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Prévia do material em texto

ACESSE AQUI ESTE 
MATERIAL DIGITAL!
CRISTIANA MONTIBELLERL
ORGANIZADORA
IRINÉIA RAQUEL VIEIRA
QUESTÃO 
SOCIAL E O 
SERVIÇO SOCIAL 
NO CAPITALISMO
Coordenador(a) de Conteúdo 
Joelma Bonetti
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Adrian Marcareli dos Santos
Alexandre Donzelli
Ellen Jeane
Juliana Duenha
Matheus Silva de Souza
Design Educacional
Bárbara Neves
Revisão Textual
Tatiane Schmitt Costa
Ilustração
Bruno Cesar Pardinho Figueiredo
Fotos
Shutterstock e Envato
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. MONTIBELLERL, Cristina.
Questão Social e o Serviço Social no Capitalismo / Cristiana 
Montibellerl; organizadora: Irinéia Raquel Vieira. - Florianópolis, SC: Arqué, 
2023.
224 p.
ISBN papel 978-65-6083-429-3
ISBN digital 978-65-6083-424-8
“Graduação - EaD”. 
1. Serviço Social 2. Capitalismo 3. EaD. I. Título. 
CDD - 360 
EXPEDIENTE
Centro Universitário Leonardo da Vinci.C397
FICHA CATALOGRÁFICA
165973
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou 
conceitos avançados, levando ao 
aprofundamento do que está sendo 
trabalhado naquele momento do texto. 
APROFUNDANDO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de filmes 
que se conectam com o 
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de livros 
que agregarão muito na 
sua vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão sobre o 
tema. Após o texto trazer a explicação, 
essa interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para que 
o estudante não fique com dúvidas 
sobre o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta 
de reflexão que pode ser apresentada 
por meio de uma frase, um trecho breve 
ou uma pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma 
linguagem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um 
conteúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e 
convidados, ampliando as 
discussões sobre os temas por 
meio de fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos 
audiovisuais. Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
4
147 U N I D A D E 3
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS SEUS CICLOS DE EFETIVAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . .148
AS POLÍTICAS SOCIAIS BRASILEIRAS E AS RESPECTIVAS DIMENSÕES HISTÓRICAS .168
AS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS DO ESTADO BRASILEIRO . . 196
7 U N I D A D E 1
SURGIMENTO DA QUESTÃO SOCIAL E SEU CONTEXTO HISTÓRICO . . . . . . . . . . . . 8
EXPRESSÕES CONTEMPORÂNEAS DA QUESTÃO SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30
REDISCUTINDO AS QUESTÕES SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DE UMA 
NOVA ORDEM SOCIETÁRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54
81 U N I D A D E 2
FUNDAMENTOS SÓCIO-HISTÓRICOS DO SERVIÇO SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . .82
O MUNDO CAPITALISTA E O SERVIÇO SOCIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .102
O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .122
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
MINHAS METAS
SURGIMENTO DA QUESTÃO SOCIAL 
E SEU CONTEXTO HISTÓRICO
Refletir sobre o surgimento e desenvolvimento do capitalismo. 
Analisar o contexto da Revolução Industrial. 
Verificar as duas perspectivas de compreensão do capitalismo - liberal e marxista. 
Compreender o vínculo da questão social aos processos de formação e desenvolvimento 
da classe operária. 
Discutir que o capitalismo se intensificou enquanto sistema econômico, fazendo emergir 
a globalização – mundialização da economia.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
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INICIE SUA JORNADA
Estudante, bem-vindo ao nosso Tema de Aprendizagem “SURGIMENTO DA 
QUESTÃO SOCIAL E SEU CONTEXTO HISTÓRICO”. Exploraremos os con-
ceitos básicos do surgimento e desenvolvimento do capitalismo, o liberalismo, o 
neoliberalismo e a relação com a questão social. Tais conceitos são fundamentais 
e moldaram a sociedade e a economia ao longo dos séculos, sua compreensão 
se faz relevante para o processo de formação profissional de futuros e futuras 
assistentes sociais.
Imagine que você é um assistente social recém-formado e foi designado para 
trabalhar em uma região afetada pela desigualdade socioeconômica e pelo im-
pacto do sistema capitalista. Ao iniciar seu trabalho, você se depara com uma 
realidade em que a classe trabalhadora enfrenta condições precárias de trabalho, 
baixos salários, falta de proteção social e desigualdades no acesso a serviços bá-
sicos. Além disso, você percebe a influência de políticas econômicas neoliberais 
que priorizam o mercado e a acumulação de capital em detrimento dos direitos 
e do bem-estar da população.
Diante dessa situação, surge a seguinte questão: como você, como assistente 
social, pode atuar para promover a justiça social, lutar pelos direitos dos traba-
lhadores e enfrentar os impactos negativos do capitalismo e do neoliberalismo 
na vida dessas pessoas?
Primeiramente, a análise dessa situação visa combater as disparidades so-
cioeconômicas que afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas. Ao lidar 
com as condições precárias de trabalho, os baixos salários e a falta de proteção 
social, o assistente social desempenha um papel essencial na busca por melhores 
condições de vida para a classe trabalhadora. 
Além disso, a abordagem dessa temática tem implicações de natureza macro. 
Ao questionar as políticas econômicas neoliberais, que priorizam o mercado em 
detrimento dos direitos e do bem-estar da população, o assistente social contribui 
para a defesa de políticas públicas mais justas e inclusivas. 
Ao longo deste tema, teremos a oportunidade de refletir sobre esses aspectos, 
entender as diferentes perspectivas e analisar como o capitalismo, o liberalismo 
e o neoliberalismo moldaram o mundo em que vivemos.
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Descubra,no nosso podcast, como o pensamento marxista trouxe à tona a ex-
ploração e desigualdade no sistema capitalista, e como suas teorias visam uma 
sociedade mais justa e igualitária. Aprofunde-se em reflexões sobre alienação, 
trabalho e a relação entre o socialismo e a igualdade social. Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .
PLAY NO CONHECIMENTO
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA O SURGIMENTO DA 
QUESTÃO SOCIAL
A questão social está profundamente ligada à his-
tória do surgimento e desenvolvimento do capita-
lismo. Essa conexão é crucial para entendermos os 
aspectos do mundo contemporâneo e nossa própria 
realidade. Durante a transição da Idade Média para a 
Idade Moderna, ocorreram mudanças significativas 
que afetaram diversos aspectos da sociedade, como economia, política, cultura 
e relações sociais.
Nesse período de transição, deixamos para trás a mentalidade medieval ba-
seada na fé e nas verdades reveladas, passando a adotar uma abordagem mais 
A questão social 
está profundamente 
ligada à história 
do surgimento e 
desenvolvimento do 
capitalismo 
VAMOS RECORDAR?
Assista ao vídeo A Pobreza e a Desigualdade Social, que aborda os desafios 
relacionados à pobreza e à desigualdade social, abordando as causas e 
consequências dessas questões complexas que afetam milhões de pessoas em 
todo o mundo. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem .
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racional e científica. O antigo teocentrismo, com o foco na teologia e no poder 
absoluto,deu lugar ao antropocentrismo, assim, o homem e sua razão ganharam 
destaque como centro do mundo.
Essas mudanças tiveram um impacto profundo nas estruturas sociais e 
nas relações humanas. O surgimento do capitalismo como sistema econômi-
co trouxe consigo novas formas de organização social, trabalho assalariado, 
desigualdades econômicas e lutas por direitos e justiça social. O pensamento 
iluminista, que valorizava a razão e a liberdade, desempenhou um papel im-
portante nessa transformação.
Ao compreendermos esses eventos históricos, somos capazes de analisar cri-
ticamente o mundo em que vivemos atualmente. Podemos refletir sobre como as 
estruturas e ideologias moldadas nesse período ainda influenciam as dinâmicas 
sociais, econômicas e políticas. Essa compreensão nos permite buscar soluções 
para os desafios sociais contemporâneos e trabalhar em prol de uma sociedade 
mais justa, igualitária e inclusiva.
Durante a transição da Idade Média para a Idade Moderna, surgiu um movi-
mento chamado Renascimento. Esse movimento valorizou a arte, a literatura e a 
ciência, rompendo com as tradições medievais. Na França, houve manifestações 
contra injustiças sociais, intolerância religiosa e privilégios do absolutismo.
O Renascimento estimulou o pensamento crítico e impulsionou descobertas 
científicas, influenciando a cultura e os movimentos sociais posteriores. Foi um 
período de renovação intelectual que promoveu mudanças significativas na 
sociedade da época.
No mesmo período, surgiu o Iluminismo, um movimento de pensamento que 
dominou aproximadamente os anos de 1700 a 1800, conhecido como o Século 
das Luzes. Esse movimento refletia a visão de mundo da burguesia intelectual 
europeia da época, que valorizava a razão e o progresso, em oposição à supers-
tição e à teologia.
O Iluminismo inspirou os ideais da Revolução Francesa de 1789, que buscava 
liberdade, fraternidade e igualdade. Esse movimento denunciava os erros e vícios 
do antigo regime feudal e absoluto, culminando na derrubada da monarquia ab-
soluta, tendo um papel importante ao estimular o pensamento crítico, questionar 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
as estruturas de poder e influenciar mudanças sociais significativas durante esse 
período histórico. No iluminismo, destaca-se Jean – Jacques Rousseau como 
um dos principais teóricos, tendo como ponto central de defesa um Estado de-
mocrático, com ênfase no bem comum e na vontade geral.
Naquela época, surgiu uma doutrina chamada Liberalismo. Seu principal 
defensor foi Adam Smith, um economista escocês (1723-1790). Smith criticava 
a intervenção estatal na economia e defendia um sistema em que a oferta e a 
demanda pudessem operar livremente, conhecido como laissez-faire (deixai 
fazer). Ele acreditava que essa liberdade econômica era guiada por uma força 
invisível, resultando no melhor funcionamento da economia e da sociedade. 
Segundo essa visão, o trabalho era considerado a verdadeira riqueza das nações, 
e o sistema econômico deveria ser impulsionado pela iniciativa livre dos em-
preendedores, burgueses e capitalistas. 
Nesse cenário, é interessante notar que a sociedade iluminista revelou uma 
contradição profunda na sociedade burguesa da época. Surgiu um tipo de do-
minação e exploração por parte dos burgueses, que estavam enriquecendo cada 
vez mais. Essa sociedade burguesa ambiciosa evidenciava de forma crescente a 
desigualdade e a exclusão social. Com o avanço do capitalismo, uma nova so-
ciedade urbana e industrial se consolidou, trazendo consequências inevitáveis. 
Nesse processo, a burguesia se tornou uma classe social dominante, consolidada 
pelo crescimento econômico.
Origem histórica da burguesia
Entre os séculos XI e XIV, a Europa vivia o feudalismo — sistema de organiza-
ção econômica baseado na posse de terras, na descentralização do poder e na 
produção para subsistência. Ou seja, o Estado era dividido em feudos em que 
os senhores feudais eram a principal autoridade. Nos feudos, a mobilidade so-
cial era inexistente, e as únicas classes sociais eram nobreza, clero e servos. A 
produção do feudo era apenas para subsistência, sem existir comércio ou uma 
moeda (MORAES, 2019).
APROFUNDANDO
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Nesse período histórico, o mundo passava por duas grandes revoluções que 
merecem destaque: Revolução Francesa e em seguida a Revolução Industrial. 
O objetivo central da Revolução Francesa era reestruturar completamente a 
sociedade, em todas as suas esferas, seguindo as novas ideias de igualdade social 
promovidas pelo Iluminismo. Por outro lado, a Revolução Industrial teve seu 
início na Inglaterra por volta de 1775 e se espalhou por toda a Europa. Ao mesmo 
tempo em que ocorria o crescimento econômico, uma quantidade alarmante de 
indivíduos, incluindo homens, mulheres e crianças, vivia em condições extre-
mamente desumanas e degradantes.
A Revolução Industrial foi um período marcado por mudanças econômicas e 
sociais significativas, no qual ocorreu a transição para um novo modo de produ-
ção capitalista. Esse processo foi caracterizado pela produção em larga escala para 
o mercado global, o uso extensivo de máquinas, a concentração de trabalhadores 
e a divisão social do trabalho.
Figura 1 – Greve dos operários em 1920, período da Revolução Industrial 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e2/JBN001479_-_Greves_de_oper%C3%A-
1rios%2C_promovidas_pela_Uni%C3%A3o_dos_Sindicatos_Oper%C3%A1rios.jpg. Acesso em: 26 set. 2023.
Descrição da Imagem: fotografia em preto e branco. Vê-se uma rua completamente ocupada por manifestantes, 
homens e mulheres. Há prédios ao redor, com pessoas nas sacadas e janelas. A multidão passa em frente ao prédio 
da redação de “O Século” - pode-se ver a fachada pintada com o nome do local. Fim da descrição.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Dessa forma, surge, efetivamente, o capitalismo, um sistema econômico e social 
distinto baseado no mercado. Ele se caracteriza pela posse privada dos meios de 
produção, tanto de forma individual como coletiva, pela utilização do trabalho 
assalariado e pelo acúmulo de capital. O capitalismo se fundamenta no controle, 
na antecipação e na exploração das oportunidades de mercado para obter lucro, 
além de fazer uso dos recursos técnicos e naturais disponíveis. 
O sistema capitalista começa a surgir com a decadência do sistema de pro-
dução vigente até então: o feudalismo. O feudalismo teve início no século V e 
durou até o século XV, quando o capitalismo começou a tomar forma. Você talvez 
se lembre das características do sistema feudal, mas vamos relembrar como ele 
funcionava e como o capitalismo começou a surgir no final desse período.
O feudalismo era um sistema com as organizações econômicas, políticas 
e sociais vigentes na Europa Ocidental da Idade Média, baseado na posse de 
terras e em estamentos. Estamentos eram classes sociais estáticas – não havia 
mobilidade – e isso significava que as pessoas nasciam e morriam perten-
cendo à mesma classe social.
As três classes no sistema feudal eram: nobreza, o clero e os servos.
Nobreza: era a classe mais alta, composta pelos proprietários de terras, os 
chamados senhores feudais. Os feudos eram grandes terras, concedidas pelo rei 
aos senhores feudais e onde estes tinham o poder absoluto; cada senhor feudal 
determinava as regras dentro dos seus feudos.
Clero: composto pelos membros da Igreja Católica – instituição mais po-
derosa do feudalismo. Nesse momento, a igreja não tinha apenas a função de 
evangelizar, ela exercia poderes na política e era grande proprietária de terras.
Servos: eram os trabalhadores dos feudos, eles não tinham direito à salários, 
trabalhavam em troca de lugar para viver e alimentação.
Aprofunde seus conhecimentos sobre revolução industrial acessando o site a 
seguir. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem .
EU INDICO
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A produção no feudalismo era caracterizada pela autossuficiência. Os feu-
dos produziam o que seriaconsumido no local, não havia comércio, tampouco 
moedas. Quando havia intercâmbio de mercadorias, trocavam-se produtos por 
produtos, e não produtos por dinheiro. Porém, com o crescimento populacional, 
o desenvolvimento das cidades e das atividades comerciais, surge a moeda para 
facilitar as trocas e ampliam-se as fontes de renda.
Nesse momento, surgem as feiras livres, que eram espaços nos quais as pes-
soas levavam seus produtos para comercializar – muito semelhantes às feiras que 
existem até hoje. Com o desenvolvimento da atividade comercial surge uma nova 
classe econômica chamada burguesia. Assim, se antes tínhamos uma sociedade 
de classes sociais estáticas, o surgimento da burguesia vem quebrar essas orga-
nizações econômicas e sociais, pois permitiu a mobilidade social daqueles que 
passaram a desenvolver atividades comerciais.
O comércio, diferente da organização feudal, estruturava-se no trabalho livre 
e assalariado. Essa mudança foi um dos principais acontecimentos para a tran-
sição da Idade Média para a Idade Moderna e da decadência do feudalismo e 
início da primeira fase do capitalismo (CARVALHO, 2018).
A classe trabalhadora politizou os problemas sociais, convertendo-os em 
expressões da questão social, em diversas manifestações da problemática social. 
Consequentemente, podemos observar que a questão social e suas manifesta-
ções eram denominadas, identificadas e definidas como: questões ou desarranjos 
sociais, uma vez que não eram abordadas a partir da perspectiva estrutural da 
sociedade capitalista.
No entanto, esse processo de politização e questionamento por parte da classe 
trabalhadora não ocorreu de maneira tranquila, gradual e amigável ao longo da 
história. Na verdade, as transformações em curso impulsionaram muitos estudio-
sos a se dedicarem cientificamente aos estudos sociais e, por meio de pesquisas, 
apresentarem evidências comparativas e comprovadas sobre a sociedade. Foi por 
essa necessidade que a sociologia se estabeleceu como uma ciência.
À medida que as ferramentas foram substituídas por máquinas, a energia 
humana foi substituída pela energia motriz e o modo de produção doméstico deu 
lugar ao sistema fabril, deu-se início ao processo de industrialização em escala 
global. Consequentemente, o capitalismo começou a surgir e atraiu a atenção de 
diversos economistas e sociólogos.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Havia teóricos e profissionais que tinham como preocupação organizar o 
processo de produção visando ao crescimento do capital, enquanto outros se 
dedicavam a analisar os resultados desse sistema, seu funcionamento e suas con-
sequências. Vamos agora conhecer alguns dos renomados mestres das Ciências 
Sociais que realizaram análises da sociedade da sua época:
 Auguste Comte 
O filósofo e matemático francês Auguste 
Comte (1798-1857), conhecido como o 
fundador do positivismo, uma abordagem 
científica do pensamento social.
 Karl Marx 
O filósofo e economista alemão Karl Marx 
(1818-1883) é conhecido por suas críticas e 
idealização do socialismo e do comunismo. 
 David Émile Durkheim 
O sociólogo francês David Émile Durkheim 
(1858-1917), reconhecido como fundador da 
Sociologia Moderna.
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 Max Weber 
O sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) 
desenvolveu o método compreensivo por meio 
da análise de processos históricos e sociais. 
A IMPORTÂNCIA DE KARL MARX PARA O SERVIÇO SOCIAL
Uma vez que ele começou a criticar de forma incisiva as práticas capitalistas, 
Marx apresentou como alternativa as teorias conhecidas como socialistas, uma 
vez que o objetivo central desse novo processo e sistema social era a coletivização 
dos bens de consumo e de produção.
Dessa forma, ao seguir a análise marxista do pensamento e interpretação 
social, podemos compreender que a questão social está intrinsecamente ligada 
aos processos de formação e desenvolvimento da classe trabalhadora, assim 
como ao seu envolvimento no cenário político da sociedade. Os conflitos re-
sultantes da relação entre capital e trabalho são fundamentais, uma vez que 
todas as expressões marcantes na sociedade surgem das relações de exploração 
e dominação capitalista.
A questão social é considerada da seguinte forma:
 “ A questão social não é senão as expressões do processo de formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário 
político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe 
por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no coti-
diano da vida social, da contradição entre o proletariado e a bur-
guesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além 
da caridade e repressão (IAMAMOTO; CARVALHO, 2005, p. 77). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Nas suas análises sobre a exploração capitalista, Marx (1848) destacou que, 
quando a relação de trabalho permite que o trabalhador receba uma remu-
neração menor do que o valor que ele produz, o capitalista, proprietário dos 
meios de produção, se apropria da parte não paga ao trabalhador. Esse valor, 
conhecido como lucro, resulta da diferença entre o valor produzido e o salário 
pago ao trabalhador, e é denominado mais-valia. 
A mais-valia representa o excedente, o lucro e a exploração que são evidentes no 
sistema capitalista, resultando na instauração da desigualdade social na sociedade.
Marx sustentava que o socialismo defende a busca pela igualdade social, em opo-
sição à desigualdade, exploração, alienação, pobreza e outras formas de exclusão 
social que são resultantes do capitalismo.
De acordo com a visão marxista, o processo de desenvolvimento capitalis-
ta é caracterizado pela produção de bens que não atendem adequadamente às 
necessidades humanas em termos de qualidade de vida. Essa dinâmica resulta 
em uma desvalorização e alienação do ser humano no processo de trabalho, no 
qual a força e a energia são direcionadas para tarefas repetitivas e monótonas, 
em detrimento do pensamento crítico.
Nesse contexto, o principal objetivo do sistema capitalista é a obtenção de 
lucro, levando à produção de mercadorias desnecessárias e promovendo um 
consumo irracional e desvinculado de uma lógica e racionalidade. Essa aborda-
gem acaba gerando desigualdade social, exploração e exclusão, além de causar 
impactos negativos ao meio ambiente devido à exploração desenfreada dos re-
cursos naturais.
O trabalho, que deveria ser voltado para o benefício coletivo e garantir uma 
vida digna tanto para as pessoas como para o ambiente, acaba sendo utiliza-
do para enriquecer uma minoria privilegiada. A busca por satisfação pessoal e 
criatividade é substituída por um processo de alienação, no qual as pessoas são 
conduzidas a tarefas repetitivas e desprovidas de significado, resultando em falta 
de crítica e conformidade. Os efeitos desse sistema são a busca desmedida pelo 
lucro, o consumo excessivo e a destruição, revelando um sistema no qual a alie-
nação se torna presente para atender às necessidades do mercado em detrimento 
do bem-estar humano e do equilíbrio ambiental.
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O CAPITALISMO NEOLIBERAL E SEUS IMPACTOS NO ESTADO
Nessa ótica, com o avanço do modo de produção capitalista, ao chegarmos nos 
séculos XIX e XX, temos o surgimento do desemprego nos países considerados 
desenvolvidos, surge o desemprego como resultado de diversas transformações. 
O mercado se globaliza, levando ao surgimento de uma concorrência intensa. 
Além disso, o capital produtivo passa a ter uma organização mais complexa. 
Nesse contexto, ocorre um movimento neocolonial motivado pela necessidade 
de encontrar territórios ricos em matéria-prima capazes de abastecer a economia 
e de investir capitais excedentes. Esse movimento também visa solucionar os 
desafios relacionados ao crescimento populacional e à necessidade de mão de 
obra numerosa e de baixo custo.
Com a efervescência de complexos 
industriais e empresas multinacionais, 
além do desenvolvimento das indús-
trias química e eletrônica, os avanços 
da automação, da robótica e da enge-
nharia genéticasão introduzidos ao 
processo produtivo, que possui uma 
dependência inferior de mão de obra 
e cada vez maior de alta tecnologia. 
Nessa conjuntura, também teremos 
o surgimento dos grandes complexos 
financeiros, o enfraquecimento do 
poder do Estado, além da gênese das 
privatizações, essas características dão 
origem ao neoliberalismo.
Aprofunde seus conhecimentos acerca da relação do serviço social com o mar-
xismo a partir da leitura do artigo: Marx, marxismos e Serviço Social. Recursos de 
mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
De acordo com os neoliberais, o Estado não deve desempenhar funções assis-
tencialistas, pois isso resultaria em uma sociedade excessivamente administrada 
e contrária aos princípios liberais. Em vez disso, acredita-se que a sociedade civil 
deve assumir a responsabilidade de encontrar novas soluções para seus proble-
mas, enquanto ao Estado cabe a tarefa de garantir a aplicação da lei e equilibrar 
e incentivar as iniciativas da sociedade civil. A posição neoliberal busca reduzir 
ao máximo o poder e a intervenção do Estado, limitando suas atribuições à re-
pressão de distúrbios sociais ou ameaças à ordem pública.
No contexto e no pensamento neoliberal, o papel do Estado é estimular o 
investimento do capital, garantindo e preservando os lucros diante das flutua-
ções do mercado. Especialmente em tempos de crise, o Estado investe o mínimo 
necessário em políticas sociais, concentrando-se principalmente em manter um 
ambiente favorável aos negócios e estimular o setor privado. no pensamento 
neoliberal, o papel do Estado é estimular o investimento do capital, garantindo 
e preservando os lucros diante das flutuações do mercado. Especialmente em 
tempos de crise, o Estado investe o mínimo necessário em políticas sociais.
No pensamento neoliberal, o papel do Estado é estimular o investimento do 
capital, garantindo e preservando os lucros diante das flutuações do mercado. 
Especialmente em tempos de crise, o Estado investe o mínimo necessário em 
políticas sociais.
1
1
Dessa forma, podemos observar que o neoliberalismo adota estratégias de 
desenvolvimento que estão alinhadas de forma manipuladora e consistente com 
o sistema capitalista. Seu objetivo é promover o crescimento abundante do sis-
tema capitalista, perpetuando assim os processos de exploração e dominação. O 
neoliberalismo se encontra em consonância com outros setores da sociedade, 
como o setor público estatal e a sociedade civil organizada, em busca de interesses 
e objetivos compartilhados dentro desses contextos econômico e social.
NOVOS DESAFIOS
Chegamos à etapa final do nosso tema de aprendizagem, em que podemos es-
tabelecer conexões entre todo o conhecimento construído até agora e o campo 
do Serviço Social. 
O Serviço Social é uma profissão que tem como objeto central a interven-
ção nas expressões da questão social. Diante das desigualdades sociais e das 
demandas colocadas pelo mercado de trabalho, o Serviço Social desempenha 
um papel fundamental na busca por soluções e na promoção de uma sociedade 
mais justa e igualitária.
Ao analisarmos os fatores históricos, econômicos, políticos, sociais e culturais 
que contribuíram para o surgimento da questão social, podemos identificar a im-
portância do Serviço Social como um campo profissional que atua diretamente 
na compreensão e enfrentamento desses desafios. A profissão está comprometida 
em compreender as condições estruturais que geram desigualdades e exclusão, 
buscando alternativas para superá-las.
No mercado de trabalho atual, as demandas e situações-problemas apre-
sentadas requerem uma abordagem crítica e reflexiva, que considere tanto os 
aspectos teóricos como as necessidades práticas. O Serviço Social atua de forma 
interdisciplinar, integrando teorias, políticas públicas, metodologias e práticas 
de intervenção social para promover a inclusão, a autonomia e a cidadania das 
pessoas atendidas.
Diante das contradições do sistema capitalista e das desigualdades presentes 
no mercado de trabalho, a profissão valoriza o trabalho coletivo, a participação 
social e a construção de redes de apoio, visando fortalecer as capacidades indi-
viduais e coletivas para a transformação social.
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Além disso, o Serviço Social também desempenha um papel importante 
na formação e no acompanhamento dos trabalhadores, ajudando a identificar 
suas potencialidades, desenvolver habilidades e enfrentar os desafios do mer-
cado de trabalho atuando na orientação profissional, na mediação de conflitos, 
na promoção do empoderamento e na busca por alternativas de geração de 
renda e trabalho digno.
Portanto, ao olhar-
mos para o mercado de 
trabalho e suas perspec-
tivas, é fundamental re-
conhecer a contribuição 
do Serviço Social como 
uma área de conheci-
mento e intervenção 
que busca enfrentar as 
desigualdades sociais e 
promover a justiça so-
cial. O Serviço Social 
atua como um agente 
de transformação, bus-
cando soluções para as 
situações-problemas 
propostas no início do 
tema de aprendizagem, 
tanto na esfera indivi-
dual como na coletiva.
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1. Procurando compreender a evolução do liberalismo, doutrina político-econômica surgida 
na Europa, especificou-se um novo termo chamado neoliberalismo, sendo uma adaptação 
da doutrina às novas condições do capitalismo a partir de 1938, com a liberdade econômica 
das empresas e as leis. Podemos constatar que a concepção marxista se diferencia e muito 
da concepção liberal, sobre a concepção do capital, do sistema de produção e reprodução 
capitalista e da sociedade de mercado se tornam indiscutíveis.
Qual é a diferença entre os termos liberalismo e neoliberalismo econômico?
2. A globalização é um assunto que se encontra em destaque nos meios de comunicação e, 
principalmente, nos livros de Geografia. No entanto, muitas análises relacionadas ao tema 
são pouco esclarecedoras e acabam gerando certa dificuldade de compreensão acerca 
do assunto.
O processo de globalização é um fenômeno do modelo econômico capitalista, o qual con-
siste na mundialização do espaço geográfico por meio das interligações econômicas, polí-
ticas, sociais e culturais em âmbito planetário. Porém, esse processo ocorre em diferentes 
escalas e possui consequências distintas entre os países, sendo as nações ricas as principais 
beneficiadas pela globalização, pois, dentre outros fatores, elas expandem seu mercado 
consumidor por intermédio das suas empresas transnacionais.
O desenvolvimento e a expansão dos sistemas de comunicação por satélite, informática, 
transportes e telefonia proporcionaram os aparatos técnico e estrutural para a intensifica-
ção das relações socioeconômicas em âmbito mundial. Esse processo é uma consequên-
cia da Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Cientí-
fico-Informacional, uma vez que, por meio dos avanços tecnológicos obtidos, foi possível 
promover maiores integrações econômica e cultural entre regiões e países de diferentes 
pontos do planeta.
Descreva algumas características do capitalismo, antes e depois da globalização.
AUTOATIVIDADE
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3. A questão social está intrinsecamente vinculada com a história do surgimento e desen-
volvimento do capitalismo, visto o desenrolar dos acontecimentos que mudaram o curso 
da história da humanidade. Por isso precisamos conhecer o passado para compreender e 
refletir sobre aspectos do cenário contemporâneo mundial e da nossa própria realidade.
O surgimento do capitalismo está relacionado com alguns movimentos e revoluções que 
fazem parte da história da humanidade. Diante disso, assinale a alternativa que não contém 
um dos movimentos que fazem parte desse processo de transição da história da humani-
dade nesse período: 
a) Renascimento. 
b) Iluminismo.
c) Revolução Francesa.
d) Revolução Industrial.
e) Revolução digital.
4. A Revolução Industrial teve início na Inglaterra,emergindo aproximadamente em 1775 e 
se espalhando por toda a Europa. Concomitantemente com o crescimento econômico, 
crescia também um número exorbitante de homens, mulheres e crianças em situações 
desumanas e degradantes 
Com relação à Revolução Industrial, analise as afirmativas a seguir:
I - Era um retrocesso social, tendo em vista as condições desumanas a que os trabalhadores 
eram submetidos em toda a Europa.
II - Vários movimentos de trabalhadores começaram a eclodir, pois começaram a negar a 
manutenção do poder burguês, a criticar a crise econômica, a exigir melhores condições 
sociais, econômicas e políticas a favor da democracia e cidadania.
III - Caracterizou-se como um processo histórico das transformações econômica e social, 
através do qual um novo modo de produção capitalista passa a dominar a sociedade.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
AUTOATIVIDADE
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5. Assim, percebiam e consideravam todos os problemas sociais como desvios de conduta 
que estavam vinculados e relacionados com a cultura, a moral, a religião, a família, a pró-
pria pessoa. Dessa forma, a pobreza era relacionada a causas individuais e psicológicas, 
pensava-se o pauperismo como mendicância e como crime, e assim a repressão se institui 
como forma de tentar harmonizar a sociedade da época.
O trecho trazido corresponde ao seguinte:
a) Questão social.
b) Reprodução social.
c) Mazelas sociais.
d) Problemas sociais.
e) Riscos sociais.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, T. de. A origem do sistema capitalista. Politize. 2018. Disponível em: https://www.
politize.com.br/sistema-capitalista-origem/. Acesso em: 10 jul. 2023.
IAMAMOTO, M.; CARVALHO, R. de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma 
interpretação histórico-metodológica. Cortez Editora, 2005.
MORAES, I. Burguesia: quem é e qual sua origem? Politize. 2019. Disponível em: https://www.
politize.com.br/burguesia/. Acesso em: 10 jul. 2023.
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1. Liberalismo e neoliberalismo econômico são termos relacionados, mas distintos, que 
descrevem diferentes abordagens para a economia e a organização da sociedade. Vamos 
explicar a diferença entre eles:
Liberalismo Econômico: o liberalismo econômico é uma teoria que defende a liberdade in-
dividual e a não intervenção do Estado na economia. Seus princípios fundamentais incluem 
a livre concorrência, o livre mercado e a ideia de que as forças do mercado, como a oferta 
e a demanda, devem determinar preços e a alocação de recursos.
Principais características do liberalismo econômico: 
• Livre mercado: os preços e a produção são determinados pelo livre jogo da oferta e da 
demanda, sem intervenção governamental.
• Mínima intervenção estatal: o Estado deve ter um papel limitado na economia, concen-
trando-se principalmente em garantir a segurança, a estabilidade jurídica e a proteção de 
direitos de propriedade.
• Individualismo: valoriza os direitos individuais e a liberdade de escolha dos cidadãos, 
incluindo a liberdade de empreender e acumular riqueza.
Neoliberalismo Econômico:
O neoliberalismo econômico é uma corrente derivada do liberalismo clássico que surgiu na 
segunda metade do século XX. Ele compartilha algumas ideias com o liberalismo econômico, 
mas também incorpora certas mudanças e adaptações no contexto moderno.
Principais características do neoliberalismo econômico:
• Ênfase na desregulamentação: os defensores do neoliberalismo muitas vezes apoiam 
a redução de regulamentações governamentais sobre empresas e mercados, a fim de 
aumentar a eficiência e a competitividade.
• Privatização: defende a transferência de empresas e serviços públicos para o setor privado, 
com o argumento de que a gestão privada é mais eficiente do que a estatal.
• Abertura comercial e financeira: defende a liberalização do comércio internacional e a 
integração dos mercados financeiros globais.
• Austeridade fiscal: sugere políticas de controle de gastos públicos, redução da dívida 
governamental e equilíbrio orçamentário.
Em resumo, o liberalismo econômico é uma abordagem mais ampla que defende a liberdade 
individual e a mínima intervenção do Estado na economia, enquanto o neoliberalismo econô-
mico é uma evolução desse pensamento que enfatiza a desregulamentação, a privatização 
e a abertura econômica. Ambos têm sido influentes na formulação de políticas econômicas 
em diversos países ao longo da história.
GABARITO
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2. Características do capitalismo depois da globalização:
Globalização econômica: a globalização trouxe uma maior integração dos mercados e das 
economias em escala mundial. Empresas expandiram suas operações para outros países, 
buscando mercados mais amplos, custos de produção mais baixos e vantagens competitivas.
Desregulamentação: com a globalização, muitos países adotaram políticas de desregula-
mentação e liberalização econômica para atrair investimentos estrangeiros e promover o 
comércio internacional
Avanços tecnológicos: a revolução tecnológica acelerou a globalização, permitindo um 
rápido fluxo de informações, comunicação instantânea e maior interconexão entre pessoas, 
empresas e mercados em diferentes partes do mundo.
Cadeias de suprimentos globais: a produção se tornou mais fragmentada, com empresas 
dividindo diferentes etapas do processo produtivo em várias localidades, buscando eficiência 
e redução de custos.
Livre comércio e blocos econômicos: acordos de livre comércio e a formação de blocos 
econômicos regionais facilitaram o fluxo de bens e serviços entre países, reduzindo bar-
reiras comerciais.
Hegemonia do capital financeiro: o setor financeiro ganhou maior proeminência na eco-
nomia global, com o aumento de investimentos internacionais, especulação financeira e 
mobilidade de capitais.
É importante ressaltar que o processo de globalização tem sido objeto de debates e críticas, 
pois, apesar dos benefícios econômicos, também pode levar a desigualdades, exploração 
e perda de autonomia para alguns países e grupos sociais.
3. Opção E.
Enquanto os outros movimentos (Renascimento, Iluminismo, Revolução Francesa e Revolução 
Industrial) têm um papel significativo no processo de transição da história da humanidade e 
no desenvolvimento do capitalismo, a “Revolução digital” é um termo mais moderno e não faz 
parte do processo de surgimento inicial do capitalismo. A Revolução Digital se refere a avan-
ços tecnológicos recentes relacionados à tecnologia da informação e comunicação, como 
a disseminação da internet, computadores pessoais e dispositivos móveis. Embora tenha 
tido um impacto profundo na economia global e na sociedade em geral, sua conexão com o 
surgimento inicial do capitalismo é indireta e posterior aos outros movimentos mencionados.
GABARITO
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4. Opção E.
I. Verdadeira. A Revolução Industrial trouxe profundas mudanças na sociedade, mas tam-
bém resultou em condições de trabalho desumanas para muitos trabalhadores em toda a 
Europa. A exploração e a falta de regulamentação nas fábricas e indústrias levaram a longas 
jornadas de trabalho, salários baixos, más condições de trabalho e falta de proteção social.
II. Verdadeira. Com o surgimento do trabalho assalariado e as condições precárias en-
frentadas pelos trabalhadores durante a Revolução Industrial, diversos movimentos de 
trabalhadores começaram a surgir, buscando melhorias nas suas condições sociais e 
econômicas, bem como a defesa dos seus direitos políticos e cidadania. Esses movimentos 
foram importantes para a luta pelos direitos trabalhistas e para o surgimento das ideias de 
democracia e justiça social.
III. Verdadeira. A Revolução Industrial foi, de fato, um processo histórico das transforma-
ções econômica e social de grande magnitude. Representou a transição de uma economia 
agrária e baseada no artesanato para um novo modo de produção capitalista, em que as 
indústrias e as máquinas passaram a desempenhar um papel central na produção de bens. 
Essa transformação alterouprofundamente as relações sociais, as formas de trabalho e a 
organização da sociedade.
5. Opção A.
O trecho se refere à “questão social”.
A “questão social” é um conceito sociológico e histórico que surgiu durante o século XIX, 
especialmente no contexto da Revolução Industrial. Refere-se ao conjunto de problemas 
sociais decorrentes das desigualdades e injustiças geradas pelo sistema capitalista emer-
gente e pelas transformações sociais e econômicas da época. Nesse contexto, a pobreza, 
a miséria, as más condições de trabalho, a falta de proteção social e outras mazelas eram 
consideradas desvios de conduta atribuídos a causas individuais, morais, religiosas, familiares 
e pessoais. A “questão social” também estava relacionada à emergência das classes sociais 
e ao crescimento das cidades industriais, que ampliaram a desigualdade e a exploração.
A abordagem predominante naquela época culpava os indivíduos pobres por suas condições 
de vida precárias e acreditava que a repressão e a caridade eram as formas de lidar com essas 
questões, buscando harmonizar a sociedade. Somente mais tarde, com o desenvolvimento 
da teoria social e dos movimentos trabalhistas, surgiram novas perspectivas que destacaram 
a dimensão estrutural e sistêmica da questão social e a importância de políticas públicas e 
mudanças sociais para enfrentá-la.
GABARITO
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MINHAS METAS
EXPRESSÕES CONTEMPORÂNEAS
DA QUESTÃO SOCIAL
Identificar as diversas expressões da questão social em diferentes sociedades.
Analisar criticamente as novas expressões da questão social.
Refletir sobre a questão social.
Compreender a abrangência da questão social.
Debater o conceito de “nova questão social”.
Entender o conceito de “nova questão social”.
Conhecer soluções e estratégias para enfrentar os desafios da questão social.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Em um cenário de diversidade e multifacetada manifestação da questão social 
em diferentes sociedades, como os assistentes sociais podem enfrentar os desa-
fios de identificar e analisar as novas expressões da questão social presentes na 
sociedade atual?
Como essa compreensão mais ampla da questão social e suas diversas mani-
festações podem contribuir para a efetividade das intervenções sociais, conside-
rando a variação de situações e contextos sociais?
Pois bem, nessa conversa, abordaremos a diversidade da questão social e 
examinaremos como ela se manifesta de maneira variada e multifacetada em 
diferentes sociedades. Analisaremos a descrição de novas expressões da questão 
social presentes na sociedade, o que nos permitirá ampliar nossa compreensão 
sobre a amplitude da questão social e suas manifestações, que podem variar con-
forme a situação e o contexto social. Além disso, refletiremos sobre o conceito 
de “nova questão social”, termo que tem sido empregado por alguns autores para 
caracterizar fenômenos emergentes.
Assim, teremos a oportunidade de explorar diversos aspectos da questão 
social e refletir sobre seu enfrentamento. Prepare-se para uma jornada de co-
nhecimento e reflexão sobre as expressões da questão social e sua compreensão 
pelo serviço social. Vamos começar!
Você já se questionou sobre as diversas faces da sociedade que nos cercam? As 
expressões da questão social estão por toda parte, desde as ruas movimenta-
das até as políticas que moldam nossa realidade. Junte-se a nós no nosso novo 
podcast, “Questão social em foco”! Nesse programa, exploraremos as diferentes 
dimensões da questão social, mergulhando nas complexidades econômicas, po-
líticas, ambientais e culturais que moldam o nosso mundo. Venha se conectar, re-
fletir e inspirar a mudança! Sintonize-se e descubra as vozes que estão moldando 
a conversa sobre a nossa sociedade! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem .
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
VAMOS RECORDAR?
Ao analisar o surgimento da questão social e seu contexto histórico, destacamos 
alguns conceitos fundamentais do surgimento e desenvolvimento do capitalismo, o 
papel do liberalismo e neoliberalismo, e como essas ideias moldaram a sociedade 
e a economia ao longo dos séculos.
Lembramos que, como futuro assistente social, compreender essas influências 
é crucial para o nosso desenvolvimento profissional. Imaginamos a situação em 
que você, como assistente social recém-formado, foi designado para trabalhar em 
uma região afetada pela desigualdade socioeconômica e pelo impacto do sistema 
capitalista. Nesse cenário, você se deparou com desafios como as condições 
precárias de trabalho, baixos salários, falta de proteção social e desigualdades no 
acesso a serviços básicos.
Diante dessa realidade, destacamos a importância de analisar as disparidades 
socioeconômicas e o impacto das políticas neoliberais, que priorizam o mercado 
em detrimento dos direitos e bem-estar da população. Refletimos sobre como 
sua atuação como assistente social pode ser fundamental para promover a justiça 
social, lutar pelos direitos dos trabalhadores e enfrentar os efeitos negativos do 
capitalismo e do neoliberalismo na vida das pessoas.
Vamos seguir adiante com entusiasmo, preparados para enfrentar novos desafios e 
ampliar nossos horizontes no campo do serviço social. Conto com sua dedicação e 
engajamento para continuarmos crescendo juntos nessa jornada acadêmica.
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
ALGUMAS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
Com frequência, a questão social é equivocadamente percebida como uma sé-
rie de desafios e dificuldades sociais, por exemplo: a pobreza, o desemprego, a 
violência, a mendicância, as favelas, as doenças, a exploração de crianças e ado-
lescentes, a discriminação, a pedofilia, o analfabetismo, a dependência química, 
e muitas outras situações. 
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Entretanto, é crucial compreender que todas essas ocorrências são meras 
manifestações da questão social em si. A questão social é, na verdade, um tópico 
extenso, um objeto de estudo, análise e debate, que pode englobar um ou vários 
elementos. Trata-se de um campo de estudo voltado a compreender e abordar os 
problemas que impactam a sociedade em suas diversas dimensões econômicas, 
políticas, culturais e sociais.
Em síntese, a questão social não se resume a uma lista de problemas sociais, 
mas sim a uma área de estudo que visa entender as raízes e as implicações desses 
problemas, buscando soluções e intervenções que promovam a justiça social e 
melhorem as condições de vida das pessoas afetadas. É um tema complexo que 
requer uma análise cuidadosa e uma abordagem abrangente para lidar com suas 
variadas expressões na sociedade.
A base fundamental do Serviço Social é a questão social, que constitui a 
essência de sua atuação como especialização do trabalho. Nesse sentido, a atua-
ção profissional deve ser direcionada para enfrentar as diversas manifestações 
da questão social.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Como as expressões são manifestadas ou, até mesmo, que expressões são essas 
sob o ponto de vista e olhar do Serviço Social?
As expressões da questão social do ponto de vista econômico se destacam pelos 
seguintes elementos:
A QUESTÃO DO CAPITALISMO DIGITAL
Sistema econômico impulsionado pela tecnologia da informação e pelos dados, que 
cria riqueza e inovação, mas também gera preocupações sociais, como desigualdade 
econômica e questões de privacidade.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
A QUESTÃO DA SOCIEDADE TECNOLÓGICA
Apresenta desafios sociais, como dependência excessiva de tecnologia, preocupações 
com privacidade e desigualdades econômicas decorrentes da automação.
A QUESTÃO GLOBALIZAÇÃO
Ampliação das desigualdades econômicas entre nações e grupos dentro delas, a per-
da de empregos devido à competição global e preocupações com a homogeneização 
cultural e a perda de identidades culturais locais.
A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Potencial para a exclusão digital, assim, pessoas com menos acesso à tecnologia são 
deixadas paratrás, e preocupações com privacidade devido à coleta de dados em 
larga escala.
A QUESTÃO DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO ECONÔMICO
Desenvolvimento e crescimento econômico podem ter impactos sociais negativos, in-
cluindo desigualdade, exclusão, degradação ambiental, pressão nos serviços públicos 
e mudanças culturais.
A QUESTÃO JUSTIÇA SOCIAL
A falta de justiça social no âmbito econômico resulta em desigualdades de renda, ex-
clusão social e tensões na sociedade.
As expressões trazidas representam o aumento das disparidades sociais, compe-
tição intensa, exclusão social, falta de acesso a novas tecnologias, marginalização 
digital, mal-estar social e prosperidade econômica, novas manifestações sociais, 
expansão de situações de risco e vulnerabilidade, exploração de países periféricos 
e força de trabalho, negligência ética, prejuízo aos valores humanos e sociais, 
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individualismo, intolerância insegurança social, crescimento da exploração, desi-
gualdade social, concentração de renda, aumento da pobreza, consumo alienado 
e inconsciente, prostituição, turismo sexual e tráfico de mulheres. 
Vejamos agora como se apresentam do ponto de vista político.
No campo político, nos deparamos com um tema que tem sido objeto de 
discussão desde as antigas civilizações, como a grega, dentre outras: a política, a 
organização e o funcionamento do Estado, que parecem representar um obstá-
culo social, incapaz de alcançar plenamente o bem comum. Isso é evidente no 
Brasil, onde os esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção em todas as esferas 
do poder público têm revelado o quanto as pessoas priorizam seus interesses 
individuais em detrimento dos interesses coletivos.
No que se refere às expressões da questão social do ponto de vista político, 
destaca-se:
 A Questão Estado 
Problemas, desafios e aspectos relacionados 
à atuação, eficácia e ética do governo em 
uma sociedade, incluindo questões como 
corrupção, privatizações, falta de participação 
social e enfraquecimento do estado-nação.
 A Questão Política 
Desafios, debates e dinâmicas relacionados à 
governança, liderança e tomada de decisões 
em uma sociedade. Isso engloba temas 
como sistemas políticos, partidos políticos, 
ideologias, eleições, participação cívica e 
políticas públicas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
 A Questão Política Social 
Concentra-se em como o governo e as 
instituições políticas abordam as expressões 
da questão social, como saúde, educação, 
moradia, emprego e igualdade, através de 
políticas e programas específicos.
 A Questão Participação Social 
O envolvimento ativo e significativo dos 
cidadãos em processos políticos e tomadas 
de decisões que afetam suas vidas e 
comunidades, a falta de participação social 
pode perpetuar e aprofundar os problemas 
sociais em uma sociedade.
O trabalho, a renda e o salário têm sido temas de destaque nas discussões da 
população, com todos vivenciando a natureza polissêmica e multifacetada do 
trabalho, em que a desvalorização profissional e a noção de “inúteis” estão se 
tornando cada vez mais comuns. As expressões da questão social do ponto de 
vista trabalho destacam-se:
A QUESTÃO TRABALHO
Refere-se a um conjunto de problemas, desafios e conflitos sociais que surgem em decorrên-
cia das relações entre trabalhadores, empregadores e o sistema econômico. 
A QUESTÃO SOCIEDADE SALARIAL
Refere-se aos desafios e conflitos que surgem no contexto de uma sociedade em que o tra-
balho assalariado é predominante, incluindo questões relacionadas às condições de trabalho, 
desigualdade, proteção social e conflitos de classe.
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A QUESTÃO CONDIÇÃO HUMANA
Fundamentalmente centrada no ser humano e em sua dignidade, considerando os aspectos 
sociais, econômicos, culturais e políticos que influenciam a vida das pessoas.
A QUESTÃO SEGURIDADE SOCIAL
Envolve uma série de desafios e questões relacionadas à proteção e bem-estar dos indivíduos 
e comunidades, abordando áreas como saúde, previdência social e assistência social. 
A questão ambiental e suas consequências resultantes do não desenvolvimen-
to sustentável destacam a necessidade urgente de uma transformação social, 
mudança de valores, visão de mundo e padrões de consumo cada vez mais 
comuns. Assim, as expressões da questão social do ponto de vista ambiental 
são constituídas por:
1 . A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Busca por um crescimento econômico e social que não prejudique os recursos naturais 
e o meio ambiente, visando atender às necessidades das gerações atuais sem com-
prometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às próprias necessidades.
2 . A QUESTÃO AMBIENTAL
Preocupações, desafios e problemas relacionados à preservação e proteção do meio 
ambiente. Ela aborda questões como poluição, degradação do ecossistema, mudan-
ças climáticas, conservação da biodiversidade e o impacto das atividades humanas 
no planeta.
3 . A QUESTÃO SUPERPOPULAÇÃO
Fenômeno de uma população humana crescente em um ritmo que pode exceder a 
capacidade do ambiente de fornecer recursos naturais e serviços ecossistêmicos de 
maneira sustentável.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
4 . A QUESTÃO TERRITÓRIO/ HABITAÇÃO
Desafios relacionados à ocupação do espaço geográfico e ao acesso a moradias ade-
quadas. Envolve questões como urbanização, planejamento urbano, distribuição de 
terras, habitação digna, infraestrutura urbana, deslocamento de populações e questões 
ligadas à qualidade de vida nas áreas urbanas e rurais.
5 . A QUESTÃO REFORMA AGRÁRIA
Processo de redistribuição de terras para corrigir desigualdades na posse da terra, pro-
mover a agricultura sustentável e melhorar as condições de vida dos agricultores e 
trabalhadores rurais.
Figura 1 – Desmatamento / Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-aerea-da-pilha-de-
lenha-1268076/. Acesso em: 27 set. 2023. 
Descrição da Imagem: fotografia aérea de uma área desmatada, são vistas inúmeras pilhas de madeira, que 
formam passagens obstruídas por fumaça. Fim da descrição.
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As expressões da questão social sob o ponto de vista do direito, da justiça, da 
liberdade e proteção social:
1 . A QUESTÃO SEGURIDADE SOCIAL
Sistemas e políticas públicas que visam proteger e apoiar os indivíduos e famílias em 
situações das vulnerabilidades econômica e social. 
2 . A QUESTÃO SAÚDE
Promoção, prevenção e tratamento da saúde física e mental das populações, envol-
vendo o acesso a serviços de qualidade e políticas de saúde pública para garantir o 
bem-estar das pessoas e comunidades.
3 . A QUESTÃO PREVIDÊNCIA SOCIAL
Sistemas de proteção financeira e de segurança social que fornecem benefícios e apoio 
financeiro a indivíduos em momentos de aposentadoria, invalidez, doença, maternidade 
e outros eventos que possam afetar sua capacidade de trabalho.
4 . A QUESTÃO ASSISTÊNCIA SOCIAL
Políticas e programas governamentais que oferecem apoio econômico e assistência 
a indivíduos e famílias em situações de vulnerabilidade e necessidade. Isso abrange 
ajuda financeira, alimentos, moradia, cuidados de saúde e outros serviços destinados a 
melhorar a qualidade de vida e promover a inclusão social.
5 . A QUESTÃO DOS DIREITOS SOCIAIS A IMIGRANTES
Discussão sobre os direitos e o acesso a serviços sociais, como saúde, educação, mo-
radia e trabalho, para os indivíduos que se mudaram para outro país em busca de opor-
tunidades ou asilo. Envolve considerações sobre a igualdade de tratamento, a proteção 
dos direitos humanos e a integração de imigrantes nas comunidades de acolhimento.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
6 . A QUESTÃO EDUCAÇÃO
Aspectos relacionados à educação, incluindo o acesso a oportunidades educacionais, a 
qualidade do ensino, currículos escolares, financiamento da educação, treinamento de 
professores e políticas educacionais.
7 . A QUESTÃO DA INCLUSÃO SOCIAL
Esforços e políticas destinados a garantir que todos os membros da sociedade, inde-
pendentemente de sua origem, identidade, capacidades ou condiçãosocioeconômi-
ca, tenham igualdade de oportunidades e participem plenamente nas vidas social, 
econômica e política.
8 . A QUESTÃO SEGURANÇA
Preocupações, estratégias e políticas relacionadas à proteção das pessoas, proprie-
dades e comunidades contra riscos, ameaças e crimes. Ela abrange áreas, como segu-
rança pública, defesa nacional, segurança cibernética e segurança pessoal.
9 . A QUESTÃO PROTEÇÃO SOCIAL
Políticas e medidas adotadas por governos e instituições para garantir a proteção 
e o bem-estar da população em situações de vulnerabilidade. Isso inclui sistemas 
de seguridade social, assistência social, seguro-desemprego, pensões e programas 
de apoio a grupos vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com deficiência e 
desempregados.
10 . A QUESTÃO LIBERDADE HUMANA
Abrange questões de direitos humanos, liberdade de expressão, liberdade religiosa, 
liberdade de associação, igualdade de gênero e diversas outras dimensões da liber-
dade individual.
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11 . A QUESTÃO DE GÊNERO
Refere-se aos desafios, discussões e desigualdades relacionadas às identidades de 
gênero, incluindo as experiências e oportunidades de homens, mulheres, pessoas 
transgênero e não-binárias.
12 . A QUESTÃO ORIENTAÇÃO SEXUAL
Abrange a luta pelos direitos e igualdade para pessoas LGBTQ+ (lésbicas, gays, bisse-
xuais, transgêneros, queer, dentre outros), incluindo a luta contra a discriminação, a ho-
mofobia e a promoção da aceitação e do respeito à diversidade de orientações sexuais.
13 . A QUESTÃO ÉTNICA E RACIAL
Abrange a discriminação, o preconceito e o racismo enfrentados por grupos étnicos e 
raciais minoritários, bem como a promoção da igualdade de direitos e oportunidades 
para todos, independentemente da sua origem étnica ou racial.
14 . A QUESTÃO NACIONALIDADE
Diz respeito às questões legais e culturais relacionadas à identidade nacional e à ci-
dadania de indivíduos.
15 . A QUESTÃO RELIGIÃO
Abrange uma ampla variedade de tópicos, incluindo liberdade religiosa, pluralismo re-
ligioso, tolerância religiosa, papel das religiões na sociedade, separação entre Estado 
e religião.
16 . A QUESTÃO CLASSE SOCIAL
Refere-se à estratificação social da sociedade com base em critérios econômicos e 
financeiros. Ela envolve a divisão das pessoas em grupos ou classes sociais com dife-
rentes níveis de renda, riqueza e acesso a recursos econômicos.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
As transformações nas estruturas familiares também moldam a realidade glo-
bal, com cenários diversificados e complexos que demandam análise, estudo, 
compreensão e respeito. Inúmeras leis estão sendo reexaminadas e formuladas 
para lidar com essa ampla gama de mudanças sociais e novas formas de con-
figurações familiares.
Assim, as expressões da questão social do ponto de vista familiar podem se 
manifestar de diversas formas, refletindo desafios e dificuldades enfrentados por 
famílias em diferentes contextos. Alguns exemplos incluem:
 ■ Desemprego e Pobreza: famílias que lutam para encontrar emprego ou 
que vivem em situações de pobreza enfrentam dificuldades para atender 
às necessidades básicas, como alimentação, moradia e cuidados de saúde.
 ■ Violência Doméstica: a violência doméstica afeta muitas famílias, cau-
sando danos físicos e emocionais, e interferindo no bem-estar e na esta-
bilidade familiar.
 ■ Divórcio e Separação: questões relacionadas ao divórcio e à separação 
podem criar tensões e desafios para as famílias, especialmente quando 
há crianças envolvidas.
 ■ Mudanças Sociais e Culturais: famílias muitas vezes enfrentam pressões 
decorrentes de mudanças sociais e culturais, como papéis de gênero em 
evolução, migração, assimilação cultural e adaptação a novos contextos.
 ■ Problemas de Saúde: doenças crônicas ou incapacidades em membros 
da família podem criar demandas adicionais de cuidados e despesas mé-
dicas, afetando o funcionamento familiar.
 ■ Cuidados de Idosos: o envelhecimento da população pode resultar em 
famílias lidando com questões relacionadas aos cuidados de idosos, como 
cuidados de saúde, moradia e apoio emocional.
 ■ Educação: dificuldades de acesso à educação de qualidade podem ser um 
desafio para muitas famílias, afetando o futuro das crianças.
 ■ Acesso a Serviços Sociais: a falta de acesso a serviços sociais, como 
assistência social, creches e assistência médica, pode colocar pressão adi-
cional sobre as famílias.
 ■ Discriminação e Preconceito: famílias que pertencem a grupos mino-
ritários ou marginalizados podem enfrentar discriminação e preconceito, 
o que pode impactar sua integração na sociedade e seu bem-estar.
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Ao observar as variadas manifestações da questão social, é possível identificar 
aquelas que verdadeiramente refletem a realidade na sua cidade. Além disso, 
seria viável reconhecer expressões adicionais da questão social que não foram 
previamente abordadas?
A ORIGEM DA PROFISSÃO DO SERVIÇO SOCIAL 
Alguns escritores começaram a debater e destacar a ideia da “nova questão social”, 
defendendo a existência desse conceito emergente. Portanto, surge a pergunta: 
será que realmente surgiu uma “nova questão social”? Ou será que o que se tor-
nou evidente foram novas e diversas formas de expressão social? Manifestações 
diversas e complexas? Novos desafios e obstáculos sociais?
No livro A Insegurança Social: O que é Ser Protegido, de 2005, o autor Cas-
tel aprofunda o conceito de “nova questão social”. Ele ressalta que essa questão 
não se restringe apenas aos trabalhadores desprotegidos, mas abrange diversas 
categorias sociais vulneráveis e excluídas da ordem dominante. Na sociedade 
contemporânea, não podemos mais analisar a realidade sob a perspectiva da 
antiga ordem social com duas classes opostas – burguesia e proletariado – como 
Marx afirmava. Agora, há novas configurações sociais que exigem abordagens e 
interpretações inovadoras.
Castel (2005) destaca sobre a sociedade salarial, 
na qual o trabalho não é mais totalmente mercanti-
lizado. A desintegração desse sistema afeta a função 
integradora do trabalho e é a origem da nova questão 
social, resultado do enfraquecimento da sociedade 
salarial. Com a precarização do trabalho, a sociedade se torna conflituosa e de-
sagregada, resultando em uma falta de proteção e segurança social.
A origem da profissão do Serviço Social está associada ao contexto do capi-
talismo emergente no século XIX, quando expressões da questão social se torna-
ram mais evidentes e urgentes. À medida que o capitalismo se desenvolveu e se 
consolidou, o Serviço Social também evoluiu e se estruturou, criando o próprio 
universo profissional e teórico.
O trabalho não é 
mais totalmente 
mercantilizado
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Na Europa e nas Américas, incluindo a realidade brasileira, o Serviço Social 
se estabeleceu como uma profissão voltada para a intervenção na questão social, 
buscando a melhoria das condições de vida das camadas mais vulneráveis da so-
ciedade. A abordagem teórica e ideológica do Serviço Social foi se moldando ao 
longo do tempo, respondendo às transformações sociais e às diferentes correntes 
de pensamento que surgiram no contexto histórico.
No seu percurso, o Serviço Social passou por diversas perspectivas teóricas, 
tais como a perspectiva filantrópica e assistencialista, a perspectiva reformista e 
o pensamento crítico e transformador, cada uma delas refletindo a compreensão 
da profissão sobre seu papel na sociedade e suas formas de intervenção.
Assim, o Serviço Social é uma profissão intrinsecamente ligada às dinâmi-
cas da sociedade, evoluindo e se adaptando em resposta aos desafios e neces-
sidades emergentes. Essa capacidade de se reinventar teoricamente e ideologi-
camente é o que permite ao Serviço Social manter sua relevância e efetividade 
ao longo do tempo.
É importante refletir e ter em mente que o conceito de “Questão Social” é relati-
vamente novo, emergindo como resultado das diversas manifestações e desafios 
trazidos pelo surgimento e avanço do capitalismo.Entretanto, quando obser-
vamos a história de forma mais ampla, percebemos que as preocupações com 
a vida social não são um fenômeno recente, pois desde a Antiguidade, o ser 
humano tem buscado compreender como viver e sobreviver em sociedade.
A categoria “Questão Social” em Debate
Autor: Alejandra Pastorini
Sobre o livro: neste ensaio, explora-se com maior profundidade 
a temática da “questão social” à luz das significativas mudanças 
políticas, econômicas e sociais ocorridas nas sociedades capi-
talistas ao longo das últimas três décadas.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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Embora o termo “Questão Social” seja uma expressão moderna, é impor-
tante reconhecer que, mesmo antes do capitalismo, já se discutiam e debatiam 
diversos temas sociais que necessitavam de atenção e intervenção por parte dos 
grupos, povos, civilizações e sociedades. Essas questões eram abordadas com 
outras terminologias e características, uma vez que outras formas de dominação, 
exploração e desigualdade social existiam em diferentes períodos históricos.
Assim, a noção de “Questão Social” é uma formulação que se tornou ne-
cessária para dar conta das complexas transformações sociais trazidas pelo 
capitalismo, mas não invalida o fato de que, desde tempos remotos, os desafios 
e dilemas sociais têm sido objeto de reflexão e intervenção por parte das comu-
nidades humanas. Portanto, compreender a evolução da “Questão Social” nos 
ajuda a contextualizar os problemas sociais contemporâneos dentro de uma 
perspectiva mais ampla e histórica.
No seu percurso, o Serviço Social passou por diversas perspectivas teóricas, 
tais como a perspectiva filantrópica e assistencialista, a perspectiva reformista e 
o pensamento crítico e transformador, cada uma delas refletindo a compreensão 
da profissão sobre seu papel na sociedade e suas formas de intervenção.
Assim, o Serviço Social é uma profissão intrinsecamente ligada às dinâmi-
cas da sociedade, evoluindo e se adaptando em resposta aos desafios e neces-
sidades emergentes. Essa capacidade de se reinventar teoricamente e ideologi-
camente é o que permite ao Serviço Social manter sua relevância e efetividade 
ao longo do tempo.
 “ Uma autora que colabora neste debate é Iamamoto (2014). Para ela, 
a “velha” questão social metamorfoseia-se, assumindo novas rou-
pagens. Iamamoto (2014) observa que novas mediações históricas 
reconfiguraram a questão social no contexto da mundialização do 
capital. Lembra a autora que esse processo atinge não só a economia 
e a política, mas afeta as formas de sociabilidade. Para ela, vivemos 
um processo de fratura que vem sendo traduzida pela banalização 
da vida humana, na violência escondida no fetiche do dinheiro e na 
mistificação do capital ao impregnar todos os espaços e esferas da 
vida social (TOLEDO; ROCHA; BROTTO, 2017, p. 4). 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Como profissionais éticos e comprometidos com o bem comum, é nosso 
dever estar atentos às transformações sociais, tanto no contexto brasileiro quanto 
global. Temos a responsabilidade de buscar atualização e capacitação constante, 
desenvolvendo uma visão de mundo ampla e uma postura crítica na nossa atua-
ção profissional. A busca contínua pela reflexão e aprimoramento nos permite 
enfrentar os desafios da realidade em constante mudança e oferecer respostas 
efetivas para as necessidades das pessoas e comunidades que atendemos.
O conceito de “novas expressões da questão social” no Serviço Social reconhece 
que os problemas sociais se manifestam de diferentes formas ao longo do tempo, 
em resposta às mudanças econômicas, políticas e culturais na sociedade. Em vez 
de considerar uma “nova questão social”, o Serviço Social entende que os desafi-
os evoluem, demandando intervenções adaptadas e uma abordagem atualizada 
para enfrentar as necessidades das pessoas nas suas realidades concretas.
ZOOM NO CONHECIMENTO
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O aumento da intensidade das expressões da questão social demanda dos 
profissionais uma maior qualificação, preparo e competência. Enfrentar proble-
mas complexos requer a implementação de programas, projetos e ações audacio-
sas que sejam capazes de atender às demandas desafiadoras que se apresentam. É 
fundamental estarmos prontos para responder de forma efetiva às necessidades 
da sociedade, buscando soluções inovadoras e impactantes para promover uma 
intervenção significativa nos problemas sociais em questão.
NOVOS DESAFIOS
Estudante, ao longo deste tema, mergulhamos no universo da diversidade da 
questão social e examinamos suas manifestações multifacetadas em diferentes 
sociedades. Analisamos as novas expressões da questão social presentes na so-
ciedade, ampliando nossa compreensão sobre sua amplitude e a forma através da 
qual se apresenta, variando conforme as situações e contextos sociais.
Refletimos sobre o conceito de “nova questão social”, termo empregado por alguns 
autores para caracterizar fenômenos emergentes. Concluímos que esse tema é de ex-
trema relevância, pois nos permite compreender o desafio enfrentado pelos assistentes 
sociais ao identificar e analisar as novas expressões da questão social na sociedade atual.
Com essa compreensão mais ampla da questão social e suas diversas mani-
festações, percebemos que os assistentes sociais têm uma importante missão de 
adaptar suas intervenções sociais conforme a variação de situações e contextos 
sociais. A flexibilidade e a capacidade de compreender as particularidades das 
problemáticas enfrentadas pelos indivíduos e comunidades são essenciais para 
a efetividade das suas ações.
Nesta jornada de conhecimento e reflexão sobre as expressões da questão 
social, aprendemos que o serviço social deve se manter atualizado, capacitado e 
sensível às mudanças e demandas da sociedade. A busca constante pelo aprimo-
ramento é crucial para promover intervenções eficazes e promissoras.
Ao encerrarmos este tema, convido a todos a continuarem explorando e apro-
fundando seus estudos sobre a questão social e suas manifestações. O serviço 
social tem um papel crucial na promoção de mudanças sociais positivas, e nossa 
dedicação e empenho são fundamentais para enfrentar os desafios que surgem 
na nossa trajetória profissional.
UNIASSELVI
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1. Falando sobre as expressões da questão social, o Serviço Social tem na questão social a 
base de sua fundamentação enquanto especialização do trabalho. Nessa perspectiva, a 
atuação profissional deve estar pautada em uma proposta que vise ao enfrentamento das 
expressões da questão social. 
Quais são os fenômenos sociais ou expressões da questão social que se destacam de manei-
ra mais notória na sua localidade, região ou cidade e que podem ser observados, analisados 
e descritos com maior ênfase?
Quais são as manifestações sociais – as expressões sociais – que podem ser percebidas, 
analisadas e descritas que se apresentam com maior evidência na sua localidade, região 
ou cidade?
2. Alguns autores passaram a discutir e enfatizar o termo nova questão social, sustentam 
o surgimento do conceito “nova questão social”, assim, referente a este tema, será que 
realmente floresceu ou não uma “nova questão social”? Ou será que o que emergiu foram 
novas e diversas expressões sociais? Diferentes e complexas manifestações? Novos dile-
mas e entraves sociais?
Falando das expressões da questão social, o Serviço Social tem na questão social a base 
de sua fundamentação enquanto especialização do trabalho. Nessa perspectiva, a atuação 
profissional deve estar pautada em uma proposta que vise ao enfrentamento das expressões 
da questão social. 
Como se instituiu a chamada “nova questão social”?
Quais são as manifestações sociais – as expressões sociais – que podem ser percebidas, 
analisadas e descritas que se apresentam com maior evidência na sua localidade, região 
ou cidade?
AUTOATIVIDADE
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3. O surgimento e desenvolvimento do capitalismo, liberalismo e neoliberalismo, a nova insti-
tucionalidade brasileira frente às expressões sociais, a tipificação nacionalde serviços so-
cioassistenciais e a questão social como objeto do trabalho profissional do assistente social.
Qual das seguintes afirmações está de acordo com o texto do desenvolvimento do Serviço 
Social nos contextos histórico e político?
a) O objeto do Serviço Social no Brasil tem permanecido inalterado ao longo dos anos.
b) As perspectivas teóricas e ideológicas não influenciaram a intervenção profissional no 
Serviço Social.
c) A profissão do Serviço Social surgiu após o capitalismo ter se consolidado.
d) O desenvolvimento do Serviço Social está intrinsecamente ligado à evolução do capitalismo.
e) As sociedades pré-capitalistas tiveram uma influência significativa na formação do 
Serviço Social no Brasil.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
CASTEL, R. A insegurança social: o que é ser protegido? São Paulo: Vozes, 2005.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital financeiro, trabalho e 
questão social. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2014
TOLEDO, H. P.; ROCHA, D. A.; BROTTO, M. E. Trabalho do assistente social: debate sobre 
as formas de manifestação da questão social, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.
br/bitstream/handle/123456789/180601/Eixo_1_220_2doc.pdf?sequence=1&isAllowed=y. 
Acesso em: 27 set. 2023. 
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1. Resolva a questão através dos seguintes pontos:
Pesquisa on-line: busque informações sobre a sua localidade, região ou cidade em fontes con-
fiáveis on-line, como sites de notícias locais, portais do governo ou relatórios de organizações.
Temas principais: identifique os temas sociais mais mencionados, como desigualdade, edu-
cação, saúde, emprego, moradia, meio ambiente etc.
Redes sociais: explore redes sociais locais para entender o que as pessoas estão discutindo 
e que questões estão gerando mais engajamento.
 Dados estatísticos: procure por estatísticas básicas de indicadores sociais, como taxa de 
desemprego, renda média, acesso à educação etc.
 Listagem de problemas: liste as principais manifestações sociais que você identificou, com 
uma breve descrição de cada uma.
Ao seguir desses passos simples, você terá uma compreensão básica das manifestações 
sociais na sua região para seu material EaD.
2. O termo “nova questão social” é aprofundado por Castel (2005), que, enfatiza, em termos 
gerais, que existem múltiplas manifestações da questão social, envolvendo segmentos 
para além de trabalhadores e desprotegidos, existem mais categorias sociais vulneráveis 
e à margem da ordem dominante. Assim, não podemos olhar para a sociedade sob a óti-
ca da velha ordem social que existiam duas classes antagônicas, como afirmava Marx: a 
burguesia e o proletariado. Na sociedade contemporânea, existem novas configurações 
sociais que exigem novas interpretações e análises.
Iamamoto (2014, p. 174) descreve a questão social enfatizando a abordagem do sociólogo 
francês Castel sobre a sociedade salarial em que o trabalho é parcialmente desmercadoriza-
do. Assim, a desagregação desse sistema questiona a função integradora do trabalho, sendo 
a nova questão social fruto do enfraquecimento da sociedade salarial. Com a precarização 
do trabalho, a sociedade se torna conflituosa, desagregadora, não promovendo proteção 
e segurança social.
GABARITO
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Resolva a questão através dos seguintes pontos:
Pesquisa on-line: busque informações sobre a sua localidade, região ou cidade em fontes con-
fiáveis on-line, como sites de notícias locais, portais do governo ou relatórios de organizações.
Temas principais: identifique os temas sociais mais mencionados, como desigualdade, edu-
cação, saúde, emprego, moradia, meio ambiente etc.
Redes sociais: explore redes sociais locais para entender o que as pessoas estão discutindo 
e que questões estão gerando mais engajamento.
Dados estatísticos: procure por estatísticas básicas de indicadores sociais, como taxa de 
desemprego, renda média, acesso à educação etc.
 Listagem de problemas: liste as principais manifestações sociais que você identificou, com 
uma breve descrição de cada uma.
Ao seguir desses passos simples, você terá uma compreensão básica das manifestações 
sociais na sua região para seu material EaD.
3. Opção D.
O Serviço Social no Brasil foi historicamente delimitado pelas conjunturas políticas e socioe-
conômicas, e seu desenvolvimento está relacionado ao desenvolvimento e consolidação do 
capitalismo. Portanto, o Serviço Social se desenvolveu em paralelo ao capitalismo. As outras 
afirmações não refletem as informações fornecidas no texto.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
REDISCUTINDO AS QUESTÕES 
SOCIAIS NA CONSTRUÇÃO DE UMA 
NOVA ORDEM SOCIETÁRIA
Investigar as novas expressões da questão social e suas causas no contexto brasileiro.
Avaliar as respostas do governo, setor privado e sociedade civil às expressões da 
questão social.
Refletir sobre a questão social. 
Conhecer abordagens inovadoras e transformadoras para enfrentar as expressões da 
questão social.
Examinar o envolvimento dos cidadãos nas soluções propostas e sua eficácia.
Analisar as soluções propostas pelos cidadãos. 
Analisar como as soluções propostas podem contribuir para uma sociedade mais justa e 
participativa.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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INICIE SUA JORNADA
Embarcamos em uma jornada de reflexão das expressões da questão social no 
Brasil. Em um cenário no qual novas dinâmicas sociais emergem constante-
mente, é fundamental analisar como essas expressões se manifestam na nossa 
realidade. A complexidade se torna ainda mais evidente quando consideramos 
os desafios que o Estado enfrenta ao lidar com essas questões. Exploraremos os 
dilemas enfrentados pelo governo ao buscar soluções eficazes para as questões 
sociais, enquanto confrontamos a realidade de respostas paliativas, conformis-
tas e, por vezes, não democráticas.
A urgência de enfrentar essas expressões da questão social vai além das limi-
tações temporárias e das respostas superficiais. A qualidade da vida dos nossos 
cidadãos está em jogo, e as implicações são profundas. A persistência de abor-
dagens clientelistas e não democráticas apenas perpetua os problemas, enquanto 
respostas intencionais, conscientes e críticas podem ser a chave para construir 
uma nova realidade. A transformação democrática é um catalisador para a cons-
trução de valores sociais mais humanos, justos e participativos.
Convidamos você a mergulhar em exemplos práticos que ilustram as diferen-
tes abordagens tomadas pelo primeiro, segundo e terceiro setores. Analisaremos 
situações em que respostas paliativas não resolveram o cerne das questões, bem 
como casos em que ações transformadoras desempenharam um papel crucial 
na construção de uma sociedade mais justa. Ao explorar esses exemplos, você 
poderá identificar caminhos para soluções mais eficazes.
É importante refletir sobre o papel que cada um de nós desempenha na busca 
por soluções sociais eficazes. Como cidadãos ativos e estudantes em processo de 
formação profissional, como podemos contribuir para a transformação demo-
crática na nossa sociedade? Como podemos promover abordagens conscientes 
e críticas diante das expressões da questão social em constante mudança? Esta 
jornada de aprendizado nos convida a explorar não apenas as implicações das 
expressões da questão social, mas também nosso papel na construção de uma 
nova realidade social no Brasil.
Nesta etapa, estamos lançando as bases para uma análise aprofundada das 
expressões da questão social no Brasil. Prepare-se para explorar mais profunda-
mente as possibilidades e alternativas de reversão dessas expressões, enquanto 
buscamos construir um futuro mais promissor e inclusivo para todos.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Você já se perguntou como as expressões da questão social no Brasil estão in-
terligadas à transformação democrática? No nosso podcast, uma sociedade mais 
justa se relaciona com desafios cruciais como distribuição de renda, qualidade de 
vida, educação, cultura e muito mais. Não perca essa oportunidadede se envolver 
em conversas que podem moldar um futuro promissor para todos!
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Vamos relembrar um tema fundamental: a “Nova Questão Social” e a evolução do 
Serviço Social. 
A discussão sobre a “Nova Questão Social” não se limita a simples debates 
teóricos, mas sim a uma profunda análise das mudanças sociais que nos cercam. 
Perguntamos a vocês: será que realmente surgiu uma “nova questão social”? 
Ou será que o que emergiu foram novas e diversas formas de expressão social? 
Manifestações variadas e complexas? Novos desafios e obstáculos sociais?
E a evolução do Serviço Social? Bem, ele não é apenas uma profissão, mas uma 
resposta dinâmica às necessidades em constante mudança da sociedade. Com 
origens no contexto do capitalismo emergente no século XIX, ele cresceu como 
um instrumento de intervenção na questão social. À medida que a sociedade se 
transformava, o Serviço Social também se remodelava, incorporando diferentes 
abordagens teóricas e ideológicas.
De perspectivas filantrópicas a pensamentos críticos e transformadores, o Serviço 
Social não parou de se reinventar. E aqui está a interação: qual dessas perspectivas 
vocês acham que mais ressoa com os desafios atuais?
Lembrem-se: estamos relembrando o passado para entender nosso presente. O 
Serviço Social continua a ser uma profissão vital, enraizada nas complexidades da 
sociedade. Como ele se adapta e responde a novos desafios? 
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
DESAFIOS DAS EXPRESSÕES MULTIFACETADAS DA 
QUESTÃO SOCIAL
A tarefa de melhorar a qualidade de vida no Brasil e em todo o mundo é repleta 
de obstáculos que parecem não ter fim. Isso se deve ao fato de que as expressões 
da questão social estão aumentando, surgindo em diversas formas e com nuances 
distintas. Algumas delas são problemas antigos que persistem, enquanto outras 
são recém-aparecidas. No entanto, todas têm raízes históricas e sociais que foram 
negligenciadas, não foram previamente enfrentadas e continuam não solucionadas. 
Conforme o capitalismo evoluiu, especialmente com a globalização e a inter-
nacionalização econômica, as expressões da questão social também cresceram em 
proeminência, tanto em nível global quanto no contexto brasileiro. Elas se expan-
diram de maneira mais ampla e abrangente na nossa sociedade contemporânea.
 “ Se a questão social é uma velha questão social, inscrita na própria 
natureza das relações sociais capitalistas, ela também tem novas 
roupagens, novas expressões em decorrência dos processos his-
tóricos que a redimensionam na atualidade, aprofundando suas 
contradições. Alteram-se as bases históricas que mediatizam sua 
produção/reprodução na periferia dos centros mundiais, em um 
contexto de globalização da produção e dos mercados, da política 
e da cultura, sob a égide do capital financeiro, acompanhadas de 
lutas surdas e abertas, nitidamente desiguais, que demarcam esse 
processo na contemporânea CFESS (2012, p. 50).
Para alguns, qualidade de vida é sinônimo de ter um emprego e dinheiro, pois 
acreditam que com esses recursos podem adquirir o que necessitam. Nesse con-
texto, a felicidade é frequentemente vinculada ao valor monetário e à capacidade 
de consumo. Pra você, o que é qualidade de vida?
PENSANDO JUNTOS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
A noção de qualidade de vida abrange um universo muito mais vasto do que a mera 
posse de bens materiais e acumulação de riquezas individualmente. Ela transcende 
a ideia de trabalho e renda, assim como o poder de compra de produtos e serviços, 
sejam eles de marcas famosas ou itens de luxo. Qualidade de vida é uma medida que 
engloba diversas esferas da existência humana. Está ligada à saúde física e mental, 
à qualidade dos relacionamentos interpessoais, à capacidade de acesso à educação 
e à cultura, ao equilíbrio emocional e ao senso de pertencimento à comunidade.
Qualidade de vida é uma medida que engloba diversas esferas da existência 
humana. Está ligada à saúde física e mental, à qualidade dos relacionamentos 
interpessoais, à capacidade de acesso à educação e à cultura, ao equilíbrio 
emocional e ao senso de pertencimento à comunidade.
No contexto do avanço de um país, é o Estado que desempenha um papel cen-
tral como impulsionador das ações voltadas para a melhoria da qualidade 
de vida. Isso se dá porque existem diversos desafios complexos e expressões da 
questão social amplas que se manifestam na realidade brasileira, e cabe ao Estado 
o enfrentamento, redução ou resolução desses fatores.
As Metamorfoses da Questão Social
Castel enfatiza a importância da proteção social ao trabalhador, 
isso no contexto do neoliberalismo, procurando explicitar a ne-
cessidade da sociedade e do governo no sentido de encontra-
rem respostas para uma questão emergente, que diz respeito à 
questão salarial na sociedade.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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Vejamos a seguir os principais desafios frente às expressões da questão 
social no Brasil.
EFETIVAR DE FATO A REFORMA POLÍTICA NO PAÍS
No sentido de uma profunda alteração política no país, ou seja, uma transformação 
sistêmica da engenharia política atual, e não apenas reformas pontuais ou de algumas 
situações ou casos do arcabouço institucional político.
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Distribuir renda não é dar benefícios para as pessoas, faz-se necessário diminuir a 
desigualdade social e melhorar, e muito, no país as condições para obtenção de renda, 
aumento da renda, investir “pesado” em educação e saúde, ou seja, enfrentar a pobreza 
como ela realmente deve ser enfrentada.
REFORMA AGRÁRIA
A distribuição de terras e produção de alimentos saudáveis são desafios ao país, a 
reforma agrária é uma proposta antiga no Brasil que não se resolve de fato.
MELHORAR A QUESTÃO HABITACIONAL
Para garantir moradia, governantes terão de enfrentar a especulação imobiliária e suprir 
o déficit habitacional, bem como melhorar a qualidade das construções das moradias 
que são oferecidas pelos programas sociais.
MOBILIDADE URBANA
Transporte público e planejamento urbano devem ser prioridades nos próximos anos, 
visto o caos de mobilidade nos centros urbanos no país.
MELHORAR A QUALIDADE DO ATENDIMENTO NA SAÚDE
Investimentos diversos de forma contínua e não esporádica são essenciais para a área 
da saúde, financiamento, gestão e formação profissional devem ser prioridades vitais.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DIMINUIR A VIOLÊNCIA E A CRIMINALIDADE
Redução de homicídios e presos também deve ser prioridade na área de segurança.
DEMOCRATIZAR A EDUCAÇÃO E MELHORAR A QUALIDADE
O país precisa aumentar investimentos significativos em educação e ampliar matrículas, 
além da inclusão social de pessoas com deficiência, qualificação dos professores e 
infraestrutura.
INVESTIR O ACESSO DA POPULAÇÃO À CULTURA E PRESERVAÇÃO DO 
PATRIMÔNIO CULTURAL NAS REGIÕES
Há um número insuficiente de equipamentos e estruturas nas regiões mais pobres do 
Brasil, como centros culturais, teatros, museus,dentre outros, quando não inexistentes. 
O descaso público com bens culturais, falta de investimentos, preservação e 
divulgação dos patrimônios culturais nas cidades são desafios a serem enfrentados 
na área da cultura.
REDISCUTIR A POLÍTICA INDÍGENA E VALORIZAR SUA IDENTIDADE
Conciliar interesses de indígenas e produtores rurais é um dos desafios para o país, bem 
como valorizar e conservar a cultura indígena. Percebe-se que é um desafio rediscutir a 
política indígena, porém não é vista como prioridade no Brasil.
É fundamental ressaltar a presença de princípios fundamentais no contexto de 
um Estado Democrático de Direito, que desempenham um papel essencial para 
o bem-estar de toda a sociedade, abrangendo tanto indivíduos quanto o ambiente 
natural. Esses princípios são amplos e gerais, atuando como as bases sobre as 
quais a legislação se constrói.
Diversos princípios fundamentais podem ser identificados, como o princípio da consti-
tucionalidade, da democracia, da justiça social, da igualdade social, daseparação dos 
poderes, da legalidade, da segurança jurídica e o sistema de direitos fundamentais.
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Esses princípios essenciais de um Estado Democrático formam os alicerces de 
uma sociedade, ou pelo menos deveriam ser. Eles incluem a soberania, cidadania, 
dignidade, valores sociais e o pluralismo político, e dependem de vários órgãos 
de poder, como o legislativo, executivo e judiciário. Também são derivados do 
poder emanado do povo, cujos representantes são os políticos, e do poder da 
união indissolúvel entre Estados, municípios e o Distrito Federal. Juntos, esses 
poderes devem assegurar a efetivação dos direitos sociais.
Diversos princípios fundamentais podem ser identificados, como o princípio da 
constitucionalidade, da democracia, da justiça social, da igualdade social, da 
separação dos poderes, da legalidade, da segurança jurídica e o sistema de 
direitos fundamentais.
Esses princípios essenciais de um Estado Democrático formam os alicerces de 
uma sociedade, ou pelo menos deveriam ser. Eles incluem a soberania, cidadania, 
dignidade, valores sociais e o pluralismo político, e dependem de vários órgãos 
de poder, como o legislativo, executivo e judiciário. Também são derivados do po-
der emanado do povo, cujos representantes são os políticos, e do poder da união 
indissolúvel entre Estados, municípios e o Distrito Federal. Juntos, esses poderes 
devem se entender como Estado Democrático de Direito, a organização política 
em que o poder é emanado do povo, e este o exerce de maneira direta ou por 
meio de representação. Nesse caso, como ocorre no Brasil, a população escolhe 
seus representantes através de eleições periódicas e livres, mediante o sufrágio 
universal e voto direto e secreto, concedendo a tais representantes a possibilidade 
de exercerem seus mandatos por determinado tempo (MENDES; SILVEIRA, 2008).
APROFUNDANDO
Quando se trata do Estado Democrático de Direito no Brasil, fica evidente 
uma limitação profunda na concretização real da igualdade e da justiça social. 
Isso ocorre porque diversas reformas realizadas não conseguiram efetivar as mu-
danças políticas fundamentais necessárias para dar suporte às outras transfor-
mações, que seriam então desenvolvidas e implementadas no país.
Assim, fica evidente que a reforma política, que se apresenta como a mais 
crucial e que deveria fornecer o impulso para todas as demais reformas, perma-
nece praticamente intocável. Isso se deve a sua própria institucionalização, que 
beneficia aqueles que a implementaram inicialmente.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Nessa perspectiva, é possível notar uma série de vantagens, salários eleva-
dos, posições comissionadas, benefícios de aposentadoria, privilégios e direitos 
excessivos para aqueles que detêm o poder e não têm interesse em promover 
mudanças, seja no âmbito executivo, legislativo ou judiciário.
Como efetivar a igualdade social, a justiça social, a distribuição de renda sem uma 
autêntica e profunda reforma política no Brasil? Como é o perfil da distribuição de 
renda, ou seja, como a riqueza total que é produzida no país é distribuída entre a 
população?
PENSANDO JUNTOS
 “ A questão social no Brasil é moldada de acordo com os interesses 
das elites políticas. A questão social, que com a questão trabalhista 
firma-se como proteção social (como direitos sociais e filantropia), 
assume característica paternalista, de política do favor, de patriar-
calismo autoritário, ou seja, misérias transformam-se em instru-
mentos, armas de dominação, bem como a reprodução do sistema. 
Por isso, ainda hoje, direitos são vistos pela elite como privilégios, 
favores [...]. Vivemos, na verdade, um sistema de desproteção social, 
e as múltiplas expressões da questão social atravessam o cotidiano 
da maior parte dos brasileiros, levando-os a uma vida de privações 
e não acesso aos bens sociais e à riqueza produzida socialmente 
(GUIMARÃES; BELLINI, 2013, p. 13).
Analisando de maneira crítica, o sistema de proteção social no país carece de 
uma visão voltada para a emancipação humana. Em vez de focar na capacitação 
e inclusão das pessoas no mercado de trabalho, visando à obtenção de renda para 
conquistar autonomia e independência, parece que o sistema tem operado mais 
como uma forma de assistencialismo. Isso é especialmente notável no que diz 
respeito aos em situações de vulnerabilidade e risco social.
É fundamental repensar a abordagem do sistema de proteção social de modo 
a alinhar-se verdadeiramente com os objetivos de emancipação e melhoria das 
condições de vida, assegurando que todos os cidadãos tenham a oportunidade de 
contribuir ativamente para a sociedade e alcançar sua independência econômica.
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Sob uma perspectiva protecionista, enraizada na visão daqueles que detêm o 
poder e conduzem as políticas públicas e sociais no Brasil, é apresentado que a 
miséria tem sido enfrentada no país, resultando em uma considerável redução 
das disparidades sociais. Afirma-se que a qualidade de vida das pessoas tem 
experimentado melhorias substanciais. Alega-se também que os investimentos na 
esfera social têm assegurado todos os direitos sociais para a população em situação 
de vulnerabilidade no país.
Nesse contexto, sustenta-se 
que a democracia e a cidada-
nia estão de fato sendo imple-
mentadas no Brasil, graças aos 
esforços do Estado por meio 
das políticas públicas e sociais. 
Segundo essa abordagem, a in-
clusão social de milhões de bra-
sileiros está sendo concretizada 
e garantida por meio do Esta-
do Democrático de Direito, em 
conformidade com o que esta-
belece a Constituição Federal.
Ao considerar o debate sobre a distribuição de renda, fica claro que sua ocor-
rência não está necessariamente ligada ao desenvolvimento econômico, como 
alguns afirmam. Isso ocorre porque, no âmbito do capitalismo, surge um paradig-
ma em que o ser humano muitas vezes é utilizado como um meio para beneficiar 
o capital, o lucro e o sistema, mesmo que se tente argumentar o contrário. A 
dinâmica econômica não garante automaticamente uma distribuição equitativa.
Dentro dessa estrutura ideológica do capitalismo e do Estado que se declara 
“mínimo” enquanto se autointitula “máximo”, percebe-se que a miséria não foi er-
radicada; ela apenas apresentou uma redução, e a pobreza, na verdade, não foi 
eliminada, mas sim aumentou de maneira distinta. Esse aumento foi amenizado, 
disfarçado e transformado por meio de mudanças aparentes.
ZOOM NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Sob uma perspectiva 
normativa, identifica-
mos dois tipos de po-
breza: a absoluta e a re-
lativa. Ao explorar essa 
abordagem normativa, 
a pobreza absoluta é 
caracterizada pela au-
sência das necessidades 
essenciais para a sobre-
vivência. Nesse contex-
to, as pessoas enfrentam 
uma carência de recur-
sos básicos para manter a vida, tais como alimentação, moradia, vestuário e ou-
tros elementos fundamentais.
A pobreza absoluta é evidente no cenário das condições sociais de vida 
das pessoas e famílias no Brasil. Nesse contexto, esses indivíduos enfrentam 
a ausência de requisitos essenciais para uma existência digna.
Na pobreza relativa, há carências que não são essenciais para a sobrevivência e, 
portanto, não afetam a vida das pessoas de maneira crítica, ao contrário do que 
ocorre em situações de risco social que caracterizam a pobreza absoluta.
Nesse sentido, é importante destacar que, na pobreza relativa, as pessoas 
estão em uma situação de vulnerabilidade social, embora não estejam em 
risco iminente. No entanto, na pobreza absoluta, a situação é mais grave, com 
as pessoas enfrentando riscos sociais que comprometem os meios mínimos de 
sobrevivência e subsistência biológica. Em outras palavras, a pobreza absoluta 
coloca em perigo os recursos essenciais necessários para viver.
A carência de recursos e renda para satisfazer diversas necessidades huma-
nas, por vezes, é uma realidade ausente ou, quando presente, manifesta-se de 
maneira fragmentada ou ineficaz. Alémdisso, a falta de participação efetiva 
e poder nas decisões do país, na sociedade, na comunidade local e no bairro 
é notória. Muitas vezes, aqueles que deveriam representar os interesses da 
população priorizam agendas que lhes garantam a manutenção no poder.
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Ao refletirmos sobre essa situação, compreendemos que a ausência de recursos e 
renda para as pessoas, com a falta de participação e influência nas decisões políticas 
que afetam suas vidas, bem como as preocupações com a segurança em diversos 
níveis da sociedade, gera uma percepção de incapacidade para enfrentar e resolver 
os desafios que as afligem. Diante desse cenário, torna-se evidente que essas pessoas 
estão imersas em um contexto de pobreza e injustiça social.
É claro que a pobreza não é um fenômeno exclusivamente presente no Brasil; 
ela é uma realidade global que afeta muitos países industrializados e delineia áreas 
inteiras nos países em desenvolvimento. As causas da pobreza estão intrincadamen-
te interligadas com uma complexa combinação de fatores locais e circunstâncias 
nacionais e internacionais. Resulta de processos econômicos que ocorrem em di-
ferentes níveis e é moldada por uma série de condições sociais e econômicas que 
parecem delinear as oportunidades das pessoas (ANNAN, 2001).
Além disso, ao aprofundarmos a discussão sobre a amplitude da pobreza no 
contexto do sistema capitalista contemporâneo, observamos não apenas a sua exis-
tência, mas também a experienciamos de forma direta. Isso se manifesta na escassez 
de momentos de lazer e de tempo para recarregar energias e cuidar integralmente 
da saúde, especialmente a saúde mental, que nos capacita a ter uma reflexão ge-
nuína, crítica e consciente sobre os acontecimentos e a realidade que nos rodeia.
Encontramo-nos, de certa forma, em uma situação de sobrevivência, caracteri-
zada por uma qualidade de vida ilusória, carente de dignidade, liberdade, autono-
mia e respeito. Nesse ambiente hostil, a falta de segurança permeia todas as áreas. 
Na sociedade contemporânea, estamos sob constante pressão, e esse temor não se 
restringe apenas a ameaças de roubo, mas abarca diversos aspectos da vida cotidia-
na. O cenário da violência é ainda mais abrangente do que geralmente imaginamos.
O sistema capitalista nos envolve de maneira tão abrangente que nos tor-
namos prisioneiros de uma sociedade que coloca uma ênfase excessiva na 
cultura do trabalho (JUNHO, 2015).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Contudo, como podemos compreender essa armadilha ideológica em que 
estamos imersos e, talvez, nos libertar dela?
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Para a noção de mais-valia ideológica, Silva (2013, p. 164 apud JUNHO, 2015, 
p. 52) descreve que: “A mente do indivíduo, moldada pelo capitalismo por meio 
de suas ferramentas de comunicação diária, é saturada por valores de troca: o 
esforço mental também foi mercantilizado, transformado em mercadoria; [...]”. 
Vale a pena destacar que o capitalismo procura explorar, através de uma engre-
nagem ideológica, o que é mais valioso no ser humano: sua consciência e sua 
capacidade de reflexão.
Os efeitos da alienação no contexto do capitalismo são amplos e afetam todas 
as dimensões da sociedade. Portanto, o conceito de alienação não é uma novidade 
contemporânea, mas já era abordado por Marx nos seus estudos e análises críticas 
sobre os danos que o sistema capitalista causa à humanidade e ao meio ambiente.
 “ A principal luta a ser travada nesse ambiente é a luta pedagógica. So-
mente uma consciência revolucionária pode libertar-nos desse labi-
rinto. Ser revolucionário é denunciar todo o aparato cultural em que 
vivemos. A nossa própria descolonização mental é uma das tarefas 
mais difíceis que somos chamados a realizar (JUNHO, 2015, p. 53).
Nesse contexto, é essencial desenvolver uma abordagem educacional liberta-
dora e individualizada, uma pedagogia que favoreça a criticidade e a liberação 
ideológica, com um caráter revolucionário no sentido de expor as injustiças. Uma 
prática pedagógica que se recuse a aceitar a cultura que homogeneíza e fragmenta 
o ser humano, distorce valores, fragmenta a identidade do indivíduo, desintegra 
comunidades e famílias, marginaliza grupos, subestima culturas e incentiva um 
comportamento coletivo não reflexivo, passivo, apático, desmotivado e desor-
ganizado. Em outras palavras, um comportamento marcado por estranheza ou, 
em alguns casos, indiferença, enfermidade e até violência.
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Acredita-se que tenha ocorrido uma despolitização entre aqueles que an-
teriormente estavam engajados em movimentos sociais. Essa mudança se deu 
à medida que certos grupos passaram a ser beneficiados por várias políticas 
sociais, o que supriu algumas das suas necessidades básicas e adicionais. Isso 
também lhes proporcionou acesso a um certo nível de conforto e a bens ma-
teriais. Consequentemente, eles deixaram de reivindicar questões que, em um 
passado recente, eram consideradas essenciais.
Para Gohn (2011), o tempo passou e emergiram novas áreas temáticas de luta 
que levaram a novas identidades para os próprios movimentos sociais, como 
meio ambiente, direitos humanos, gênero, questões étnico-raciais, religiosas, 
movimentos culturais, dentre outras. Alguns movimentos se transformaram em 
redes de atores sociais organizados, fundiram-se em ONGs ou reconfiguraram-
se junto às novas formas de associativismo que surgiram nos anos 1990; outros 
entraram em crise e desapareceram; outros, ainda, foram criados com novas 
agendas e pautas, como as recentes manifestações antiglobalização.
Quanto ao cenário do trabalho na atuali-
dade, ele é marcado por ser polissêmico e 
multifacetado. Nós experimentamos essas 
diversas manifestações, não nos deparamos 
mais apenas com uma única classe de prole-
tários, mas sim com uma ampla variedade 
de grupos heterogêneos e socialmente ex-
cluídos que se delineiam. Esses grupos não 
são mais percebidos como uma “reserva de 
mão de obra” para o sistema, mas sim como 
uma parte marginalizada ou como os que 
restaram, sendo considerados “inúteis” ou a 
“sobra” dentro desse contexto.
A transformação contínua do processo de 
trabalho é um fenômeno que pode ser obser-
vado historicamente na acumulação crescente 
do capitalismo, o que culmina no surgimento 
de uma crise estrutural intensa, afetando tanto 
a força de trabalho humana quanto a natureza.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Antunes (2003) destaca no seu pensamento que dentre aqueles que compõem 
a força de trabalho, encontramos uma diversidade de perfis, incluindo trabalha-
dores com empregos estáveis e precários, homens e mulheres, jovens e idosos, 
nacionais e imigrantes, pessoas de diferentes origens étnicas, com qualificações 
variadas, além dos considerados “incluídos” e “excluídos”. Essas divisões e frag-
mentações se aprofundam devido ao processo crescente de globalização do capital.
Os desafios que enfrentamos estão em constante multiplicação. Ao buscar 
resolver uma das inúmeras expressões da questão social, outras emergem de 
forma subsequente. Isso é ilustrado pela especulação imobiliária, que se resume 
na astúcia daqueles que possuem propriedades subutilizadas. Os especuladores 
aguardam até que a área seja valorizada, a fim de maximizar os lucros ao vender o 
imóvel. No campo ou na cidade, a terra permanece inativa, desprovida de função 
social, sendo usada apenas para especulação visando ganhos futuros.
De acordo com Guilherme Boulos (2022) (apud BERALDO, 2014), membro 
da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a 
escassez de moradia se agrava à medida que os aluguéis aumentam. Ele argumen-
ta que a construção de habitações pelos governos, no ritmo atual, é insuficiente 
para atender às necessidades de todas as famílias em busca de um lar, tendo 
pouco impacto na redução dos preços dos aluguéis.
Além disso, na vida urbana, enfrentamos outro desafio crítico relacionado 
à mobilidade urbana. À medida que as cidades crescem, a situação de desor-
dem nodeslocamento se intensifica. O trânsito em qualquer cidade brasileira 
é caótico, problemático e fonte de estresse e fadiga, tornando-se um verdadeiro 
obstáculo à livre circulação.
DESAFIOS PARA REVERTER 
AS EXPRESSÕES DA QUESTÃO SOCIAL
Aprofundando a análise, com base nas reflexões críticas do assistente social e 
Doutor em Serviço Social Carlos Montaño (2010), examinaremos cada um dos 
setores especificamente: O conceito comum de “terceiro setor” se refere a orga-
nizações e/ou ações da “sociedade civil”, que não são estatais nem mercantis. No 
entanto, quando adotamos uma perspectiva crítica e abrangente, esse conceito se 
revela inteiramente ideológico e inadequado à realidade. A estrutura social não 
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pode ser dividida rigidamente em “primeiro”, “segundo” e “terceiro” setor, uma 
divisão que, de acordo com Montaño, é um artifício positivista, institucionalista 
ou estruturalista. Entretanto, algo está, de fato, ocorrendo na atualidade: a so-
ciedade civil está assumindo responsabilidades tradicionalmente atribuídas ao 
Estado. Devido às mudanças na realidade contemporânea, resultado da desigual 
luta entre o projeto neoliberal e as batalhas dos trabalhadores, estão ocorrendo 
transformações significativas nas respostas da sociedade à chamada “questão 
social” e suas diversas manifestações (MONTAÑO, 2010).
Veja a seguir a definição de cada um dos setores da sociedade:
“PRIMEIRO” SETOR 
Refere-se ao setor público, abrange a esfera estatal Estado/Governo, estão caracteriza-
das todas as instituições e órgãos públicos, designa o governo em si na sua responsabi-
lidade em cumprir e efetivar o que emana da Constituição Federal.
“SEGUNDO” SETOR 
É caracterizado na sociedade pelas empresas que objetivam lucro, é o setor produtivo 
privado que segue a lógica do mercado, assim seus interesses se direcionam no reforço 
à competitividade, pois possuem fins lucrativos.
 “TERCEIRO” SETOR 
É designado privado, porém sem fins lucrativos, com interesse e função totalmente 
pública e se tornou corresponsável pelas expressões da questão social diferenciando-
se da lógica do mercado e do aspecto governamental, visto a autonomia institucional.
Apesar de reconhecermos que, teoricamente, a divisão em “primeiro”, “segundo” e 
“terceiro” setor não seria ideal, essa separação é observada na prática da realidade tanto 
no Brasil quanto globalmente. Esses setores emergiram e se consolidaram com propó-
sitos específicos, e é inegável reconhecer a função social desempenhada por cada um.
O que podemos observar é que esses três setores têm se fortalecido, interagin-
do e se conectando através de diversas parcerias. Isso ocorre devido à crescente 
intensidade das expressões sociais e ao agravamento dos problemas sociais que 
afetam todos os aspectos da sociedade contemporânea.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Muitas vezes, algumas pessoas tendem a acreditar que expressar reclamações, 
emitir julgamentos infundados ou fazer críticas, mesmo que sejam ofensivas, é 
uma abordagem suficiente e lógica para lidar com as situações e expressões sociais. 
No entanto, reconhecemos que essa postura carece de coerência e não contribui de 
forma efetiva para a diminuição ou reversão do agravamento das questões sociais.
Nesse sentido, é crucial refletir sobre nossas próprias ações na sociedade. 
Terceiro Setor e Questão Social
O objetivo deste livro é questionar e examinar de forma crítica 
o conceito de “terceiro setor”, destacando como esse termo de 
origem setorial limita a compreensão abrangente e impede a 
visão holística, prejudicando assim a perspectiva de alcançar 
uma transformação social significativa.
INDICAÇÃO DE LIVRO
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que estamos de fato realizando ou poderíamos fazer como indivíduos? 
Em vez de apenas expressar descontentamento ou emitir julgamentos vazios, pode-
mos considerar ações mais construtivas e envolventes. Engajar-se em atividades de 
conscientização, apoiar iniciativas comunitárias, promover diálogos construtivos e 
buscar soluções colaborativas são formas mais eficazes de contribuir para a trans-
formação positiva das expressões sociais e a melhoria da realidade em que vivemos.
Aprofunde seus conhecimentos em relação ao terceiro setor lendo a legislação 
que norteia o terceiro setor no nosso país, a Lei n° 13.019 foi publicada em 2014 
para regulamentar a transferência de recursos do poder público para entidades 
sem fins lucrativos e Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem
EU INDICO
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A seguir, destacamos a lista de desafios a ser enfrentada em nível macro que pode 
nos dar base para reflexões de ações cotidianas:
Reforma Política no País 
Podemos ter uma participação mais 
efetiva na sociedade, no sentido 
de denunciar, cobrar e exigir as 
transformações necessárias.
Reforma Agrária e 
a Questão Habitacional
Que possamos ter um conhecimento 
mais aprofundado sobre a reforma 
agrária e de movimentos que 
discutam essas questões referentes 
à distribuição de terras e produção 
de alimentos saudáveis e superação 
do déficit habitacional
Mobilidade Planejamento Urbano e 
Ampliar o Saneamento Básico . 
Participar de conselhos, ONGs, 
movimentos sociais que se 
preocupam e reivindicam a 
superação dos problemas 
relacionados ao transporte 
público e de mobilidade urbana 
na sua cidade.
Distribuição de Renda
Cobrar do Estado ações para que 
as pessoas tenham condições para 
obtenção da sua própria renda, de 
aumento da sua renda por meio do 
trabalho, como também que invistam 
na educação e na saúde de fato.
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Qualidade do Atendimento na Saúde
Participar de conselhos, ONGs, 
movimentos sociais que se 
preocupam e reivindicam 
investimentos na área da saúde no 
município em todos os sentidos.
Democratização da Educação e 
Melhoria da Qualidade 
Participar de conselhos, ONGs, 
movimentos sociais que se 
preocupam e reivindicam 
investimentos significativos em 
educação no município.
Valorização da Cultura . 
Participar de conselhos, ONGs, 
movimentos sociais que se 
preocupam e reivindicam a 
valorização e conservação da 
cultura indígena.
Violência e a Criminalidade . 
Participar de conselhos, ONGs, 
movimentos sociais que se 
preocupam e reivindicam 
investimentos efetivos em 
segurança no município.
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Mesmo que possam parecer insignificantes à primeira vista, essas ações 
também representam alternativas viáveis para combater o agravamento das 
expressões da questão social em nosso entorno. Seja no âmbito pessoal, fa-
miliar, comunitário, no bairro, na escola, na cidade ou até mesmo em nível 
nacional, essas ações têm o poder de contribuir de maneira positiva e con-
creta para a reversão desses problemas. Cada pequeno gesto, quando mul-
tiplicado e coletivamente praticado, pode fazer uma diferença significativa 
na construção de uma sociedade mais justa e equitativa.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Ao chegar ao término desta etapa, é crucial estabelecer a ponte entre o conhecimen-
to teórico que exploramos e as futuras implicações no Ambiente Profissional dos e 
das assistentes sociais. A jornada de reflexão sobre as expressões da questão social 
no Brasil não é apenas um exercício acadêmico, mas também uma preparação para 
os desafios do mercado de trabalho e suas perspectivas em constante evolução.
O entendimento das expressões da questão social e suas complexidades não 
apenas enriquece nossa compreensão da sociedade, mas também fornece uma lente 
crítica para avaliar as dinâmicas profissionais. No mundo atual, os profissionais são 
cada vez mais convocados a enfrentar problemas sociais e a contribuir para soluções 
sustentáveis. As habilidades de análise, empatia e pensamento crítico desenvolvidas ao 
longo desta jornada são fundamentais para abordar esses desafios de maneira eficaz.No Ambiente Profissional, as perspectivas não se limitam apenas a conquistar 
um emprego, mas também a atuar como agentes de mudança positiva. Como 
futuros profissionais, vocês têm a oportunidade de aplicar o conhecimento ad-
quirido para influenciar políticas, estratégias empresariais e práticas sociais. Ao 
compreender as expressões da questão social, vocês podem buscar oportunida-
des para promover a inclusão, a equidade e o desenvolvimento sustentável nos 
seus respectivos campos de atuação.
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Portanto, essa jornada não se encerra aqui, mas marca o início de uma 
trajetória em que a teoria se mescla com a prática no contexto profissional. 
Os desafios que discutimos têm ressonância direta no mundo do trabalho, e a 
compreensão dessas questões pode ser um diferencial valioso para o sucesso 
e o impacto positivo que vocês almejam alcançar nas suas carreiras.
Nesse momento de conexão entre conhecimento e futuro profissional, 
convidamos vocês a aplicar de maneira significativa o aprendizado obtido e a 
se tornarem agentes de mudança em um mundo que necessita de abordagens 
inovadoras e comprometidas com o bem-estar social. O que construímos 
aqui é uma base sólida para enriquecer suas trajetórias e contribuir para a 
construção de uma sociedade mais justa e inclusiva através do seu trabalho 
e comprometimento.
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1. O economista Sen enfatiza a condição de pobreza não somente da absoluta, mas além 
ainda da pobreza relativa, visto que considera a amplitude das privações que não garantem 
uma qualidade de vida digna à pessoa humana.
Conforme estudo e análise da discussão sobre alguns conceitos, descreva sobre o signifi-
cado do termo QUALIDADE DE VIDA, procurando demonstrar sua amplitude na dimensão 
necessária para o ser humano.
2. Podemos enfatizar que na pobreza relativa, as pessoas estão em situação de vulnerabi-
lidade social, porém não de risco, mas na pobreza absoluta o quadro é mais agravante, 
assim as pessoas se encontram em situação de risco social, situações ou condições que 
comprometem os meios mínimos de sobrevivência, de subsistência biológica para viver.
Conforme análise do estudo realizado sobre pobreza absoluta e pobreza relativa, você con-
seguiu entender a diferenciação entre ambas? Qual é o significado de cada uma?
3. Segundo Junho (2015, p. 49), “o sistema capitalista transformou o trabalhador num verda-
deiro escravo do tempo, sem ter condições de lazer ou, em muitos casos, de receber um 
salário digno e proporcional as suas horas de dedicação ao emprego”.
Fonte: JUNHO, Y. E. B. de P. O tempo nosso de cada dia roubado. Editora Escala. p. 48-55.
De acordo com a citação de Junho (2015), como o sistema capitalista afetou a vida do traba-
lhador em relação ao tempo e à remuneração? Em relação à reflexão apresentada no texto, 
qual é a consequência direta da falta de recursos, renda, participação política e segurança 
nas diversas esferas da sociedade?
a) O sistema capitalista proporcionou maior lazer e salários justos aos trabalhadores, pro-
movendo uma distribuição mais equitativa de recursos.
b) O sistema capitalista permitiu aos trabalhadores um aumento significativo de renda e 
tempo livre, resultando em uma qualidade de vida aprimorada.
c) O sistema capitalista tornou o trabalhador dependente do tempo e frequentemente 
submetido a salários inadequados em relação às horas de trabalho, resultando em falta 
de lazer e renda digna.
d) A falta de recursos e renda nas diversas esferas sociais não afeta diretamente a partici-
pação política, uma vez que as pessoas têm outras prioridades.
e) A falta de recursos, renda, participação política e segurança nas diversas esferas sociais 
contribui para a situação de pobreza e injustiça social, limitando a capacidade de en-
frentamento e resolução de problemas pelos indivíduos.
AUTOATIVIDADE
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4. Para alguns analistas, o comprometimento e os limites de várias reformas propostas e im-
plementadas nos governos FHC e Lula podem ser esclarecidos pelo fato de a dimensão do 
sistema político não ter sido atingida. Ou seja, os atores políticos atuantes nas instituições 
políticas estavam e estão inseridos na forma viciada da engenharia política instituída. Nessa 
perspectiva, somente com uma reforma política teria havido a possibilidade de outras refor-
mas mais amplas. A “mãe” de todas as reformas seria a reforma política, sendo a geradora 
de condições que resultariam em alterações estruturais no País. Cabe ainda esclarecer que 
o debate sobre a reforma política tem como preocupação garantir o bom funcionamento 
de um regime político democrático, baseado especialmente no desafio da construção da 
governabilidade, na eficácia decisória e na boa representação.
Analise considerando as informações apresentadas:
I - O comprometimento e os limites de várias reformas propostas e implementadas nos 
governos FHC e Lula podem ser esclarecidos pelo fato de a dimensão do sistema político 
não ter sido atingida, de acordo com análises de Abranches e Fleischer.
II - A reforma política é frequentemente vista como intocável devido à sua institucionaliza-
ção, que beneficia os atores políticos que a implementaram inicialmente, concedendo 
vantagens, salários elevados, cargos comissionados e benefícios.
III - O debate sobre a reforma política é impulsionado pelo objetivo de aprimorar a qualidade 
da educação no país, visto que a construção da governabilidade, eficácia decisória e 
representação adequada depende desse fator.
É correto o que se afirma em: 
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
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GOHN, M. da G. (Org.). Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores so-
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www.scielo.br/scielo. Acesso em: 13 fev. 2015.
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1. A noção de “Qualidade de Vida” transcende a mera existência e abrange um espectro 
complexo e multifacetado de elementos que contribuem para o bem-estar e a realização 
do ser humano. Essa expressão não se limita meramente a indicadores econômicosou 
saúde física, mas sim engloba uma variedade de aspectos que moldam a experiência 
de vida de uma pessoa.A amplitude do conceito de qualidade de vida inclui diversos 
domínios, desde a saúde física e mental até a satisfação emocional, as relações sociais, a 
realização pessoal e até mesmo a conexão com o ambiente circundante. Trata-se de uma 
abordagem holística que reconhece que o bem-estar humano é resultado da interação 
complexa entre diferentes esferas da vida.
2. A pobreza absoluta é uma medida objetiva que se concentra nas necessidades básicas 
mínimas para sobreviver, enquanto a pobreza relativa está relacionada à comparação do 
padrão de vida com o restante da sociedade. Ambos os conceitos são importantes para 
compreender as diferentes dimensões da pobreza e suas implicações nas sociedades.
3. Opção C.
O sistema capitalista tornou o trabalhador dependente do tempo e frequentemente subme-
tido a salários inadequados em relação às horas de trabalho, resultando em falta de lazer 
e renda digna.
Além disso, a reflexão apresentada no texto sugere que a falta de recursos, renda, parti-
cipação política e segurança nas diversas esferas da sociedade contribui para a situação 
de pobreza e injustiça social, limitando a capacidade de enfrentamento e resolução de 
problemas pelos indivíduos.
4. Opção A.
A afirmação I está correta de acordo com o trecho fornecido. Os limites de várias reformas 
nos governos FHC e Lula podem ser explicados pela falta de atingimento da dimensão do 
sistema político. Eles sugerem que somente uma reforma política poderia ter proporcionado 
a possibilidade de reformas mais amplas. As afirmações II e III não são consistentes com o 
conteúdo do texto.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 2
MINHAS METAS
FUNDAMENTOS SÓCIO-
HISTÓRICOS DO SERVIÇO SOCIAL
Compreender o processo de transformação histórica da sociedade.
Identificar os valores humanos fundamentais que sustentam a prática do Serviço Social.
Examinar os diversos espaços de intervenção do assistente social.
Compreendendo as particularidades, demandas e desafios desses espaços de inter-
venção do assistente social.
Desenvolver habilidades para distinguir o papel do profissional de Serviço Social como 
trabalhador assalariado e agente de transformação social.
Adquirir conhecimento sobre o contexto do saber, assim como o domínio institucional.
Adquirir conhecimento sobre o fazer profissional.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4
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INICIE SUA JORNADA
Imagine um cenário no qual as disparidades sociais se acentuam, no qual as es-
truturas de poder se manifestam de maneira desigual e no qual as necessidades 
das comunidades mais vulneráveis clamam por atenção e intervenção. Diante 
dessa realidade, como os assistentes sociais podem atuar de maneira eficaz para 
promover mudanças significativas? Como podem lidar com as pressões do sis-
tema capitalista enquanto mantêm o compromisso com a transformação social? 
A resolução da problemática apresentada é de vital importância, pois a 
atuação dos assistentes sociais transcende a simples prestação de serviços. Seu 
trabalho é um reflexo dos valores humanos fundamentais, impulsionados pela 
compreensão das transformações históricas da sociedade. A capacidade de 
compreender e intervir nos espaços sócio-ocupacionais não apenas define a 
identidade profissional, mas também determina o impacto real que podem 
ter na vida das pessoas, comunidades e na sociedade como um todo.
À medida que nos aprofundamos nos espaços sócio-ocupacionais do as-
sistente social, convidamos você a refletir não apenas sobre as técnicas e prá-
ticas, mas também sobre as implicações éticas, as oportunidades de inovação 
e os limites de atuação. Os desdobramentos do conhecimento adquirido vão 
além deste módulo, promovendo uma compreensão mais rica da profissão e 
seu impacto transformador.
Preparado para mergulhar nessa jornada de aprendizagem? Vamos ex-
plorar juntos os desafios, as soluções e as reflexões que moldam a atuação do 
assistente social nos espaços sócio-ocupacionais. 
Descubra os diversos horizontes da atuação do Assistente Social em nosso pod-
cast: “Navegando pelos Espaços Sócio-Ocupacionais”. Explore as múltiplas faces 
dessa profissão e inspire-se para sua própria jornada!
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
O SERVIÇO SOCIAL COMO TRABALHO ASSALARIADO E SUA 
TRAJETÓRIA EM ESPAÇOS DE ATUAÇÃO NAS ESFERAS PÚBLICAS
A compreensão das mudanças e evoluções nos ambientes profissionais associados 
ao Serviço Social requer uma investigação da evolução histórica, considerando as 
estruturas delineadas pelo sistema capitalista no sentido de fortalecer a acumulação 
de recursos, influenciada pela ocorrência de crises econômicas globais.
Diante da predominância da economia de cunho financeiro e da incessan-
te busca pela maximização dos ganhos, por meio de padrões de produção em 
constantes desenvolvimento e renovação, utilizando estratégias que impactam 
diretamente o domínio laboral e os benefícios conquistados pelos empregados,
VAMOS RECORDAR?
Vamos relembrar que, no dinâmico campo do Serviço Social, a busca pelo 
conhecimento é uma jornada perpétua que não conhece limites e se configura 
inclusive como princípio dessa profissão . O profissional de Serviço Social se 
encontra em um compromisso contínuo de aprendizado, uma vez que a realidade 
cotidiana é fluida e as demandas da sociedade estão sempre em evolução.
A capacidade de adaptação e a vontade de explorar novas possibilidades de 
demanda e intervenção são qualidades inerentes ao profissional de Serviço Social. 
É crucial compreender que, nesse papel, o conhecimento não é apenas uma 
ferramenta estática, mas sim uma chave para uma prática mais eficaz e impactante.
O cenário em que o assistente social opera é complexo, repleto de desafios 
diversos e em constante mudança. Por isso, a atualização constante é essencial . 
O profissional deve estar vigilante e ávido por novas informações, práticas 
emergentes e abordagens inovadoras. Isso não apenas aprimora suas habilidades, 
mas também permite que esteja bem preparado para enfrentar os dilemas 
contemporâneos da sociedade.
Nesse sentido, a aprendizagem contínua é a base que sustenta a prática ética 
e eficaz do assistente social. É uma escolha consciente de estar na vanguarda da 
mudança, abraçando cada nova oportunidade de crescimento como um meio 
para servir melhor, capacitar e transformar.
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 “ essas estratégias defensivas aliadas às características históri-
cas particulares que presidiram a revolução burguesa no Bra-
sil (FERNANDES, 1975; IANNI, 1984; 2004) têm indicado na 
dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade de classes, 
especialmente a partir da década de noventa do século XX, al-
terando a forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo 
público; a tecnologia e as formas de organização da produção de 
bens e serviços; o consumo e controle da força de trabalho e as 
expressões associativas da sociedade civil, entendida enquanto 
sociedade de classe (IAMAMOTO; BEHRING, 2009, p. 342).
No âmbito do mercado, a invasão das ideias liberais promove incentivos para a 
globalização do capital financeiro, impulsionando o mercado a assumir o papel 
de regulador predominante nas interações entre as classes sociais contrastantes. 
Isso culmina na promoção do individualismo e da competitividade produtiva 
entre os trabalhadores. Esse individualismo dentro da classe trabalhadora 
impacta negativamente as formas de luta pelos direitos coletivos, fragmentando-
as. Um exemplo evidente desse individualismo é observado na terceirização da 
mão de obra, que leva à precarização das condições de trabalho.
A privatização, por sua vez, resulta na transferência de serviços ligados ao 
bem-estar da sociedade para a administração do setor privado. Os cidadãos, 
assim como suas famílias, que dependem de ajuda voluntária ou de diferentes 
setores sociais para complementar a renda familiar,acabam ficando à mercê 
do setor privado. 
Nesse contexto, o desemprego cresce e o número de trabalhadores exceden-
tes aumenta. Essas questões impactam diretamente a classe trabalhadora, 
enquanto o Estado é sobrecarregado com a responsabilidade de reduzir a 
vulnerabilidade social e a pobreza.
Diante das consequências da política de privatização, o Estado começa 
direcionar sua atenção para políticas sociais que visam garantir os mínimos 
necessários para a parcela crescente da sociedade que pertence à classe subal-
terna excedente, muitas vezes em situação de pobreza extrema. Além disso, o 
Estado busca manter sua influência política sobre as diferentes classes sociais 
presentes na estrutura capitalista, como uma forma de preservar seu domínio.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
A questão social desempenha um papel vital na formulação de estratégias e ações, 
tanto no âmbito político quanto no ideológico, que contribuem para estabelecer e 
legitimar a dominação de classes. Essas estratégias estão intrinsecamente ligadas 
às demandas e lutas sociais, não podendo ser dissociadas das políticas públicas. A 
mídia e as empresas privadas exercem um papel de destaque na construção das 
noções de classe. As iniciativas empresariais, por sua vez, atuam como motores da 
reestruturação da produção, acarretando responsabilidades sociais substanciais. 
Esse processo gera a necessidade de uma ampla reorganização estrutural do Es-
tado, particularmente no âmbito das políticas sociais.
APROFUNDANDO
As políticas sociais se desenvolvem por meio de uma seleção de ações que reque-
rem a privatização, a focalização e a descentralização, resultando na criação de 
demandas que convocam a intervenção do profissional de Serviço Social. A polí-
tica de privatização, ao ser implementada, reconfigura a distribuição dos recursos 
públicos, beneficiando o capital financeiro por meio das políticas trabalhistas.
Todas as transformações que ocorreram nos campos de atuação do assistente 
social têm suas raízes nos contextos sociais delineados pelos processos menciona-
dos anteriormente. Ao longo da história, esses processos são refletidos pelo ciclo 
de acumulação de capital e pelos interesses limitados que permeiam o cenário 
do poder político e das relações de força. Esses fatores resultam na redução dos 
direitos previamente conquistados pelos trabalhadores.
 “ [...] os espaços ocupacionais refratam ainda as particulares con-
dições e relações de trabalho prevalentes na sociedade brasileira 
nesses tempos de profunda alteração da base técnica da produção 
com a informática, a biotecnologia, a robótica e outras inovações 
tecnológicas e organizacionais, que potenciam a produtividade e a 
intensificação do trabalho (IAMAMOTO; BEHRING, 2009, p. 343).
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1
Dentro desse ciclo histórico em constante movimento, emergem configurações 
mutáveis no mercado de trabalho, acompanhadas de novos e variados campos de 
atuação para os assistentes sociais. Isso traz à tona novas demandas, requisitos, ha-
bilidades, atribuições e competências profissionais. O ambiente profissional passa a 
solicitar novos domínios de conhecimento acadêmico que estejam intrinsecamente 
conectados às mudanças sociais em curso, enquanto seguem os preceitos ético-po-
líticos e técnico-políticos que definem a profissão de Serviço Social.
Iamamoto (1997) enfatiza que o espaço profissional é um resultado intrínseco 
a um contexto histórico e está sujeito a algumas determinações: a) a dinâmica das 
lutas pela hegemonia, que ocorrem entre as distintas classes sociais e suas alian-
ças; b) o modo através do qual são elaboradas as respostas teóricas, práticas e 
políticas pela categoria profissional. Essa última dimensão tem suas bases no re-
conhecimento da atuação profissional, que se delineou ao longo do desenvolvimento 
histórico da profissão, em relação aos usuários para os quais o trabalho é direcionado.
A interação entre as diferentes classes e grupos sociais resulta, em todas as esferas 
da sociedade, em restrições e possibilidades. Essa dinâmica permite que o assistente 
social conduza uma avaliação contínua da realidade em que está inserido, utilizando 
suas competências técnicas e políticas para compreender a conjuntura presente. 
Essa atuação vai além das demandas já estabelecidas, abrangendo também a 
incorporação de novas demandas que surgem para o campo do Serviço Social.
Os espaços sócio-ocupacionais dos assistentes sociais
De acordo com pesquisa realizada pelo conjunto CFESS-CRESS, em 2004, o 
Brasil contava com cerca de 120 mil profissionais registrados nos 25 Conselhos 
Regionais de Serviço Social (CRESS) e duas Seccionais de Base Estadual. No que 
se refere à quantidade de assistentes sociais, o Brasil ocupa a segunda posição 
global, sendo superado somente pelos Estados Unidos.
Essa pesquisa tem a capacidade de projetar internacionalmente o cenário 
do Serviço Social brasileiro, estabelecendo uma conexão entre as duas facetas 
essenciais do trabalho realizado pelo assistente social: o trabalho concreto e 
o trabalho abstrato. Essas dimensões se tornaram inseparáveis ao abordar, 
implementar e planejar as atividades do Serviço Social, em um contexto inex-
tricável da sociedade burguesa.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
De acordo com os resultados da pesquisa anteriormente mencionada, a maioria 
expressiva dos profissionais de serviço social está empregada no setor público, 
predominantemente em âmbito municipal. Estão envolvidos em diversas po-
líticas públicas, como o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Sistema 
Único de Saúde (SUS), habitação, meio ambiente, dentre outras. Isso amplia con-
sideravelmente o campo de atuação para esses profissionais. Além disso, esse 
cenário também possibilita identificar potenciais oportunidades de estágio para 
estudantes de Serviço Social que estão se preparando para entrar na profissão.
Percebe-se que as categorias, analogias e interconexões presentes no âm-
bito de atuação do assistente social podem delimitar suas ações profissionais, 
podendo-se inferir, a partir das experiências práticas, as semelhanças entre o 
compromisso ético-político e a realidade do trabalhador assalariado.
Pesquisa sobre o perfil dos assistentes sociais no Brasil, promovida pelo Conselho 
Federal de Serviço Social, com base em dados em 2004 (CFESS, 2005), constata 
que, no nível nacional, 78,16% dos assistentes sociais atuam em instituições públicas 
de natureza estatal, das quais 40,97% deles atuam no âmbito municipal, 24% esta-
duais e 13,19% federais. O segundo maior empregador são empresas privadas, com 
13,19% (o mesmo índice que as instituições federais), seguido do “Terceiro Setor”, 
com 6,81% (englobando Organizações Não Governamentais (ONGs), associações, 
cooperativas, dentre outras que viabilizam a chamada “responsabilidade social”).
APROFUNDANDO
O assistente social na saúde
O propósito de todas as 
atividades desse profissional 
é fornecer apoio tanto ao 
paciente quanto aos familiares, 
com o objetivo de garantir um 
tratamento respeitoso que 
facilite a recuperação da saúde.
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8
 O assistente social 
na assistência social 
Desenvolve, gerencia, avalia e im-
plementa projetos em diversas 
esferas. Além disso, são os profis-
sionais que mantêm contato direto 
com indivíduos em condições de 
vulnerabilidade.
O assistente social na habitação
Fornece apoio para enfrentar a dis-
paridade habitacional, batalha pela 
asseguração dos direitos dos in-
divíduos e pela realização das me-
tas da política de habitação.
O assistente social no terceiro setor
Elabora, planeja e executa projetos 
sociais que intervenham nas ex-
pressões da questão social.
O assistente social na educação
Oferecem suporte em cenários de: 
- Ausência escolar e ameaça de 
abandono - Direcionamento acerca 
de custódia, tutela, adoção e sus-
tento; - Questões ligadas a fragili-
dades socioeconômicas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Nas questões educacionais, eles intervêm ao lidar com questõescomo infrequência 
escolar e risco de evasão, colaborando para manter os alunos engajados e assegu-
rando seu acesso contínuo à educação. No âmbito das relações familiares, esses 
profissionais oferecem orientações importantes de temas sensíveis, como guarda, 
tutela, adoção e pensão alimentícia, contribuindo para a proteção dos direitos das 
crianças e a resolução de conflitos. Além disso, ao abordar vulnerabilidades so-
cioeconômicas, os assistentes sociais desempenham um papel vital ao contribuir 
para que as pessoas as superem. A presença e atuação desses profissionais nesses 
espaços são fundamentais para promover a igualdade, a justiça social e a melhoria 
da qualidade de vida para aqueles que enfrentam desafios diversos em suas vidas.
Para conhecer melhor e na íntegra essa pesquisa, acesse o site: http://www.cfess.
org.br/pdf/perfilas_edicaovirtual2006.pdf. Recursos de mídia disponíveis no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .
EU INDICO
O profissional, mesmo operando dentro da esfera pública da divisão sociotécnica 
do trabalho, encontra-se inserido em uma instituição. O conceito de instituição 
transcende o de organização.
As instituições são arenas de confronto e exercício de poder, nas quais convergem 
demandas sociopolíticas que se convertem em alvo de intervenção do assistente social.
No âmbito sociológico, as instituições são integradas na sociedade pela maneira 
como esta se estrutura ao longo da história, como ilustrado por exemplos, como 
a família, a religião, a educação, dentre outros.
Segundo Faleiros (2005), o âmbito de atuação do assistente social, em 
relação às dinâmicas presentes no poder institucional, concentra-se na pers-
pectiva de embate das classes socialmente organizadas e coordenadas, que 
interagem com as relações de poder, hegemonia e contra-hegemônia de uma 
instituição. De acordo com o autor, uma instituição pode ser entendida como 
uma ferramenta de oferta de serviços.
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1
Com base nas proposições do autor, as demandas que moldam a intervenção profissional 
de um assistente social – tais como orientações, encaminhamentos, busca por recursos, 
capacitação e planejamento e implementação de projetos – são delineadas pela 
instituição em que o profissional opera. Essas necessidades emergem de diversos 
setores, abrangendo tanto esferas públicas quanto privadas e do terceiro setor.
As relações institucionais, tanto internas quanto externas, inerentes à busca pelo 
poder, de acordo com os interesses de cada grupo, têm o potencial de resultar em 
conflitos. Esses conflitos podem ocorrer entre profissionais de diferentes discipli-
nas e assistentes que operam na mesma instituição, bem como entre os próprios 
profissionais, políticas sociais e o direcionamento institucional. Também podem 
surgir confrontos entre o profissional e a instituição, assim como entre o usuário 
e os profissionais envolvidos, originando contradições que desencadeiam um 
processo de competição por interesses e projetos alinhados à luta pelo poder.
As relações presentes nos conflitos institucionais estão intrinsecamente re-
lacionadas a uma dinâmica de poder, refletindo uma interação de interesses di-
versos: sejam eles individuais, coletivos, políticos, culturais, religiosos ou econô-
micos. Esses interesses se entrelaçam dentro dos contextos coletivo, individual 
e privado da atuação profissional, desencadeando situações que demandam a 
intervenção do assistente social nas instituições em que ele está envolvido.
A mediação se destaca como um dos principais instrumentos de intervenção do 
assistente social. Através dela, o profissional se envolve nos conflitos, necessitando de 
embasamento teórico e habilidades práticas para atender às demandas dos usuários, 
especialmente em relação às questões sociais, que constituem seu compromisso 
ético primordial. Além disso, o assistente social é confrontado com a tarefa de abordar 
os interesses institucionais, sem se ater a uma postura neutra, mas em consonância 
com os princípios da sua formação teórico-metodológica e ético-política.
APROFUNDANDO
Iamamoto (2000) sustenta que, a partir dos anos 1980, a profissão do assistente social 
estava historicamente consolidada como uma “especialização do trabalho coletivo” 
inserida na divisão sociotécnica do trabalho, desempenhando um papel significativo na 
produção e reprodução das relações sociais (IAMAMOTO; CARVALHO, 2006, p. 35).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Ao longo da história, a concentração mais expressiva de oportunidades de tra-
balho para assistentes sociais tem sido no âmbito público, em níveis estadual e mu-
nicipal, por meio da administração direta. Foi com a promulgação da Constituição 
Federal de 1988 que a assistência social começou a ganhar destaque nas políticas 
públicas, o que trouxe novas perspectivas de atuação e oportunidades profissionais.
Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política 
de Assistência Social 
Esses parâmetros têm como pressuposto que a definição de 
estratégias e procedimentos no exercício do trabalho deve ser 
prerrogativa dos/as assistentes sociais, de acordo com sua 
competência e autonomia profissional. Isso significa que não 
cabe ao órgão gestor estabelecer padronização de rotinas e pro-
cedimentos de intervenção, pois o trabalho profissional requer 
inventividade, inteligência e talento para criar, inventar, inovar, de 
modo a responder dinamicamente ao movimento da realidade. 
INDICAÇÃO DE LIVRO
Nesse contexto, foi principalmente através das políticas públicas na área da saúde 
que a profissão teve um papel proeminente, especialmente com o estabelecimen-
to do Sistema Único de Saúde (SUS), que estava garantido na Constituição. Isso 
marcou uma fase crucial para o desempenho do assistente social, solidificando 
sua atuação em um campo vital para a promoção do bem-estar da população.
O Artigo 196 da Constituição estabelece que a saúde é um direito de todos 
e uma obrigação do Estado, através de políticas sociais e econômicas que redu-
zam riscos à saúde e proporcionem acesso universal e igualitário a serviços de 
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Além da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a Constituição Federal de 
1988 introduziu uma nova abordagem para a assistência social por meio da Política 
Nacional de Assistência Social, regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS). Essa política pública, que será abordada mais detalhadamente pos-
teriormente, estabelece a assistência social como um direito de todos os cidadãos e 
uma obrigação do Estado, sendo que ela não requer contribuição prévia para acesso.
Apesar da predominância da atuação dos profissionais de Serviço Social na 
esfera pública, eles não estão isentos de serem parte da divisão do trabalho, que 
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se manifesta em diversas formas, como já mencionado, e por vezes pode estar 
limitada a tarefas inerentes ao serviço público. Essa situação muitas vezes envolve 
atividades realizadas como servidores públicos.
Nesse contexto, surgem debates significativos que estabelecem diretrizes para 
a prática dos profissionais nas políticas de saúde e assistência social, sendo mol-
dados pelo Projeto Ético-Político do Serviço Social. Através das diretrizes do 
CFESS (Conselho Federal de Serviço Social), há documentos importantes que 
oferecem orientações e critérios para a atuação profissional, especialmente nos 
campos da saúde e assistência social.
Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política 
de Saúde 
Esse documento ora intitulado “Parâmetros para a Atuação 
de Assistentes Sociais na Saúde” tem como finalidade referen-
ciar a intervenção dos profissionais de Serviço Social na área 
da saúde. Constitui-se como produto do Grupo de Trabalho 
“Serviço Social na Saúde” instituído pelo Conselho Federal de 
Serviço Social (CFESS) em 2008, que incorporou nas suas dis-
cussões e sistematizações as deliberações do 36º e 37º Encon-
tro Nacional CFESS/CRESS2.
INDICAÇÃO DE LIVRO
A atuação e as abordagensempregadas por um profissional de Serviço So-
cial, em diferentes contextos ocupacionais e sociais, requerem a destreza e a 
especialização técnica do trabalhador. A atuação do profissional de Serviço 
Social é diversificada e dinâmica, e a destreza e a especialização técnica são 
fundamentais para o sucesso em diferentes contextos ocupacionais e sociais. 
Eles desempenham um papel crucial na melhoria das condições de vida das 
pessoas e na promoção da justiça social na nossa sociedade.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem .
EM FOCO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
NOVOS DESAFIOS
Ao percorrer esse caminho, estabelecemos pontes sólidas entre o conhecimento 
construído até o momento e as perspectivas futuras do ambiente profissional 
que aguardam vocês, estudantes. Com uma abordagem que conecta harmonio-
samente teoria e prática, nosso foco recaiu sobre o mercado de trabalho e suas 
projeções. Adentrando a essência do tema “Fundamentos Sócio-Históricos do 
Serviço Social”, exploramos os espaços sócio-ocupacionais do assistente social, 
mergulhando nas complexidades que sustentam sua atuação em uma sociedade 
em constante transformação.
Ao confrontarmos o cenário em que as desigualdades sociais se agravam e as 
estruturas de poder se manifestam de modo desigual, é indiscutível a urgência 
das necessidades das comunidades mais vulneráveis, clamando por intervenção 
e atenção. Diante dessa realidade, surgem questionamentos pertinentes: Como 
podem os assistentes sociais atuarem de forma eficaz para impulsionar mudanças 
significativas? Como podem conciliar as pressões do sistema capitalista com o 
compromisso intrínseco de promover a transformação social?
A resolução desses desafios se apresenta como uma missão crucial. O traba-
lho dos assistentes sociais transcende a mera execução de tarefas. Seu labor reflete 
valores fundamentais, forjados a partir do entendimento das mudanças históricas 
que moldaram a sociedade. A habilidade de compreender e intervir nos espaços 
sócio-ocupacionais não apenas define a identidade profissional, mas também 
molda o impacto tangível que podem ter nas vidas das pessoas, comunidades e 
na sociedade como um todo.
À medida que investigamos mais profundamente os espaços sócio-ocupacio-
nais do assistente social, encorajamos todos a refletir não somente sobre técnicas 
e práticas, mas também sobre as dimensões éticas, oportunidades de inovação e 
as fronteiras da atuação. As ramificações do conhecimento adquirido se esten-
dem muito além deste módulo, promovendo uma compreensão mais abrangente 
da profissão e do poder transformador inerente a ela.
Ao explorar os desafios, traçar soluções e adentrar reflexões que moldam a 
atuação do assistente social nos espaços sócio-ocupacionais, reafirmamos nossa 
convicção de que a busca pelo conhecimento é um processo constante. Esse é 
um convite para que cada um de nós continue a se envolver com dedicação, 
transformando o aprendizado em ação concreta e impacto real.
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1. Os espaços ocupacionais do profissional de Serviço Social necessitam de uma análise no 
seu processo de transformação histórica, para compreender o seu desenvolvimento a partir 
do crescimento da sociedade capitalista. 
Conceitue o que você compreendeu por espaços sócio-ocupacionais tradicionais do 
Serviço Social.
2. A realidade exige do assistente social um profissional culto, com conhecimento generalista 
crítico, capaz de desenvolver caminhos para a emancipação política do sujeito. Para isso é ne-
cessário articular forças coletivas, sejam elas dos setores institucionais e movimentos sociais; 
tornar os espaços públicos realmente públicos; reorganizar os espaços representativos da 
classe trabalhadora; efetivar ações sociais que conduzam ao planejamento, implementação 
e avaliação de políticas, programas e projetos sociais, bem como na gestão de recursos e de 
pessoal; "a categoria dos assistentes sociais, articulada às forças sociais progressistas, vem 
envidando esforços coletivos no reforço da esfera pública, de modo a inscrever os interesses 
das maiorias das esferas de decisão política" (IAMAMOTO, 2009, p. 366).
Como o papel do assistente social está intrinsecamente ligado à transformação da realidade, 
como você vê a importância da formação culturalmente rica e do conhecimento generalista 
crítico para capacitar esses profissionais a liderarem esforços coletivos visando à emanci-
pação política dos indivíduos, reorganização dos espaços públicos e fortalecimento das 
esferas de decisão política?
3. Os direitos sociais, durante a década de 70 e após a Constituição Federal de 1988, foram 
estendidos para a sociedade na sua totalidade, mas mesmo assim nem todas as pessoas con-
seguem desfrutar deles, como direitos adquiridos e conquistados, e exercer sua cidadania.
O Serviço Social ganhou mais espaços no poder público, devido à garantia de alguns direitos 
sociais previstos na Constituição Federal de 1988. Assinale a alternativa correta:
a) As demandas populacionais não têm nenhuma importância nos espaços sócio-ocupa-
cionais do assistente social.
b) Devido à implementação do SUS, a área da saúde foi a que mais absorveu profissionais 
de Serviço Social.
c) A Política Nacional de Assistência Social já está implementada em todos os estados nacionais.
d) Os assistentes sociais devem primeiramente resolver as demandas imediatas e emer-
genciais, sem levar em conta o contexto das questões sociais.
e) Os assistentes sociais atuam exclusivamente em espaços governamentais, negligencian-
do a importância dos movimentos sociais na promoção de mudanças sociais.
AUTOATIVIDADE
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4. No campo sociológico, as instituições se inserem na sociedade, através da forma como 
ela se organiza no decorrer da história, como família, a religião, a educação, dentre outros. 
Qual é a abordagem de Faleiros (2005) em relação ao papel do assistente social e sua atua-
ção em instituições?
Fonte: FALEIROS, V. de P. Metodologia e ideologia do trabalho social . São Paulo: 
Cortez, 2005.
a) Faleiros enfatiza que o assistente social deve atuar exclusivamente dentro de organiza-
ções privadas para maximizar a prestação de serviços.
b) Faleiros defende que o assistente social deve concentrar seus esforços na promoção de 
ações individuais, independentemente de sua inserção institucional.
c) Faleiros ressalta que o assistente social atua em instituições como um agente de trans-
formação social, enfrentando lutas de poder e hegemonia.
d) Faleiros acredita que a atuação do assistente social em instituições é irrelevante para a 
transformação social, devendo focar apenas na prestação direta de serviços individuais.
e) Faleiros destaca que o assistente social atua em instituições como um agente neutro, 
sem se envolver em questões de poder e luta social.
AUTOATIVIDADE
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1
5. Iamamoto (1997) ressalta que o espaço profissional é o resultado de um produto histórico 
que está submetido por algumas questões.
Segundo Iamamoto (1997), como o processo histórico da profissão do assistente social in-
fluencia a maneira através da qual o trabalho é disponibilizado aos usuários?
Fonte: IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no serviço social. 3. ed. São Paulo: 
Cortez, 1997.
I - O processo histórico torna a profissão obsoleta.
II - O processo histórico não influencia a forma como o trabalho é disponibilizado.
III - O processo histórico molda a profissão de assistente social e sua atuação na sociedade 
de maneira mais abrangente.
IV - O processo histórico molda a profissão e define como o trabalho é apresentado aos 
usuários.
O processo histórico não tem impacto na prática profissional dos assistentes sociais.
É correto o que se afirma em: 
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
AUTOATIVIDADE
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1
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm. Acesso em: 28 nov. 2014.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Serviço Social: direitos sociais e competências 
profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2005.
FALEIROS, V. de P. Metodologia e ideologia do trabalho social. São Paulo: Cortez, 2005. 
IAMAMOTO, M. V.; BEHRING, E. R. Pensamento de Octavio Ianni: um balanço de sua contribui-
ção à interpretação no Brasil. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009.
IAMAMOTO, M. V. Renovação e conservadorismo no serviço social. 3. ed. São Paulo: 
Cortez, 1997.
IAMAMOTO, M. V. A questão social no capitalismo. 2000.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de 
uma interpretação histórico-metodológico. 41. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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1. Os espaços sócio-ocupacionais tradicionais do Serviço Social se referem aos contextos ou 
áreas em que os profissionais de serviço social historicamente têm atuado para promover 
mudanças sociais, melhorar as condições de vida das pessoas e grupos em situação de 
vulnerabilidade e proporcionar assistência e suporte em diversas dimensões sociais. Esses 
espaços representam os principais campos de intervenção onde os assistentes sociais 
aplicam seus conhecimentos, habilidades e valores profissionais.
2. A formação e o conhecimento dos assistentes sociais são muito importantes. Eles precisam 
entender as diferentes culturas das pessoas com quem trabalham e também ter um olhar 
crítico para entender como os problemas sociais funcionam. Isso os ajuda a ajudarem as 
pessoas a se tornarem mais independentes politicamente, ou seja, a entenderem seus 
direitos e a participarem das decisões que afetam suas vidas. Além disso, os assistentes 
sociais podem unir forças com outras pessoas e grupos para fazer mudanças sociais 
importantes. Eles também podem ajudar a tornar os lugares públicos mais abertos para 
todos e incentivar a participação das pessoas nessas áreas. Tudo isso contribui para uma 
sociedade mais justa e igualitária.
3. Opção B.
À implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, que ocorreu após a Constituição 
Federal de 1988. O SUS garante o acesso universal à saúde e demanda a participação de as-
sistentes sociais para lidar com questões sociais ligadas à saúde, como acesso a tratamentos, 
direitos dos pacientes, apoio às famílias em situações de doença e promoção de políticas 
de saúde pública. Portanto, a área da saúde passou a ser uma das principais absorventes de 
profissionais de Serviço Social devido à expansão das políticas públicas na área da saúde.
GABARITO
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4. Opção C.
Faleiros (2005) que o assistente social não é um agente neutro dentro das instituições em 
que atua. Pelo contrário, ele é visto como um profissional que deve compreender as relações 
de poder presentes nas instituições e que tem o compromisso de agir como um agente de 
transformação social.
 Faleiros enfatiza que as instituições não são apenas espaços de prestação de serviços, mas 
sim lugares onde se desenvolvem lutas de poder e hegemonia. O assistente social, portanto, 
não deve se limitar a fornecer serviços individuais, mas sim buscar entender as demandas 
sociopolíticas que estão presentes nas instituições e usar seu conhecimento e prática para 
contribuir com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
5. Opção C.
Iamamoto (1997) destaca que o processo histórico da profissão do assistente social tem um 
impacto profundo na maneira como o trabalho é realizado e disponibilizado aos usuários. A 
evolução da profissão ao longo do tempo influenciou as abordagens, práticas e estratégias 
que os assistentes sociais adotam para atender às necessidades das pessoas. Ela aborda 
como esse processo histórico molda a profissão de assistente social e sua atuação na so-
ciedade de maneira mais abrangente, influenciando suas práticas, teorias e compromissos 
com a transformação social.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
O MUNDO CAPITALISTA
E O SERVIÇO SOCIAL
Compreender com profundidade as duas teses da origem do Serviço Social.
Explorar as implicações de cada abordagem para a profissão do Serviço Social.
Situar o desenvolvimento do Serviço Social.
Investigar o papel da luta de classes como objeto de atuação histórico do Serviço Social.
Examinar como o Serviço Social tem respondido aos desafios e perspectivas decorrentes 
da crise atual do sistema capitalista.
Compreender o papel do Serviço Social.
Proporcionar uma reflexão crítica do papel e das responsabilidades do Serviço Social.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5
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INICIE SUA JORNADA
A história do Serviço Social está intrinsecamente entrelaçada com as teorias 
que sustentam sua origem e desenvolvimento. Montaño (2002) apresenta 
duas teses distintas: uma que associa sua gênese ao capitalismo e outra que 
aponta para a profissionalização da caridade e filantropia. Esse embate de ideias 
proporciona o ponto de partida perfeito para nossa exploração, lançando luz 
sobre a natureza multifacetada dessa profissão.
Não podemos compreender plenamente o Serviço Social sem considerar a 
influência das mudanças sociais e econômicas que moldaram seu curso ao longo 
dos anos. Nossa jornada nos levará a explorar os momentos cruciais da história, 
relacionando-os ao contexto histórico do capitalismo e às lutas de classe que 
caracterizam diversas eras. Ao fazê-lo, seremos capazes de traçar um caminho 
evolutivo que nos guiará até os desafios e oportunidades atuais.
Na sua essência, o Serviço Social encontrou seu propósito na luta de classes, um 
objeto de atuação que ganha relevância ao nos depararmos com as complexidades 
do sistema capitalista. Nesse ponto, surge uma importante problematização: como 
uma profissão centrada nas disparidades sociais pode se posicionar diante das trans-
formações em um mundo cada vez mais interconectado e em constante mudança?
No nosso tempo, enfrentamos desafios e perspectivas sem precedentes, mui-
tos dos quais derivam da crise atual do sistema capitalista. Aprofundar-se nesse 
tema é essencial para entender como o Serviço Social tem respondido a essa 
conjuntura, questionando o papel da profissão na mitigação das desigualdades 
e na promoção de mudanças significativas.
À medida que avançamos nas discussões, convidamos vocês, estudantes, a 
refletirem sobre o passado, a analisarem o presente e a se prepararem para moldar 
o futuro da profissão. 
No nosso podcast, 'Explorando a Evolução do Serviço Social e seus Desafios 
Atuais', vamos mergulhar nas origens, desenvolvimento histórico e desafios con-
temporâneos dessa profissão vital. Junte-se a nós e aprofunde seus conhecimen-
tos sobre o Serviço Social enquanto discutimos como ele se adapta às demandas 
da sociedade moderna! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no 
ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SERVIÇO SOCIAL DIANTE 
DOS DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS
A atual situação da crise contemporânea dentro do sistema capitalista e as revolu-
ções tecnológica e industrial que estamos experimentando provocam transforma-
ções em todos os aspectos da sociedade: econômico, social, cultural e político. 
Isso resulta no aumento das disputas entre as diferentes classes sociais, com a con-
centração da riqueza produzida e a intensificação da pobreza entre a população.
Essa conjuntura atual impacta diretamente o universo laboral, com altos 
índices de desemprego e subemprego, o que gera novas necessidades para a 
intervenção do Serviço Social. Nessa nova ordem conjuntural, com a con-
cretização da crise contemporânea e as mudanças no padrão de produção 
VAMOS RECORDAR?
Vamos relembrar que a mediação desempenha um papel crucial no âmbito do 
Serviço Social, representando uma abordagem e prática que são intrinsecamente 
alinhadas aos princípios e objetivos da profissão. A mediação, nesse contexto,envolve a facilitação do diálogo entre diferentes partes envolvidas em situações 
conflituosas ou complexas, com os propósitos de alcançar um entendimento 
mútuo, encontrar soluções e promover a cooperação.
O Serviço Social, por sua própria natureza, está envolvido em lidar com 
indivíduos, famílias e comunidades que frequentemente enfrentam desafios 
sociais, econômicos e emocionais. A mediação se encaixa perfeitamente nesse 
contexto, pois oferece um meio de promover o diálogo construtivo entre as partes, 
permitindo que elas expressem suas preocupações, interesses e necessidades. 
Isso é particularmente relevante em situações de conflito, em que as emoções 
podem estar exacerbadas e as comunicações prejudicadas.
Além de tratar de conflitos, a mediação também pode ser utilizada em processos 
de tomada de decisão, planejamento e implementação de intervenções sociais. 
Por exemplo, ao trabalhar com famílias em risco, a mediação pode ser usada para 
desenvolver planos de segurança e apoio que sejam colaborativos e eficazes.
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capitalista, ambas com fundamentos distintos, mas conectadas por diversos 
elementos a serem considerados.
A crise contemporânea se manifesta como um processo dinâmico, em que ocorre 
uma acumulação de capital que leva a uma produção excedente em relação ao 
consumo. O capitalismo se sustenta por meio das especulações econômica e 
financeira, originando uma crise global. Isso obriga especialmente as nações em 
desenvolvimento a recorrerem a instituições como o Fundo Monetário Internacional 
(FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) para 
enfrentar as crises econômicas, resultando em mais desemprego e aprofundando a 
precarização da classe trabalhadora.
O segundo modelo de crise, por sua vez, tem sua peculiaridade na expansão e 
reestruturação do capitalismo, representado pelo modelo fordista/keynesiano 
mencionado anteriormente. Esse modelo se caracteriza pela produção em larga 
escala, em que os trabalhadores muitas vezes não têm noção do valor total de 
sua força de trabalho. Apesar das lutas dos trabalhadores por um salário digno, 
foi no contexto fordista que a jornada de oito horas de trabalho diário e outros 
benefícios foram negociados. No entanto, essa redução na carga horária também 
resultou em um aumento da intensidade do trabalho, assim, os trabalhadores 
precisavam acelerar seu ritmo de produção para atingir as metas estabelecidas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Os desafios e as perspectivas da profissão do Serviço Social em meio à crise 
contemporânea demandam, principalmente, uma reflexão sobre o compromisso 
e os limites que a profissão possui em relação à sociedade em sua totalidade e 
individualidade. É necessário considerar quais são os novos campos de atuação 
e abordagens que orientam a prática profissional, ao mesmo tempo em que se 
resgatam os princípios éticos fundamentais dessa área de atuação.
O fordismo foi um modelo de produção industrial desenvolvido pelo empresário 
estadunidense Henry Ford no início do século XX. Utilizado amplamente nos Es-
tados Unidos e revolucionou a produção de automóveis, sendo adaptado para 
outras indústrias ao longo dos anos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital no ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
A profissão de Assistente Social sempre moldou sua trajetória de acordo com o 
contexto histórico em que opera, ajustando-se e adaptando-se às necessidades es-
pecíficas das intervenções prática, teórica e metodológica. Foi a partir da década 
de 1980 que o campo do Serviço Social começou a se vincular à teoria marxista, 
resultando no surgimento de novos fundamentos teórico-metodológicos para a 
atuação dos profissionais, por meio de amplas reflexões internas e pesquisas que 
deram origem a novos embasamentos teóricos.
A transformação do campo da Assistência Social em relação ao paradigma 
conservador se tornou evidente durante os anos que compreendem as décadas 
de 1980 e 1990.
 “ [...] a herança conservadora e antimoderna, constitutiva da gênese
da profissão, atualiza-se e permanece presente nos tempos de hoje.
Maturação que se expressa pela democratização da convivência de
diferentes posicionamentos teórico-metodológicos e ideopolíticos no
final da década (YAZBECK; MARTINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 22).
Os avanços que a profissão teve são significativos no que conduz sua prática, 
foram oriundos da organização, pesquisas dos assistentes sociais, resultando em 
novos espaços ocupacionais para intervir junto à sociedade, porém, em muitos 
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deles, como objetivos completamente contrários aos da profissão. Ainda, Yazbek, 
Martinelli e Raichelis (2008, p. 15) afirmam: 
 “ [...] Maturação que ganhou visibilidade na sociedade brasileira pela 
intervenção dos assistentes sociais nos consideráveis avanços na 
proteção social, garantidos na Constituição Federal de 1988 e ex-
pressos, por exemplo, no ECA, LOAS, no SUS (YAZBECK; MAR-
TINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 15).
Ao iniciar uma reflexão acerca da importância da atuação do Serviço Social dian-
te da realidade contemporânea, deve-se sempre levar em consideração fatores 
econômicos, sociais, culturais e políticos da realidade estudada.
 “ O Serviço Social não atua apenas sobre a realidade, mas atua na 
realidade [...]. A conjuntura não é o pano de fundo que emoldura o 
exercício profissional; ao contrário, são partes constitutivas da con-
figuração do trabalho do Serviço Social, devendo ser apreendidas 
como tais (IAMAMOTO, 2006, p. 55).
Para que o profissional de Serviço Social compreenda e intervenha em todas essas 
facetas no cenário econômico atual da sociedade, é imperativo possuir uma com-
preensão abrangente. Isso possibilitará a realização das suas responsabilidades 
de maneira teórico-prática, não apenas nas políticas públicas, mas também na 
formulação de novos fundamentos profissionais.
O Serviço Social emprega a mediação como ferramenta técnica e operacional 
para a sua intervenção teórico-prática.
A mediação é um conjunto objetivo e ontológico 
que se manifesta na realidade e é considerada um dos 
principais elementos na dialética, uma vez que é reco-
nhecida como real e como princípio da racionalidade.
Dado que a mediação tem um impacto direto na 
realidade, ela se torna uma ferramenta crucial para o profissional de Serviço So-
cial na sua prática teórico-metodológica no dia a dia. Ela se torna essencial para 
desvendar fenômenos reais e intervir como assistente social.
A mediação é um 
conjunto objetivo e 
ontológico 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Embora a profissão tenha uma regulação liberal, com certa autonomia na sua 
prática, os assistentes sociais, como outros trabalhadores, são assalariados, pois 
vendem sua força de trabalho especializada. Segundo Iamamoto (2007), essa 
circunstância faz com que o trabalho do assistente social seja apropriado pelos 
empregadores, o que limita a autonomia nas ações do profissional técnico.
Os assistentes sociais precisam desenvolver ações propositivas, com interven-
ções orientadas para atender às demandas da população que utiliza os serviços 
de Assistência Social.
O modelo de produção enraizado no sistema capitalista resulta no desequilí-
brio social, contribuindo para a desigualdade de classes e para as expressões das 
questões sociais. Essa configuração da realidade contemporânea requer uma 
compreensão crítica e análise por parte do assistente social.
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O assistente social deve permanecer em constante processo de aprendizado ao 
lidar com a realidade do dia a dia. É essencial que ele explore novas aberturas 
para demandas e intervenções, capacitando-se a intervir e transformar tais si-
tuações por meio das ferramentas a sua disposição nos ambientes nos quais o 
Serviço Social atua.
 “ A instrumentalidade é uma característica e/ou habilidade que a pro-
fissão desenvolve à medida que alcança seus objetivos. Ela permite 
aos profissionais concretizar suas intenções por meio de respostas 
profissionais.Através da instrumentalidade, os assistentes sociais 
têm a capacidade de modificar, transformar e impactar as condi-
ções objetivas e subjetivas, bem como as interações interpessoais e 
sociais presentes em um nível específico da realidade social - o nível 
do cotidiano (GUERRA et al., 2002, p. 53).
A característica distintiva da profissão reside na abordagem adotada para con-
cretizar os direitos sociais da população com a qual se interage, que pode se 
manifestar em várias áreas dentro do âmbito profissional. O assistente social 
deve assumir uma postura proativa, indo além da mera execução de tare-
fas cotidianas. Na época atual, o Serviço Social está inserido em um contexto 
em que prevalecem diversas manifestações da questão social, e sua prevalência 
aumentou consideravelmente.
Na obra, a mediação é apresentada como uma categoria meto-
dológica, não apenas com a habilidade de transformar o cená-
rio, mas também de revelar as complexas relações presentes 
no movimento contraditório da história. O estudo é composto 
por capítulos bem estruturados, muitos dos quais oferecem 
reflexões envolventes de textos, depoimentos e obras. Vale a 
pena destacar a bibliografia especializada, que está distribuída 
de maneira apropriada no livro. Além disso, o equilíbrio entre a 
exposição teórica e a análise de textos, depoimentos e outras 
publicações é notável. 
INDICAÇÃO DE LIVRO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Nesse cenário, os assistentes sociais focam principalmente em um aprimoramento 
contínuo em meio aos desafios profissionais, esforçando-se para atuar como figu-
ras centrais na implementação de políticas. Esse comportamento profissional em 
meio às políticas sociais exige abordagens multidisciplinares e interdisciplinares, 
formando equipes de especialistas capazes de perceber criticamente a realidade 
contextualizada, promovendo assim a participação ativa da população atendida.
Nas palavras de Iamamoto (2006, p. 20), essa relação:
 “ [...] se configura como um dos maiores desafios sociais de nosso 
tempo: a capacidade de decifrar a realidade, elaborar propostas de 
trabalho criativas capazes de preservar e efetivar direitos, advindas 
de demandas emergentes no cotidiano. Em última instância, ser 
proativo em vez de meramente executor (IAMAMOTO, 2006, p. 20).
É essencial que o Serviço Social analise minuciosamente todas as mudanças so-
ciais, culturais, políticas e econômicas que abrangem o globo, enfatizando par-
ticularmente as nações vizinhas da América Latina. A necessidade é confrontar 
os desafios impostos pela conjuntura atual, levando em consideração dimensões 
sociais que abarcam os domínios político, social, cultural e econômico.
A Constituição Federal de 1988 consolidou diversos direitos sociais. O as-
sistente social profissional precisa fomentar a coesão em todos os segmentos da 
sociedade para garantir esses direitos, abrangendo áreas relacionadas a gênero, 
raça, etnia, movimentos sociais e trabalhistas, dentre muitos outros.
 “ O desafio consiste em redescobrir alternativas e perspectivas dentro 
do panorama contemporâneo do engajamento profissional. Traçar 
horizontes para formular estratégias que abordem eficazmente a 
questão social e solidarizem-se com as vidas daqueles que a viven-
ciam não apenas como vítimas, mas como agentes que lutam pela 
preservação e realização de suas vidas e da humanidade (IAMA-
MOTO, 2006, p. 75).
Examinando a história do Serviço Social, é possível discernir sua busca persis-
tente por novos temas de estudo por meio da construção e reconstrução. Nesse 
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contexto, o Movimento de Ruptura do Serviço Social surge como um marco 
significativo na história da profissão, representando avanços significativos na 
busca pela validação e legitimação do papel dos assistentes sociais na sociedade.
Muitos profissionais, nas suas práticas sociais, ainda mantêm uma visão anti-
quada, com abordagens baseadas no imediatismo, o que acaba fragmentando o 
progresso coletivo alcançado por outros assistentes sociais ao longo da evolução 
histórico-metodológica da profissão.
Guerra et al. (2002), ao abordar este tema, argumentam que:
 “ Ao atribuir às teorias uma independência em relação à prática, 
os agentes sociais perdem de vista sua singularidade como seres 
sociais. Essa singularidade reside nas capacidades subjetivas que 
possuem para superar a realidade fenomênica manifestada em suas 
interações sociais. Em contrapartida, ao negligenciar a causalidade 
e as determinações universais do movimento histórico, bem como 
a relativa autonomia da teoria em relação à prática, as ações profis-
sionais adquirem um caráter volitivo (GUERRA et al., 2002, p. 184).
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Ao conectar o conceito de sujeito ao objeto, a teoria à prática e até mesmo à natu-
reza do pensamento, fica evidente que todos são distintos uns dos outros. O que 
ocorre é uma interação entre todos esses elementos, o que promove a capacidade 
de provocar mudanças nos fatos.
O cerne da profissão é centralizado na emancipação dos usuários do Serviço 
Social, alcançada através da garantia de direitos sociais. Isso é viabilizado por 
meio das políticas públicas sociais, utilizando uma abordagem teórica, crítica e 
reflexiva que se materializa por meio do Projeto Ético-Político do Serviço Social.
O PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL
O Projeto Ético-Político tem como propósito orientar a prática profissional, bus-
cando concretizar essa prática na direção da transformação e mudança coletiva, 
assegurando os direitos sociais. É imperativo defender esse projeto, visto que ele 
se compromete a combater as adversidades da nova ordem social. 
Iamamoto (2007, p. 228) destaca:
 “ [...] o trabalho profissional cotidiano passa a ser conduzido segundo dile-
mas universais, relativos à redefinição do papel do Estado e sua progressi-
va integração à sociedade civil, processo que está no cerne da construção 
da esfera pública – da produção e distribuição mais equitativa da riqueza, 
da luta pela superação das desigualdades, pela formação e realização dos 
direitos e da democracia (IAMAMOTO, 2007, p. 228).
Nesse contexto, os profissionais buscam fortalecer sua posição como categoria 
profissional, com o objetivo de contribuir para uma nova sociedade, por meio 
de estratégias de intervenção que visam tornar isso realidade.
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Essa intervenção se torna um desafio para o Serviço Social na atual conjuntura 
econômica, que resulta na precarização do mercado de trabalho. Isso se reflete 
na flexibilidade, terceirização, subemprego, dentre outros aspectos, que afetam 
diretamente a classe trabalhadora e também têm impacto nas esferas estatais.
O assistente social, na sua atuação contemporânea, precisa estar preparado 
para abraçar diversas responsabilidades a fim de confrontar os desafios apresen-
tados, expandindo sua compreensão das transformações em curso globalmente.
O profissional de serviço social necessita demonstrar flexibilidade e adaptabilidade 
diante das evoluções que impactam o panorama laboral, mantendo, contudo, o 
compromisso primordial com as mudanças sociais e preservando integralmente o 
cerne ético-político inerente à profissão.
Este livro representa uma obra-prima essencial para os estudiosos 
das ciências humanas, do marxismo e, especialmente, do Serviço 
Social. O renomado autor José Paulo Netto aborda, nessa obra, 
que deriva em parte da sua tese de doutorado (sendo a outra parte 
abordada em "Ditadura e Serviço Social"), uma exploração profunda 
que não apenas enriquece o conhecimento sobre o Serviço Social, 
mas também avança em conceitos fundamentais. Dentre essas 
ideias essenciais, destaca-se o sincretismo presente não apenas 
na prática, mas também na ideologia e até mesmo na "ciência". O 
livro discute ainda o papel do Estado, o Capitalismo Monopolista, as 
políticas sociais e suas interconexões com o Serviço Social. Assim, 
essa obra representa uma contribuição notável da tradição marxis-
ta que vai além dos limitesdo próprio campo do Serviço Social.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Os profissionais de Serviço Social enfrentam outro desafio crucial, que consiste em 
contemplar a direção que a profissão deverá seguir em meio à crise atual da produção 
capitalista e aos avanços das políticas de globalização. Nesse contexto, o assistente 
social assume a responsabilidade de defender um paradigma societário renovado, 
caracterizado pela equitativa distribuição de recursos, incentivando a concepção e 
implementação de novas políticas públicas. Essas políticas devem ser materializadas 
por meio de projetos e programas que salvaguardem os direitos sociais dos usuários 
do Serviço Social.
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Conforme Iamamoto (2006, p. 52) destaca, o profissional de Serviço Social con-
fronta um formidável desafio na contemporaneidade: “[...] as estratégias, táticas 
e técnicas do trabalho profissional precisam se moldar de acordo com as especi-
ficidades dos temas que constituem o foco de estudo e ação do assistente social”.
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital no ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Ao alcançarmos o desfecho desta jornada é evidente que a história do Serviço 
Social é um intrincado entrelaçamento de teorias que sustentam suas origens e 
evolução. O embate de ideias apresentado por Montaño (2002), entre a associa-
ção da gênese à dinâmica capitalista e a profissionalização da caridade e filantro-
pia, proporcionou o ponto de partida ideal para nossa exploração, lançando um 
holofote sobre a natureza profundamente multifacetada dessa profissão.
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Ficou claro que uma apreensão completa do Serviço 
Social demanda uma análise minuciosa da influên-
cia das mudanças sociais e econômicas que delinea-
ram sua trajetória ao longo dos anos. Nossa jornada 
nos guiou pela exploração de momentos cruciais da 
história, entrelaçando-os ao contexto evolutivo do 
capitalismo e às contínuas lutas de classe que mar-
caram diversas eras. Com isso, pudemos traçar um 
caminho evolutivo que nos conduziu até os desafios 
e oportunidades que se apresentam no presente.
A essência do Serviço Social encontrou sua raiz 
na luta de classes, um campo de atuação que ganhou 
destaque ao confrontarmos as complexidades ine-
rentes ao sistema capitalista. Nesse contexto, emerge 
uma indagação de significativa importância: como 
uma profissão tão profundamente arraigada nas 
disparidades sociais pode se posicionar diante 
das metamorfoses de um mundo cada vez mais 
interconectado e em constante mutação?
A era atual nos coloca frente a desafios e 
perspectivas sem precedentes, muitos dos quais 
derivam da crise latente no sistema capitalista. 
Aprofundar nossa compreensão sobre esse tema é 
fundamental para discernir como o Serviço Social 
tem respondido a tal conjuntura, questionando vi-
gorosamente seu papel na mitigação das desigual-
dades e no impulso de mudanças substanciais.
Nesse sentido, convidamos vocês a contemplarem o 
passado com reflexão, analisarem o presente com olhos 
críticos e se prepararem para esculpir o futuro dessa 
profissão. Que esta jornada de aprendizado permeie 
suas práticas e visões, catalisando uma contribuição 
profunda e significativa ao âmbito do Serviço Social!
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1. Outro desafio que está imposto aos profissionais de Serviço Social é refletir sobre o norte 
que a profissão terá na atual crise da produção capitalista e os avanços das políticas de 
globalização. O assistente social deve sempre defender um novo modelo de sociedade, 
em que a distribuição da riqueza deve ser igualitária, estimulando o desenvolvimento de 
novas políticas públicas, através de projetos e programas que garantam aos usuários do 
Serviço Social os seus direitos sociais.
Elabore um pequeno texto sobre a atuação do Serviço Social no Brasil, diante da crise do 
capitalismo contemporâneo.
2. Os assistentes sociais atuam nas manifestações mais contundentes da questão social, tal 
como se expressam na vida dos indivíduos sociais de distintos segmentos das classes su-
balternas em sua relação com o bloco do poder e nas iniciativas coletivas pela conquista, 
efetivação e ampliação dos direitos de cidadania e nas correspondentes políticas públicas.
Como deve ser a intervenção do Serviço Social nas políticas públicas perante as dimensões: 
econômica, social, cultural e política na atual conjuntura?
3. Qual é a principal característica da atuação dos assistentes sociais nos espaços profissionais? 
a) Realização de atividades de produção e consumo de bens e serviços.
b) Foco exclusivo na esfera privada, sem envolvimento em processos políticos.
c) Participação ativa na formulação e implementação de políticas públicas.
d) Ênfase na promoção de atividades culturais e esportivas.
e) Restrição à prestação de serviços individuais, sem envolvimento em ações coletivas.
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4. Qual é um exemplo de um desafio contemporâneo que os profissionais de Serviço Social 
podem enfrentar na sua atuação e como eles podem abordá-lo de forma eficaz em termos 
de intervenção social?
a) A expansão das redes sociais e seu impacto na privacidade dos clientes.
b) O declínio da demanda por serviços de assistência social devido ao aumento do 
bem-estar econômico.
c) A falta de acesso à tecnologia da informação entre a população atendida.
d) A diminuição da diversidade cultural nas comunidades locais.
e) A escassez de recursos financeiros para programas de assistência social.
5. Qual é o papel do assistente social na promoção da coesão social e na garantia dos direitos 
sociais consolidados pela Constituição Federal de 1988?
a) O papel do assistente social está limitado à assistência direta a indivíduos em situa-
ções de vulnerabilidade.
b) O assistente social não desempenha um papel relevante na promoção da coesão social.
c) O assistente social atua como um agente de mudança, promovendo a inclusão e 
igualdade social.
d) O assistente social é exclusivamente responsável por questões relacionadas à 
saúde pública.
e) O papel do assistente social se limita à execução de políticas governamentais.
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REFERÊNCIAS
GUERRA, Y. et al. O debate contemporâneo da questão social. 2002. Disponível em:http://
www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIII/html/mesas/31faf46bb74c9b64aa7dYolanda_fatima_
Joana_Nadia.pdf. Acesso em: 19 set. 2023.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na cena - capital financeiro, trabalho e questão social. São 
Paulo: Cortez, 2007.
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 
10. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MONTAÑO, C. E. La naturaleza del Servico Social: um ensayo sobre su génesis, su especifici-
dad y 264 su reproducción. São Paulo: Cortez, 2002.
YAZBECK, C. M.; MARTINELLI, M. L.; RAICHELIS, R. O Serviço Social brasileiro em movimento 
fortalecendo a profissão na defesa de direito. Serviço Social e Sociedade, n. 95, p. 5-32. 2008.
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1. Um agente de transformação social e promovendo a defesa dos direitos humanos e da 
justiça social. Em um contexto em que as desigualdades econômicas e sociais se aprofun-
dam devido às dinâmicas do sistema capitalista, o profissional de Serviço Social se torna 
um mediador essencial entre as políticas públicas, as instituições e a população vulnerável.
 A crise do capitalismo contemporâneo se manifesta por meio da precarização do trabalho, 
do aumento do desemprego, da exclusão social, da concentração de renda e da fragilização 
dos sistemas de proteção social. Nesse cenário, os assistentes sociais desempenham um 
papel multifacetado. Eles atuam não apenas na prestação direta de assistência às pessoas 
em situação de vulnerabilidade, mas também na formulação e implementação de políticas 
públicas que visam mitigar os efeitos negativos da crise.
O profissional de Serviço Social trabalha para garantir o acesso aos direitos básicos, como 
saúde, educação, moradia e alimentação, lutando contra a exclusão ea marginalização 
das camadas mais desfavorecidas da população. Além disso, eles buscam promover a 
conscientização política e a participação ativa das comunidades afetadas, fortalecendo sua 
capacidade de reivindicar seus direitos e de se organizarem coletivamente para enfrentar 
as injustiças sociais.
No âmbito das políticas públicas, os assistentes sociais têm a responsabilidade de analisar 
criticamente os programas existentes, identificando lacunas e propondo melhorias para 
garantir uma distribuição mais equitativa dos recursos e benefícios sociais. Eles também 
desempenham um papel fundamental na promoção do debate público sobre as questões 
sociais, contribuindo para a sensibilização da sociedade civil e influenciando a formulação 
de políticas mais inclusivas.
 Diante da crise do capitalismo contemporâneo, o Serviço Social no Brasil se consolida 
como um campo de atuação comprometido com a transformação social e a defesa dos 
direitos humanos. Os assistentes sociais enfrentam desafios complexos, mas também têm 
a oportunidade de impactar positivamente a realidade, contribuindo para a construção de 
uma sociedade mais justa, igualitária e solidária.
2. A intervenção do Serviço Social nas políticas públicas perante as dimensões econômica, 
social, cultural e política na atual conjuntura deve ser abrangente e estrategicamente 
orientada para promover a equidade, a justiça social e o bem-estar da população. A atuação 
do Serviço Social nessas dimensões envolve:
Dimensão econômica: o Serviço Social deve analisar criticamente as políticas econômicas 
vigentes e suas implicações sociais. Isso inclui avaliar o impacto das políticas fiscais, traba-
lhistas, de investimento e de distribuição de renda nas condições de vida das pessoas mais 
vulneráveis. Os assistentes sociais podem propor medidas que visem à inclusão produtiva, 
à geração de empregos dignos e à redução das desigualdades econômicas.
GABARITO
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Dimensão Social: o foco central do Serviço Social é a defesa dos direitos humanos e sociais. 
Nas políticas públicas, os profissionais devem atuar na garantia do acesso igualitário aos 
serviços básicos, como saúde, educação e assistência social. Além disso, devem ser agentes 
na promoção da igualdade de gênero, combate ao racismo, respeito à diversidade sexual e 
inclusão de pessoas com deficiência, assegurando que nenhum grupo seja marginalizado.
Dimensão Cultural: o respeito à diversidade cultural é fundamental. O Serviço Social deve 
considerar as especificidades culturais das comunidades atendidas, evitando imposições 
culturais e respeitando os diferentes modos de vida. Isso envolve promover políticas que 
valorizem e preservem a cultura local, além de garantir que os serviços prestados sejam 
culturalmente sensíveis e adequados.
 Dimensão Política: a atuação política do Serviço Social envolve a participação ativa na for-
mulação, implementação e avaliação das políticas públicas. Os assistentes sociais devem 
ser defensores da participação democrática da sociedade civil, estimulando o engajamento 
cívico e a construção coletiva das políticas. Além disso, podem ser agentes de pressão 
3. Opção C.
Os assistentes sociais atuam na formulação, planejamento e execução de políticas públi-
cas em diversas áreas, como educação, saúde, previdência, assistência social, habitação, 
meio ambiente, dentre outras. Eles são movidos pela perspectiva de defesa e ampliação 
dos direitos da população. Além disso, o texto também menciona que eles contribuem na 
formulação, gestão e avaliação de políticas, programas e projetos sociais, impulsionam a 
mobilização social de segmentos subalternos e realizam práticas educativas. Portanto, a 
atuação na formulação e implementação de políticas públicas é uma característica central 
da atuação dos assistentes sociais nos espaços profissionais mencionados no texto.
4. Opção C.
A falta de acesso à tecnologia da informação entre a população atendida é um desafio con-
temporâneo que os profissionais de Serviço Social podem enfrentar. Eles podem abordar esse 
desafio de forma eficaz procurando maneiras de fornecer acesso a recursos tecnológicos, 
treinamento e educação para ajudar os clientes a superarem essa barreira digital e garantir 
que não sejam excluídos de serviços e oportunidades essenciais. As outras alternativas não 
refletem desafios típicos enfrentados pelos assistentes sociais na sociedade contemporânea.
5. Opção C.
O assistente social atua como um agente de mudança, promovendo a inclusão e igualdade 
social. O assistente social desempenha um papel crucial na promoção da coesão social e na 
garantia dos direitos sociais, trabalhando para criar uma sociedade mais justa e inclusiva, abor-
dando questões como gênero, raça, etnia, movimentos sociais e trabalhistas, dentre outros.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
O SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
Desenvolver um conhecimento sólido dos conceitos fundamentais das políticas públicas.
Explorar os diferentes sujeitos e atores envolvidos na elaboração, gestão e implementação 
de políticas públicas no Brasil. 
Investigar as interações entre as políticas públicas e o desenvolvimento sistêmico.
Examinar a importância da participação popular na formulação e implementação de políticas 
públicas.
Compreender a função dessas políticas públicas.
Investigar o papel do Serviço Social como profissão na implementação das políticas públicas no Brasil.
Compreender o objetivo das políticas públicas no Serviço Social. 
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6
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INICIE SUA JORNADA 
Como as políticas públicas são formuladas e implementadas em uma nação marca-
da por desigualdades profundas? Qual é o papel do Serviço Social nesse processo e 
como ele se adapta para atender às necessidades cambiantes da sociedade? Enquanto 
as políticas públicas muitas vezes refletem decisões ideológicas em diferentes níveis 
governamentais, como a participação popular influencia essa dinâmica? Além disso, 
quais inovações recentes estão moldando a evolução das políticas públicas e como 
os profissionais de Serviço Social podem se preparar para enfrentar esses avanços?
Em um cenário das constantes transformações social, econômica e política, as 
políticas públicas e o papel do Serviço Social emergem como elementos cruciais 
para compreender e abordar as demandas complexas da sociedade contemporâ-
nea. À medida que o Brasil navega pelo sistema capitalista, as políticas públicas se 
tornam veículos essenciais para enfrentar desigualdades e promover mudanças 
significativas. Nesse contexto, o profissional de Serviço Social assume um papel 
de destaque na implementação dessas políticas, trazendo à tona uma série de 
desafios, paradigmas e oportunidades.
Essa jornada de aprendizado que você está prestes a embarcar visa explorar 
as interseções profundas entre as políticas públicas implementadas no Brasil e o 
campo do Serviço Social. No decorrer desse debate, exploraremos cinco metas 
de estudo interconectadas que abordarão essas questões complexas e essenciais. 
Desde a compreensão dos fundamentos teóricos das políticas públicas até a aná-
lise do papel do Serviço Social como agente de mudança dentro desse contexto, 
convidamos você a se juntar a nós nessa jornada de descoberta e aprendizado. 
Juntos, desvendaremos os aspectos-chave que moldam a interface entre as po-
líticas públicas e o Serviço Social no Brasil contemporâneo, e como essas áreas 
se unem para enfrentar os desafios da nossa sociedade em constante evolução.
Você está convidado a sintonizar no podcast "Políticas Públicas e Serviço Social: 
Navegando pelas Transformações do Brasil". Descubra os bastidores das decisões 
políticas, como as ideologias moldam nossa sociedade. Esteja conosco enquanto 
navegamos pelo Brasil em constante evolução, desvendando o que realmente 
importa para o nosso futuro! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital 
no ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DEAPRENDIZAGEM 6
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITOS, CICLOS E ANÁLISES NO 
MODELO SISTÊMICO
As políticas públicas estão imersas em um complexo conjunto de ações governa-
mentais que permeiam todos os estratos da sociedade. Essas ações são articuladas 
através de decisões e orientações abrangendo diversas esferas, desde as sociais e ur-
banísticas até as de infraestrutura, meio ambiente, economia e cultura, dentre outras.
Esse conjunto de diretrizes e decisões governamentais desenha uma aborda-
gem estratégica para a atuação do Estado, visando à organização e coordenação 
eficiente de recursos financeiros, físicos e humanos, direcionados a objetivos 
claramente definidos, os quais são considerados como sendo “socialmente rele-
vantes e politicamente determinados”, como expresso por Bucci (2002, p. 241).
VAMOS RECORDAR?
Relembramos que, no Brasil, um aprofundamento teórico-crítico da formação 
profissional dos assistentes sociais tem gerado uma crítica aos modelos tradicionais 
de processos de trabalho, apontando para novas concepções de emancipação 
profissional e social que englobam toda a sociedade. Esse período coincidiu com o 
crescimento do movimento dos operários e das lutas sociais no final da década de 
70 e início da década de 80, tanto no Brasil quanto globalmente, marcando o início 
da ascensão do projeto neoliberal.
À medida que o modelo conservador se fortaleceu no Brasil, os movimentos sociais 
começaram a declinar, levando o Serviço Social a reagir por meio da adoção do 
pensamento teórico de Marx. Esse enfoque teve um avanço notável nas condições 
objetivas de atuação e nos espaços de organização da classe trabalhadora.
É importante ressaltar que a hegemonia ideológica, econômica, social e política 
da sociedade pelos trabalhadores está intrinsecamente relacionada às mudanças 
nos sistemas econômicos, mesmo quando não existe uma conexão direta entre 
eles. O assistente social, por sua vez, pode desempenhar um papel crucial no 
desenvolvimento de ações e estratégias nas organizações da classe trabalhadora, 
independentemente de atuar como profissional autônomo ou assalariado.
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Nesse contexto, é possível estabelecer que as políticas públicas se configuram 
como ferramentas de estruturação governamental, carregando consigo atributos 
específicos, como destacado por Kauchakje (2011):
• Estabelecem metas, diretrizes ou planos governamentais.
• Distribuem bens de interesse público.
• Transferem bens que não possuem caráter mercadológico.
• Priorizam interesses públicos, os quais frequentemente surgem do embate 
entre interesses sociais conflitantes, como a busca pela sustentabilidade frente 
ao desejo de acumulação de capital e lucro;
• Constituem a base de legitimidade do próprio Estado.
Para uma compreensão mais aprofundada da definição de políticas públicas, é 
crucial, em primeiro lugar, estabelecer definições para alguns conceitos funda-
mentais correlatos. Um desses conceitos, suscetível a diferentes interpretações, 
é o de “sociedade”. Nesse âmbito, é possível citar alguns dos pensadores clássicos 
que contribuíram para a compreensão desse tema, tais como Émile Durkheim, 
Max Weber e Karl Marx, todos apresentando perspectivas conservadoras ou 
críticas em relação à sociedade capitalista do século XIX.
CONCEITUANDO SOCIEDADE PARA OS AUTORES CLÁSSICOS
Émile Durkheim (1858-1917) tinha uma perspectiva particular sobre a socieda-
de. Para ele, a sociedade era composta por regras, normas, comportamentos, pen-
samentos e sentimentos que não existiam apenas na mente individual das pessoas. 
Em vez disso, esses elementos eram moldados pela experiência social e materia-
lizados nas instituições sociais, que tinham o propósito de estabelecer valores de 
referência. Em resumo, Durkheim acreditava que a sociedade influencia profun-
damente nossa maneira de pensar e sentir, moldando nossa consciência social.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Ele argumentava que essas regras, 
normas e instituições eram gover-
nadas por leis sociais que tinham 
características semelhantes às leis 
naturais e que dirigiam os fenôme-
nos sociais independentemente da 
vontade dos indivíduos.
Durkheim via a sociedade como 
um “todo harmônico”, em que 
havia um bem comum, assim 
como em um organismo vivo. 
Ele usou a analogia do corpo 
humano, a partir da qual certos 
órgãos ou tecidos recebem 
mais irrigação sanguínea 
porque desempenham funções 
vitais. Da mesma forma, na 
sociedade, certas classes que 
desempenham ocupações 
fundamentais deveriam ser 
privilegiadas. Isso, segundo 
ele, explicaria a concentração 
de poder e riqueza nas mãos 
da burguesia industrial, classe 
a que ele próprio estava ligado.
Max Weber (1864-1920) tinha uma visão da sociedade diferente daquela que a 
considera como algo superior ou independente dos indivíduos. Ele acreditava 
que os padrões, convenções, limites e regras sociais são construídos e modifica-
dos nas interações cotidianas entre as pessoas. Weber estava interessado nas mo-
tivações individuais e nas relações estabelecidas pelos indivíduos em suas ações 
e interações. Para ele, a sociedade é formada por meio dessas relações sociais, e 
as ideias coletivas, como o Estado, o mercado econômico e as religiões, existem 
porque os indivíduos orientam reciprocamente suas ações, mantendo assim as 
relações sociais em constante funcionamento.
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A perspectiva de Weber está ali-
nhada com a tradição liberal, que 
enfatiza o papel central do indivíduo. 
Ele via o indivíduo como o principal 
responsável por seus méritos e fragi-
lidades, e isso se estendia a tudo o que 
existe na sociedade, inclusive a posi-
ção ocupada nas classes sociais.
Por outro lado, Karl Marx (1818-
1883) tinha uma visão divergente 
da de Weber. Marx não priorizava 
o indivíduo e suas motivações, 
mas sim as condições materiais 
a partir das quais a sociedade 
se desenvolve. Ele argumentava 
que não é qualquer relação 
social que permite entender a 
sociedade, mas sim as relações 
de produção. Marx concentrou-
se principalmente no estudo da 
sociedade capitalista, em que 
as relações de produção eram 
caracterizadas pela propriedade 
privada dos meios de produção, 
como máquinas e ferramentas. 
Aqueles que detinham esses meios 
de produção tinham a capacidade 
de explorar o trabalho daqueles 
que não eram proprietários e que 
dependiam de vender sua força de 
trabalho em troca de um salário. 
Essa exploração se manifestava 
na forma de mais-valia absoluta, 
que representava o trabalho não 
remunerado do trabalhador e era 
acumulado como capital pelo 
“patrão”, representante da classe 
capitalista que acumula riqueza.
Para Marx, é essa relação de explora-
ção nas relações de produção que per-
mite a existência da sociedade capita-
lista. Portanto, ao contrário da visão de 
Weber de uma sociedade harmoniosa, 
Marx via a sociedade como um local 
de conflito de classes, onde as classes 
não cooperam harmoniosamente, mas 
sim lutam por seus interesses próprios.
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Essa diversidade individual dentro de uma sociedade contribui para atender às 
necessidades e interesses da vida coletiva, possibilitando a colaboração e a com-
plementação entre os membros da sociedade.
O conceito de interesse está relacionado a qualquer valor que seja conside-
rado importante e que tenha utilidade ou lucratividade em diversos contextos, 
abrangendo aspectos morais, sociais e materiais. Essa importância atribuída ao 
interesse pode resultar na geração de necessidades tanto de bens materiais quanto 
de ideais. Em resumo, os interesses podem abranger uma ampla gama de valores 
que influenciam as ações e escolhas das pessoas em diferentes áreas da vida.
As necessidades materiais não se limitam apenas às que são relacionadas à sobrevi-
vência física da humanidade, como moradia, alimentação e vestuário. Elas também 
abrangem nossos desejos de consumo, de posse e de ostentação. Ou seja, as ne-
cessidades incluem tanto as básicas paraa subsistência quanto aquelas relaciona-
das aos nossos anseios por bens, status e luxos. Essa ampla gama de necessidades 
reflete a complexidade das aspirações humanas e as diferentes formas através das 
quais buscamos satisfazê-las
APROFUNDANDO
Pode-se concluir que uma so-
ciedade é formada pela união 
de grupos sociais, compostos 
por indivíduos com interesses 
diversos, que se complemen-
tam para atender às necessida-
des coletivas. A característica 
principal dessa sociedade é a di-
versidade e diferenciação social 
de seus membros, que abrange 
diferenças como sexo, idade, 
estado civil, nacionalidade, 
religião, profissão, renda, bem 
como valores, ideias, ideologias 
e outros atributos individuais.
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Em um determinado grupo social ou na sociedade como um todo, os indivíduos 
e grupos interagem de diversas maneiras, resultando em processos sociais asso-
ciativos e não associativos, também conhecidos como dissociativos. 
Nos processos associativos, os componentes do grupo se unem e interagem 
de forma harmoniosa. Esses processos incluem:
COOPERAÇÃO
Os membros do grupo colaboram para alcançar objetivos comuns, trabalhando juntos 
de maneira construtiva.
CONVIVÊNCIA
Refere-se à capacidade dos indivíduos de viverem juntos, compartilhando espaços e 
recursos de forma pacífica.
CONSENSO GRUPAL
Envolve a busca por acordos e decisões que sejam aceitáveis para a maioria dos mem-
bros do grupo.
COMPETIÇÃO
Os membros do grupo disputam recursos, status ou poder, muitas vezes de forma com-
petitiva e adversária.
CONFLITO
Refere-se a divergências e confrontos mais intensos, nos quais há discordância e luta 
aberta entre os envolvidos.
O estudo desses processos sociais, tanto associativos quanto dissociativos, ajuda 
a compreender as dinâmicas das relações internas em uma sociedade ou grupo 
social, fornecendo insights de como as pessoas interagem e se relacionam em 
diferentes contextos sociais.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Ao analisar a estrutura organizacional da sociedade, fica evidente que ela está 
intrinsecamente ligada à experiência coletiva. Mesmo que os indivíduos tenham 
interesses diversos, é essencial que eles alcancem consensos em relação às regras 
e limites para promover uma convivência coletiva mais eficaz e harmoniosa.
A distinção entre conflitos sociais e competições reside na possibilidade 
do uso da violência para resolver situações de confronto, incluindo conflitos ar-
mados ou guerras. Enquanto nas competições, os indivíduos ou grupos disputam 
recursos, poder ou status de forma não violenta, os conflitos sociais podem levar 
a confrontos violentos quando não são resolvidos de maneira pacífica.
A sociedade busca equilibrar interesses divergentes por meio de consensos e acor-
dos, evitando o recurso à violência como meio de solucionar disputas e conflitos. 
Essa capacidade de negociação e cooperação é fundamental para a manutenção da 
ordem social e para garantir uma convivência coletiva mais pacífica e estável.
APROFUNDANDO
Os consensos nem sempre são estabelecidos de maneira tranquila, e, em situa-
ções de conflitos sociais, a gestão interna desses desentendimentos frequente-
mente envolve o uso da coerção e estratégias políticas. A coerção, nesse con-
texto, refere-se à ação de restringir, conter ou controlar. O Estado, através de 
suas políticas, exerce seu poder soberano para aplicar a coerção policial como 
forma de manter a ordem e a estabilidade.
POLÍTICA PÚBLICA NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
A política pública desempenha um papel crucial na gestão de conflitos, buscando 
alcançar acordos entre interesses divergentes dos diversos setores envolvidos. O 
autor Schmitter (1984, p. 34) oferece uma definição concisa e clara da política, 
afirmando que “política é a resolução pacífica dos conflitos”.
Analisando esse conceito teoricamente, percebe-se que ele é abrangente e não 
faz muitas distinções. No entanto, Rua (1998) argumenta que é necessária uma 
delimitação mais precisa. Para ela, política é um conjunto de métodos, tanto for-
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mais quanto informais, que se manifestam nas esferas de poder e visam à solução 
pacífica dos conflitos relacionados ao poder e aos bens públicos.
As políticas públicas são um conjunto de decisões, planejamentos e ajustes rea-
lizados pelo poder público, com o objetivo de promover ações e intervenções 
específicas em diversos setores da sociedade. Essas políticas são desenvolvidas 
no âmbito do setor público e visam à ação coletiva em prol do interesse público 
e do bem-estar da população.
ZOOM NO CONHECIMENTO
No senso comum, muitas pessoas associam a política apenas ao período eleitoral, 
quando a competição por cargos públicos se baseia em promessas e propostas 
para melhorar a qualidade de vida da sociedade. No entanto, muitos desses can-
didatos demonstram pouco conhecimento ou fazem de conta que não compreen-
dem a dimensão política que envolve o setor público. Eles utilizam os eleitores 
como trampolim para suas ascensões pessoal e política. 
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Isso cria um cenário em que as ações públicas são frequentemente percebidas 
como mero cumprimento de promessas eleitorais, levando as pessoas a se desi-
ludirem com a “política” e a se tornarem reféns desses processos. Como discutido 
nas unidades anteriores, o capitalismo se reorganiza de acordo com seus interes-
ses, e essa reorganização também se reflete no âmbito governamental, por meio 
das políticas públicas.
Decisão Política Política Pública
As políticas públicas são o resultado das escolhas feitas entre diversas alternativas 
propostas por diferentes atores envolvidos, considerando a importância dos 
objetivos desejados e os meios disponíveis para alcançá-los.
Política Pública
A implementação de políticas públicas transforma decisões políticas em ações 
práticas para resolver problemas sociais. Nem todas as decisões políticas se tornam 
políticas públicas, como o aumento da tarifa de ônibus.
As políticas públicas, embora estejam relacionadas a setores privados e sociais, 
como família, religião e mercado, não deixam de ser públicas durante a sua ela-
boração e implementação. O Estado mantém um poder legítimo sobre elas, pois 
envolvem instrumentos, conteúdos e aspectos de intervenção institucional pú-
blica. Os instrumentos são as formas usadas para atingir objetivos, os conteúdos 
referem-se a todos os objetivos relacionados às políticas públicas, e os aspectos 
abrangem os processos institucionais necessários para colocá-las em prática. Em 
resumo, mesmo com envolvimento de diferentes setores, as políticas públicas 
continuam sob o controle e responsabilidade do Estado.
Em síntese, as políticas públicas são, no Estado democrático de direito, os meios 
que a administração pública dispõe para a defesa e a concretização dos direitos 
de liberdade e dos direitos sociais dos cidadãos, estabelecidos numa Constituição 
Federal (QUEIROZ, 2011, p. 97).
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A análise de políticas públicas é uma tarefa multidisciplinar que visa examinar 
as ações do governo e suas implicações para a sociedade. 
De acordo com os autores Ham e Hill (1985), existem duas classes principais 
de estudos na análise de políticas públicas, além disso as políticas públicas, duran-
te sua elaboração, frequentemente se baseiam em diversas teorias e metodologias, 
mas duas delas que se destacam. No recurso a seguir, destacaremos, inicialmente, 
as duas classes de análise das políticas públicas e, posteriormente, as duas teorias 
e metodologias que destacam:
CLASSE DESCRITIVA
Tem como objetivos principais a formulação, programação e avaliação dos conheci-
mentos produzidos no processo de elaboração das políticas públicas, se concentra 
em descrever e entender as políticas existentes, 
CLASSE PRESCRITIVA OU PROPOSITIVA
Auxiliar os formuladores de políticas públicas, acrescentando conhecimento ao processo 
de elaboração dessas políticas, oferecendo recomendações e soluções para melhorar 
ou aprimorar as políticas existentes.MÉTODO RACIONAL-COMPREENSIVO
Associado à análise de macropolítica e ao estudo dos contextos político e institucional 
em um nível mais amplo, busca entender as políticas considerando os objetivos, as 
metas e os processos envolvidos em um nível mais amplo de análise.
MÉTODO RACIONAL-COMPREENSIVO
Relacionado à micropolítica e à busca por soluções para problemas mais imediatos e 
urgentes, se concentra em questões práticas e problemáticas específicas que exigem 
ação imediata.
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Em resumo, a análise de políticas públicas pode ser tanto descritiva, forne-
cendo uma compreensão detalhada das políticas existentes, quanto prescritiva, 
buscando orientar decisões políticas por meio de recomendações e propostas de 
melhoria. Ambas desempenham um papel importante na formulação e avaliação 
das políticas governamentais. 
No que se refere aos métodos esses representam abordagens diferentes na 
análise de políticas públicas, sendo o primeiro mais voltado para uma compreen-
são mais ampla e estratégica, enquanto o segundo se concentra em questões 
práticas e imediatas. Ambos têm seu lugar na análise de políticas, dependendo 
das necessidades e objetivos da pesquisa ou da tomada de decisões.
Lindblom (2008) critica o método racional-compreensivo na análise de po-
líticas públicas, argumentando que ele enfatiza análises detalhadas e complexas 
em um contexto onde muitas vezes são necessárias soluções imediatas. Ele de-
fende a abordagem incremental, que prioriza ação rápida sobre análises extensas. 
Lindblom sugere que um consenso entre essas abordagens pode ser benéfico, 
embora reconheça que isso pode ser desafiador devido à complexidade do mé-
todo racional-compreensivo. Em resumo, ele destaca a importância de equilibrar 
análises abrangentes com ações imediatas na formulação de políticas públicas.
Veja os modelos identificados por Dey (1981), em que existem vários padrões 
de estudo sobre as políticas públicas:
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 MODELO INSTITUCIONAL
Destaque é para o poder do Estado na elaboração e implementação das políticas públicas.
MODELO DA TEORIA DO GRUPO
A política é vista como artifício para obtenção de igualdade e equilíbrio entre os diferen-
tes interesses dos grupos.
MODELO ELITISTA
A política é vista como o resultado dos interesses da classe dominante, das elites da 
sociedade e governamentais.
MODELO DE POLÍTICA RACIONAL
A política deve realizar o cumprimento das metas planejadas, envolvendo cálculos dos 
valores sociais, econômicos e políticos como ideia de eficiência no desenvolvimento 
das políticas públicas.
MODELO DA TEORIA DOS JOGOS
A política é como um jogo, com escolhas racionais de seus atores, tornando-se um con-
texto de competitividade, no qual se tem que escolher pelas opções dadas.
MODELO INCREMENTALISTA
É a continuação das políticas públicas já implantadas e que estão sendo aplicadas, po-
rém com algumas modificações para a sua melhoria.
MODELO SISTÊMICO
A política é defendida como o resultado de um modelo ou de um sistema político, que 
é um conjunto de composições e processos que se relacionam entre si, produzindo 
valores para a sociedade em sua totalidade.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Vale destacar que existem diferentes tipos de políticas públicas, que se distinguem 
pelas suas abordagens e objetivos específicos. Alguns dos tipos mais comuns incluem:
POLÍTICAS ESTABILIZADORAS 
Seus objetivos são elevar o nível de empregos, estabilizar os preços e gerar o cresci-
mento econômico, aumentar a renda per capita.
POLÍTICAS REGULADORAS 
 O objetivo é regular a atividade econômica, através de legislação específica e dispo-
sições administrativas, o que a tem tornado uma das políticas regulamentadoras mais 
eficientes diante das concessões dos serviços públicos para iniciativas privadas. 
POLÍTICAS ALOCATIVAS 
 O objetivo é oferecer bens e serviços através das políticas públicas que são oferecidas 
para a população, independentemente da condição social. 
POLÍTICAS ALOCATIVAS
Têm como objetivo as distribuições de benefícios individuais e/ou de renda, e que nor-
malmente são efetuadas pelo modelo clientelista.
POLÍTICAS DISTRIBUTIVAS 
Têm como objetivo as distribuições de benefícios individuais e/ou de renda, e que nor-
malmente são efetuadas pelo modelo clientelista.
POLÍTICAS COMPENSATÓRIAS 
Essa política tem como objetivo contemplar a população que se encontra em vulnera-
bilidade social, acontece através da transferência de renda ou de recursos materiais e 
tem por finalidade a garantia de direitos do cidadão.
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As políticas públicas ocorrem em um contexto marcado por relações de poder entre 
o Estado e a sociedade, muitas vezes caracterizado por tensões devido aos interesses 
coletivos e individuais de diferentes grupos. Analisar políticas públicas requer com-
preender os ciclos políticos, considerando suas principais dimensões e complexidades.
O processo político se desenrola ao longo do ciclo de políticas, que engloba um 
conjunto de ações políticas. Esse ciclo permite identificar e analisar os processos po-
líticos e seus interesses, abrangendo desde a formulação até a implementação e ava-
liação das políticas públicas. O entendimento dessas etapas é fundamental para uma 
análise completa das políticas governamentais e de como elas afetam a sociedade.
O ciclo das políticas é um processo complexo e dinâmico que pode ser dividi-
do em várias etapas interligadas. Cada uma dessas etapas desempenha um papel 
fundamental na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas. 
Vamos explorar em detalhes essas etapas:
AGENDAÇÃO
Este estágio emerge quando uma determinada situação se converte em uma preocu-
pação para a sociedade e também em uma questão política.
FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Nesta fase, o grupo envolvido nas discussões consegue incorporar o problema social 
ou político em suas atividades, apresentando propostas para resolvê-lo.
TOMADA DE DECISÃO
Trata-se de decisões que podem contribuir para a formação de um núcleo da política 
que será implementada.
TOMADA DE DECISÃO
Abrange o conjunto de decisões deliberadas pelo grupo de administradores e/ou so-
ciedade civil, resultando na criação de uma política pública.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA
Abrange o conjunto de decisões deliberadas pelo grupo de administradores e/ou so-
ciedade civil, resultando na criação de uma política pública. 
AVALIAÇÃO
Analisa os resultados positivos e negativos de uma determinada política pública. Ela 
pode envolver critérios e valores a serem revisados e ajustados, a fim de garantir que os 
objetivos esperados sejam alcançados.
Este livro exemplifica a maturidade do Serviço Social no diálogo 
com a tradição marxista. Aborda temas como o mercado de tra-
balho dos assistentes sociais em tempos de reestruturação pro-
dutiva e neoliberalismo, além de reflexões sobre o Serviço Social 
como trabalho ou complexo ideológico. Valoriza os leitores sem 
comprometer a profundidade teórica e é uma leitura indispensá-
vel para entender o Serviço Social no Brasil atual.
INDICAÇÃO DE FILME
Após o período de implementação, de amadurecimento e estabilização, é co-
mum observar que as políticas públicas adquirem uma certa autonomia, como 
se tivessem desenvolvido uma vida própria. Em muitos casos, mesmo após a 
resolução da causa que motivou a criação de uma determinada política pública, 
ela continua em vigor devido à sólida estrutura organizacional e ao suporte 
político que recebe.
Essa autonomia das políticas públicas pode ser vista como um fenômeno 
interessante no campo da administração pública. Ela reflete as capacidades de 
algumas políticas de persistirem e evoluírem, muitas vezes adquirindo novos 
propósitos ou se adaptando às mudanças nas necessidades da sociedade ao 
longo do tempo.
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NOVOS DESAFIOS
Aprofundamos as questões cruciais que permeiam as políticas públicas e o Serviço 
Social no Brasil contemporâneo. Ao longo do debate,exploramos a complexa dinâ-
mica de como políticas são formuladas e implementadas em um cenário de desi-
gualdades persistentes, examinamos o papel vital do Serviço Social nesse processo e 
consideramos como se adapta às necessidades em constante mutação da sociedade.
Além disso, refletimos sobre a influência da participação popular nessas po-
líticas e analisamos as inovações recentes que estão moldando a evolução do 
campo das políticas públicas. 
Em um contexto de mudanças sociais, econômicas e políticas contínuas, as 
políticas públicas e o Serviço Social desempenham um papel fundamental na 
construção de um Brasil mais justo e igualitário, essas duas áreas se entrelaçam 
e se fortalecem mutuamente, capacitando você a enfrentar os desafios do nosso 
tempo com conhecimento e confiança. 
Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital no ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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1. As políticas públicas acontecem em um contexto marcado pelas relações de poder entre 
o Estado e a sociedade. Em muitas situações se tornam tensas, pela dimensão política que 
envolve os interesses coletivos e individuais de cada segmento. Para realizar uma análise 
das mesmas se faz necessário compreender os ciclos políticos, levando em consideração 
as suas principais dimensões e suas complexidades. O processo político acontece diante 
do ciclo de políticas, resultando no conjunto de ações políticas que permite, assim, a iden-
tificação e análise dos processos políticos e seus interesses.
Destaque o ciclo das políticas através das suas fases e conceitue cada uma das fases.
2. Podem ser citados alguns pensadores clássicos que descrevem sobre essa questão, como 
Émile Durkheim, Marx Weber e Karl Marx, todos com uma visão conservadora ou crítica da 
sociedade capitalista do século XIX.
Como Karl Marx visualizava a sociedade?
3. Os conflitos sociais, como os outros processos sociais, são considerados formas de inte-
ração social que abrangem os seres humanos como indivíduos, organizações coletivas, 
grupos culturais, étnicos, dentre outros. Esse processo se dá pelos choques entre interesses 
das classes sociais antagônicas nos diferentes segmentos da sociedade.
Qual é a principal diferença entre conflitos sociais e competições, de acordo com o texto?
a) Os conflitos sociais não envolvem interesses das classes sociais.
b) As competições ocorrem apenas em grupos culturais.
c) Os conflitos sociais são sempre resolvidos por meio de consensos.
d) A principal diferença está na possibilidade de uso da violência.
e) As competições não envolvem a vivência coletiva.
AUTOATIVIDADE
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4. O papel da análise de política é encontrar problemas onde soluções podem ser tentadas, 
ou seja, o analista deve ser capaz de redefinir problemas de uma forma que torne possível 
alguma melhoria. Portanto, a análise de política está preocupada tanto com o planejamento 
como com a política. Nesse sentido, a análise de política pública é uma tarefa multidisci-
plinar, que tem como objetivo analisar as ações desenvolvidas no governo e suas conse-
quências para a sociedade. 
De acordo com Ham e Hill (1985), como as análises das políticas públicas são classificadas 
em duas classes?
Fonte: HAM, C.; HILL, M. The policy process in the modern capitalist state. Brighton: Wheat-
sheaf Books, 1985.
a) Uma classe visa à formulação, programação e avaliação das ações políticas, enquanto 
a outra busca orientar as decisões com um caráter prescritivo.
b) Uma classe prioriza a orientação descritiva, enquanto a outra busca promover debates 
públicos.
c) Uma classe concentra-se em questões culturais, enquanto a outra se dedica à análise 
econômica.
d) Uma classe envolve apenas questões políticas, enquanto a outra envolve questões 
sociais.
e) Uma classe está focada nas políticas nacionais, enquanto a outra se concentra nas po-
líticas internacionais.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
BUCCI, M. P. D. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2002.
DEY, T. R. Understanding policy. 4. ed. New Jersey: Prentice Hall, 1981.
HAM, C.; HILL, M. The policy process in the modern capitalist state. Brighton: Wheatsheaf 
Books, 1985.
KAUCHAKJE, S. Gestão pública de Serviços Sociais. 3. ed. Curitiba: Ibpex, 2011.
LINDBLOM, C. E. O processo de decisão política. UnB, 1981. In: LOPES, B.; AMARAL, J. N.; 
CALDAS, R. W. Políticas públicas: conceitos e práticas. Belo Horizonte: Sebrae/MG, 2008.
QUEIROZ, R. Formação e gestão de políticas públicas. 3. ed. Curitiba: Ibpex, 2011.
RUA, M. das G. Análise de políticas públicas: conceitos básicos. In: RUA, M. das G.; VALADAO, 
M. I. O estudo da política: temas selecionados. Brasília: Paralelo 15, 1998.
SCHMITTER, P. Reflexões sobre o conceito de política. In: BOBBIO, N. et al. Curso de Introdução 
à Ciência Política. Brasília: UnB,1984.
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1. A elaboração de uma agenda, que acontece quando alguma circunstância se torna um 
problema para a sociedade, como também um problema político, com grupos de gestores 
públicos e sociedade civil priorizando a discussão.
• A elaboração de alternativas acontece quando o grupo ligado nas discussões consegue 
envolver o problema social/político nas atividades desenvolvidas, através de propostas para 
resolução dele. Nem sempre as discussões acontecem com os mesmos interesses; a partir 
do momento em que se consegue chegar a um consenso, que seja melhor para a maioria, 
acontece a chamada tomada de decisão.
• A tomada de decisão nem sempre constitui o conjunto final das decisões que foram tomadas 
para a resolução do problema, que poderá se tornar uma política pública, e sim decisões 
que poderão auxiliar na formação de um núcleo da política que poderá ser implementada.
• A implementação de uma política pública é o conjunto das decisões que foram deliberadas 
pelo grupo de gestores e/ou sociedade civil, e que resulta em uma política pública. Para a 
implementação de alguma política pública se faz necessário um planejamento estratégico 
das ações a serem implementadas, pontuando metas, objetivos, público a ser atendido, 
prazo, recursos pessoais e financeiros, dentre outros, além do monitoramento contínuo das 
ações, que atualmente é um instrumento de gestão das políticas públicas, e, por último, a 
avaliação de todo o processo.
• A avaliação tem como objetivo avaliar os resultados positivos e negativos de uma deter-
minada política pública, a avaliação pode expressar critérios e valores para serem revistos 
e ajustados a fim de que os objetivos esperados sejam alcançados.
2. Karl Marx (1818-1883) argumentava que não é qualquer relação social que permite enten-
der a sociedade, mas sim as relações de produção. Marx concentrou-se principalmente 
no estudo da sociedade capitalista, em que as relações de produção eram caracterizadas 
pela propriedade privada dos meios de produção, como máquinas e ferramentas. Aqueles 
que detinham esses meios de produção tinham a capacidade de explorar o trabalho da-
queles que não eram proprietários e que dependiam de vender sua força de trabalho em 
troca de um salário. Essa exploração se manifestava na forma de mais-valia absoluta, que 
representava o trabalho não remunerado do trabalhador e era acumulado como capital 
pelo “patrão”, representante da classe capitalista que acumula riqueza.Para Marx, é essa 
relação de exploração nas relações de produção que permite a existência da sociedade 
capitalista. Portanto, ao contrário da visão de Weber de uma sociedade harmoniosa, Marx 
via a sociedade como um local de conflito de classes, onde as classes não cooperam 
harmoniosamente, mas sim lutam por seus interesses próprios.
GABARITO
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3 . Opção D.
A principal diferença entre conflitos sociais e competições, de acordo com o texto, é a 
possibilidade de uso da violência. No caso dos conflitos sociais, existe essa possibilidade, 
enquanto nas competições, geralmente não se recorre à violência. Parabéns por escolher a 
opção correta e por compreendera distinção destacada no texto! Continue assim!
4 . Opção A.
De acordo com Ham e Hill (1985), as análises das políticas públicas são classificadas em 
duas classes. Uma classe visa à formulação, programação e avaliação das ações políticas, 
resultando em uma orientação extremamente descritiva. A outra classe tem o propósito de 
auxiliar os formuladores das políticas públicas, adicionando conhecimento ao processo de 
elaboração delas mesmas, assumindo um papel fundamental na orientação das decisões, 
com caráter prescritivo ou propositivo. Você identificou com precisão essa classificação. 
Parabéns! Continue assim!
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
MINHAS METAS
AS POLÍTICAS PÚBLICAS E OS SEUS 
CICLOS DE EFETIVAÇÃO
Compreender os principais tipos e estratégias lógicas empregados na formulação de 
agendas para a elaboração de políticas públicas. 
Investigar as diversas etapas envolvidas no ciclo de políticas públicas. 
Examinar os métodos de negociação de conflitos e interesses que surgem durante a 
implementação das políticas públicas. 
Conhecer modelos e critérios de avaliação para medir a eficiência e o monitoramento das 
políticas públicas no Brasil. 
Investigar a evolução e a regulamentação das políticas públicas em diversas áreas no 
Brasil.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7
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INICIE SUA JORNADA
Bem-vindo(a) a esta conversa, em que mergulharemos nas complexidades dos 
ciclos das políticas públicas e na respectiva efetivação na sociedade. Exploraremos 
os fundamentais conceitos e exemplos práticos que são cruciais para entender 
como as políticas públicas são desenvolvidas, implementadas e avaliadas no con-
texto brasileiro. Durante esta jornada de aprendizado, abordaremos os processos 
que discutem, avaliam, produzem e reproduzem as novas políticas públicas, além 
dos contextos teóricos e práticos que moldam essas políticas.
Ao longo do debate, exploraremos questões importantes, como a formulação 
das agendas de políticas públicas, o levantamento das demandas da sociedade, 
a tomada de decisões, o mapeamento das redes de atendimento e a negociação 
de conflitos e interesses. Além disso, examinaremos os modelos e os critérios de 
avaliação que ajudam a medir o sucesso e o impacto dessas políticas.
No entanto, à medida que nos aprofundamos no universo das políticas públicas, 
um desafio persistente se apresenta: como podemos efetivamente abordar as cons-
tantes transformações nas políticas públicas para atender às crescentes necessida-
des da população? Esse será o problema central que enfrentaremos ao longo deste 
tema, buscando respostas por meio do entendimento teórico, da análise prática e 
do estudo da evolução das políticas públicas no Brasil. Vamos começar!
Você já se perguntou como as políticas públicas são formuladas e implemen-
tadas no Brasil? Quer entender os bastidores das decisões que moldam nosso 
país? Então, não perca o podcast intitulado Desvendando Políticas Públicas no 
Brasil, o qual produzimos especialmente para essa conversa. Mergulhe em tópi-
cos, como a formulação de agendas, o ciclo de políticas públicas, a negociação 
de conflitos, a avaliação abrangente e a evolução regulamentar! Conhecimento 
é poder e nós estamos aqui para te empoderar! Recursos de mídia disponíveis 
no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
VAMOS RECORDAR?
Os espaços sócio-ocupacionais de intervenção profissional do Serviço Social 
na esfera estatal e nas instâncias públicas de controle democrático
O Serviço Social é uma profissão cuja atuação se estende por diversas esferas 
da sociedade, desempenhando um papel fundamental na promoção da justiça 
social, dos direitos humanos e na melhoria das condições de vida das pessoas em 
situação de vulnerabilidade. Nesse vasto campo de atuação, os espaços sócio-
ocupacionais de intervenção profissional na esfera estatal e instâncias públicas de 
controle democrático desempenham um papel crucial. 
Os profissionais de Serviço Social encontram uma ampla gama de oportunidades de 
trabalho dentro do aparato estatal, seja em nível municipal, estadual ou federal. Eles 
desempenham funções vitais em órgãos públicos, secretarias de assistência social, 
saúde, educação, dentre outros, contribuindo para a formulação, a implementação 
e a gestão de políticas públicas que visam atender às necessidades da população.
Nesses espaços, os assistentes sociais têm as responsabilidades de identificar as 
demandas sociais, elaborar projetos e programas, e prestar atendimento direto 
às pessoas em situação de vulnerabilidade, além de fiscalizar e garantir que os 
direitos sociais sejam assegurados. São agentes de transformação que atuam na 
construção de políticas inclusivas e no fortalecimento da cidadania. 
Além do trabalho diretamente vinculado à gestão pública, os assistentes sociais têm 
um papel relevante nas instâncias de controle democrático. Esses são espaços em 
que a sociedade civil pode participar ativamente na formulação, no monitoramento 
e na avaliação das políticas públicas. Conselhos municipais, estaduais e nacionais 
são exemplos de instâncias em que os profissionais de Serviço Social podem atuar 
como conselheiros, representando os interesses da comunidade e contribuindo 
para a transparência e a responsabilidade na gestão pública. 
A participação nessas instâncias permite que os assistentes sociais acompanhem 
de perto a implementação das políticas, denunciem irregularidades, proponham 
melhorias e garantam que os direitos sociais sejam respeitados. É uma maneira 
eficaz de empoderar a sociedade civil e fortalecer a democracia, promovendo a 
justiça social e a igualdade de oportunidades.
Os espaços sócio-ocupacionais de intervenção profissional do Serviço Social na 
esfera estatal e nas instâncias públicas de controle democrático desempenham 
um papel crucial na promoção do bem-estar social e na construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária. Os assistentes sociais que atuam nesses espaços 
desempenham um papel fundamental na defesa dos direitos humanos e na luta 
contra a exclusão social. Eles são agentes de transformação que contribuem para 
a construção de um futuro mais inclusivo e democrático para todos.
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
ELABORAÇÃO E EFETIVAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO 
CAPITALISMO
Para iniciar a exploração da criação e da implementação das políticas públicas, é 
fundamental compreender a abordagem adotada pelos líderes governamentais 
para satisfazer às necessidades da sociedade, enquanto também promovem os 
próprios interesses políticos. Em um estágio inicial desse processo, destaca-se a 
importância da “agenda de política pública”, que se concentra na priorização 
de tópicos específicos. Aqui, os gestores públicos utilizam a própria autoridade 
para estabelecer as próprias agendas, utilizando-as como meios de exercer poder 
e competir por influência.
No âmbito das discussões sobre políticas públicas, é comum encontrar uma 
variedade de terminologias e interpretações relacionadas às “agendas”, incluin-
do alguns termos, como “agendas da sociedade”, “agendas governamen-
tais” e “agendas estaduais”. Isso ocorre devido à diversidade de interesses 
presentes na sociedade. 
O termo “agendas da sociedade” se refere, em essência, a uma agenda 
abrangente que aborda questões de interesse tanto para o setor público quanto 
para a sociedade civil. Um exemplo notável de uma agenda abrangente aborda 
vários temas, como a violência urbana, a preservação do meio ambiente, o acesso 
ao saneamento básico e a questão relativa à habitação.
APROFUNDANDO
Em uma administração governamental, também é possível identificar as 
chamadas “agendas de decisões”. Elas são ações deliberadas a curto e a médio 
prazos que podem envolver não apenas o Poder Executivo, mas também o Legis-
lativo e o Judiciário. Como exemplo, podemos mencionar a desapropriação de 
uma área de risco que foi ocupada irregularmente.Nesse caso, o Poder Jurídico 
pode entrar com uma ação visando à demolição e à remoção das pessoas que 
habitam áreas consideradas perigosas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Assim como é destacado por Rua (2009), a formação da agenda política é 
influenciada tanto pelos atores políticos quanto pelos processos de destaca-
mento e visibilidade de determinados temas. Isso significa que a definição das 
prioridades políticas não é apenas uma questão de escolha das autoridades, 
mas também depende da maneira como certos temas se tornam evidentes e 
relevantes na sociedade.
A formação da agenda política é influenciada tanto pelos atores políticos quanto 
pelos processos de destacamento e visibilidade de determinados temas.
Na formulação das agendas, em todas as categorias, a influência é exercida por 
atores que representam diferentes setores de interesse governamental. Esses atores 
podem ser classificados em duas tipologias distintas.
Os atores governamentais abrangem todos os cargos eletivos, desde a Pre-
sidência da República até outros políticos eleitos em todas as esferas do governo. 
Isso também inclui funcionários públicos nomeados ou que seguem carreiras 
no serviço público, além de funcionários dos Poderes Judiciário e Legislativo. 
Empresas pertencentes ao setor público e organizações governamentais também 
fazem parte desse grupo.
As configurações e a eficácia das ações dos diversos atores envolvidos nas 
discussões de diferentes tipos de agendas são influenciadas pela intersecção de 
espaço e tempo. Nesse contexto, podem ser apresentados diversos exemplos en-
volvendo atores tanto governamentais quanto não governamentais.
 No que se refere aos atores governamentais, podemos mencionar a rela-
ção do poder público com as políticas de economia solidária no Brasil. Nesse 
caso, diversos segmentos do governo, incluindo funcionários de carreira e no-
meados, envolveram-se em uma política pública alinhada com os interesses 
ideológicos do governo do Presidente Lula. Essa política pública impactou as 
esferas econômicas e sociais por meio de programas e projetos que buscavam 
realizar os objetivos políticos subjacentes à promoção da economia solidária. 
Temos como exemplos: a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES); 
o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF); o 
Banco Popular de Desenvolvimento (Banco Palmas); e o Programa Nacional 
de Alimentação Escolar (PNAE).
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Por outro lado, os atores não governamentais são compostos por uma ampla 
gama de entidades, como instituições de ensino e pesquisa, núcleos acadêmicos, 
empresas de consultoria, organizações internacionais, como a Organização das 
Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, 
a Ciência e a Cultura (UNESCO), além de organizações privadas, incluindo a 
mídia (como a Organizações Globo), os sindicatos representando trabalhado-
res ou patronais, as associações de categorias profissionais, os partidos políticos, 
as empresas privadas, as organizações não governamentais (ONGs) e diversos 
movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 
(MST), os movimentos ambientalistas, os movimentos feministas e os grupos de 
defesa dos direitos LGBTQ+. Até as igrejas podem ser consideradas atores não 
governamentais no contexto da elaboração das agendas de políticas públicas.
No âmbito dos atores não governamentais, um exemplo significativo é o 
crescimento das igrejas e dos templos evangélicos no Brasil. Em um contexto 
histórico em que a religião católica predominava, ao longo dos anos, as igrejas 
evangélicas ganharam força e passaram a exercer influência não apenas no âm-
bito religioso, mas também no campo político. Essa mudança na configuração 
religiosa do país teve implicações significativas em várias esferas da sociedade, 
incluindo a política.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Com relação aos atores envolvidos, é importante destacar uma subdivisão interna 
na tipologia e que se torna evidente na esfera pública. Essa subdivisão compreende:
Atores visíveis: são os atores que recebem a maior visibilidade tanto da 
mídia quanto da sociedade em geral. Isso inclui figuras públicas de destaque, 
como o presidente da República, senadores, deputados federais e estaduais, 
governadores estaduais, prefeitos municipais, líderes políticos de partidos, 
entidades e organizações civis de grande relevância e movimentos sociais que 
exercem um impacto social significativo.
Atores invisíveis: nesta categoria, estão os atores que desempenham um pa-
pel fundamental, embora frequentemente passem despercebidos pela exposição 
pública. Eles estão intimamente envolvidos com a implementação das ações de-
lineadas nas agendas das políticas públicas. Dentre esses atores, estão os funcio-
nários de carreira e nomeados em posições de confiança, muitas vezes, com laços 
estreitos com movimentos sociais. Além disso, essa categoria inclui acadêmicos, 
assessores parlamentares e consultores que oferecem expertise especializada. 
Os atores invisíveis, apesar do nome, frequentemente têm um grande impacto 
na elaboração de alternativas que contribuem para a resolução das demandas 
das políticas públicas. As ações deles desempenham um papel fundamental nos 
bastidores da tomada de decisões e na implementação eficaz das políticas.
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi fundado em 1984 com 
o propósito de lutar pela reforma agrária e pela distribuição justa de terras. Os 
principais objetivos do MST incluem reivindicar terras para agricultores sem-terra, 
combater a concentração fundiária e promover justiça social no campo.
A organização do MST é baseada em princípios coletivistas e de solidariedade, 
com estrutura de acampamentos e assentamentos e coordenação em níveis local, 
estadual e nacional. As ações e mobilizações do MST envolvem a ocupação de 
terras improdutivas, marchas e protestos para aumentar a visibilidade e pressão 
política por políticas de reforma agrária.
Dentre as principais conquistas do MST, estão a criação de assentamentos rurais, 
a distribuição de terras para famílias sem-terra e avanços, embora lentos, na le-
gislação agrária. No entanto, o MST enfrenta desafios atuais, incluindo as pressões 
econômicas e políticas, as dificuldades na manutenção de assentamentos e a ne-
cessidade de evoluir em um contexto globalizado, além do preconceito dissemi-
nado pela sociedade brasileira em relação ao movimento.
Muitos assentamentos do MST se dedicam principalmente à agricultura de subsistên-
cia, cultivando alimentos para consumo próprio e das suas comunidades. O MST pro-
move a agroecologia como uma abordagem sustentável para a produção de alimen-
tos, evitando o uso intensivo de agrotóxicos e adotando práticas agrícolas ecológicas.
APROFUNDANDO
Segundo Rua (2009), outro fator crucial que influencia a elaboração das agendas 
de políticas públicas é a visibilidade que as demandas adquirem ao longo do 
processo de implementação. Essa visibilidade varia da seguinte maneira:
• O RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE PROBLEMAS, 
a partir de eventos momentâneos, da forma de manifestação das demandas, das crises 
e das informações sobre eventos (indicadores, estatísticas, pesquisas e outras fontes).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
• A PROPOSIÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, 
que é afetada pela ação dos atores visíveis, dos atores invisíveis e das comunidades 
políticas. Em outras palavras, nas organizações governamentais, no meio acadêmico, 
nos partidos políticos e nas organizações da sociedade, costumam já existir propostas 
que viabilizam a solução de determinados problemas.
• O FLUXO DA POLÍTICA, 
que envolve o clima de sentimento nacional em relação aos governos e aos temas, as 
forças políticas organizadas e as disputas interpartidária e eleitoral (RUA, 2009).
Uma compreensão mais profunda das metodologias empregadas na elaboração 
das agendas de políticas públicas apenas pode ser alcançada ao analisardiver-
sos aspectos relacionados às demandas da sociedade em sua totalidade. Essas 
demandas, que frequentemente são tratadas como questões de natureza social, 
econômica ou política, não são uniformes, constantes ou seguem um único cami-
nho predefinido. Elas podem abranger uma ampla gama de esferas das políticas 
públicas, englobando áreas, como a social, a de defesa, a econômica, a cultural, 
a de esporte, entre outras. Portanto, é fundamental reconhecer a diversidade e a 
complexidade das demandas que moldam a agenda de políticas públicas.
Se examinarmos as demandas presentes nas agendas das políticas públicas, é 
possível identificar três conceitos distintos relacionados a essas demandas, a saber:
DEMANDAS NOVAS: 
São decorrentes de novas questões, oriundas das transformações sociais e/ou tecno-
lógicas que envolvem novos atores políticos e ganham visibilidade no debate político. 
DEMANDAS RECORRENTES: 
Estão expressas nos problemas que não se consegue resolver ou que foram mal resol-
vidos e acabam voltando para a discussão política e a agenda de governo.
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A sobrecarga de demandas ocorre quando um grande volume de necessidades 
se acumula e os responsáveis por abordá-las não conseguem encontrar soluções 
adequadas. Isso desencadeia uma crise que pode ameaçar a estabilidade política 
de um sistema específico e, em muitos casos, leva a rupturas institucionais e crises 
no governo. A complexidade das demandas represadas, em conjunto com a chega-
da de novas demandas, torna o processo ainda mais desafiador e resulta em uma 
diminuição do apoio e engajamento necessários para encontrar soluções viáveis.
Na nossa vida diária, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, depa-
ramo-nos constantemente com a necessidade de 
tomar decisões cruciais que podem ter impactos 
positivos ou negativos ao longo da nossa jornada. 
No contexto das políticas públicas, as tomadas de 
decisão também são uma ocorrência cotidiana. Os 
atores envolvidos na governança representam fre-
quentemente interesses diversos e, como observa 
Secchi (2010), esse processo marca o momento em que esses interesses são 
reconciliados e as intenções, incluindo objetivos e métodos para lidar com um 
problema público, são explicitadas.
As alternativas para resolver uma demanda começam a ser formuladas as-
sim que ela é inserida na agenda governamental, e os atores envolvidos têm a 
liberdade de adotar diferentes abordagens durante esse processo. Esse momento 
é crucial, pois envolve a tomada de decisões essenciais tanto na esfera pessoal 
quanto na esfera coletiva, que afetam não apenas os indivíduos, mas também as 
instituições responsáveis por essas questões. 
De acordo com Secchi (2010), a tomada de decisões pode se manifestar de 
três maneiras distintas:
DEMANDAS REPRIMIDAS: 
São os problemas ou as questões da sociedade que não chegam às agendas políticas, 
muitas vezes, não são de interesses governamentais, chegam a ser barradas pelos cha-
mados atores invisíveis ou, então, que não sensibilizam os poderes governamentais.
No contexto das 
políticas públicas, as 
tomadas de decisão 
também são uma 
ocorrência 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
1. Os tomadores de decisão já conhecem as demandas que causam os 
problemas e buscam as soluções.
2. Os tomadores de decisão acordam os problemas e as possíveis soluções.
3. Os tomadores de decisão têm os recursos para solucionar os proble-
mas e os buscam a partir do levantamento de demandas.
Na maioria das vezes, as demandas surgem como ponto de partida e, posterior-
mente, são tomadas medidas para tomar decisões. Muitas vezes, essas decisões 
são de natureza imediatista, sem uma análise aprofundada para abordar as causas 
subjacentes dos problemas. Pode-se adotar uma abordagem reativa, em que os 
profissionais técnicos nas diversas áreas das políticas públicas são frequentemente 
levados a “apagar incêndios” sem um processo contínuo. Isso é avaliado por meio 
de dois modelos de racionalidade: a absoluta e a limitada.
RACIONALIDADE ABSOLUTA: 
Baseia-se em decisões racionais que levam em consideração os custos e os benefícios 
das ações planejadas como alternativas para resolver as demandas apresentadas. Os 
atores envolvidos dedicam tempo e esforço para analisar minuciosamente as alternati-
vas disponíveis, com o objetivo de escolher a melhor opção.
RACIONALIDADE LIMITADA: 
O foco está na enorme quantidade de informações e alternativas disponíveis, o que 
limita a capacidade dos atores responsáveis pela tomada de decisões. Como resultado, 
há um esforço para escolher as alternativas mais satisfatórias, mesmo que não sejam 
necessariamente as melhores. Esse modelo reconhece as limitações práticas enfrenta-
das pelos tomadores de decisão devido à sobrecarga de informações e à complexida-
de das questões envolvidas (SECCHI, 2010).
Há outros modelos de tomada de decisão que seguem a abordagem do incremen-
talismo e são observados em situações em que o poder político exerce influência 
sobre as decisões de natureza técnica. O modelo incremental é caracterizado por:
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DEMANDAS, PROBLEMAS E AÇÕES DE SOLUÇÃO 
Referem-se ao fato de que as necessidades e os desafios enfrentados em diferentes 
contextos estão sempre evoluindo. As demandas da sociedade, os problemas a serem 
resolvidos e as estratégias para solucioná-los podem variar ao longo do tempo, exigin-
do uma adaptação constante das políticas e das tomadas de decisão.
 DECISÕES QUE SERÃO TOMADAS NO MOMENTO 
Significam que as decisões tomadas no presente são frequentemente influenciadas por 
escolhas feitas no passado. As decisões passadas podem criar um contexto ou um con-
junto de circunstâncias que moldam as opções disponíveis para as decisões futuras.
OBSTÁCULOS PARA OS ATORES ENVOLVIDOS
Referem-se aos desafios e às barreiras que os indivíduos ou os grupos enfrentam ao 
tentar implementar as próprias decisões. Isso pode incluir a resistência de partes inte-
ressadas, a falta de recursos, as limitações legais, entre outros.
 PODER DE DECISÕES
Destaca que a capacidade de influenciar as decisões, muitas vezes, está ligada aos in-
teresses e aos objetivos dos atores envolvidos. Aqueles com maior poder, muitas vezes, 
têm mais influência sobre as decisões, o que pode criar desafios para a equidade e a 
justiça nas tomadas de decisão.
A tomada de decisões em políticas públicas deve ser feita de maneira participativa 
e democrática, garantindo a inclusão de todos os segmentos da sociedade.
A FASE DE IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Após a tomada de decisões relacionadas às demandas, o que envolve plane-
jamento, decisões e propostas, inicia-se um novo ciclo nas políticas públicas 
conhecido como a fase de implementação. Nesse novo processo, as intenções 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
são transformadas em ações por intermédio da criação de regras, rotinas e 
processos sociais, assim como descreve O’Toole Jr. (2003 apud SECCHI, 2010).
Durante o ciclo de implementação das políticas públicas, os atores envolvi-
dos têm as oportunidades de avaliar e identificar as dificuldades ou os erros que 
podem surgir em todas as etapas das políticas públicas. Assim como menciona 
Secchi (2010), o estudo dessa fase também implica na análise de problemas que 
podem ter surgido antes mesmo da tomada de decisão, como formulação ina-
dequada de problemas e objetivos superestimados.
No processo de implementação das políticas públicas, além de identificar os 
obstáculos na implementação das políticas públicas, os atores governamentais 
e não governamentais, além das respectivas organizações, podem ser analisa-
dos em relação ao comportamento e às características, dada a diversidade de 
interesses envolvidos. Outros aspectos passíveis de análise incluem as alternati-
vas desenvolvidas e os recursos financeiros, materiais, humanos, informacionais 
e políticos disponíveis.
APROFUNDANDO
Os atores públicos que lideram esse processo devem considerar a gestão das ati-
vidades envolvidas, identificandopossíveis dificuldades legais ou qualquer outra 
questão que possa surgir durante a implementação da política pública.
A implementação de uma política pública pode ocorrer por meio de duas 
abordagens distintas:
1. De cima para baixo: nesse cenário, a implementação das políticas pú-
blicas é conduzida a partir das decisões tomadas pelas autoridades gover-
namentais em direção à sociedade ou aos usuários dessas políticas. Essa 
abordagem não envolve a participação ativa da comunidade.
2. De baixo para cima: esta abordagem implica que a sociedade, os 
usuários e a população em geral desempenham um papel ativo na ela-
boração das políticas públicas. Ela se caracteriza pela descentralização 
do poder, permitindo que os cidadãos tenham um envolvimento direto 
com a administração pública ao longo de todas as fases do processo 
de implementação.
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AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Para determinar se uma política pública está sendo bem-sucedida durante ou 
após a implementação, é fundamental realizar avaliações contínuas das ações em 
andamento e verificar se os objetivos estão sendo alcançados de maneira eficiente, 
eficaz e efetiva. É essencial que a avaliação das políticas públicas ocorra ao longo 
de todo o ciclo, e não somente no momento final.
A avaliação das políticas públicas possibilita à administração:
 ■ Originar informações importantes para a elaboração de novas políticas públicas.
 ■ Prestar contas de todas as atividades realizadas para a população.
 ■ Esclarecer as tomadas de decisões, justificando, assim, as ações efetuadas.
 ■ Precaver e ratificar irregularidades durante o processo. 
 ■ Apresentar a aplicabilidade dos recursos delimitados diante das excessivas 
e ilimitadas demandas.
 ■ Identificar as dificuldades impostas na implantação de um programa nas 
políticas públicas.
 ■ Incentivar o diálogo coletivo entre os atores envolvidos no processo.
 ■ Provocar a cooperação entre os atores envolvidos no processo.
A avaliação de uma política pública desempenha um papel de grande importância ao 
longo do processo, uma vez que as ações implementadas têm impacto na sociedade 
de diversas maneiras. Avaliar essas ações é fundamental, pois serve como um meca-
nismo de fortalecimento e aprendizado para todos os atores envolvidos no processo. 
É crucial que a fase de avaliação esteja alinhada com os objetivos estabelecidos, 
uma vez que é por meio dela que se pode determinar o impacto e os resultados 
obtidos na resolução das demandas apresentadas. A partir do processo de avalia-
ção, é possível considerar a reformulação de uma política pública, se necessário, 
ou até mesmo a extinção dela, caso não esteja alcançando os resultados desejados.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Como ocorre o processo de extinção de uma política pública?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Quando uma demanda que se transformou em um problema público é resolvida 
por meio da implementação de uma política pública, isso representa um sucesso 
na abordagem do problema.
No entanto, por meio da avaliação, pode ser diagnosticado que as ações, 
as metodologias e os instrumentos utilizados nas políticas públicas foram ine-
ficazes, o que indica a necessidade de ajustes ou reformulações para melhorar o 
desempenho da política.
Mesmo que uma demanda não tenha sido resolvida, ela pode perder destaque 
e importância nas agendas políticas e formais ao longo do tempo. Isso ocorre 
quando as políticas públicas não conseguem abordar de maneira eficaz a questão, 
levando à diminuição da atenção dada a essa demanda específica.
Em certos momentos históricos, como reformas políticas, mudanças de man-
dato ou alterações no orçamento, pode ocorrer o encerramento ou a substituição 
de uma política pública. Entretanto, essa não é uma tarefa simples para os respon-
sáveis pela gestão. Isso ocorre, porque geralmente há uma considerável resistência 
por parte da população beneficiada, que se acostumou ou se tornou dependente 
da política pública em questão. Além disso, a sociedade, que, em muitos casos, 
já a aceitou e defendeu, pode se opor à extinção. Há, também, desafios legais a 
serem enfrentados, uma vez que recursos foram alocados para a implementação 
das políticas públicas em questão.
Quanto vale ou é por Quilo? 
O longa-metragem traz uma abordagem realística entre o anti-
go comércio dos escravos e os interesses empresariais atuais, 
abordando algumas situações, como relações de interesse, 
autopromoção, escravidão, violência e corrupção. Dentre es-
ses, a que mais se destaca é a utilização da solidariedade pe-
los interesses capitais.
INDICAÇÃO DE FILME
Confira a aula sobre esse tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital no ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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NOVOS DESAFIOS
Ao longo deste tema de aprendizado sobre políticas públicas no contexto brasi-
leiro, exploramos os processos de formulação, implementação e avaliação dessas 
políticas. Analisamos questões cruciais, como o papel das agendas de políticas 
públicas, o atendimento às demandas da sociedade, a tomada de decisões, o ma-
peamento das redes de serviços e a negociação de interesses e conflitos. Além 
disso, discutimos os modelos e os critérios de avaliação que ajudam a medir o 
sucesso e o impacto das políticas públicas.
O nosso debate nos lembra que as políticas públicas não são estáticas, mas 
processos dinâmicos que precisam se adaptar e evoluir para enfrentar os desafios 
contemporâneos. Portanto, ao compreender as complexidades desses ciclos de 
políticas públicas, estamos mais bem preparados para contribuir para o desenvol-
vimento de soluções eficazes que beneficiem a sociedade brasileira. Essa jornada 
é de aprendizado e transformação continua. Estamos ansiosos para continuar ex-
plorando e contribuindo para o aprimoramento das políticas públicas no Brasil. 
Vamos seguir em frente, sempre em busca de respostas e soluções que atendam 
às necessidades em constante mudança de nossa sociedade.
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1. Demandas reprimidas são aquelas que não chegam até o sistema político, são barradas ou 
têm o processo decisório trancado. No Brasil, em relação à política de defesa, costumam 
constituir-se a partir de assuntos considerados sensíveis demais para a cultura vigente. 
As demandas reprimidas podem constituir estados de coisa ou situações de não-decisão.
Fonte: ALMEIDA, C. W. de. Política de defesa no Brasil: considerações do ponto de vista das 
políticas públicas. Opinião Pública, v. 16, p. 220-250, 2010.
Realize uma pesquisa e contextualize as demandas reprimidas na área de políticas públicas 
no contexto social.
2. As configurações e as capacidades de desenvolvimento das ações dos atores envolvidos 
nas discussões das diferentes formas de agendas estão condicionadas na relação do es-
paço e do tempo.
Assinale a alternativa que melhor descreve os atores governamentais:
a) Funcionários de organizações internacionais, como a ONU.
b) Empresas de consultoria e instituições de ensino.
c) Políticos eleitos em todas as esferas governamentais.
d) Organizações não governamentais e movimentos sociais.
e) Sindicatos de classes de trabalhadores e patronais.
AUTOATIVIDADE
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3. A sobrecarga de demandas acontece quando as demandas são acumuladas de forma ex-
cessiva, sem soluções admissíveis por parte dos atores responsáveis. Isso gera uma crise 
que pode ameaçar a estabilidade política de um determinado sistema e leva, em muitas 
situações, à ruptura institucional, gerando crises governamentais, como as influências das 
tantas complexidades que envolvem todas as demandas reprimidas, como as novas. Há, 
portanto, uma diminuição no apoio e no envolvimento para o encaminhamento das solu-
ções plausíveis.
Qual é a principal diferença entre as demandas novas e as demandas recorrentes na agenda 
governamental? Assinale a alternativa correta:
a) As demandas novas são mais difíceis de resolver do que as demandas recorrentes.
b) As demandas recorrentes surgem de mudanças sociais, enquanto as demandas novas 
sãoproblemas persistentes.
c) As demandas novas geralmente envolvem novos atores políticos, enquanto as demandas 
recorrentes são frequentemente mal resolvidas.
d) As demandas recorrentes são sempre resolvidas com sucesso, enquanto as demandas 
novas representam desafios contínuos.
e) As demandas novas não requerem recursos adicionais, ao contrário das demandas re-
correntes.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
RUA, M. das G. Políticas públicas. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração; 
Brasília, DF: CAPES: UAB, 2009.
SECCHI, L. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: 
Cengage, 2010.
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1. As demandas reprimidas na área de políticas públicas no contexto social são necessidades 
legítimas da população que não estão sendo adequadamente atendidas pelas políticas 
governamentais existentes. Isso pode incluir áreas, como educação, saúde, moradia, 
segurança, emprego e outras. O reconhecimento e a contextualização dessas demandas 
são cruciais para a formulação de políticas públicas mais eficazes, uma vez que permi-
tem ao governo direcionar recursos e esforços para as áreas onde a necessidade é mais 
premente. Além disso, ao abordar demandas reprimidas, a administração pública pode 
promover a equidade social e melhorar a qualidade de vida das comunidades. Portanto, 
compreender e analisar as demandas reprimidas são um passo importante na gestão 
eficaz das políticas públicas.
2. Opção C.
A alternativa correta é a “C”, que descreve corretamente os atores governamentais como 
políticos eleitos em todas as esferas governamentais. Essa resposta reflete a definição 
apresentada no texto fornecido.
3. Opção C.
A principal diferença entre as demandas novas e as demandas recorrentes na agenda go-
vernamental reside no fato de que as demandas novas geralmente envolvem novos atores 
políticos e questões emergentes, enquanto as demandas recorrentes são problemas per-
sistentes que, muitas vezes, são mal resolvidos e voltam à discussão política repetidamente. 
Isso significa que as demandas recorrentes continuam a exigir atenção e recursos gover-
namentais, enquanto as demandas novas são tipicamente desencadeadas por mudanças 
e desafios recentes.
GABARITO
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MINHAS METAS
AS POLÍTICAS SOCIAIS BRASILEIRAS 
E AS RESPECTIVAS DIMENSÕES 
HISTÓRICAS
Compreender as dimensões históricas das políticas sociais no Brasil.
Analisar a atual conjuntura das demandas sociais enfrentadas pelo Estado.
Contextualizar e compreender melhor os desafios enfrentados pela sociedade brasileira.
Explorar o processo de efetivação das políticas públicas sociais. 
Analisar a interação entre os fatores políticos, culturais e sociais que influenciam a imple-
mentação de políticas públicas.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8
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INICIE SUA JORNADA
Bem-vindo(a) ao estudo das políticas sociais brasileiras e das respectivas di-
mensões históricas. Nele, iniciaremos uma imersão profunda e significativa nas 
políticas sociais no Brasil. Vamos investigar as complexas dimensões históricas das 
políticas sociais no nosso país e estudaremos o impacto delas na nossa sociedade.
Aprofundaremos o nosso conhecimento sobre as políticas sociais e as cone-
xões com as questões históricas que permeiam a nossa realidade. No entanto, 
enquanto avançamos nesse estudo, não podemos ignorar o desafio persistente 
na nossa sociedade: a incessante busca por atender às demandas sociais em uma 
conjuntura repleta de obstáculos.
Na nossa nação, cada passo rumo à implementação de políticas sociais é 
marcado por uma história rica e por interesses diversos e frequentemente confli-
tantes. Ao longo deste tema, você descobrirá que as políticas públicas não surgem 
prontas e estão sujeitas a mudanças. Elas são moldadas por fatores políticos, 
culturais e sociais, refletindo as dinâmicas e as tensões de nossa sociedade.
A nossa missão é explorar a fundo essas questões e compreender como as 
políticas sociais se desenvolveram em um sistema capitalista complexo. Além 
disso, investigaremos a trajetória das instituições sociais ao longo da história, 
examinando como os interesses conflitantes influenciam a implementação de 
políticas públicas.
Você já se perguntou como as políticas sociais no Brasil se desenvolveram ao lon-
go do tempo? Quais são as raízes históricas por trás das políticas que moldam 
a nossa sociedade? Neste podcast, mergulhamos a fundo nessa jornada de co-
nhecimento. Explore a história das políticas sociais no Brasil desde os primórdios 
da colonização até os dias de hoje. Descubra como a luta por direitos, igualdade 
e justiça social moldou o nosso país. Vamos analisar as transformações políticas, 
econômicas e culturais que influenciaram a evolução das políticas sociais brasi-
leiras, abordando as questões complexas e os desafios persistentes. Recursos de 
mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
VAMOS RECORDAR?
SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICAS SOCIAIS
O Serviço Social e as políticas sociais estão intrinsecamente ligados e desempe-
nham um papel fundamental na construção de sociedades mais justas e igualitá-
rias. O Serviço Social é uma profissão dedicada à promoção do bem-estar social, 
à melhoria das condições de vida e à defesa dos direitos humanos. Por outro 
lado, as políticas sociais são conjuntos de ações e programas implementados 
pelo Estado para atender às necessidades básicas da população e reduzir as 
desigualdades sociais.
O Serviço Social atua como um mediador entre as políticas sociais e as pessoas 
que delas necessitam. Os assistentes sociais desempenham um papel crucial 
na identificação das necessidades da comunidade, na avaliação dos recursos 
disponíveis e na criação de estratégias para garantir o acesso das pessoas aos 
serviços e aos benefícios oferecidos pelas políticas sociais.
As políticas sociais, por sua vez, são essenciais para a promoção do bem-estar 
social. Elas abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo saúde, educação, 
habitação, previdência social, assistência social, dentre outras, a fim de garantir 
que todas as pessoas tenham acesso a serviços essenciais e oportunidades que 
lhes permitam viver com dignidade.
O Serviço Social atua em estreita colaboração com as políticas sociais, contribuindo 
para a implementação eficaz delas e para a identificação de lacunas e necessidades 
não atendidas. Os assistentes sociais também desempenham um papel importante 
na avaliação e no aprimoramento das políticas sociais, fornecendo informações 
valiosas sobre os impactos dessas políticas na vida das pessoas.
Em resumo, o Serviço Social e as políticas sociais são pilares essenciais na 
construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Enquanto as políticas 
sociais representam o compromisso do Estado em atender às necessidades da 
população, o Serviço Social desempenha um papel crucial na garantia de que 
essas políticas sejam implementadas de forma justa e que os direitos das pessoas 
sejam respeitados. Juntos, eles trabalham para promover o bem-estar e a inclusão 
social, lutando contra a desigualdade e a injustiça.
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DESENVOLVA SEU POTENCIAL
O ESTADO E AS CORRELAÇÕES HISTÓRICAS ENTRE AS 
DEMANDAS SOCIAIS
Na realidade econômica global, que se baseia no sistema capitalista, existem desafios 
sociais cruciais que precisam ser enfrentados. Esses desafios incluem a pobreza, 
a exclusão social e a garantia dos direitos de cidadania, que estão em foco nas 
agendas de órgãos governamentais, organizações não governamentais e instituições 
internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial.
Antigamente, acreditava-se que esses problemas sociais seriam resolvidos 
automaticamente à medida que a economia crescesse, com a distribuição de 
renda e riqueza ocorrendo naturalmente com o aumento das taxas econômicas. 
No entanto, a partir da década de 1970, ficou claro que essa visão não se con-
cretizava na prática.Isso levou algumas instituições financeiras internacionais, 
que formulam políticas em prol do capitalismo, a incluir, em suas agendas po-
líticas, programas e projetos que enfatizam a abordagem das questões sociais 
de forma mais direta e consciente.
No Brasil, as adversidades do sistema capitalista e o surgimento de novos 
desafios estão se tornando temas de discussão em todas as camadas da sociedade, 
inclusive entre a chamada “elite brasileira”. Um exemplo claro disso é a crescente 
atenção dada à violência urbana, que está sendo amplamente debatida em di-
versos segmentos da sociedade e nos meios de comunicação.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Como um país em desenvolvimento, as análises das demandas em destaque têm 
se voltado principalmente para a questão da pobreza, examinando-a em toda a 
sua complexidade e para a problemática relativa à desigualdade social. É evi-
dente que a preocupação, agora, vai além de simplesmente identificar a pobreza: 
estamos investigando as disparidades sociais que existem no país, reconhecendo 
que a desigualdade é um desafio central que afeta a vida de muitos brasileiros.
O reconhecimento da desigualdade como uma questão premente é um passo 
importante para direcionar esforços e recursos na direção de políticas públicas 
mais eficazes e medidas que busquem promover uma sociedade mais justa e 
equitativa para todos os brasileiros, independentemente da posição social.
A diferença entre pobreza e desigualdade reside no fato de que a pobreza afeta a 
qualidade de vida de indivíduos de forma individual, enquanto a desigualdade afeta 
a população como um todo, abrangendo disparidades na distribuição de recursos 
e oportunidades.
A pobreza é frequentemente definida como a falta de recursos financeiros. Para ava-
liar o impacto dela na sociedade, são empregados indicadores, como o Produto Inter-
no Bruto (PIB) e a renda per capita em nível nacional, estadual, municipal ou familiar. 
Esses indicadores desempenham um papel fundamental em diversos países, 
incluindo o Brasil, na formulação de programas e projetos destinados a combater 
a pobreza, a miséria e a fome. Eles ajudam a estabelecer critérios para identificar 
o que constitui pobreza absoluta. 
De acordo com Santos (2009, p.19), a pobreza absoluta pode ser definida como:
 “ Situação na qual a renda dos indivíduos ou famílias está abaixo do 
valor considerado mínimo para satisfação de necessidades essen-
ciais – alimentação, habitação etc. 
Dessa forma, é possível estabelecer um limiar de pobreza com base no valor da 
renda, tanto individual quanto familiar, que seja suficiente para cobrir as neces-
sidades essenciais, como alimentação, roupas, educação, moradia, cuidados de 
saúde, dentre outras. Indivíduos cuja renda não seja suficiente para atender a 
essas necessidades básicas são considerados pobres, enquanto aqueles com renda 
ainda menor são classificados como vivendo em situação de extrema pobreza.
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POBREZA RELATIVA E DESIGUALDADE SOCIAL
O conceito de pobreza relativa começou a ser adotado devido à complexidade 
associada ao conceito de pobreza absoluta. A linha de pobreza relativa leva em 
consideração o padrão de vida específico de uma sociedade. De acordo com 
Santos (2009, p. 19), a pobreza relativa é definida como:
 “ As linhas de pobreza relativas têm como referência a renda média 
ou mediana de toda uma população e mostram, principalmente, 
como os recursos econômicos e sociais estão distribuídos entre os 
diversos grupos dentro dessa população.
Conforme apontado por Rocha (2008), o conceito de pobreza relativa é mais 
apropriado para mapear áreas consideradas bolsões de pobreza em diferentes 
contextos sociais e econômicos, incluindo regiões mais desenvolvidas, em que 
algumas das principais necessidades básicas já foram atendidas. Isso ocorre por-
que a pobreza relativa considera a distribuição de recursos em uma sociedade, 
permitindo uma avaliação mais precisa das disparidades econômicas e sociais.
Observe, a seguir, alguns parâmetros que podem ser analisados para definir 
a linha de pobreza relativa.
 ÍNDICES
Diversos índices socioeconômicos, como o Índice de Gini (que mede a desigual-
dade de renda), o Índice de Pobreza Multidimensional (que considera várias di-
mensões da pobreza) e outros indicadores que quantificam diferentes aspectos da 
qualidade de vida.
ANALFABETISMO
A taxa de analfabetismo em uma população pode ser um indicador importante para 
avaliar a pobreza relativa, pois a falta de educação é, muitas vezes, associada à falta de 
oportunidades econômicas.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
DÍVIDA EXTERNA
A relação entre a dívida externa de um país e a capacidade de pagamento pode afetar 
diretamente o padrão de vida da população, tornando a dívida um parâmetro relevante 
na definição da pobreza relativa.
RENDA PER CAPITA
A renda média por pessoa em uma sociedade é um dos indicadores mais comuns 
para avaliar a pobreza relativa. A linha de pobreza relativa pode ser definida com base 
na renda per capita necessária para atender às necessidades básicas em um deter-
minado contexto.
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
O PIB de um país ou região pode ser usado para determinar a capacidade econômica e 
o nível de desenvolvimento. Uma linha de pobreza relativa pode ser relacionada ao PIB 
per capita para refletir o padrão de vida mínimo aceitável.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH)
O IDH é um indicador composto que leva em consideração não apenas a renda, 
mas também a educação e a expectativa de vida. Ele pode ser usado como base 
para definir uma linha de pobreza relativa que considere múltiplas dimensões do 
bem-estar humano.
Esses parâmetros podem ser adaptados de acordo com as necessidades espe-
cíficas de análise e o contexto socioeconômico em questão, permitindo uma 
avaliação mais abrangente das condições de vida da população em relação à 
pobreza relativa.
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O uso dos termos “desigualdade social” e “pobreza” está intrinsecamente rela-
cionado com as mudanças na compreensão do contexto que envolve as questões 
sociais ligadas a esses temas, incluindo o reconhecimento das diferentes situações 
enfrentadas por grupos sociais. Em algumas nações, como é o caso do Brasil, o 
país não é classificado como economicamente pobre, mas a desigualdade social é 
um problema proeminente.
Mesmo quando há um crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) e me-
lhorias nas condições de vida de certos segmentos da sociedade, como a classe 
burguesa, ainda persistem pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Isso des-
taca que, apesar dos avanços econômicos, a desigualdade social permanece um 
desafio significativo. Mesmo em meio ao progresso geral, a distribuição desigual 
de recursos e oportunidades continua a afetar muitos indivíduos, mantendo-os 
em condições de pobreza ou próximos a ela. Essa realidade ressalta a complexida-
de das questões sociais e a necessidade de abordagens abrangentes para abordar 
tanto a desigualdade quanto a pobreza de maneira eficaz.
É verdade que o uso estrito da renda per capita como único critério para definir a 
pobreza relativa tem limitações significativas. Isso porque esse enfoque não consi-
dera os investimentos em políticas públicas nas diversas áreas e os benefícios que 
essas políticas podem trazer à população. Muitos desses serviços, como educa-
ção, saúde e saneamento básico, são essenciais para melhorar a qualidade de vida 
e reduzir a pobreza. Portanto, é importante reconhecer que a pobreza relativa não 
pode ser adequadamente avaliada apenas com base na renda, mas deve incor-
porar uma perspectiva mais ampla que leve em consideração o acesso a serviços 
e oportunidades essenciais para o bem-estar humano. Essa abordagem mais ho-
lística é fundamental para uma compreensão completa das condições de vida da 
população e para a formulação eficaz de políticas de combate à pobreza.
APROFUNDANDO
O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma total de todos os bens e serviços 
finais produzidosem uma determinada região, como uma cidade, estado ou país. 
O PIB é um indicador fundamental para avaliar a atividade econômica e o desem-
penho global de uma economia.
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
EXCLUSÃO E DIREITOS SOCIAIS
A palavra “exclusão” diz respeito à não participação em um grupo específico em 
determinadas condições ou situações. Existem várias maneiras de compreender 
o conceito de exclusão. Quando alguém é excluído de um grupo fechado, isso 
não se torna automaticamente um problema social, pois estudos antropológicos 
indicam que as identidades sociais são formadas à medida que o indivíduo se 
identifica, ou não, com um grupo social. Esse processo ocorre por meio da in-
clusão e da exclusão.
Um exemplo disso pode ser observado em partidos políticos, igrejas, aldeias, 
famílias e países que estabelecem critérios para avaliar e classificar quem está fora 
do grupo e quem é fundamental para sua continuidade. A formulação desses 
critérios varia de acordo com cada grupo, incluindo culturas, origens e objetivos, 
abrangendo desde as convicções políticas, religiosas e culturais até a nacionali-
dade e a descendência familiar, dentre outros fatores.
Quando o conceito de exclusão é aplicado no contexto das expressões da 
questão social no sistema capitalista atual, ele se refere aos obstáculos que são 
impostos à sociedade, dificultando o acesso dos indivíduos aos direitos e aos 
benefícios garantidos pelo Estado. 
As crises econômicas que afetaram o Brasil nas décadas de 1980 e 1990, de-
correntes das mudanças no sistema capitalista global, contribuíram para o agra-
vamento da exclusão social no processo de industrialização.
Os direitos sociais, especialmente a partir da década de 1970 e após a pro-
mulgação da Constituição Federal de 1988, no Brasil, foram ampliados para be-
neficiar toda a sociedade. No entanto, mesmo com essa extensão de direitos, nem 
todas as pessoas conseguem usufruir plenamente dos direitos conquistados e 
exercer a cidadania de maneira efetiva. 
O conceito de cidadania, introduzido por Marshall (1967) na metade do 
século XX, representa o oposto do conceito de exclusão. De acordo com o 
autor, uma pessoa desfruta da condição de cidadão quando faz uso dos direi-
tos reconhecidos pelo Estado e possui recursos financeiros que lhe permitam 
alcançar uma melhor qualidade de vida. Isso significa não apenas ter direitos 
legais, mas também os meios econômicos para efetivamente usufruir desses 
direitos, garantindo uma vida digna.
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Para Marshall (1967), o conceito de cidadania está intrinsecamente ligado aos 
sentimentos de pertencimento e lealdade a uma nação, formando um patrimônio 
coletivo. Nesse contexto, o sentimento de pertencimento é construído a partir 
das obrigações que cada cidadão tem em relação ao Estado e pelos direitos que 
o Estado lhes proporciona e assegura, tais como:
O ensaio seminal de T. H. Marshall sobre cidadania e classe so-
cial na Grã-Bretanha do pós-guerra adquiriu o status de clássico. 
A análise lúcida de Marshall sobre os principais elementos da 
cidadania (notadamente os direitos civis, políticos e sociais) con-
tinua tão relevante quanto no momento do lançamento da obra. 
Thomas Humphrey Marshall foi um sociólogo inglês nascido 
em 1893 e falecido em 1981. A carreira acadêmica de Marshall 
abrangeu uma ampla variedade de temas, desde sociologia 
até políticas sociais, e estabeleceu conexões práticas entre es-
ses campos, indo da segunda para a primeira.
Até os dias de hoje, a influência de Marshall é notável, principal-
mente em decorrência dos conceitos elaborados, que explo-
ram as relações entre as instituições da cidadania e as classes 
sociais. O trabalho de Marshall continua a ser uma referência 
fundamental para compreender como os direitos sociais e a 
cidadania estão entrelaçados com as estruturas de classe na 
sociedade moderna.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Direitos civis:
consistem na liberdade individual, como os 
direitos à propriedade privada, à liberdade de 
orientação sexual e de ir e vir.
Direitos políticos:
estão referenciados ao direito de votar e ser 
votado.
Direitos sociais:
referem-se a um conjunto de garantias legais 
que asseguram o bem-estar econômico, 
como a segurança contra arranjos sociais e 
o direito ao acesso aos serviços primordiais 
para a sobrevivência da humanidade.
Na atual conjuntura brasileira, é evidente que a história das políticas públicas na 
área social foi caracterizada pela restrição dos direitos sociais, como assistência 
médica e previdência social, a um número limitado de categorias de trabalhado-
res. A forma através da qual esses direitos foram concedidos aos trabalhadores 
influenciou significativamente nos níveis de desigualdade no país.
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A CONSTRUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
A proteção social fornecida pelo Estado começou a se expandir a partir da década 
de 1960, com reformas estruturais progressivas que resultaram em um maior 
compromisso do Estado por meio dos orçamentos públicos, com serviços e be-
nefícios sociais. No entanto, somente com a promulgação da Constituição Federal 
de 1988 é que esses serviços e benefícios sociais foram consolidados de maneira 
mais eficaz e eficiente.
Atualmente, o Brasil é considerado um país com uma das estruturas constitu-
cionais mais abrangentes, o que abre caminho para avanços no combate à pobreza 
e às desigualdades sociais. No entanto, ainda há um longo percurso a percorrer 
para que o país alcance um patamar de igualdade e justiça mais substancial.
As políticas públicas de proteção social no Brasil tiveram início com os pro-
cessos de industrialização e urbanização do país. O marco inicial dessas políticas 
públicas ocorreu em 1923, com a promulgação do Decreto nº 4682, conhecido 
como Lei Eloy Chaves. Essa lei estabeleceu a criação obrigatória de um fundo 
de aposentadorias e pensões chamado Caixas de Aposentadorias e Pensões 
(CAPs), que abrangia todas as ferrovias brasileiras.
Segundo Oliveira e Fleury (1986), essa lei representou a primeira fase de 
consolidação da política social no Brasil, que se estendeu até 1930, quando 
os direitos sociais foram estendidos a outros grupos de trabalhadores. De acor-
do com esses autores, essa fase, que ocorreu entre 1923 e 1930, foi definida por 
características que a diferenciaram da política social posterior aos anos de 1930. 
As características incluem:
RESPECTIVA AMPLITUDE NO PLANO DE PERTINÊNCIAS DAS INSTITUIÇÕES
A amplitude em virtude da Lei Eloy Chaves previa benefícios pecuniários, tais como 
pensões por morte, aposentadorias, pensões de até 50% dos vencimentos aos que fos-
sem chamados ao serviço militar (até durar o serviço), e serviços assistenciais, como 
acesso a médicos e medicamentos. 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
A AMPLITUDE DE ATUAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES EM RELAÇÃO AO SEU CAMPO 
DE RELEVÂNCIA
Todos os membros da família do trabalhador eram beneficiados, porém precisavam 
residir na mesma casa e depender da mesma renda familiar. No ano de 1926, foram 
estabelecidos legalmente o auxílio-funeral e o pecúlio por morte.
PRODIGALIDADE NAS DESPESAS
O modelo era chamado de pródigo, devido ao grande número de beneficiados e de 
serviços oferecidos. Havia certa facilidade para a obtenção dos benefícios. Os gastos 
com o segurado eram bem maiores do que os das décadas seguintes.
NATUREZA BASICAMENTE CIVIL PRIVADA DAQUELAS INSTITUIÇÕES
O gerenciamento das CAPs acontecia pelas comissões integradas, com a representa-
ção da empresa e dos trabalhadores. A maior representatividade estava centralizada 
nos representantes da empresa, com um total de três pessoas. Uma delas era a coor-
denadora da CAPs, enquanto as outras duas eram representantes dos trabalhadores e 
eleitas diretamente.
A NATUREZA ESSENCIALMENTE CIVIL E PRIVADA DESSAS INSTITUIÇÕES 
O custeio era feito pela contribuição de 3% sobre os vencimentos dos salários de 
cada trabalhador. As empresas contribuíam com 1%da renda bruta, e os usuários dos 
serviços, como os das ferrovias e dos portos, pagavam uma sobretaxa de 1,5%, que era 
destinada às CAPs. O Estado não contribuía com nada.
As Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) eram entidades de natureza privada, 
apesar de terem sido criadas por leis que impunham a existência delas devido à 
falta de contribuição por parte do governo. 
O Brasil passou por uma das maiores transformações da própria história durante 
a chamada Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas, que resultou na Era 
Vargas, um período que se estendeu até 1945. 
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Ao longo desses 15 anos, o Brasil passou por um 
processo de industrialização significativo, o 
que provocou mudanças importantes na estru-
tura ocupacional da sociedade e na distribuição 
das pessoas nos diversos setores econômicos. 
Isso resultou em um aumento do número de 
trabalhadores nas empresas privadas, impul-
sionando o êxodo rural, um aumento na popu-
lação urbana e um crescimento nas demandas 
por soluções para diversos problemas sociais, 
incluindo a falta de escolas, a inexistência de 
habitação inadequada, saneamento básico insu-
ficiente, serviços de saúde precários e assistên-
cia social insuficiente. Esse período foi marcado 
por um conjunto de mudanças sociais e econô-
micas significativas no Brasil.
Figura 1 - Presidente Getúlio Vargas
Descrição da Imagem: trata-se 
de uma fotografia em branco e 
preto do presidente Getúlio Var-
gas. Vê-se o busto de um homem 
branco, com olhos e sobrancelhas 
escuras. Ele tem semblante sério 
e olha para a câmera. Ele traja um 
terno preto e camisa branca com 
gravata borboleta branca.
Figura 2 – Palácio da indústria em São Paulo
Descrição da Imagem: trata-se de uma fotografia aérea, em cores, do palácio da indústria em São Paulo. Vê-se 
a agitação da cidade de São Paulo, com avenidas movimentadas, arranha-céus modernos e a paisagem urbana 
se estendendo até onde a vista alcança.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Segundo Oliveira e Fleury (1986), a segunda fase da implementação da política 
pública de seguridade social ocorreu durante o governo de Vargas. Nesse período, 
foram criados vários Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs), que eram 
instituições vinculadas aos sindicatos de trabalhadores e destinadas a oferecer 
diversos benefícios sociais. 
Os IAPs estavam sob a responsabilidade do Estado e eram tutelados pelo Ministério 
do Trabalho. Os representantes e os dirigentes eram escolhidos pelo governo. O 
primeiro fundo de pensão a ser criado no Brasil foi o Instituto de Aposentadoria e 
Pensões dos Marítimos, fundado em 1933. No ano seguinte, em 1934, foi criado o 
Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB) e, em 1938, surgiram 
o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPIs), o Instituto de 
Aposentadoria e Pensões dos Trabalhadores de Carga (IAPETEC) e o Instituto 
de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado (IPASE), voltado para os 
servidores públicos estaduais.
Cada IAP tinha estrutura e administração próprias, oferecendo serviços e be-
nefícios distintos aos segurados. No entanto, somente os trabalhadores sindi-
calizados tinham direito a esses benefícios, devido à conexão e à dependência 
entre as duas organizações. 
A Lei de Sindicalização, de 1931, estabelecia que qualquer iniciativa para 
formar um sindicato deveria ser aprovada pelo Estado, o que resultou em grande 
parte da classe trabalhadora não sendo representada por sindicatos e, consequen-
temente, excluída desses benefícios previdenciários.
O número de segurados pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) 
experimentou um crescimento notável em comparação com o número de segura-
dos pelas Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). De acordo com Oliveira e 
Fleury (1986), o aumento foi impressionante, passando de 140.000 segurados, em 
1930, para 2.800.000, em 1945, refletindo um aumento no exercício da cidadania. 
No entanto, mesmo com esse aumento no número de segurados, os gastos com 
a previdência diminuíram significativamente devido aos esforços do Estado em 
conter as despesas previdenciárias.
O próximo período da história brasileira, entre os anos de 1945 e 1964, é 
conhecido como o “interregno democrático”. Durante esse período, as insti-
tuições com caráter democrático eram, em grande parte, reguladas pelo Estado, 
já que o Parlamento e alguns partidos políticos operavam de maneira paralela. 
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Um exemplo é o Partido Comunista do Brasil, que operou dentro da legalidade 
por apenas dois anos, de 1945 a 1947. Embora as organizações sindicais tenham 
conquistado os direitos de se aproximar e articular com partidos políticos, elas 
eram alvos de repressão por parte do governo.
Esse período é conhecido como populista, porque os governos estavam 
focados em resolver as demandas sociais de grupos específicos da sociedade orga-
nizada, independentemente dos recursos financeiros disponíveis. Isso demonstra 
uma abordagem em que a prioridade estava em atender às necessidades sociais, 
independentemente das restrições financeiras.
 “ O populismo, neste sentido, é também a característica que mar-
ca a política social deste período, pelo menos até 1960, na medida 
em que a expansão dos benefícios sociais permanecia sendo feita 
através de barganhas políticas particularizadas entre sindicatos e o 
Estado (SANTOS, 2009, p. 55).
Após um longo processo de tramitação de 14 anos no Congresso Nacional, a Lei 
Orgânica da Previdência Social (LOPS) foi finalmente aprovada em 1960. 
Essa lei tinha como objetivo a homogeneização dos planos de contribuição e de 
benefícios entre diversos institutos previdenciários. A aprovação dela marcou um 
rompimento com o padrão anterior de uso dos institutos como instrumentos de 
troca de favores políticos entre líderes sindicais e políticos.
A unificação do sistema previdenciário no Brasil foi motivada por várias 
justificativas técnicas, incluindo a busca por uma gestão mais racional e eficiente, 
além da necessidade de sanar questões financeiras.
Em 1966, vários institutos previdenciários foram efetivamente unificados 
para formar o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). No entanto, 
essa unificação ocorreu sob uma nova política autoritária, que era uma conse-
quência do Golpe Militar de 1964.
Com a criação do INPS, a representação política dos trabalhadores foi dras-
ticamente reduzida, restringindo-se aos representantes do governo militar. A par-
ticipação da classe trabalhadora na gestão do instituto foi completamente extinta. 
Esse período marcou uma mudança significativa na estrutura e na administração 
da previdência social no Brasil.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Durante a década de 1980, o Brasil e toda a América Latina enfrentaram crises eco-
nômicas significativas, em parte, devido à crise da dívida externa que afetou esses 
países. Essa crise teve várias consequências, incluindo o aumento do desemprego, 
a estagnação econômica e o aumento da inflação, dentre outros desafios.
A Previdência Social, que era a principal política pública, também foi impac-
tada por esse cenário. O sistema enfrentou um aumento no déficit contábil devido 
à diminuição do número de novos contribuintes e ao aumento das despesas 
devido à maturidade do sistema.
Nesse período, o Brasil testemunhou uma forte expansão dos movimentos 
sociais que se opunham ao regime militar. Ao longo da década de 1980, houve 
um processo de redemocratização que permitiu maior mobilização da socie-
dade em diversos setores. 
Um dos movimentos mais emblemáticos da história brasileira foi o movi-
mento pelas “Diretas Já”, que ocorreu em 1984. Esse movimento tinha como 
objetivo principal derrubar o regime militar, mas também trouxe à tona uma série 
de demandas sociais que haviam sido reprimidas durante o período militar. Isso 
incluía a busca por um novo modelo de democratização e descentralização das 
políticas sociais, a restauração do direito de exercer a cidadaniapor meio de ações 
democráticas e um foco nas questões voltadas à desigualdade social, à exclusão 
e à pobreza que afetavam grande parte da população.
Figura 3 – Diretas Já
Descrição da Imagem: trata-se de uma fotografia em preto e branco do Movimento Diretas Já. Na imagem, há 
uma multidão de pessoas que se reúnem ao ar livre, empunhando faixas, cartazes e bandeiras. 
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A descentralização das políticas sociais era uma demanda importante desse pe-
ríodo. Assim como é observado por Almeida (1995), essa reivindicação estava 
relacionada à luta contra o autoritarismo e às questões governamentais, como a 
corrupção, que estava associada à centralização das decisões, à falta de transpa-
rência e à ausência de participação popular.
A promulgação da Constituição Federal de 1988 teve um impacto direto 
nas demandas mencionadas. Ela foi apelidada de “Constituição Cidadã” de-
vido ao fato de incluir um capítulo dedicado à Ordem Social, que tinha como 
objetivo garantir os direitos sociais para todos os cidadãos. Isso representou 
um avanço significativo no reconhecimento e na proteção dos direitos sociais 
no Brasil, refletindo a mobilização da sociedade por uma maior participação 
e descentralização das políticas sociais.
Para os serviços sociais, a Constituição Federal prevê:
 ■ Universalidade da cobertura e do atendimento: a partir da garantia 
de acesso a serviços e benefícios para toda a população. A universalidade 
da cobertura e do atendimento se refere a um princípio fundamental em 
sistemas de saúde, previdência social e assistência social, o que implica 
na garantia de acesso a serviços e benefícios para toda a população, sem 
discriminação ou exclusão com base em critérios, como renda, raça, gê-
nero ou local de residência. Esse princípio busca assegurar que todos os 
indivíduos, independentemente da situação socioeconômica ou outras 
características pessoais, tenham igualdade de oportunidades para receber 
os cuidados de saúde e assistência de que necessitam.
 ■ Igualdade e equivalência dos benefícios: para as populações urbanas 
e rurais, representam um princípio fundamental em políticas públicas e 
programas sociais. O objetivo é assegurar que tanto as áreas urbanas quanto 
as rurais tenham acesso a serviços e a recursos similares, garantindo um 
tratamento igualitário para ambos os grupos. Esse princípio é, muitas vezes, 
chamado de “equidade territorial” ou “equidade rural-urbana” e visa reduzir 
disparidades e desigualdades entre essas duas realidades distintas.
 ■ Irredutibilidade no valor dos benefícios: um elemento-chave na prote-
ção dos direitos dos segurados e na manutenção da equidade e da estabi-
lidade do sistema previdenciário. Ela assegura que os indivíduos possam 
planejar as vidas financeiras com base nos benefícios concedidos, sem o 
risco de surpresas desfavoráveis no futuro.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
 ■ Democratização da gestão do sistema: ocorre a partir dos Conselhos 
da Previdência e da Saúde, com a participação de trabalhadores, empre-
gadores e outros representantes da sociedade civil organizada.
Assim, a Constituição Federal introduziu um conceito inovador de seguridade 
social, visando criar uma sociedade mais equitativa e empática com aqueles que 
se encontram em condições de vulnerabilidade social.
 “ […] a opção pela expressão Seguridade Social, na Constituição bra-
sileira de 88, representou um movimento concertado com vistas à 
ampliação do conceito de proteção social, do seguro para a seguri-
dade, sugerindo a subordinação da concepção previdenciária estrita, 
que permaneceu, a uma concepção mais abrangente. Resultou de 
intensos debates e negociações, e significou a concordância (relativa, 
na verdade) de diferentes grupos políticos com a definição adotada 
pela OIT: seguridade indica um sistema de cobertura de contingên-
cias sociais destinado a todos os que se encontram em necessidade; 
não restringe benefícios nem a contribuintes nem a trabalhadores; 
e estende a noção de risco social, associando-a não apenas à perda 
ou redução da capacidade laborativa – por idade, doença, invalidez, 
maternidade, acidente de trabalho -, como também à insuficiência de 
renda, por exemplo (VIANNA, 2003, p. 2 apud GENTIL, 2006, p. 37).
A Constituição Federal estabeleceu a criação de um “Orçamento da Seguridade 
Social” e a fusão dos Ministérios da Saúde, Previdência e Assistência Social 
em um único Ministério da Seguridade Social. Isso tinha como objetivo integrar 
recursos e ações para concretizar o conceito de seguridade social. O orçamento 
deveria ser financiado por diversas fontes, incluindo contribuições da União, dos 
estados, dos municípios, dos trabalhadores e dos empresários, além da arrecada-
ção das loterias federais.
No entanto, ao longo dos anos, a regulamentação desses dispositivos 
constitucionais enfrentou obstáculos devido a restrições econômicas e or-
çamentárias, especialmente em um contexto de alta inflação, que atingiu 
cerca de 1.500% ao ano. Além disso, houve resistência por parte das classes 
conservadoras, que foram derrotadas nas votações relacionadas ao Capítulo 
da Ordem Social na Constituição.
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Durante o governo de Collor (1990-1992), o INPS 
foi transformado no Instituto do Seguro Social 
(INSS) e passou a ser vinculado ao Ministério do 
Trabalho, retomando uma estrutura semelhante à 
época de Vargas (1930-1945). Isso representou uma 
reversão do modelo proposto pela Constituição Fe-
deral, que enfatizava a necessidade social e a ideia 
de que a proteção social era um direito, com base 
em um sistema de seguridade social com aborda-
gem contratual e individual.
Nesse período, organizações financeiras, como o Fundo Monetário Interna-
cional (FMI), o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimen-
to, pressionaram os países endividados, especialmente os da América Latina, a 
adotarem medidas de ajuste estrutural para garantir as estabilidades monetária e 
fiscal. Essas organizações também recomendaram a redução dos gastos do Estado 
com programas e serviços sociais por meio da privatização.
No final de 1992, após o afastamento do Presidente Collor, o sucessor, Itamar 
Franco, revisitou a questão da regulamentação da Seguridade Social, mas com uma 
abordagem diferente daquela originalmente proposta na Constituição Federal.
Na efetivação da regulamentação da Seguridade Social, as áreas de Saúde, 
Previdência e Assistência Social foram separadas em ministérios independentes. 
Além disso, os recursos financeiros e receitas destinados à Seguridade Social 
foram divididos e centralizados na administração do Tesouro Nacional.
Em 1998, teremos, como presidente, Fernando 
Henrique Cardoso (FHC). Apesar de um aumento 
nos investimentos em políticas sociais, elas ainda 
estavam vinculadas às políticas macroeconômicas 
e, por vezes, eram desviadas para programas sociais 
com objetivos mais específicos. Segundo Santos 
(2009), esse direcionamento específico de políticas 
para determinados grupos da população é conhe-
cido como “focalização”, assim como ocorre, por 
exemplo, com as políticas voltadas para questões de 
gênero, como aquelas promovidas pelo Movimento 
Feminista das Mulheres.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Em contraste com as políticas focalizadas, existem as políticas universais, que são 
direitos de toda a população, sem exceções. Um exemplo disso é o Sistema Único 
de Saúde (SUS), ao qual todos os brasileiros e estrangeiros no Brasil têm acesso. 
O debate entre as políticas focalizadas e as políticas universais é uma questão 
política que recai sobre a responsabilidade do Estado.
 As políticas universais asseguram que todos os cidadãos tenham direito ao mesmo 
atendimento, sem discriminação ou diferenciação, com o objetivo de combater a 
pobreza. Por outro lado, as políticas focalizadas argumentam que o Estado deve 
direcionar os esforços especificamente para as camadas menos privilegiadas da 
sociedade, em vez de adotar uma abordagem universal.
No início do mandatodo Presidente Luiz Iná-
cio Lula da Silva, em 2003, a situação econômi-
ca do Brasil não diferia muito do governo ante-
rior. Na verdade, o governo, inicialmente, não 
apenas manteve as políticas de ajuste fiscal, mas 
as intensificou, estabelecendo metas de superávit 
primário mais elevadas do que as acordadas com o 
Fundo Monetário Internacional (FMI).
O ano de 2003, assim como os anos anteriores, apresentou desafios econô-
micos significativos, incluindo a desvalorização do real em relação ao dólar e 
uma recessão econômica que só começou a se recuperar no final do mesmo ano.
A partir de 2004, o Brasil experimentou um crescimento econômico que 
se estendeu até o final de 2008, quando a crise imobiliária nos Estados Unidos 
afetou a economia global. Durante esse período, houve um aumento significati-
vo na arrecadação do Tesouro Nacional tanto na área previdenciária quanto na 
tributária, contribuindo para a estabilidade das finanças públicas.
O governo de Lula optou por manter a mesma direção política do governo 
anterior, com ênfase nos investimentos na área social. Um dos programas mais 
destacados durante o mandato e que continuou sob a administração da Presi-
dente Dilma Rousseff foi o Programa Bolsa Família, que tinha como objetivo 
combater a pobreza.
Em 2004, foi estabelecido o Ministério do Desenvolvimento e Combate 
à Fome (MDS), que se tornou a entidade encarregada de gerenciar e executar 
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os principais programas voltados para a erradicação da pobreza e da fome 
no Brasil. Essa criação resultou na fusão de três áreas distintas do governo: o 
Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome 
(MESA), o Ministério da Assistência Social e a Secretaria Executiva do 
Programa Bolsa Família.
O papel central do MDS passou a ser a implementação da Política de Assis-
tência Social, da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, e do Programa 
Bolsa Família. 
Isso sinalizou uma mudança significativa na forma como a questão social era tratada 
no governo Lula, pois ela passou a ser uma prioridade na agenda governamental, em 
contraste com a abordagem anterior, em que o tema era discutido principalmente 
durante as campanhas eleitorais.
Podemos observar que, mesmo quando a política social se baseia em medidas e 
ações de caráter universal, elas podem variar ao longo do tempo de acordo com 
os interesses das agendas políticas.
PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL NO GOVERNO 
LULA
A participação social desempenhou um papel fundamental no governo de Lula, que 
conseguiu transformá-la em política pública, tornando as políticas sociais uma cons-
trução coletiva entre o governo e a sociedade civil. A partir de 2003, a participação 
popular ganhou destaque como um meio de promover o desenvolvimento do Estado 
brasileiro com base na promoção da igualdade e, acima de tudo, na inclusão social.
Durante os dois mandatos do Presidente Lula, a participação popular foi uma 
prioridade nas agendas das políticas sociais, com objetivos políticos e sociais 
claros. Nesse modelo, o Estado e a sociedade atuam em conjunto, colaborando 
para moldar, aprimorar e fortalecer a democracia brasileira.
No governo Lula, a participação social se consolidou como um método de-
mocrático de gestão das políticas públicas. Ao longo dos oito anos no poder, 
várias práticas participativas foram implementadas, rompendo com as práticas 
clientelistas que historicamente permeavam a sociedade e o governo.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Esse novo enfoque nas políticas sociais visava à consolidação dos direitos e à 
implementação de ações que resultaram na diminuição das desigualdades sociais. 
Chegamos ao final desta conversa sobre as políticas sociais brasileiras e as 
respectivas dimensões históricas. Exploramos como essas políticas são moldadas 
pela complexa interação de fatores políticos, culturais e sociais na nossa socie-
dade. Esperamos que tenha ficado claro que as políticas públicas não são está-
ticas; pelo contrário, estão em constante evolução, adaptando-se às demandas e 
desafios do momento.
Os conselhos desempenham um papel crucial na elaboração de políticas públicas, 
com representantes tanto do governo quanto da sociedade civil. Muitas propostas 
discutidas nesses órgãos acabam se transformando em decretos, portarias, pro-
jetos de lei e, em alguns casos, em leis aprovadas pelo Legislativo. As conferên-
cias e os conselhos, presentes em todos os níveis do governo, são instâncias de 
participação e deliberação popular. São espaços em que as políticas se formulam, 
diretrizes são estabelecidas e estratégias são delineadas para garantir a imple-
mentação das políticas sociais já previstas em lei. 
APROFUNDANDO
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tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual de 
aprendizagem.
EM FOCO
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NOVOS DESAFIOS
Nossa investigação nos levou a compreender que as políticas sociais desempe-
nham um papel fundamental na tentativa de atender às demandas sociais em 
um país com tantas disparidades. Elas são o reflexo das dinâmicas e das tensões 
presentes na nossa nação. É crucial compreender como essas políticas se desen-
volveram em um contexto capitalista complexo.
No entanto, a teoria e a prática não podem ser dissociadas. É importante con-
siderar como tudo isso se traduz no mercado de trabalho e em suas perspectivas. 
O mercado de trabalho é um dos principais locais em que as políticas sociais têm 
impacto direto, influenciando o acesso a oportunidades, a qualidade do emprego 
e a distribuição de renda. Portanto, é fundamental continuarmos a análise desse 
cenário em constante transformação.
À medida que avançamos nos nossos estudos, lembre-se de que o 
conhecimento adquirido pode ser aplicado de maneira prática. Você pode 
contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, compreendendo as 
políticas sociais e participando ativamente do debate sobre como melhorá-las. 
Afinal, somos parte dessa sociedade e temos o poder de moldar o futuro.
Esperamos que este tema tenha proporcionado insights valiosos e te ins-
pirado a continuar explorando as políticas sociais brasileiras tanto na teoria 
quanto na prática. 
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1. A política de desenvolvimento social com inclusão procura romper com a lógica adotada 
pelo Estado brasileiro no passado. Trata-se de uma lógica que se baseava na tutela do 
Estado sobre as iniciativas da sociedade civil. Em decorrência dessa visão patriarcal, mesmo 
quando atuando para proteger direitos sociais, o Estado agia autoritariamente, negando a 
participação popular e obstaculizando a construção de uma consciência pública.
Considerando as mudanças na política social do Brasil na contemporaneidade, assinale a 
alternativa correta:
a) O Estado brasileiro historicamente atuou como um agente promotor de igualdade social, 
defendendo os interesses das camadas mais desfavorecidas da população.
b) A crise do Welfare State na Europa na década de 1970 enfatizou a diminuição do papel 
do Estado no desenvolvimento social, o que se refletiu na política social brasileira.
c) O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com uma plataforma de redução do papel 
do Estado na promoção da inclusão social e do desenvolvimento sustentável.
d) A política social dos governos Lula e Dilma foi voltada principalmente para os estratos 
mais privilegiados da população, priorizando a assistência a grupos de maior renda.
e) As iniciativas da política social de combate à fome e à pobreza permitiram uma significa-
tiva redução da desnutrição infantil e da pobreza absoluta no Brasil durante os mandatos 
dos Presidentes Lula e Dilma.
2. As conferências e os conselhos, em todas as esferas governamentais, são instâncias de 
participação e deliberação popular. As conferências são espaços para a formulação de 
políticas e diretrizes, além de promoverem maneiras de garantir as políticas sociais que já 
estão garantidas em lei.
Considerandoo papel da participação social durante os governos do presidente Lula, assi-
nale a alternativa correta:
a) A participação social no governo Lula não teve relevância e não foi transformada em 
política pública.
b) O presidente Lula priorizou a participação popular apenas no segundo mandato, não 
sendo uma agenda relevante no primeiro mandato.
c) Durante os dois mandatos do presidente Lula, a participação social foi enfatizada como 
uma prioridade nas políticas sociais, promovendo a igualdade e a inclusão social.
d) A participação social no governo Lula foi limitada a práticas clientelistas, não represen-
tando um avanço na democracia brasileira.
e) O governo Lula implementou políticas sociais sem levar em consideração a opinião da 
sociedade civil.
AUTOATIVIDADE
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3. As políticas públicas acontecem em um contexto marcado pelas relações de poder entre 
o Estado e a sociedade. Em muitas situações, tornam-se tensas pela dimensão política que 
envolve os interesses coletivos e individuais de cada segmento. Para realizar uma análise 
das políticas, é necessário compreender os ciclos políticos, levando em consideração as 
principais dimensões e complexidades.
Considerando as disposições dos serviços sociais previstos na Constituição Federal, qual 
dos seguintes princípios é destacado como uma diretriz fundamental? Assinale a alternativa 
correta:
a) Exclusão da participação de trabalhadores e empregadores na gestão do sistema.
b) Variação no valor dos benefícios de acordo com a região geográfica.
c) Universalidade da cobertura e do atendimento.
d) Diferenciação de benefícios para populações urbanas e rurais.
e) Redução do papel dos Conselhos da Previdência e da Saúde.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. H. T. de. Federalismo e políticas sociais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São 
Paulo, v. 28, n. 10, 1995.
GENTIL, D. L. A Política Fiscal e a Falsa Crise da Seguridade Social Brasileira – Análise finan-
ceira do período 1990–2005. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006.
MARSHALL, T. H. Cidadania, classe social e status. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1967.
OLIVEIRA, J. A. de A.; FLEURY, S. T. Previdência Social: 60 anos de história da Previdência no 
Brasil. Petrópolis: Vozes, 1986.
ROCHA, S. Pobreza no Brasil . Afinal, do que se trata? 3. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2008.
SANTOS, M. da P. G. dos. O Estado e os problemas contemporâneos. Florianópolis: Departa-
mento de Ciências da Administração; Brasília, DF: CAPES; UAB, 2009.
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1. Opção E.
De acordo com as informações fornecidas, nos mandatos dos presidentes Lula e Dilma, as 
políticas sociais tiveram um impacto positivo, retirando milhões de pessoas da pobreza ab-
soluta e reduzindo a desnutrição infantil. Essas iniciativas refletem uma mudança significativa 
na abordagem da política social no Brasil, que passou a ser mais voltada para os setores 
mais necessitados da população.
2. Opção C .
A participação social foi uma prioridade durante os dois mandatos do Presidente Lula. Ela 
foi transformada em política pública, promovendo a igualdade e a inclusão social. A ênfase 
na participação popular demonstra um compromisso com a construção coletiva de políticas 
públicas e o aprofundamento da democracia no Brasil durante o governo Lula. Portanto, a 
alternativa C é a que melhor reflete as informações fornecidas no texto.
3. Opção C .
A Constituição Federal prevê a “universalidade da cobertura e do atendimento” como uma 
das diretrizes fundamentais para os serviços sociais. Isso significa que os serviços sociais 
devem estar disponíveis e acessíveis a todos os cidadãos, independentemente da origem, 
localização ou situação socioeconômica. Essa é uma importante diretriz para garantir a 
igualdade e o acesso equitativo aos benefícios sociais. Portanto, a alternativa C é a resposta 
correta, de acordo com as informações fornecidas no texto.
GABARITO
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MINHAS METAS
AS POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS 
CONTEMPORÂNEAS DO ESTADO 
BRASILEIRO
Investigar a evolução das políticas públicas no Brasil ao longo do tempo.
Discutir sobre as políticas públicas no Brasil.
Analisar o Impacto da Constituição Federal de 1988. 
Explorar a Política Nacional de Assistência Social (PNAS). 
Investigar as Políticas de Trabalho e Geração de Renda.
Dialogar sobre as Políticas de Trabalho e Geração de Renda. 
Estudar o papel do profissional de Serviço Social na implementação e no desenvolvimen-
to das políticas públicas nas áreas mencionadas. 
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9
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INICIE SUA JORNADA
Neste tema de aprendizagem, você está prestes a embarcar em uma jornada 
de conhecimento essencial para compreender o papel vital do Serviço Social 
na nossa sociedade contemporânea. Iremos trabalhar os seguintes elementos: 
a evolução das políticas públicas, o impacto da Constituição Federal de 1988, 
a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), as políticas de trabalho e 
geração de renda, e o papel do profissional de Serviço Social.
Convidamos você a refletir sobre a seguinte problematização, que será o fio 
condutor do debate:
Como o Serviço Social, enquanto campo profissional e de pesquisa, pode atuar 
de forma efetiva e transformadora nas políticas públicas brasileiras, considerando a 
diversidade de demandas sociais contemporâneas, a descentralização das respon-
sabilidades governamentais e a busca por uma sociedade mais igualitária e justa?
Através do nosso debate, exploraremos os desafios e oportunidades presen-
tes na atuação do profissional de Serviço Social, bem como a importância de 
compreender os contextos histórico e contemporâneo das políticas públicas no 
Brasil. Estaremos preparados para analisar criticamente as políticas em questão 
e contribuir ativamente para a construção de um país mais inclusivo e equitativo.
Preparado para mergulhar no universo do Serviço Social e desvendar como ele 
molda as políticas públicas no Brasil? Neste podcast, vamos explorar a evolução 
das políticas sociais, o impacto da Constituição de 1988, os princípios da Política 
Nacional de Assistência Social, as estratégias de trabalho e geração de renda e 
o papel essencial do profissional de Serviço Social. Junte-se a nós para construir 
uma sociedade mais justa e igualitária! Dê o play! Recursos de mídia disponíveis 
no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS E CIDADANIA
As políticas públicas podem se desdobrar em programas, iniciativas e serviços es-
pecíficos, cada um deles com sua própria legislação correspondente. Por exemplo, 
no âmbito das políticas sociais, podemos citar a Lei n° 8.742, de 7 de dezembro 
de 1993, conhecida como a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), a qual 
estabelece as bases para a Política Nacional de Assistência Social. De maneira 
similar, a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, que corresponde à Lei Orgâ-
nica da Saúde, regula a Política Nacional de Saúde. É fundamental que essas leis 
estejam alinhadas com os princípios e diretrizes estabelecidos na Constituição 
Federal de 1988.
Conforme o artigo 6º da Constituição Federal:
 “ São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, 
a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma 
desta Constituição (BRASIL, 1988, on-line).
Veja a seguir de forma sintetizada as leis que garantem os direitos sociais do art. 
6 da Constituição Federal (BRASIL, 1988):
VAMOS RECORDAR?
Assista ao vídeo: “O que são políticas públicas?”. Com ele, você aprende tudo sobre 
políticas públicas e suas diferenças em relação a problemas públicos. Conheça, 
também, como, no Brasil, as políticas públicas são utilizadas por diferentes 
governos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital no ambiente virtual 
de aprendizagem.
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1 . SAÚDE
Art. 196 a 200/ Lei n° 8.082, de19 de setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde (LOS).
2 . PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201 e 202/ Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre os planos de Previ-
dência Social e dá outras providências.
3 . ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203 e 204/ Lei n° 8.742, de 7 de dezembro de 1993/ Lei Orgânica da Assistência 
Social – LOAS.
4 . EDUCAÇÃO 
Art. 205 a 214/ Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes de Bases da 
Educação Nacional – LDBEN.
5 . MORADIA
Art. 183, 187, 191/ Lei n° 11.124, de 16 de junho de 2005 - Lei sobre Habitação de Interesse 
Social (SNHIS).
6 . SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Art. 200, 208, 227/ Lei n° 11.346, de 15 de setembro de 2006 – Lei Orgânica da Segurança 
Alimentar e Nutricional (LOSAN), que, dentre outras providências, cria o Sistema Nacio-
nal de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN.
7 . PROTEÇÃO DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO
Art. 226 a 230 Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente 
ECA, LOAS, Lei n° 10.741, de 1 de outubro de 2003 Estatuto do Idoso.
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A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
A política pública na área da Educação tem experimentado avanços significati-
vos nos últimos anos no Brasil. Entretanto, enfrenta desafios consideráveis que 
demandam esforços tanto do Estado quanto da sociedade brasileira.
Figura 1 – Marcha de estudantes em prol da educação
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Se_cortar,_a_UFSC_vai_parar.jpg. Acesso em: 5 out. 2023.
Descrição da Imagem: fotografia em cores da marcha dos estudantes em prol da educação. Vê-se uma multidão 
caminhando em uma avenida. Algumas pessoas carregam faixas, sendo possível ler duas principais, uma vermelha 
com os dizeres “universidade 100% pública” escritos em branco e, a outra faixa, branca, com dizeres em preto 
“se cortar a UFSC vai parar”.
Embora tenhamos alcançado praticamente a universalização do acesso à edu-
cação para estudantes com idades entre sete e 14 anos, a qualidade das con-
dições de acesso e a permanência desses alunos na escola ainda são questões 
sociais que requerem atenção e soluções. Além disso, atrair adolescentes e 
jovens para continuar seus estudos após a conclusão do Ensino Fundamental 
é um desafio que persiste. 
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De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 
de 2014, a taxa de analfabetismo entre pessoas com mais de 15 anos registrou 
uma queda em 2013. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
(PNAD), o Brasil tinha quase 13 milhões de pessoas analfabetas, o que corres-
pondia a 8,3% da população brasileira. Houve uma redução de 0,4% em relação 
a 2012, quando a taxa era de 8,7%. Além disso, a taxa de analfabetismo funcional, 
que engloba pessoas maiores de 15 anos com menos de quatro anos de escolari-
dade, caiu de 18,3% para 17,8%.
É importante notar que todos os grupos etários apresentaram uma redução 
na taxa de analfabetismo entre 2012 e 2013. No entanto, isso não indica que a 
política de educação seja perfeita. Pelo contrário, demonstra que o Estado precisa 
investir mais na qualidade da educação, visando garantir um ensino mais eficaz 
e abrangente para todos os cidadãos.
A concepção da educação como um “direito de todos” já estava presente na 
Constituição de 1934, que foi elaborada no início da Era Vargas. No entanto, so-
mente na Constituição de 1988, ela foi elevada ao status de um “dever do Estado” e 
passou a ser vista como um direito universal, especialmente no nível fundamental. 
Nessa constituição, foram estabelecidas claramente as responsabilidades e compe-
tências das diferentes esferas governamentais em todos os seus níveis, bem como 
foram previstas as fontes de recursos para financiar essa política educacional.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, conhecida como Lei nº 9.394 e datada de 20 de 
dezembro de 1996, desempenhou um papel fundamental na configuração do sistema 
educacional brasileiro. Essa lei impõe várias obrigações aos entes federados, incluindo 
a definição de um gasto mínimo por aluno que cada esfera governamental deve 
assegurar na sua jurisdição. Além disso, estabeleceu a obrigatoriedade de aumentar 
o período escolar para 200 dias letivos em todo o país, resultando em um total de 800 
horas de aulas por ano em jornada integral. Também foram previstas medidas para a 
qualificação e valorização dos profissionais que atuam na área da Educação.
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a União, os estados e os municí-
pios têm a responsabilidade de destinar uma parcela das receitas orçamentárias 
para a política de educação. Para coordenar e centralizar os recursos e receitas 
voltados para a educação, o Ministério da Educação (MEC) atua através do Fun-
do Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
A política de educação enfrenta uma série de desafios complexos, que demandam 
esforços conjuntos do Governo Federal, dos Estados e municípios, bem como da 
sociedade civil. A garantia do acesso à educação de qualidade para todos os cida-
dãos, a melhoria da infraestrutura das escolas, a formação e valorização dos pro-
fessores, a promoção de currículos relevantes e atualizados, a inclusão de grupos 
historicamente marginalizados e a gestão eficiente dos recursos são apenas alguns 
dos desafios que a política educacional enfrenta no Brasil. É essencial que esses 
desafios sejam abordados de maneira colaborativa, envolvendo todas as partes in-
teressadas, para promover uma educação de qualidade e equitativa em todo o país.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você sabe do que se trata a Lei nº 13.935, de 11 de dezembro de 2019?
A referida legislação dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de ser-
viço social nas redes públicas de educação básica. Existe um intenso debate, luta 
e mobilização para implementação dessa lei em todos os municípios brasileiros, 
sendo assim as escolas se configuram também como um espaço sócio-ocupacio-
nal a ser ocupado pelos/pelas assistentes sociais em todo Brasil.
Sinopse: essa publicação do conjunto CFESS/CRESS tem 
como objetivo contribuir para que a atuação profissional na 
Política de Educação se efetive em consonância com os pro-
cessos de fortalecimento do projeto ético-político do serviço 
social e de luta por uma educação pública, laica, gratuita, pre-
sencial e de qualidade, que, enquanto um efetivo direito social, 
potencialize formas de sociabilidade humanizadoras.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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A POLÍTICA DE SAÚDE
Até a década de 1980, o acesso aos serviços de saúde no Brasil estava restrito aos 
trabalhadores vinculados ao sistema previdenciário por meio de registros formais 
de emprego. No entanto, com o processo de redemocratização do país, a política 
de saúde passou por transformações significativas, culminando na criação do 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1990, foi aprovada a Lei nº 8.080, datada de 19 de setembro, que estabeleceu 
as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, assim como a 
organização e o funcionamento dos serviços de saúde relacionados, dando ori-
gem à política de saúde do país.
O SUS foi concebido com a visão de proporcionar a universalidade e equidade 
no acesso aos serviços de saúde, bem como garantir a integralidade das ações 
de saúde. O princípio da universalidade assegura que todo cidadão brasileiro 
ou qualquer pessoa no Brasil tem o direito de acessar os serviços de saúde, 
independentemente da sua ocupação, renda ou contribuição previdenciária. Já o 
princípio da integralidade enfatiza que os serviços de saúde devem considerar as 
necessidades individuais de cada pessoa, abordando todas as suas dimensões, 
sejam elas biológicas, psicológicas ou sociais.
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Além disso, o SUS promove a participação social na sua gestão, permi-
tindo que a sociedade intervenha no planejamento, acompanhamento e 
avaliação das políticas de saúde. 
Essa participação ocorre por meiodos Conselhos e das Conferências de Saúde, 
que estão presentes em todas as esferas de governo: nacional, estadual e municipal. 
Esses conselhos são compostos de forma paritária, incluindo representantes 
da sociedade civil, usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de ser-
viços. O Ministério da Saúde utiliza a atua-
ção dos Conselhos como um dos critérios 
para a distribuição de recursos financeiros, 
enfatizando a importância da participação 
da comunidade na formulação e execução 
das políticas de saúde.
Complemente seu conhecimento sobre os espaços de controle social no SUS 
através da leitura do artigo: “Participação popular e o controle social como diretriz 
do SUS: uma revisão narrativa”. Disponível no link: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/
dNgCW9WdJJx7VHV7xWkhSHq/#. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo 
digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EU INDICO
O Sistema Único de Saúde (SUS) engloba ações dos diferentes níveis de governo 
e é estruturado com base na hierarquização e regionalização de serviços e 
ações de saúde. Essa abordagem resulta em uma responsabilidade compartilhada 
no atendimento aos usuários, envolvendo a União, os Estados e os municípios. 
Nesse contexto, os municípios têm como prioridade o desenvolvimento 
dos serviços de atenção básica, enquanto os estados e a União concentram seus 
esforços na oferta de serviços mais complexos e especializados. O SUS é uma 
responsabilidade conjunta dos três níveis de governo, com recursos financeiros 
vinculados a ele. Os recursos federais correspondem a 70% do financiamento do 
SUS e são repassados aos fundos estaduais e municipais de Saúde ou, em alguns 
casos, diretamente aos prestadores de serviços de saúde.
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As receitas do Fundo Nacional de Saúde são centralizadas pelo Ministério 
da Saúde e, posteriormente, repassadas para Estados e municípios de acordo com 
critérios acordados entre os diversos níveis de governo. 
Todas as decisões relacionadas ao SUS são tomadas por meio de Portarias Mi-
nisteriais, e há um papel fundamental desempenhado pelo Conselho Nacional 
de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e pelo Conselho Nacional de 
Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) na gestão e no planejamento 
das políticas de saúde, garantindo a participação efetiva dos estados e municípios 
na condução do sistema de saúde.
A partir de 2007, entrou em vigor o Pacto pela Saúde, marcando a substi-
tuição das Normas Operacionais Básicas (NOBs) e das Normas Operacionais 
de Assistência à Saúde (NOAS) previamente divulgadas. Esse Pacto pela Saúde 
representou a consolidação de uma série de reformas institucionais dentro do 
Sistema Único de Saúde (SUS), as quais foram previamente acordadas em colabo-
ração entre as diferentes esferas de governo. Veja a seguir as principais reformas:
Atenção Básica 
É a porta de entrada do SUS e constitui o 
primeiro nível de assistência à saúde. Ela é 
responsável por oferecer cuidados de saúde 
integrais e contínuos à população, com 
ênfase na prevenção, promoção, tratamento 
e reabilitação.
Médica e Alta Complexidades da Assistência 
Referem-se aos serviços de saúde que 
demandam um maior grau de especialização 
e recursos tecnológicos avançados. Isso 
inclui procedimentos cirúrgicos, internações 
hospitalares, exames diagnósticos 
complexos, atendimento de urgência e 
emergência, transplantes, dentre outros. 
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Vigilância em Saúde 
É um conjunto de ações e práticas voltadas 
para monitorar, prevenir e controlar doenças 
e agravos à saúde da população. Isso inclui 
vigilância epidemiológica (acompanhamento 
de doenças contagiosas), vigilância sanitária 
(fiscalização de produtos e serviços que 
afetam a saúde), vigilância ambiental 
(monitoramento de fatores ambientais 
que podem impactar a saúde) e vigilância 
em saúde do trabalhador (proteção dos 
trabalhadores contra riscos ocupacionais).
Assistência Farmacêutica 
A Assistência Farmacêutica é o conjunto 
de ações voltadas para garantir o acesso 
da população a medicamentos essenciais 
e seguros. Isso envolve aquisição, 
armazenamento, distribuição, dispensação 
e orientação sobre o uso correto de 
medicamentos.
Gestão 
Envolve o planejamento, organização, 
coordenação, acompanhamento e avaliação 
das políticas e ações de saúde. Ela abrange 
tanto a gestão em nível federal, estadual e 
municipal quanto a gestão dos serviços de 
saúde em si. 
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As transformações ocorridas no sistema de saúde, após a promulgação da Cons-
tituição Federal (CF), de 1988, tiveram como objetivo primordial a efetivação do 
direito à saúde de forma abrangente e universal. Além disso, essas mudanças visa-
ram a uma redefinição do conceito de saúde, incorporando não apenas a dimensão 
física, mas também contemplando as esferas psicológicas e sociais da sociedade. 
De acordo com as análises de Bravo (1998), as dificuldades relacionadas ao 
financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) estiveram presentes desde o seu 
surgimento, em grande parte devido aos interesses das entidades prestadoras de 
serviços na área da saúde, muitas vezes referidas como o “complexo industrial 
da saúde”. Esses interesses muitas vezes entraram em conflito com a busca pela 
universalização e melhoria da qualidade dos serviços de saúde.
É fundamental ressaltar que a saúde não se restringe exclusivamente ao 
âmbito do SUS. Ela está intrinsecamente relacionada a investimentos em outras 
políticas públicas, incluindo as áreas econômica e social. Fatores como emprego, 
educação, remuneração, habitação, saneamento básico, transporte e oportunida-
des de lazer desempenham um papel crucial na determinação da qualidade de 
vida e saúde da população. Portanto, a abordagem da saúde não deve se limitar 
somente à prestação de cuidados médicos clínicos, mas também deve englobar 
ações voltadas para a prevenção, recuperação, educação e reabilitação, reconhe-
cendo a interconexão entre os diversos determinantes da saúde.
A POLÍTICA DE TRABALHO E GERAÇÃO DE RENDA
O acesso a empregos dignos com remuneração satisfatória, vinculados a benefí-
cios de proteção social, está se tornando cada vez mais raro na atual conjuntura 
do sistema capitalista. No Brasil, essas oportunidades não alcançam mais do que 
metade da força de trabalho. Uma das maneiras de ingressar no mercado de 
trabalho, desde os anos 1930, em decorrência do modelo de industrialização e 
modernização, é por meio da informalidade.
A partir da década de 1970, o modelo capitalista passou por algumas trans-
formações, incluindo a redução das taxas de juros, a globalização e a introdu-
ção de novas tecnologias, que tiveram um impacto significativo no mundo do 
trabalho em nível global.
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Conforme destacado por Cardoso Junior (2000), o mercado de trabalho 
brasileiro não impõe grandes obstáculos às demissões e contratações, apesar da 
legislação estabelecer custos para essas ações, esses custos são geralmente baixos.
Nesse contexto, o mercado de trabalho no Brasil se caracteriza pela sua gran-
de diversidade e divisão em segmentos, tanto no que diz respeito às formas de 
emprego quanto às relações de trabalho estabelecidas.
Para compreender a diversidade nas relações de trabalho, podemos analisá-la 
em dois níveis distintos:
1. Ampla Variedade de Tipos de Emprego: isso se refere à existência de 
uma ampla gama de formas de emprego. Isso abrange trabalhadores com 
contratos formais, que têm suas carteiras de trabalho assinadas, bem 
como trabalhadores informais que não possuem contratos formais de 
emprego. Além disso, engloba trabalhadores no setor público, tanto no 
âmbito civil quanto militar, bem como trabalhadores terceirizados que 
prestam serviços para diversas empresas.
2. Disparidade nas Fontes de Renda da População Economicamente 
Ativa (PEA): dentro da População Economicamente Ativa, que inclui 
todas as pessoas envolvidas em atividades econômicas, observamos uma 
significativa disparidade nas formascomo essas pessoas obtêm sua ren-
da. Isso inclui trabalhadores autônomos que trabalham de forma inde-
pendente, bem como empregados domésticos que desempenham suas 
funções em residências particulares. Essa diversidade nas fontes de renda 
reflete as diferentes realidades econômicas e ocupacionais enfrentadas 
pelos membros da força de trabalho no país.
O mercado de trabalho é caracterizado por conceitos específicos que diferenciam 
os diversos segmentos da sociedade com base em sua participação no processo 
produtivo. Esses conceitos são:
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1 . POPULAÇÃO EM IDADE ATIVA – PIA
Considerada como uma classificação etária que envolve todas as pessoas que estão 
teoricamente aptas para desempenhar uma atividade econômica. A PIA, no Brasil, é 
formada por toda a população que tem 10 ou mais anos de idade. 
2 . O POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA – PEA: 
É o potencial de mão de obra com que o setor produtivo pode contar, ou seja, a popu-
lação ocupada e a população desocupada.
3 . POPULAÇÃO OCUPADA: 
Considerada o núcleo de pessoas que trabalham, como: empregados, por conta própria, 
empregadores, não remunerados (que trabalham ao menos 15 horas semanais, como 
voluntários, estagiários etc.).
4 . POPULAÇÃO DESOCUPADA: 
Consideradas pessoas que não têm emprego, mas que estão procurando uma colo-
cação no mercado de trabalho, através da busca ativa por uma vaga de emprego.
5 . POPULAÇÃO NÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PNEA) OU A POPULAÇÃO 
ECONOMICAMENTE INATIVA (PEI)
Refere-se às pessoas que não estão aptas ao mercado de trabalho ou que renunciaram 
à procura de empregos. Incapacitados também incluem donas de casa, estudantes e 
pessoas com menos de 10 anos de idade.
A Constituição Federal de 1988 introduziu uma mudança significativa no destino 
dos recursos provenientes das contribuições para o PIS e o PASEP. Esses recursos 
passaram a ser direcionados para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com 
o propósito de financiar o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial 
e outros investimentos em desenvolvimento econômico conduzidos pelo Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 
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O acesso ao seguro-desemprego foi reformulado, ampliando o número de 
pessoas desempregadas que poderiam se beneficiar desse programa. Desde 1996, 
o Ministério do Trabalho e Emprego implementou vários programas, projetos e 
serviços para promover o emprego e a renda, incluindo o Programa de Geração 
de Emprego e Renda (PROGER), o Programa Nacional de Formação Profissional 
(PLANFOR), o Plano Nacional de Qualificação (PNQ) e outros.
Atualmente, o governo federal desempenha um papel ativo no desenvolvi-
mento de políticas públicas relacionadas ao trabalho e à renda, com o objetivo 
de atender a todos os cidadãos brasileiros. Algumas iniciativas notáveis incluem 
o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), 
o Sistema Nacional de Emprego (SINE), que fornece informações sobre vagas 
de trabalho e promove a qualificação profissional de trabalhadores desemprega-
dos, a Lei de Aprendizagem, que beneficia adolescentes em início de carreira, 
e a categoria de Microempreendedor Individual, que incentiva profissionais a 
transformar seus conhecimentos em negócios.
O Pronatec, criado em 2011 por meio da Lei n° 11.513/2011, tem como objetivo 
ampliar, interiorizar e democratizar a oferta de cursos profissionais e tecnológicos 
em todo o Brasil. Esses cursos são financiados pelo Governo Federal e oferecidos 
gratuitamente por instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica 
e Tecnológica, bem como pelas redes estaduais, distritais e municipais de educação 
profissional e tecnológica. Além disso, instituições do Sistema S, como SENAI, 
SENAT, SENAC e SENAR, também participam da oferta de cursos do Pronatec. A 
partir de 2013, instituições privadas de ensino reconhecidas e habilitadas pelo MEC 
também foram autorizadas a oferecer cursos dentro desse programa.
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Antes da promulgação da Constituição Federal de 
1988, a Assistência Social no Brasil funcionava de 
forma voluntária e ocasional, baseada em iniciativas 
filantrópicas ou programas e serviços direcionados a 
grupos mais necessitados.
A Assistência 
Social passou a ser 
reconhecida como 
uma política pública
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No entanto, com a nova Constituição, a Assistência Social passou a ser re-
conhecida como uma política pública. Sua implementação não está mais sujeita 
à orientação política de governos ou partidos políticos no poder; ela se tornou 
uma política pública obrigatória.
O Estado incorporou a Assistência Social ao sistema de Seguridade Social, 
assumindo a responsabilidade de organizá-la de forma universal, garantindo 
seu acesso a todos os brasileiros. No entanto, os recursos disponíveis ainda são 
insuficientes diante da grande demanda social por esses serviços.
A política de Assistência Social e uma parte da política de Seguridade Social es-
tão sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome (MDS). Antes da Constituição de 1988 e até 2004, quando o Ministério 
foi criado, a Assistência Social estava vinculada a diferentes ministérios, como Saúde 
e Previdência Social. A ausência de um Ministério da Seguridade Social e a falta de 
regulamentação do Orçamento da Seguridade Social foram desafios enfrentados 
por essas áreas das políticas públicas até sua completa implementação.
A política de Assistência Social está integrada ao Sistema Único de Assis-
tência Social (SUAS), que tem como objetivo regular e organizar os serviços, 
programas e projetos de Assistência Social em todo o Brasil. Assim como o Sistema 
Único de Saúde (SUS), o SUAS também se baseia em parcerias com a sociedade civil 
e na colaboração com diversos setores governamentais para sua implementação.
O SUAS foi estabelecido a partir da Lei Orgânica da Assistência Social 
(LOAS), promulgada em 1993. Essa lei prevê uma abordagem participativa e 
descentralizada da assistência social, com foco nas necessidades das famílias.
As ações desenvolvidas no âmbito do SUAS se dividem em dois tipos:
1. Proteção Social Básica (PSB): destinada a proteger pessoas que se en-
contram em situação de vulnerabilidade social devido a condições econô-
micas precárias, fragilização de vínculos familiares e sociais ou privação 
de pertencimento social.
Os serviços da Proteção Social Básica (PSB) devem ser organizados de 
forma integrada, visando envolver o público-alvo em diversas ações dis-
poníveis. Isso inclui a concessão do Benefício de Prestação Continuada 
(BPC) e de outros benefícios eventuais, que são parte das ações da PSB.
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Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) têm a responsabilidade de 
implementar as ações relacionadas à PSB nos municípios e no Distrito Federal. 
É importante destacar que o BPC não requer contribuição prévia, ao contrário 
das aposentadorias e pensões, e seus recursos provêm do Fundo Nacional de 
Assistência Social (FNAS).
2. Proteção Social Especial (PSE): voltada para casos de risco social de mé-
dia e alta complexidade, abrangendo famílias e indivíduos em situações de 
abandono, violência física ou psicológica, abuso sexual, uso de drogas, cum-
primento de medidas socioeducativas, pessoas em situação de rua, crianças 
submetidas ao trabalho infantil, entre outras situações de risco.
A Proteção Social Especial (PSE) engloba serviços que frequentemente 
têm relação com o sistema de garantia de direitos, o que exige, em muitos 
casos, uma gestão mais abrangente e compartilhada com o Poder Judiciá-
rio, Ministério Público e outros órgãos governamentais.
Os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) 
desempenham um papel fundamental na execução dos serviços da PSE. 
Quando um caso é identificado e avaliado como de média complexidade, requer 
acompanhamento individualizado e maior flexibilidade na resolução dos problemas.Já os casos de alta complexidade envolvem indivíduos que necessitam de 
proteção integral, abrangendo aspectos como moradia, alimentação e acesso a 
oportunidades de trabalho protegido. 
Você irá conhecer agora dois dos principais benefícios vinculados à política de 
Assistência Social: o Programa Bolsa Família (PBF) e o Benefício de Presta-
ção Continuada (BPC)
O Programa Bolsa Família (PBF) é uma iniciativa que tem como principal 
objetivo a transferência de renda para beneficiar famílias que se encontram em 
situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza em todo o Brasil.
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O PBF faz parte do Plano Brasil sem Miséria, que concentra seus esforços em 
atender a todos os brasileiros que possuem uma renda familiar per capita inferior 
a R$ 77,00 por mês. Esse plano é fundamentado na garantia de renda, na promo-
ção da inclusão produtiva e no acesso a serviços públicos essenciais.
O Programa Bolsa Família é estruturado em três eixos principais:
1. Transferência de Renda: esse eixo tem como objetivo imediato aliviar 
a pobreza por meio da transferência direta de recursos financeiros para 
as famílias beneficiárias.
2. Condicionalidades: as condicionalidades têm como finalidade fortale-
cer o acesso das famílias a direitos sociais fundamentais, como educação, 
saúde e assistência social. Isso significa que as famílias beneficiárias devem 
cumprir certos requisitos, como manter seus filhos na escola e garantir 
a frequência às consultas médicas, para continuar recebendo o auxílio.
3. Ações e Programas Complementares: esse eixo visa promover o de-
senvolvimento das famílias de forma que elas possam superar a situação 
de vulnerabilidade social. Isso envolve a oferta de ações e programas que 
capacitam os beneficiários e os auxiliam a melhorar sua condição de vida.
A seleção das famílias para participar do Bolsa Família é feita com base nas in-
formações registradas por cada município por meio do Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal. 
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O Cadastro Único é uma ferramenta de coleta e administração de dados que tem 
como principal objetivo identificar e mapear todas as famílias de baixa renda que 
residem em todo o território brasileiro.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é uma medida de grande im-
portância na política social brasileira, e foi instituído na Constituição Federal 
de 1988. Sua relevância não se limita apenas ao número de beneficiários, mas 
também à maneira como foi institucionalizado.
O BPC difere do Bolsa Família (BPF), porque é garantido pela Constituição 
e é um direito para todas as pessoas que não têm mais condições de trabalhar e 
não contribuíram para o sistema previdenciário. Sua aplicação não está sujeita 
às flutuações do orçamento público.
Esse benefício consiste no pagamento de um salário-mínimo mensal para 
duas categorias de pessoas: idosos com 65 anos de idade ou mais e pessoas com 
deficiência que estão incapacitadas para o trabalho. Além disso, a renda familiar 
desses beneficiários deve ser inferior a um quarto do salário-mínimo.
A gestão, o acompanhamento e a avaliação do Benefício de Prestação Conti-
nuada (BPC) são de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social 
(MDS), enquanto a operacionalização do benefício é realizada pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS). Isso ocorre devido ao INSS já possuir uma 
infraestrutura organizada para a gestão e pagamento de benefícios, o que facilita 
a execução do BPC.
A POLÍTICA DE SEGURANÇA ALIMENTAR
No âmbito da Segurança Alimentar e Nutricional, o Ministério do Desenvolvi-
mento Social (MDS) coordena ações que fazem parte do programa Fome Zero, 
administrado pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 
(SESAN). Essas ações incluem:
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BANCO DE ALIMENTOS:
É um programa que coleta alimentos excedentes ou próximos ao vencimento em esta-
belecimentos comerciais e industriais para distribuição gratuita a instituições que aten-
dem pessoas em situação de vulnerabilidade, evitando o desperdício de comida.
CISTERNAS: 
Refere-se à construção de cisternas, que são estruturas para captação e armazena-
mento de água da chuva, principalmente em áreas rurais, para garantir o acesso à água 
potável em regiões com escassez hídrica.
CARTEIRA INDÍGENA: 
Esse programa visa atender às necessidades específicas das populações indígenas, ga-
rantindo o acesso a alimentos e recursos para promover a segurança alimentar dentro 
de suas comunidades.
COZINHAS COMUNITÁRIAS: 
São espaços onde são preparadas refeições para distribuição à população em situação 
de vulnerabilidade, como desempregados e moradores de rua, oferecendo uma ali-
mentação adequada.
DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS:
Refere-se à distribuição direta de alimentos a famílias em situação de insegurança ali-
mentar, garantindo o acesso a produtos básicos para sua nutrição.
EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL:
Programas de educação que visam ensinar às pessoas a importância de uma alimen-
tação saudável, promovendo o conhecimento sobre hábitos alimentares adequados.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS (PAA): 
Esse programa compra alimentos diretamente de agricultores familiares, promovendo 
a agricultura local e fornecendo alimentos para programas sociais, escolas e hospitais.
RESTAURANTE POPULAR:
São estabelecimentos que oferecem refeições a preços acessíveis à população de 
baixa renda, contribuindo para a garantia de uma alimentação adequada.
CONSÓRCIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO LOCAL 
(CONSADS):
São parcerias entre diferentes municípios e organizações para desenvolver ações con-
juntas relacionadas à segurança alimentar e nutricional, como aquisição de alimentos, 
capacitação e estratégias de combate à fome.
Acesse seu ambiente virtual de aprendizagem e confira a aula referente a este 
tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Ao final desta jornada de estudo, é evidente a importância do Serviço Social como 
ferramenta fundamental para lidar com os desafios sociais em nossa sociedade 
contemporânea. Aqui, exploramos a evolução das políticas públicas, reconhece-
mos o impacto significativo da Constituição Federal de 1988, analisamos a Política 
Nacional de Assistência Social (PNAS), as políticas relacionadas ao trabalho e à ge-
ração de renda, e refletimos sobre o papel crucial do profissional de Serviço Social.
Nossa problematização central nos conduziu a uma reflexão profunda: “Como 
o Serviço Social, enquanto campo profissional e de pesquisa, pode atuar de forma 
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efetiva e transformadora nas políticas públicas brasileiras, considerando a diversi-
dade de demandas sociais contemporâneas, a descentralização das responsabilida-
des governamentais e a busca por uma sociedade mais igualitária e justa?”
Durante nosso percurso, exploramos os desafios e oportunidades que se apre-
sentam aos profissionais de Serviço Social, bem como a necessidade de com-
preender o contexto histórico e contemporâneo das políticas públicas no Brasil. 
Ao analisar criticamente essas políticas, estamos preparados para contribuir ati-
vamente para a construção de um país mais inclusivo e equitativo.
É essencial reconhecer que cada um, como futuro e futura profissional de 
Serviço Social, desempenhará um papel fundamental na promoção da justiça 
social e na defesa dos direitos sociais para todos os cidadãos brasileiros. Juntos, 
podemos moldar um futuro mais justo e igualitário, em que as políticas públicas 
sejam verdadeiramente transformadoras e atendam às necessidades diversifica-
das da nossa sociedade.
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1. Programa Bolsa Família (PBF), programa de transferência de renda condicionada do go-
verno federal, foi implantado pelo Governo Federal em 2003 com o propósito de enfrentar 
a pobreza articulando ações em dois períodos temporais. Em curto prazo, a transferência 
de dinheiro a famílias pobresteria o intuito de aliviar os efeitos imediatos da pobreza, a 
elas propiciando a condições para aquisição de bens e serviços básicos para a sua subsis-
tência. Em longo prazo, as condicionalidades previstas, notadamente aquelas vinculadas 
à educação, teriam como propósito enfrentar os mecanismos de reprodução da pobreza. 
Em relação à educação, a exigência de frequência escolar mínima, para crianças e jovens 
de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família, foi estabelecida com intuito de romper 
o chamado ciclo intergeracional da pobreza.
Descreva sua perspectiva sobre uma das condicionalidades do Programa Bolsa Família.
2. O Bolsa Família, programa de proteção social do Governo Federal que atende mais de 12 
milhões de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, é o tema de “Bolsa Família: 
Avanços, limites e possibilidades do programa que está transformando a vida de milhões 
de famílias no Brasil
Qual dos seguintes aspectos é alvo de críticas em relação ao Programa Bolsa Família (PBF), 
de acordo com o texto?
a) O PBF não é um benefício contínuo.
b) A concessão do PBF não é garantida por lei a qualquer pessoa em estado de pobreza, 
fome e desnutrição.
c) O PBF é uma política de Estado, não sujeita a cancelamentos.
d) As condicionalidades impostas pelo PBF não têm impacto significativo na redução da 
pobreza.
e) As famílias não querem cumprir as condicionalidades relacionadas à Educação e Saúde 
no âmbito do PBF. 
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3. O BPC é um benefício da assistência social e consiste na transferência incondicional e 
mensal de renda, equivalente a um salário-mínimo, destinado também às pessoas pobres 
idosas acima de 65 anos.
Qual dos seguintes aspectos diferencia o Benefício de Prestação Continuada (BPC) do Pro-
grama Bolsa Família (BPF), de acordo com o texto?
a) O BPC é garantido pela Constituição Federal de 1988, enquanto o BPF não é.
b) O BPC está vinculado ao orçamento público, enquanto o BPF não está.
c) O BPC é destinado apenas a pessoas com 65 anos de idade ou mais, enquanto o BPF é 
destinado a pessoas com deficiência
d) O BPC é um benefício contínuo, enquanto o BPF não é.
e) O BPC é concedido apenas a pessoas que contribuíram com o sistema previdenciário, 
enquanto o BPF não exige contribuições.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 20 out. 2023. 
BRASIL. Lei nº 8 .742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 13 .005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e 
dá outras providências.
BRAVO, M. I. de S. A saúde no Brasil na década de 90: projetos em disputa. Cadernos de Serviço 
Social do HUPE, Rio de Janeiro, UERJ, ano 3, n. 4, p. 2-34, 1998.
CARDOSO JUNIOR, J. C. A questão do trabalho urbano e o sistema público de emprego no Brasil 
contemporâneo: década de 80 e 90. In: JACCOUD, L. (Org.). Questão social e políticas sociais no 
Brasil contemporâneo. Brasília: IPEA. 2000.
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1. Condicionalidade de Educação: essa condicionalidade exige que as famílias beneficiárias 
matriculem seus filhos na escola e garantam a frequência mínima às aulas. É uma medida 
destinada a promover o acesso e a permanência das crianças na escola, visando à inter-
rupção do ciclo de pobreza por meio da educação.
Condicionalidade de Saúde: essa condicionalidade envolve a realização de exames médicos 
e a atualização das vacinas das crianças e gestantes beneficiárias. Ela visa garantir o acesso 
a serviços de saúde e a prevenção de doenças, especialmente em grupos mais vulneráveis, 
como crianças e gestantes.
Condicionalidade de Assistência Social: essa condicionalidade exige que as famílias parti-
cipem de ações de assistência social, como programas de acompanhamento e orientação. 
Isso tem o objetivo de promover a inclusão social das famílias beneficiárias, fornecendo apoio 
e orientação para melhorar suas condições de vida.
2. Opção B.
O Programa Bolsa Família (PBF) é alvo de críticas, principalmente por dois aspectos. O primeiro 
aspecto, como indicado na alternativa B, está relacionado à concessão do PBF, que não é 
garantida por lei a qualquer pessoa em estado de pobreza, fome e desnutrição. Isso significa 
que não é um direito automático para todos que necessitam, e a seleção dos beneficiários é 
feita pelo Ministério de acordo com critérios específicos, o que pode resultar em exclusões 
injustas. Portanto, essa alternativa reflete a crítica mencionada no texto em relação à falta 
de garantia legal para as pessoas que necessitam do programa.
3. Opção A.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é garantido pela Constituição Federal de 1988, 
o que significa que é um direito assegurado a todas as pessoas que atendam aos critérios 
estabelecidos, como ter 65 anos de idade ou mais ou ser uma pessoa com deficiência in-
capacitada para o trabalho. Por outro lado, o Programa Bolsa Família (BPF) não possui essa 
mesma garantia constitucional e é concedido de acordo com a disponibilidade de recursos 
do orçamento, como mencionado no texto. Portanto, a alternativa A reflete a diferença 
destacada no texto.
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