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Universidade Federal do Pará Campus Universitário de Tucuruí Faculdade de Engenharia Civil Disciplina: Introdução a Ciência e Engenharia dos Materiais Docente: M. Sc. Andrielli Morais de Oliveira Discentes Alan de Freitas Matos Leila Ribeiro Cunha Ruthe Noemia Correa dos reis Shaymon Christian Sousa Brito 1 Nanotecnologia e Materiais Inteligentes 2 Objetivos • Conceituar nanotecnologia; • Mostrar suas aplicações na construção civil; • Apresentar os materiais inteligentes. 3 Importância do tema • O controle da matéria na escala nanométrica abre, sobretudo, enormes perspectivas na possibilidade de criar materiais, dispositivos e sistemas com novas funções e propriedades. • Inovações referentes ao alcance do desenvolvimento sustentável. 4 Nanotecnologia • É a engenharia dos materiais e das estruturas com tamanho variando de 1 a 100 nanômetros; • Explora as propriedades e os fenômenos que ocorrem na nanoescala; • É multidisciplinar. 5 Formas de produzir nanomateriais • Via descendente: O material é dividido para atingir as menores dimensões possíveis. • Via ascendente: Os átomos são ligados um a um para construir as moléculas que são integradas em sistemas maiores. 6 Nanotecnologia na atualidade Ao contrário do que se pensa, já existem vários produtos comerciais que são frutos da nanotecnologia, por exemplo: – Nanotubos de carbono; – Vidro eletrocrômico e autolimpante; – Tinta antipichação; – Aços de alto desempenho. 7 Nanotecnologia na atualidade Na indústria da construção civil a nanotecnologia tem potencial para melhorar muitos materiais, tais como: – Aços estruturais; – Polímeros; – Materiais cerâmicos; – Materiais cimentícios. 8 Nanocompósitos com matriz polimérica A adição de nanopartículas até 5% em massa permite alguns polímeros: – Aumentar o módulo de elasticidade, resistência e dureza; – Redução da espessura da peça; – Diminuir a permeabilidade de gases; – Melhorar o comportamento frente a variações de temperatura e combustão. 9 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas • São os nanocompósitos com maior potencial para mudar as propriedades dos polímeros, geralmente usados em embalagens e peças automotivas. 10 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas Figura 1 – Representação da estrutura de silicatos em camada 2:1. 11 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas Figura 2 – Representação dos três estados morfológicos de um nanocompósito polímero / silicato em camada. 12 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas Material % de nontmorilonita Resistência à ruptura (MPa) Módulo de Young (GPa) Tenacidade (KJ/m²) Náilon-6 puro 0 69 1,1 6,2 Microcompósito 5,0 61 1,0 5,9 Nanocompósito 4,2 107 2,1 6,1 Tabela 1 – Algumas características mecânicas do náilon-6 comparadas com um microcompósito clássico e um nanocompósito náilon-6. 13 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas Material % de nontmorilonita Resistência à tração (MPa) Módulo de Young (GPa) Deformação na ruptura (KJ/m²) Poliuretano 0 1,5 2 60 Nanocompósito 5 2,5 4,6 90 Tabela 2 – Algumas características mecânicas do poliuretano comparadas com um nanocompósito poliuretano. 14 Nanocompósitos com matriz polimérica e cargas inorgânicas Figura 3 – Representação esquemática do caminho tortuoso do gás através do nanocompósito. 15 Nanocompósitos com matriz polimérica reforçada por nanopartículas e nanofibras • São nanoestruturas que podem ser vistas como folhas (uma ou mais) de grafeno enroladas em forma cilíndrica; em comparação com o aço apresentam resistência três vezes maior e modulo de elasticidade dez vezes maior. 16 Nanocompósitos com matriz polimérica reforçada por nanopartículas e nanofibras Figura 4 – Micrografias mostrando (a) nanotubos de carbono e (b) a estrutura em camadas de um nanotubo de carbono multiparedes. 17 Nanotecnologia e metais • Sintetizar nanocompósitos de metais com outros materiais; • Lutar contra a corrosão; • Produzir metais e ligas modificadas. 18 Metais e ligas nanomodificadas A redução do tamanho do grão na escala nanométrica pode ter grande efeito no comportamento dos materiais: – Pode tornar metais puros entre 2 e 7 vezes mais duros e, conseqüentemente, mais resistentes. 19 Aumento da resistência a corrosão • Para reduzir os danos causados pela corrosão dos metais, as pesquisas visam a elaboração de revestimentos “inteligentes” capazes de auto-reparo quando sofrem um dano. 20 Nanocompósitos com matriz cerâmica • Os materiais cerâmicos apresentam, geralmente, alta rigidez e excelente estabilidade térmica com uma densidade relativamente baixa. No entanto sua fragilidade limita seu uso como material estrutural. • A combinação de nanopartículas ou nanofibras com uma matriz cerâmica pode potencialmente gerar compósitos com alta estabilidade térmica a uma excepcional tenacidade. 21 Nanocompósitos com matriz cerâmica • Acredita-se que a incorporação de nanopartículas ou nanofibras metálicas em matrizes cerâmicas pode torná-las mais dúcteis, às custas da resistência. Por outro lado, ocorre uma melhoria significativa de comportamento frente a choques térmicos. 22 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • O cimento é o material de construção mais usado, consequentemente, a nanotecnologia do cimento e seus produtos é de grande importância para a indústria. • A adição de nanopartículas ao concreto permitirá um melhor controle da sua microestrutura e permitirá também produzir materiais mais resistentes e mais duráveis. 23 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • A utilização de ligantes reforçados com fibras e armaduras de diâmetro nanométrico permitirá produzir produtos cimentícios mais resistentes, impedindo a formação e a propagação de fissuras. 24 Nanotecnologia no cimento e seus produtos Cimento hidratado: – O cimento hidratado é um composto de silicato de cálcio hidratado, comumente chamado de C-S-H; – É um material frágil com baixa resistência a tração; – É responsável pela instabilidade dimensional dos produtos à base de cimento; – Apresenta um modo de organização estrutural multiescala. 25 Nanotecnologia no cimento e seus produtos Figura 5 – Estrutura do C-S-H em diferentes escalas de observação. 26 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • Em pastas de cimento comum, o C-S-H pode ser imaginado como um sólido mal definido, parcialmente cristalino com água ocupando espaço entre as folhas, caracterizando-se assim um gel. 27 Nanotecnologia no cimento e seus produtos Figura 6 – Estrutura do C-S-H como sendo composta por um arranjo aleatório, irregular e dobrado de folhas. 28 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • Melhorando a coesão e dominando a fluência: – A melhoria das propriedades mecânicas dos materiais cimentícios só pode ocorrer a partir de modificações nas escalas mais finas do material. • Evitando a fissuração nas primeiras idades: – A incorporação de nanofibras podem atuar como pontes de transferência das tensões geradas por forças capilares. 29 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • Aumentando a resistência e a ductilidade ao mesmo tempo: – A adição de sílica ativa ao concreto torna-o mais resistente e consequentementemais durável, mas em contrapartida mais frágil. – O reforço da estrutura do C-S-H com fibras e armaduras de diâmetro nanométrico permitirá produzir produtos cimentícios mais resistentes e também mais dúcteis, permitindo dispensar-se o uso da armadura de aço. 30 Nanotecnologia no cimento e seus produtos • Aumentando a velocidade de ganho da resistência: – A ativação térmica é usada para acelerar a velocidade de ganho de resistência mas gera propriedades pouco satisfatórias em longo prazo. • Melhorando o rendimento do cimento: – É necessário o aumento da velocidade de desenvolvimento das características mecânicas dos materiais cimentícios. 31 Materiais inteligentes • Possuem características programáveis e são capazes de reagir ou se adaptar às condições do ambiente; • Deve ser sensível, adaptativo e evolutivo, podendo se comportar como sensor, atuador ou processador; • É capaz de mudar suas propriedades físicas em resposta a solicitações naturais ou provocadas. 32 Materiais inteligentes Atualmente existem vários tipos de materiais inteligentes que já encontram aplicações em vários setores, inclusive na construção civil, são exemplos: – Materiais eletro ou magnetoativos; – Materiais com memória de forma; – Materiais cromoativos; – Materiais de mudança de fase; – Materiais autolimpantes; – Pinturas frias. 33 Vidro autolimpante • São vidros destinados a construção civil que graças a presença de filmes nanoestruturados em sua superfície não riscam e são autolimpantes; • Possuem um revestimento que tem a capacidade de absorver a luz ultravioleta. 34 Concreto condutivo • É produzido pela adição de partículas ou fibras condutivas de corrente elétrica com o objetivo de reduzir a resistividade elétrica em relação aos concretos convencionais. • Aplicações: – Capas de degelo de rodovias; – Lajes de aterramento elétrico; – Barreiras protetoras de ondas eletromagnéticas. 35 Concreto autolimpante Figura 7 - Igreja Dives in Misericórdia construída com concreto de cimento branco fotocatalítica em Roma. 36 Concreto autolimpante Figura 8 - Igreja de Iesu construída com concreto autolimpante em Ribeiras de Loiola, San Sebastián, Espanha. 37 Concreto translúcido • É um concreto aparente que contem fibra ótica, através da qual se dá a passagem da luz; • Foi criado em 2001 pelo arquiteto húngaro Aron Losonczi; • Já foi utilizado em obras na Bélgica, Suécia, Estados unidos, Hungria. 38 Concreto translúcido 39 Figura 9– Concreto transmissor de luz. Concreto translúcido 40 Figuras 10 e 11– Porta e entrada do Museu Cella Septichora na Hungria. Considerações finais • Os avanços na área da nanociência tem contribuído para o surgimento de novos produtos em vários setores do mercado, inclusive na construção civil onde permitiu melhorias de muitos materiais, no que diz respeito a resistência, durabilidade, rendimento e ductilidade. Conforme outras descobertas forem sendo feitas, outras possibilidades se abrirão para o futuro aumentando as chances do comércio ser abastecido com uma nova demanda de produtos com propriedades mais satisfatórias graças a nanotecnologia. 41 Referências • Alves, O. L. Modernas aplicações de vidros. Campinas: Instituto de química, UNICAMP, 2006. Disponível em: <http://lqes.iqm.unicamp.br/canal_cientifico/ pontos_vista/pontos_vista_divulgacao47-1_vidros.pdf> Acesso em: 15 jun. 2012. 16:45:15 • GLEIZE, P. J. P. Nanotecnologia e Materiais de Construção. In: Isaia, G. C. (edição). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 2.ed. São Paulo: Ibracon, 2010. v.2, p.1719-1745. • JOHN, V. M.; GLEIZE, P. J. P. Materiais de Construção: Perspectivas e Desafios Futuros. In: Isaia, G. C. (edição). Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 2.ed. São Paulo: Ibracon, 2010. v.2, p.1747-1759. • Ribeiro, R. de M. Concreto aparente: uma contribuição para a construção sustentável. Belo Horizonte, 2010. Disponível em <http://www.cecc.eng.ufmg.br/ trabalhos/pg2/Monografia%20Raquel%20de%20Macedo.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2012. 17:15:30. • Repette, W. L. Concretos de ultima geração e para fins especiais. In: Isaia, G. C. (edição). Concreto: ciência e tecnologia. 2.ed. São Paulo: Ibracon, 2011. v.2. 42
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