Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Os primeiros habitantes e a Romanização Os lusitanos formavam pequenos estados, aristocráticos-cidades. Estas possuíam um chefe que exercia poderes políticos, religiosos e judiciais sobre os habitantes. A partir do séc.II a.C, embora revoltados, os lusitanos, absorveram a cultura romana. Houve uma reforma administrativa onde se dividiu a Península Ibérica em 3 províncias, com isto instalou-se também a administração da justiça; que existia para fins judiciais cada província estava dividida em unidades menores, chamada “conventus”, cada um estava responsável para administrar a justiça em seu território. A romanização foi coroada em 212 d.C, com a Constituição Antoniana, que concedeu cidadania romana a todos os habitantes do império. OS MUÇULMANOS A PENÍNSULA IBÉRICA Os muçulmanos, ou mouros, como era conhecidos, permaneceram até o séc. XV influenciando sobremaneira a cultura da região onde hoje estão Portugal e Espanha. A influência só não foi maior por causa da política de tolerância dos muçulmanos. O direito muçulmano se personalizava em razão do credo da pessoa – “infiéis” - Cruzada Santa. O NASCIMENTO DE PORTUGAL “Portugal nasceu com uma espada na mão.” Guerra de Reconquista – expulsão dos muçulmanos – não ao sistema feudal – hierarquia – manter exército – cobrança de impostos. Com isto, Portugal é o primeiro a tornar-se um Estado no sentido moderno do termo. D. Diniz monarca – 1279 a 1325 – unificou a língua em todo o território – português em todos os documentos públicos - fundação das Universidades. Lei das Sete Partidas – suplantar o direito velho. O Direito muçulmano – Alcorão – vindicta privada – atrasou a inserção do Direito Público e Português, onde perdurou no início a justiça pública e a privada. O Serviço judiciário foi reestruturado – Juiz, também aumentou o número de almotacés, inspetores, introduziu o cargo de Procurador do Concelho – (gérmen do Ministério Público) e diminuiu o poder dos senhores de terra. Atos emanados de poder executivo através dos quais, na Península Ibérica medieval, eram promulgadas normas, decisões e outras medidas destinadas a regulamentar os mais diferentes assuntos. As ordenações Afonsinas Primeira compilação de fato com características eminentemente portuguesas. Iniciou no reinado de D. João I – 1385, mas por vários problemas, o trabalhado só foi concluído em 1446. Um dos objetivos era defender a independência portuguesa, o outro era diminuir ou acabar com as várias leis dispersas pelo reino. AS ORDENAÇÕES MANUELINAS Em 1505 - D. Manuel, chamado “o venturoso”, mandou revisar as ordenações Afonsinas e desta revisão gerou a nova ordenação - Manuelina em 1521. É diferente da anterior, pois esta é feita em decretos – normas novas, mas ambas mantém o direito romano como subsidiário. O herdeiro do trono, D. Sebastião, seu regente, D. Henrique incumbiu Duarte Nunes Leão de compilar as leis posteriores, o que foi feito e aprovado em 1569. Alguns autores denominam de Compilação D. Duarte Nunes Leão, outros de Código Sebastiânico. D. Sebastião assumiu o trono em 1571, foi criado por jesuítas e era um adolescente que desejava ser herói. Seu mito chegou a influenciar a Guerra dos Canudos, embora para a história ele fosse tido como um tolo. Em 1578, ele saiu de Portugal para combater os infiéis – os muçulmanos e perdeu a batalha no norte da África e seu corpo nunca foi encontrado, mas tinha filhos o que abriu uma série de crise dinástica. Foi o rei da Espanha, Filipe II, neto de D. Manuel. Em 1603, no reinado de Filipe II que foi promulgada a Ordenação Filipina, o mais duradouro documento jurídico tanto da história de Portugal quanto do Brasil. O PERÍODO POMBALINO Em Portugal, o iluminismo foi utilizado para reforçar o absolutismo. Foi nomeado Sebastião José de Carvalho e Melo e o Marquês de Pombal para realizar as reformas do Estado Português, mas estas reformas todas foram para fortalecer o Estado – reforçar o absolutismo. Duas obras de Pombal que chama mais atenção: Edição da Lei de Boa Razão – que formulava a estrutura jurídica do direito subsidiário. Reforma dos Estatutos das Universidades – introduzindo as cadeiras de Direito Natural, História do Direito Romano e do Direito Pátrio, Direito Público Universal e Direito das Gentes. Portugal iniciou seu “caminho constitucional”, um tanto tortuoso é verdade, depois da situação gerada pela invasão da França Napoleônica e da transferência da família real portuguesa pelo Brasil. Em 1821 – as cortes aprovaram o projeto de Bases de Constituição Portuguesa, baseado nos ideais iluministas – fizeram um novo pacto social. Em 1822 – revolta “Vila-Francada” liderada pelo infante D. Miguel – irmão de D. Pedro I do Brasil – revogou a constituição e restaurou o Absolutismo. A Constituição de 1826, chamada de Carta Constitucional – foi feita no modelo que já havia sito aplicado no Brasil. A sua principal fonte foi a constituição de 1824 – com o poder Moderador. Em 1828 esta conta foi anulada por D. Miguel e iniciou um período de guerra civil que acabaria somente em 1834, com a derrota de D. Miguel para D. Pedro, que abdicava no Brasil, e com a morte daquele a carta de 1826 volta a vigorar. Com a revolta Setembrista, obrigou D. Maria II a retornar com a constituição de 1822 ao mesmo tempo em que elaborava uma nova constituição. Em 1838, Portugal tinha uma nova Constituição. Em 1842 um golpe de Estado restaura a Constituição de 1826 que permaneceu até 1910, ano da Proclamação da República em Portugal, com revisões em 1852, 1885 e 1896. Em 1916 – 1° revisão, mas em 1915 tinha sido suspensa durante a breve ditadura de Pimenta de Castro. Em 1926 – nova revolta militar – que instituiu novamente a ditadura, que cessou a vigência da Constituição de 1911 que foi substituída pelo texto da Constituição de 11 de abril de 1933. A atual Constituição de Portugal foi promulgada em 1976 após a reinstalação da Democracia. Sem fé, sem Lei, sem Rei. A língua mais utilizada era o tupi, que não tinha a pronúncia da letra F, L e R, o que foi utilizado pelos portugueses como uma forma de depreciação do índio porque, comparados com os europeus da época, não eram cristãos, não tinham fé, não legislavam, não tinham lei, não tinham um chefe supremo, não tinham rei. OS TRATADOS ANTES DO BRASIL E LIMITES DE TERRAS. 1°- Tratado de Toledo – 1480 2°- Bula Inter Coetera – 1493 3°- Tratado de Tordesilhas – 1494 No antigo sistema colonial a colônia existia para dar lucros e desenvolver a metrópole. O Brasil não era interessante para Portugal, pois os índios não eram mercado considerável – mas tínhamos “a árvore” – o pau-brasil, conhecida pelos índios como Ibirapitanga. A manutenção deste domínio não era tarefa fácil – (1521- 1557), a reação muçulmana onde se fazia presente, eles lançavam-se uma Guerra Santa contra os cristãos portugueses com o objetivo de retomar o domínio do comércio. As ameaças não vinham somente dos muçulmanos, mas também da França e da Inglaterra, que buscavam lugares que Portugal e Espanha não tinham tomado posse, desrespeitando o Tratado de Tordesilhas. A descoberta espanhola de imensas minas de prata e ouro, fez com que Portugal considerar e tomar posse do lado oeste do meridiano. O problema era que Portugal não tinha condições financeiras e humanas para tomar posse de um território tão vasto quanto o Brasil. A solução encontrada foi a privatização da colônia – as capitanias hereditárias – sistema que já havia logrado êxito no norte da África. Pedaços de terra eram doados em usufruto hereditárioe os donatários. Os donatários recebiam as Cartas de Doação e os Forais. As capitanias hereditárias enquanto sistema de Colonização foram um fracasso, somente duas – a de Pernambuco e São Vicente. Município – princípios de administração local, organização e atribuições politicas, administrativas e judiciárias semelhantes às da metrópole. Governo Geral em 1548 – os governadores estariam, ao mesmo tempo, sujeitos diretamente ao poder metropolitano e sujeitando a Colônia a este controle. Coordenar a defesa da terra contra ataques instalando fortes, conservando-os, construindo navios, armando colonos. Evitar a escravidão dos índios - catequese. Obra de marketing dos jesuítas – dois motivos para a não escravidão dos índios: 1 – Não atendia o pressuposto da relação metrópole - colônia – dar lucro e a escravidão negra que era interessante – lucros exorbitantes a Portugal – os índios era a escravidão local e não envolvia lucros. 2 – Era o interesse e necessidade de Portugal, de tornar o índio parte da obra de colonização. “O índio foi o problema mais complexo que a colonização teve de enfrentar” Caio Prado Júnior. Ao governo geral não cabiam novas funções que foram delegadas para outras pessoas, como almotaces, juiz ordinário – mas a jurisdição destes era tão intensa que era impossível cobrir todo território. Havia as correições e visitações – o problema é que estas na prática raramente aconteciam. Depois das Ordenações Filipinas a estrutura judiciária do Brasil – organizou-se em: - Ouvidor, juiz ordinário ou da terra; juiz e vintena; almotaces; juiz de fora; juiz de órfãos. - Para o 2° e 3° graus de jurisdição, o órgão máximo era a casa de Suplicações em Lisboa. A empresa açucareira do nordeste brasileiro dava lucros ótimos e alcançavam a terça parte do valor bruto do produto – o açúcar era refinado e distribuído pela Holanda. Filipe II – proibição tácita do Rei da Espanha e de Portugal, dos holandeses comercializarem com qualquer de suas possessões incluindo a região do açúcar no Brasil. Em 1624, os holandeses invadiram a Bahia, mas em menos de um ano foram expulsos pelas tropas enviadas da Península Ibérica. Tentaram novamente em Pernambuco e o fizeram com preparo e força formidáveis. Iniciou-se o período conhecido como “Brasil Holandês”. A Espanha envolvida na Guerra dos Trinta Anos com a França não poderia ameaçar, restava resistir ou acomodar-se. Esta última foi a opção escolhida até o momento que os portugueses retomaram a soberania e seu país. Os holandeses no nordeste adaptaram a estrutura jurídica-administrativa seguindo seus modelos. As penas eram cruéis e com requintes de barbáries. A descoberta do ouro no Brasil não ocorreu por acaso. O século XVIII significou para Portugal o início da dependência para com a Inglaterra e o aumento da crise econômica com a perda de grande parte de seu império ultramarino e a queda dos preços do açúcar por causa da concorrência. Só no final do século encontraram jazidas importantes e provocaram grande mudança na colônia e na metrópole. Com este aumento e interesse da metrópole na produção aurífera – foram criadas legislações específicas – Código Mineiro de 1603 e 1618 e o Regimento de 1702. - O Código Mineiro estabelecia que todos os súditos do rei podiam extrair livremente o ouro, desde que reservassem para a Real Fazenda a quinta parte do produto – 1/5 – Quinto da Coroa – hoje 2/5. - O Regimento – a administração das Minas subordinada diretamente à Coroa. - A Intendência das Minas ligada somente a Lisboa – policiamento, fiscalização e direção, cobrança de impostos, e juridicamente, funcionava como tribunal de primeira e última instância. Substituição do Provedor por um Superintendente – teria que ser eficiente no sistema de cobrança do quinto. Em 1700 – o ouro em pó circulava ilegalmente, foram criados centros de inspeção policiados – chamados Registros. Um Regimento de 1702 reforçava esta medida além de estabelecer que o pagamento de quinto poderia ser feito nos próprios Registros durante transações comerciais. Este sistema de arrecadação perdurou até 1710 quando houve tentativa de cobrar os impostos pelo número de escravos em exercício efetivo nas minas, mas esta forma não perdurou devido à várias revoltas. Em 1713 se propôs alterar o quinto por uma quantia anual – sistema de fintas – mas a Coroa em 1735 criou um sistema mais eficiente e mais cruel: a “Taxa de capitação dos escravos e o censo das indústrias”; incluído a cobrança per capita de escravos utilizados – incluindo os escravos não utilizados – incluindo os escravos não utilizados na mineração e cobrança de pessoas livres que mineravam e todos da região das minas da mesma maneira. Em 1751 a Coroa voltou atrás e implantou o Sistema de quotas anuais, entretanto, havia um mínimo a ser pago, muito alto e, portanto muito difícil de cumprir, o que levaria à Derrama.
Compartilhar