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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E MECÂNICA MEC111– CIÊNCIA E TECNOLOGIAS DOS MATERIAIS Prof. Joseph Kalil Khoury Junior !! POLÍMEROS ! ! Gustavo Leite Milião - 73523 Morgana Gomes Chaves Lucas - 78298 Thamires Benevenuto - 71226 ! Viçosa Maio, 2017 SUMÁRIO ! 1. Introdução 1 2. Revisão Bibliográfica 1 2.1. Propriedades químicas 1 2.2.Classificação 2 2.2.1. Classificação quanto à ocorrência 2 2.2.1.1. Polímeros Naturais 2 2.2.1.2. Polímeros Seminaturais 2 2.2.1.3. Polímeros Sintéticos 2 2.2.2. Classificação quanto às unidades estruturais presentes 2 2.2.3. Classificação quanto à estrutura química da molécula 3 2.2.3.1. Termoplásticos 3 2.2.3.2. Termofixos 4 2.2.4. Classificação quanto ao método de polimerização 4 2.2.4.1. Polímeros de adição 4 2.2.4.2. Polímeros de condensação 5 2.3. Cristalinidade 5 2.4. Propriedades que caracterizam os materiais 6 2.4.1. Propriedades físicas 6 2.4.2. Propriedades mecânicas 6 2.5 Aplicações 8 2.5.1 Plásticos 8 2.5.2 Elastômeros 9 2.5.3 Fibras 10 2.5.4 Revestimentos 10 2.5.5 Adesivos 10 2.5.6 Filmes 11 2.5.7 Espumas 11 2.6 Processos de fabricação 11 2.6.1 Processos de polimerização 11 2.6.2 Técnicas de conformação para plásticos 12 3. Conclusão 14 4. Referências Bibliográficas 15 1. Introdução ! Nas últimas décadas, a descoberta dos polímeros permitiu que materiais como aço, vidro e a madeira fossem substituídos em diversas aplicações, isso se deve ao seu potencial estrutural e ao auxílio da redução de custos nas cadeias produtivas, uma vez que os polímeros podem ser encontrados na natureza ou sintetizados a um baixo custo. O termo polímero têm origem grega e, como o próprio nome indica, significa poli (muitos) e mero (unidade de repetição), isto é, os polímeros são materiais que possuem muitas unidades de repetição. CANEVAROLO JUNIOR (2006) definiu os polímeros como moléculas de massa molar elevada que são formadas por unidades estruturais de repetição menores, denominadas monômeros, estes por sua vez podem ser iguais ou de tipos diferentes e encontram-se unidos uns aos outros por ligações covalentes, resultantes de reações de adição ou de condensação consecutivas. Este trabalho tem por finalidade fazer um estudo bibliográfico sobre os polímeros, abordando, principalmente, seus aspectos físicos, químicos e mecânicos, bem como sua classificação, aplicação e processo de fabricação. ! 2. Revisão Bibliográfica 2.1. Propriedades químicas Os polímeros são compostos orgânicos, constituídos basicamente por moléculas de carbono e hidrogênio, mas também podem conter outros elementos não metálicos em sua estrutura, como o nitrogênio, o oxigênio e o enxofre. As reações que promovem a junção de seus monômeros são chamadas de reações de polimerização e para que esta ocorra é necessário que cada molécula apresente pelo menos dois sítios ativos de ligação, permitindo assim o crescimento da cadeia do polímero (CANEVAROLO JUNIOR, 2006). Os polímeros podem ser divididos em plásticos, borrachas e fibras, a depender do tipo de monômero (estrutura química), da quantidade média de meros por cadeia e do tipo de ligação covalente promovida durante a polimerização. ! �1 2.2.Classificação Os polímeros podem ser classificados de acordo com as unidades estruturais presentes, a estrutura química da molécula e o método de crescimento da cadeia polimérica. Também vamos considerar sua classificação quanto à ocorrência. 2.2.1. Classificação quanto à ocorrência 2.2.1.1. Polímeros Naturais São a maioria das substâncias encontradas na natureza, ou seja, proveniente de animais e vegetais. Entre estas podemos compreender a borracha natural, celulose,proteínas e polissacarídeos como o amido (MANO & MENDES, 2004). 2.2.1.2. Polímeros Seminaturais São provenientes do tratamento químico dos polímeros naturais, modificando assim suas propriedades em relação à substância original. Exemplos de polímeros seminaturais são as dextrinas que são obtidas a partir de amidos (MANO & MENDES, 2004). 2.2.1.3. Polímeros Sintéticos Estão associados aos materiais criados por processos de polimerização controlados pelo homem, que apresentam propriedades muito diferentes dos produtos encontrados na natureza. (MANO & MENDES, 2004). Um exemplo de polímero sintético é o politereftalato de etileno, conhecido popularmente como PET. 2.2.2. Classificação quanto às unidades estruturais presentes Esse tipo de classificação está relacionado aos tipos de monômeros envolvidos na formação da cadeia polimérica e classifica os polímeros como homopolímeros ou copolímeros. Segundo MANO & MENDES (2004), os homopolímeros são aqueles que sua estrutura é formada por apenas uma espécie de monômero envolvido, enquanto que os copolímeros apresentam duas ou mais unidades de repetição dentro da mesmacadeia polimérica. �2 Além dessa classificação, há ainda uma terceira categoria de polímeros que são oriundos de misturas entre cadeias poliméricas que são denominadas blendas poliméricas. Nestas, os polímeros são combinados a fim de obter-se um material novo com propriedades distintas das originais (MANO & MENDES,2004). 2.2.3. Classificação quanto à estrutura química da molécula Esse tipo de classificação está relacionado com as características tecnológicas nos processos de fabricação dos polímeros e define estes como sendo termoplásticos ou plásticos e termofixos. Segundo MANO & MENDES (2004), os polímeros que permitem fusão por aquecimento e solidificação por resfriamento, em um processo reversível, são chamados de termoplásticos, enquanto que os materiais poliméricos que por aquecimento ou qualquer outra forma de tratamento assumem estruturas com ligações cruzadas, tornando-se insolúveis e infusíveis, são denominados termofixos. 2.2.3.1. Termoplásticos O termo plástico vem da palavra grega “plastikus” que significa material adequado à moldagem. Os termoplásticos são materiais que, embora sólidos à temperatura ambiente em seu estado final, quando aquecidos acima da temperatura de “amolecimento” tornam-se passíveis de serem moldados por ação isolada ou conjunta de calor e pressão (MANO E MENDES, 2004). Em sua maioria, são constituídos de cadeias principais lineares ou com diferentes níveis de ramificação. Apresentam átomos de carbono ligados por ligações covalentes, mas também podem apresentar átomos de nitrogênio, oxigênio ou enxofre em sua estrutura. As cadeias por sua vez estão ligadas entre si por ligações secundárias, que são rompidas quando aquecidas e aproximadas quando resfriadas, permitindo assim que tais polímeros possam ser submetidos a reciclagem (SMITH,1998). Segundo SMITH (1998), os termoplásticos mais comumente encontrados apresentam as seguintes características: baixa densidade, baixa resistência à tração, relativa resistência a impactos, sensíveis ao entalhe, capacidade de isolamento elétrico, resistência à corrosão e ataque químico. Alguns exemplos de �3 polímeros termoplásticos são o Polipropileno (PP), o Polietileno (PE), o Politereftalato de Etileno (PET), o policloreto de vinila (PVC) e o poliestireno (PS). ! 2.2.3.2. Termofixos Os termofixos são polímeros que não apresentam amolecimento com o aumento da temperatura. A este fato podemos atribuir às ligações covalentes cruzadas entre as cadeias poliméricas. Ao aquecer esse tipo de polímero, ele se converte à sólidos cada vez mais rígidos que os originais, resultante da cura por reações químicas que fornecem novos cruzamentos à estrutura (MANO & MENDES, 2004). SMITH (1998) afirma que, assim como os termoplásticos, estes polímeros também podem apresentar átomos de nitrogênio, oxigênio e enxofre em sua estrutura e apresentam as seguintes características: elevada rigidez e estabilidade térmica, resistência à deformação sob carga, baixo peso, propriedades de isolamento térmico e elétrico, densidade superior a outros materiais plásticos e baixa resistência à tração. Como exemplos de polímeros termofixos temos os poliésteres insaturados, resinas epóxi, resinas fenólicas, etc. 2.2.4. Classificação quanto ao método de polimerização Este tipo de classificação estabelece como critério o mecanismo de reação envolvido no crescimento da cadeia polimérica, sendo estes a polimerização por crescimento em cadeia, também conhecido como polimerização por adição, e a polimerização em etapas, conhecida como polimerização por condensação. (CANEVAROLO JUNIOR, 2006). ! 2.2.4.1. Polímeros de adição São formados a partir da polimerização por crescimento em cadeia. Esse tipo de reação é caracterizada pelo consumo lento de monômeros e formação de polímeros de elevada massa molar. A reação de polimerização é realizada em três etapas, em que primeiramente ocorre a formação de espécies reativas; em seguida a espécie reativa gerada incorpora moléculas monoméricas à mesma para a �4 formação da cadeia polimérica; e finalmente há a desativação do sítio ativo, interrompendo a incorporação de mais monômeros (MANO & MENDES, 2004). 2.2.4.2. Polímeros de condensação São polímeros formados a partir da polimerização em etapas. Esse tipo de reação consiste no consumo rápido de monômeros e formação de subprodutos para cada ligação formada na cadeia (CANEVAROLO JUNIOR, 2006). Nesse tipo de reação os grupos funcionais reativos existentes nos materiais iniciais são condensados e ocorre a eliminação de moléculas de baixa massa molecular, como a água. Neste processo o mecanismo é único e não mais em três etapas como na reação de adição e são formados polímeros com elevada massa molar. (MANO & MENDES, 2004) ! 2.3. Cristalinidade Em relação à estrutura dos polímeros, estes podem ser classificados como amorfos ou semicristalinos. Segundo CALLISTER (2002), por causa de seu tamanho e de sua frequente complexidade, os polímeros são parcialmente cristalinos, apresentando regiões cristalinas dispersas no material amorfo restante. Quando a forma do polímero aproxima-se de um fio enovelado, sendo a distância entre as extremidades da cadeia muito menor que o seu comprimento, essa estrutura não apresenta uma ordem estrutural, sendo assim considerada amorfa. Exemplos de polímeros amorfos são os poliestirenos, bem como todos os polímeros termofixos e 40% dos termoplásticos. Os polímeros amorfos apresentam- se transparentes e possuem rigidez e fragilidade semelhantes ao vidro (MANUAL DO PROFESSOR, 2017) Em contrapartida, os polímeros que apresentam alinhamento de parte de suas cadeias em relação às outras, formando uma estrutura organizada, as zonas cristalinas, que encontram-se interiorizadas nas zonas amorfas, são denominados polímeros semicristalinos. A cristalinidade confere aos polímeros maiores densidades e resistências e menores durezas. Exemplos de polímeros deste tipo são o polietileno, o polipropileno e as poliamidas, que possuem moléculas em maior parte lineares, pouco ramificadas e sem grupos laterais volumosos (MANUAL DO PROFESSOR, 2017) �5 Segundo CALLISTER (2002), o grau de cristalinidade dos polímeros depende da taxa de resfriamento durante a solidificação , em que nesse processo as cadeias adquirem uma conformação ordenada após um determinado tempo de processamento. ! 2.4. Propriedades que caracterizam os materiais A performance adquirida por todo e qualquer material, inclusive os polímeros, está estritamente relacionada com uma série de características significativas que são classificadas em: propriedades físicas e mecânicas (MANO, 1991). ! 2.4.1. Propriedades físicas De acordo com MANO (1991), as propriedades físicas são aquelas que não alteram molecularmente a estrutura dos materiais. Dentre estas, pode-se citar as propriedades mecânicas, térmicas, elétricas e óticas. A avaliação dessas propriedades é determinada por meio de protocolos descritos nas normas de cada país. No caso do Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela elaboração desses protocolos. ! 2.4.2. Propriedades mecânicas As solicitações mecânicas aplicadas aos polímeros são as principais formas de se caracterizar as propriedades mecânicas desses materiais. Assim como em diversos outros materiais, nos metais, por exemplo, os testes mecânicos aplicado aos polímeros são, principalmente, as tensões e deformações. A forma como os polímeros responderão a estes testes depende da estrutura química, temperatura, tempo econdições de processamento a que esses materiais foram submetidos. Além disso, é necessário que ocorram algumas modificações em relação às técnicas de ensaio aplicadas aos metais, em especial para materiais que apresentam alta elasticidade, como é o caso das borrachas (CANEVAROLO, 2004). As propriedades mecânicas dos polímeros podem ser avaliadas de forma estática ou dinâmica, atingindo-se ou não a ruptura do corpo de prova. Propriedades como módulos de elasticidade, tensão e deformação no escoamento, tensão máxima, entre outros parâmetros são medidos sem a necessidade de ruptura do �6 material. Entretanto, resistência ao impacto, tensão e deformação de ruptura, número de ciclos de vida sob fadiga, etc., são parâmetros determinados no limite da resistência destrutiva do polímero. A partir dos ensaios mecânicos aplicados aos polímeros, é possível observar três tipos de comportamento tensão deformação, como pode ser visualizado na Figura 1 ! Figura 1 - Comportamento tensão-deformação de polímeros. Fonte - CALLISTER, 2002. ! Como pode-se observar, a curva representada em A é característica de polímeros frágeis, que sofrem fratura enquanto se deformam elasticamente. A curva B, por sua vez, demonstra o comportamento apresentado por polímeros plásticos, e é bem semelhante àquele apresentado pelos metais. Por fim, o comportamento apresentado pela curva C é característico de materiais totalmente elásticos, como é o casa das borrachas (um tipo de elastômero). A viscoelasticidade é uma característica típica dos polímeros e é definida como o fenômeno pelo qual o polímero apresenta características de um fluido e de um sólido ao mesmo tempo. Este fenômeno é causado pela estrutura molecular dos polímeros. A fluência e relaxação de tensão de polímeros são importantes características desse tipo de material. Ambas estão fortemente atreladas à dependência das propriedades mecânicas dos polímeros com o tempo. O fenômeno de fluência é caracterizado pela capacidade do polímero se deformar continuamente quando submetido a um peso constante (tração, compressão ou flexão). A relaxação de tensão é o fenômeno no qual a amostra polimérica é deformada rapidamente e �7 mantida sob deformação constante, e a tensão aplicada para manter essa deformação diminui com o tempo (CANEVAROLO, 2004). Fatores como o peso molecular, o grau de cristalinidade, a pré-deformação por estiramento e o tratamento térmico exercem forte influência nas propriedades mecânicas dos polímeros. ! 2.5 Aplicações O uso de um polímero depende de suas propriedades e pode ser utilizado em diferentes aplicações, entre elas embalagens, utensílios domésticos, eletrodomésticos, automóveis, indústrias de brinquedos, peças para a indústria química, mecânica e elétrica, além de materiais de consumo geral. Os polímeros podem ser classificados de acordo com sua finalidade, incluindo os plásticos, os elastômeros (ou borrachas), as fibras, os revestimentos, os adesivos, as espumas e os filmes (CALLISTER, 2002). ! 2.5.1 Plásticos Os plásticos fazem parte da classe de polímeros mais numerosa e diversificada. Possuem diferentes propriedades, havendo plásticos com elevada rigidez e fragilidade, enquanto outros são flexíveis. Podem ser termoplásticos ou termofixos, entretanto, devem ser empregados abaixo da sua temperatura de transição vítrea, ou abaixo da sua temperatura de fusão, ou ainda possuir ligações cruzadas suficientes para manter as suas formas (CALLISTER, 2002). Apesar da existência de uma grande variedade de plásticos, apenas cinco deles representam cerca de 90% do consumo nacional, entre eles temos: ■ Polietileno (PE): termoplástico de aspecto ceroso, geralmente translúcido, mas transparentes sob a forma de filmes. Apresenta boa resistência química, tenacidade e moderada resistência à tração. Utilizados na forma de filmes e embalagens para as indústrias de alimentos e química. ■ Polipropileno (PP): apresenta baixa resistência ao impacto, principalmente à baixas temperaturas, baixa permeabilidade a gases em geral, resistência à distorção térmica e à fadiga. São utilizados �8 para filmes para embalagens, garrafas esterilizáveis, gabinetes para televisores, entre outros. ■ Poliestireno (PS): termoplástico rígido, duro e transparente. Apresentam boa moldabilidade, boa estabilidade dimensional, boas propriedades de isolamento elétrico, fácil pigmentação e boa resistência química. É muito usado como material para moldagem, principalmente em materiais descartáveis. Alguns exemplos de utilização são em azulejos, caixas de baterias, painéis de iluminação interna e carcaças de utensílios. ■ Policloreto de vinila (PVC): polímero sintético obtido a partir da polimerização por adição do cloreto de vinila. Sem aditivos possui baixa resistência ao impacto, então pode-se adicionar resinas ou agente plastificantes. No primeiro caso produz-se o PVC rígido utilizado na fabricação de caixas, telhas, molduras de janelas e outros. No segundo caso, o PVC se torna mais flexível e com maior capacidade de deformação, sendo utilizado na fabricação de tubos flexíveis, luvas, sapatos, fitas de vedação, capas de chuva, estofados para sofás, cortinas, chuveiros, entre outros. ■ Politereftalato de Etileno (PET): polímero sintético obtido a partir da polimerização por condensação do monômero tereftalato de etileno, semi-cristalino, possui alta força mecânica, boa resistência química, peso leve, excelente claridade e boa propriedade de barreira. É estável a uma ampla faixa de temperatura (-60 – 220 °C). Por isso, o PET pode ser usado para produtos boil-in-the-bag que são armazenados congelados antes de serem reaquecidos. Seu primeiro uso em larga- escala foi em garrafas para bebidas carbonatadas. Uma desvantagem do PET é sua baixa resistência à fusão. Possui uma estreita faixa de temperatura de fusão. ! 2.5.2 Elastômeros São polímeros que apresentam maior flexibilidade em função de uma maior liberdade dos movimentos das cadeias moleculares, possuindo assim alta capacidade de deformação elástica quando sujeitos a esforços mecânicos baixos. �9 Suas propriedades são muito diferentes dos polímeros termofixos, embora possuam uma estrutura muito semelhante a estes e diferente dos termoplásticos. A borracha natural é bastante utilizada em função de suas características. É empregada em pneus e sistemas de amortecimento, além de ser utilizada na forma de látex na fabricação de luvas cirúrgicas e preservativos. O elastômero sintético mais importante é o SBR (copolímero estireno- butadieno). Possui excelente resistência à abrasão, não possui resistência a óleos, ozônio ou intempéries e boas propriedades elétricas. É utilizado nas mesmas aplicações que a borracha natural (CALLISTER, 2002). ! 2.5.3 Fibras As fibras são polímeros em que a razão entre o comprimento e as dimensões laterais é muito elevada. Para a fabricação das fibras os polímeros são estirados na forma de longos filamentos. São utilizadas na indústria têxtil ou empregadas em materiais compósitos. Devem ter muitas propriedades físicas e químicas para garantir sua boa performance em uso, pois sofrem comumente estiramentos, torções, cisalhamentos e abrasões. Portanto devem ser resistentes à tração e à abrasão, possuir elevado módulo de elasticidade e boa estabilidade química (CALLISTER, 2002). ! 2.5.4 Revestimentos Os revestimentos são empregados para proteger outros materiais contra a corrosão ou deterioração, para melhorar a aparência, e/ou promover isolamento elétrico. Alguns polímeros utilizados em revestimentos são tintas, vernizes, esmaltes e gomas (CALLISTER,2002). ! 2.5.5 Adesivos Os adesivos são utilizados para unir as superfícies de dois materiais via ligação mecânica ou ligação química. Dentre os polímeros sintéticos utilizados como adesivos estão: poliuretanas, polissiloxanos (silicones), epóxis, poliimidas, acrílicos e materiais à base de borracha. As características desejáveis desses compostos �10 são elevadas resistências ao cisalhamento, escamação e fratura (CALLISTER, 2002). ! 2.5.6 Filmes Os polímeros possuem grande aplicação na forma de filmes finos. São utilizados na forma de embalagens na indústria alimentícia, como produtos têxteis entre outros. Devem possuir baixa massa específica, alto grau de flexibilidade, elevados limites de resistência à tração e ao rasgamento, além de resistência à umidade e à produtos químicos e baixa permeabilidade a gases, principalmente ao vapor d’água (CALLISTER, 2002). ! 2.5.7 Espumas As espumas são plásticos que possuem pequenos poros e bolhas de gás aprisionados em sua estrutura em proporção elevada. São utilizados poliuretano, borracha, poliestireno e cloreto de polivinila com aplicações em almofadas em automóveis e mobílias, em embalagens e em isolamentos térmicos (CALLISTER, 2002). ! 2.6 Processos de fabricação 2.6.1 Processos de polimerização O processo de polimerização pode ocorrer por adição ou por condensação. De acordo com SMITH (1998), existem diferentes métodos de polimerização, os mais importantes são: ■ Polimerização em solução: O monômero é dissolvido em um solvente não reativo em presença de catalisador, a reação libera calor que é absorvido pelo solvente, então a velocidade da reação diminui. ■ Polimerização em volume: O ativador e o monômero são misturados em um reator, o qual é aquecido e resfriado conforme as determinações do processo. O processo em volume é utilizado em reações de polimerização por condensação devido ao baixo calor da reação. �11 ■ Polimerização em emulsão: O emulsificante é adicionado ao monômero promovendo sua dispersão em forma de partículas muito pequenas. Este processo ocorre em água. ■ Polimerização em suspensão: O monômero e o catalisador são misturados, então essa mistura é dispersa em suspensão aquosa. O calor liberado pela reação é absorvido pela água. Depois de ocorrido a polimerização o produto polimerizado é separado e seco. A Figura 2 representa o esquema dos processos de polimerização descritos anteriormente. ! Figura 2 - Polimerização em volume, em solução, em suspensão e em emulsão respectivamente. Fonte - Smith, 1998. ! 2.6.2 Técnicas de conformação para plásticos De acordo com CALLISTER (2002), os produtos plásticos podem ser moldados por vários processos de transformação, onde as diversas resinas poliméricas em formato de grânulos, pó ou líquidos, depois de aquecidas e/ou catalisadas, podem ser processadas pelos métodos de: ■ Compressão: O polímero e os aditivos são misturados e colocados entre os elementos macho e fêmea do molde, conforme Figura 3. Ambas as partes são aquecidas e o molde se fecha, com a movimentação de apenas uma das partes. A seguir são aplicados calor e pressão, tornando o plástico viscoso e fazendo com que escoe para se ajustar à forma do molde. ■ Transferência: É uma variação da moldagem por compressão, utilizado para polímeros termofixos e peças com geometria complexa. As matérias-primas sólidas são primeiramente fundidas em uma câmara de transferência aquecida. A seguir o material é injetado no interior da câmara do molde, onde a pressão é distribuída uniformemente. ! �12 Figura 3 - Equipamento para moldagem por compressão Fonte - Callister, 2002. ! ■ Injeção: É o método mais utilizado para materiais termoplásticos. A quantidade adequada de material é adicionada ao cilindro via moega de alimentação com o auxílio de um êmbolo ou pistão. A seguir o material segue para uma câmara de aquecimento, onde é forçado ao redor de um espalhador de modo a garantir um melhor contato com a parede aquecida. Nesse momento o material se funde e forma um líquido viscoso que é impelido através de um bico injetor para a cavidade do molde. A pressão é mantida até o material se solidificar. Um exemplo de equipamento para moldagem por injeção é mostrado na Figura 4. ! Figura 4 - Equipamento para moldagem por injeção Fonte - Callister, 2002. ! ■ Extrusão: É utilizado para a moldagem de materiais termoplásticos viscosos de segmentos contínuos com seção transversal de geometria constante. O material é colocado em uma moega de alimentação que transfere o material para uma rosca sem fim, onde o material peletizado é transportado através de �13 uma câmara. Nessa câmara o material é sucessivamente compactado, fundido e conformado como uma carga contínua de um fluido viscoso. Conforme a massa fundida é forçada através de um orifício na matriz, o material é extrusado. A seguir, com o auxílio de sopradores de ar, borrifo de água ou por um banho o material é solidificado. Um exemplo de equipamento para moldagem por extrusão é mostrado na Figura 5. Figura 5 - Diagrama esquemático de uma extratora Fonte - Callister, 2002. ! ■ Sopro: Na moldagem por sopro um tubo de plástico aquecido chamado de pré-forma ou parison é injetado no molde, então fecha-se o molde prendendo- se as extremidades do tubo e este é soprado com ar comprimido para tomar a forma do molde. Após o resfriamento, o molde se abre e a peça é ejetada. ■ Fundição: um material plástico fundido é colocado no interior do molde e deixado em repouso para solidificar, tanto os plásticos termoplásticos e os termofixos podem ser fundidos. Porém os termoplásticos devem ser resfriados para a sua solidificação, no caso dos termofixos a solidificação é uma consequência do processo de polimerização. ! 3. Conclusão ! Conhecer as características físicas e químicas dos polímeros permite o conhecimento das características mecânicas dos materiais poliméricos. Os polímeros têm sido amplamente utilizados em diversas aplicações. Dentre os principais materiais de engenharia, nota-se que os poliméricos vêm ganhando �14 bastante espaço principalmente no que tange a substituição de materiais ‘clássicos’ previamente utilizados, tais como as madeiras, cerâmicos, vidros e metais. Tal substituição está relacionada ao fato de que os polímeros possuem características como baixo peso, maleabilidade, facilidade de obtenção, menor custo de processamento e permitem ajustes de acordo com o objetivo de uso, como ocorre nas blendas poliméricas. Além das características mecânicas e econômicas favoráveis, os polímeros apresentam alternativas para minimizar impactos ambientais a partir de sua reciclagem e reutilização, o que faz com que o seu interesse seja cada vez maior nas indústrias. ! 4. Referências Bibliográficas ! CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. John Wiley & Sons, Inc., 2002. CANEVAROLO JÚNIOR, S.V., Comportamento mecânico dos polímeros. In: SEBASTIÃO V. CANEVAROLO JR. Ciência dos polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros. São Paulo: Artliber Editora, 2002. p. 139-168. CANEVAROLO JUNIOR, S. V. Ciência dos polímeros: um texto básico para tecnólogos e engenheiros. São Paulo, 2006. MANO, E. B.; MENDES, L. C. Introdução a polímeros. São Paulo, 2004. MANUAL PARA O PROFESSOR. Polímeros e Materiais Poliméricos. Disponível em: <http://educa.fc.up.pt/ficheiros/noticias/69/documentos/108/Manual%20Pol %A1meros%20e%20Materiais%20polimericos%20NV.pdf> Acesso em: 23 maio 2017 SMITH, William F. Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 3.ed. Lisboa: McGraw-Hill,1998. 892 p. ! ! �15 QUESTIONÁRIO ! i. Defina polímeros e dê dois exemplos de polímeros naturais e sintéticos. São macromoléculas formadas a partir de unidades estruturais menores (os monómeros), que apresentam baixa massa molecular os quais, a partir das reações de polimerização, vêm a gerar o polímero. Exemplos de polímeros naturais são a borracha e a celulose e de polímeros sintéticos temos o politereftalato de etileno (PET) e o polietileno (PE). ! ii. Assinale V para as proposições verdadeiras e F para as proposições falsas. Identifique o erro e os corrija. 1. (V) Assim como nos materiais metálicos e cerâmicos, as propriedades dos polímeros estão relacionadas de maneira complexa aos elementos estruturais do material. (Pág. 309, Callister) 2. (F) Dentro de cada molécula de polímero, os átomos estão ligados entre si por meio de ligações interatômicas eletrostáticas. (Pág. 310, Callister - Correção: Dentro de cada molécula de polímero, os átomos estão ligados entre si por meio de ligações interatômicas covalentes). 3. (F) As características físicas dos polímeros dependem apenas do seu peso molecular. (Pág. 317) Correção: As características físicas dos polímeros dependem não apenas do seu peso molecular e da sua forma, mas também das diferenças na estrutura das cadeias moleculares. (Polímeros lineares, ramificados, com ligações cruzadas, em rede). 4. (V) As propriedades mecânicas dos polímeros são especificadas através de muitos dos mesmos parâmetros usados para os metais, isto é, o módulo de elasticidade, o limite de resistência à tração e as resistências ao impacto e à fadiga. 5. (F) Os elastômeros são uma classe de polímeros que apresentam baixa elasticidade. A vulcanização é uma característica típica desse tipo de material e é responsável pelas ligações cruzadas presentes nos elastômeros. (Págs. 328 e 347, Callister) �16 Correção: Os elastômeros são uma classe de polímeros que apresentam alta elasticidade. A vulcanização é uma característica típica desse tipo de material e é responsável pelas ligações cruzadas presentes nos elastômeros. ! iii. Diferencie polímeros termoplásticos de polímeros termofixos, dê exemplos de cada um desses polímeros. (Pág. 336, Callister) ! iv. Defina o processo de polimerização. Quais são os principais tipos de polimerização que ocorrem em materiais poliméricos? O processo de polimerização pode ocorrer por adição ou por condensação. Os principais métodos são: polimerização em volume, polimerização em solução, polimerização em emulsão e polimerização em suspensão. ! v. Diferencie o estado cristalino nos polímeros e metais. Em metais cristalinos, os átomos individuais se posicionam de acordo com um arranjo periódico ou ordenado ao longo de distâncias atômicas relativamente grandes. Em polímeros cristalinos, a ordem de larga escala resulta da compactação de cadeias de polímeros adjacentes. �17
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