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www.cers.com.br 1 www.cers.com.br 2 Questões Constitucional - XX EXAME 1. Ao ouvir, em matéria telejornalística, referência ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), João, estudante do primeiro ano de curso jurídico, interessado em melhor compreender a estrutura e as atribuições dos órgãos estatais, procura o seu professor de Direito Constitucional para obter maiores informações sobre o tema. Narra o conteúdo da matéria, informando-lhe não ter conseguido entender adequadamente o papel desempenhado pelo referido Conselho na estrutura do Estado. O referido professor, então, plenamente alicerçado na ordem constitucional, esclarece que o Conselho Nacional de Justiça. A) é um órgão atípico, que não se encontra na estrutura de nenhum dos Poderes da República, mas que, sem prejuízo das suas atribuições administrativas, excepcionalmente possui atribuições jurisdicionais. B) é um órgão pertencente à estrutura do Poder Judiciário e, como tal, possui todas as atribuições jurisdicionais recursais, sem prejuízo das atribuições administrativas de sua competência. C) embora seja um órgão pertencente à estrutura do Poder Judiciário, possui atribuições exclusivamente adminis- trativas, não sendo, portanto, órgão com competência jurisdicional. D) é um órgão auxiliar da Presidência da República, com atribuições de controle da atividade administrativa, fi- nanceira e disciplinar de toda a magistratura, incluído neste rol o Supremo Tribunal Federal. 2. Jovem governador do Estado Alfa, vencedor das eleições com o slogan “A vez dos jovens”, propõe projeto de emenda à constituição do Estado a fim de alterar os requisitos para escolha de conselheiros no Tribunal de Contas do Estado. A idade mínima, que antes seguia o padrão constitucional federal, sendo fixada em 35 anos, passaria a ser de 30 anos. Segundo a ordem jurídico-constitucional brasileira, tal norma deveria ser considerada: A) inconstitucional, pois o padrão estabelecido pela CRFB/88, para o caso, configura típica cláusula de imposição de simetria. B) constitucional, pois a organização dos Tribunais de Contas estaduais está exclusivamente submetida ao poder constituinte derivado decorrente. C) constitucional, pois está baseada na autonomia dos Estados-Membros, princípio basilar e inflexível que susten- ta o Pacto Federativo. D) inconstitucional, pois a estrutura do Poder Judiciário somente pode ser disciplinada pela Constituição da Repú- blica, não pela Constituição Estadual. 3. O Presidente da República, cumprido todos os pressupostos constitucionais exigíveis, decreta estado de defesa no Estado membro Alfa, que foi atingido por calamidades naturais de grandes proporções, o que causou tumulto e invasões a supermercados, farmácias e outros estabelecimentos, com atingimento à ordem pública e à paz social. Mesmo após o prazo inicial de 30 dias ter sido prorrogado por igual período (mais 30 dias), ainda restava evidente a ineficácia das medidas tomadas no decorrer do citado estado de defesa. Sem saber como proceder, a Presidência da República recorre ao seu corpo de assessoramento jurídico que, de acordo com a CRFB/88, informa que: A) será possível, cumpridas as exigências formais, uma nova prorrogação de, no máximo, 30 dias do estado de defesa. B) será possível, cumpridas as exigências formais, prorrogar o estado de defesa até que seja a crise completa- mente debelada. C) será possível, cumpridas as exigências formais, decretar o estado de sítio, já que vedada nova prorrogação do estado de defesa. D) será obrigatoriamente decretada a intervenção federal no Estado Alfa, que possibilita a utilização de meios de ação mais contundentes do que os previstos no estado de defesa. 4. O deputado federal João da Silva, em seu primeiro mandato, propõe um projeto de lei sobre regulamen- tação de aplicativos de mensagens. As discussões em plenário se mostram acirradas, sendo o projeto de lei rejeitado. Inconformado, o deputado, por entender que a rejeição do projeto se deveu a fatores circuns- tanciais e passageiros, quer voltar a tê-lo reavaliado, ainda na mesma sessão legislativa. Em dúvida se poderia vir a fazê-lo, consulta sua assessoria que, em consonância com a CRFB/88, presta a seguinte in- formação: A) A matéria constante do referido projeto de lei somente poderá constituir objeto de novo projeto na próxima ses- são legislativa, em deferência ao princípio da oportunidade. www.cers.com.br 3 B) A matéria objeto do projeto de Lei rejeitado ainda poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa, desde que proposta pela maioria absoluta dos membros de qualquer uma das casas do Congresso Nacional. C) A matéria, objeto do projeto de lei rejeitado, somente poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa se comprovadamente tratar de direito que aumente o grau de dignidade e proteção da pessoa humana. D) A matéria, discutida em projeto de lei rejeitado pelo Congresso Nacional, não pode ser apreciada na mesma sessão legislativa, exceto se o Presidente da República, alegando interesse nacional, assim o determinar. 5. Um Senador da República apresentou projeto de lei visando determinar à União que sejam adotadas as providências necessárias para que toda a população brasileira seja vacinada contra determinada doença causadora de pandemia transmitida por mosquito. O Senado Federal, no entanto, preocupado com o fato de que os servidores da saúde poderiam descumprir o que determinaria a futura lei, isso em razão de seus baixos salários, acabou por emendar o projeto de lei, determinando, igualmente, a majoração da remune- ração dos servidores públicos federais da área de saúde pública. Aprovado em ambas as Casas do Con- gresso Nacional, o projeto foi encaminhado ao Presidente da República. Com base na hipótese apresenta- da, assinale a afirmativa correta. A) O Presidente da República não terá motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, ainda que possa vetá-lo por entendê-lo contrário ao interesse público, devendo fazer isso no prazo de quinze dias úteis. B) O Presidente da República, ainda que tenha motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalida- de formal, poderá, no curso do prazo para a sanção ou o veto presidencial, editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, tendo em vista o princípio da separação dos poderes. C) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade material e não por inconstitucio- nalidade formal, uma vez que os projetos de lei que acarretem despesas para o Poder Executivo são de iniciativa privativa do Presidente da República. D) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade formal, na parte que majorou a remuneração dos servidores públicos, uma vez que a iniciativa legislativa nessa matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo o veto ser exercido no prazo de quinze dias úteis. 6. Como determinado minério vem obtendo alto preço no mercado mundial devido às grandes quantidades compradas pela China, o Estado-membro Alfa recorre ao governo chinês para obter um empréstimo, com vistas à construção da infraestrutura necessária à sua extração. Sabedor do fato, o prefeito do Município Beta, onde se localiza o principal porto do Estado Alfa, também solicita um empréstimo à China, para via- bilizar o melhor escoamento do minério. Concedidos os empréstimos, com estrita observância da sistemá- tica constitucional e gastos os recursos, a crise no setor público acaba por inviabilizar o pagamento da dívida contraída pelos entes federativos. Insatisfeita, a China ajuíza ação, no Brasil, contra o Estado Alfa e o Município Beta. Assinale a opção que indica a competência para processar e julgar as matérias. A) Supremo TribunalFederal nos dois processos, posto que a presença da China no polo ativo da relação proces- sual obriga que a Corte Suprema seja responsável pela solução dos dois litígios. B) Supremo Tribunal Federal na relação jurídica entre a China e o Estado Alfa, e Superior Tribunal de Justiça na relação entre a China e o Município Beta, por expressa determinação constitucional. C) Supremo Tribunal Federal na relação jurídica entre a China e o Estado Alfa, e juiz federal, na relação entre a China e o Município Beta, por expressa determinação constitucional. D) Tribunal de Justiça do Estado Alfa, posto que, não havendo interesse da União nos negócios jurídicos firma- dos, os órgãos da Justiça Federal não podem solucionar as lides. 7. O Presidente da República, após manter áspera discussão com um de seus primos, que teve por moti- vação assuntos relacionados à herança familiar, efetua um disparo de arma de fogo e mata o referido pa- rente. Abalado com o grave fato e preocupado com as repercussões políticas em razão de sua condição de Presidente da República, consulta seu corpo jurídico, indagando quais as consequências do referido ato no exercício da presidência. Seus advogados, corretamente, respondem que a solução extraída do sistema jurídico-constitucional brasileiro é a de que: A) será imediatamente suspenso de suas funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a denúncia pelo Su- premo Tribunal Federal. B) será imediatamente suspenso de suas funções pelo prazo de até 180 dias, se recebida a denúncia pelo Sena- do Federal. www.cers.com.br 4 C) será imediatamente suspenso de suas funções, se a acusação for autorizada por dois terços da Câmara dos Deputados e a denúncia recebida pelo Supremo Tribunal Federal. D) será criminalmente processado somente após o término do mandato, tendo imunidade temporária à persecu- ção penal. Questões Constitucional - XIX EXAME 8. André, jovem de 25 anos, é Vereador pelo Município M, do Estado E. Portanto, com domicílio eleitoral nesse Estado. Suas perspectivas políticas se alteram quando, ao liderar um grande movimento de comba- te à corrupção, o seu nome ganha notoriedade em âmbito nacional. A partir de então, passa a receber inúmeras propostas para concorrer a diversos cargos eletivos, advindas, inclusive, de outros Estados da Federação, a exemplo do Estado X. Nessas condições, seduzido pelas propostas, analisa algumas possi- bilidades. De acordo com a Constituição Federal, assinale a opção que indica o cargo eletivo ao qual An- dré pode concorrer. A) Deputado Estadual pelo Estado X. B) Deputado Federal pelo Estado E. C) Senador da República pelo Estado E. D) Governador pelo Estado E. 9. O instituto da súmula vinculante aos poucos vai tendo suas características cristalizadas a partir da in- terpretação dos seus contornos constitucionais pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Consi- derando a importância assumida pelo instituto, determinada associação de classe procura seu advogado e solicita esclarecimentos a respeito dos legitimados a requerer a edição da súmula vinculante, dos seus efeitos e do órgão que pode editá-la. Com base no fragmento acima, assinale a opção que se apresenta em consonância com os delineamentos desse instituto. A) Pode ser editada pelos tribunais superiores quando houver reiteradas decisões, proferidas na sua esfera de competência, que recomendem a uniformização de entendimento junto aos órgãos jurisdicionais inferiores. B) Estão legitimados a propor a sua edição, exclusivamente, os legitimados para o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, estabelecidos no Art. 103 da Constituição Federal. C) Pode dizer respeito a qualquer situação jurídica constituída sob a égide das normas brasileiras, de natureza constitucional ou infraconstitucional, e ser especificamente direcionada à resolução de um caso concreto, nele exaurindo a sua eficácia. D) A vinculação sumular incide sobre a administração pública direta e indireta e os demais órgãos do Poder Judi- ciário, não podendo, porém, atingir o Poder Legislativo. 10. Após ampla investigação, os órgãos competentes concluíram que o deputado federal X praticara um crime de homicídio, figurando como vítima o também deputado federal Y, seu desafeto político. Esse fato, ocorrido dentro das dependências da respectiva Casa Legislativa, despertou intenso debate a respeito de qual seria o órgão competente para julgá-lo. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que X deve ser julgado A) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais em qualquer infração penal comum. B) pelo Tribunal do Júri, órgão competente para julgar qualquer pessoa pela prática de crime doloso contra a vida. C) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais no caso de crime doloso contra a vida. D) pela Câmara dos Deputados, órgão competente para julgar os Deputados Federais por crimes de responsabili- dade, considerados como tais aqueles que tenham relação com o exercício do mandato. 11. O Governador do Distrito Federal, ao tomar conhecimento de que existe jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal a respeito da competência do Município para legislar sobre os requisitos de segurança das agências bancárias, solicita à Procuradoria Geral do Distrito Federal que se manifeste acerca da possibilidade de lei distrital tratar da matéria. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com a Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta. A) Haveria tal possibilidade, pois o Distrito Federal possui competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios. www.cers.com.br 5 B) Haveria tal possibilidade, pois a competência legislativa do Distrito Federal, como sede da União, abarca as competências legislativas da União, dos Estados e dos Municípios. C) Não seria possível, pois o Distrito Federal tem competências taxativamente expressas, que não podem abarcar aquelas concedidas aos Municípios. D) Não seria possível, pois as competências legislativas do Distrito Federal seriam apenas aquelas reservadas aos Estados-membros da União. 12. O constitucionalismo brasileiro, desde 1824, foi construído a partir de vertentes teóricas que estabele- ceram continuidades e clivagens históricas no que se refere à essência e à interrelação das funções esta- tais, tanto no plano vertical como no horizontal, bem como à proteção dos direitos fundamentais. A partir dessa constatação, assinale a afirmativa correta. A) A Constituição de 1824 adotou, de maneira rígida, a tripartição das funções estatais, que seriam repartidas entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. B) A Constituição de 1891 dispôs sobre o federalismo de cooperação e delineou um Estado Social e Democrático de Direito. C) A Constituição de 1937 considerou o Supremo Tribunal Federal o guardião da Constituição, detendo a última palavra no controle concentrado de constitucionalidade. D) A Constituição de 1946 foi promulgada e reinaugurou o período democrático no Brasil, tendo contemplado um rol de direitos e garantias individuais. 13. José, internado em um hospital público para tratamento de saúde, solicita a presença de um pastor para lhe conceder assistência religiosa. O pedido, porém, é negado pela direção do hospital, sob a alega- ção de que, por se tratar de instituição pública, a assistência não seria possível em face da laicidade do Estado. Inconformado, José consulta um advogado. Após a análise da situação, o advogado esclarece, com correto embasamento constitucional, que A) a negativa emanada pelo hospital foi correta, tendo em vista que a Constituição Federal de 1988, ao consagrar a laicidadedo Estado brasileiro, rejeita a expressão religiosa em espaços públicos. B) a direção do hospital não tem razão, pois, embora a Constituição Federal de 1988 reconheça a laicidade do Estado, a assistência religiosa é um direito garantido pela mesma ordem constitucional. C) a correção ou incorreção da negativa da direção do hospital depende de sua consonância, ou não, com o regu- lamento da própria instituição, já que se está perante direito disponível. D) a decisão sobre a possibilidade, ou não, de haver assistência religiosa em entidades públicas de saúde depen- de exclusivamente de comando normativo legal, já que a temática não é de estatura constitucional. 14. O Presidente da República tem dúvidas sobre como proceder em determinado projeto de lei que vem gerando muitas críticas na imprensa. No décimo quarto dia útil do prazo para sancionar ou vetar o referido projeto de lei, o Chefe do Executivo consulta o Advogado-Geral da União para saber os efeitos jurídicos que adviriam do transcurso do prazo de quinze dias úteis sem a adoção de nenhuma providência expres- sa, simplesmente permanecendo silente. De acordo com a sistemática constitucional, essa situação impli- caria A) veto total, que ainda será apreciado em sessão conjunta das casas do Congresso Nacional. B) sanção tácita, o que não exclui a possibilidade de o Chefe do Poder Executivo promulgar a lei. C) sanção tácita, o que convalida eventual vício de iniciativa, ainda que da lei decorra aumento de despesa. D) veto parcial, que ainda será apreciado em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Con- gresso Nacional. Questões Constitucional – XVI EXAME 15. J.G., empresário do ramo imobiliário, surpreendeu-se ao tomar conhecimento de que seu nome cons- tava de um banco de dados de caráter público como inadimplente de uma dívida no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Embora reconheça a existência da dívida, entende que o não pagamento encontra justificativa no fato de o valor a que foi condenado em primeira instância ainda estar sob discussão em grau recursal. Com o objetivo de fazer com que essa informação complementar passe a constar juntamen- te com a informação principal a respeito da existência do débito, consulta um advogado, que sugere a impetração de um habeas data. Sobre a resposta à consulta, assinale a afirmativa correta. www.cers.com.br 6 A) O habeas data não é o meio adequado, já que a ordem jurídica não prevê a possibilidade de sua utilização para complementar dados, mas apenas para garantir o direito de acessá-los ou retificá-los. B) Deveria ser impetrado, em vez de habeas data, mandado de segurança, ação constitucional adequada para os casos em que se faça necessária a proteção de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habe- as data. C) Deve ser impetrado habeas data, pois, embora o texto constitucional não contemple a hipótese específica do caso concreto, a lei ordinária o faz, de modo a ampliar o âmbito de incidência do habeas data como ação constitu- cional. D) O habeas data não deve ser impetrado, pois a lei ordinária não pode ampliar uma garantia fundamental previs- ta no texto constitucional, já que tal configuraria violação ao regime de imutabilidade que acompanha os direitos e as garantias fundamentais. 16. Caio da Silva, Senador da República pelo Estado “Z”, no decorrer do recesso parlamentar, viaja de férias com a família para um resort situado no Estado “X”, a fim de descansar. Todavia, em meio aos hós- pedes que ali se encontravam, deparou-se com Tício dos Santos, um ferrenho adversário político, com quem acabou por travar áspera discussão em torno de temas políticos já discutidos anteriormente no Se- nado. Caio da Silva, durante a discussão, atribuiu ao seu adversário a responsabilidade pela prática de fatos definidos como crimes, além de injuriá-lo com vários adjetivos ofensivos. Tício dos Santos, incon- formado com as agressões públicas a ele desferidas, decidiu ajuizar queixa-crime em face de Caio da Sil- va. Tendo em vista as particularidades da narrativa acima e considerando o que dispõe a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta. A) Caio da Silva, por estar fora do espaço físico do Congresso Nacional, não é alcançado pela garantia da imuni- dade material, respondendo pelos crimes contra a honra que praticou. B) Caio da Silva, mesmo fora do espaço físico do Congresso Nacional, é alcançado pela garantia da imunidade material, tendo em vista que as ofensas proferidas estão relacionadas ao exercício da atividade parlamentar. C) Caio da Silva não está coberto pela garantia da imunidade material, tendo em vista que as ofensas foram pro- feridas em um momento de recesso parlamentar, o que afasta qualquer relação com a atividade de Senador. D) Caio da Silva não está coberto pela garantia da imunidade material, visto que, durante o recesso parlamentar, sequer estava no território do Estado que representa na condição de Senador. 17. Alessandro Bilancia, italiano, com 55 anos de idade, ao completar 15 anos de residência ininterrupta no Brasil, decide assumir a nacionalidade “brasileira”, naturalizando-se. Trata-se de renomado professor, cuja elevada densidade intelectual e capacidade de liderança são muito bem vistas por um dos maiores partidos políticos brasileiros. Na certeza de que Alessandro poderá fortalecer os quadros do governo caso o partido em questão seja vencedor nas eleições presidenciais, a cúpula partidária já ventila a possibilida- de de contar com o auxílio do referido professor na complexa tarefa de governar o País. Analise as situações abaixo e assinale a única possibilidade idealizada pela cúpula partidária que encontra res- paldo na Constituição Federal. A) Alessandro Bilancia, graças ao seu reconhecido saber jurídico e à sua ilibada reputação, poderá ser indicado para compor o quadro de ministros do Supremo Tribunal Federal. B) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de deputado federal e ser eleito, poderá ser indicado para exercer a Presidência da Câmara dos Deputados. C) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de senador e ser eleito, pode ser o líder do partido na Casa, embora não possa presidir o Senado Federal. D) Alessandro Bilancia, dada a sua ampla e sólida condição intelectual, pode ser nomeado para assumir qualquer ministério do governo. 18. O diretor de RH de uma multinacional da área de telecomunicações, em reunião corporativa, afirmou que o mundo globalizado vem produzindo grandes inovações, exigindo o reconhecimento de novas pro- fissões desconhecidas até então. Feitas essas considerações, solicitou à diretoria que alterasse o quadro de cargos e funções da empresa, incluindo as seguintes profissões: gestor de mídias sociais, gerente de marketing digital e desenvolvedor de aplicativos móveis. O presidente da sociedade empresária, posicio- nando-se contra o pedido formulado, alegou que o exercício de qualquer atividade laborativa pressupõe a sua devida regulamentação em lei, o que ainda não havia ocorrido em relação às referidas profissões. Com base na teoria da eficácia das normas constitucionais, é correto afirmar que o presidente da socieda- de empresária www.cers.com.br 7 A) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabe- lecer, possui eficácia limitada, exigindo regulamentação legal para que possa produzir efeitos. B) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, possuieficácia contida, de modo que, inexistindo lei que regulamente o exercício da atividade profis- sional, é livre o seu exercício. C) apresentou argumentos contrários à ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer, possui eficácia plena, já que a liberdade do exercício profissional não pode ser restringida, mas ape- nas ampliada. D) argumentou em harmonia com a ordem constitucional, pois o dispositivo da Constituição Federal que afirma ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabe- lecer, não possui nenhuma eficácia, devendo ser objeto de mandado de injunção para a sua devida regulamenta- ção. 19. Determinado projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados foi devidamente encaminhado ao Senado Federal. Na Casa revisora, o texto foi aprovado com pequena modificação, sendo suprimida certa expressão sem, contudo, alterar o sentido normativo do texto aprovado na Câmara. Assim, o projeto foi enviado ao Presidente da República, que promoveu a sua sanção, dando origem à Lei “L”. Neste caso, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, A) não houve irregularidade no processo legislativo, porque não há necessidade de reapreciação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que tenha expressão suprimida pelo Senado Federal, quando sentido o normati- vo da redação remanescente não foi alterado. B) não houve irregularidade no processo legislativo, porque é função precípua da Casa revisora estabelecer as mudanças que lhe parecerem adequadas, sendo desnecessário o retorno à Casa iniciadora, mesmo nas situa- ções em que a alteração modifique o sentido normativo inicial. C) houve irregularidade no processo legislativo, pois qualquer alteração realizada, pela Casa revisora, no texto do projeto de lei implica a necessária devolução à Casa iniciadora, a fim de que aprecie tal alteração. D) houve irregularidade no processo legislativo, mas, por tratar-se de problema de natureza interna corporis do Congresso Nacional, somente uma ADI proposta pela Mesa da Câmara dos Deputados teria o condão de suscitar a inconstitucionalidade da Lei “L”. 20. Determinado Governador de Estado, inconformado com decisões proferidas pelo Poder Judiciário lo- cal, que determinaram o fechamento de diversos estabelecimentos comprovadamente envolvidos com órgãos estaduais a ele subordinados não cumpririam as decisões judiciais. Alegou que os negócios de- senvolvidos nesses estabelecimentos, mesmo sendo ilícitos, geravam empregos e aumentavam a arreca- dação do Estado, e que o não cumprimento das ordens emanadas do Poder Judiciário se justificava em razão da repercussão econômica que o seu cumprimento teria. Das opções a seguir, assinale a que se mostra consentânea com a Constituição Federal. A) O Presidente da República, após a requisição do Supremo Tribunal Federal, decretará a intervenção federal, dispensado, nesse caso, o controle pelo Congresso Nacional. B) O Governador de Estado, tendo por base a inafastável autonomia concedida aos Estados em uma organização federativa, está juridicamente autorizado a adotar o indicado posicionamento. C) O Presidente da República poderá decretar a intervenção federal, se provocado pelo Procurador Geral da Re- pública e com autorização prévia do Congresso Nacional, que exercerá um controle político. D) O Supremo Tribunal Federal, prescindindo de qualquer atuação por parte do Presidente da República, determi- nará, ele próprio, a intervenção federal, que será posteriormente apreciada pelo Congresso Nacional. www.cers.com.br 8 GABARITO / COMENTÁRIOS 1.C O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela EC 45/04 para reforçar a fiscalização administrativa e financeira dos órgãos do Poder Judiciário, à exceção do Supremo Tribunal Federal. Apesar de ser órgão da estrutura do Judiciário (art. 92, IA, da CRFB/88), ter sede na capital federal (art. 92, §1°, da CRFB/88), é desprovido de atua- ção jurisdicional, conforme extraímos do art. 103-B, §4°: “Compete ao Conselho o controle da atuação administra- tiva e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura...”. 2.A O art. 75, da CRFB/88 é norma de observância obrigatória em todas as Constituições estaduais. Segundo o dis- positivo, as normas relativas ao Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organização, composi- ção e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conse- lhos de Contas dos Municípios. No plano federal, a idade mínima exigida para Ministro do TCU é de mais de 35 (trinta e cinco) anos, na forma do art. 73, §1°, I, portanto, a norma estadual não pode estabelecer a idade mínima de 30 (trinta) anos para Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, o que violaria o modelo federal e o princípio da simetria. Ademais, o Tribunal de Contas não faz parte formal de nenhum dos poderes da República. Segundo o STF, o órgão é autônomo e exerce atividade de colaboração com o Poder Legislativo. 3.C O prazo de duração do Estado de defesa, na forma do art.136, § 2º, da CRFB/88, não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação. Não há previsão de nova prorrogação. O art. 137, I, da CRFB/88, estabelece a possibilidade de que seja decretado estado de sítio em caso de comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. Ademais, não há que se falar de intervenção federal, tendo em vista que a situação apresenta- da não está no rol taxativo (art. 34, da CRFB) de hipóteses que permitem a adoção de tal medida. 4.B A resposta da questão é extraída exatamente do art. 67, da CRFB/88, que assim dispõe: “A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional”. 5.D A majoração da remuneração dos servidores públicos federais da área de saúde pública é matéria de iniciativa do Presidente, na forma do art. 61, §1°, II, a, da CRFB/88. O art. 63, I, da CRFB/88 veda a possibilidade de aumento de despesa pública nos projetos de iniciativa privativa do Chefe do Executivo. O vício de inconstitucionalidade é formal, pois foi violado o processo legislativo de elaboração da norma. O veto, na forma do art. 66, §1°, da CRFB/88 deve ser exercido no prazo de 15 (quinze) dias úteis. Não há vício material na norma e o Presidente não pode editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, segun- do o art. 62, IV, da CRFB/88. 6.C De acordo com o art. 102, I, “e”, da CRFB/88, compete ao STF processar e julgar o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território. Portanto, o conflito entre a China e o Estado Alfa deve ser resolvido pelo STF. Já o conflito entre a China e o Município Beta deverá ser dirimido pela justiça federal de primeiro grau, conforme estabelece o art. 109, II, da CRFB/88. 7.D A questão trata da cláusula de irresponsabilidade penal relativa, prevista no art. 86, §4°, da CRFB/88, que assim dispõe: “O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estra- nhos ao exercício de suas funções”. O caso aponta uma situação de crime que não tem relação alguma com o exercício funcional (disparo dearma de fogo contra primo em razão de herança familiar), daí porque o Presidente somente será processado após o término do mandato, tendo imunidade temporária à persecução penal. Não há que se falar de suspensão da função, pois a denúncia não pode ser aceita pelo STF porque o crime não tem rela- ção com o exercício funcional, tampouco pelo Senado Federal que julga o Presidente por crime de responsabili- dade. A Câmara dos Deputados não poderá autorizar o recebimento da denúncia pelo STF, tendo em vista que não de trata de crime relacionado ao exercício funcional. www.cers.com.br 9 8.B O art. 14, § 3º, da CRFB/88 traz as seguintes condições de elegibilidade que devem ser observadas na questão: “§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Fe- deral, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; d) dezoito anos para Vereador. Tendo em vista que André possui domicílio eleitoral na circunscrição do Estado E, só poderia concorrer ao cargo de Deputado Federal por este Estado mesmo. Ademais, como possui 25 anos, atende ao requisito da idade indi- cado no art. 14, § 3º, da CRFB/88. Correta apenas a letra B. 9.D De acordo com o art. 103-A, da CRFB/88: “O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, me- diante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” Logo, apenas o STF pode editar súmula vinculante, portanto, incorreta a letra A; ademais, ela apenas pode dizer respeito à matéria constitucional e não exaure sua eficácia quando aplicada a um caso concreto, portanto, incorre- ta a letra C. A letra B está incorreta, pois o rol de legitimados no que tange a súmula vinculante é o previsto no art. 3º, da Lei nº 11.417/2006: “Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procura- dor-Geral da República; V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público- Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distri- to Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Jus- tiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.” Correta apenas a letra D, pois de acordo com o já citado art. 103-A, da CRFB/88. Importante destacar que a Sú- mula Vinculante atinge as funções administrativas do Poder Legislativo. As funções não atingidas são as legislati- vas. 10.A De acordo com o § 1º do art. 53, da CRFB/88: “Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.” Ademais, prerrogativa de foro funcional prevista na Constituição da República afasta a competência do Tribunal do Júri. Portanto, correta a alternativa A e incorretas as demais. 11.A De acordo com o § 1º do art. 32, da CRFB/88: “Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.” Dessa forma, é possível que o Distrito Federal legisle sobre requisitos de segurança de agências bancárias, maté- ria de competência dos Municípios (art. 30, I – assunto de interesse local). Correta, portanto, a letra A e incorretas as demais. 12.D A Constituição de 1824 trouxe o Poder Moderador como um quarto Poder, portanto, incorreta a letra A; Em 1934 (e não em 1891) a carta constitucional inaugurou o constitucionalismo social no Brasil, portanto, está incorreta a letra B. O controle concentrado de constitucionalidade abstrato brasileiro surgiu com a EC 16/1965, portanto tam- bém está incorreta a letra C. Correta apenas a letra D, pois a Constituição de 1946 a responsável por reinaugurar a democracia no Brasil. 13.B De acordo com o art. 5º, inciso VII, da CRFB/88: “é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”. Correta, portanto, a letra B está correta e estão incorretas as demais. www.cers.com.br 10 14.B De acordo com o art. 66, § 3º, da CRFB/88: “Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú- blica importará sanção”. Portanto, a sanção do chefe do Executivo poderá ser tácita ou expressa. Importante des- tacar que não há veto tácito no ordenamento jurídico brasileiro. O veto sempre precisa ser expresso. O § 7º do citado artigo estabelece que: “Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presi- dente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.” Correta, portanto, a letra B e incorretas as demais. 15.C O Habeas Data possui três finalidades, sendo a ação cabível para: a) conhecer dados pessoais constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; ou b) retificar dados pessoais; ou, ainda, c) complementar dados pessoais. A última hipótese está prevista na Lei 9.507/97, em seu art. 7º, III que assim preceitua: “Conceder-se-á habeas data: III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contes- tação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.” Logo, embora a Constituição, em seu art. 5º, LXXII, não trate expressamente de tal hipótese, mas apenas das duas primeiras acima transcritas, a Lei 9.507/97 trouxe tal previsão, ampliando o objeto da ação. 16.B Gabarito: B. Comentário: De acordo com o art. 53, caput da CRFB/88, a imunidade material implica subtração da responsabilidade penal e civil do parlamentar, por suas opiniões, palavras e votos. Trata-se de cláusula de irres- ponsabilidade geral de Direito Constitucional material e garante que o congressista exerça a sua atividade com a mais ampla liberdade de manifestação. Art. 53 da CRFB/88: “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opin i- ões, palavras e votos.” Segundo orientação jurisprudencial do STF, pronunciamentos feitos à rede televisiva, aos jornais e revistas estão protegidos por esta imunidade, desde que relacionados à função parlamentar. Nas reuniões de condomínio e nas demais circunstâncias estritamente particulares, obviamente não subsistirá essa natureza de imunidade, por não terem sido instituídas para essa finalidade. 17.C De acordo com o art. 12, § 3º, III da CRFB/88: “São brasileiros: § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: III - de Presidente do Senado Federal.” Dessa forma, por ser brasileiro naturalizado, não poderá presidir o Senado Federal, embora não haja óbice quanto a ser o líder do partido na Casa. Vale destacar que de acordo com o art. 12, § 2º da CRFB/88, em nome do princípio da igualdade, somente a Constituição pode estabelecer tratamento diferenciado entre seus brasileiros, como o fez no caso do cargo de Presidente do Senado Federal.18.B De acordo com o art. 5º XIII da CRFB/88, foi assegurada a plena liberdade profissional, exceto quando a lei de- terminar a satisfação de certos requisitos, como é o caso da comprovação de três anos de atividade jurídica para quem pretender ingressar na carreira da magistratura, por exemplo, de acordo com o art. 93, I da CRFB/88, ou, ainda, da prova exigida pela OAB para o exercício da advocacia. De acordo com a Teoria tripartida clássica brasileira, de José Afonso da Silva, em 1968, à semelhança das nor- mas plenas, as contidas também estão plenamente aptas a realizar todos os seus efeitos jurídicos essenciais desde a sua entrada em vigor, produzindo, igualmente, incidência direta, imediata, mas não integral, pois podem sofrer restrições ou ampliações futuras por parte do Poder Público, como é o caso do art. 5º, XIII da CRFB/88, ora analisado. Art 5º, XIII da CRFB/88: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis- são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.” Art. 93, I da CRFB/88: “Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substitu- to, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em to- das as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação.” www.cers.com.br 11 19.A Quando a casa revisora promove alterações substanciais no projeto de lei, precisa remeter à casa iniciadora, que na forma do art. 65, parágrafo único da CRFB/88, analisará em um só turno de discussão e votação, não podendo fazer novas alterações. Entretanto, segundo entendimento jurisprudencial, tratando-se de alteração redacional que não implica em altera- ção do sentido normativo do texto remanescente, não será necessária a reapreciação pela casa iniciadora do processo legislativo, não havendo que se falar em irregularidade no mesmo. 20.A Trata-se da hipótese prevista no art. 34, IV c/c art. 36, I da CRFB/88 – intervenção federal provocada por requisi- ção – pois busca-se garantir o livre exercício do Poder Judiciário. Nesse caso não há controle político do Con- gresso Nacional e nem mesmo os pareceres meramente opinativos do Conselho da República e Conselho da Defesa Nacional. A intervenção deverá ser realizada com exclusividade pelo chefe do Executivo e o decreto interventivo deverá fixar amplitude, prazo e condições de execução, e a nomeação ou não de interventor. Importante ressaltar que a intervenção será sempre temporária, de acordo com o art. 36, § 4º da CRFB/88. www.cers.com.br 12
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