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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 DO PODER LEGISLATIVO a) Conceito: A sua função típica é a de elaborar normas genéricas e abstratas dotadas de força proeminente den- tro do ordenamento jurídico, as quais se denominam leis e também a de fiscalizar a atuação contábil da adminis- tração pública, na forma do art. 70 da CRFB/88. Mas também exerce subsidiariamente as funções executiva e judicial, por exemplo, quando faz concurso para seus cargos e quando julga o Presidente da República por crime de responsabilidade. b) Exercício da função legislativa: Exercício da função legislativa: A função legislativa federal é exercida pelo Con- gresso Nacional, que é um órgão bicameral, ou seja, formado de duas Casas, o Senado Federal (representação dos Estados e do Distrito Federal, art. 46, CRFB/88) e a Câmara dos Deputados (representação do povo, art. 45, CRFB/88). Entre as duas Casas não há qualquer relação de hierarquia ou predominância. No entanto, no proces- so legislativo, os projetos de iniciativa do Presidente da República, STF, STJ e dos cidadãos começam a sua tra- mitação na Câmara dos Deputados. Diferentemente do Poder Legislativo Federal, no Poder legislativo estadual, distrital e municipal o sistema é unicameral. (arts. 27, 32 e 29, CRFB/88). c) Órgãos internos das casas do Congresso Nacional ►►Mesas: • Da Câmara – art. 57, § 4º; 58, § 1º, CRFB/88; • Do Senado – art. 57, § 4º; 58, § 1º, CRFB/88; • Do Congresso – art. 57, § 5º; 58, § 1º, CRFB/88. ►►Comissões Parlamentares (art. 58, CRFB/88) • Permanentes – Subsistem por todas as legislaturas • Temporárias – Constituídas apenas para opinar sobre determinada matéria • De Inquérito (CPI) – art. 58, § 3º da CRFB/88; • Representativa – Durante o recesso – art. 58, § 4º da CRFB/88. d) Períodos de atividade: As atividades do CN são exercidas nos seguintes períodos: • Legislatura: É o período de 4 anos, que equivale ao mandato dos Deputados. O mandato dos Senadores equivale a duas legislaturas (8 anos). • Sessão Legislativa – é o período anual em que deve estar reunido o Congresso para os trabalhos legislativos. Art. 57, da CRFB/88. e) Câmara dos Deputados É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional, em cada Estado, Território e no Distrito Federal, sendo que o número de deputados será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à popula- ção, nos termos do art. 45, § 1º da CRFB/88. A duração do mandato dos Deputados será de 04 (quatro) anos. Segundo o art. 45, § 2º da CRFB/88, cada Território elegerá 4 (quatro) Deputados. f) Senado Federal Compõe‑se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário, sendo que cada um terá o número fixo de 3 (três) senadores, com mandato de oito anos. A sua renovação acontecerá, parcialmente, de quatro em quatro anos, alternadamente, por um ou dois terços do Senado Federal (art. 46, § 2º da CRFB/88). A representação é uniforme em nome do chamado “equilíbrio federativo”. Território não elege Senador! ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS É o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, disciplinando direitos, deveres, impedimentos, incompa- tibilidades, imunidades, prerrogativas (arts. 53 a 56, CRFB/88). As imunidades parlamentares não existem para proteger o parlamentar em suas relações de cunho particular. São prerrogativas decorrentes de sua função e são estabelecidas muito mais em favor do Poder Legislativo do que do Deputado ou Senador individualmente considerados. Dividem‑se em: ►►Imunidade material: art. 53, caput da CRFB/88; ►►Imunidade formal: (§ 2º a § 5º do art. 53 da CRFB/88); ►►Prerrogativa de foro: art. 53, § 1º da CRFB/88– STF; ►►Isenção do dever de testemunhar: art. 53, § 6º da CRFB/88; ►►Serviço militar: art. 53, § 7º, c/c 143 da CRFB/88; ►►Imunidades durante o estado de sítio; ►►Incompatibilidades (art. 54 da CRFB/88). www.cers.com.br 3 Importante destacar que os suplentes não gozam das imunidades materiais e formais porque não desempenham as funções do mandato. a) Imunidade Material Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar, por suas opiniões, palavras e votos. Trata‑se de cláusula de irresponsabilidade geral de Direito Constitucional material e garante que o congressista exerça a sua atividade com a mais ampla liberdade de manifestação. A isenção de responsabilidade é total, não podendo o parlamentar responder por qualquer dos chamados delitos de opinião (calúnia, injúria, difamação, desacato…). Refere‑se somente a atos funcionais, ainda que não exercidos exclusi- vamente no âmbito do Congresso Nacional. Os pronunciamentos feitos à rede televisiva, aos jornais e revistas estão protegidos por esta imunidade, desde que relacionados à função parlamentar. b) Imunidade Formal A imunidade formal se refere à impossibilidade de prisão do parlamentar e também sobre as regras especiais relativas ao processo, presentes no art. 53, § 2º e § 3º da CRFB/88, a seguir transcritos. § 2º. Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em fla- grante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec- tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º. Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tri- bunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. Com relação à prisão, o parlamentar só poderá ser preso no caso de flagrante de crime inafiançável e, ainda as- sim, a manutenção da sua prisão ainda será resolvida pela casa parlamentar respectiva. A palavra “prisão” deve ser entendida em sentido amplo: o parlamentar não pode sofrer qualquer tipo de prisão: temporária, prisão em flagrante por crime afiançável, prisão preventiva etc. Segundo a doutrina, além da prisão em flagrante por crime inafiançável, o parlamentar pode ser preso em razão de sentença condenatória criminal transitada em julgado. Com relação à imunidade formal processual, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares tramita nor- malmente, podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua sustação. De acordo com o texto constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em julgado) e deve, obrigatoriamente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora. Os legitimados para formular pedido de sustação de ações criminais contra parlamentares são os partidos políticos com representação na Casa do denunciado (não precisa ser do mesmo partido do parlamentar acusado). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) No exercício de uma de suas funções principais, a de fiscalizar, a CPI é uma comissão temporária, com atribuição de fiscalização político-administrativa. Seu escopo não é apurar crimes, nem, tampouco puni‑los, competência esta do Poder Judiciário. Se, no curso de uma investigação, vier a se deparar com fato criminoso, dele dará ciên- cia ao Ministério Público, para os fins de direito. REQUISITOS PARA SUA CRIAÇÃO De acordo com o art. 58, § 3º da CRFB/88 os requisitos constitucionais necessários para a abertura da CPI são: 1) requerimento de um terço dos membros da Câmara e/ou um terço das assinaturas de Senadores; podendo ser a CPI instaurada em uma das Casas ou nas duas, desde que o requerimento seja subscrito por Deputados e Senadores; 2)apuração de fato determinado, ou seja, direcionado para alguma situação específica; nada impede que os fatos surgidos no decorrer das investigações que tenham pertinência com o fato principal também sejam apurados; 3) prazo certo, mas segundo orientação do STF são admissíveis prorrogações sucessivas do prazo inicialmente fixado para uma CPI, desde que dentro do período correspondente à legislatura em que se iniciou. CPI NOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS www.cers.com.br 4 É possível a criação de CPI´s Estaduais, Distritais138 e Municipais desde que haja previsão nas respectivas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Imperioso destacar que as referidas Comissões devem obe- decer ao princípio da simetria e devem ser abertas para apurar fatos direcionados ao Estado ou ao Município, conforme o caso, em nome da preservação do Pacto Federativo. O STF também decidiu que as assinaturas para a abertura da CPI não se submetem à votação dos plenários das Casas em nome do direito das minorias Parla- mentares. PODERES DAS CPI Têm poderes imanentes ao natural exercício de suas competências, como colher depoimentos, ouvir indiciados, inquirir testemunhas, notificando‑as a comparecer perante ela e a depor. Não tem o poder de ordenar a prisão de investigado, porque não possui competência para tanto. Além das competências acima citadas, a CPI pode, por ato próprio: a) autorizar quebra de sigilo de dados bancário, telefônico e fiscal dos indiciados, desde que haja fundamentação, comprovando a existência de causa provável que indique a necessidade da quebra do sigilo; b) requisitar aos órgãos públicos documentos e informações necessárias para a investigação. c) promover a pertinente investigação, ainda que os atos investigatórios possam incidir, eventualmente, sobre aspectos referentes a acontecimentos sujeitos a inquéritos policiais ou a processos judiciais que guardem cone- xão com o evento principal objeto da apuração congressual. VEDAÇÕES À CPI Por uma necessidade funcional, a comissão parlamentar de inquérito não detém poderes universais de investiga- ção. Suas atribuições são limitadas, porque se restringem a fatos determinados. No entanto, podem existir tantas comissões quantas forem necessárias para se realizar investigações recomendáveis. Os eventuais excessos da CPI serão controlados pelo STF. A CPI não pode: a) proibir alguém de se ausentar de determinada localidade ou de sair do país; b) expedir decreto de indisponibilidade de bens de particular; c) determinar a interceptação telefônica; d) determinar busca e apreensão domiciliar de documentos e demais objetos de interesses da investigação. DO PODER EXECUTIVO CONCEITO O Poder Executivo é o órgão constitucional cuja função típica é a prática de atos relacionados à função executiva, ou seja, a tarefa de realizar, dentro da lei, as atividades materiais atinentes à chefia de Estado, de Governo e da Administração Pública. No exercício das suas funções atípicas, também legisla (art. 62 – Medidas Provisórias) e julga (contencioso administrativo). SISTEMAS DE GOVERNO a) Parlamentarismo: o Poder Executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado (monarca ou Presidente da República) e um Chefe de Governo (primeiro – ministro ou Presidente do Conselho). O Governo é exercido pelo Conselho de Ministros; b) Presidencialismo: é o sistema típico das repúblicas e o Presidente exerce o Poder Executivo em sua inteireza, acumulando as funções de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração Pública. Cumpre um mandato por tempo fixo, não dependendo da confiança do órgão do Poder Legislativo nem para sua investidura nem para o exercício de Governo. FORMAS DE GOVERNO a) República: a República é uma forma de governo em que os exercentes das funções Executiva e Legislativa representam o povo, decidindo em seu nome, à luz dos princípios da responsabilidade, eletividade e temporarie- dade. A periodicidade também garante a fidelidade do mandato, permitindo a alternância no poder num lapso temporal rigorosamente estabelecido; b) Monarquia: é caracterizada por ser o governo de um só, baseado no poder divino, sem a participação popular e vitalício. www.cers.com.br 5 REQUISITOS PARA PRESIDENTE E VICE (ART. 14, § 3º DA CRFB/88) ►►nacionalidade brasileira (brasileiro nato); ►►pleno exercício dos direitos políticos; ►►alistamento eleitoral; ►►domicílio eleitoral na circunscrição; ►►filiação partidária; ►►idade mínima de 35 anos. www.cers.com.br 6
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