Buscar

AULA 03 - SEPARAÇÃO DOS PODERES - PODER LEGISLATIVO E EXECUTIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 67 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
AULA 03 – DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Professor: PAULO MÁXIMO (@paulomaxim0) 
Curso: @cejurnorteconcursos 
 
Tema: 
 
1- SEPARAÇÃO DOS PODERES DO ESTADO 
2- PODER LEGISLATIVO 
3- PORDER EXECUTIVO 
 
GABARITO APOSTILA 2 
1) C 
2) C 
3) E 
4) C, E 
5) A 
6) C 
7) C 
8) A 
9) A 
10) C 
11) E 
12) E 
13) C 
14) E 
15) E 
16) E 
17) C 
18) C 
19) E 
20) E 
21) E 
22) C 
23) C 
24)E 
25) E 
26) E 
27) C 
28) D 
29) E 
30) C 
31) E 
32) E* 
33) C 
34) ANULADA 
35) A 
36) B 
37) E 
38) C 
39) C 
40) E 
41) E 
42)E 
43) E 
44) C 
45) E 
46) E 
47) C 
48) E 
49) E 
50) A 
51) E 
52) C 
53) C 
54) C 
55) E 
56) E 
57) D 
58) A 
59) A 
60) A 
 
 
1. SEPARAÇÃO DOS PODERES DO ESTADO: 
 
1.1. Noções introdutórias: 
 
 As primeiras bases teóricas para a “tripartição de poderes” foram 
lançadas na Grécia antiga por Aristóteles. 
 Em sua obra A Política Aristóteles vislumbrava a existência de três 
funções distintas exercidas pelo soberano: 
 editar normas gerais a serem observadas por todos; 
 aplicar as referidas normas ao caso concreto (administrando); e 
 julgamento, dirimindo os conflitos oriundos da execução das normas 
gerais nos casos concretos. 
 
 Aristóteles descrevia a concentração de todas as funções na figura de 
uma única pessoa, o soberano, que detinha um poder “incontrastável de 
mando”. Portanto, para o autor, haviam 3 funções, todas exercidas por um 
único órgão. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
https://www.instagram.com/paulomaxim0/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
2 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 
 John Locke, em sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil 
também trata de um desenho institucional baseado na divisão dos poderes. 
Ao contrário de Aristóteles, Locke distingue três poderes, e os divide em dois 
órgãos. 
 Poder Legislativo: com função de governar mediante a expedição de 
leis, com a finalidade de gerar o bem comum do povo. 
 Poder Executivo: com a função de fazer valer a lei emanada pelo poder 
soberano. Função exercida pelo Monarca. 
 Poder Federativo: com funções externas ao Estado (declarar a guerra e 
a paz, fazer tratados, etc.). Função exercida pelo Monarca. 
 
 
 
 
 Charles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu revisa 
as teorias de Aristóteles e John Locke, aprimorando-as, através de uma 
visão precursora do Estado liberal burguês seu livro “O espírito das leis”. 
Soberano 
Editar 
normas 
Aplicar 
as 
normas 
Julgar 
conflitos 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
3 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Segundo Montesquieu o homem investido no poder tende, 
naturalmente, a dele abusar, até que encontre um limite. Ademais, o poder só 
pode ser limitado pelo próprio poder. 
 Sua inovação foi dizer que tais poderes estariam intimamente 
conectados a três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. 
Cada função corresponderia a um órgão, não mais se concentrando nas mãos 
únicas do soberano. 
 Por meio de tal teoria, cada Poder exercia uma função típica, inerente à 
sua natureza, atuando independentemente e autonomamente, impedindo a 
concentração do poder, tal qual ocorria no absolutismo. 
 Tais atividades passaram a ser realizadas, independentemente, por 
cada órgão, surgindo, assim o que se denominou a teoria dos freios e 
contrapesos (checks and balances). 
 O Poder Legislativo não atua concretamente na vida social, não tendo 
meios para cometer abusos de poder nem para beneficiar ou prejudicar uma 
pessoa ou um grupo em particular. 
 Depois de emitida a norma geral, abre-se a possibilidade de atuação do 
Poder Executivo, por meios de atos especiais. 
 O Poder Executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está 
igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente, porque todos os 
seus atos estão limitados pelos atos gerais praticados pelo legislativo. 
 Se houver exorbitância de qualquer dos poderes surge a ação 
fiscalizadora do Poder Judiciário, obrigando cada um a permanecer nos 
limites de sua respectiva esfera de competência. 
 O Poder Judiciário não detém poder para criar normas, mas sim aplicá-
las nos termos criados pelo Poder Legislativo. 
 O juiz é a boca da lei: “os juízes de uma nação não são mais que a boca 
que pronuncia as sentenças da lei, seres inanimados que não podem 
moderar nem sua força, nem se rigor” (MONTESQUIEU, 1996, p. 175). 
 Pedro Lenza destaca que a teoria da “tripartição de Poderes” exposta 
por Montesquieu, foi adotada por grande parte dos Estados modernos, mas 
de maneira abrandada. Dirley da Cunha Júnior, no mesmo sentido, ressalta 
que atualmente, o que caracteriza a independência entre os órgãos do Poder 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
4 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
não é a exclusividade em seu exercício, mas a predominância no seu 
desempenho. Surge, então a distinção entre: 
 
 funções típicas (ou predominantes): inerentes e ínsitas à sua natureza, 
cada órgão exerce; e 
 funções atípicas: de natureza típica dos outros dois órgãos. 
 
 Mesmo no exercício da função atípica, o órgão exercerá uma função 
sua, sem qualquer mácula ao princípio da separação dos Poderes. 
 O art. 2º da Constituição dispõe o seguinte: 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
 Cabe a cada um dos órgãos da soberania atuar dentro de sua parcela 
de competência, constitucionalmente estabelecida e assegurada, nos termos 
da manifestação do poder constituinte originário. 
 As atribuições asseguradas a um poder são indelegáveis. Pedro Lenza 
ensina, portanto, que um órgão só poderá exercer atribuições de outro 
quando houver delegações por parte do poder constituinte originário. 
Exemplos: julgamento do Presidente da República por crime de 
responsabilidade pelo Legislativo. Por tais motivos o art. 60, § 4º da 
Constituição dispõe o seguinte: 
 
Art. 60. (...) 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
III - a separação dos Poderes; 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
1. (CESPE - 2017 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto) Assinale a opção correta a respeito da 
organização dos poderes e do sistema de freios e contrapesos no direito constitucional pátrio. 
a) Adotada por diversos países, entre eles o Brasil, a ideia de tripartição dos poderes do Estado em 
segmentos distintos e autônomos entre si * Legislativo, Executivo e Judiciário * foi concebida 
por Aristóteles. 
b) A atividade legislativa e a de julgar o presidente da República nos crimes de responsabilidade 
são funções típicas do Poder Legislativo. 
c) Constitui exemplo de mecanismo de freios e contrapesos a possibilidade de rejeição, pelo 
Congresso Nacional, de medida provisória editada pelo presidente da República. 
d) As expressões poder, função e órgão são sinônimas. 
e) A CF adotou o princípio da indelegabilidade de atribuições de forma absoluta, inexistindo 
qualquer exceção a essa regra. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
5 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
2. (CESPE - 2018 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Processual) Ao ser estabelecido, no texto 
constitucional, que os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes e 
harmônicos entre si, assimilaram-se ao ordenamento jurídico brasileiro as teorias da separação 
de poderes e de freiose contrapesos, desenvolvidas por Maquiavel, na obra O Príncipe. 
 
3. (NCE-UFRJ - 2005 - PC-DF - Delegado de Polícia) O Poder Legislativo, de acordo com a 
Constituição Federal, é organizado: 
a) unicameralmente nos Estados e na União Federal, onde funcionam, respectivamente, as 
Assembléias Legislativas e o Congresso Nacional; 
b) no âmbito federal, segundo sistema bicameral no qual o Senado compõe-se de representantes 
dos Estados e do Distrito Federal e a Câmara dos Deputados de representantes do povo em cada 
Estado, Território e no Distrito Federal; 
c) nos Estados Federados, pelas constituições e lei que adotarem, sem qualquer limitação à sua 
capacidade de auto-organização; 
d) no Distrito Federal e nos Municípios, pelas respectivas leis orgânicas, sendo vedados quaisquer 
parâmetros federais relativamente ao número de representantes e respectivos mandatos na 
Câmara Legislativa e nas Câmaras Municipais, sob pena de violação da autonomia municipal e do 
Distrito Federal; 
e) com pertinência à imunidade formal, recebida a denúncia oferecida contra Senador ou Deputado 
Federal, por crime cometido antes da diplomação, a Casa a que pertencer o parlamentar 
denunciado poderá, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de 
seus membros, sustar o andamento da ação. 
 
4. (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) No que se refere às três funções do Estado, 
quando o Executivo, através do Presidente da República, adota medida provisória com força de 
lei; o Judiciário elabora seu regimento interno; o Legislativo julga o Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade e, ainda, o Legislativo pratica atos de fiscalização financeira do 
Executivo, é correto afirmar: 
a) Ocorrem respectivamente: função atípica do Executivo de natureza legislativa, função atípica do 
Judiciário de natureza executiva, função atípica do Legislativo de natureza jurisdicional e, por 
último, função típica do Legislativo. 
b) Ocorrem respectivamente: função atípica do Executivo de natureza jurisdicional, função atípica 
do Judiciário de natureza legislativa, função típica do Legislativo e, por último, função atípica do 
Legislativo de natureza executiva. 
c) Ocorrem respectivamente: função atípica do Executivo de natureza legislativa, função atípica do 
Judiciário de natureza legislativa, função atípica do Legislativo de natureza jurisdicional e, por 
último, função típica do Legislativo. 
d) Ocorrem respectivamente: função típica do Executivo, função típica do Judiciário, função atípica 
do Legislativo de natureza executiva e, por último, função atípica do Legislativo de natureza 
executiva. 
e) Ocorrem respectivamente: função atípica do Executivo de natureza jurisdicional, função atípica 
do Judiciário de natureza executiva, função atípica do Legislativo de natureza jurisdicional e, por 
último, função atípica do Legislativo de natureza executiva. 
 
5. (Quadrix - 2019 - CRESS-GO - Agente Fiscal) Os Poderes do Estado estão expressos na 
Constituição ao afirmar que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário, sendo que a cada um foi atribuída determinada função. 
Contudo, não há exclusividade no exercício das funções pelos Poderes, e sim uma 
preponderância. 
 
6. (NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR - Auditor Fiscal de Tributos Municipais) Segundo 
Eneida Desirée Salgado (2010), “a visão contemporânea da separação dos poderes, ou divisão de 
funções entre os órgãos de soberania do Estado, impõe o reconhecimento do exercício de 
parcela da função típica de um órgão por outro. Assim, por exemplo, o Poder Legislativo julga o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade, e o Poder Executivo edita medidas 
provisórias e elabora leis delegadas”. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. 
a) Segundo o texto expresso da Constituição da República, o processo legislativo compreende a 
elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, 
medidas provisórias, decretos, resoluções, portarias e atos normativos do Poder Executivo. 
b) Por força de diferentes emendas constitucionais editadas na década de 1990, as agências 
reguladoras de serviços públicos passaram e ser entidades dotadas de poder legislativo atípico, 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
6 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
vinculado aos ditames de lei complementar. 
c) Ao Poder Legislativo federal é conferida competência para dispor, mediante decreto legislativo, 
sobre a organização e funcionamento da Administração Pública, quando não implicar aumento 
de despesa. 
d) Compete privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para a fiel 
execução de leis, bem como comutar penas e conceder indulto, além de outras atribuições 
específicas estabelecidas na Constituição da República. 
e) A redação atual da Constituição da República confere ao Poder Judiciário competência legislativa 
atípica para editar Súmulas Vinculantes, que, assim como as medidas provisórias, têm força de 
lei, ainda que não sejam consideradas leis em sentido formal. 
 
7. (NC-UFPR - 2019 - Prefeitura de Curitiba - PR – Procurador) Na atualidade, um dos grandes 
temas debatidos pela doutrina são os limites entre os Poderes da República. Alguns autores 
chegam a afirmar que o sistema de freios e contrapesos típico da modernidade está em 
decadência. Considerando essa realidade, assinale a alternativa correta. 
a) Segundo o texto constitucional brasileiro, são Poderes Públicos o Legislativo, o Executivo, o 
Judiciário e o Ministério Público. 
b) A partir das reformas constitucionais da última década, o Poder Judiciário passou a ter 
competência legislativa típica nas matérias de ordem pública. 
c) O Ministério Público, desde que na consecução de atos destinados ao combate à corrupção, pode 
inovar a ordem jurídica e realizar a autoatribuição de competências públicas. 
d) Desde que atendidas as finalidades constitucionais e legais, os meios de atuação dos Poderes 
Públicos não são relevantes ao ponto de implicarem a invalidação do ato em caso de vício. 
e) A CF/88 ainda sustenta um sistema moderno de competências típicas e atípicas aos Poderes 
Públicos, restando ao Legislativo a competência típica para legislar, em que pese essa 
competência possa ser atribuída atipicamente aos demais Poderes, desde que exista previsão 
constitucional. 
 
8. (INSTITUTO AOCP - 2019 - UFPB – Administrador) O princípio básico da teoria dos três poderes é 
que um poder limita outro poder. Dentre as funções dos poderes, a qual(is) dos poderes compete 
a função de controle interno? 
a) Apenas poder executivo. 
b) Apenas poder legislativo. 
c) Apenas poderes judiciário e legislativo. 
d) Apenas poderes executivo e legislativo. 
e) Poderes executivo, legislativo e judiciário. 
 
1.2. Poder Legislativo: 
 
1.2.1. Funções: 
 
 As funções típicas do Poder Legislativo no desenho institucional da 
Constituição de 1988 são legislar e fiscalizar, tendo ambas o mesmo grau de 
importância (CF, art. 70). Poder Legislativo, de modo atípico, também exerce 
funções de administrar (ao prover cargos da sua estrutura ou atuar o poder 
de polícia) e julgar, competido ao Senado, por exemplo, processar e julgar 
por crimes de responsabilidade o Presidente da República, o Vice-Presidente 
da República, etc. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
 
9. (FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário - Área 
Administrativa - adaptada) À luz da separação dos Poderes, consagrada 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
7 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
como princípio fundamental da Constituição Federal, são funções típicas 
do Poder Legislativo legislar,fiscalizar e julgar o Presidente da República 
por crimes de responsabilidade. 
 
1.2.2. Órgãos: 
 No Brasil vigora o bicameralismo federativo, no âmbito federal, tendo 
em vista que o Poder Legislativo, em âmbito federal, é composto de duas 
casas (CF, art. 44): 
 a Câmara dos Deputados; e 
 o Senado Federal. 
 A Câmara dos Deputados é a Casa dos representantes do povo, com 
513 membros, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado e no Distrito 
Federal, para um mandato de 4 anos, em um número mínimo de 8 e máximo 
de 70 Deputados por ente federado. 
 
OBS.: A Constituição também prevê quatro deputados federais eleitos em 
Territórios Federais. 
 
 
 
 O Senado Federal é composto por três representantes de cada Estado 
e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário simples. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
8 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Não há previsão para Senador de Território Federal, o que se entende, 
já que os Territórios não integram a federação. 
 O mandato dos senadores é de oito anos. A eleição se dá pela 
alternância de 1/3 em uma eleição e 2/3 na outra. 
 O subsídio dos Deputados Federais e Senadores da República serão 
fixados por decreto legislativo, não podendo ser superiores ao subsídio do 
ministro do Supremo Tribunal Federal. 
 O legislativo estadual é composto pela Assembleia Legislativa, 
composta pelos Deputados Estaduais, também representantes do povo do 
Estado, eleitos para um mandato de 4 anos. 
 
PRINCÍPIO DA SIMETRIA: as regras (federais) previstas na Constituição sobre 
o sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos e incorporações às Forças Armadas, são 
extensíveis aos parlamentares estaduais nos termos do art. 27, § 1º da 
Constituição; 
 
 Nos termos do art. 27, § 2º, o subsídio dos Deputados Estaduais será 
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, não podendo ser 
superior a 75% do estabelecido para os Deputados Federais. Este, por sua vez 
é o subteto do funcionalismo no âmbito do Poder Legislativo Estadual. 
 O número de Deputados da Assembleia Legislativa corresponderá ao 
triplo de representantes do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o 
número de 36 será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais 
acima de 12, nos termos do art. 27 da Constituição. 
 A fórmula para se saber o número de deputados estaduais é: 
 
y = x + 24 
 
 y corresponde ao número de Deputados Estaduais e 
 x ao número de Deputados federais (quando forem cima de 12). 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
9 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 
 O legislativo municipal é composto pela Câmara Municipal (Câmara dos 
Vereadores), composta pelos Vereadores, representantes do povo do 
Município também para um mandato de 4 anos. O número de vereadores será 
proporcional à população dos Municípios, observados os limites previstos no 
art. 29, IV da Constituição: 
 Mínimo de 9 vereadores (população até 15.000 habitantes); 
 Máximo de 55 vereadores (população superior a 8.000.000 habitantes) 
 Além da fixação dos limites máximos, os Vereadores deverão obedecer 
um critério populacional e quantitativo, visto que seus subsídios não poderão 
ultrapassar o montante de 5% da receita dos Municípios. Pode-se afirmar que 
o subsídio máximo de um Vereador corresponde a 56,25% do subsídio fixado 
para os Deputados Federais. 
 Ademais, o art. 29-A, § 1º da CF estabelece que a Câmara Municipal não 
gastará mais de 70% de sua receita com a folha de pagamentos, incluído o 
gasto com o subsídio de seus Vereadores. O desrespeito desses limites 
constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal. 
 O subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras 
Municipais, em cada legislatura para a subsequente, ou seja, fica vedada a 
fixação de subsídios numa mesma legislatura vigente. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
10 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
I. - A remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores será fixada 
pela Câmara Municipal em cada legislatura para a subseqüente. C.F., art. 29, 
V. Fixando os Vereadores a sua própria remuneração, vale dizer, fixando essa 
remuneração para viger na própria legislatura, pratica ato inconstitucional 
lesivo não só ao patrimônio material do Poder Público, como à moralidade 
administrativa, que constitui patrimônio moral da sociedade. C.F., art. 5º, 
LXXIII. (RE 206889, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, 
julgado em 25/03/1997, DJ 13-06-1997 PP-26718 EMENT VOL-01873-11 PP-
02257) 
 
 O legislativo distrital é exercido pela Câmara Legislativa Distrital (art. 
32), composta pelos Deputados Distritais, representantes do povo do Distrito 
Federal. Nos termos do art. 32, § 3º, aos Deputados Distritais e à Câmara 
Legislativa aplica-se o disposto no art. 27, ou seja, todas as regras 
estabelecidas para o Estados valem para o Distrito Federal. 
 O art. 33, § 3º, última parte, estabelece que lei disporá sobre as 
eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. Como não 
há Territórios Federais, ainda não foi regulamentado o dispositivo 
constitucional. 
 
1.2.3. Período de trabalhos: 
 
 Os trabalhos do Congresso Nacional se desenvolvem ao longo da 
legislatura que, nos termos do art. 44, parágrafo único da CF, coincide com o 
mandato dos Deputados Federais. 
 Durante a legislatura ocorrem as sessões legislativas, que podem ser: 
 ordinárias, quando correspondem ao período normal de trabalho 
previsto na Constituição; ou 
 extraordinárias, quando ocorrem no período de recesso do Congresso. 
 A sessão legislativa ordinária é composta por dois períodos 
legislativos. Desde a EC nº 50/06, o Congresso Nacional se reúne, 
anualmente, na Capital Federal, em: 
1º. de 2 de fevereiro a 17 de julho e 
2º. de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
 A sessão legislativa ordinária não se interrompe sem que se haja 
aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Esse projeto, por sua 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
11 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
vez, deve ser aprovado até o encerramento do primeiro período ordinário da 
sessão legislativa. 
 Cada legislatura terá a duração de quatro anos, compreendendo, 
portanto, quatro sessões legislativas ordinárias ou oitos períodos 
legislativos. 
 
 
 
 Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 
1º de fevereiro no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros 
e eleições das respectivas Mesas. 
 
 
 
 Nos intervalos dos períodos legislativos ordinários ocorrem os 
recessos. Nestes, o Congresso Nacional pode ser chamado a se reunir por 
convocação extraordinária. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
12 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 
 
 A competência para convocar o Congresso Nacional pode ser: 
 Exclusiva do Presidente do Senado Federal (CF, art. 57, § 6º, I); ou 
 Comum (CF, art. 57, § 6º, II) entre: 
o Presidente da República; 
o Presidente do Senado Federal; 
o Presidente da Câmara dos Deputados; e 
o Maioria de ambas as Casas. 
 Gilmar Mendes aponta que a verificação da urgência e do interesse 
público relevante era discricionário de quem convoca a sessão, no caso doart. 57, § 6º, II, mas tal juízo, após a EC nº 50/06 de ser confirmado pela 
maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
 Um cidadão não pode convocar o Congresso Nacional para a realização 
de uma sessão extraordinária. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Mandado de segurança + Sessão extraordinária de Casa Legislativa + 
Convocação + Impugnação + Inexistência de direito subjetivo do cidadão. 
Surge inadequada a impetração no que voltada a obstaculizar convocação 
extraordinária para sessão de Casa Legislativa. (MS 25.769-AgR, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 2-4-09, Plenário, DJE de 8-5-09) 
 
 Não são todos os assuntos que podem ser tratados em uma sessão 
legislativa extraordinária (CF, art. 57, §§ 7º e 8º). 
 
IMPORTANTE: a partir da Emenda Constitucional nº 50/06 os congressistas e 
servidores foram proibidos de receber parcela indenizatória em decorrência 
da convocação. A vedação constitucional de recebimento de parcela 
indenizatória para convocação de sessão extraordinária é de observância 
obrigatória aos Estados-membros (princípio constitucional extensível 
implícito). 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
13 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
JURISPRUDÊNCIA 
O art. 57, § 7º, do texto constitucional veda o pagamento de parcela 
indenizatória aos parlamentares em razão de convocação extraordinária. 
Essa norma é de reprodução obrigatória pelos Estados-membros por força 
do art. 27, § 2º, da Carta Magna. A Constituição é expressa, no art. 39, § 4º, ao 
vedar o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba 
de representação ou outra espécie remuneratória ao subsídio percebido 
pelos parlamentares. [ADI 4.587, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-5-2014, 
P, DJE de 18-6-2014.] 
 
 Ocorre que o Decreto Legislativo nº 7/95 prevê em seu art. 3º que o 
parlamentar, no início e no final de cada sessão legislativa ordinária faz jus a 
ajuda de custo equivalente ao valor da remuneração. 
 Alexandre de Moares ressalta ser possível mais de uma convocação 
extraordinária para um mesmo período. Sendo a iniciativa de convocação 
vários legitimados, o exercício por um não poderia impedir que os demais 
também, desde que existam os requisitos constitucionais. 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
10. (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) Acerca das Reuniões ou Sessões do Poder 
Legislativo, qual das hipóteses abaixo NÃO possui previsão constitucional? 
a) Sessão Extraordinária. 
b) Sessão Ordinária. 
c) Sessão Conjunta. 
d) Sessão Preparatória. 
e) Sessão Interventiva. 
 
11. (UEG - 2013 - PC-GO - Delegado de Polícia - 1ª prova) Na divisão das funções entre os poderes 
da república, cabe ao legislativo tarefas de legislar e fiscalizar, dentre outras. Essas tarefas são 
exercidas por meio do Congresso, cujos trabalhos desenvolvem-se 
a) no período da legislatura, que é de quatro anos e cujo término impede a continuidade das 
comissões. 
b) por meio de sessões legislativas ininterruptas, ordinárias e extraordinárias, em períodos 
legislativos anuais. 
c) no período da legislatura, que é de oito anos, coincidente com o mandato de senadores, dividido 
em sessões legislativas. 
d) em sessões legislativas ininterruptas, coincidentes com os mandatos dos deputados federais, 
que são de quatro anos. 
 
 
1.2.4. Organização interna: 
 
 A organização interna compreende a estrutura de órgãos 
indispensáveis à condução dos trabalhos e, cada uma das Casas legislativas, 
bem como no Congresso Nacional, nas hipóteses de reunião conjunta. São 
órgãos da estrutura do Poder legislativo: 
 Mesas diretoras; 
 Comissões parlamentares; 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
14 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Órgãos administrativos; e 
 Polícia interna. 
 
1.2.4.1. Mesas Diretoras: 
 
 Cada uma das casas será representada por uma mesa diretora. Os 
cargos das Mesas são definidos no Regimento Interno de cada uma delas, 
que devem respeitar representação proporcional dos partidos ou dos blocos 
parlamentares (CF, art. 58, § 1º). 
 
 
 
 
 O órgão administrativo de direção do Congresso Nacional é sua Mesa. 
A Mesa do Congresso Nacional não tem existência própria, sendo presidida 
pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes da Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal (CF, art. 57, § 4º). 
 
 
 
 Os membros das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal são eleitos para um mandato de 2 anos, vedada a recondução para o 
mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente (CF, art. 57, § 4º). 
 
IMPORTANTE: O Min. Celso de Melo negou liminar em mandado de segurança, 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
15 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
e, consequentemente, permitiu a candidatura do Deputado Rodrigo Maia à 
presidência da Câmara dos Deputados. O ministro entendeu que em casos de 
mandato-residual (mandato-tampão) a vedação não se aplica (MS 34574 MS 
34599 MS 34602 e MS 34603). 
 
 A regra da vedação de recondução só é aplicável em uma mesma 
legislatura. Segundo o STF, essa norma não é de reprodução obrigatória aos 
Estados-membros. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
A norma do § 4º do art. 57 da CF que, cuidando da eleição das Mesas das 
Casas Legislativas Federais, veda a recondução para o mesmo cargo na 
eleição imediatamente subsequente, não é de reprodução obrigatória nas 
Constituições dos Estados-membros, porque não se constitui num princípio 
constitucional estabelecido." (ADI 793, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento 
em 3-4-97, Plenário, DJ de 16-5-97). No mesmo sentido: ADI 1.528-MC, Rel. 
Min. Octavio Gallotti, julgamento em 27-11-1996, Plenário, DJ de 5-10-2001; ADI 
792, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 26-5-1997, Plenário, DJ de 20-4-
2001.) 
 
1.2.4.2. Comissões: 
 
 Comissões parlamentares são órgãos constituídos em cada Casa do 
Congresso, ou formada com membros de ambas as casas, composta por um 
número restrito de membros, encarregados de estudar e examinar as 
proposições legislativas e apresentar pareceres. As comissões são formadas 
de modo a espelhar o quadro de forças políticas existentes na Casa a que se 
vinculam. 
 Elas são o local de interface da Casa Legislativa com entidades da 
sociedade civil, que podem ali ser ouvidas em audiências públicas. 
 As Comissões são legitimadas para receber petições, reclamações e 
queixas de qualquer pessoa, contra atos e omissões de autoridades e 
entidades públicas, podendo ainda, tomar depoimento de qualquer autoridade 
ou cidadão. 
 As comissões podem ser classificadas como: 
 comissões temáticas ou em razão da matéria: Tratam-se de comissões 
permanentes, que normalmente são coincidentes com o campo 
funcional dos Ministérios, tendo sua competência descrita no art. 58, § 
2º da Constituição. 
 comissão especial ou temporária: são criadas para apreciar uma 
matéria específica, extinguindo-se com o término na legislatura ou 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
16 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
cumprida a finalidade para a qual foram criadas. O regimento interno 
do Senado prevê a possibilidade de instituição de comissões: 
 
o internas, ou seja, previstas para finalidades específicas; 
o externas, destinada a representar o Senado em congressos, 
solenidades e outros atos públicos; e 
o parlamentares de inquérito, criada nos termos da Constituição. 
 
 comissões mistas: São formadas de Deputados e Senadores,a fim de 
estudar assuntos expressamente fixados, especialmente aqueles que 
devam ser decididos pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de 
suas casas. Elas podem ser permanentes e temporárias. 
 
 comissão representativa: Instituída no art. 58, § 4º da Constituição, 
essa comissão tem a função de representar o Congresso Nacional 
durante o recesso parlamentar. Há apenas uma Comissão 
representativa por recesso parlamentar. 
 
 comissões parlamentares de inquérito: que será estuada de forma 
aprofundada. 
 
QUESTÃO DE CONCURSO 
12. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia) Cabe à comissão mista 
permanente de senadores e deputados federais examinar e emitir parecer sobre as 
contas apresentadas pelo presidente da República. 
 
 
1.2.5. Comissões Parlamentares de Inquérito: 
 
1.2.5.1. Criação: 
 
 As regras sobre as CPIs estão disciplinadas no art. 58, § 3º, da 
Constituição e nas Leis nos 1.579/52 e 10.001/00, na Lei Complementar nº 
105/01 e nos Regimentos Internos das Casas. 
 No plano federal qualquer das Casas do Congresso pode instaurar 
Comissões Parlamentares de Inquérito. Há, ainda a opção da CPI mista, com 
membros de ambas as casas. 
 É necessário o requerimento de 1/3 dos membros das casas. Ou seja: 
 171 Deputados; 
 27 Senadores. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
17 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Para o Supremo a instauração da CPI é um direito público subjetivo das 
minorias. O(s) Presidente(s) da(s) respectiva(s) Casa(s) deve(m) designar os 
nomes dos congressistas que irão compor a CPI, uma vez colhidas as 
assinaturas necessárias. Sob esse mesmo fundamento o Supremo já 
declarou inconstitucional previsão constante em regimento interno de 
Assembleia Legislativa que exigia a aprovação por maioria absoluta, do 
requerimento dos parlamentares. 
 
CUIDADO: o Supremo já entendeu ser constitucional a limitação regimental 
em cinco CPIs em funcionamento, simultaneamente, na Casa Legislativa. 
Entendeu-se que essa previsão é compatível com a auto-organização das 
Casas Legislativas. 
 
1.2.5.2. Objeto: 
 
 A CPI deve apurar fato determinado. Por esse motivo o Min. Celso de 
Mello afirma que constitui verdadeiro abuso a instauração de inquérito 
legislativo com o fito de investigar fatos genericamente enunciados, vagos ou 
indefinidos. Entende-se por fato determinado aquele que não deixa dúvidas 
sobre o que se busca investigar: 
 Específico; 
 Bem delimitado. 
 O fato pode ser: 
 Singular ou; 
 Múltiplo: desde que marcado por um ponto comum. 
 
 Tudo o que disser respeito, direta ou indiretamente, ao fato 
determinado que ensejou a CPI pode ser investigado. 
 A CPI não pode alargar o âmbito do seu inquérito para além do que, 
direta ou indiretamente, disser respeito ao objeto par ao qual foi criada. 
 Para Gilmar Mendes, a CPI pode investigar tudo quanto se inclua no 
domínio da competência legislativa do Parlamento. Sendo o Brasil uma 
federação, o legislativo federal não deve invadir áreas da competência dos 
Estados-membros ou Municípios. 
 O Regimento Interno do Senado Federal estabelece que não se admitirá 
Comissão Parlamentar de Inquérito sobre matérias pertinentes à Câmara dos 
Deputados, às atribuições do Poder Judiciário e aos Estados membros. 
 
1.2.5.3. Prazo: 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
18 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 A locução “prazo certo” prevista no dispositivo constitucional não 
impede prorrogações sucessivas dentro da legislatura, nos termos da lei nº 
1.579/52. 
 Porém, o termo final de uma CPI sempre será o término da legislatura. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
A duração do inquérito parlamentar - com o poder coercitivo sobre 
particulares, inerentes à sua atividade instrutória e a exposição da honra e da 
imagem das pessoas a desconfianças e conjecturas injuriosas - é um dos 
pontos de tensão dialética entre a CPI e os direitos individuais, cuja solução, 
pela limitação temporal do funcionam ente do órgão, antes se deve entender 
matéria apropriada à lei do que aos regimentos: donde, a recepção do art. 5º, 
§ 2º, da L. 1579/52, que situa, no termo final de legislatura em que constituída, 
o limite intransponível de duração, ao qual, com ou sem prorrogação do 
prazo inicialmente fixado, se há de restringir a atividade de qualquer 
comissão parlamentar de inquérito. (HC 71193, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA 
PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 06/04/1994, DJ 23-03-2001 PP-00085 
EMENT VOL-02024-02 PP-00426) 
 
1.2.5.4. Poderes: 
 
 As CPIs têm poderes de investigação, próprios das autoridades 
judiciais. Nos termos da Lei nº 1.579/52, cabe às CPIs: 
 determinar as diligências que estipular necessárias; 
 convocar Ministros; 
 tomar depoimentos de qualquer autoridades; 
 ouvir indiciados e testemunhas estas sob compromisso; 
 requisitar informações e documentos de órgãos público; 
 transportar-se para qualquer lugar em que considere necessário. 
 
CUIDADO: A CPI não julga, apenas investiga, em razão dos poderes 
instrutórios que lhe foram conferidos. CPI não pune ninguém!!! 
 
1.2.5.5. Motivação: 
 
 Toda deliberação da CPI deverá ser motivada, sob pena de padecer de 
vício de ineficácia, nos termos do art. 93, IX, da CF. 
 
1.2.5.6. Limites: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
19 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Os poderes das CPIs não são absolutos, devendo sempre ser 
respeitado o postulado da reserva constitucional de jurisdição, ou seja, são 
os atos reservados aos juízes, pela Constituição: 
 diligência de busca domiciliar: CF, art. 5º, XI. 
 quebra do sigilo das comunicações telefônicas: CF, art. 5º, XII. Somente 
por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 ordem de prisão, salvo no caso de flagrante delito, como, por exemplo, 
por crime de falso testemunho: CF, art. 5º, LXI. A ordem de prisão se 
dá por autoridade judiciária competente, ressalvados os casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 
 É vedado às CPIs a imposição de medidas cautelares processuais, 
ainda que pertinentes à eficácia de eventual sentença condenatória. Ex.: 
sequestro de bens. 
 Não são atos com reserva de jurisdição: 
 Quebra do sigilo bancário e de dados. 
 Quebra dos dados telefônicos. 
 
IMPORTANTE: A CPI não pode quebrar do sigilo da comunicação telefônica 
(grampo). Apenas requerer a quebra de registros telefônicos pretéritos. 
 
 Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva: as testemunhas 
prestarão compromisso de dizer a verdade, sob pena de falso 
testemunho. 
 Ouvir investigados ou indiciados. 
 
CUIDADO: A elas é garantido o direito ao silêncio para não fazer prova contra 
si. 
 
 As testemunhas estão isentas de testemunhar quando devam guardar 
sigilo em razão de função, ministério, ofício ou profissão, salvo se, 
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. É 
possível o acompanhamento por advogado para os depoimentos requeridos. 
O advogado pode ter participação ativa na sessão, manutenção de contato 
pessoal e direito com os clientes. 
 
IMPORTANTE: O STF tem precedente com o entendimento que a testemunha 
não pode deixar de cumprir sua obrigação de depor, mas sendo cônjuge de 
um dos investigados, não é obrigada a firmar compromisso de dizer a 
verdade. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
20 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos1.2.5.7. Conclusões: 
 
 As CPIs não podem nunca impor penalidades ou condenações. Suas 
conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, para, existindo 
elementos, promover a responsabilização civil e criminal dos infratores, bem 
como para qualquer órgão público interessado. 
 Qualquer que seja o resultado de suas investigações, as CPIs não 
podem anular atos do Executivo. 
 A autoridade que recebeu a resolução, informará ao remetente, no 
prazo de 30 dias, as providências adotadas ou a justificativa pela omissão. 
 A autoridade que presidir processo ou procedimento, administrativo ou 
judicial, instaurado, em decorrência de conclusões de CPI, comunicará, 
semestralmente, a fase em que se encontra, até a sua conclusão garantido-
se ao referido processo ou procedimento prioridade sobre qualquer outro, 
exceto habeas corpus, habeas data e mandado de segurança. 
 O descumprimento desse dever sujeita a autoridade às sanções 
administrativas, civis e penais cabíveis. 
 
1.2.5.8. Controle judicial dos atos da CPI: 
 A CPI está vinculada à casa Legislativa em que surge, e os seus atos 
são imputáveis a essa Casa. A consequência disso é saber qual é a 
autoridade judicial competente para o julgamento do ato. 
 
 Ex. 1: Uma CPI no âmbito do Congresso Nacional sujeita-se ao controle 
judicial, por meio de habeas corpus ou mandado de segurança 
diretamente ao Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 102, I, “d” 
e “i” da CF. 
 Ex. 2: Caso a CPI no âmbito do CN solicite a realização de um ato 
jurisdicional, como a busca domiciliar, deve fazê-lo ao juízo 
competente, de regra um Juiz Federal. 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
13. (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) Para apurar suposto desvio de recursos públicos na 
construção de uma usina nuclear, foi instaurada Comissão Parlamentar de Inquérito pela 
Câmara dos Deputados. A Comissão foi instalada após requerimento de um terço dos 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
21 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
Deputados, com prazo certo de duração. Uma das determinações da Comissão foi que se 
transladassem cópias das provas obtidas em processo judicial previamente instaurado, que 
corre sob segredo de justiça. A respeito do caso sugerido, assinale a afirmativa correta. 
a) A criação da Comissão foi irregular, pois é obrigatória a participação do Senado na composição 
de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito. 
b) A criação da Comissão observou os requisitos constitucionais, mas a prova não pode ser obtida, 
pois o segredo de justiça não pode ser levantado por Comissão Parlamentar de Inquérito. 
c) A Comissão não poderia ser instaurada, uma vez que sua criação pressupõe o requerimento da 
maioria absoluta dos membros da Câmara. 
d) A criação da Comissão observou todos os requisitos constitucionais, e a prova pode ser obtida, 
pois a Constituição dotou as Comissões Parlamentares de Inquérito dos poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais. 
e) A CPI pode ser instaurada pela Câmara dos Deputados, mediante requerimento de um terço dos 
seus membros, mas a comissão não pode ter, por objeto, a apuração de fato determinado. 
 
14. (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia) No que se refere a CPI, assinale a opção correta. 
a) CPI proposta por cinquenta por cento dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal não poderá ser instalada, visto que, conforme exige o texto constitucional, são 
necessários dois terços dos membros do Congresso Nacional para tanto. 
b) As CPIs, no exercício de suas funções, dispõem de poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciais, tais como os de busca domiciliar, interceptação telefônica e decretação de 
prisão. 
c) A CF só admite CPIs que funcionem separadamente na Câmara dos Deputados ou no Senado 
Federal. 
d) Não poderá ser criada CPI que versar sobre tema genérico e indefinido, dada a exigência 
constitucional de que esse tipo de comissão deva visar à apuração de fato determinado. 
e) As conclusões de determinada CPI deverão ser encaminhadas ao TCU para que este promova a 
responsabilidade civil ou administrativa dos que forem indicados como infratores. 
 
15. (NUCEPE - 2018 - PC-PI - Delegado de Polícia Civil) As Comissões Parlamentares de Inquérito 
(CPIs) são uma das formas do Poder Legislativo exercer sua função fiscalizadora. Sobre as 
CPIs, assinale a alternativa CORRETA. 
a) As Comissões Parlamentares de Inquérito não podem determinar a busca e apreensão 
domiciliar, por se tratar de ato sujeito ao princípio constitucional da reserva de jurisdição, ou 
seja, ato cuja prática a Constituição atribui com exclusividade aos membros do Poder Judiciário. 
b) A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito depende de autorização da Mesa Diretora 
da Câmara dos Deputados. 
c) Visam apurar ilegalidades no âmbito do legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, desde 
que autorizada sua instalação pela maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional. 
d) As Comissões Parlamentares de Inquérito podem ser criadas para apurar qualquer fato dentro 
do prazo de uma legislatura, devendo suas conclusões serem remetidas ao Ministério Público e 
ao Tribunal de Contas da União. 
e) Somente podem ser criadas pelo requerimento de dois terços dos membros do Congresso 
Nacional, tendo por objeto a apuração de fato determinado. 
 
16. (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) O art. 58, § 3º, da Constituição Federal de 1988 
consagrou, no Poder Legislativo, as Comissões Parlamentares de Inquérito. No que se refere ao 
poder investigatório da Comissão, é correto afirmar: 
a) Pode ouvir testemunhas, inclusive com a possibilidade de condução coercitiva. 
b) Não pode quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados de pessoa que esteja sendo investigada. 
c) Pode determinar quaisquer buscas e apreensões imprescindíveis à elucidação do objeto da 
investigação, desde que fundamente sua decisão. 
d) Pode determinar a aplicação de medidas cautelares, tais como indisponibilidade de bens, 
arrestos e sequestros, na hipótese de fundado receio de remessa para o exterior dos bens, 
públicos ou privados, adquiridos pela organização criminosa investigada. 
e) No interesse da investigação, possuem competência para decretar todas as espécies de prisões 
cautelares, desde que haja prejuízo para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução 
criminal e aplicação da lei penal. 
 
17. (FUNCAB - 2009 - PC-RO - Delegado de Polícia) As comissões parlamentares de inquérito, que 
terão poderes de investigação próprios de autoridades judiciais, além de outros previstos nos 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
22 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
Regimentos das respectivas Casas, estão previstas na Constituição da República em seu Artigo 
58, parágrafo terceiro. Em relação ao tema, pode-se afirmar que: 
a) as conclusões extraídas da investigação realizada serão encaminhadas para o Ministério 
Público, para que promova a responsabilização civil ou criminal dos infratores. 
b) a comissão poderá determinar o ingresso no domicílio, durante o dia, ainda que sem o 
consentimento do morador. 
c) pode a comissão parlamentar determinar a violação do sigilo de correspondência e das 
comunicações telegráficas. 
d) a comissão parlamentar poderá impedir que o investigado seja assistido por advogado quando 
de sua oitiva. 
e) a comissão parlamentar deve ser instaurada por fato determinado, podendo ser indeterminado o 
prazo de sua duração. 
 
18. (VUNESP - 2015 - PC-CE - Delegado de Polícia Civil de 1a Classe) As comissões parlamentares 
de inquérito serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou 
separadamente, atendendo aos seguintes requisitos: 
a)requerimento de um terço de seus membros, apuração de fato determinado e prazo certo de 
funcionamento. 
b) requisição de um décimo dos membros da cada uma das casas, apuração de fato notório e 
discussão pública com entidades civis. 
c) requisição de dois terços de seus membros, apuração de fato relevante e prazo extensivo à 
necessidade das investigações. 
d) requisição de um décimo de seus membros, requerimento do Ministério Público e apuração de 
fato infamante. 
e) requerimento do Ministério Público e realização de audiência pública com entidades da 
sociedade civil para determinar a relevância do tema. 
 
 
1.3. Estatuto dos congressistas: 
 
1.3.1. Noções gerais: 
 
 Alexandre de Moraes conceitua estatuto dos congressistas como o 
conjunto de regras constitucionais instituidoras das imunidades e vedações 
parlamentares, para que o Poder Legislativo, com um todo, e seus membros, 
individualmente, atuem com ampla independência e liberdade no exercício de 
suas funções constitucionais. 
 
 Para Gilmar Mendes o estatuto dos congressistas tem a finalidade de 
assegurar a liberdade do representante do povo ou do Estado-membro no 
Congresso Nacional de forma a garantir a independência do próprio 
Parlamento. 
 
 Alexandre de Moraes conceitua imunidades como prerrogativas, em 
face do direito comum, outorgadas pela Constituição aos membros do 
Congresso, para que estes possam ter livre desempenho de suas funções. 
 As imunidades são garantias funcionais, normalmente divididas 
material e formal. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
23 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
1.3.2. Imunidade material: 
 
 A imunidade material, real ou substantiva implica a subtração da 
responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar por suas 
opiniões, palavras e votos. 
 
 NÃO HÁ CONSENSO sobre a natureza jurídica da imunidade material 
penal: 
 Causa de excludente de crime: José Afonso da Silva, Pontes de Miranda 
e Nélson Hungria 
 Causa que opõe a formação do crime: Basileu Garcia; 
 Causa funcional de exclusão ou isenção da pena: Damásio de Jesus; 
 Causa pessoal de exclusão da pena: Heleno Cláudio Fragosos; 
 Causa de irresponsabilidade: Magalhães Noronha; 
 Causa de incapacidade penal por razões políticas: José Frederico 
Marques. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 Nem no STF há um consenso: 
4. Ofensas proferidas em ambiente de debate político, abrangidas pela 
cláusula constitucional segundo a qual os parlamentares são “invioláveis, 
civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. 
5. Excludente de ilicitude configurada. Improcedência da ação penal privada 
proposta, nos termos do art. 6.º da Lei 8.038/1990. (Pet 5788, Relator(a): Min. 
CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 01/03/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 02-08-2016 PUBLIC 03-08-2016) 
 
2. Configurada, no caso, hipótese de manifestação protegida por imunidade 
material, há ausência de tipicidade da conduta, o que leva à improcedência da 
acusação, a teor do art. 6º da Lei 8.038/1990. 3. Acusação improcedente. (Inq 
3677, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI 
ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 27/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO 
DJe-213 DIVULG 29-10-2014 PUBLIC 30-10-2014) 
 
 
 Independentemente da posição acerca da natureza jurídica, as 
palavras, opiniões e votos do parlamentar não resultarão na 
responsabilidade criminal, civil ou em sanção disciplinar ou política. 
 
 Trata-se da chamada cláusula de irresponsabilidade geral do Direito 
Constitucional material. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
24 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 A imunidade parlamentar material só abrange o congressista quando a 
prática possa ser imputável ao exercício do mandato legislativo. 
 
 A garantia da imunidade material estende-se ao desempenho das 
funções de representante do Poder Legislativo, qualquer que seja o âmbito 
dessa atuação + parlamentar ou extraparlamentar + desde que exercida 
ratione muneris. 
 
 Pedro Lenza ressalta que mesmo que um parlamentar esteja fora do 
Congresso Nacional, mas exercendo sua função parlamentar federal, em 
qualquer lugar do território nacional estará resguardado. Gilmar Ferreira 
Mendes conclui que não estarão preservadas pela imunidade as palavras 
proferidas fora do exercício formal do mandato. 
 
 Ex.: se o parlamentar atuou exclusivamente na condição de jornalista, 
não havendo liame entre as suas declarações e a condição de detentor do 
mandato político, não se beneficia da imunidade material. 
 
JURISPRUDÊNCIA: 
IMPORTANTE: O STF recebeu denúncia contra o então Deputado Federal Jair 
Bolsonaro, por afirmações feitas em entrevista DENTRO DO CONGRESSO 
NACIONAL, por considerar o teor das afirmações desconexo com o exercício 
parlamentar. 
 
13. In casu, (i) a entrevista concedida a veículo de imprensa não atrai a 
imunidade parlamentar, porquanto as manifestações se revelam estranhas 
ao exercício do mandato legislativo, ao afirmar que “não estupraria” Deputada 
Federal porque ela “não merece”; (ii) o fato de o parlamentar estar em seu 
gabinete no momento em que concedeu a entrevista é fato meramente 
acidental, já que não foi ali que se tornaram públicas as ofensas, mas sim 
através da imprensa e da internet; (iii) a campanha “#eu não mereço ser 
estuprada”, iniciada na internet em seguida à divulgação das declarações do 
Acusado, pretendeu expor o que se considerou uma ofensa grave contra as 
mulheres do país, distinguindo-se da conduta narrada na denúncia, em que o 
vocábulo “merece” foi empregado em aparente desprezo à dignidade sexual 
da mulher. 
14. (i) A incitação ao crime, por consubstanciar crime formal, de perigo 
abstrato, independe da produção de resultado naturalístico. (ii) A idoneidade 
da incitação para provocar a prática de crimes de estupro e outras violências, 
físicas ou psíquicas, contra as mulheres, é matéria a ser analisada no curso 
da ação penal. (iii) As declarações narradas na denúncia revelam, em tese, o 
potencial de reforçar eventual propósito existente em parte daqueles que 
ouviram ou leram as declarações, no sentido da prática de violência física e 
psíquica contra a mulher, inclusive novos crimes contra a honra de mulheres 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
25 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
em geral. (iv) Conclusão contrária significaria tolerar a reprodução do 
discurso narrado na inicial e, consequentemente, fragilizar a proteção das 
mulheres perante o ordenamento jurídico, ampliando sua vitimização. 
15. (i) A imunidade parlamentar incide quando as palavras tenham sido 
proferidas do recinto da Câmara dos Deputados: “Despiciendo, nesse caso, 
perquirir sobre a pertinência entre o teor das afirmações supostamente 
contumeliosas e o exercício do mandato parlamentar” (Inq. 3814, Primeira 
Turma, Rel. Min. Rosa Weber, unânime, j. 07/10/2014, DJE 21/10/2014). (ii) Os 
atos praticados em local distinto escapam à proteção da imunidade, quando 
as manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade, com 
o desempenho das funções do mandato parlamentar. 
20. A dúvida razoável sobre ter sido a resposta proporcional a eventuais 
ofensas sofridas não restou comprovada, porquanto não foi mencionada 
expressamente qualquer provocação pessoal, direta e censurável da 
Querelante ao Querelado, na data dos fatos narrados na Inicial da Queixa-
Crime. 
22. Ex positis, à luz dos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, 
recebo a denúncia pela prática, em tese, de incitação ao crime; e recebo 
parcialmente a queixa-crime,apenas quanto ao delito de injúria. Rejeito a 
Queixa-Crime quanto à imputação do crime de calúnia. (Inq 3932, 
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 21/06/2016, ACÓRDÃO 
ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 08-09-2016 PUBLIC 09-09-2016) 
 
 
 Se alguém for injuriado por parlamentar, beneficiado pela imunidade, e 
retrucar de imediato, pode também se ver livre de repressão criminal. (Inq. 
1.247) 
 
 Para o STF a imunidade material não se estende ao congressista, 
quando ele for candidato a um cargo eletivo, e pratica um ato com finalidade 
exclusivamente eleitoral (STF, Pet. 4444 AgR/DF). 
 
 Apenas os parlamentares são beneficiados pela imunidade 
parlamentar. 
 
Súmula nº 245/STF: A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem 
essa prerrogativa. 
 
 A imunidade é perpétua, não podendo o parlamentar ser 
responsabilizado por seus votos, palavras e opiniões praticados no exercício 
do mandato eletivo, mesmo depois de cessado o seu mandato. 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
26 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Bernardo Gonçalves Fernandes destaca ainda que a imunidade 
material é de ordem pública, razão pela qual o congressista não pode 
renunciá-la. 
 
 A imunidade material cobre a publicidade dos debates parlamentares, 
tornado irresponsável o jornalista que as tenha reproduzido, desde que se 
limite a reproduzir na íntegra ou em extrato fiel o que se passou no 
Congresso. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Art. 53 da Constituição Federal. Imunidade parlamentar. Ofensas em 
entrevistas a meios de comunicação de massa e em postagens na rede 
social WhatsApp. O "manto protetor" da imunidade alcança quaisquer meios 
que venham a ser empregados para propagar palavras e opiniões dos 
parlamentares. Precedentes. Possível aplicação da imunidade a 
manifestações em meios de comunicação social e em redes sociais. 
Imunidade parlamentar. A vinculação da declaração com o desempenho do 
mandato deve ser aferida com base no alcance das atribuições dos 
parlamentares. (...)Precedente: Inq 3.677, Red. p/ acórdão Min. Teori Zavascki, 
Tribunal Pleno, julgado em 27.3.2014. Ofensas proferidas por senador contra 
outro senador. Nexo com o mandato suficientemente verificado. Fiscalização 
da coisa pública. Críticas a antagonista político. Inviolabilidade. Absolvição, 
por atipicidade da conduta. [AO 2.002, rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-2-2016, 2ª 
T, DJE de 26-2-2016.] 
 
1.3.3. Imunidade formal: 
 
 Alexandre de Moraes conceitua a imunidade formal como o instituto 
que garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou permanecer preso 
ou, ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação penal por 
crimes praticados após a diplomação. (CF, art. 53, § 2º) 
 
1.3.3.1. Imunidade formal em relação à prisão: 
 
 Originalmente a freedom from arrest, era a praxe no sentido de impedir 
somente a prisão civil. Logo, a instituição da imunidade teve 
fundamentalmente o objetivo de impedir a prisão por dívidas, frequentes no 
direito inglês. A Constituição, difere, portanto, das origens históricas do 
instituto, por sua maior abrangência, pois a imunidade formal abrange prisão 
penal e a civil. 
 
 As exceções são as hipóteses de flagrante de crime inafiançável e 
sentença penal condenatória. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
27 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
CUIDADO: a Constituição prevê a imunidade penal e civil, mas não processual 
ou cautelar, desde que não seja admitida fiança. 
 
CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO CAUTELAR. SENADOR DA 
REPÚBLICA. SITUAÇÃO DE FLAGRÂNCIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS DE 
PRISÃO PREVENTIVA. INAFIANÇABILIDADE. CABIMENTO DA PRISÃO 
CAUTELAR (ART. 53, § 2º, DA CF). DECISÃO REFERENDADA. (AC 4039 Ref, 
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 25/11/2015, 
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-097 DIVULG 12-05-2016 PUBLIC 13-05-2016) 
 
 Nos termos da Constituição (art. 53, § 1º) o início da imunidade se dá 
com a expedição do diploma. Logo, antes da posse. Quanto ao termo final, 
Gilmar Mendes destaca que ela perdurará até o primeiro dia da legislatura 
seguinte. 
 Nos termos do art. 55, § 2º da CF, os autos devem ser remetidos à Casa 
que o parlamentar pertence, no prazo de 24 horas, para que ela decida, por 
maioria absoluta de seus membros, e por voto aberto, sobre a prisão. 
 No caso de prisão processual, o STF determinou a aplicação do art. 55, 
§ 2º. 
 No caso de sentença penal condenatória, a execução da pena de prisão 
é automática, mas a perda do mandato só ocorrerá após a aplicação do art. 
55, § 2º. 
 
1.3.3.2. Imunidade formal em relação ao processo nos crimes praticados 
após a diplomação: 
 
 A imunidade formal refere-se ainda à possibilidade de a Casa 
Legislativa respectiva sustar, a qualquer momento antes da decisão final do 
Poder Judiciário, o andamento da ação penal proposta contra parlamentar 
por crimes praticados após a diplomação. 
 
 O processo penal tem procedimento distinto a contar da prática do 
crime: 
 crimes praticados antes da diplomação: não haverá incidência de 
qualquer imunidade formal em relação ao processo, podendo o 
parlamentar ser processado e julgado normalmente no juízo 
competente; 
 crimes praticados após a diplomação: o parlamentar poderá ser 
processado e julgado pelo STF se houver relação com o mandato, e 
enquanto durar o mandato, sem necessidade de qualquer autorização, 
porém, a pedido de partido com representação na Casa Legislativa 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
28 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
respectiva, esta poderá sustar o andamento da ação penal pelo voto 
ostensivo e nominal da maioria absoluta de seus membros. 
 
 A imunidade formal do parlamentar não impede a instauração e não 
possibilita a suspensão de inquérito policial contra congressista. Os atos de 
investigação criminal promovidos pela polícia judiciária, devem correr após a 
autorização do órgão judiciário competente, isto é, o STF. 
 
 Os processos decorrentes de crimes praticados antes da diplomação 
não podem ser sustados. 
 
 Alexandre de Moraes destaca ainda que a imunidade formal possui 
extensão temporal, ou seja, tem eficácia temporal limitada, protegendo os 
parlamentares somente durante o exercício atual e efetivo do mandato. 
 
 Nas infrações penais praticadas após a diplomação, havendo a 
sustação da ação penal, a prescrição também ficará suspensa enquanto 
durar o mandato. O termo inicial para a suspensão da prescrição coincide 
com o momento em que a Casa Legislativa susta o andamento da ação penal. 
O termo final para a suspensão será o término do mandato. 
 
1.3.4. Prerrogativa de foro em razão da função: 
 
 Gilmar Mendes destaca que a prerrogativa de foro não se confunde 
com as imunidades dos parlamentares. 
 
 O Supremo Tribunal Federal é competente para o julgamento das ações 
penais, desde a expedição do diploma e enquanto durar o mandato dos 
parlamentares. 
 
 Alexandre de Moraes destaca que a prerrogativa de foro abrange 
“crimes comuns” (CF, arts. 53, § 3º e art. 102, I, b) e também todas as 
modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais 
alcançando, até mesmo, os crimes contra a vida e as próprias contravenções 
penais. 
 
 Contudo, jurisprudencialmente, o STF fez uma interpretação restritiva 
sobre a prerrogativa de foro, abrangendo apenas os crimes praticados 
durante o mandato e em razão do mandato (in officio e propter officium). 
 
JURISPRUDÊNCIA 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br29 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de 
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para 
processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente 
público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que 
seja o motivo. Esse é o entendimento do Plenário, ao resolver questão de 
ordem para determinar a baixa de ação penal ao juízo da zona eleitoral para 
posterior julgamento, tendo em vista que: a) os crimes imputados ao réu não 
foram cometidos no cargo de deputado federal ou em razão dele; b) o réu 
renunciou ao cargo para assumir a função de prefeito; e c) a instrução 
processual se encerrou perante a 1ª instância, antes do deslocamento de 
competência para o STF. Prevaleceu o voto do ministro Roberto Barroso (...), 
o qual registrou que a quantidade de pessoas beneficiadas pelo foro e a 
extensão que se tem dado a ele, a abarcar fatos ocorridos antes de o 
indivíduo ser investido no cargo beneficiado pelo foro por prerrogativa de 
função ou atos praticados sem qualquer conexão com o exercício do mandato 
que se deseja proteger, têm resultado em múltiplas disfuncionalidades.(...) O 
relator frisou que a situação atual revela a necessidade de mutação 
constitucional. Isso ocorre quando a corte constitucional muda um 
entendimento consolidado, não porque o anterior fosse propriamente errado, 
mas porque: a) a realidade fática mudou; b) a percepção social do Direito 
mudou; ou c) as consequências práticas de uma orientação jurisprudencial se 
revelaram negativas. As três hipóteses que justificam a alteração de uma 
linha de interpretação constitucional estão presentes na hipótese dos autos. 
A nova interpretação prestigia os princípios da igualdade e republicano, além 
de assegurar às pessoas o desempenho de mandato livre de interferências, 
que é o fim pretendido pela norma constitucional. Ademais, viola o princípio 
da igualdade proteger, com foro de prerrogativa, o agente público por atos 
praticados sem relação com a função para a qual se quer resguardar sua 
independência, o que constitui a atribuição de um privilégio. Além disso, o 
princípio republicano tem como uma das suas dimensões mais importantes a 
possibilidade de responsabilização dos agentes públicos. A prescrição, o 
excessivo retardamento e a impunidade, que resultam do modelo de foro por 
prerrogativa de função, não se amoldam ao referido princípio. A Corte 
registrou que essa nova linha interpretativa deve ser aplicada imediatamente 
aos processos em curso, com a ressalva de todos os atos praticados e 
decisões proferidas pelo STF e pelos demais juízos com base na 
jurisprudência anterior, conforme precedente firmado no Inq 687 QO/SP 
(DJ de 25-8-1999). [AP 937 QO, rel. min. Roberto Barroso, j. 3-5-2018, P, 
Informativo 900.]" 
 
 De regra, encerrado o exercício do mandato parlamentar cessa-se a 
prerrogativa de foro. Excepcionalmente o STF entendeu que a renúncia ao 
mandato, quando configurado abuso de direito, é causa de manutenção da 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
30 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
competência. Para o Supremo, a apresentação e alegações finais também é 
causa de manutenção da competência (julgado acima). 
 
1.3.4.1. Desmembramento do processo: 
 
 Havendo concurso de agentes, e sendo um deles autoridade com 
prerrogativa de foro, a regra é que o processo seja desmembrado, 
mantendo-se no STF o caso referente à autoridade. 
 Os critérios para o desmembramento são a utilidade da instrução 
processual e a complexidade do feito. 
 
1.4. Obrigação de testemunhar: 
 
 Os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas, em razão do exercício do mandato, nos 
termos do art. 53, § 6º, da Constituição. 
 Não se trata de uma faculdade de testemunhar. A discricionariedade 
está no conteúdo da informação. Fatos não abrangidos pela norma 
constitucional devem ser ditos obrigatoriamente. 
 
1.5. Deputados Federais e Senadores e as Forças Armadas (CF, art. 53, §7º): 
 
 A incorporação de deputados e senadores, embora militares, ainda que 
em tempo de guerra, às Forças Armadas, dependerá de prévia licença da 
casa respectiva, caracterizando-se com uma imunidade, visto que o 
parlamentar será imune a uma obrigação imposta pela própria Constituição 
em seu art. 143. 
 
1.6. Manutenção das imunidades durante a vigência de Estado de Sítio e de 
Defesa: 
 
 Como regra, durante a vigência dos estados de anormalidade os 
parlamentares não perdem as imunidades (CF, art. 53, § 8º). Contudo durante 
o estado de sítio as imunidades poderão ser suspensas, mediante o voto de 
2/3 dos membros da respectiva Casa, nos casos de atos praticados fora do 
recinto do Congresso, que sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 
1.7. Imunidades e parlamentar licenciado para o exercício de cargo 
executivo: 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
31 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 Afastando-se voluntariamente, do exercício do mandato, para ocupar 
cargo no Poder Executivo, o parlamentar não leva consigo as prerrogativas, 
exceto: 
 a garantia constitucional da prerrogativa de foro em matéria penal 
(Inq-QO 777-3/TO, rel. min. Moreira Alves, DJ 1º-10-1993) 
 faculdade de optar pela remuneração do mandato (CF, art. 56, § 3º). 
 
 Por não ter perdido a condição de parlamentar, o parlamentar sujeita-
se a processo disciplinar perante a respectiva Casa legislativa. 
 
1.8. Imunidades parlamentares estaduais e distritais: 
 
 As imunidades parlamentares federais são extensíveis aos deputados 
estaduais e distritais, nos termos dos arts. 27, § 1º e 32, § 3º da Constituição. 
 
1.9. Imunidades parlamentares municipais: 
 
 Os vereadores não são beneficiados por imunidades formais. As 
imunidades materiais são limitadas à circunscrição do Município. 
 
1.10. Impedimentos ou vedações: 
 
 A Constituição não previu apenas privilégios ao exercentes do posto 
parlamentar, mas também uma série de exigências, denominados 
impedimentos ou vedações, que estão previstas em seu art. 54 (TAVARES, p. 
1006). 
classificação: 
 Os impedimentos podem ser classificados de duas formas: 
 Quanto ao início: 
o desde a diplomação (art. 54, I); ou 
o desde a posse (art. 54, II). 
 Quanto à natureza: 
o Contratuais (art. 54, I, “a”); 
o Funcionais (art. 54, I, “b” e II, “b”); 
o Profissionais (art. 54, II, “a” a “c”); e 
o Políticas (art. 54, II, “d”). 
 
 Os impedimentos não se aplicam aos suplentes dos parlamentares: 
 
JURISPRUDÊNCIA 
As restrições constitucionais inerentes ao exercício do mandato parlamentar 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
32 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
não se estendem ao suplente. A eleição e o exercício do mandato de prefeito 
não acarretam a perda da condição jurídica de suplente, podendo ser 
legitimamente convocado para substituir o titular, desde que renuncie ao 
mandato eletivo municipal. (MS 21.266, Rel. Min. Célio Borja,julgamento em 
22-5-91, 1ª Turma, DJ de 22-10-93) 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSO 
19. (CESPE - 2009 - PC-PB - Delegado de Polícia) Carlos, deputado estadual, utilizou a tribuna da 
respectiva assembléia legislativa para comunicar aos seus pares um grave fato ocorrido na sua 
vida particular, sendo que acabou por ofender a honra de João, senador da República,ao 
acusá-lo de fato descrito como crime. João, que além de político é radialista, acabou por utilizar 
o espaço do seu programa de rádio semanal para ofender a honra de Carlos, com acusações 
que, igualmente, não têm relação com o mandato parlamentar. Acerca dessa situação hipotética 
e das imunidades parlamentares na forma da jurisprudência do STF, assinale a opção correta. 
a) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos. 
b) Não há imunidade material na conduta praticada por João. 
c) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil. 
d) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos parlamentares 
estaduais. 
e) Independentemente do que preveja a constituição do respectivo estado, eventual ação penal 
proposta contra Carlos será julgada pelo juiz criminal competente do estado onde exerce seu 
mandato. 
 
20. (VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia) A respeito de ações penais contra Deputados e 
Senadores, assinale a alternativa correta. 
a) No caso de sustação da ação criminal, não há suspensão da prescrição, que permanecerá em 
curso. 
b) Somente após a posse serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
c) Recebendo, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que poderá sustar o 
andamento da ação. 
d) As imunidades de Deputados ou Senadores não subsistirão durante o estado de sítio ou de 
guerra. 
e) Desde a expedição do Diploma, não poderão ser presos, exceto pela prática de crime 
inafiançável. 
 
21. (FUNCAB - 2014 - PC-RO - Delegado de Polícia Civil) Considerando o tema “imunidades e 
incompatibilidades parlamentares”, assinale a alternativa correta. 
a) Segundo a Constituição Federal, aos membros do Poder Legislativo municipal não são 
asseguradas imunidades formais nem materiais. 
b) Segundo a Constituição de 1988, há necessidade de prévio pedido de licença da Casa Legislativa 
para se processar parlamentar federal no STJ. 
c) Os crimes de opinião praticados por congressistas, no exercício formal de suas funções, 
somente poderão ser submetidos ao Poder Judiciário, após o fim do mandato do parlamentar. 
d) As imunidades de deputados e senadores não subsistirão durante estado de sítio ou estado de 
defesa. 
e) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. 
 
22. (FGV - 2012 - PC-MA - Delegado de Polícia) O Deputado Federal “X”, jornalista de formação, 
continua a escrever matérias e crônicas para um jornal de grande circulação. Um de seus 
últimos textos, de grande repercussão, foi a crítica a um livro de poesias lançado por outro 
Deputado, “Y”, de um partido de oposição. Sentindo-se ofendido em sua honra, “Y” ameaça 
processar “X” por danos morais. Com relação a esse caso 
a) é incabível a condenação, pois “X”, por ser Deputado Federal, é inviolável, civil e penalmente, por 
suas opiniões e palavras. 
b) é cabível a condenação, pois “X”, em regra, não pode ser processado por suas opiniões, mas 
essa inviolabilidade não pode ser oposta à ofensa dirigida a outro parlamentar. 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
33 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
c) é incabível a condenação por danos morais, não se tratando, entretanto, de imunidade 
parlamentar, mas de corolário da livre manifestação do pensamento. 
d) é cabível a condenação, mas o processo só poderá ser iniciado após o fim do mandato de “X”. 
e) é cabível a condenação de “X”, pois a ofensa foi proferida fora do recinto da Casa Legislativa 
(Câmara dos Deputados). 
 
23. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) Aos suplentes de senadores e deputados federais 
são garantidas as mesmas prerrogativas dos titulares, ainda que aqueles não estejam em 
exercício. 
 
24. (FCC - 2017 - PC-AP - Delegado de Polícia) Prefeito e Vereador de determinado Município 
participaram de congresso nacional sobre reforma política realizado em Município vizinho, no 
qual manifestaram opiniões divergentes a respeito da conveniência da reeleição para o cargo 
de Prefeito, ocasião em que se ofenderam mutuamente em público. Se a conduta moralmente 
ofensiva praticada por eles caracterizar crime comum, 
a) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo 
e julgá-lo, sendo que o Vereador não poderá ser responsabilizado penalmente, por gozar de 
imunidade parlamentar. 
b) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo 
e julgá-lo durante vigência do mandato, sendo que o Vereador também poderá ser 
responsabilizado penalmente, uma vez que vereadores, diferentemente de deputados federais, 
senadores e deputados estaduais, não gozam de imunidade. 
c) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito, cabendo ao Tribunal de Justiça processá-lo 
e julgá-lo durante vigência do mandato, sendo que o Vereador também poderá ser 
responsabilizado penalmente, uma vez que Vereadores não gozam de imunidade parlamentar 
fora da circunscrição do Município. 
d) poderá ser responsabilizado penalmente o Prefeito apenas após o término do mandato, sendo 
competente para processá- lo e julgá-lo o órgão judiciário estadual previsto na Constituição do 
Estado, que não necessariamente deve ser o Tribunal de Justiça, podendo o Vereador também 
ser responsabilizado penalmente, uma vez que vereadores não gozam de imunidade 
parlamentar fora da circunscrição do Município. 
e) poderão ser responsabilizados penalmente o Prefeito e o Vereador apenas após o término dos 
respectivos mandatos, sendo possível, todavia, a responsabilização política de ambos durante o 
exercício dos mandatos eletivos. 
 
25. (UEG - 2018 - PC-GO - Delegado de Polícia) O foro por prerrogativa de função, segundo o 
Supremo Tribunal Federal (STF), 
a) pode ser previsto, pela Constituição Estadual, em favor dos Delegados de Polícia, em respeito à 
autonomia dos estados-membros e ao princípio federativo. 
b) teve seu rol de beneficiários reduzido recentemente pelo STF, a exemplo do que já acontece em 
outros países, como Alemanha, Itália e Portugal. 
c) inicia-se com a diplomação do parlamentar federal e encerra-se com o término do mandato, 
qualquer que seja o estágio do processo. 
d) cessa, e o processo segue para a primeira instância se o parlamentar renunciar ou perder o 
cargo durante o prazo para apresentação de alegações finais. 
e) por mutação constitucional, passou a aplicar-se apenas aos crimes cometidos durante o 
exercício do cargo e diretamente relacionados às suas funções, de modo que o crime cometido 
por parlamentar após a diplomação, mas sem relação direta com o cargo, será processado e 
julgado em primeiro grau. 
 
26. (FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto) É imunidade extensível aos 
vereadores: 
a) Autorização prévia da Assembleia Legislativa, por maioria de dois terços, para ser processado 
penalmente. 
b) Inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição 
do Município. 
c) Inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição 
do Município, e a prisão somente em caso de flagrante delito inafiançável, desde a diplomação. 
d) Prisão somente em caso de flagrante delito inafiançável, desde a diplomação. 
 
 
mailto:cejurdelta@gmail.com.br
http://www.cejurnorte.com.br/
https://www.instagram.com/cejurnorteconcursos/?hl=pt-br
 
 
34 
 
cejurdelta@gmail.com.br / www.cejurnorte.com.br / @cejurnorteconcursos 
 
 
 
1.11. Perda do mandato: 
 
 A infração a uma das vedações gera, segundo o art. 55, I, da 
Constituição a perda de mandato do parlamentar federal. A perda do mandato 
pode ocorrer de duas formas: 
 
 Cassação do mandato: a decisão tem natureza (des)constitutiva. 
 Extinção do mandato: a “decisão” tem

Outros materiais