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TEORIA GERAL DO ESTADO Prof. Ramon Olímpio de Oliveira E-mail: ramonolimpio@gmail.com (83) 98815-3314 DEFINIÇÕES DE ESTADO ESTADO Status/Situação Terrae/Land Civitas/Polis Res publica Laender/Staat/Reich País/Nação/Chefe Stare DEFINIÇÕES DE ESTADO ARISTÓTELES diz que o Estado é uma associação de homens com capacidade para suprir sua existência. MARX afirma que o Estado é o produto e a manifestação do antagonismo inconciliável das classes. OPPENHEIMER define o Estado como uma instituição social, que um grupo vitorioso impôs a um grupo vencido, com o único fim de organizar o domínio do primeiro sobre o segundo e resguardar-se contra rebeliões internas e agressões externas. DEFINIÇÕES DE ESTADO HEGEL define o Estado como totalidade ética: a realidade da idéia ética, o espírito ético enquanto vontade patente, evidente por si mesma, substancial, que pensa e conhece a si mesma, que cumpre o que sabe e como sabe; KANT define o Estado apenas pelo seu ângulo jurídico ao concebê-lo como a reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito; KELSEN sintetiza o conceito de Estado como norma coativa normativa da conduta humana; HELLER explica que o Estado é uma unidade de dominação, independente no interior e no exterior, que atua de modo contínuo com meios de poder próprio, sendo delimitado no pessoal e territorial DEFINIÇÕES DE ESTADO DUGUIT conceitua o Estado como uma força material irresistível, limitada apenas pelo direito. Ele considera o Estado como uma coletividade que se caracteriza apenas por assinalada e duradoura diferenciação entre os fortes e fracos, onde os fortes monopolizam a força, de um modo concentrado e organizado. DALLARI conceitua Estado como a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. DEFINIÇÕES DE ESTADO Devido à natureza polissêmica e polimórfica do Estado, todos esses conceitos estão corretos, mas, ao mesmo tempo, nenhum deles é 100% aceito. Isso ocorre devido à dificuldade de separar o Estado-ideia do Estado- entidade. Teorias do Estado 1. Monista Também chamada do estatismo jurídico. O Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade. Os dois fenômenos sunt unum et idem, na expressão usada por Kelsen. 2. Dualista Também chamada pluralística. O Estado e o Direito duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis. Para os dualistas o Estado não é a fonte única do Direito nem com este se confunde. O que provém do Estado é apenas uma categoria especial do Direito: o direito positivo. Direito é fator social. 3. Paralela Paralelismo. O Estado e o Direito são realidades distintas, porém interdependentes e complementares. Teoria Tridimensional 1. FATO FATO de existir uma relação permanente do Poder, com uma discriminação entre governantes e governados; 2. VALOR VALOR ou um complexo de valores , em virtude do qual o Poder se exerce 3. NORMA Um complexo de NORMAS que expressa a mediação do Poder na atualização dos valores da convivência social TEORIA TRIDIMENSIONAL DO ESTADO E DO DIREITO ASPECTOS DO ESTADO Aspectos Estatais 1. Sociológico Estuda a organização estatal como fato social; 2. Filosófico Estuda o Estado fenômeno político-cultural 3. Jurídico Quando encara o Estado como órgão central de positivação do Direito FORMAS DE ANALISAR O ESTADO Estado Primeira forma Ser Dever Ser Estudo científico Filósofo perfeito Juízo de valor Segunda forma Realidade social Se guia pela realidade vividada Fontes 1. Diretas Paleontologia Paleoetnologia História Instituições Políticas Atuais Antigas 2. Indiretas Sociedades animais Sociedades Primitivas Sobreviências ESTADO E NAÇÃO Estado Natureza Jurídica Conceito Objetivo Não existe sem a nação Nação Natureza Sociológica Conceito Subjetivo Vem antes do Estado e pode existir sem ele Estado é a nação organizada (Queiroz Lima) ELEMENTOS DA NAÇÃO Elementos 1. Naturais Unidade étnica Idioma comum Território 2. Históricos Tradições Costumes Religiões Leis 3.Psicológicos Aspirações comuns Consciência Nacional ELEMENTO HUMANO Povo Critério subjetivo Sócio-psicológico Raça Critério bioantropológico Leva em consideração etnia População Critério objetivo Aritimético ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO Elementos do Estado 1. População (Povo) Busca pelo nacionalismo (povo) e pela semelhança (raça) ou unificação (legitimação) dos diferentes povos. Apenas os cidadãos são parte do povo. 2. Território Parte física, geográfica. Composto de solo, subsolo, mares, rios, lagos, lençois, mar territorial, espaço aéreo. 3. Governo Delegação de soberania (contrato de abdicação de autonomia) SOBERANIA Soberania Soberania é uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder Suprema potestas Não existe Estado semissoberano Não se confunde com autonomia, posto que até os Estados-membros se submetem à União. Relativização da Soberania, na prática. FONTE DA SOBERANIA Fonte da Soberania Soberania Absoluta do Rei Poder originário e atemporal, sem limites sem e/ou culpa. (poder divino, rei como representante e incarnação de Deus). Absolutismo Soberania Popular Poder vem de Deus, mas a vontade de Deus, na prática, é o exercício da vontade do povo, sendo o rei uma figura temporal com capacidade de exercício da vontade de Deus (poder providencial). Possibilidade de limitação do poder e resistência do povo. (Teoria constratual) Soberania Nacional O poder emana do povo (nacionais), o rei é apenas depositário. Soberania é: 1.UNA: Apenas uma autoridade; 2.INDIVISÍVEL: Repartição de competência, mas não de poder 3.INALIENÁVEL: Soberania é vontade do corpo social, mudam-se os governadores, mas a vontade permanece; 4.IMPRESCRITÍVEL: Não se limita ao tempo Soberania do Estado Soberania como poder jurídico e político. Manifestação do poder do Estado, sendo o Estado anterior ao Direito. O Direito é feito pelo Estado e para o Estado. Teoria Negativista Soberania é abstrata, não existe. É um conceito inútil, indemonstrado e indemonstrável. O Estado, a nação, o direito e o governo são uma só realidade e dela nascem as normas. (Soberania como serviço público) Contraponto: Negação da soberania e do Estado levaria ao reino da Força. Teoria Realista Soberania é originária da Nação, mas exercida pelo Estado. Soberania é a manifestação Estatal do poder da Nação. Soberania como poder relativo, sujeito a limitações. LIMITAÇÕES DA SOBERANIA Limitações da Soberania (Teoria Relativista) Direito Natural Uma lei humana não é verdadeiramente lei senão enquanto deriva da lei natural; se, em certo ponto, se afasta da lei natural, não é mais lei e sim uma violação da lei. Direito Grupal Finalidade do Estado é sempre a segurança do bem comum, compete-lhe coordenar a atividade e respeitar a natureza de cada um dos grupos menores que integram a sociedade civil. Direito Internacional Limitada pelos imperativos da coexistência de Estados soberanos, não podendo invadir a esfera de ação das outras soberanias. EXERCÍCIO DE SALA 1. O que é Estado? (15 linhas máx); 2. Quais são as Teorias Estatais? Fale um pouco sobre cada uma. (15 linhas máx) 3. O que diz a teoria Tridimensional do Estado/Direito? (15 linhas máx) 4. Cite exemplos de fontes geradoras de conhecimento e análise para a Teoria Geral do Estado. (15 linhas máx) 5. O que é Nação? 6. Qual a diferença entre Estado e Nação? (15 linhas máx)7. Quais os elementos que compõem o Estado? 8. O que é soberania? Cite e fale um pouco sobre pelo menos três fontes de soberania (Teorias de origem de poder). (15 linhas máx) 9. Fale sobre a possibilidade de limitação da soberania. ORIGEM DOS ESTADOS – NASCIMENTO E EXTINÇÃO Nascimento dos Estados Originário: Junção dos elementos que compõem o Estado de Forma Natural Secundários União Confederação Federação União Pessoal União Real Divisão Nacional Sucessoral Derivados Colonização Concessão de Direitos de Soberania Atos de Governo ORIGEM DOS ESTADOS – FORMAS SECUNDÁRIAS FORMAS SECUNDÁRIAS UNIÃO CONFEDERAÇÃO É uma união convencional de países independentes, objetivando a realização de grandes empreendimentos de interesse comum ou o fortalecimento da defesa de todos contra a eventualidade de uma agressão externa. (Solúvel, mutável) FEDERAÇÃO É uma união nacional mais íntima, perpétua e indissolúvel, de províncias que passam a constituir uma só pessoa de direito público internacional. Exemplo clássico de união federal é a América do Norte. Temos, ainda, no continente americano, México, Brasil, Argentina e República Bolivariana da Venezuela. UNIÃO PESSOAL É o governo de dois ou mais países por um só monarca. É uma união de natureza precária, transitória, porque decorre exclusivamente de eventuais direitos sucessórios ou convencionais de um determinado príncipe. Registra a história, entre outros, os seguintes exemplos de união pessoal: Inglaterra e Hanover sob o governo de George IV. (É uma associação, geralmente forçada) UNIÃO REAL: É a união efetiva, com caráter permanente, de dois ou mais países formando uma só pessoa de direito público internacional. Exemplo: Reino Unido. a união real o grau de integração dos Estados é menor do que na Federação os Estados geralmente conservam as suas espicifidades e algumas vezes uma limitada capacidade jurídica internacional, o que não se verifica nas Federações. DIVISÃO NACIONAL: É a que se dá quando uma determinada região ou província integrante de um Estado obtém a sua independência e forma uma nova unidade política. Exemplo: Reino Unido dos Países Baixos até 1830. SUCESSORAL: É uma forma típica das monarquias medievais: o Estado, considerado como propriedade do monarca, era dividido entre os seus parentes e sucessores, desdobrando-se, assim, em reinos menores autônomos. O direito público moderno não dá agasalho a essa antiquada forma de criação de Estado. ORIGEM DOS ESTADOS – FORMAS DERIVADAS Formas Derivadas Colonização Conquista de territórios e posterior exploração. Geralmente acaba em conflitos que resultam na independência da colônia. Concessão de direitos de soberania Ocorria frequentemente na Idade Média, quando os monarcas, por sua livre vontade pessoal, outorgavam os direitos de autodeterminação aos seus principados, ducados, condados etc. Atos de governo É a forma pela qual o nascimento de um novo Estado decorre da simples vontade de um eventual conquistador ou de um governante absoluto. Napoleão I criou assim diversos Estados, tão somente pela manifestação da sua vontade incontestável. EXTINÇÃO DOS ESTADOS Extinção dos Estados Causas Gerais Falta de um dos elementos componentes. Outros exemplos: Falta de organização, conflitos internos, descentralização de poder exagerada. Causas Específicas CONQUISTA: Invasão externa que tem como resultado o enfraquecimento e desorganização do Estado invadido. A ausência de um órgão ou autoridade supranacional/internacional de justiça constribui para a obediência aos comandos do Estado vencedor. EMIGRAÇÃO: Quando, por motivos alheios à vontade, a população deixa o Estado. Causa de extinção natural, uma vez que a população é parte integrante do Estado. EXPULSÃO: Quando as forças conquistadoras, ocupando plenamente o território do Estado invadido, obrigam a população vencida a se deslocar para outra região. Pode ser considerada como uma emigração forçada pelo homem. RENÚNCIA DOS DIREITOS DE SOBERANIA: É forma de desaparecimento espontâneo. Uma comunidade nacional pode renunciar aos seus direitos de autodeterminação, em benefício de outro Estado mais próspero, ao qual se incorpora, formando um novo e maior Estado. Ex: Texas JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO O nascimento e a extinção de Estados, como fatos que alteram sensivelmente a situação geográfica e política de uma determinada região ou mesmo de um Continente, revestem-se de importância transcendental, pois envolvem, direta ou indiretamente, os interesses comuns de todos os povos. a) princípio das nacionalidades; b) teoria das fronteiras naturais; c) teoria do equilíbrio internacional; e d) teoria de livre-arbítrio dos povos. JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO Justificação do Estado Princípio das Nacionalidades Os grupos humanos, diferenciados por vínculos de raça, língua, usos e costumes, tradições etc., constituem grupos nacionais e devem formar, cada um, o seu próprio Estado. (Não intervenção) Teoria das Fronteiras Naturais Surgiu a teoria das fronteiras naturais como instrumento a ser utilizado pelos países militarmente fortes, os quais alegaram que a nação deveria ter o seu território (complemento natural) delimitado pelos grandes acidentes geográficos naturais. A geografia indica em relevos naturais os justos contornos das nações. Não é razoável que sejam traçados limites arbitrários quando há um rio navegável, uma cordilheira, um mar, como fronteira natural... e a tendência dos Estados é procurar esses limites e adotá-los. Teoria do Equilíbrio Internacional Teoria da paz armada. Entre as principais potências deveria haver uma igualdade de domínios territoriais, porque o fortalecimento desproporcional de uma redundaria em ameaça à segurança das outras. Teoria do Livre-arbítrio dos Povos Liberdade de autodeterminação dos povos. Como afirmou Condorcet, em 1792, cada nação tem o direito de dispor sobre o seu destino e de se dar as próprias leis. Em tais condições diz textualmente esta doutrina: “nenhuma potência tem o direito de submeter um Estado contra a vontade soberana da respectiva população”.
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