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Biofilme dental micro

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Biofilme dentário
Definição 
Uma ou mais comunidades de microorganismos, embebidas em uma matriz ou glicocálice, que recobrem uma superfície sólida
História
Leewenhoek (1683): pequenos animáculos
Willians (1897): filme denso de microrganismos em lesão inicial de cárie de esmalte
Black (1886 e 1898): para o início de cárie é necessário a formação de uma placa gelatinosa
PELÍCULA ADQUIRIDA
 Biopelícula formada pós-eruptividade pela adsorção de proteínas e glicoproteínas salivares e do fluido gengival na superfície dentária
ATRIBUIÇÕES
Proteção da superfície do esmalte contra ácidos bacterianos e ação de abrasivos
Influência na aderência de microrganismos bucais dependente da composição da película
Substrato para microrganismos adsorvidos
Reservatório de íons protetores, incluindo o flúor
COMPOSIÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO
Microcolônias de células bacterianas (15 a 20% em volume) distribuídas em uma matriz ou glicocálice (75 a 80% em volume)
Estão presentes:
Polissacarídeos, células epiteliais descamadas, leucócitos, sais minerais, glicoproteínas salivares, proteínas, pigmentos e restos alimentares.
Um único microrganismo ou, mais frequentemente, várias espécies bacterianas
A composição não é estática, variando de acordo com a idade do biofilme
Proporciona proteção frente a fatores ambientais, mecanismo de defesa do hospedeiro e proteção frente a substâncias tóxicas (p.ex.: antibióticos)
ETAPAS DA FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTÁRIO
Comunidade Pioneira : 
Colonização por Streptococcus sanguis, S oralis, S gordonii, S mitior e S milleri (60 a 80%) e Actinomyces naeslundii genótipo 1 e 2, 15 min a 8 horas após a limpeza adequada. 
Se houver sacarose diponível poderá ocorrer a colonização por S mutans e S sobrinus.
Comunidade Intermediária: 
 Após 24 horas de crescimento a pop de Strepto reduz pra 45% e a de anaeróbios (Veillonela spp) aumenta pra 20%
 Espécies anaeróbias estritas e facultativas de Actinomyces tornam-se predominantes (25%) BGN anaeróbios (Fusobacterium nucleaticum) compreende cerca de 5%
 Outras espécies importantes: S constellatus, Campylobacter gracilis, C rectus, C showae, Eubacterium nodatum, Fusobacterium nucleatum, Prevotella intermedia, P nigrescens e Peptostreptococcus micros
 3. Comunidade Clímax
 Com o crescimento apical e de espessura do biofilme os anaeróbios BGN e espiroquetas aumentam em numero, principalmente nas camadas mais proximas do dente.
 Após 3 semanas um numero significativo de bactérias não é mais viável) 
 4. Sinalização entre Bactérias do Biofilme (Quorum Sensing)
 Regulação de genes específicos responsáveis pelo acúmulo de componentes sinalizadores para mediar a comunicação intracelular
 A comunicação é dependente da densidade celular e proporciona expressão de genes de resistência aos Abs, facilitação ao crescimento de espécies benéficas e impedimento do crescimento de espécies não desejadas.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO BIOFILME
A) Biofilme Dentário Supragengival ou Coronário
Biofilme da superficie dentária: assentamento das bactérias sobre a película adquirida
Camada Bacteriana condensada: camada densamente preenchida por microrganismos cocóides, com espessura de 3 a 20 células e arranjos colunares
Corpo do Biofilme Dentário: Composto por diferentes espécies arranjados ocasionalmente, exceto os filamentos que se alinham em ângulo reto com a superfície do esmalte
Superficie do Biofilme Dentário: preenchido mais frouxamente, apresentando amplos espaços intercelulares. Grande variedade de microrganismos observadas na superficie do biofilme.
B) Biofilme Dentário Subgengival
Matriz menos densa; cocos, bastonetes e filamentos numerosos
Dividido em:
Biofilme aderido: associado ao dente
Biofilme não-aderido: associado ao epitélio do sulco gengival
Camada interposta entre o biofilme aderido e o não-aderido: é frouxamente organizada e os microrganismos parecem flutuar no exsudato gengival
Fatores que afetam o desenvolvimento do biofilme dentário
Fatores Físicos: Anatomia dos tecidos, estrutura dentária, higiene bucal, atrito da dieta
Tempo
Nutrientes: Fluido bucal, fluido gengival, constituição do Biofilme, células epiteliais, leucócitos
POTENCIAL PATOGÊNICO DO BIOFILME DENTÁRIO
O biofilme dentário não representa uma estrutura definitiva e estável
É uma aglomerado dinâmico e complexo de microrganismos, matéria orgânica e inorgânica, tornando-se responsável pelo desenvolvimento de doenças bucais específicas.
Podem estar presentes microrganismos que produzem ácidos a partir do metabolismo de açucares, que provocam a dismineralização do dente ou, ainda enzimas e produtos tóxicos que lesam o epitélio e penetram no tecido conjuntivo.
FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTAL
Fase Inicial
- A bactéria possui cargas negativas e, por energia cinética, pode alcançar uma superfície natural que também possui carga negativa.
- Como a superficie das bactérias e da hidroxiapatita apresenta carga negativas, começa a ocorrer atração das bactérias devido às forças de Van der Waals.
Fase de Acumulação
a) Camada de Hidratação
- Quando imersa em saliva, a carga negativa da superficie do esmalte é neutralizada por uma camada de íons de cargas opostas que atuam como ediadores de aderência entre bactérias e superfície dentária.
b) Glicocálice
- Conjunto de estruturas de natureza polissacarídica, externamente à parede celular, neutralizando as cargas negativas da superfície bacteriana, desempenhando papel na aderência de certos microrganismos patogêncios a seus hospedeiros
c) Pili ou Fímbrias
d) Adesinas
e) Polímeros Bacterianos Extracelulares
- Material de reserva formado ppr carboidratos durante períodos de excesso de substrato 
f) Aderência entre microrganismos (coagregação)
g) Constituintes salivares
- Aglutininas
- IgA secretora
FATORES ENVOLVIDOS NA FIXAÇÃO INICIAL DA BACTÉRIA NO ESMALTE
a) Capacidade de agregação do material salivar
b) Adsorção dos constituintes salivares
c) Presença de proteínas da saliva na matriz do biofilme dentário
d) Adsorção de constituintes salivares a hidroxiapatita

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