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O P E R A Ç Õ E S U N I TÁ R I A S I BOMBAS H P 5 0 G : C U R V A C A R A C T E R Í S T I C A D E U M A B O M B A CURVA CARACTERÍSTICA DE UMA BOMBA Normalmente, para se encontrar a curva característica de uma bomba são necessários os seguintes dados: tabela de vazão e carga das bombas, associação das bombas (série ou paralelo) e a carga manométrica da bomba. Obviamente, para lhe dar um pouco mais de trabalho nós teremos que ter a velocidade como incógnita nos nossos cálculos, isso porque ela está disposta de forma implícita nos dados, mas nada que você não possa fazer. O mais difícil é você querer plotar isso no papel milimetrado. EXEMPLO Uma adutora de 250 mm de diâmetro e 6 km de extensão, cujo coeficiente de atrito vale 0,03, interliga dois reservatórios abertos à atmosfera, cujo desnível de líquido é de 20 m. Conhecendo-se as curvas características das bombas (quadro abaixo), e desprezando as perdas de carga localizadas, solicita-se o ponto de trabalho se duas bombas idênticas à especificada foram instaladas em paralelo. 𝑸 𝒎𝟑 𝒉 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 𝐻 𝑚 800 790 770 738 700 650 590 520 430 350 250 EXEMPLO Quando as bombas estão em paralelo há um aumento na vazão, pois elas compartilham de encanamentos diferentes e uma não afeta a outra. Bombas em série aumentam a carga manométrica do sistema, pois elas compartilham do mesmo encanamento e uma “dá um empurrãozinho” para a outra. Resumindo: bombas em paralelo, soma-se a vazão; bombas em série, soma-se a carga manométrica. A questão deu somente uma tabela e fala de duas bombas em paralelo, logo temos duas bombas iguais e vamos simplesmente dobrar a vazão da tabela. EXEMPLO Resultado: A vazão se dispõe como termo independente da carga manométrica, pois o que é mais fácil mudar? A vazão ou a carga manométrica? Será que existe um botão que faz a carga mudar de valor e depois mudar a vazão? Então, por isso a vazão se localiza na abcissa do gráfico e a carga na ordenada. 𝑸 𝒎𝟑 𝒉 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 𝐻 𝑚 800 790 770 738 700 650 590 520 430 350 250 EXEMPLO Pela equação de Bernoulli sabemos que um sistema com bombas pode apresentar a seguinte equação: 𝐻1 + 𝐻𝑚 = 𝐻2 +𝐻𝐿 Mas a velocidade e a pressão são desprezíveis: 𝑃1 𝜌𝑔 + 𝑧1 + 𝑣1 2 2𝑔 + 𝐻𝑚 = 𝑃2 𝜌𝑔 + 𝑧2 + 𝑣2 2 2𝑔 +𝐻𝐿 𝐻𝑚 = 𝑧2 − 𝑧1 + 𝐻𝐿 𝐻𝐿 é a perda de carga e pode ser calculada pelos dados da questão. EXEMPLO O cálculo da perda de carga fica: 𝐻𝐿 = 𝑓 𝐿 𝐷 𝑣2 2𝑔 = 0,03 6 × 103 𝑚 250 × 10−3 𝑚 𝑣2 2 9,81 𝑚/𝑠2 = 36,70𝑣2 Não temos a velocidade, então ela será uma incógnita. Portanto, a carga manométrica da bomba no sistema pode ser calculada por: 𝐻𝑚 = 20 + 36,70𝑣 2 A velocidade pode ser facilmente calculada através da tabela da questão, dividindo a vazão pela área do tubo. Iremos calcular a velocidade em cada ponto. EXEMPLO A vazão disposta na tabela está em horas, então converta para segundos simplesmente dividindo por 3600. Após isso divida o resultado pela área do tubo, que é apresentada abaixo: 𝐴 = 𝜋𝐷2 4 = 𝜋 0,25 2 4 = 0,049 𝑚2 Depois de encontrar as velocidades, aplique a equação que encontramos: 𝐻𝑚 = 20 + 36,70𝑣2 para cada velocidade, ou seja, haverá um 𝐻𝑚 para cada velocidade. Mostrarei agora como efetuar esses cálculos rapidamente através da calculadora HP®50g e assim venha nos ajudar na questão. EXEMPLO 1. Acesse a MTRW: botão Laranja + O; 2. Escreva os dados de 0 a 1000 em uma linha; 3. Aperte ENTER; 4. Divida o vetor por 3600; 5. Divida o vetor pela área do tubo; 6. Aperte EDIT em F1, para editar o vetor; 7. Utilizando o botão EDIT, vá em cada célula do vetor e os eleve ao quadrado, usando a tecla O para acionar duas aspas simples ‘ ’, e depois apertando ENTER para confirmar.As aspas devem englobar todo número. EXEMPLO 8. Após conseguir elevar cada célula ao quadrado, retorne ao menu apertando ENTER; 9. Aplique a equação 𝐻𝑚 = 20 + 36,70𝑣 2 multiplicando o vetor por 36,70 e depois crie um outro vetor com a mesma quantidade de células que o outro, todos preenchidos com o número 20 e depois aperte ENTER e some os dois vetores; 10. Aperte a tecla Laranja + ENTER para selecionar NUM e então o vetor irá apresentar todas as respostas dos cálculos. EXEMPLO Então, temos a tabela com a vazão e as cargas manométricas calculadas: Agora, devemos plotar esses dados num gráfico. O resultado será duas curvas, uma é a primeira tabela, onde expressa os dados de fábrica das bombas em paralelo, e a outra curva é essa que acabamos de achar, que irá representar o comportamento da bomba de acordo com o sistema. Tudo isso para encontrar o ponto de operação da bomba. Eu ensinarei você a encontrar esse ponto através da calculadora HP®50g. 𝑸 𝒎𝟑 𝒉 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 𝐻 𝑚 20 31,79 67,18 126,15 208,71 314,86 444,59 597,92 774,83 975,33 1199,42 EXEMPLO 1. Primeiro de tudo: ajuste a escala do seu gráfico. - Tecla Branca mais F2, aonde está WIN; - Insira a escala desejada referente ao eixo horizontal (H-View) e ao vertical (V- View), com o valor mínimo e máximo de acordo com os seus dados; - Aperte ENTER para confirmar. EXEMPLO 2. Depois: escolha a opção de gráfico na calculadora e insira os dados. - Tecla Branca mais F4, aonde está 2D/3D; - Em Type, aperte F2, onde está CHOOS, escolha a opção SCATTER; - Em ∑DAT insira uma curva por vez, primeiramente insira a curva com os dados vindos de fábrica, da primeira tabela da questão; - Na primeira coluna, insira o termo independente, ou seja, a vazão; - Na segunda coluna, insira o termo dependente, ou seja, a carga. EXEMPLO 3. Plote os dados: - Aperte ENTER para confirmar e logo após aperte o botão F6 onde está DRAW, os pontos serão plotados; - Agora retorne ao ∑DAT e coloque os dados da segunda tabela em que nós calculamos o valor de 𝐻𝑚; - Aperte ENTER para confirmar os dados colocadas; - Aperte DRAW para plotar os dados. EXEMPLO 4. Ponto de operação: - Agora com todos os dados plotados, você terá que traçar uma linha entre os pontos próximos à interseção; - Aperte EDIT e direcione o cursor para um dos pontos próximo à interseção, então aperte LINE. Selecione o próximo ponto também com LINE EXEMPLO 4. Ponto de operação: - Aperte o botão NXT (quer dizer next) aonde está a letra L, para mudar o menu na parte inferior da tela. Mude até encontrar o botão PICT e seleciona- lo, você irá retornar ao menu original do gráfico. Aperte CANCL, tecla F6 para retornar aos dados do gráfico. Fazemos isso para desabilitar o botão LINE e podermos fazer outra linha de novo. EXEMPLO 4. Ponto de operação: - Aperte DRAW novamente, dessa vez o LINE foi desabilitado, então vá de novo em EDIT e em cima do ponto da outra curva aperte LINE. Depois disso vá ligando os pontos até depois da interseção usando o LINE. Saia novamente do gráfico, através do PICT e depois CANCEL, e então volte de novo apertando DRAW, para desabilitar o LINE. EXEMPLO 4. Ponto de operação: - No gráfico, aperte o botão F2 onde está (X, Y) e então verá números na sua tela, ele são as coordenadas do local exato onde está seu cursor. Mova esse curso exatamente para a interseção das curvas e verá seu resultado. A resposta é: 𝑄 = 669 ,𝐻 = 547 No papel milimetrado você poderá encontrar uma resposta com uma pequena diferença entre 5 e 10 unidades, isso é normal porque o método manual é muito propício a erros. CONSIDERAÇÕES • Tudo que você faz no gráfico fica armazenadona calculadora, para limpar tudo que você fez, aperte o botão ERASE que está no menu dos dados de plotagem; • Tome cuidado, você não pode voltar atrás uma ação feita no gráfico, então se você apertar um botão errado ou traçar uma linha fora do ponto, terá que limpar o gráfico através do ERASE e plotar os dados de novo; • Não esqueça que toda vez que você traçar uma linha sobre os pontos de uma curva você tem que sair do gráfico e entrar de novo para traçar uma segunda linha ou simplesmente desabilitar o LINE. 1 2 Helder Guerreiro REFERÊNCIAS CREMASCO, Marco Aurélio. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos – 2ª ed. rev. – Blucher.
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