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Visão ética do Utilitarismo em John Stuart Mill

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INSTITUTO SÃO BOAVENTURA (ISB)
BACHARELADO EM FILOSOFIA
HISTÓRIA DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
UTILITARISMO EM JOHN STUART MILL
DICENTE: Fr. Ricardo Lima
Brasília – DF, Outubro de 2017
PREÂMBULO
	O presente trabalho visa expor a visão do utilitarismo segundo o filósofo Inglês John Stuart Mill (1806 – 1873).
	Para se chegar a uma visão do utilitarismo segundo John Stuart Mill, se faz necessário uma visão mais ampla, um maior esclarecimento sobre aquilo que pode vir a ser o utilitarismo, tendo, destarte, um breve conhecimento do assunto por outra visão.
	Para tal, pode-se ter em mente o filósofo inglês Jeremy Bentham. Este é considerado como o difusor do utilitarismo, buscando a extensão desta teoria a todo o campo da moral (direito, economia, política).
JOHN STUART MILL (1806 - 1873)
John Stuart Mill nasceu em Pentónville, no subúrbio de Londres, Inglaterra, no dia 20 de maio de 1806. Era o filho mais velho do escocês James Mill, seguidor da proposta política de Jeremy Bentham (1748-1832), o utilitarismo, pensamento de grande popularidade no mundo anglo-saxão. Recebeu do pai, uma grande influência na sua formação intelectual, seguida por uma rígida disciplina.
Com 14 anos, John Stuart já tinha lido os autores clássicos gregos e latinos. Tinha amplo domínio da Matemática, Lógica e História.
John Stuart Mill manteve contato com Tocqueville e Comte. A influência das ideias democráticas e positivistas de Comte marcaram sua obra. Seu ponto de vista é reconhecido entre os maiores defensores do empirismo, doutrina filosófica que afirma que o conhecimento é adquirido através das experiências vividas, e a aprendizagem se dá por meio de tentativas e erros. Era um defensor do utilitarismo, doutrina ética que afirma que as ações são boas quando tendem a promover o bem estar da sociedade.
Suas principais obras abrangem textos de Lógica, Economia, Epistemologia, Ética, Metafísica, Religião, Filosofia Social e Política, como também temas da época, entre elas estão: “Sistema de Lógica Dedutiva” (1843), “Princípios da Economia Pública” (1848), “O Governo Representativo” (1851), “A Liberdade” (1859), “O Utilitarismo” (1861) e “A Sujeição da Mulher” (1865).
 É reconhecido como um dos maiores propagadores do empirismo e do utilitarismo. John Stuart Mill faleceu em Avignon, França, no dia 8 de maio de 1873.
UTILITARISMO: Uma visão Geral
	De acordo com o Dicionário de Filosofia, o utilitarismo “designa a doutrina segundo a qual o valor supremo é o da utilidade, isto é, a doutrina segundo a qual a proposição ‘x é valioso’ é considerada como sinônimo da proposição ‘x é útil’”[1: MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia – TOMO IV (Q-Z). p. 2959.]
	Segundo Brych, em Bentham, pode-se perceber que o objetivo do utilitarismo é justamente aquilo que proporciona o prazer colocando de lado o sofrimento, nesse sentido de evita-lo. Ou seja, para Bentham o utilitarismo estaria ligado à doutrina do hendonismo.[2: Doutrina que concorda na determinação do prazer como o bem supremo.]
	Bentham acredita que o termo da utilidade seria o agregado de prazeres que seria base da felicidade. Mill, por outro lado, expande sua visão, tendo como foco os esforços nas regras em vez das ações morais de cada individuo.[3: MACIEL, Wyllians. Ver referências.]
	John Stuart Mill exprime, de certa forma, a ideia central do utilitarismo:
O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as acções estão ceras na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de prazer. (MILL, 2005, 2.2)
	Há dois aspectos que, segundo Pedro Galvão, auxiliam na compreensão do utilitarismo: o empirismo e o associacionismo. [4: “De acordo com o empirismo, todo o nosso conhecimento se baseia, em última análise, nos dados dos sentidos ou na experiência” (MILL, John Stuart. Utilitarismo. 2005, p. 12).][5: “O associacionismo é uma teoria sobre o funcionamento da mente humana. Segundo esta perspectiva, as nossas ideias (todas elas baseadas na experiência) estabelecem relações entre si através de eis gerais de associação” (MILL, John Stuart. Utilitarismo. 2005, p. 12).]
O utilitarismo segundo Mill
	Em sua Obra Utilitarismo, J. S. Mill adentra na área da filosofia moral (metaética). O autor levanta o problema de como saber se aquilo que está sendo feito é correto ou errado. Ele recusa a perspectiva de que se precise de princípios para se mostrar o que é certo do que é errado, isto é, “para determinar as propriedades morais dos atos”. [6: Mill, John Stuart. 2005, p. 13.]
	Nesta perspectiva, Mill distingue duas teorias metaéticas: intuicionismo e indutivismo. Esta, pela qual ele se identifica, advoga a ideia de que o conhecimento dos princípios tem base empírica, ou seja, podendo inferir indutivamente a partir da experiência; aquela julga que se podem descobrir os princípios morais a priori sem a inferência de nenhuma premissa empírica, mediante apenas a intuição intelectual.
	Ulteriormente, Mill (tal como Bentham) propõe uma perspectiva hedonista de valor, defendendo a ideia de um hedonismo total:
Pensam não só que o bem-estar consiste em experiências aprazíveis, mas também que essas experiências são boas ou valiosas apenas devido à sua aprazibilidade, e não, por exemplo, porque satisfazem os nossos desejos ou porque estão de acordo com a vontade de Deus. (MILL. 2005, p. 15)
	A esta perspectiva, Pedro Galvão expõe duas alternativas principais para o hedonismo. A primeira seria que “o bem-estar de um individuo consiste primariamente na satisfação dos seus desejos ou preferências”, já a segunda seria um acréscimo à primeira, tendo uma pluralidade irredutível de valores.[7: Idem, Ibidem.]
	Para Bentham, o valor que era dado aos prazeres tinha certa dependência em sua duração e intensidade. Mill vem trazer uma contribuição ao pensamento de Bentham, ao implementar a qualidade que os prazeres têm, dizendo, também, que entre os valores pode-se ter alguns que sejam superiores aos outros, em virtude de sua natureza.[8: Neste sentido, “Mill identifica os prazeres inferiores com os prazeres corporais e considera superiores aqueles prazeres que resultam do exercício das nossas faculdades intelectuais” (MILL, John Stuart. Utilitarismo. 2005, p. 16).]
	Galvão expõe a teoria da obrigação consequencialista. Segundo ele esta teoria “supõe que as consequências das nossas opções constituem o único padrão fundamental da ética”. Segundo esta teoria os atos que são corretos, quiçá obrigatórios, serão aqueles pelos quais se dará origem a melhor situação, a um maior bem.[9: MILL, 2005, p. 19.]
	Não se tem um consenso que Mill advogue a essa teoria, entretanto, ao admitir que é esse o caso chega-se ao princípio ético de que o ato moralmente certo será aquele que mais se aproxime do que é mais positivo. Em suma, “o acto certo é sempre aquele que maximiza o prazer”.[10: Idem, Ibidem.]
	Segundo J. O. Urmsom (apud Galvão), a teoria da obrigação de Mill pode ser dividida em duas teses referentes às regras morais. Primeiro é que agindo conforme as mesmas a ação particular estará correta, caso contrário, estará errada pelo ato da transgressão. E segundo, tendo a felicidade como fim último, ela será correta.[11: A esta teoria da obrigação, pode-se dizer do consequencialismo, que para Galvão (MILL, 2005, p. 19) é uma versão de utilitarismo para Mill.]
	Tendo esta teoria de Urmson, caso esteja correta, pode-se observar Mill como não como um utilitarista dos atos, mas um utilitarista das regras. Sobre as regras Mill argumenta em sua obra Utilitarismo que “as acções estão corretas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade”[12: MILL, 2005, 2.2.]
	Stuart Mill busca provar o utilitarismo ao demonstrar que a felicidade (prazer)é algo desejável. Para tal prova, inicialmente, Mill traça uma analogia entre a visibilidade e a audibilidade com o ato de ser desejável. Pois para demonstrar que um objeto é visível, basta as pessoas o verem; para demonstrar a existência de determinado som, basta ser ouvido; da mesma forma Mill argumenta que para demonstrar que algo é desejável, basta que as pessoas o desejem.
	Entretanto, Mill procura demonstrar que o prazer é algo desejável como fim último.de certo, Mill argumenta que 	“a felicidade de cada pessoa é um bem para essa pessoa e, logo, a felicidade geral um bem para o agregado de todas as pessoas”. Em uma última tentativa, Mill tenta mostrar que a felicidade (ou o prazer) não é apenas um dos fins últimos da conduta, mas que ela é na verdade, a única coisa desejável como fim.[13: Idem, 4.3.]
	Com isso, ele quer provar que sendo a felicidade o único fim de toda a ação humana, consequentemente será da moralidade. “Por isso, atender maximamente às exigências da moralidade é agir de maneira a dar origem ao maior total da felicidade”. Destarte, Mill chega à ética utilitarista.[14: Idem, p. 29.]
	Para findar o pensamento, Mill traz o conceito de justiça em objeção à ética utilitarista, crendo que certas injustiças podem maximizar a felicidade geral. Para tal, “Mill faz um percurso argumentativo muito sinuoso para mostrar que a justiça não constitui um ‘obstáculo insuperável’ para o utilitarismo”.[15: Idem, ibidem.]
	Nesta perspectiva, o autor busca característica da justiça e por consequência, identifica situações que podem ser classificadas como justas ou injustas, chegando a seis definições do que seria injusto.[16: (i) violar os direitos legais das pessoas; (ii) violar os direitos morais das pessoas; (iii) não dar a cada pessoa aquilo que ela merece; (iv) violar os compromissos que assumimos perante os outros; (v) favorecer algumas pessoas de uma forma indevidamente parcial; (vi) desrespeitar as exigências de igualdade, cujo conteúdo, no entanto, é muito controverso. (MILL. 2005, p. 30)]
	À justiça, Mill postula uma ideia que pode ser considerada como o cume é que o padrão utilitarista pode vir a justificar a atribuição que é dada a importância das regras da justiça. Concluindo, para Mill, o utilitarista pode conviver bem com as exigências da justiça.
CRÍTICAS AO UTILITARISMO
	Podem-se encontrar vários autores que se opõe ao utilitarismo, porém, dente alguns destaca-se Bernard Willians e John Rawls.
	Para Willians, “o utilitarismo constitui uma forte ameaça à integridade humana”. Para este filósofo, o utilitarismo estaria exigindo que cada pessoa pegue seus projetos e compromissos e os coloquem numa perspectiva absolutamente exterior e impessoal. Com isso, o utilitarismo estaria alienando a vida, e por isso, não seria uma teoria ética aceitável.[17: A integridade, em Willians, tem o sentido de projetos e compromissos pessoais que estruturam e unificam, conferindo sentido determinado.][18: MILL, 2005, p. 36.]
	Já Rawls, acredita que “o utilitarismo ‘não leva a sério a distinção entre os diversos sujeitos’, isto é, não presta atenção suficiente ao facto de cada pessoa ter uma vida própria para viver”.[19: Idem, pp. 36-37.]
CONCLUSÃO
	De forma geral, o utilitarismo busca a felicidade seja ela individual ou coletiva. Aqui, entende-se por felicidade aquilo que pode maximizar o prazer, minimizando a dor. Mill vê o prazer não apenas como Bentham o vê, em duração e intensidade, mas acrescenta nele, a qualidade.
	Desta forma, pode-se compreender que o utilitarismo busca o sentido da existência humana, findando na felicidade. Destarte, traça o caminho desejado, sem cair nos atos egoístas e individualistas. Sabendo que o útil exposto para se alcançar a felicidade pode ser encontrada na ética e na moral.
REFERÊNCIA
BRYCH, Fabio. Ética utilitarista de Jeremy Bentham. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=155. Acesso em: 01/10/2017 às 15:19.
FRAZÃO, Dilva. Biografia de John Stuart Mill. Disponível em: https://www.ebiografia.com/john_stuart_mill/. Acesso em: 30/09/2017 às 08:42.
MACIEL, Willyans. Utilitarismo. Disponível em: http://www.infoescola.com/filosofia/utilitarismo/. Acesso em: 30/09/2017 às 13:46.
MILL, John Stuart. Utilitarismo. [Intr., Trad., Notas: Pedro Galvão.] Coleção Filosofia – Textos. 13ª Edição. Porto: Porto Editora, 2005.
MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia – TOMO IV (Q-Z). Trad.: Maria Syela, Adail Sobral, Marcos Bagno, Nicolás Nyimi. São Paulo: Loyola, 2001.
NAZARETH, Leandro. Fichamento do livro: Utilitarismo de John Stuart Mill. Disponível em: http://leandronazareth.blogspot.com.br/2015/02/fichamento-do-livro-utilitarismo-de.html. Acesso em: 01/10/2017 às 16:18.
OLIVEIRA, Cícero. O utilitarismo em John Stuart Mill. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/dissertatio/article/view/8496/5535. Acesso em: 01/10/2017 às 10:01.
WIKIPÉDIA. Jeremy Bentham. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Bentham. Acesso em 01/10/2017 as 17:08.
__________.Utilitarismo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Utilitarismo. Acesso em: 30/09/2017 às 09:30.

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