burguesa, mas abandonou a 
transformação social como objeto profissional e, no âmbito da 
ABESS/CEDEPSS **, o objeto passou a ser definido como a questão social, ou 
as expressões da questão social: 
“O assistente social convive cotidianamente com as mais amplas expressões da 
questão social, matéria prima de seu trabalho. Confronta-se com as manifestações 
mais dramáticas dos processos da questão social no nível dos indivíduos sociais, 
seja em sua vida individual ou coletiva” (ABESS/CEDEPSS, 1996, p. 154-5). 
 
Já se sabe que, em resposta às lutas operárias contra o desemprego e a exploração 
social (acentuadas pelo capitalismo monopolista), a classe dominante criou 
mecanismos de controle social; dentre outras estratégias, buscou se utilizar do 
Serviço Social para este fim. Donde a necessidade de a profissão reafirmar, cada 
vez mais, seu projeto ético-político afinado com a garantia de direitos universais, 
com base na proteção social da população vulnerabilizada. 
Tome nota! 
Na sociedade monopolista “[...] se gestam as condições histórico-
sociais para que, na divisão social (e técnica) do trabalho, 
constitua-se um espaço em que se possam mover práticas 
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profissionais como as do assistente social” (NETTO, 2005, p. 73).7 Conclui o autor, 
reafirmando que, “[...] enquanto profissão, o Serviço Social é indissociável da 
ordem monopólica – ela cria e funda a profissionalidade do Serviço Social” 
(NETTO, 2005, p. 74). 
 
No que se refere à questão social, Marilda Villela Iamamoto (2007, p. 156) tece 
algumas considerações. A questão social “[...] condensa o conjunto das 
desigualdades e lutas sociais, produzidas e reproduzidas no movimento 
contraditório das relações sociais [...]”. Como diz Netto, “nas palavras de um 
profissional do Serviço Social”: [...] 
 
A questão social não é senão as expressões do processo de formação e 
desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da 
sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e 
do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o 
proletariado e a burguesia [...]. (Iamamoto, in: Iamamoto e Carvalho, 1983:77 apud 
NETTO, 2006, p. 17, nota de rodapé no 1). 
A questão social que Iamamoto (2006, p. 62) 
define como “a matéria-prima ou o objeto do 
trabalho” manifesta-se no conflito entre capital e 
trabalho. Para a autora, a questão social “[...] 
provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente, ao 
idoso, a situações de violência contra a mulher, a luta pela terra etc.” Assim, 
Iamamoto situa o trabalho do assistente social nas “múltiplas expressões” da 
questão social. 
 
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Pelos motivos apontados, não dá para discutir a questão social e o Serviço Social 
fora do capitalismo monopolista, visto que ela é fruto da relação entre o capital e 
o trabalho. “Portanto, a questão social é uma categoria que expressa a 
contradição fundamental do modo capitalista de produção” (MACHADO). 
 
IAMAMOTO, (1997, p. 14), define o objeto do Serviço Social nos seguintes termos: 
“Os assistentes sociais trabalham com a questão social nas suas mais variadas 
expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na 
família, na área habitacional, na saúde, na assistência social pública, etc. Questão 
social que sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que 
vivenciam as desigualdades e a ela resistem, se opõem. É nesta tensão entre 
produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, que trabalham 
os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais 
distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir porque tecem a vida em 
sociedade. [...] ... a questão social, cujas múltiplas expressões são o objeto do 
trabalho cotidiano do assistente social”. 
 
Segundo FALEIROS, (1997, P. 37): 
“... a expressão questão social é tomada de forma muito genérica, embora seja 
usada para definir uma particularidade profissional. Se for entendida como sendo 
as contradições do processo de acumulação capitalista, seria, por sua vez, 
contraditório colocá-la como objeto particular de uma profissão determinada, já 
que se refere a relações impossíveis de serem tratadas profissionalmente, através 
de estratégias institucionais/relacionais próprias do próprio desenvolvimento das 
práticas do Serviço Social. Se forem as manifestações dessas contradições o objeto 
profissional, é preciso também qualificá-las para não colocar em pauta toda a 
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heterogeneidade de situações que, segundo Netto, caracteriza, justamente, o 
Serviço Social”. 
 
Portanto, definir como objeto profissional a questão social, não estabelece a 
especificidade profissional. Podemos entender, na sugestão de FALEIROS, que 
qualificar a questão social significa apreender o que compete ao Serviço Social no 
âmbito da questão social. Se falarmos, por exemplo, nas expressões sociais da 
questão social, estaremos, minimamente, definindo um espaço de atuação 
profissional. 
Tome nota! 
Há que se ressaltar que, para FALEIROS, entretanto, o objeto do 
Serviço Social se define pelo empowerment. 
A questão do objeto profissional deve ser inserida num quadro 
teórico-prático, não pode ser entendida de forma isolada. Penso que no contextodo paradigma da correlação de forças o objeto profissional do serviço social se 
define como empoderamento, fortalecimento, empowerment do sujeito , 
individual ou coletivo, na sua relação de cidadania (civil, política, social ,incluindo 
políticas sociais), de identificação ( contra as opressões e discriminações), e de 
autonomia ( sobrevivência, vida social, condições de trabalho e vida. 
 
É possível concluir que a questão social não pode ser vista em si mesma e, muito 
menos, como uma exclusividade do Serviço Social. Mesmo sendo o objeto do 
Serviço Social, o fato de ter surgido da relação capital e trabalho, a questão social 
abriu um campo de trabalho para outros profissionais. 
Nesse sentido, Machado (2007) chama a atenção para os diferentes profissionais 
que incorporaram a questão social ao seu campo de trabalho: [...] o médico que 
atende problemas de saúde causados por fome, insegurança, acidentes de trabalho 
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etc.; o engenheiro que projeta habitações a baixo custo; o advogado que atende as 
pessoas sem recursos para defender seus direitos, enfim os mais diferentes 
profissionais que, também, atuam nas expressões da questão social. (MACHADO, 
www.ssrevista.uel, acessado em 21 de junho, 2015). 
 
 
 
 
O monopolismo, segundo Alves (2001, p. 189), teve início quando as grandes 
empresas começaram a abarcar as pequenas e as médias no último terço do século 
XIX. “Tornando-se cada vez mais gigantescas, aquelas, que se sustentaram no 
mercado, deram margem à formação de empresas monopolistas”. 
Na organização monopolista, em vez de trabalho, o monopólio faz aumentar a taxa 
de afluência de trabalhadores ao exército industrial de reserva. Nessas condições, 
Alves (2001, p. 190) afirma que o capitalismo deixou de reproduzir somente a 
riqueza social, reproduzindo o parasitismo. O Estado, então, ficou com o controle 
do parasitismo. 
Segundo Netto (2006, p. 25), o Estado assumiu várias funções no monopolismo. 
Pois o “[...] eixo da intervenção estatal na idade do monopólio é direcionado para 
garantir os superlucros dos monopólios [...]” (NETTO, 2007, p. 25). 
 
Segundo, Bandeira (1975, pp. 9–10), na década de 1950 havia “alta concentração 
monopolística” na economia brasileira. O governo de Juscelino Kubitschek de 
Oliveira faz concessões ao capital internacional; por exemplo, ao aprimorar a 
Instrução da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), mecanismo que 
privilegia o capital norte americano. 
 
04. O processo de monopolização do capital no Brasil 
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As indústrias brasileiras perdem espaço de tal maneira que os investimentos das 
grandes empresas monopolistas “[...] absorvem posições de liderança antes 
ocupadas por indústrias e empresários nativos” (IAMAMOTO, 2004, p. 77, nota de 
rodapé no 3). O empresariado nacional, que atuava de forma competitiva, teve que 
ceder ao capital internacional. 
 
Nesse contexto, uma parte da burguesia, aliada aos Estados Unidos, era a favor do 
capital internacional e a outra, defendia o nacionalismo, provocando uma crise5 na 
burguesia, na passagem da concorrência para o monopólio. Conforme Iamamoto 
(2004, pp. 77–78), a crise se deu por pressões de ordem externa e interna. 
Uma delas foi exercida pelas empresas de capital monopolista mundial com 
interesse no Brasil. 
 
A outra pressão foi feita pela burguesia local (que resistia a mudanças) e pelos 
trabalhadores. Se a pressão interna não chegou a representar uma ameaça à 
burguesia, no mínimo causava um desgaste à sua imagem. 
 
Ao final, a parte da burguesia nacional que era atrelada aos norte-americanos 
resolveu a crise com o golpe de 1o de abril de 1964. Para Bandeira (1975, pp. 16–
17), em apoio à concentração do capital, o regime militar proibiu o sindicalismo, 
“suprimiu os focos de resistência” e agravou a exploração do trabalhador. 
 
Como bem diz Iamamoto (2004, p. 77), os governos militares deram amplo apoio 
às empresas internacionais. O capital monopolista contou com “[...] o respaldo de 
uma política econômica capaz de articular a ação governamental com os interesses 
dos grandes empresários”. 
 
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O Estado foi “[...] posto a serviço da iniciativa privada, favorecendo a adequação do 
espaço econômico e político aos requisitos do capitalismo monopolista” 
(IAMAMOTO, 2004, p. 79). 
 
Os programas assistenciais foram intensificados. Eles “[...] são mobilizados pelo 
Estado como contraponto ao peso político do proletariado e dos demais 
trabalhadores e à sua capacidade de pressão [...]” (IAMAMOTO, 2004, p. 83). 
 
Era necessário “[...] neutralizar manifestações de oposição, recrutar um apoio pelo 
menos passivo ao regime, despolitizar organizações trabalhistas, na tentativa de 
privilegiar o trabalho assistencial em lugar da luta político-reivindicatória” 
(IAMAMOTO, 2004, p. 83). 
Para isso, eram “[...] centralizados e regulados pelo Estado e subordinados às 
diretrizes políticas de garantia da estabilidade social e de reforço à expansão 
monopolista” (IAMAMOTO, 2004, p. 83). Na ditadura, então, a assistência social foi 
especialmente utilizada “[...] como meio de regular o conflito social em nome da 
ordem pública e da segurança nacional” (IAMAMOTO, 2004, p. 83). Os autores 
mostram que o Estado brasileiro se ajustou aos interesses do capital internacional, 
garantindo a estabilidade social e a expansão do capital financeiro. Proibiram-se as 
lutas políticas e reivindicatórias, fazendo calar a voz daqueles que estavam no 
exercício da luta política. 
 
(2015) - FGV: DPE-MT: Assistente Social 
Uma das estratégias do Estado burguês para o enfrentamento da “questão social” 
reside na implantação das políticas sociais. 
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No Brasil, esta estratégia começa a ser efetivada com a emergência do capitalismo 
monopolista. 
Gabarito. Certo 
(2012) – FCC - TRF - 2ª REGIÃO: Analista Judiciário - Serviço Social 
A questão social foi posta como alvo da intervenção do Estado e das políticas sociais 
de forma sistemática e contínua no capitalismo monopolista, para preservação e 
controle da força de trabalho. 
Gabarito. Certo 
 
 
 
 
 
Marilda Villela Iamamoto (2007, p. 114) discute a fragmentação da questão social. 
Nas suas palavras, as “múltiplas expressões” da questão social “[...] aparecem sob 
a forma de ‘fragmentos’ e ‘diferenciações’ independentes entre si, traduzidas em 
autônomas ‘questões sociais’”. 
 
Se a questão social é percebida como “questões sociais”, ela deixa de ser 
compreendida como fruto do conflito capital e trabalho. Nessa interpretação, a 
questão social, “[...] se esconde por detrás de suas múltiplas expressões específicas 
[...]” (IAMAMOTO, 2007, p. 114). 
 
A questão social que emergiu lá no final do século XIX vem acompanhando as 
mudanças sociais, dentreelas, serão destacadas duas. 
 
05. A questão social nas mudanças ocorridas a partir do final do 
século XX 
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A primeira é a “mundialização da economia” que ocorre num contexto de 
globalização.10 Para a autora, a mundialização “[...] da ‘sociedade global’ é 
acionada pelos grandes grupos industriais transnacionais articulados ao mundo das 
finanças” (IAMAMOTO, 2007, pp. 106–107). A outra mudança é o tratamento 
unificado dado aos processos sociais. Nesse caso, a mundialização financeira “[...] 
unifica, dentro de um mesmo movimento, processos que vêm sendo tratados pelos 
intelectuais como se fossem isolados ou autônomos [...]” (IAMAMOTO, 2007, p. 
114). 
 
A questão social se reduz “[...] aos chamados processos de exclusão e integração 
social, geralmente circunscritos a dilemas da eficácia da gestão social, à ideologia 
neoliberal e às concepções pós-modernas atinentes à esfera da cultura” 
(IAMAMOTO, 2007, p. 114). De fato, a questão social tratada na perspectiva da 
exclusão e da inclusão camufla os conflitos sociais; o mesmo ocorre com a sua 
fragmentação. Por outro lado, o mercado financeiro, segundo afirma Iamamoto, 
instituiu mecanismos que acentuam a taxa de exploração, o “enxugamento da mão 
de obra”, a “ampliação das relações de trabalho não formalizadas ou clandestinas”, 
dentre outras. 
 
 
Quadro Sinóptico 
Yazbek 
Q
u
e
st
ão
 s
o
ci
al
 
Resultante da divisão da sociedade em classes e da disputa 
pela riqueza socialmente gerada, cuja apropriação é 
extremamente desigual no capitalismo. Supõe, desse modo, 
a consciência da desigualdade e a resistência à opressão por 
parte dos que vivem de seu trabalho. 
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O
ri
ge
m
 
A expressão “questão social” surge, na Europa Ocidental na 
terceira década do século XIX (1830) para dar conta do 
fenômeno do pauperismo que caracteriza a emergente 
classe trabalhadora. Robert Castel (2000) assinala alguns 
autores como E. Burete e A.Villeneuve-Bargemont que a 
utilizam. Do ponto de vista histórico a questão social vincula-
se estreitamente à exploração do trabalho. Sua gênese pode 
ser situada na segunda metade do século XIX quando os 
trabalhadores reagem à essa exploração. 
Iamamoto 
Q
u
e
st
ão
 s
o
ci
al
 
O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade 
capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção 
social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos 
se mantém privada, monopolizada por uma parte da 
sociedade. 
É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição 
entre o proletariado e a burguesia 
O
ri
ge
m
 
 Sua gênese é condicionada à contradição inerente a 
produção do capital, onde a produção é coletiva em 
contraposição a apropriação privada da riqueza por ela 
produzida. 
Ivone 
Maria 
Ferreira da 
Silva Q
u
e
st
ão
 s
o
ci
al
 
Circunscreve-se num campo de disputas, pois diz respeito à 
desigualdade econômica, política e social entre as classes 
sociais na sociedade capitalista, envolvendo a luta pelo 
usufruto de bens e serviços socialmente construídos como 
direitos, no âmbito da cidadania. 
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O
ri
ge
m
 
 A questão social não surge do nada, não é a-histórica, surge 
da naturalidade política e econômica em fazer riqueza 
explorando a pobreza na modernidade capitalista 
 
Cerqueira 
Filho Q
u
e
st
ão
 s
o
ci
al
 
Conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o 
surgimento da classe operária impôs ao mundo no curso da 
constituição da sociedade capitalista. Assim, a “questão 
social” está fundamentalmente vinculada ao conflito entre o 
capital e o trabalho 
 
O
ri
ge
m
 Tem sua origem no curso da constituição e desenvolvimento 
da sociedade capitalista 
Netto 
Q
u
e
st
ão
 s
o
ci
al
 
A questão social está diretamente ligada aos 
desdobramentos sociopolíticos, entretanto na metade do 
século XIX, com manifestos contra a ordem burguesa, o 
pauperismo foi nomeado como questão social. Portanto, a 
questão social está vinculada ao conflito entre o capital e 
trabalho. 
 
O
ri
ge
m
 
A expressão da questão social começou a ser utilizada na 
terceira década do século XIX e foi divulgado até a metade 
deste século, por críticos da sociedade e filantropos que 
faziam parte do espaço político. 
A expressão surge para dar conta do fenômeno que a Europa 
Ocidental experimentava, com a industrialização, iniciada na 
Inglaterra, nas últimas quatro partes do século XVIII. 
 
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01. (2013) – FCC - TRT - 5ª Região (BA): Analista Judiciário - Serviço Social 
Para Maria Carmelita Yazbek (2012), a Questão Social pode ser compreendida 
como 
 a) resultante da divisão da sociedade em classes e da disputa pela riqueza 
socialmente gerada, cuja apropriação é extremamente desigual no capitalismo. 
Supõe, desse modo, a consciência da desigualdade e a resistência à opressão por 
parte dos que vivem de seu trabalho. 
 b) consequência do modelo de proteção social e do modo como a sociedade, 
especialmente as classes populares, se relacionam com as oportunidades que o 
atual sistema capitalista lhes oferece. 
 c) decorrente da burocracia do Estado centralizador, próprio dos modelos 
econômicos de inspiração socialista. 
 d) resultante do escravismo que antecede a sociedade de classes capitalista e que 
gerou um pauperismo sem proteção social do Estado, portanto, não tem relação 
imediata com o modo capitalista de produção e tão pouco com a sociedade de 
classe. 
 e) um fenômeno coletivo e plural que advém da lógica mercantilista de instalação 
das economias na Europa central instaurada a partir do século XV, do que decorreu 
a dependência econômica dos países colonizados. 
 Comentários. Maria Carmelita Yazbek, nos diz que a questão social resulta da 
divisão da sociedade em classes e da disputa pela riqueza socialmente gerada, cuja 
apropriação é extremamente desigual no capitalismo. Supõe, desse modo, a 
consciência da desigualdade e a resistência à opressão por parte dos que vivem de 
seu trabalho. Nos anos recentes, a questão social assume novas configurações e 
expressões, e “as necessidades sociais das maiorias, as lutas dos trabalhadores 
Questões comentadas da banca CESPE 
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organizados pelo reconhecimento de seus direitos e suas refrações nas políticas 
públicas, arenas privilegiadas do exercício da profissão” sofrem a influência do 
neoliberalismo,em favor da economia política do capital .” (Iamamoto, 2008, 
p.107). 
Gabarito. Alternativa A 
 
02. (2012) – FCC - TJ-RJ: Analista Judiciário - Assistência Social 
Uma estrutura social de extrema desigualdade e injustiça, nos países latino-
americanos, resultam dos modos de produção e reprodução social por meio de 
relações sociais assimétricas e concentração de poder e riqueza. 
Este conceito pode ser entendido como 
 a) exclusão social 
 b) pobreza. 
 c) política social. 
 d) questão social. 
 e) desagregação social. 
 Comentários. Segundo Iamamoto (1999, p. 27), a Questão Social pode ser 
definida como: O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade 
capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais 
coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos 
seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade. 
Gabarito. Letra D 
 
03. (2010) – FCC - TJ-PI: Analista Judiciário - Assistência Social 
A questão social é entendida como 
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 a) a expressão das relações sociais e circunscreve-se no campo das disputas, pois 
diz respeito à desigualdade econômica, política e social entre as classes sociais na 
sociedade capitalista. 
 b) a situação de pobreza dos cidadãos, cuja renda per capita está abaixo de meio 
salário mínimo. 
 c) a expressão de um processo histórico, mas não está inscrita necessariamente 
dentro do contexto capitalista. 
 d) o conjunto de condicionantes da pobreza que estabelece relação com o modo 
como os cidadãos individualmente aproveitam as oportunidades para o 
desenvolvimento social. 
 e) o modo de inserção dos sujeitos no mundo do trabalho, desde as sociedades 
feudais e também pela proteção advinda do Estado. 
 Comentários. Silva (2004) refere-se à questão social como um produto de luta 
política, entendendo-a como expressão das relações sociais (capital e trabalho). 
Nesse sentido, a autora considera que a questão social: circunscreve-se num 
campo de disputas, pois diz respeito à desigualdade econômica, política e social 
entre as classes sociais na sociedade capitalista, envolvendo a luta pelo usufruto de 
bens e serviços socialmente construídos como direitos, no âmbito da cidadania. 
Gabarito. Alternativa A. 
 
04- IBFC: SEPLAG-MG: Serviço Social 
Segundo lamamato, 2010, na atual conjuntura de precarização e subalternização 
do trabalho à ordem do mercado e de mudanças nas bases da ação social do 
Estado, a questão social, matéria prima da intervenção profissional do assistente 
social, assumem nova configurações e expressões entre as quais destaca as 
situações de: 
I. insegurança e vulnerabilidade do capitalismo; 
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II. desregulamentação do mercado de trabalho; 
III. desqualificação e exclusão social de segmentos populacional; 
IV. precarização das condições de vida: saúde, trabalho, infância e moradia; 
Estão corretos os itens. 
 a) Os itens I e II, apenas 
 b) Os itens II e III, apenas. 
 c) Os itens III e IV, apenas. 
 d) Nenhum item está correto 
 Comentários. Segundo, Maria Carmelita Yazbek, na atual conjuntura de 
precarização e subalternização do trabalho à ordem do mercado e de mudanças 
nas bases da ação social do Estado, as manifestações "questão social", matéria-
prima da intervenção profissional dos assistentes sociais, assumem novas 
configurações e expressões, entre as quais destacamos a insegurança e 
vulnerabilidade do trabalho e a penalização dos trabalhadores, o desemprego, o 
achatamento salarial, o aumento da exploração do trabalho feminino, a 
desregulamentação geral dos mercados e outras tantas questões com as quais os 
assistentes sociais convivem cotidianamente: são questões de saúde pública, de 
violência, da droga, do trabalho da criança e do adolescente, da moradia na rua ou 
da casa precária e insalubre, da alimentação insuficiente, da ignorância, da fadiga, 
do envelhecimento sem recursos, etc. Situações que representam para as pessoas 
que as vivem, experiências de desqualificação e de exclusão social, e que 
expressam também o quanto a sociedade pode "tolerar" e banalizar a pobreza sem 
fazer nada para minimizá-la ou erradicá-la. 
Gabarito: C 
 
05. (2013) - CESPE: DEPEN: Serviço Social 
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No que se refere às expressões da questão social na atualidade, seu enfrentamento 
e a intervenção crítica do serviço social, julgue os itens que se seguem. 
Com a acentuada expressão da questão social, dada a submissão das dimensões da 
vida social ao valor de troca, há o fortalecimento do discurso em torno da defesa 
dos direitos, pois quanto mais se destroem as condições de vida, maior é o apelo à 
valorização dos direitos. 
 Comentários. As lutas da classe proletária foi o que introduziu o tema "questão 
social" no contexto de intervenção da agenda pública, bem como ela é expressão 
intrínseca do modo de produção capitalista e das contradições a ela inerentes. Se 
observamos as políticas sociais são frutos da luta da classe trabalhadora diante da 
sua realidade de desigualdade e precarização. 
Gabarito. Certo 
 
06. (2012) - CESPE: TJ-AL: Analista Judiciário - Serviço Social 
Com relação à questão social, assinale a opção correta. 
a) A lógica financeira do regime de acumulação, a qual tende a provocar crises e, 
consequentemente, recessão, consiste em uma das mediações históricas à 
produção da questão social na cena contemporânea. 
 b) De acordo com a perspectiva sociológica crítica, a questão social consiste em 
uma ameaça à ordem e à coesão, caracterizando-se como uma nova questão social. 
 c) A questão social é um fenômeno recente, típico do esgotamento dos 
denominados trinta anos gloriosos da expansão capitalista. 
 d) A garantia dos direitos sociais à população pauperizada brasileira é assegurada 
pelas constantes mudanças nas relações entre Estado e sociedade civil, traduzidas 
na ampliação dos programas sociais em face da questão social. 
 e) Os conceitos de questão social e exclusão social são sinônimos, atribuindo, 
ambos, uma característica negativa — a falta de — ao termo social. 
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 Comentários. Como mediações históricas à produção da questão social na cena 
contemporânea, podemos citar: 
1. A lógica financeira do regime de acumulação tende a provocar crises que se 
projetam no mundo, gerando recessão. É resultante dessa lógica a volatividade 
do crescimento que redunda em maior concentração de renda, da propriedade e 
aumento da pobreza, "não apenas nas periferias dos centros mundiais, mas 
atingindo os recônditos mais sagrados do capitalismo mundial, expressando um 
"apartheid social" 
2. Na esfera da produção, o padrão fordista-taylorista tende a ceder a liderança à 
"especialização flexível" ou "acumulação flexível" (Harvey, 1993). A "flexibilidade"sintetiza a orientação desse momento econômico, afetando os processos de 
trabalho, as formas de gestão da força de trabalho, o mercado e os direitos 
trabalhistas, as lutas sociais e sindicais, os padrões de consumo, etc. 
3. Complementam esse quadro, radicais mudanças nas relações Estado/sociedade 
civil, orientadas pela terapêutica neoliberal, traduzidas nas políticas de ajuste 
recomendadas pelos organismos internacionais. Por meio de vigorosa intervenção 
estatal a serviço dos interesses privados articulados no bloco do poder, 
contraditoriamente, conclama-se, sob inspiração liberal, a necessidade de reduzir 
a ação do Estado ante a questão social mediante a restrição de gastos sociais, em 
decorrência da crise fiscal do Estado. 
4. Tais processos atingem não só a economia e a política, mas afetam as formas de 
sociabilidade. Vive-se a "sociedade de mercado" (Lechner, 1999) e os critérios de 
racionalidade do mercado - este tido como o eixo regulador da vida social -, 
invadem diferentes esferas da vida social. Uma lógica pragmática e produtivista 
erige a competitividade, a rentabilidade, a eficácia e eficiência em critérios para 
referenciar as análises sobre a vida em sociedade. Forja-se assim uma mentalidade 
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utilitária que reforça o individualismo, segundo a qual cada um é chamado a "se 
virar" no mercado 
Gabarito. Alternativa a 
 
07. (2012) - CESPE: MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social 
A relação entre questão social e direitos exige o reconhecimento do indivíduo 
social, com sua capacidade de resistência e conformismo frente às situações de 
opressão e de exploração vivenciadas. 
 Comentários. Estabelecer as relações entre questão social e direitos implica no 
reconhecimento do indivíduo social com sua capacidade de resistência e 
conformismo frente às situações de opressão e de exploração vivenciadas; com 
suas buscas e iniciativas (individuais e/ou coletivas) para enfrentar adversidades; 
com seus sonhos e frustrações diante das expectativas de empreender dias 
melhores. 
Fonte: 
http://ucbweb2.castelobranco.br/webcaf/arquivos/12894/11251/3.4_Questao_s
ocial_e_direitos.pdf 
Gabarito. Certo 
 
08. (2012) – CESPE - MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social 
Os direitos com os quais as políticas públicas se identificam são os individuais, que 
se guiam pelo princípio da liberdade. 
 Comentários. Os direitos com os quais as políticas públicas se identificam e 
visam concretizá-los são os direitos sociais, que são mais comprometidos com o 
princípio da igualdade. 
Gabarito. Errado 
 
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09. (2012) - CESPE: MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social 
No marco da teoria social crítica, a questão social é considerada um fenômeno 
recente, típico do trânsito do padrão de acumulação no esgotamento dos trinta 
anos gloriosos da expansão capitalista. 
 Comentários. A tese a ser desenvolvida considera ser questão social 
indissociável do processo de acumulação e dos efeitos que produz sobre o conjunto 
das classes trabalhadoras, o que se encontra na base da exigência de políticas 
sociais públicas. Ela é tributária das formas assumidas pelo trabalho e pelo estado 
na sociedade burguesa e não um fenômeno recente, típico do trânsito do padrão 
de acumulação no esgotamento dos 30 anos gloriosos da expansão capitalista. 
Gabarito. Errado 
 
10. (2010) - CESPE: INCA: Tecnologista Júnior - Assistência Social - Serviço Social 
Quanto ao debate sobre o serviço social e a questão social, julgue os itens a seguir. 
A emergência de discussões teoricamente fundadas data da década de 70 do século 
passado, sob a forma da denominada intenção de superação. 
 Comentários. A banca trocou “intenção de ruptura” por “intenção de superação 
Gabarito. Errado 
 
11. (2010) - CESPE: INCA: Tecnologista Júnior - Assistência Social - Serviço Social 
O agravamento da questão social, em face das particularidades do processo de 
reestruturação produtiva no Brasil determina uma inflexão no campo profissional 
provocada por novas demandas impostas pelo reordenamento do capital e do 
trabalho. 
 Comentários: O agravamento da questão social em face das particularidades 
do processo de reestruturação produtiva no Brasil, nos marcos da ideologia 
neoliberal, determina uma inflexão no campo profissional do Serviço Social. 
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Esta inflexão é resultante de novas requisições postas pelo reordenamento do 
capital e do trabalho, pela reforma do Estado e pelo movimento de 
organização das classes trabalhadoras, com amplas repercussões no mercado 
profissional de trabalho" (ABESS, 1997, p. 60-61). 
Gabarito. Certo 
 
12. (2010) - CESPE: MS: Assistente Social 
A pulverização da questão social resulta na atomização de suas múltiplas 
expressões, as várias questões sociais, em detrimento da perspectiva de unidade. 
 Comentários. Segundo Iamamoto (2001), a pulverização da questão social, típica 
da ótica liberal, resulta numa autonomização e suas múltiplas expressões – as 
várias “questões sociais” – em detrimento da perspectiva de unidade. Impede 
assim de resgatar a origem da questão social imanente à organização social 
capitalista, o que não elide a necessidade de apreender as múltiplas expressões e 
formas concretas que assume (p.18). 
Iamamoto, M. (2001) A questão social no Capitalismo. In: Revista Temporalis n° 03. 
Brasília: ABEPSS, 2001. 
Gabarito. Certo. 
 
13. (2008) - CESPE: TJ-DF: Analista Judiciário - Serviço Social 
De forma a dar respostas às demandas da questão social brasileira, a Constituição 
Federal vigente amplia e conquista novos direitos sociais, diferentemente das 
Constituições anteriores, em que estes eram instituídos apenas como aspecto 
derivado e secundário do regime econômico. 
 Comentários. Nas CF anteriores a de 1888, a saúde e previdência social só eram 
garantidas aos trabalhadores que contribuíam para o INPS e INAMPS e assistência 
social era principalmente ofertada aos pobres sob responsabilidade da igreja. Após 
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a CF de 1988 foi que a Saúde, Previdência e assistência social foram integradas no 
âmbito da seguridade social, sendo a saúde universal, a previdência de caráter 
contributivo e a assistência sem contribuição ofertada a quem dela necessitar. 
Gabarito. Certo. 
 
14 . (2009) - CESPE - Ministério da Saúde: Assistente Social 
Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
Um dos equívocos que pode haver na análise das questões sociais é a perda da 
dimensão coletiva da questão social, atribuindo unilateralmente a 
responsabilidade aos indivíduos e(ou) às suas famílias pelas dificuldades 
vivenciadas.Comentários. Segundo Iamamoto, a questão social é indissociável da sociedade 
capitalista e, particularmente, das configurações assumidas pelo trabalho e pelo 
Estado na expansão monopolista. A gênese da questão social na sociedade 
burguesa deriva do caráter coletivo da produção contraposto à apropriação 
privada da própria atividade humana, o trabalho, das condições necessárias à sua 
realização, assim com a de seus derivados. 
A questão social une o conjunto das desigualdades e lutas sociais, produzidas e 
reproduzidas no movimento contraditório das relações sociais, alcançando 
plenitude de suas expressões e matrizes em tempo de fetiche do capital. Então, o 
processo de acumulação produz uma população relativamente supérflua e 
subsidiária às necessidades médias de seu aproveitamento pelo capital. Sendo esta 
que é específica da ordem burguesa e das relações sociais que a sustentam, é 
compreendida como expressão ampliada da exploração do trabalho e das 
desigualdades oriunda do modo de produção capitalista. 
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Ao ponto que o Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação 
enquanto especialização do trabalho. Os assistentes sociais, por meio da prestação 
de serviços sócio-assistenciais realizados nas instituições públicas e organizações 
privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às variadas 
expressões da questão social, tais como experimentadas pelos indivíduos sociais 
no trabalho, na família, na luta pela moradia e pela terra, na saúde, na assistência 
social pública, entre outras dimensões. 
Atualmente, a questão social passa a ser objeto de um violento “processo de 
descriminalização”, influenciado pela tendência de naturalização da questão social, 
sendo ela objeto de programas assistenciais focalizados de “combate à pobreza” 
ou em expressões da violência dos pobres, cuja a resposta é a segurança e a 
repressão oficiais; demonstrando a ineficiência do Estado, esse mesmo que 
apresenta propostas “imediatas” para enfrentar a questão-social, com a 
articulação de uma assistência focalizada/repressão, com o reforço do braço 
coercitivo do Estado, em detrimento da construção do consenso necessário ao 
regime democrático, que é motivo de inquietação. 
Observando essa tendência que caminha a fragmentação das inúmeras “faces da 
questão social”, atribuindo unilateralmente aos indivíduos e seus familiares a 
responsabilidade pelas dificuldades vividas. Acarretando a perda da dimensão 
coletiva e o recorte da classe da questão social, isentando a sociedade de classes 
da responsabilidade na produção das desigualdades sociais, armadilha ideológica, 
eliminando o nível da análise, da dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a 
uma dificuldade, apenas, do indivíduo. 
Gabarito. Certo 
 
15 - 2009 - CESPE - Ministério da Saúde – Assistente Social 
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Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
A pulverização da questão social resulta na atomização de suas múltiplas 
expressões, as várias questões sociais, em detrimento da perspectiva de unidade. 
 Comentários. A questão social vem sendo enfrentada de forma paliativa, 
fragmentada e descontínua por algumas tendência 
conservadora/neoconservadora/eclética . Cabe aqui a explicação dada por 
Iamamoto, que já havia alertado sobre o equívoco teórico que é utilizar a expressão 
"questões sociais": 
Por uma artimanha ideológica, elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva 
da questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo. A pulverização da 
questão social, típica da ótica liberal, resulta na autonomização de suas múltiplas 
expressões — as várias "questões sociais" —, em detrimento da perspectiva de 
unidade. Impede assim de resgatar a origem da questão social imanente à 
organização social capitalista, o que não elide a necessidade de apreender as 
múltiplas expressões e formas concretas que assume (2001, p. 18). 
Assim, não causa tanto espanto que a tendência 
conservadora/neoconservadora/eclética utilize a expressão "questões sociais", 
uma vez que ela remete a uma individualização e a uma pulverização no 
enfrentamento da "questão social", numa atitude de tentar esconder as 
contradições estruturais presentes e causadas pela sociedade capitalista. 
Gabarito. Certo 
 
 
15. (2013) – FCC - TRT - 5ª Região (BA): Analista Judiciário - Serviço Social 
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Segundo Laura Soares (2003), as políticas sociais nos marcos do neoliberalismo 
fazem parte de um movimento mais amplo de ajuste global, num contexto de 
globalização financeira e produtiva. Pode-se afirmar que faz parte desse ajuste, na 
política social brasileira na década de 1990 e no início dos anos 2000, 
 a) a adoção de mecanismos para o reforço da estabilidade no trabalho com 
intervenção do Estado nas questões relativas ao contrato de trabalho. 
 b) a questão social que passa a ser objeto de ações filantrópicas e de 
benemerência, deixando de ser responsabilidade do Estado. 
 c) a centralização e a estatização dos serviços sociais, submetidas à lógica de 
organização dos sistemas públicos de políticas públicas. 
 d) a perspectiva da universalidade do atendimento direcionando os gastos 
públicos para os setores da saúde, educação e assistência social, com vinculação de 
receita orçamentária. 
 e) o caráter continuado dos programas para garantir impacto e efetividade nas 
ações desenvolvidas. 
 Comentários. O contexto de crise esboçado a partir dos anos 1960, 
principalmente nos países centrais, ocasionando a queda do Welfare State, levou a 
um processo de reestruturação produtiva, direcionado pelo ajuste neoliberal, que, 
segundo Tavares (2002), foi uma reestruturação mais do que de ordem econômica. 
Esse ajuste fez parte de uma “redefinição global do campo político-institucional e 
das relações sociais”, com um projeto distinto do vivido até então (TAVARES, 2002, 
p. 19). As políticas de ajuste estão contidas no processo de globalização financeira 
e produtiva e de “rearranjo da hierarquia das relações econômicas e políticas 
internacionais, sob a égide de uma doutrina neoliberal, cosmopolita, gestada no 
centro financeiro e político do mundo capitalista” (TAVARES, 2002, p.19). As 
características das políticas de corte neoliberal condicionam regras e vêm 
padronizando cada vez mais os diferentes países e regiões do mundo em troca de 
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apoio financeiro e econômico dos governos centrais e organismos internacionais. 
As políticas de corte neoliberal são também de ordem macroeconômica de 
estabilização, alcançadas por meio de “reformas estruturais liberalizantes” 
(WILLIAMSON apud TAVARES, 2002, p. 19). 
Aos países periféricossão recomendadas políticas de “ajuste” – com abertura 
indiscriminada, “rigor” fiscal e “reformas” – que não são adotadas pelos países 
centrais que comandam os órgãos multilaterais proponentes e supostamente 
financiadores dessas políticas. As conseqüências ou os desajustes sociais 
provocados por essas políticas são considerados ou como inevitáveis ou inerentes 
a um processo em direção à “modernidade”. Se ditas conseqüências tornam-se 
muito fortes a ponto de desestabilizar o bom andamento desse processo, esses 
mesmos organismos se dispõem a ajudar, financiando programas focalizados de 
“alívio” à pobreza. 
Neste sentido, para as políticas sociais a orientação dos organismos internacionais 
é a focalização das ações, com estímulos a fundos sociais de emergências, a 
mobilização da solidariedade individual e voluntária, bem como as organizações 
filantrópicas e organizações não-governamentais - com a marca de GENTE QUE 
FAZ. O apelo à solidariedade e à parceria desreponsabiliza o Estado e despolitiza as 
relações sociais, deslocando a questão social da esfera pública e inserindo-a no 
plano de filantropia. Nesta perspectiva, observa-se uma tendência de 
despolitização da política, o desfinanciamento da proteção social, em detrimento 
do pagamento do refinanciamento da dívida pública, através da obtenção do 
superávit primário, mercantilização / mercadorização dos serviços e, 
conseqüentemente, uma redução dos direitos sociais, tardiamente conquistados 
no Brasil. 
As implicações de um retorno ao individualismo vão desde a culpabilização 
individual pelas perdas e ganhos, à destruição da noção de responsabilidade 
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coletiva, conquista fundamental do pensamento social. Assim, segundo Laura 
Soares, a questão social passa a ser objeto de ações filantrópicas e de 
benemerência, deixando de ser, desta forma, responsabilidade do Estado. As 
“redes” de proteção social passam a ser ‘comunitárias’ e ‘locais’, e os bens e 
serviços sociais passam a ser considerados de consumo privado. 
As políticas sociais passam a ser substituídas por programas de combate à pobreza, 
de forma somente a minimizar os problemas sociais. Estes programas, em grande 
maioria, vêm sendo atrelados a projetos “amarrados” e em forma de “pacotes” 
prontos que os governos “devem aceitar”, diante das imposições dos organismos 
internacionais. Além destas características, os programas ainda têm um caráter 
extremamente transitório em que as ações não têm uma continuidade, o que 
permite afirmar sobre o baixo impacto e efetividade, além de instabilidade dos 
grupos beneficiários. Juntamente à baixa cobertura dos programas, que se 
caracterizam também pela focalização, os resultados são minimalistas e com 
poucos resultados positivos. 
Cresce-se a substituição de setores públicos estatais por organizações privadas 
numa justificativa de que o Estado já não dá conta de resolver os problemas sociais, 
e, para tanto, necessita de “programas de alívio à pobreza”. Essa substituição 
desfavorece, sobremaneira, a valorização das ações públicas governamentais e 
enaltecem as ações de organizações de caráter privado, que, em diversos casos, 
têm deficiência de capacidade técnica na realização de ações sociais. 
Gabarito. Alternativa B 
 
16. (2012) - FCC - TRT - 6ª Região (PE): Analista Judiciário - Serviço Social 
Para Soares (2003), o caráter ortodoxo das ideias e das propostas neoliberais em 
torno da questão social aflige o mundo contemporâneo, o que pode ser sintetizado 
com a afirmação que 
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 a) o direito social substitui a filantropia. 
 b) a solidariedade coletiva substitui a ajuda individual. 
 c) o permanente substitui o emergencial e o provisório. 
 d) as microssoluções ad hoc substituem as políticas públicas. 
 e) a lógica do mercado é substituída pela forte intervenção estatal no social. 
 Comentários. Segundo Laura Tavares Soares, a filantropia substitui o direito 
social. Os pobres substituem os cidadãos. A ajuda individual substitui a 
solidariedade coletiva e social. O emergencial e o provisório substituem o 
permanente. As micro-soluções “ad hoc” substituem as políticas públicas. O local 
substitui o regional e o nacional. É o reinado do minimalismo no social para 
enfrentar a globalização no econômico. Globalização só para o grande capital. Do 
trabalho e da pobreza, cada um que cuide do seu como puder. De preferência 
com um Estado forte para sustentar o sistema financeiro e falido para cuidar 
do social. 
O resultado tem sido uma ampla radicalização da concentração de renda, da 
propriedade e do poder, na contrapartida de um violento empobrecimento da 
população, uma ampliação brutal do desemprego e do subemprego, o desmonte 
dos direitos conquistados e das políticas sociais universais, impondo um sacrifício 
forçado a toda a sociedade. Á reestruturação da produção e dos mercados, apoiada 
mais em métodos de consumo intensivo da força de trabalho que em inovações 
científicas e tecnológicas de última geração, somam-se mudanças regressivas na 
relação entre o Estado e sociedade quando a referência é a vida de todos e os 
direitos conquistados pelas grandes maiorias. 
Gabarito. Alternativa D 
 
17. (2012) – FCC - TRT - 6ª Região (PE): Analista Judiciário - Serviço Social 
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O modelo liberal congrega forças na perspectiva de refilantropizar o Social. Esse 
modelo 
 a) concebe a política social como um importante instrumento de garantia de 
direitos e, portanto, necessita que sua primazia esteja nas atribuições do Estado 
com a ajuda suplementar da sociedade civil organizada. 
 b) não admite os direitos sociais e opera uma despolitização da questão social ao 
desqualificá-la como questão pública, política e nacional. 
 c) entende a refilantropização como um processo mo- derno de atenção social 
que congrega maior res- ponsabilidade ao Estado e menor ao terceiro setor. 
 d) entende que a complexificação da vida social implica a ampliação da rede 
socioassistencial e essa só tem sentido se a sociedade contribuir com sua 
capacidade de humanização do setor. 
 e) reconhece a necessidade de garantir os direitos, pois há possibilidade de 
evidenciar o caráter político de luta de classes presente na constituição do Estado, 
enquanto provedor de políticas sociais. 
 Comentários. O caráter conservador do projeto neoliberal se expressa de um 
lado, na naturalização do ordenamento capitalista e das desigualdades sociais a ele 
inerentes tidas como inevitáveis, obscurecendo a presença viva dos sujeitos sociais 
coletivos e suas lutas na construção da história; e de outro lado, em um retrocesso 
histórico condensado no desmonte das conquistas sociais acumuladas, resultantes 
de embates históricos das classes trabalhadoras, consubstanciadas nos direitos 
sociais universais de cidadania, que têm no Estado uma mediação fundamental. As 
conquistas sociais acumuladas são transformadas em “problemas ou dificuldades”, 
causa de “gastos sociais excedentes”, que se encontrariam na raiz da crise fiscal 
dos Estados. A contrapartidatem sido a difusão da idéia liberal de que o “bem-
estar social” pertence ao foro privado dos indivíduos, famílias e comunidades. A 
intervenção do Estado no atendimento às necessidades sociais é pouco 
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recomendada, transferida ao mercado e à filantropia, como alternativas aos 
direitos sociais. 
Como lembra Yazbek (2001), o pensamento liberal estimula um vasto 
empreendimento de “refilantropização do social”, já que não admite os direitos 
sociais, uma vez que os metamorfoseia em dever moral. Opera uma profunda 
despolitização da “questão social”, ao desqualificá-la como questão pública, 
questão política e questão nacional. É nesse sentido que a atual 
desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a atenção à 
pobreza para a iniciativa privada ou individual impulsionada por motivações 
solidárias e benemerentes, submetidas ao arbítrio do indivíduo isolado, e não à 
responsabilidade pública do Estado. As conseqüências do trânsito da atenção à 
pobreza da esfera pública dos direitos para a dimensão privada do dever moral são: 
a ruptura da universalidade dos direitos e da possibilidade de sua reclamação 
judicial, a dissolução de continuidade da prestação dos serviços submetidos à 
decisão privada, tendentes a aprofundar o traço histórico assistencialista e a 
regressão dos direitos sociais. O resultado no campo das políticas públicas na área 
social, na América Latina, tem sido o reforço de traços de improvisação e 
inoperância, o funcionamento ambíguo e sua impotência na universalização do 
acesso aos serviços dela derivados. Permanecem políticas casuísticas e 
fragmentadas, sem regras estáveis e operando em redes públicas obsoletas e 
deterioradas”. (Yazbek, 2001:37). 
Gabarito. Alternativa B 
 
18. (2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
Historicamente, a "questão social" vincula-se estreitamente à questão da 
exploração do trabalho, à organização e à mobilização da classe trabalhadora na 
luta pela apropriação da riqueza social. Ela se expressa 
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 a) pelo conjunto de desigualdades sociais engendradas pelas relações sociais 
constitutivas do capitalismo. 
 b) pelos mecanismos complementares ao mercado que configuram as políticas 
sociais. 
 c) pelo conjunto de programas de proteção contra a doença, o desemprego, a 
morte e a velhice, entre outros. 
 d) pela substituição de um perfil histórico de proteção social, que tinha como pilar 
o pleno emprego, pelo pilar do desemprego. 
 e) pela acomodação por parte dos que vivem do seu trabalho. 
 Comentários. Segundo Yazbek, a questão social se expressa pelo conjunto de 
desigualdades sociais engendradas pelas relações sociais constitutivas do 
capitalismo contemporâneo. Sua gênese pode ser situada na segunda metade do 
século XIX quando os trabalhadores reagem à exploração de seu trabalho. Como 
sabemos, no início da Revolução Industrial, especialmente na Inglaterra, mas 
também na França vai ocorrer uma pauperização massiva desses primeiros 
trabalhadores das concentrações industriais. A expressão questão social surge 
então, na Europa Ocidental na terceira década do século XIX (1830) para dar conta 
de um fenômeno que resultava dos primórdios da industrialização: tratava-se do 
fenômeno do pauperismo. 
Gabarito. Alternativa A. 
 
19. (2013) - FCC: TRT - 5ª Região (BA): Analista Judiciário - Serviço Social 
 Vi ontem um bicho 
 Na imundície do pátio 
 Catando comida entre os detritos. 
 Quando achava alguma coisa, 
 Não examinava nem cheirava: 
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 Engolia com voracidade. 
 O bicho não era um cão, 
 Não era um gato, 
 Não era um rato. 
 O bicho, meu Deus, era um homem. 
 (Manuel Bandeira) 
 
O Assistente Social, em sua atuação profissional, ao deparar-se com essa situação 
explicitada no poema, ao utilizar-se de uma matriz de conhecimento que parte de 
uma perspectiva teórico-metodológica de inspiração marxista, pautar-se-á pela 
compreensão de que 
 a) a “questão social” para ser enfrentada, necessita da intervenção que prioriza a 
formação da família e do indivíduo para solução dos problemas e atendimento de 
suas necessidades materiais, morais e sociais. 
 b) o enfrentamento da “questão social” ocorrerá mediante, não só, ao trabalho a 
ser realizado sobre os valores e comportamentos do público-alvo do Assistente 
Social, mas atuar de forma mais abrangente nas relações sociais vigentes na 
perspectiva da integração à sociedade. 
 c) as relações sociais são sempre mediatizadas por situações, instituições etc. e 
que ao mesmo tempo revelam e ocultam as relações sociais imediatas. Nesta 
matriz, aceita-se os fatos, dados como indicadores, como sinais, mas não como 
últimos fundamentos do horizonte analítico. 
 d) os fatos estão dados no poema e por si só, já mostram a realidade, que se 
apresentam em sua objetividade e imediaticidade nas relações sociais do ser social, 
necessitando para tanto, de ajustes e mudanças dentro da ordem estabelecida 
para que a situação possa ser resolvida. 
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 e) é o aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas de intervenção profissional 
com padrões de eficiência, sofisticação de modelos de análise, diagnóstico e 
planejamento, isto é, com tecnificação da ação profissional, acompanhada de uma 
crescente burocratização das atividades institucionais, é que será capaz de 
promover o combate das mazelas sociais. 
 Comentários. No início dos anos 80 (sobretudo com Iamamoto) a teoria social 
de Marx inicia sua efetiva interlocução com a profissão. Como matriz teórico-
metodológica esta teoria apreende o ser social a partir de mediações. Ou seja, 
parte da posição de que a natureza relacional do ser social não é percebida em sua 
imediaticidade. "Isso porque, a estrutura de nossa sociedade, ao mesmo tempo em 
que põe o ser social como ser de relações, no mesmo instante e pelo mesmo 
processo, oculta a natureza dessas relações ao observador" (Netto, 1995). Ou seja 
as relações sociais são sempre mediatizadas por situações, instituições entre 
outras, que ao mesmo tempo revelam/ocultam as relações sociais imediatas. Por 
isso nesta matriz o ponto de partida é aceitar fatos, dados como indicadores, como 
sinais mas não como fundamentos últimos do horizonte analítico. Trata-se 
portanto de um conhecimento que não é manipulador e que apreende 
dialéticamente a realidade em seu movimento contraditório. Movimento no qual 
e através do qual se engendram, como totalidade, as relações sociais que 
configuram a sociedade capitalista. 
É no âmbito da adoção do marxismo como referência analítica, que se torna 
hegemônica no Serviço Social no país, a abordagemda profissão como 
componente da organização da sociedade inserida na dinâmica das relações 
sociais participando do processo de reprodução dessas relações.(cf. Iamamoto, 
1982) 
Este referencial, a partir dos anos 80 e avançando nos anos 90, vai 
imprimir direção ao pensamento e à ação do Serviço Social no país. Vai permear 
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as ações voltadas à formação de assistentes sociais na sociedade brasileira (o 
currículo de 1982 e as atuais diretrizes curriculares); os eventos acadêmicos e 
aqueles resultantes da experiência associativa dos profissionais, como suas 
Convenções, Congressos, Encontros e Seminários; está presente na 
regulamentação legal do exercício profissional e em seu Código de Ética. Sob sua 
influência ganha visibilidade um novo momento e uma nova qualidade no processo 
de recriação da profissão na busca de sua ruptura com seu histórico 
conservadorismo (cf. Netto, 1996:111) e no avanço da produção de 
conhecimentos, nos quais a tradição marxista aparece hegemonicamente como 
uma das referências básicas. 
Nesta tradição o Serviço Social vai apropriar-se a partir dos anos 80 do pensamento 
de Antonio Gramsci e particularmente de suas abordagens acerca do Estado, da 
sociedade civil, do mundo dos valores, da ideologia, da hegemonia, da 
subjetividade e da cultura das classes subalternas. Vai chegar a Agnes Heller e à sua 
problematização do cotidiano, à Georg Lukács e à sua ontologia do ser social 
fundada no trabalho, à E.P. Thompson e à sua concepção acerca das "experiências 
humanas", à Eric Hobsbawm um dos mais importantes historiadores marxistas da 
contemporaneidade e a tantos outros cujos pensamentos começam a permear 
nossas produções teóricas, nossas reflexões. 
Gabarito. Letra C. 
 
20. (2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
Nem todos os problemas agudizados pela economia global (ou não) e pela 
hegemonia do liberalismo de mercado podem ser subsumidos pela questão social 
capitalista, mas grande parte deles são produtos da mesma contradição que gera 
essa questão. Questão que, com seus impactos sobre o trabalho, assume novas 
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manifestações e expressões, configurando um novo perfil para a questão social, 
destacando-se 
 a) os avanços tecnológicos e informacionais e a flexibilização produtiva. 
 b) as transformações das relações de trabalho e as transformações nos padrões 
de proteção social. 
 c) o aumento das formas de trabalho precarizado, sobretudo feminino e infantil. 
 d) a precarização e a subalternização do trabalho à ordem do mercado. 
 e) as transformações societárias em suas diferentes esferas da vida. 
 Comentários. No Brasil a “questão social” se apresenta com algumas 
peculiaridades na contemporaneidade, devido ao próprio processo de 
desenvolvimento histórico em que o país se desenvolveu sempre mesclando 
elementos arcaicos com elementos novos. Seu processo de industrialização foi 
presidido por uma burguesia que não tinha uma orientação democrática e 
nacionalista, mas era marcada pela universalização dos interesses de sua classe a 
toda a nação. Cabe ressaltar ainda que o Estado foi participante ativo nesse 
processo conferindo a essa burguesia mecanismos coercitivos, a fim de imobilizar 
a participação política da sociedade civil, construindo uma rede de relações 
autoritárias entre o Estado e a sociedade. Nesse sentido, caracterizada pelos 
clientelismos, coronelismos, e pela política do favor a cidadania no Brasil segue 
ainda subordinada a essa burguesia que hoje atua em prol do ideário neoliberal, o 
que reconfigura a “questão social” no país. As novas formas da “questão social” 
no caso brasileiro se evidenciam através das: 
- transformações no mundo do trabalho, 
- da precarização das relações de trabalho, 
- da perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores mais 
vulnerabilizados da sociedade, 
- da pobreza devido ao grande nível de concentração de renda verificado no país, 
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- do sucateamento do espaço público, da refilantropização da “questão social” e 
etc. 
Gabarito. Alternativa B. 
 
21. (2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
A "pobreza" é a expressão direta das relações vigentes na sociedade, localizando a 
questão no âmbito de relações constitutivas de um padrão de desenvolvimento 
extremamente desigual, em que convivem acumulação e miséria. A nossa 
sociedade a produz e reproduz. É importante considerar que a pobreza é uma 
categoria multidimensional, expressando-se 
 a) pela subalternidade e pela alienação, tão-somente. 
 b) pela carência exclusiva de bens materiais e de valores morais. 
 c) pela carência de bens materiais, mas também pela carência de direitos, de 
oportunidades, de informações, de possibilidades e de esperanças. 
 d) por um somatório de dificuldades, especialmente as precárias condições 
socioeconômicas e a ausência de deveres. 
 e) por condições adversas, esfacelando ou impedindo laços de convivência social 
e familiar, levando ao crime e à marginalização. 
 Comentários. Maria Ozanira da Silva e Silva aborda a pobreza como uma das 
manifestações da questão social, e dessa forma como expressão direta das 
relações vigentes na sociedade, localizando a questão no âmbito de relações 
constitutivas de um padrão de desenvolvimento capitalista, extremamente 
desigual, em que convivem acumulação e miséria. Os "pobres" são produtos dessas 
relações, que produzem e reproduzem a desigualdade no plano social, político, 
econômico e cultural, definindo para eles um lugar na sociedade. Um lugar onde 
são desqualificados por suas crenças, seu modo de se expressar e seu 
comportamento social, sinais de "qualidades negativas" e indesejáveis que lhes são 
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conferidas por sua procedência de classe, por sua condição social. Este lugar tem 
contornos ligados à própria trama social que gera a desigualdade e que se expressa 
não apenas em circunstâncias econômicas, sociais e políticas, mas também nos 
valores culturais das classes subalternas e de seus interlocutores na vida social. 
Assim sendo, a pobreza, expressão direta das relações sociais , "certamente não 
se reduz às privações materiais" (Yazbek, 2009, p. 73-74). É uma categoria 
multidimensional, e, portanto, não se caracteriza apenas pelo não acesso a bens, 
mas é categoria política que se traduz pela carência de direitos, de oportunidades, 
de informações, de possibilidades e de esperanças (Martins, 1991, p. 15). 
Profundando a questão 
Do ponto de vista conceitual as abordagens sobre a pobreza podem ser construídas 
de diversas formas: 
1) a partir de diferentes fundamentos teórico metodológicos: positivistas 
(funcionalistas, estruturalistas) marxistas; 
2) do ponto de vista do desenvolvimento históricosocial e político da sociedade 
capitalista: do Estado liberal (prevalência do mercado) ao Estado social (diretos 
sociais); 
3) do ponto de vista da definição de indicadores, as medidas da pobreza podem ser 
monetárias, quando utilizam a renda como principal determinante da linha de 
pobreza e podem recorrer a indicadores multidimensionais, que incluem atributos 
não monetários para definir a pobreza, como o IDH, e o índice Gini. Esses 
indicadores multidimensionais incluem aspectos que afetam o bem-estar dos 
indivíduos e a não satisfação de suas necessidades básicas. Consideram como 
essencial para definir a condição de pobreza o acesso a alguns bens, de modo que 
sem esses os "cidadãos" não são capazes de usufruír uma vida minimamente digna. 
Incluem: água potável, rede de esgoto, coleta de lixo, acesso ao transporte coletivo, 
educação, saúde e moradia. O caráter multidimensional da pobreza leva á 
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necessidade de indicadores que tenham uma correspondente abordagem 
multidimensional e que levem em consideração como o indivíduo percebe sua 
situação social. 
Entre as abordagens multidimensionais destaca-se o pensamento de Amartya Sen, 
que enfoca a pobreza não apenas como baixo nível de renda, mas como privação 
de capacidades básicas, o que envolve acesso a bens e serviços. Para ele, o 
desenvolvimento seria resultado não apenas do crescimento econômico, mas "na 
eliminação das privações de liberdade e na criação de oportunidades" (Sen, 2000, 
p. 10). 
Gabarito. Alternativa C 
 
22. (2008) –FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
A Assistência Social, como área de Política de Estado, deve ser compreendida nos 
seus fundamentos históricos e em interação com o conjunto das políticas sociais, 
bem como considerando o Estado Social que as opera. Atualmente, a Assistência 
Social tem como competência o estabelecimento de 
 a) formas institucionalizadas de ação para que as sociedades protejam o conjunto 
de seus membros, distribuindo e redistribuindo os bens materiais, bem como os 
bens culturais. 
 b) mecanismos de intervenção nas relações sociais, expressos pelas legislações 
laborais e outros esquemas de proteção social, como atividades sócio-educativas, 
buscando manter a estabilidade, diminuindo desigualdades e garantindo direitos 
sociais. 
 c) ações de prevenção e provimento de um conjunto de garantias ou seguranças 
que cubram, reduzam ou previnam exclusões, riscos e vulnerabilidades sociais, 
bem como atendam às necessidades emergentes ou permanentes decorrentes de 
problemas pessoais ou sociais de seus usuários. 
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 d) iniciativas benemerentes e filantrópicas da sociedade civil acopladas a uma 
estrutura pública, em que a atenção à pobreza comporá a tessitura básica entre o 
público e o privado. 
 e) padrões mínimos de vida para todos os cidadãos, por meio de um conjunto de 
serviços provisionados pelo Estado, em dinheiro (programas de transferência de 
renda) ou espécie (benefícios eventuais). 
 Comentários. Em 1988, o Brasil constitui constitucionalmente seu sistema de 
Seguridade Social no qual vai-se destacar a Assistência Social. Com esse sistema 
tem início a construção de uma nova concepção para a Assistência Social brasileira, 
que é regulamentada em 1993, como política social pública, e inicia seu trânsito 
para um campo novo: o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da 
responsabilidade estatal. 
Nesse sentido, pode-se afirmar que a LOAS estabelece uma nova matriz para a 
Assistência Social brasileira, iniciando um processo que tem como perspectiva 
torná-la visível como política pública e direito dos que dela necessitarem. A 
inserção na Seguridade aponta também para seu caráter de política de Proteção 
Social (formas “às vezes mais, às vezes menos institucionalizadas que as sociedades 
constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Tais sistemas 
decorrem de certas vicissitudes da vida natural ou social, tais como a velhice, a 
doença, o infortuno, as privações. Incluo neste conceito, também tanto as formas 
seletivas de distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o 
dinheiro), quanto os bens culturais (como os saberes), que permitirão a 
sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social. Incluo, ainda, os 
princípios reguladores e as normas que, com o intuito de proteção, fazem parte da 
vida das coletividades) articulada a outras políticas do campo social voltadas à 
garantia de direitos e de condições dignas de vida. Desse modo, a Assistência Social 
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configura-se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das 
demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo. 
Como lei, a LOAS inova ao afirmar para a Assistência Social seu caráter de direito 
não contributivo (independentemente de contribuição à Seguridade e para além 
dos interesses do mercado), ao apontar a necessária integração entre o econômico 
e o social e ao apresentar novo desenho institucional para a assistência social. Inova 
também ao propor a participação da população e o exercício do controle da 
sociedade na gestão e execução dessa política. Tendência ambígua, de inspiração 
neoliberal, mas que contraditoriamente pode direcionar-se para os interesses de 
seus usuários. 
Sem dúvida, uma mudança substantiva na concepção da Assistência Social, um 
avanço que permite sua passagem do assistencialismo e de sua tradição de não 
política para o campo da política pública. 
Como política de Estado passa a ser um espaço para a defesa e atenção dos 
interesses e necessidades sociais dos segmentos mais empobrecidos da sociedade, 
configurando-se, também, como estratégia fundamental no combate à pobreza, à 
discriminação e à subalternidade econômica, cultural e política em que vive grande 
parte da população brasileira. Assim, cabem à Assistência Social ações de 
prevenção e provimento de um conjunto de garantias ou seguranças que cubram, 
reduzam ou previnam exclusões, riscos e vulnerabilidades sociais, (SPOSATI, 
1995) bem como atendam às necessidades emergentes ou permanentes 
decorrentes de problemas pessoais ou sociais de seus usuários (YAZBEK, 2004). 
Gabarito. Alternativa B 
 
23. 2012 – FCC - MPE-AP: Analista Ministerial - Serviço Social 
O assistente social, ao intervir cotidianamente nas expressões e manifestações da 
questão social, depara-se com situações que exigem aptidão para 
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 a) estruturar o seu trabalho de forma a mostrar a sua capacidade de obter o 
consenso para abafar os conflitos sociais existentes. 
 b) atuar na desordem provocada pelas camadas populares, e ser conhecedor dos 
aparelhos do Estado que possam responsabilizar os indivíduos em situação de 
vulnerabilidade. 
 c) saber utilizar as estratégias adequadaspara ater-se nas tarefas burocráticas 
determinadas pelo empregador e não ir além do que foi solicitado, o que extrapola 
o objeto de sua intervenção profissional. 
 d) compreender a dinâmica das relações sociais, as formas como se estabelecem, 
as suas tendências, bem como as alterações no contexto social mais amplo. 
 e) olhar com naturalidade para as múltiplas expressões da questão social que já 
estavam previstas e ter ciência que é somente com a intervenção e equilíbrio do 
mercado que poderão ser minimizadas, além de contar com algum suporte do 
Estado. 
 Comentários. Os assistentes sociais defrontam-se, cotidianamente, com as mais 
variadas expressões da questão social, do sexo feminino, que se graduaram no Rio 
Grande do Sul e trabalham em Porto Alegre, nas mais diversas áreas, tais como 
saúde, habitação, previdência, assistência social e judiciário. 
A apreensão dessas situações como expressões do conflito entre capital e trabalho 
demarca a especificidade do Serviço Social no espaço sócio ocupacional. Por isso, 
os profissionais de outras áreas que trabalham na instituição nem sempre possuem 
o mesmo entendimento acerca das demandas institucionais. Os assistentes sociais 
buscam o conhecimento de como os processos decorrentes da estrutura 
econômica da sociedade como a violência, a pobreza, o desemprego, a falta de 
acesso à saúde, à educação, ao trabalho, à habitação, etc. Esses profissionais 
intervêm em situações em que os idosos sofrem a violação de direitos previstos 
constitucionalmente, as crianças e adolescentes estão envolvidos com o 
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narcotráfico, as mulheres são vítimas de violência, enfim, essas são algumas das 
expressões da questão social evidenciadas nos processos de trabalho, nos quais os 
assistentes sociais se inserem. 
4A apreensão constitui-se como um modo de desvendar a realidade a partir das 
categorias centrais do método dialético-crítico, que são a historicidade, a 
totalidade e a contradição. Existem diferentes níveis de apreensão e de intervenção 
que explicitam as interações entre as situações particulares e as mais amplas 
(BAPTISTA, 2002). Produzem a questão social e como se interpenetram e se 
manifestam, por exemplo, na vida dos idosos com direitos violados, dos 
adolescentes infratores, das mulheres vítimas de violência, e em outras situações 
limites que se apresentam aos assistentes sociais, bem como as manifestações dos 
sujeitos para enfrentá-las. 
A intervenção é direcionada pela teleologia, já que existe intencionalidade no ato 
de intervir, que é condicionado e norteado pela apreensão teórica da realidade 
concreta. Portanto, entende-se que a apreensão e a intervenção se relacionam 
permanentemente durante o trabalho dos assistentes sociais, pois o diagnóstico, 
que resulta da apreensão teórica dos fenômenos que se apresentam como 
expressões da questão social, engloba o aspecto interventivo. 
A apreensão constitui-se como a dimensão diagnóstica presente no trabalho 
profissional. Ela é a competência necessária para os profissionais compreenderem 
a realidade em suas sucessivas aproximações com as expressões da questão social. 
Desse modo, a apreensão requer fundamentos teóricos que orientam a leitura da 
realidade. 
A apreensão faz parte da instrumentalidade, pois esta abarca tanto os 
procedimentos técnicos (entrevistas, visitas domiciliares, etc.) como as estratégias 
articuladas e as mediações teóricas (GUERRA, 2002). 
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A questão teórico-metodológica diz respeito ao modo de ler, de explicar a 
sociedade, e a proposta de formação, que não separa história, teoria e método, é 
própria da matriz crítico-dialética (SIMIONATTO, 2004). O termo apreensão refere-
se à apropriação do real com base em uma teoria que orienta as leituras de 
realidade e a formação dos assistentes sociais, ou seja, refere-se aos fundamentos 
teóricos acionados nos processos de trabalho em que os assistentes sociais 
participam. Nesse sentido, o assistente social, ao intervir cotidianamente nas 
expressões e manifestações da questão social, depara-se com situações que 
exigem aptidão para compreender a dinâmica das relações sociais, as formas como 
se estabelecem, as suas tendências, bem como as alterações no contexto social 
mais amplo. 
Gabarito. Alternativa C 
 
24. (2012) – FCC - MPE-AP: Analista Ministerial - Serviço Social 
As relações sociais capitalistas são determinantes para a existência da questão 
social e das classes subalternas. Maria Carmelita Yazbek (1993), afirma que a 
subalternidade 
 a) é expressa pela renda e, sobretudo pela formação profissional que permite 
ascender na carreira e galgar nova condição de vida. Desta forma, a principal luta 
social coloca-se em torno da formação e profissionalização. 
 b) é resultante direta das relações de poder na sociedade, que se expressa, não 
apenas pelas circunstâncias econômicas, sociais, políticas e culturais, mas nas 
atitudes mentais dos próprios pobres e de seus interlocutores na vida social. 
 c) e a pobreza não podem ser definidas a partir da categoria renda, pois ambas se 
confundem com a história cultural e familiar, levando em conta também a 
capacidade de organização da comunidade na qual se inserem. 
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 d) deve ser considerada como homogênea no que concerne ao feixe de 
necessidades e requisições que a classe subalterna coloca como pauta para o 
Estado em torno das políticas sociais. 
 e) tem origem na desigualdade social e na composição numerosa das famílias, 
além da impossibilidade da esperança e organização social. 
 Comentários. Compreendendo primeiramente a sociedade capitalista como 
uma sociedade de classes, a pobreza e subalternidade podem ser caracterizadas 
como conseqüência direta das relações de poder estabelecidas na sociedade. Tem, 
portanto, sua configuração “ligada à própria formação social que a gera e se 
expressa não apenas em circunstâncias econômicas, sociais, políticas, culturais, 
mas nas atitudes mentais dos próprios “pobres” e de seus interlocutores na vida 
social” (Yazbek, 1996:66). 
Gabarito. Alternativa B 
 
25- (2014) – FCC - TJ-AP: Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - Serviço 
Social 
A abordagem da questão social ganha cada vez mais centralidade para o serviço 
social. Yazbek (2012), ao tratar da pobreza como expressão da questão social, a 
considera como 
I. expressão direta do padrão de desenvolvimento capitalista, extremante desigual. 
Os pobres, produtos dessa relação, produzem e reproduzem a desigualdade no 
plano social, político, econômico e cultural. 
II. categoria multidimensional, e, portanto, não se caracteriza apenas pelo não 
acesso a bens, mas é categoria política que se traduz pela carência de direitos, de 
oportunidades, de informações, de possibilidades e de esperanças. 
III. o aviltamento do trabalho, o desemprego, os empregados de modo precário e 
intermitente, os que se tornaram não empregáveis e supérfluos, a debilidade da 
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saúde, o desconforto da moradia precária e insalubre, a alimentação insuficiente, 
a fome, a fadiga, a ignorância, a resignação, a revolta, a tensão e o medo são sinais 
que muitas vezes anunciam os limites da condição de vida dos excluídos e 
subalternizados na sociedade. 
Está correto o que se afirma em 
 a) I e II apenas 
 b) I, II e III. 
 c) I e III apenas. 
 d) III apenas. 
 e) II e III apenas. 
 Comentários. A questão social resulta da divisão da sociedade em classes e da 
disputa pela riqueza socialmente gerada, cuja apropriação é extremamente 
desigual no capitalismo. Supõe, desse modo, a consciência da desigualdade e a 
resistência à opressão por parte dos que vivem de seu trabalho. Nos anos recentes, 
a questão social assume novas configurações e expressões, e “as necessidades 
sociais das maiorias, as lutas dos trabalhadores organizados pelo reconhecimento 
de seus direitos e suas refrações nas políticas públicas, arenas privilegiadas do 
exercício da profissão” sofrem a influência do neoliberalismo, em favor da 
economia política do capital .” (Iamamoto, 2008, p.107). 
Assim, Yazbek aborda a pobreza como uma das manifestações da questão social, e 
dessa forma como expressão direta das relações vigentes na sociedade, localizando 
a questão no âmbito de relações constitutivas de um padrão de desenvolvimento 
capitalista, extremamente desigual, em que convivem acumulação e miséria. Os 
“pobres” são produtos dessas relações, que produzem e reproduzem a 
desigualdade no plano social, político, econômico e cultural, definindo para eles 
um lugar na sociedade. Um lugar onde são desqualificados por suas crenças, seu 
modo de se expressar e seu comportamento social, sinais de “qualidades 
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negativas” e indesejáveis que lhes são conferidas por sua procedência de classe, 
por sua condição social. Este lugar tem contornos ligados à própria trama social que 
gera a desigualdade e que se expressa não apenas em circunstâncias econômicas, 
sociais e políticas, mas também nos valores culturais das classes subalternas e de 
seus interlocutores na vida social. Item I correto. 
Assim sendo, a pobreza, expressão direta das relações sociais, “certamente não se 
reduz às privações materiais” (Yazbek, 2009, p. 73-74). É uma categoria 
multidimensional, e, portanto, não se caracteriza apenas pelo não acesso a bens, 
mas é categoria política que se traduz pela carência de direitos, de oportunidades, 
de in- formações, de possibilidades e de esperanças (Martins, 1991, p. 15). Item II 
correto. 
A pobreza é parte de nossa experiência diária. Os impactos destrutivos das 
transformações em andamento no capitalismo contemporâneo vão deixando suas 
marcas sobre a população empobrecida: o aviltamento do trabalho, o desemprego, 
os empregados de modo precário e intermitente, os que se tornaram não 
empregáveis e supérfluos, a debilidade da saúde, o desconforto da moradia 
precária e insalubre, a alimentação insuficiente, a fome, a fadiga, a ignorância, a 
resignação, a revolta, a tensão e o medo são sinais que muitas vezes anunciam os 
limites da condição de vida dos excluídos e subalternizados na sociedade. Sinais 
que expressam também o quanto a sociedade pode tolerar a pobreza e banalizá-la 
e, sobretudo, a profunda incompatibilidade entre os ajustes estruturais da 
economia à nova ordem capitalista internacional e os investimentos sociais do 
Estado brasileiro. Incompatibilidade legitimada pelo discurso, pela política e pela 
sociabilidade engendrados no pensamento neoliberal, que, reconhecendo o dever 
moral de prestar socorro aos pobres e “inadaptados” à vida social, não reconhece 
seus direitos sociais. Item III correto. 
Gabarito letra B. 
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26. (2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
A abordagem conceitual da subalternidade diz respeito 
 a) às desigualdades e injustiças. 
 b) às privações material e social. 
 c) à exploração e à redução de liberdades. 
 d) às precárias condições de vida de alguns na sociedade. 
 e) à ausência de protagonismo e de poder, expressando a dominação e a 
exploração. 
 Comentários. Maria Carmelita Yazbek, traz um debate acerca da pobreza e da 
exclusão social como algumas das resultantes da questão social que permeiam a 
vida das classes subalternas da sociedade brasileira, com as quais o profissional do 
serviço social se defronta na sua intervenção. A análise também engloba uma 
reflexão sobre o precário sistema de proteção social público no país no contexto 
da crise mais global com que se defrontam as políticas públicas na 
contemporaneidade. 
Tendo em vista que o objeto de intervenção do assistente social é a questão social, 
esta se reformula e se redefine, mas permanece a mesma por se tratar de uma 
questão estrutural, que não se resolve numa formação econômica social por 
natureza excludente. Segundo Yazbek, a questão social assume novas 
configurações e expressões entre as quais: as transformações das relações de 
trabalho; a perda dos padrões de proteção social dos trabalhadores e dos setores 
mais vulneráveis que veem suas conquistas e direitos ameaçados. 
A condição de pobreza, exclusão e subalternidade vem aumentando 
continuamente, sobretudo a partir dos anos 90. Diante disso, a subalternidade diz 
respeito à ausência de protagonismo, de poder, expressando a dominação e a 
exploração. Essas três categorias respectivamente configuram-se, pois como 
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indicadores de uma forma de inserção na vida social, de uma condição de classe e 
de outras condições da desigualdade (como gênero, etnia, procedência etc.). Elas 
são produtos das relações vigentes na sociedade que produzem e reproduzem a 
desigualdade no plano social, econômica, político e cultural. 
A pobreza está relacionada com o descarte de mão de obra barata, que faz parte 
da expansão capitalista. Expansão que cria uma população sobrante, que implica 
na disseminação do desemprego de longa duração, do trabalho precário, instável 
e trabalho informal. Isto em um contexto de subalternização do trabalho à ordem 
do mercado e de desmontagem de direitos sociais e trabalhistas? autônomo e 
trabalho informal. 
Neste contexto, a pobreza é naturalizada pela sociedade e legitimada pelo discurso 
neoliberal, como um problema estrutural. Há uma incompatibilidade entre os 
ajustes estruturais da economia à nova ordem capitalista internacional e os 
investimentos sociais do estado brasileiro, esse discurso vem estimulando uma 
nova forma de enfrentamento da questão social baseada na filantropia revisitada, 
a ação humanitária, o dever moral de assistir aos pobres, desde que este não se 
transforme em direito ou em políticas públicas dirigidas à justiça e igualdade, bem 
como, à volta aos programas mais residuais, orientados por uma perspectiva 
privatizadora. 
Segundo a autora, está em construção uma forma despolitizada de abordagem da 
questão social, da pobreza e da exclusão social. Despolitiza o reconhecimentoda 
questão social brasileira, como expressão de relações de classe e nesse sentido 
desqualifica-a como questão publica, política e nacional, deslocando a pobreza do 
debate político. Isso implica no sucateamento dos serviços públicos, destituição de 
direitos trabalhistas e sociais, nos recuos constitucionais, ou seja, crescem os 
"abismos entre o país real e o país legal". 
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A redefinição no papel do estado em relação a questão social, proposto pelo ajuste 
neoliberal, são propostas reducionistas que esvaziam e descaracterizam os 
mecanismos institucionalizados de proteção social. Essa nova configuração no 
papel do estado acarreta o crescimento do terceiro setor, pois, o Estado vai 
complementar o que não se conseguiu via mercado, família e comunidade. 
Para finalizar a autora pontua que, a reprodução ampliada da questão social é 
reprodução ampliada das contradições sociais, que não há rupturas no cotidiano 
sem resistência, sem enfrentamentos e que se a intervenção profissional do 
assistente social circunscreve um terreno de disputa, é ai que está o desafio de sair 
da lentidão, de construir, reinventar mediações capazes de articular a vida social 
das classes subalternas com o mundo público dos direitos e cidadania. 
Gabarito. Alternativa E. 
 
27. (2008) – FCC - TRT - 18ª Região (GO): Analista Judiciário - Serviço Social 
As políticas sociais públicas fazem parte das respostas que o Estado oferece às 
expressões da questão social. Nesse sentido, o Estado é concebido como 
 a) uma articulação entre a classe trabalhadora e a "dona" do capital, supondo a 
consciência da desigualdade e a resistência à opressão por parte dos que vivem do 
trabalho. 
 b) um conjunto de desigualdades sociais engendradas pelas relações sociais 
constitutivas do capitalismo contemporâneo. 
 c) um incentivador da benemerência e da filantropia, unicamente, constituindo a 
dualização entre o pobre e o cidadão. 
 d) um regulador das relações econômicas, exclusivamente, considerando o 
mercado globalizado, a flexibilização das relações de trabalho e o capitalismo 
contemporâneo. 
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 e) uma relação de forças, assimétrica e desigual, que interfere tanto na 
viabilização da acumulação, como na reprodução social das classes subalternas. 
 Comentários Segundo Maria Carmelita Yazbek, estudos sobre as políticas 
sociais, apontam que elas são estruturalmente condicionadas pelas características 
políticas e econômicas do Estado e de um modo geral, “as teorias explicativas sobre 
a política social não dissociam em sua análise a forma como se constitui a sociedade 
capitalista e os conflitos e contradições que decorrem do processo de acumulação, 
nem as formas pelas quais as sociedades organizaram respostas para enfrentar as 
questões geradas pelas desigualdades sociais, econômicas, culturais e políticas.” 
Nesta perspectiva a Política Social será abordada como modalidade de intervenção 
do Estado no âmbito do atendimento das necessidades sociais básicas dos 
cidadãos, respondendo a interesses diversos, ou seja, a Política Social expressa 
relações, conflitos e contradições que resultam da desigualdade estrutural do 
capitalismo. Interesses que não são neutros ou igualitários e que reproduzem 
desigual e contraditoriamente relações sociais, na medida em que o Estado não 
pode ser autonomizado em relação à sociedade e as políticas sociais são 
intervenções condicionadas pelo contexto histórico em que emergem. 
O papel do Estado só pode ser objeto de análise se referido a uma sociedade 
concreta e à dinâmica contraditória das relações entre as classes sociais nessa 
sociedade. É nesse sentido que o Estado é concebido como uma relação de forças, 
como uma arena de conflitos. Relação assimétrica e desigual que interfere tanto 
na viabilização da acumulação, como na reprodução social das classes subalternas. 
Na sociedade capitalista o Estado é perpassado pelas contradições do sistema e 
assim sendo, objetivado em instituições, com suas políticas, programas e projetos, 
apóia e organiza a reprodução das relações sociais, assumindo o papel de regulador 
e fiador dessas relações. A forma de organização desse Estado e suas características 
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terão pois, um papel determinante na emergência e expansão da provisão estatal 
face aos interesses dos membros de uma sociedade. 
Desse modo, as políticas sociais públicas só podem ser pensadas politicamente, 
sempre referidas a relações sociais concretas e como parte das respostas que o 
Estado oferece às expressões da “questão social”, situando-se no confronto de 
interesses de grupos e classes sociais. 
Gabarito. Alternativa E 
 
28. (2014) - FCC: TRF - 3ª REGIÃO: Analista Judiciário - Serviço Social 
Nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, nos vimos confrontados 
com um conjunto de transformações da sociedade que gestaram manifestações da 
questão social. Essas manifestações expressam principalmente as grandes 
mudanças nas relações do trabalho, quais sejam, a 
a) flexibilização e a precarização do trabalho. 
b) globalização e a auto-determinação da classe que vive do trabalho. 
c) desmercantilização e a livre concorrência de classe. 
d) financeirização e a ampliação da solidariedade orgânica entre os 
trabalhadores. 
e) intensificação do trabalho e o empoderamento dos trabalhadores. 
 
 Comentários. No fim da década de 60 e início da década de 70, o capitalismo 
entra em uma crise que põe fim aos seus “30 anos gloriosos” (”também conhecido 
como ‘Anos Dourados”, foi o termo utilizado para designar o período em que o 
capitalismo vigorou (40-70), pautado numa estabilidade econômica, no controle 
das relações salariais, no pleno emprego, na melhoria das condições de vida devido 
às medidas adotadas pelo Estado de Bem-Estar Social. O capitalismo desse período 
funcionava a partir do fordismo-keynesianismo que adotava “um conjunto de 
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práticas de controle do trabalho, tecnologias, hábitos de consumo e configurações 
de poder político-econômico”. (HARVEY, 2010, p.119)). O aumento do valor da 
matéria-prima, os altos índices de inflação, uma série de falências, as crises 
bancárias, a crise do petróleo 1973/74 (A crise do petróleo foi alavancada pela 
decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de aumentar 
os preços do petróleo, assim como, pelo embargo do petróleo aos países ocidentais 
por parte dos países árabes, durante a guerra de 1973 entre árabes e israelenses. 
Tais decisões acarretaram um forte aumento dos insumos de energia e, ainda, uma 
instabilidade financeira por conta dos petrodólares excedentes. (HARVEY, 2010)), 
a queda na taxa de lucro foram sinais importantes de que o sonho havia terminado. 
Nesse ínterim, o capitalismo inicia um processo de transição que o faz ganhar novas 
configuraçõese contornos. De fato, nas últimas três décadas do século XX e limiar 
do século XXI, o sistema do capital assume uma hegemonia financeira, 
mundializada, complexa, em que a crise é uma constante. 
De acordo com Mandel (1985), a partir da década de 1970, tem-se início a uma 
nova fase do capitalismo, caracterizada pelos processos de globalização dos 
mercados e do trabalho, pela intensificação dos fluxos internacionais do capital, 
pelos processos de financeirização da economia. 
A rigor, em tempos de capitalismo contemporâneo, Chesnais (1996) identifica o 
fenômeno da mundialização do capital numa fase de dominância financeira. De 
fato, o capital produtivo, comercial e financeiro vem superando as barreiras 
nacionais - o que exige um contexto necessariamente desregulamentado – em 
busca de sua acumulação ininterrupta em escala mundial. Cabe destacar que, nesse 
contexto, a esfera financeira passa a ser campo privilegiado na obtenção de lucros, 
através da forma dinheiro gerando mais dinheiro (D – D’), ou seja, por meio de um 
valor que valoriza a si mesmo, sem passar pela mediação da produção e da 
comercialização de mercadorias. Ressalte-se que essa autonomia da esfera 
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financeira é relativa, uma vez que os capitais, que se valorizam nesta esfera, advêm 
dos setores produtivos com a produção de mais-valia. Em verdade, a riqueza 
produzida na esfera produtiva não é nela reinvestida, mas, antes, expropriada 
pelos setores financeiros, onde o capital se valoriza. Nesse contexto, o capital 
financeiro-especulativo (A especulação pode ser definida como uma operação que 
não tem nenhuma finalidade além do lucro que pode gerar), domina o capital 
produtivo, processo a que Chesnais dá o nome de financeirização da economia. 
A rigor, os efeitos do capital em crise são devastadores para o trabalhador: destrói-
se força humana que trabalha; destituem-se direitos sociais; brutalizam-se uma 
grande massa de trabalhadores, tornam-se descartáveis tanto coisas como 
pessoas, lançando para fora dos circuitos do capital tudo que não lhe serve. 
(ANTUNES, 1997). 
No âmbito desta crise estrutural, o capitalismo encarna configurações peculiares 
em diferentes conjunturas. Em verdade, essas tendências globais impactam, de 
forma ainda mais devastadora, os países periféricos, em particular nos países do 
continente latino-americano, onde o Brasil está inserido. 
O sistema do capital, ao assumir uma versão financeira e mundializada, impactou 
de forma decisiva o mundo do trabalho. Em rigor, essa nova configuração 
capitalista trouxe consigo um largo processo de reestruturação da produção que 
acarretou grandes transformações para o trabalho e os trabalhadores. De fato, a 
partir da década de 1970, uma série de mudanças foi provocada na esfera da 
produção como forma de atender às novas exigências do capital. 
Nesse contexto, houve uma desconcentração e flexibilização do espaço físico 
produtivo, assim como novas tecnologias foram introduzidas no meio fabril. Em 
verdade, ocorreu uma retração dos setores produtivos, uma vez que eles já não 
garantiam a valorização do capital a contento, ao passo em que os investimentos 
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capitalistas eram direcionados para os setores especulativo-financeiros, 
ocasionando crescimento desse setor (CHESNAIS, 1996). 
Segundo Harvey (2010), a reestruturação produtiva fez com que o padrão de 
produção fordista, que vigorou nos anos gloriosos do capitalismo, transitasse para 
o modo de produção toyotista. De fato, a produção em massa e em série, o controle 
dos tempos e movimentos, o trabalho parcelar, a separação entre planejamento e 
execução do modelo fordista-taylorista foram substituídos por uma produção 
flexível, orientada pela demanda, com estoque mínimo (sistema kanban), 
desconcentração produtiva, com a produção designada às pequenas unidades 
produtivas e emprego do trabalhador polivalente, sendo essas características 
próprias do modelo toyotista de produção. Cabe destacar que o processo de 
reestruturação da esfera da produção, alavancado pelos países de capitalismo 
avançado, teve rebatimentos específicos nos países de capitalismo periférico. No 
Brasil, esse processo inicia-se a partir da década de 1990 do século XX, nos governos 
de Collor e FHC. 
De acordo com Alves (2005), na década de 1980, inicia-se uma seletiva e restrita 
reestruturação produtiva no Brasil, através da introdução do toyotismo em apenas 
determinados setores da economia, como no caso da área automobilística. 
Cabe ressaltar que essa nova configuração que o capitalismo assume 
hodiernamente tem por base uma crise constante. De fato, para os referido autor, 
o processo de financeirização, mundialização e complexificação do sistema do 
capital é uma tentativa deste contornar sua crise e evitar o colapso. 
Assim, percebe-se que as dimensões adquiridas pelo capitalismo – últimas décadas 
do século XX e início do século XXI - não solucionou sua crise e não minimizou seus 
efeitos devastadores. Em verdade, essa nova configuração do sistema do capital 
aprofundou os elementos destrutivos que presidem a sua lógica. 
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De acordo com Antunes (2007) e com Alves e Antunes (2004), observa-se, na era 
da produção toyotista e do trabalhador polivalente e flexível, um incremento 
expressivo de mão de obra feminina, que vem ocupando mais de 40% dos postos 
de trabalho nos países avançados. Verifica-se uma inclusão criminosa de crianças 
nos espaços de trabalho, principalmente dos países periféricos, enquanto um 
número significativo de jovens e idosos é lançado para fora do mercado laboral. 
Percebe-se, também, a inclusão de negros em trabalhos cada vez mais precários e 
a sua exclusão de postos de trabalho mais seguros, mais bem remunerados e de 
maior status. 
Ao discorrer sobre as relações precárias de trabalho, inicialmente é importante 
definir que na literatura o significado conceitual para o termo precário diz respeito 
a uma mudança, para pior, na qualidade das condições de trabalho, evidenciada no 
capitalismo, com a passagem da forma de produção fordista para a produção 
flexível. Nesse sentido, o termo precarização se construiu a partir da realidade 
concreta das transformações contemporâneas no mundo do trabalho vivenciadas 
pelos trabalhadores, através das más condições de trabalho a que estavam 
submetidos, refletidas na ausência e/ou redução dos direitos trabalhistas, no 
desemprego que assola grande parte da população, na fragilidade dos vínculos de 
trabalho, enfim, de diferentes formas que fragilizam acentuadamente a qualidade 
de vida do trabalhador. Cabe aqui salientar que há muitas imprecisões e 
indefinições nessa qualificação do trabalho como precário, pois o que parece 
explicar a atual situação do trabalho assalariado pode ocultar algumas 
características próprias ao assalariamento no capitalismo. 
Identificamos que há várias possibilidades para descrever os conceitos referentes 
à precarização das relações de trabalho, tais como: não estabilidade dos vínculos 
empregatícios, níveis salariais baixos,carga horária excessiva, infraestrutura não 
disponível para a realização do trabalho, redução dos direitos trabalhistas, 
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aposentadoria, enfim requisitos necessários para a realização de um trabalho digno 
para o trabalhador. Estas são características que tanto podem ser aplicadas no 
setor privado como no setor público. 
Explicitaremos duas referências ao termo que parecem mais pertinentes e 
apontam o trabalho precário como: 
- A totalidade das condições inadequadas de trabalho, acompanhadas da ausência 
ou redução do gozo dos direitos trabalhistas por parte do trabalhador (BARALDI, 
2005, p. 14). 
- A precarização do trabalho está diretamente relacionada ao aumento do 
assalariamento sem carteira assinada, do trabalho autônomo e do informal, da 
redução e/ ou ausência de direitos trabalhistas, bem como de suas respectivas 
implicações na jornada de trabalho e no tempo de permanência no trabalho, nos 
rendimentos do trabalhador, na possibilidade de acesso aos mecanismos de 
proteção social e nas condições de trabalho às quais são submetidos 
cotidianamente os trabalhadores (PARENZA, 2008, p. 35). 
Gabarito. Alternativa A 
 
29. (2013) – FCC - TRT - 5ª Região (BA): Analista Judiciário - Serviço Social 
O trabalho constitui-se em categoria central para o modo de produção capitalista. 
Numa leitura crítica, a exploração do trabalho tem relação direta com a Questão 
Social. Neste contexto, pode-se afirmar: 
I. o trabalhador precisa vender sua força de trabalho, estabelecendo uma relação 
de emprego e uma relação salarial. 
II. na sociedade comandada pelo capital, o trabalho promove exploração e 
alienação, sendo assim, o trabalho assalariado desumaniza o trabalhador. 
III. o processo de trabalho submete-se à lei geral da acumulação capitalista que não 
promove maior distribuição de riqueza e sim maior desigualdade. 
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Está correto o que se afirma em 
 a) I e II, apenas. 
 b) II e III, apenas. 
 c) I e III, apenas. 
 d) III, apenas. 
 e) I, II e III. 
 Comentários O trabalho constitui-se em categoria central para o modo de 
produção capitalista. Numa leitura crítica, a exploração do trabalho tem relação 
direta com a Questão Social. Podemos afirmar que no Modo de Produção 
Capitalista o trabalho (atividade criadora de valor) só pode se realizar sob comando 
do capital - processa-se uma subsunção do trabalho ao capital ou seja, o 
trabalhador precisa vender sua força de trabalho ao capitalista, estabelecendo uma 
relação de emprego, uma relação salarial. 
Essa relação (entre capital e trabalho), longe de realizar a "liberdade" (no sentido 
apontado), é uma relação de exploração e alienação. Portanto, o trabalho, 
ontologicamente determinante do ser social e da liberdade, na sociedade 
comandada pelo capital promove a exploração e alienação do trabalhador - o 
trabalho assalariado, portanto, desumaniza o trabalhador. 
Paralelamente, o processo de trabalho (ver Marx, 1980) submete-se à lei geral da 
acumulação capitalista, mostrando uma tendência decrescente da parte variável 
do capital (a força de trabalho). 
O resutado: maior desemprego e subemprego. 
Ou seja, se em sociedades pré-capitalistas o desemprego e a pauperização são o 
resultado (para além da desigualdade na distribuição da riqueza) do insuficiente 
desenvolvimento da produção de bens de consumo ou da escassez de produtos 
(ver Netto, 2001, p. 46), contrariamente no modo de produção capitalista a 
pobreza (pauperização absoluta ou relativa) é o resultado da acumulação privada 
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de capital, mediante a exploração (da mais-valia), na relação entre capital e 
trabalho, donos dos meios de produção e donos de mera força de trabalho, 
exploradores e explorados. 
Gabarito. Letra E 
 
30. (2009) - FUNRIO: INSS: Analista - Serviço Social 
Para Netto (2001), o combate à “questão social” pelo viés conservador, pressupõe. 
 a) emancipar economicamente as populações pauperizadas 
 b) a instituição de políticas sociais de caráter universalista 
 c) o acesso eqüitativo aos meios de produção. 
 d) erradicar a gênese da colaboração de classes. 
 e) deixar intocados os fundamentos da sociedade burguesa 
 Comentários. Segundo Netto (Cinco notas a propósito da "questão social", 
Revista Temporalis, ano II, nº 3, jan. a jun. de 2001) o conservadorismo busca 
enfrentar a questão social, além de naturalizá-la, através de programas de 
reformas que, de modo algum, colocariam em xeque a propriedade privada dos 
meios de produção. Desse modo, a questão social vira alvo de ações moralizadoras, 
pontuais, emergentes e paliativas, enquanto o cerne da problemática fica 
intocável, isto é, o modo de produção capitalista (e sua ordem econômico-social), 
o qual é o responsável pela gênese da questão social, tem suas bases intocadas. 
Para Netto (2001), o que de fato ocorre é um reformismo que busca conservar, pois 
a resposta dada as manifestações da questão social pelo viés conservador não 
altera os fundamentos da sociedade burguesa. 
Gabarito. Alternativa letra e 
 
31. (2015) - FUNRIO: UFRB: Assistente Social 
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Conceitualmente, a expressão “questão social”, foi utilizada para designar o 
processo de politização da desigualdade social 
inerente à constituição da sociedade burguesa. Sua emergência vincula-se ao 
surgimento do capitalismo e à pauperização dos trabalhadores. Esta concepção foi 
considerada como elemento que dá sustentação a profissão, e é sua base histórico- 
social. Além disso, pode ser considerada 
 a) o processo de conceituação funcionalista da profissão. 
 b) a proposta básica para o projeto de formação profissional. 
 c) a percepção que o assistente social não faz parte deste processo. 
 d) a natureza contraditória da profissão, que sempre coadunou com a classe 
trabalhadora. 
 e) a orientação pluralista e simplista da formação profissional. 
 Comentários. Em termos históricos-conceituais, a expressão questão social foi 
utilizada para designar o processo de politização da desigualdade social inerente à 
constituição da sociedade burguesa. Sua emergência vincular-se-ia ao surgimento 
do capitalismo e à pauperização dos trabalhadores e sua constituição, enquanto 
questão política, foi remetida ao século XIX, como resultado das lutas operárias, 
donde o protagonismo político da classe trabalhadora – à qual se creditou a 
capacidade de tornar públicas as suas precárias condições de vida e trabalho, 
expondo as contradições que marcam historicamente a relação entre o capital e o 
trabalho. 
Em linhas gerais, esta concepção de questão social, utilizada no texto de Iamamoto, 
de 1982, foi retomada em 1996 para fundamentar a “Proposta Básica para o 
Projeto de Formação Profissional” a que já me referi, oportunidade em que a 
questão social foi referendada como o “elementoque dá concretude à profissão, 
base de sua fundação histórico-social na realidade brasileira, devendo ser, a sua 
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compreensão e análise, estruturadora dos conteúdos da formação profissional. 
(CARDOSO et al.,1997) 
Gabarito. Alternativa b 
 
32. (2014) - FGV- TJ : Analista Judiciário – Assistente Social 
A desresponsabilização do Estado na implementação e execução de políticas 
universais e abrangentes, aliada à expansão do desemprego e à desconfiguração 
de vários direitos promulgados na Constituição Federal de 1988, dentre outros 
vetores, provocou uma retração no enfrentamento da questão social nos moldes 
tradicionalmente presentes no Brasil. Esse conjunto de fatores tem levado a 
população a recorrer ao Poder Judiciário para efetivação individual de direitos 
coletivos, tais como o acesso a serviços de saúde, a proteção de idosos etc., 
gerando o fenômeno da: 
 a) aglutinação dos direitos sociais; 
 b) indenização por perdas e danos; 
 c) atribuição de responsabilidades do Estado; 
 d) naturalização dos problemas sociais; 
 e) judicialização dos conflitos sociais. 
 Comentários. Segundo VIANNA, Tendo por um lado a ampliação dos direitos 
positivados na Constituição Federal de 1988, mas por outro, sua negação pelo 
Estado em diferentes instâncias administrativas, um novo fenômeno aparece na 
esfera pública - aqui concebida como campo de disputa de diferentes interesses 
sociais, demandando novos padrões de relação entre o Estado e a sociedade civil - 
denominado por juristas como "judicialização dos conflitos sociais" ou, ainda, 
"judicialização da política". Este fenômeno caracteriza-se pela transferência, para 
o Poder Judiciário, da responsabilidade de promover o enfrentamento à questão 
social, na perspectiva de efetivação dos direitos humanos. A sociedade civil, 
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especialmente os setores mais pobres e desprotegidos, "depois da deslegitimação 
do Estado como instituição de proteção social, vêm procurando encontrar no 
judiciário um lugar substitutivo, como nas ações públicas e nos Juizados Especiais, 
para as suas expectativas de direitos e de aquisição de cidadania". 
Nesta mesma direção, Esteves (2005, p.16), coloca que: 
Enfraquecidas as formas de reivindicação social através do diálogo parlamentar 
possibilitado pela cidadania política, através do qual se reconheceram direitos que 
foram positivados mas não adquiriram eficácia, e da constatação de que, muitas 
das vezes, é a própria atividade governamental realizada pelo executivo que 
impede a consolidação dos direitos sociais, a sociedade passa a incumbir o 
judiciário na tarefa de possibilitar a efetividade dos direitos sociais e realização da 
cidadania social. 
Gabarito. Alternativa E 
 
33- (2014) – CEPERJ - VIVA COMUNIDADE: Assistente Social 
Sobre o debate da Questão Social, Netto (2001) nos oferece elementos essenciais 
para compreender a gênese de utilização desta expressão e sua relação com 
fenômenos objetivos presentes na realidade social. O autor informa que a 
expressão “Questão Social” começa a ser utilizada na terceira década do século XIX 
e surge para dar conta do fenômeno do pauperismo, evidente na Europa Ocidental 
nesse período. Sendo assim, pode-se compreender, a partir do autor citado, que as 
expressões da “Questão Social”, estão relacionadas aos aspectos mais imediatos 
da: 
 a) crise do Estado-Nação 
 b) mudança de Regime Produtivo 
 c) instauração do capitalismo financeiro 
 d) instauração do capitalismo em seu estágio industrial concorrencial 
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 e) instauração do capitalismo monopolista, imperialista e industrial, que 
ocasionou uma onda de pobreza por sobre a classe trabalhadora 
 Comentários. A expressão surge para dar conta do fenômeno mais evidente da 
história de uma Europa Ocidental que experimentava os impactos da primeira onda 
industrializante, iniciada na Inglaterra no último quartel do século XVIII: trata-se do 
fenômeno do pauperismo. Com efeito, a pauperização massiva da população 
trabalhadora constituiu o aspecto mais imediato da instauração do capitalismo em 
seu estágio industrial-concorrencial. (NETTO, 2010) 
Gabarito. Alternativa D 
 
34. (2008) - FJG – RIO - COMLURB: Assistente Social 
Na opinião de Montaño (2002), a transferência da responsabilidade do Estado (no 
que se refere à intervenção na ‘questão social’) para a esfera do 3º . Setor, seguindo 
os valores da solidariedade voluntária e local, da auto-ajuda e da ajuda mútua, tem 
por objetivo: 
 a) aumento da eficácia e eficiência das ONGs 
 b) contribuição para o fortalecimento da sociedade civil e dos setores populares 
 c) ampliação do Estado de Direito 
 d) retirada e esvaziamento da dimensão de direito universal do cidadão quanto a 
políticas sociais (estatais) de qualidade 
 Comentários. O objetivo de retirar o Estado (e o capital) da responsabilidade de 
intervenção na “questão social” e de transferi-los à esfera do “terceiro setor”, não 
é por motivos de eficiência e/ou de gestão gerencial democrática. Nem mesmo é 
válida a tese de estar em jogo razões econômicas, isto é, a necessidade de reduzir 
custos necessários para sustentar esta função estatal, eximindo-o dos gastos com 
o social. O motivo, segundo Montaño (2006, p. 27) é fundamentalmente político-
ideológico: 
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87 
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[...] retirar e esvaziar a dimensão de direito universal do cidadão em relação a 
políticas sociais (estatais) de qualidade; criar uma cultura de auto-culpa pelas 
mazelas que afetam a população, e de auto-ajuda e ajuda-mutua para seu 
enfrentamento; desonerar o capital de tais responsabilidades, criando, por um 
lado, uma imagem de transferência de responsabilidades, e por outro, criando, a 
partir da precarização e focalização (não universalização) da ação social estatal e 
do “terceiro setor”, uma nova e abundante demanda lucrativa para o setor 
empresarial. 
Gabarito. Alternativa D 
 
35. (2008) - FJG – RIO COMLURB: Assistente Social 
A expressão “Questão Social” para Iamamoto é apreendida como: 
 a) desigualdades sociais entre pobres e ricos 
 b) “situação social problema”, ou seja, as dificuldades vividas pelos indivíduos 
 c) pauperização da população 
 d) conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura. 
 Comentários. Para Iamamoto, a questão social é apreendida como o conjunto 
das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma 
raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, 
monopolizada por uma parte da sociedade 
Gabarito. Alternativa D 
 
36 – 2014 – CEPERJ - VIVA COMUNIDADE: Assistente Social 
Behring e Santos (2009), em estudo que se propõe a analisar os vínculos históricos 
entrequestão social e direitos, apontam a questão social como eixo central e 
polêmico no Serviço Social. As autoras ressaltam que, em geral, partindo de uma 
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perspectiva reducionista e positivista que não considere a totalidade da realidade 
social, a questão social aparece como: 
 a) risco social, exclusão social, fenômeno social relacionado à incapacidade 
individual dos sujeitos sociais 
 b) pauperismo, pobreza extrema, fruto da desigualdade social gerada pela 
sociedade capitalista 
 c) vulnerabilidade social causada pela atual expressão do Estado que, num 
processo de desresponsabilização, reduz os gastos sociais 
 d) pobreza, violência e banalização do humano 
 e) problema social, fato social, fenômeno social desvinculado da forma com que a 
sociedade produz e reproduz as relações sociais 
 Comentários. Numa perspectiva reducionista e positivista, em geral, a questão 
social aparece como problema social, fato social, fenômeno social desvinculado da 
forma com que a sociedade produz e reproduz as relações sociais. 
Gabarito. Alternativa E 
 
37 – 2014 – CEPERJ - VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO: Assistente Social 
Iamamoto (2008), ao analisar o Serviço Social em tempos de capital e fetiche, 
informa que a questão social passa a ser objeto de um “processo de 
criminalização”, atingindo as classes pobres. Em meio a esse contexto, pode-se 
verificar a retomada de uma noção que fundamentou o olhar sobre os pobres no 
Brasil. A noção que historicamente caracterizou as classes pobres na realidade 
brasileira é a noção de: 
 a) vagabundos, para os quais a proteção social acaba por ser prejudicial 
 b) classes subalternas 
 c) classes perigosas 
 d) violentos que necessitam ser contidos 
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 e) carentes e em vulnerabilidade social 
 Comentários. Segundo Iamamoto, atualmente, a questão social passa a ser 
objeto de um violento “processo de criminalização” que atinge as classes 
subalternas. Recicla-se a noção de “classes perigosas” — não mais laboriosas —, 
sujeitas a repressão e extinção. A tendência de naturalizar a questão social é 
acompanhada da transformação de suas manifestações em objeto de programas 
assistenciais focalizados de “combate à pobreza” ou em expressões da violência 
aos pobres, cuja resposta é a segurança e repressão oficiais. 
Gabarito. Alternativa C 
 
39 . (2009) - CESPE - Ministério da Saúde: Assistente Social 
Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
Um dos equívocos que pode haver na análise das questões sociais é a perda da 
dimensão coletiva da questão social, atribuindo unilateralmente a 
responsabilidade aos indivíduos e(ou) às suas famílias pelas dificuldades 
vivenciadas. 
 Comentários. Segundo Iamamoto, a questão social é indissociável da sociedade 
capitalista e, particularmente, das configurações assumidas pelo trabalho e pelo 
Estado na expansão monopolista. A gênese da questão social na sociedade 
burguesa deriva do caráter coletivo da produção contraposto à apropriação 
privada da própria atividade humana, o trabalho, das condições necessárias à sua 
realização, assim com a de seus derivados. 
A questão social une o conjunto das desigualdades e lutas sociais, produzidas e 
reproduzidas no movimento contraditório das relações sociais, alcançando 
plenitude de suas expressões e matrizes em tempo de fetiche do capital. Então, o 
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processo de acumulação produz uma população relativamente supérflua e 
subsidiária às necessidades médias de seu aproveitamento pelo capital. Sendo esta 
que é específica da ordem burguesa e das relações sociais que a sustentam, é 
compreendida como expressão ampliada da exploração do trabalho e das 
desigualdades oriunda do modo de produção capitalista. 
Ao ponto que o Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação 
enquanto especialização do trabalho. Os assistentes sociais, por meio da prestação 
de serviços sócio-assistenciais realizados nas instituições públicas e organizações 
privadas, interferem nas relações sociais cotidianas, no atendimento às variadas 
expressões da questão social, tais como experimentadas pelos indivíduos sociais 
no trabalho, na família, na luta pela moradia e pela terra, na saúde, na assistência 
social pública, entre outras dimensões. 
Atualmente, a questão social passa a ser objeto de um violento “processo de 
descriminalização”, influenciado pela tendência de naturalização da questão social, 
sendo ela objeto de programas assistenciais focalizados de “combate à pobreza” 
ou em expressões da violência dos pobres, cuja a resposta é a segurança e a 
repressão oficiais; demonstrando a ineficiência do Estado, esse mesmo que 
apresenta propostas “imediatas” para enfrentar a questão-social, com a 
articulação de uma assistência focalizada/repressão, com o reforço do braço 
coercitivo do Estado, em detrimento da construção do consenso necessário ao 
regime democrático, que é motivo de inquietação. 
Observando essa tendência que caminha a fragmentação das inúmeras “faces da 
questão social”, atribuindo unilateralmente aos indivíduos e seus familiares a 
responsabilidade pelas dificuldades vividas. Acarretando a perda da dimensão 
coletiva e o recorte da classe da questão social, isentando a sociedade de classes 
da responsabilidade na produção das desigualdades sociais, armadilha ideológica, 
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eliminando o nível da análise, da dimensão coletiva da questão social, reduzindo-a 
uma dificuldade, apenas, do indivíduo. 
Gabarito. Certo 
 
40 - 2009 - CESPE - Ministério da Saúde – Assistente Social 
Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
A pulverização da questão social resulta na atomização de suas múltiplas 
expressões, as várias questões sociais, em detrimento da perspectiva de unidade. 
 Comentários. A questão social vem sendo enfrentada de forma paliativa, 
fragmentada e descontínua por algumas tendência 
conservadora/neoconservadora/eclética . Cabe aqui a explicação dada por 
Iamamoto, que já havia alertado sobre o equívoco teórico que é utilizar a expressão 
"questões sociais": 
Por uma artimanha ideológica, elimina-se, no nível da análise, a dimensão coletiva 
da questão social, reduzindo-a a uma dificuldade do indivíduo. A pulverização da 
questão social, típica da ótica liberal, resulta na autonomização de suas múltiplas 
expressões — as várias "questões sociais" —, em detrimento da perspectiva de 
unidade. Impede assim de resgatar a origem da questão social imanente à 
organização social capitalista, oque não elide a necessidade de apreender as 
múltiplas expressões e formas concretas que assume (2001, p. 18). 
Assim, não causa tanto espanto que a tendência 
conservadora/neoconservadora/eclética utilize a expressão "questões sociais", 
uma vez que ela remete a uma individualização e a uma pulverização no 
enfrentamento da "questão social", numa atitude de tentar esconder as 
contradições estruturais presentes e causadas pela sociedade capitalista. 
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Gabarito. Alternativa Correta 
 
41. (2014) - CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social 
No que tange às áreas e demandas profissionais do assistente social, julgue o item 
subsequente. 
A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite que se 
considere a inserção profissional do assistente social nos Poderes Legislativo e 
Judiciário, haja vista essas esferas não possuírem função executiva das políticas 
sociais públicas. 
 Comentários. Questão correta 
Gabarito. Alternativa Correta 
 
 42. (2014) - CEFET-MG: Assistente Social 
De acordo com Pastorini (2010), a questão social assume expressões diversas e 
particulares, dependendo das diferentes organizações e formação social das 
sociedades capitalistas. Para compreendê-la,é mister considerar o(a)(s) 
 a) cenário político do país. 
 b) novos indicadores estatísticos. 
 c) organização dos trabalhadores. 
 d) sucessão cronológica dos fatos históricos. 
 e) planejamento estratégico educacional do país. 
 
 Comentários. A questão social decorre das contradições inerentes ao sistema 
capitalista, cujos traços particulares vão depender das características históricas da 
formação econômica e política de cada país e/ou região. 
Gabarito. Alternativa A 
 
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43. (2013) – FGV - AL-MT: Assistente Social 
Sobre as relações entre a condição sócioinstitucional e a legitimidade 
profissional no âmbito institucional, assinale a afirmativa correta. 
 a) O lugar do Serviço Social nos âmbitos institucional e organizacional justifica-
se pela maturidade científica que a profissão alcançou. 
 b) O estatuto profissional do Serviço Social decorre do seu adensamento 
teórico em detrimento de sua dimensão técnico-interventiva. 
 c) A incorporação de matrizes teóricas culturais oriundas das ciências sociais 
redefiniu o estatuto profissional e deu-lhe legitimidade profissional. 
 d) O Serviço Social é tanto mais requisitado na estrutura institucional quanto 
mais a questão social se torna alvo da administração. 
 e) O Serviço Social legitima-se no âmbito institucional quando se torna capaz de 
definir uma teoria e uma metodologia adequadas aos propósitos institucionais. 
 
 Comentários. Do ponto de vista da estrutura institucional o assistente social é 
tanto mais requisitado quanto mais as refrações da `questão social’ se tornam 
objeto de administração, independentemente da sua modalidade de intervenção. 
NETTO, J. P. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1992. 
Gabarito. Alternativa D 
 
44. (2014) – FUNCAB -PRODAM-AM: Assistente Social 
Resolvi errado 
No processo de trabalho do assistente social, as diversas expressões da questão 
social constituem: 
a) instrumentos. 
b) meios de trabalho. 
c) trabalho. 
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d) matéria-prima. 
e) meios de produção. 
 
 Comentários. A questão social é a principal base material instituinte e instituída 
das práticas profissionais do Assistente Social. Historicamente o profissional é 
requisitado a compreender e dar resposta às problemáticas, situações, 
necessidades e demandas postas e repostas pela questão social. 
Gabarito. Alternativa D 
 
45. (2014) - UFBA: Assistente Social 
De acordo com Iamamoto e Paulo Netto, a crise do capital, na 
contemporaneidade, gera uma nova questão social. 
 Comentários. Autores como Marilda Iamamoto (2001), José Paulo Netto 
(2001), Maria Carmelita Yazbek (2001), Potyara Pereira (2001), Alejandra 
Pastorini (2007), Marilda Iamamoto (2008) são categóricos em afirmar que não 
há uma nova “questão social”, já que se mantêm os traços essenciais da 
“questão social”, surgidos no século XIX, cujo fundamento é o trabalho. Eles não 
foram superados e permanecem até os dias atuais, só que em sua forma mais 
radical e alienada: na banalização do humano e invisibilidade do trabalho social. 
Pois, a “questão social” assume expressões particulares dependendo das 
peculiaridades de cada formação social e da forma de inserção de cada país na 
ordem capitalista. 
Para Netto, inexiste qualquer “nova questão social” e sim “a emergência de novas 
expressões da ‘questão social’ que é insuprimível sem a supressão da ordem do 
capital. A dinâmica societária específica dessa ordem não só põe e repõe os 
corolários da exploração que a constitui medularmente: a cada novo estágio de seu 
desenvolvimento, ela instaura expressões sócio-humanas diferenciadas e mais 
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complexas, correspondentes à intensificação da exploração que é a sua razão de 
ser” (2001, p.48). 
Gabarito. Alternativa Errada 
 
46. (2014) – UFBA: Assistente Social 
No Brasil, a partir dos anos de 1930, as intervenções do Estado nas expressões 
da questão social passaram a ocorrer de maneira contínua e sistemática. 
 Comentários. Durante quase toda a Primeira República a questão social foi 
considerada no Brasil como "caso de polícia". Desde a década de 1910, 
entretanto, enquanto o processo de industrialização se acelerava, o movimento 
operário procurava obter dos empresários e dos políticos algum tipo de 
proteção ao trabalho que levasse à criação de uma legislação social no país. Foi 
só a partir de 1930, no entanto, que essa legislação passou a ser realmente 
implementada, tanto na área trabalhista quanto na previdenciária. Até a 
inauguração da Era Vargas o direito social brasileiro só abrangia alguns poucos 
aspectos da questão trabalhista e menos ainda da questão previdenciária. Seja 
como for, a implantação de uma legislação social como um todo após a 
Revolução de 1930 tem suas raízes nessas iniciativas pioneiras e na luta dos 
trabalhadores desse período. 
Gabarito. Alternativa Correta 
 
47. 2014 - CEFET-MG - CEFET-MG: Assistente Social 
Mota (2010) e Pastorini (2010) concluem que não existe a denominada “nova 
questão social”. Essas autoras reafirmam que a questão social decorre da(o) 
 a) violência urbana e rural e da falta de políticas públicas na prevenção à 
criminalidade. 
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 b) ausência de cidadaniae de direitos sociais, na contemporaneidade, como no 
campo educacional. 
 c) crescimento do desemprego, da desigualdade, da exclusão e das novas formas 
de pobreza, ocorridas nas sociedades. 
 d) expressão das manifestações das desigualdades e dos antagonismos ancorados 
nas contradições da sociedade capitalista. 
 e) fim dos empregos, praticamente sem trabalhadores que ocupam postos no 
mercado formal na sociedade contemporânea. 
 Comentários. Para essas Autoras, as principais manifestações da “questão 
social” – a pauperização, a exclusão, as desigualdades sociais – são decorrências 
das contradições inerentes ao sistema capitalista, cujos traços particulares vão 
depender das características históricas da formação econômica e política de cada 
país e/ou região. Diferentes estágios capitalistas produzem distintas expressões da 
“questão social 
Gabarito. Alternativa D 
 
48. (2009) – FCC - MPE-SE: Analista do Ministério Público – Especialidade Serviço 
Social 
Em referência à questão social na sociedade contemporânea, considere: 
I. Foram as lutas sociais que fizeram com que a questão social se transformasse 
numa questão política e pública. 
II. Utilizar o termo exclusão social significa sintetizar o que é a própria questão 
social. 
III. A questão social é a expressão das desigualdades sociais produzidas e 
reproduzidas na dinâmica contraditória das relações sociais. 
IV. As complexas mediações sociais, com clivagem de classe, gênero, etnicorraciais, 
geracionais fazem da questão social um fenômeno complexo e multifacetado. 
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V. Os processos de mundialização da economia e sua financeirização produziram 
redefinições pouco significativas nas manifestações da questão social. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
 a) I, II e III. 
 b) I, II e IV. 
 c) I, III e IV. 
 d) II, III e IV. 
 e) III, IV e V. 
 Comentários. O Item II esta errado assim como, o item V. Ao contrário do que o 
item V apresenta, os processos de mundialização da economia e sua 
financeirização produziram redefinições significativas nas manifestações da 
questão social. 
Gabarito. Alternativa C 
 
49. (2006) - UEG: TJ-GO: Técnico Judiciário - Assistente Social 
Segundo Iamamoto (O Serviço Social na Contemporaneidade, 2003, p. 27), o 
“Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação como especialização 
do trabalho”. Nesse sentido, é CORRETO afirmar: 
 a) A questão social constitui-se, atualmente, de problemas sociais vivenciados 
pelas famílias em situação de risco e exclusão social. 
 b) Para o efetivo enfrentamento da questão social é necessário apreendê-la como 
o conjunto das expressões das desigualdades produzidas pela sociedade capitalista 
como resultado da contradição entre capital e trabalho. 
 c) O objeto de intervenção do Serviço Social – a questão social – formou-se 
historicamente nas situações de pobreza vivenciadas pelos segmentos sociais 
subalternizados. 
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 d) O enfrentamento das expressões da questão social deve ser efetivado 
considerando um amplo aperfeiçoamento técnico-operativo do assistente social, 
tendo em vista uma intervenção qualificada. 
 Comentários. O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundação 
como especialização do trabalho. Questão social apreendida como o conjunto das 
expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem sua raiz 
comum: a produção social cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, 
monopolizada por uma parte da sociedade. 
Gabarito. Alternativa B. 
 
50. (2014) - CEPERJ - VIVA COMUNIDADE-VIVA RIO : Assistente Social 
A partir da análise crítica realizada por Sousa e Oliveira (2011) sobre a 
criminalização dos pobres no contexto de crise do capital relaciona-se ao modo de 
ser e estar da população pobre em meio ao atual contexto social, o fato de que se 
tem assistido: 
 a) à expansão das atividades criminosas como estratégia de integração marginal à 
economia por parte de indivíduos e grupos que fazem parte de uma população 
sobrante, que possui invariavelmente características ético-raciais específicas e, não 
por coincidência, são os típicos habitantes das comunidades populares 
 b) à expansão da ação do Estado-penal através de medidas de proteção social, 
voltadas a garantir os mínimos sociais, para uma população sobrante que, apesar 
de se empenhar, não consegue se inserir no mercado formal de trabalho 
 c) ao aumento da violência por parte de moradores de comunidades populares, 
como estratégia de proteção contra as ações de “pacificação” proposta pelo 
Estado, ainda que estas visem à promoção, à integração e ao bem-estar destes 
indivíduos 
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 d) a eventos de manifestação pacífica por parte das populações pobres, 
habitantes de comunidades populares, que se espelham nas manifestações 
pacíficas propagadas pela classe média brasileira 
 e) ao aumento da prisão por parte da polícia de indivíduos que cometeram crimes 
de baixo teor ofensivo, mas que devido ao uso de drogas como o crack devem ser 
considerados como de alta periculosidade 
 Comentários. A expansão das atividades criminosas como estratégia de 
integração marginal à economia por parte de indivíduos e grupos que fazem parte 
de uma população sobrante, que possui invariavelmente características ético-
raciais específicas e, não por coincidência, são os típicos habitantes das 
comunidades populares. Foi considerada a alternativa correta pela banca. 
Gabarito. Alternativa A 
 
51. (2015) - CONSULPLAN - HOB - Técnico Superior da Saúde: Assistente Social 
O Estado tem transferido esta tarefa de provedor dos direitos sociais para o 
mercado e para a solidariedade do “terceiro setor”. A questão social, enquanto 
expressão máxima da contradição capital/trabalho e da histórica desigualdade 
entre às classes, tem sido ampliada e potencializada pelo atual quadro de 
reestruturação do capitalismo contemporâneo. Analise as alternativas em 
relação aos elementos que se observa no contexto atual de enfrentamento da 
questão social. 
I. Regressão de direitos. 
II. Avanço nas políticas voltadas à justiça social. 
III. Assistencialização das políticas sociais. 
IV. Maior investimento do Estado em políticas de proteção social. 
Estão corretas apenas as alternativas 
 a) I e III. 
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 b) II e IV. 
 c) I, II e III. 
 d) II, III e IV. 
 Comentários. Com o discurso da insuficiência de recursos, o Estado transfere 
para a esfera da sociedade civil a responsabilidade de assistir os setores da 
população descobertos pelos precários serviços públicos, mediante práticas 
voluntárias, filantrópicas e caritativas. Cresce o chamado “terceiro setor”composto por um conjunto de ONGs, fundações empresariais, associações 
comunitárias, movimentos sociais etc. que visam substituir o papel do Estado na 
oferta de políticas sociais. Trata-se de “um novo padrão [...] para a função social de 
respostas às sequelas da ‘questão social’, seguindo os valores da solidariedade 
voluntária e local, da autoajuda e da ajuda mútua” 
As respostas às refrações da questão social deixam de constituir uma 
responsabilidade do Estado e um direito do cidadão e passam a ser agora de 
responsabilidade dos próprios sujeitos portadores de necessidades ou uma opção 
do voluntário que “ajuda” o próximo. O trato contemporâneo à questão social tem 
abarcado três dimensões: a intervenção estatal precária; a intervenção mercantil, 
de boa qualidade voltada apenas para quem tem meios de adquiri-la e a 
intervenção filantrópica, sem garantia de permanência. A questão social se tornou 
objeto de ações precárias, focalizadas e filantrópicas, que em nada favorecem o 
protagonismo e a emancipação da classe trabalhadora. Ou seja, as propostas 
neoliberais apontam para um “espantoso minimalismo frente a uma ‘questão 
social’ maximizada” (NETTO, 2012: 428). As políticas sociais estatais que se 
propõem a enfrentar a questão social na atualidade se tornam cada vez mais 
sucateadas e com acesso cada vez mais restrito, o que acaba por anular a sua 
dimensão de direito, caracterizando uma espécie de “clientelismo (pós) moderno” 
(BEHRING, 2003: 65) e reforçando o assistencialismo. A função das políticas sociais, 
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101 
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no ideário neoliberal, é meramente complementar, apenas para compensar o que 
não pode ser acessado via mercado. 
Em fim, o discurso de "crise do Estado" e de sua ineficiência de gestão se fortalece 
ao mesmo tempo em que é repassada para a sociedade, via solidariedade e 
filantropia, a responsabilidade pelo atendimento das demandas sociais resultantes 
da "questão social". Assim, se reforça o caráter excludente do modelo de sistema 
capitalista implantado no país onde o direito social vem sendo substituído, de 
forma cada vez mais ampla, pela benesse. 
Gabarito. Alternativa A 
 
52. (2015) - FGV - DPE- MT: Assistente Social 
Um elemento fundamental a todo projeto é a sua fundamentação teórica. Dessa 
forma, quando o pressuposto teórico é alimentado por uma visão de mundo 
dialético-crítica, ele se baseia na compreensão das refrações da “questão social” 
como 
 a) produto da vontade divina. 
 b) intrínseco ao modo de produção capitalista. 
 c) consequência de um comportamento individual. 
 d) resultantes das ações intencionais da classe dominante. 
 e) falta de capacitação ou sorte de indivíduos ou grupos que enfrentam 
dificuldades para sobreviver. 
 Comentários. Um elemento fundamental e essencial a todo projeto diz respeito 
à filiação teórica com a qual é construído o projeto de trabalho. Embora seja de 
domínio público a identificação da profissão com o referencial dialético-crítico, 
ainda é possível encontrar propostas com outras filiações teóricas. Assim, é 
necessário clarificar quais são os pressupostos teóricos que vão dar concretude ao 
trabalho. Para isso, é preciso ter claro que, ao se filiar à teoria dialético-crítica, o 
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profissional está alimentado por uma visão de mundo que compreende as 
refrações da questão social como produto intrínseco do capitalismo, e não como 
consequência de um posicionamento individual do sujeito, de seus familiares e de 
seus grupos, que, por falta de capacitação ou sorte, enfrentam dificuldades para 
sobreviver. 
Gabarito. Alternativa B 
 
53. (2015) - FGV - DPE-MT: Assistente Social 
Contemporaneamente, a necessidade de reduzir a ação do Estado na “questão 
social” ocorre mediante 
 a) a ampliação dos direitos sociais. 
 b) a restrição de gastos sociais. 
 c) o empoderamento dos segmentos vulneráveis. 
 d) o crescimento do trabalho formal. 
 e) a contratação de assistentes sociais. 
 Comentários. Com o discurso da insuficiência de recursos, o Estado transfere 
para a esfera da sociedade civil a responsabilidade de assistir os setores da 
população descobertos pelos precários serviços públicos, mediante práticas 
voluntárias, filantrópicas e caritativas. 
Gabarito. Alternativa B 
 
54. (2015) - FGV - DPE-MT: Assistente Social 
Uma das estratégias do Estado burguês para o enfrentamento da “questão social” 
reside na implantação das políticas sociais. 
No Brasil, esta estratégia começa a ser efetivada 
 a) como consequência da institucionalização do Serviço Social. 
 b) devido à pressão dos sindicatos patronais. 
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 c) a partir da crise estrutural do capitalismo da década de 1970. 
 d) mediante o reconhecimento das necessidades da população pobre. 
 e) com a emergência do capitalismo monopolista. 
 Comentários. O Estado assume no capitalismo monopolista , no que toca às 
políticas sociais, o papel de “conciliador/mediador” entre os interesses dos 
burgueses e proletários, tornando necessária a intervenção prática do Estado 
desempenhando este na transição do capitalismo concorrencial para o capitalismo 
monopolista, o papel de mediador entre os interesses (antagônicos) de ambas as 
classes sob a égide burguesa. Nesse sentido, foi feita uma série de medidas de 
políticas sociais, como uma forma de enfrentamento das múltiplas questões 
sociais, ao mesmo tempo em que o Estado conseguia a adesão dos trabalhadores, 
da classe média e dos grupos dominantes. 
Alternativa E 
 
55. (2015) – FGV - TJ-BA - Analista Judiciário: Serviço Social 
e acordo com Montaño (1 ), a passagem da “lógica do stado” para a “lógica da 
sociedade civil” evidencia um novo trato à “questão social”, que se caracteriza pela 
coexistência de três tipos de respostas: 
a) incentivo à organização dos trabalhadores, expansão da proteção social e 
controle social efetivo das políticas sociais estatais; 
b) refilantropização das respostas à questão social, precarização das políticas 
sociais estatais e remercantilização dos serviços sociais; 
c) universalização das políticas sociais, aumento das políticas de transferência de 
renda e incremento da participação popular na efetivação das políticas sociais; 
d) expansão dos direitos trabalhistas, reforma sindical em favor dos trabalhadores 
e realização de Conferências Nacionais de Saúde e Assistência Social; 
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e) privilegiamento das problemáticas sociais das populações pobres, redução de 
impostos compulsórios e aumento do crédito para as camadas vulnerabilizadas. 
 Comentários. As muitas premissas que norteavam e buscavam construir o 
Welfare State deixaram de prevalecer diante da crise capitalista mundial, que se 
desenvolve desde o final dos anos de 1960 até os dias atuais, e que se generaliza, 
pondo em xeque a articulação trabalho,direitos e proteção social, sem que sequer 
tenha sido alcançado aqui no Brasil um Estado de Bem-Estar, como ocorreu nos 
países capitalistas centrais. Com essa crise, desencadear-se-á uma forte reação 
burguesa, o que implicará em mudanças econômicas, políticas, sociais e 
institucionais. De acordo com Yazbek (2004), essas mudanças se explicam a partir 
da reestruturação produtiva globalizada implementada com base no ideário 
neoliberal que acaba trazendo uma reversão política conservadora que vai erodir 
as bases dos sistemas de proteção social e redirecionar as intervenções estatais na 
produção e na distribuição da riqueza socialmente produzida. A autora ainda 
aponta como parte desse quadro “a crônica crise das políticas sociais, seu re-
ordenamento e sua subordinação às políticas de estabilização da economia, com 
suas restrições aos gastos públicos e sua perspectiva privatizadora” (Yazbek, 2004, 
p. 3). 
Como resposta ao aprofundamento da questão social, diante das transformações 
societárias em curso e diante da consolidação do projeto neoliberal, o Estado 
minimizado, segundo Montaño (2003), vai impor um novo trato à questão social, 
significando basicamente a coexistência de três tipos de respostas: a precarização 
das políticas sociais estatais (desconcentração e focalização dessas políticas, 
dirigidas às populações mais carentes), a remercantilização dos serviços sociais (são 
transformados em “serviços mercantis”, em mercadorias, fornecidos pelo setor 
empresarial aos “cidadãos plenamente integrados”), e por fim, a refilantropização 
das respostas à questão social (amplos setores da população ficarão descobertos 
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pela assistência estatal e não terão condições de pagar pelos caros serviços 
privados, repassando para a sociedade civil assistilos mediante práticas 
filantrópicas e caritativas). 
Gabarito. Alternativa B 
 
56. (2015) – FGV - TJ-BA - Analista Judiciário - Serviço Social 
A crise capitalista dos últimos 30 anos, somada à reestruturação produtiva, tem 
como resultado a exponenciação da “questão social” e o aumento da pobreza. Uma 
das consequencias, para o Serviço Social, do deslocamento da atenção à pobreza 
da esfera pública dos direitos para a dimensão privada do dever moral, é: 
 a) a ampliação de políticas de qualificação profissional; 
 b) a criação de novos postos de emprego; 
 c) o aprofundamento do traço histórico assistencialista 
 d) chamar a atenção para as camadas subalternas; 
 e) produzir cursos para os segmentos vulnerabilizados. 
 Comentários. A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos 
sociais desloca a atenção à pobreza para a iniciativa privada ou individual, 
impulsionada por motivações solidárias e benemerentes, submetidas ao arbítrio do 
indivíduo isolado, e não à responsabilidade pública do Estado. As conseqüências de 
transitar a atenção à pobreza da esfera pública dos direitos para a dimensão 
privada do dever moral são: a ruptura da universalidade dos direitos e da 
possibilidade de sua reclamação judicial, a dissolução de continuidade da prestação 
dos serviços submetidos à decisão privada, tendentes a aprofundar o traço 
histórico assistencialista e a regressão dos direitos sociais. 
Alternativa C 
 
57. (2014) – FUNCA - SEDS- Analista em Defesa Social - Serviço Social 
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Ao ser analisada a questão social, sua pulverização resulta na autonomização de 
suas múltiplas expressões, em detrimento da perspectiva de: 
 a) generalidade 
 b) visão unívoca. 
 c) unidade 
 d) particularidade 
 Responder. A pulverização da questão social, típica da ótica liberal, resulta na 
autonomização de suas múltiplas expressões — as várias "questões sociais" —, em 
detrimento da perspectiva de unidade. Impede assim de resgatar a origem da 
questão social imanente à organização social capitalista, o que não elide a 
necessidade de apreender as múltiplas expressões e formas concretas que assume. 
Assim, a tendência conservadora/neoconservadora/eclética utilize a expressão 
"questões sociais", uma vez que ela remete a uma individualização e a uma 
pulverização no enfrentamento da "questão social", numa atitude de tentar 
esconder as ontradições estruturais presentes e causadas pela sociedade 
capitalista. 
Gabarito. Alternativa C 
 
58. (2014) – FUNCAB - SEDS- Analista em Defesa Social - Serviço Social 
Quando as múltiplas e diferenciadas expressões da questão social são 
desvinculadas de sua gênese comum, pode ocorrer a pulverização e a 
fragmentação das questões sociais, redundando como consequência na(o): 
 a) ampliação da dimensão coletiva e da participação da sociedade de classe. 
 b) responsabilização dos indivíduos e suas famílias das dificuldades vividas. 
 c) esvaziamento das particularidades da questão social. 
 d) visão unívoca e indiferenciada da questão social. 
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 Comentários. Uma armadilha contemporânea no cotidiano profissional do 
assistente social é a fragmentação da questão social ou de seu discurso genérico 
(observar que isso já foi perguntando em concursos anteriores). Isso traz como 
consequência a responsabilização dos sujeitos por suas dificuldades. Por uma 
artimanha ideológica elimina-se no nível de analise a dimensão coletiva da questão 
social reduzindo-se a uma dificuldade enfrentada pelo individuo. Para maior 
aprofundamento sugiro a leitura de As dimensões ético políticas e teorico 
metodologicas no Serviço Social contemporaneo (Iamamoto). 
Gabarito. Alternativa B 
 
59. (2014) – FUNCAB - SEDS- Analista Socioeducador - Serviço Social 
Conforme os estudos relacionados à questão da pobreza e das desigualdades 
sociais existentes nos países de capitalismo periférico, e, sobretudo na realidade 
brasileira, pode-se afirmar que são produtos históricos: 
 a) da ausência de capacidades dos indivíduos se organizarem econômica e 
financeiramente para que garantam seu acesso ao conjunto de bens e serviços 
ofertados pelas políticas públicas. 
 b) das relações tensionadas entre capital e trabalho que organicamente produz a 
questão social que se manifesta no cotidiano por diversas expressões. 
 c) da produção e reprodução das relações sociais forjadas no bojo do capitalismo 
e da capacidade teleológica de o homem transformar a natureza para atendimento 
de suas necessidades. 
 d) da fragmentação das políticas públicas estatais que não alteram a estrutura dos 
problemas sociais gerados pelas altas taxas inflacionárias impactando no salário da 
classe trabalhadora. 
 Responder. A dinâmica da realidade social, sempre em construção, propicia 
resultados também dinâmicos, por isso os processos sociais estão em constante 
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processualidade e construção. Entretanto, existem alguns processos sociais que 
permanecem existentes no movimento histórico dos povose da civilização, bem 
como no processo histórico de consolidação da sociedade de classes, mediada pela 
relação entre capital e trabalho, que produz mais valia, sociedade salarial e 
inúmeras desigualdades entre os indivíduos, consequentemente à questão da 
pobreza. 
Gabarito. Alternativa B 
 
60. (2014) – FUNCAB - SEDS- Analista Socioeducador - Serviço Social 
Diante da atual conjuntura socioeconômica e política brasileira que potencializam 
as múltiplas expressões da questão social, objeto de trabalho do assistente social, 
configuram-se como alguns dos desafios profissionais: 
 a) a exigência de uma rigorosa formação teórico-metodológica que possibilite 
uma análise do processo de desenvolvimento capitalista e seus impactos na 
realidade brasileira e o cultivo de uma atitude crítica na defesa das condições de 
trabalho e da qualidade dos atendimentos. 
 b) a mobilização política através de suas entidades representativas articulada aos 
movimentos sociais e tornar como base da prática profissional as demandas postas 
no mercado de trabalho sintonizadas com as normas e demandas institucionais. 
 c) a articulação coletiva nas equipes interdisciplinares nos diversos espaços sócio-
ocupacionais para a garantia de acesso aos direitos sociais e à vinculação com os 
diversos partidos políticos como potencializadores dasmudanças sociais. 
 d) um intenso e constante aprimoramento intelectual a partir das diferentes 
concepções teóricas do campo das Ciências Sociais, qualificando seu processo de 
intervenção no cotidiano e o real conhecimento das demandas dos extratos mais 
empobrecidos das classes trabalhadoras. 
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 Comentários. A complexidade da sociedade atual exige um repensar contínuo 
do saber teórico e metodológico da profissão, da ampliação da pesquisa no 
conhecimento da realidade social, na produção do conhecimento sobre a 
organização da vida social e na busca da consolidação do projeto ético-político, por 
meio do exercício profissional nas atividades diárias, na inserção e participação 
política nas entidades nacionais de Serviço Social , na articulação com outros 
movimentos sociais em defesa dos interesses e necessidades da classe 
trabalhadora e em luta permanente contra as imposições do neoliberalismo, contra 
o predomínio do capital sobre o trabalho, da violência, do autoritarismo, da 
discriminação e de toda forma de opressão e de exploração humana. 
Gabarito. Alternativa A 
 
61. (2014) - FGV - TJ-GO: Analista Judiciário 
A introdução de políticas neoliberais em todos os quadrantes do globo terrestre 
implicou uma ampliação do desemprego e a exponenciação da questão social. Uma 
das formas de o Estado neoliberal enfrentar a questão social na 
contemporaneidade tem sido a: 
 a) instituição de novos direitos trabalhistas; 
 b) contratação de interventores sociais; 
 c) centralização das políticas estatais; 
 d) universalização das políticas sociais públicas; 
 e) criminalização dos pobres. 
 Comentários. Segundo IAMAMOTO, Atualmente, a questão social passa a ser 
objeto de um violento "processo de criminalização" que atinge as classes 
subalternas. Recicla-se a noção de "classes perigosas" – não mais laboriosas -, 
sujeitas a repressão e extinção. A tendência de naturalizar a questão social é 
acompanhada da transformação de suas manifestações em objeto de programas 
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assistenciais focalizados de "combate à pobreza" ou em expressões da violência 
aos pobres, cuja resposta é a segurança e repressão oficiais. 
Gabarito. Alternativa E 
 
62. (2015) – CESPE - STJ: Analista Judiciário - Serviço Social 
Acerca da questão social e dos direitos de cidadania, julgue os próximos itens. 
Na atualidade, as políticas de enfrentamento da questão social expressam o 
reconhecimento da existência de problemas de cunho social por meio de políticas 
de amplo alcance e de caráter universal. 
 Comentários. As políticas sociais estatais que se propõem a enfrentar a questão 
social na atualidade se tornam cada vez mais sucateadas e com acesso cada vez 
mais restrito, o que acaba por anular a sua dimensão de direito, caracterizando 
uma espécie de “clientelismo (pós) moderno” (BEHRING, 2003: 65) e reforçando o 
assistencialismo. A função das políticas sociais, no ideário neoliberal, é meramente 
complementar, apenas para compensar o que não pode ser acessado via mercado. 
Assim, a questão social se tornou objeto de ações precárias, focalizadas e 
filantrópicas, que em nada favorecem o protagonismo e a emancipação da classe 
trabalhadora. Ou seja, as propostas neoliberais apontam para um “espantoso 
minimalismo frente a uma ‘questão social’ maximizada” (NETTO, 2012: 428). 
Gabarito. Errado 
 
63. (2015) – CESPE - STJ: Analista Judiciário - Serviço Social 
Acerca da questão social e dos direitos de cidadania, julgue os próximos itens. 
A questão social se configura a partir de determinantes históricos objetivos, sem 
interferência de dimensões subjetivas 
 Comentários. A questão social se configura a partir de dimensões objetivas e 
subjetivas. 
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Objetivas: no sentido de considerar os determinantes sócio-históricos em 
diferentes conjunturas, assim como, quando se manifesta nas condições objetivas 
de vida dos segmentos mais empobrecidos da população. 
Subjetivas: no sentido de identificar a forma como o assistente social incorpora em 
sua consciência o significado de seu trabalho e a direção social que imprime ao seu 
fazer profissional em especial ao enfrentamento da questão social. 
Gabarito. Errado 
 
64. (2014) – CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social 
No que tange às áreas e demandas profissionais do assistente social, julgue o item 
subsequente. 
A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite que se 
considere a inserção profissional do assistente social nos Poderes Legislativo e 
Judiciário, haja vista essas esferas não possuírem função executiva das políticas 
sociais públicas. 
 Comentários. Apesar dos Poderes Legislativo e Judiciário e demais campos da 
área sociojurídica não possuírem a função de executar diretamente políticas sociais 
públicas, a questão social perpassa o cotidiano dos sujeitos que são ali atendidos. 
Posto isto, sabendo que a questão social é o objeto de intervenção do Serviço 
Social, pode-se afirmar que a presença desses profissionais naquelas áreas se faz 
pertinente e necessária. Exemplificando a questão, podemos apontar casos em que 
os pais perdem o poder familiar devido ao uso e abuso de drogas; a entrega de 
crianças para adoção pois os pais não possuem condições financeiras de ficar com 
os mesmos, dentre outras situações em que é possível visualizar as expressões da 
questão social e que justificam a intervenção do assistente social. 
Gabarito. Certo 
 
Conhecimentos Específicos 
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112 
www.especificasconcursos.com.br65. (2013) - CESPE: MPU: Analista - Serviço Social 
Em relação à questão social e ao serviço social, julgue o item subsecutivo. 
A concepção de questão social predominante entre os profissionais de serviço 
social e delineada nas diretrizes curriculares é aquela que define a questão social 
como a um fato social. 
 Comentários. A expressão "questão social" começa a ser empregada 
maciçamente a partir da separação positivista, no pensamento conservador, entre 
o econômico e o social, dissociando as questões tipicamente econômicas das 
"questões sociais" (cf. Netto, 2001, p. 42). 
Assim, o "social" pode ser visto como "fato social", como algo natural, a-histórico, 
desarticulado dos fundamentos econômicos e políticos da sociedade, portanto, dos 
interesses e conflitos sociais. Assim, se o problema social (a "questão social") não 
tem fundamento estrutural, sua solução também não passaria pela transformação 
do sistema. 
Gabarito. Errado 
 
66. 2016- INSTITUTO AOCP: CASAN: Assistente Social 
O enfoque que define a questão social como de responsabilidade dos indivíduos 
que a vivem, quer por seus problemas psicológicos, quer por suas condutas morais 
inadequadas, é denominado enfoque 
 a) individualista, psicologizante e moralizador da questão social. 
 b) totalista, critico e moralizador da questão social. 
 c) marxista, determinista e sociológico da questão social. 
 d) estruturalista, social e filosófico da questão social. 
 e) coletivista, positivista e reflexivo da questão social. 
 Comentários. Esses são os referenciais orientadores do pensamento e da ação 
do emergente Serviço Social brasileiro têm sua fonte na Doutrina Social da Igreja, 
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no ideário franco-belga de ação social e no pensamento de São Tomás de Aquino 
(séc. XII): o tomismo e o neotomismo (retomada em fins do século XIX do 
pensamento tomista por Jacques Maritain na França e pelo Cardeal Mercier na 
Bélgica). A "questão social" é vista a partir do pensamento social da Igreja, como 
questão moral, como um conjunto de problemas sob a responsabilidade individual 
dos sujeitos que os vivenciam embora situados dentro de relações capitalistas. 
Trata-se de um enfoque conservador, individualista, psicologizante e moralizador 
da questão, que necessita para seu enfrentamento de uma pedagogia psicossocial, 
que encontrará, no Serviço Social, efetivas possibilidades de desenvolvimento. 
O significado sócio-histórico da profissão - Maria Carmelita Yazbek 
Gabarito: A 
 
67. 2016- INSTITUTO AOCP: CASAN: Assistente Social 
Sobre a chamada “nova questão social” e suas implicações na contemporaneidade, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) O projeto neoliberal, que confecciona essa nova modalidade de resposta à 
“questão social”, quer acabar com a condição de direito das políticas sociais e 
assistenciais. 
b) Não há uma nova questão social, o que se verifica é o surgimento e alteração, 
na contemporaneidade, de suas refrações e expressões. Assim, o que há são novas 
manifestações da velha “questão social”. 
c) No contexto atual, a resposta social à “nova questão social” tende a ser 
externalizada da ordem social e transferida para o âmbito imediato e individual. 
d) O novo trato à “questão social”, contido no projeto neoliberal, promove o 
processo de precarização das politicas sociais, articulando a refilantropização e 
remercantilização da questão social. 
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 e) A nova questão social expressa a contradição capital-trabalho, as lutas de classe 
e a desigual participação na distribuição de riqueza social. 
 Comentários. Não há uma nova questão social, o que se verifica é o surgimento 
e alteração, na contemporaneidade, de suas refrações e expressões. Assim, o que 
há são novas (expressões) da questão social. 
A nova questão social expressa a contradição capital-trabalho, as lutas de classe e 
a desigual participação na distribuição de riqueza social 
Gabarito: E 
 
68. 2016- INSTITUTO AOCP: CASAN: Assistente Social 
A relação entre acumulação capitalista X pobreza tem por fundamento 
 a) a igualdade civil entre os cidadãos. 
 b) a contribuição do trabalho e do capital para a produção da riqueza a todos. 
 c) a apropriação coletiva da riqueza socialmente produzida. 
 d) a apropriação privada da riqueza socialmente produzida. 
 e) a naturalização da questão social e a autodeterminação da pobreza. 
 Comentários. A centralização da riqueza por parte de capitalistas que 
anteriormente eram individualizados no processo produtivo, e que agora 
compõem os grandes conglomerados econômico/financeiros, promove cada vez 
mais, a acumulação por estes, de grande parte da riqueza socialmente produzida. 
Assim as expressões da chamada “questão social” como o fenômeno do 
desemprego e da pauperização, não são estranhos nem novos para um sistema que 
se baseia na exploração do trabalho e na apropriação privada da riqueza 
socialmente produzida, deixando aos trabalhadores a venda da força de trabalho 
como possibilidade única de obter sua reprodução física e espiritual. 
Gabarito: D 
 
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69- 2014- UFBA: UFBA: Serviço Social 
De acordo com Iamamoto e Paulo Netto, a crise do capital, na contemporaneidade, 
gera uma nova questão social. 
 Comentários. Zé Paulo Netto rebate veemente a concepção do surgimento 
"de novas questões sociais" o que ocorre para ele e Iamamoto são novas 
expressões da questão social. A questão social não muda o que muda são as formas 
como elas se colocam na contemporaneidade. 
Gabarito: errada 
 
70- 2014- UFBA: UFBA: Serviço Social 
No Brasil, a partir dos anos de 1930, as intervenções do Estado nas expressões da 
questão social passaram a ocorrer de maneira contínua e sistemática. 
 Comentários O capital monopolista, pelas suas dinâmicas e contradições, cria 
condições tais que o Estado por ele capturado, ao buscar legitimação política por 
meio do jogo democrático, é permeável a demandas das classes subalternas, que 
podem fazer incidir nele seus interesses e suas reivindicações imediatas. Com isso 
a “questão social” passa a ser objeto de intervenção contínua e sistemática por 
parte do Estado, por meio das políticas sociais, as quais passam a atuar 
diretamente nas expressões da “questão social” de forma fragmentada e 
parcializada. 
Gabarito: Certa 
 
71- 2017- IBFC: EBSERH: Serviço Social 
Iamamoto (2001) cita que o Serviço Social tem na questão social seu objeto de 
trabalho. Assim, a autora avança no entendimento da questão social, e dos fatores 
que condicionam o desenvolvimento desse fenômeno. Considerando o disposto 
pela autora, analise as afirmativas abaixo: 
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I. A questão social faz menção apenas à pobreza e à exclusão social. 
II. A questão social provém da incapacidade do ser humano em resolver seus 
problemas sociais. 
III.A questão social apresenta múltiplas formas de expressão. 
IV. A questão social não se amplia a partir do desenvolvimento capitalista. 
V. A questão social é desigualdade mas é também rebeldia. 
Estão corretas: 
c) As afirmativas II e III 
b) As afirmativas III e IV 
c) As afirmativas IV e V 
d) As afirmativas I e I 
e) As afirmativas III e V 
 Comentários Comentário: "Questão social que, sendo desigualdade é também 
rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a elas resistem e 
se opõem. É nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia 
e da resistência, que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno 
movidos por interesses distintos, aos quais não é possível abstrair ou deles fugir 
porque tecem a vida em sociedade." (Iamamoto - O SS na contemporaneidade - 
pg.28). 
Gabarito: E 
 
72- 2013- IBFC: SEPLAG-MG: Serviço Social 
Segundo lamamato, 2010, na atual conjuntura de precarização e subalternização 
do trabalho à ordem do mercado e de mudanças nas bases da ação social do 
Estado, a questão social, matéria prima da intervenção profissional do assistente 
social, assumem nova configurações e expressões entre as quais destaca as 
situações de: 
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I. insegurança e vulnerabilidade do capitalismo; 
II. desregulamentação do mercado de trabalho; 
III. desqualificação e exclusão social de segmentos populacional; 
IV. precarização das condições de vida: saúde, trabalho, infância e moradia; 
Estão corretos os itens. 
a) Os itens I e II, apenas 
b) Os itens II e III, apenas. 
c) Os itens III e IV, apenas. 
d) Nenhum item está correto 
 Comentários Na atual conjuntura de precarização e subalternização do trabalho 
à ordem do mercado e de mudanças nas bases da ação social do Estado, as 
manifestações "questão social", matéria-prima da intervenção profissional dos 
assistentes sociais, assumem novas configurações e expressões, entre as quais 
destacamos a insegurança e vulnerabilidade do trabalho e a penalização dos 
trabalhadores, o desemprego, o achatamento salarial, o aumento da exploração do 
trabalho feminino, a desregulamentação geral dos mercados e outras tantas 
questões com as quais os assistentes sociais convivem cotidianamente: são 
questões de saúde pública, de violência, da droga, do trabalho da criança e do 
adolescente, da moradia na rua ou da casa precária e insalubre, da alimentação 
insuficiente, da ignorância, da fadiga, do envelhecimento sem recursos, etc. 
Situações que representam para as pessoas que as vivem, experiências de 
desqualificação e de exclusão social, e que expressam também o quanto a 
sociedade pode "tolerar" e banalizar a pobreza sem fazer nada para minimizá-la ou 
erradicá-la. 
Gabarito: C 
 
73- 2014- UFBA: UFBA: Serviço Social 
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Iamamoto e Carvalho compreendem a questão social como um problema social 
cuja resolução depende de ações imediatas dos(as) profissionais de Serviço Social. 
 Comentários. A solução da questão social irá ocorrer somente com o fim da 
sociedade capitalista. As bases serão as mesmas, a contradição entre o capital e o 
trabalho. O que vai alterar no contexto comtemporâneo são as expressões da 
questão social a depender do tempo e espaço. O assistente social sozinho não 
detém dessa força para o enfrentamento e resolução da questão social. 
Gabarito: Errada 
 
 
 
 
01. (2015) – CESPE - STJ: Analista Judiciário - Serviço Social 
Acerca da questão social e dos direitos de cidadania, julgue os próximos itens. 
Na atualidade, as políticas de enfrentamento da questão social expressam o 
reconhecimento da existência de problemas de cunho social por meio de políticas 
de amplo alcance e de caráter universal. 
 
02. (2015) – CESPE - STJ: Analista Judiciário - Serviço Social 
Acerca da questão social e dos direitos de cidadania, julgue os próximos itens. 
A questão social se configura a partir de determinantes históricos objetivos, sem 
interferência de dimensões subjetivas 
 
03. (2014) – CESPE - TJ-SE: Analista Judiciário - Serviço Social 
No que tange às áreas e demandas profissionais do assistente social, julgue o item 
subsequente. 
Questões sem comentário 
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A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite que se 
considere a inserção profissional do assistente social nos Poderes Legislativo e 
Judiciário, haja vista essas esferas não possuírem função executiva das políticas 
sociais públicas. 
 
04. (2013) - CESPE: MPU: Analista - Serviço Social 
Em relação à questão social e ao serviço social, julgue o item subsecutivo. 
A concepção de questão social predominante entre os profissionais de serviço 
social e delineada nas diretrizes curriculares é aquela que define a questão social 
como a um fato social. 
 
05. (2013) - CESPE: DEPEN: Serviço Social 
No que se refere às expressões da questão social na atualidade, seu enfrentamento 
e a intervenção crítica do serviço social, julgue os itens que se seguem. 
Com a acentuada expressão da questão social, dada a submissão das dimensões da 
vida social ao valor de troca, há o fortalecimento do discurso em torno da defesa 
dos direitos, pois quanto mais se destroem as condições de vida, maior é o apelo à 
valorização dos direitos. 
 
06. (2012) - CESPE: TJ-AL: Analista Judiciário - Serviço Social 
Com relação à questão social, assinale a opção correta. 
a) A lógica financeira do regime de acumulação, a qual tende a provocar crises e, 
consequentemente, recessão, consiste em uma das mediações históricas à 
produção da questão social na cena contemporânea. 
 b) De acordo com a perspectiva sociológica crítica, a questão social consiste em 
uma ameaça à ordem e à coesão, caracterizando-se como uma nova questão social. 
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 c) A questão social é um fenômeno recente, típico do esgotamento dos 
denominados trinta anos gloriosos da expansão capitalista. 
 d) A garantia dos direitos sociais à população pauperizada brasileira é assegurada 
pelas constantes mudanças nas relações entre Estado e sociedade civil, traduzidas 
na ampliação dos programas sociais em face da questão social. 
 e) Os conceitos de questão social e exclusão social são sinônimos, atribuindo, 
ambos, uma característica negativa — a falta de — ao termo social. 
 
07. (2012) - CESPE: MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social 
A relação entre questão social e direitos exige o reconhecimento do indivíduo 
social, com sua capacidade de resistência e conformismo frente às situações de 
opressão e de exploração vivenciadas. 
 
08. (2012) – CESPE - MPE-PI: Analista Ministerial - Serviço Social 
Os direitos com os quais as políticas públicas se identificam são os individuais, que 
se guiam pelo princípio da liberdade. 
 
09. (2012) - CESPE: MPE-PI:Analista Ministerial - Serviço Social 
No marco da teoria social crítica, a questão social é considerada um fenômeno 
recente, típico do trânsito do padrão de acumulação no esgotamento dos trinta 
anos gloriosos da expansão capitalista. 
 
10. (2010) - CESPE: INCA: Tecnologista Júnior - Assistência Social - Serviço Social 
Quanto ao debate sobre o serviço social e a questão social, julgue os itens a seguir. 
A emergência de discussões teoricamente fundadas data da década de 70 do século 
passado, sob a forma da denominada intenção de superação. 
 
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11. (2010) - CESPE: INCA: Tecnologista Júnior - Assistência Social - Serviço Social 
O agravamento da questão social, em face das particularidades do processo de 
reestruturação produtiva no Brasil determina uma inflexão no campo profissional 
provocada por novas demandas impostas pelo reordenamento do capital e do 
trabalho. 
 
12. (2010) - CESPE: MS: Assistente Social 
A pulverização da questão social resulta na atomização de suas múltiplas 
expressões, as várias questões sociais, em detrimento da perspectiva de unidade. 
 
13. (2008) - CESPE: TJ-DF: Analista Judiciário - Serviço Social 
De forma a dar respostas às demandas da questão social brasileira, a Constituição 
Federal vigente amplia e conquista novos direitos sociais, diferentemente das 
Constituições anteriores, em que estes eram instituídos apenas como aspecto 
derivado e secundário do regime econômico. 
14 . (2009) - CESPE - Ministério da Saúde: Assistente Social 
Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
Um dos equívocos que pode haver na análise das questões sociais é a perda da 
dimensão coletiva da questão social, atribuindo unilateralmente a 
responsabilidade aos indivíduos e(ou) às suas famílias pelas dificuldades 
vivenciadas. 
 
15 - 2009 - CESPE - Ministério da Saúde – Assistente Social 
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Alguns equívocos podem ocorrer na análise da questão social quando suas várias e 
diferenciadas expressões são desvinculadas de sua gênese comum. Tendo como 
referência esse assunto, julgue os itens a seguir. 
A pulverização da questão social resulta na atomização de suas múltiplas 
expressões, as várias questões sociais, em detrimento da perspectiva de unidade. 
 
Gabarito 
 
1 E 6 A 11 C 
2 E 7 C 12 C 
3 C 8 E 13 C 
4 E 9 E 14 C 
5 C 10 E 15 E 
 
 
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