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Fichamento Becker

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Nome: Gustavo Souza Menezes
	Nº matrícula: 11711GEO042
Disciplina: Geografia Política 
	Turma: ☐ Diurno ☐ Noturno
	Prof. Dra Rita de Cássia Martins de Souza
	
	Referências Bibliográficas
	O artigo de Becker que iremos trabalhar neste fichamento pretende fazer uma analise sobre as formas com que a Geopolítica foi colocada e estudada ao longo dos anos nas teorias geográficas que tiveram e fazem intervenção sobre o espaço. Onde o autor começa com uma analise sobre um dos primeiros a trabalhar com essas afirmações que foi Ratzel, em seu processo de unificação do Estado Alemão, e, trazendo até a década de 70 com uma outra abordagem de Lacoste e os Neomaquixistas da atuação geopolítica e sua caracterização, com uma outra leitura sobre as forças que se exercem influência sobre o tema e devem ser abordadas.
Coloca se de inicio uma questão no qual a ciência, com foco nas sociais, passava por uma crise de se postular na proposição de formas que compreendessem os momentos que se colocavam naquele contexto histórico, como o avanço tecnológico e modificação que esse fazia sobre o espaço trazendo uma forma globalizante de organização. E com isso ele aponta: 
“A busca de novos paradigmas da ciência e o rompimento das barreiras entre as disciplinas – a transdiciplinaridade – parecem hoje uma exigência, e o rompimento de barreira entre a Geografia e Geopolítica numa perspectiva crítica, integrado à natureza holística e estratégia do espaço, pode representar um passo importante nesse caminho, pois que o poder e o espaço e suas relações são, sem dúvida, problemáticas contemporâneas significativas.” (BECKER, 1988, p.99)
Com isso ele demonstra o ponto no qual ele que focar à abordagem na relação geografia e geopolítica, pretendendo colocar as questões que se sobrepõem no espaço, como o exemplo do Estado e sua perspectiva de controle social, de modificação na produção, nas relações de poder e que para o autor: “Pensamos hoje uma organização do espaço que não existe mais, e a perda desse saber estratégico constitui perda de poder e empecilho à gestão democrática do território.” (BECKER, 1988, p.99) pontuando também a crise com que os geógrafos também passavam para realizar uma leitura sobre o espaço diferente da que se tinha como hegemônica. Assim se coloca necessário para ele como uma forma de se retomar o entendimento sobre o espaço a superação das condições determinantes de analise, que naturalizam as relações ali estabelecidas, como a necessidade intrínseca da estrutura estatal para o funcionamento da sociedade como algo que sempre esteve ali presente. Neste ponto ele usa o exemplo de Ratzel como um expoente na Geografia da naturalização das determinações geopolíticas sobre o território, sendo que seus estudos foram utilizados como forma de legitimar a consolidação do Estado Alemão, mas que para o autor o caminho da negação dos geógrafos sobre os apontamentos de Ratzel não seja a melhor opção em si, pois, assim se perde toda a sua riqueza teórica que moldou o processo de criação da ciência geográfica. E com isso podemos observar ela ser apropriada por outro para a utilização de dominação econômica e social sobre o território. 
“Negar, portanto, a prática estratégica, seja a da origem da disciplina, seja a teorizada por Ratzel, seja a da Geopolítica explicita pelo o Estado Maior, ou a implícita na prática dos geógrafos, é negar a própria Geografia, que foi, assim, prejudicada no seu desenvolvimento teórico e na sua função social. E repensar a geografia envolve necessariamente o desvendar da Geopolítica, sua avaliação crítica e seu resgate, e trazer esse conhecimento para debate na sociedade. Em outras palavras, nesse campo de preocupações, à Geografia caberia a teorização sobre a prática estratégica desenvolvida pela Geopolítica.” (BECKER, 1988, p.100)
Dado essas delimitações e apontamentos do autor sobre a qual contexto os estudos geográficos naquele momento serviam e para a quem a geopolítica se moldava, ele apresenta duas abordagens que quebram a analise determinista, com uma crítica ao que se apontava durante um bom tempo como a principal construção teórica na relação geografia e política, trazendo agora colocações que visam desconstruir essa percepção sobre a Geopolítica:
“Dentre esses estudos, desenvolvidos com as mais várias abordagens, e temáticas, destacam-se duas contribuições. A de Lacoste, que privilegia a Geopolítica e o potencial político do espaço; sua proposta, contudo, é mais metodológica do que teórica. A de geógrafos neomaquixistas, que, por sua vez, privilegiam a teorização da Geografia Política à luz do materialismo histórico, mas reduz o Estado e o espaço a meras derivações do econômico; é o determinismo econômico e, mais uma vez, uma concepção naturalizada e unidimensional do poder.
A naturalização do Estado e do espaço pelo determinismo geográfico e a reação extrema a essa postura criam, assim, um impasse para a analise das relações entre o espaço e o político e a sociedade em geral. Ora se considera o espaço como determinante da ação humana e o Estado como única fonte de poder, ora se nega essa determinação substituindo-a pela econômica, mas sem precisar o papel do espaço e do Estado nessas relações. E mais: tal impasse é simplificador do real, na medida em que não abre espaço para a identificação de novas fontes de poder e para imprevisibilidade dos processos sociais. ” (BECKER, 1988, p. 100)
O apontamento do autor se refere a busca de uma metodologia de estudo sobre essas funções que possam englobar de forma mais ampla e mais clara, questões que normalmente buscamos generalizar e que por isso perdemos todo um contexto especifico que possa vir a ser o motivo do não entendimento real sobre aquele espaço, ou sobre as forças e motivos que levaram aquele caso a se moldar daquela forma com seu contexto histórico próprio. Faz assim apontamentos das duas leituras sobre o espaço apresentadas que buscam se diferenciar da trabalha pelo determinismo, mas que também não são isentas de reflexões críticas.
No seguir do texto o autor trará a questão sobre onde se encontra vinculado os poderes ao final do século XX com as novas estruturas tecnológicas dando um outro ritmo e potencialidade na forma como nos interagimos nos nossos espaços, quebrando um pouco com o debate do Estado-nação ser o único poder que podemos considerar válido e de impacto sobre a sociedade, perdendo o seu caráter de centralizador de sua dinâmica sobre o próprio território. A questão da tecnologia provoca uma mudança na relação que temos com o espaço quebrando muitas das barreiras que havíamos entendidas como limites, ou território, tendo inserção de forma mais global e ampla que vão para além daquele propiciado pela forma de Estado-Nação que tem sua região, local com moldes e traços fortes específicos que ali estão inseridos.
“E como as estratégias espaciais são instrumento e condições da nova relação de poder? Por um lado, o domínio da tecnologia pelas corporações econômico-financeiras transnacionais põem em cheque o poder do Estado; por outro lado, ela revive a questão nacional relacionado à guerra, na medida em que há evidência da emergência de uma ordem mundial militarizada vinculada à decisão de gastos governamentais, dos Estados-Nação, com considerações estratégica próprias não como atores isolados e, sim, como partes de um sistema interdependente de Estado-Nação. Em outras palavras, o padrão global de produção não é moldado apenas pelas forças de acumulação, mas é coderteminado por uma maquina de guerra mundial que movimenta a tecnologia. Enquanto a produção capitalista dá origem a imperativo de acumulação, o sistema de Estado-Nação dá origem a um imperativo de sobrevivência nacional. Paradoxalmente, um espaço de fluxos, de vetores, calcado na comunicação e velocidade acelerada, tende a superar o espaço dos lugares, as fronteiras e os Estados. As sociedades territorialmente localizadas perdem autonomia face dos atores da escala mundial que agem segundo uma lógica globalem grande parte por elas ignorada e não controlada, em unidades que por seu tamanho e transnacionalidade permanecem acima das pressões sociais e controle políticos, e cujas comunicações e decisões se pautam em informações e instruções recebidas segundo a posição de cada local na rede de trocas, e não segundo valores sociais e culturais das localidades.” (BECKER, 1988, p.101-102)
Para o autor uma nova forma de se agir sobre o espaço se coloca, uma estrutura de necessidade interdependência entre as Nações não muito por escolha, mas porque essa nova forma molda essa estrutura a ser de fluxos mais internacionais, de produções e trabalhos específicos a cada região e que depende da outra para se concretizar e se inserir no processo, de uma outra forma por assim de se superar e acessar as barreiras antes estabelecidas no controle central do Estado sobre aquele território. E que só é possibilitado pela comunicação e velocidade acelerada que esses novos tempo colocam, e todo essa estrutura agora muito envolta em torno das corporações, mas que trazem uma nova dialética com as relações estabelecidas sobre o espaço; 
“No entanto, a sociedade e o espaço não apenas expressão de processos econômicos e tecnológicos, que, na verdade, são resultado de decisões políticas e estratégias organizacionais. As tendências de reestruturação técnico-econômicas do espaço de fluxos devem ser confrontadas com projetos alternativos vindos da sociedade, do espaço territorial.” (BECKER, 1998, p.103) 
A dialética tratada aborda uma colocação que busca pontuar que o espaço mais regional no qual essa estrutura global vai se inserir, pode produzir especificidades ou projetos alternativos de como se moldara ali a nova ordem, podendo a ter ser em um processo de negação a essa nova estrutura/molde e validação na verdade das antigas formas.
Com a crise da estrutura do capital nos séculos 60/70 que necessitou das forças regentes sobre a produção uma reorganização em suas estruturas, passamos a encarar um novo processo que já avinhamos abordando acima nas nossas relações sociais e que interferem fundamental nos conceitos que aqui queremos trabalhar. Entre eles se localiza o Estado como um dos conceitos que passou por mudanças, dando uma nova dinâmica ao processo de acumulação que necessitava criar outras bases para se manter e se reestruturar, para isso, não só o Estado se modifica, mas também Becker delimita em dois campos que impulsionaram esse processo que se inter-relacionam; o já colocado aqui da reestruturação da acumulação e o processo de revolução tecnológica. Em três pontos ele conceitua bem esses diversos temas: 
“1 – A crescente internacionalização da economia capitalista e tendência mais global, conduzida pelas corporações multinacionais. Não se trata mais apenas de sua extensão planetária e de um mercado unificado, mas, sim, de total interdependência das economias nacionais ao nível do capital, do trabalho e do processo produtivo, e da emergência de uma nova divisão internacional do trabalho em que nações e países deixam de ser as unidades econômicas de nova realidade histórica.
2 – As estratégias planetárias. Tal internacionalização é assegurada por um crescimento interativo entre elementos dissociados de conjuntos de escala planetária controláveis por meio da comunicação. A escala planetária de atuação é possível pela redefinição da relação capital-trabalho decorrente do aumento da produtividade com grande redução dos custos do trabalho pela automação pela segmentação da produção. O desenvolvimento tecnológico da produção e o do transporte e a estandartização de processos produtivos tornam a corporação independente do seu ambiente imediato, permitindo-lhe tirar partido da diversidade do espaço e combinar recursos em escala planetária. Fica, assim, facilitada a divisão espacial do trabalho, dissociando-se espacialmente as operações e a produção de algo nível, que exigem trabalho altamente qualificado e se localizam em áreas limitadas – “cidades mundiais” – das operações de rotina, que utilizando trabalho não qualificado podem se estabelecer em variada gama de localidades, em construções gigantescas, cuja a justaposição à vida local implica profundas clivagens ambientais e sociais.
3 – A nova forma do Estado. O fortalecimento do poder das corporações representa a perda de poder pelo Estado, na medida em que os países deixam de ser unidades econômicas de realidade histórica e o Estado perde o controle sobre o conjunto do processo produtivo, fato agravado nos Estados subdesenvolvidos pela divida externa. Sob condições de menor autonomia do Estado , amplia-se sobremaneira a fragmentação do espaço nacional pela apropriação e gestão privada de grandes parcelas que, vinculadas a um espaço transnacional, são relativamente autônomas.” (BECKER, 1988, p.107)
Com isso acentua-se o novo papel no qual o Estado passa a operar em uma âmbito de preparação de guerra, militarizado; se inserindo na logica de concorrência com as estruturas privadas, e um giro sobre o seu papel financeiro de não ser primordial a garantia social e de redistribuição, mas sim de um papel dependente econômico sobre as dividas e em constante crises fiscais.
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