Buscar

Estudo dirigido Cana de ac u car

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade do Estado de Mato Grosso
Campus universitário de Nova Mutum
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Agrárias
Curso de Agronomia
Disciplina de Plantas Industriais I
Prof° Anderson Bays
ESTUDO DIRIGIDO – CANA-DE-AÇÚCAR
Nomes: Franciele G. de Oliveira, Jéssica G. Casagrande Data:19 /07/2014.
Faça a descrição botânica da cana-de-açúcar, classificação, anatomia, morfologia e características pertinentes da planta.
R: A cana é uma cultura semiperene, do gênero Saccharum, família Poaceae, tribo Andropogoneae, representada também pelo milho, sorgo e arroz. Apresenta inflorescência em forma de panícula, o caule é em forma de colmo, folhas invaginantes com limbo, e raízes fasciculadas. É uma cultura que produz em pouco tempo alto rendimento de matéria verde, energia e fibras. Possui centro de diversidade em Nova Guiné e centro de origem desconhecido. 
Como a cana possui baixa resistência a doenças e alta exigência em solo e clima, é de suma importância o conhecimento do centro de origem da cultura para obtenção de um maior número de plantas da espécie para uma maior obtenção de variabilidade genética para o melhoramento genético da mesma. A hibridação é feita entre diferentes espécies do gênero Saccharum, as mais utilizadas são Saccharum officinarum, S. barberi, S. robustum, S. spontaneum, S. sinensis, S. eduli. A espécie S. spontaneum vem contribuindo bastante com o melhoramento devido suas características de vigor, perfilhamento, capacidade de rebrota e resistência a doenças e pragas; S. robustum apresente menos participação nos híbridos atuais exceto os havaianos, devido apresentarem porte alto, colmos fibrosos e serem pobres em sacarose; S. sinensis apresenta colmos finos e fibrosos, ricos em sacarose e sistema radicular resistente a estresse hídrico; S. barberi apresenta porte médio, colmos finos e fibrosos e são pobres em sacarose, são rústicos e pouco exigentes em solo, susceptíveis a mosaico e tolerante ao frio. 
As características botânicas da planta compreendem: o perfilhamento influencia todo o manejo da cultura. Cada perfilho comporta-se como uma planta independente e autônoma, pois possui órgãos próprios como raízes, folhas e frutos embora ainda continuem tendo contato entre si através da touceira podendo realizar trocas de nutrientes e água entre si, o perfilhamento é afetado por fatores como luz, temperatura, umidade do solo e nutrientes; a fase de perfilhamento determina a produtividade da cultura, embora nem todos os perfilhos sobrevivam. Os colmos apresentam formato cilíndrico e apresentam nós e entrenós, são definidos como a porção acima do solo que sustenta folhas e inflorescências; o colmo é formado por: nó (região onde se insere a bainha da folha); zona radicular (inclui a gema e vários primórdios radiculares); anel de crescimento (região com células que permitem o alongamento do entrenó); zona cerosa e entrenó e cicatriz da bainha. Características como coloração e formato do colmo são de suma importância, pois contribuem para a identificação das variedades. As gemas localizadas em cada nó são dispostas no colmo alternadamente e protegidas pela bainha da folha e apresentam diferentes formatos. A casca, formada por camadas de células lignificadas possuem função de proteção de tecidos internos. Internamente ao colmo, há os feixes vasculares que transportam água e nutrientes entre o sistema radicular e as demais partes da planta (xilema e floema). O tecido mais macio que envolve os feixes é formado por células que armazenam o caldo contendo açúcar. As folhas são responsáveis pela interação da planta com a atmosfera, trocando gases e vapor de água através dos estômatos que se abrem e fecham em função da turgidez das células-guarda, nestas estão localizados os cloroplastos que realizam fotossíntese; as folhas são alternadas, opostas e presas aos nós dos colmos, sendo divididas em duas partes: superior (conhecida como lâmina) e inferior (envolvendo o colmo, chamada de bainha). A lâmina que varia em comprimento conforme a variedade é sustentada por uma nervura central que se estende por todo seu comprimento, costuma ter bordos serrilhados podendo em algumas variedades apresentar pêlos (joçal) no dorso das bainhas o que dificulta o manuseio. As folhas são numeradas de acordo com o sistema Kuijiper que contribui para padronizar os estudos de crescimento, nutrição e diagnose foliar (no topo da planta, onde se localizam as folhas mais novas é denominada folha +1; as folhas mais velhas e secas recebem numeração crescente +2, +3... e as folhas mais novas em direção ao ponteiro e gema apical recebem numeração 0, -1, -2...). o florescimento da cana é indesejável em campos comerciais (devido diminuírem a produtividade) e de suma importância para programas de melhoramento, podendo ser induzido ou inibido através de variações nas épocas de plantio e corte, localização das áreas de cultivo, uso de maturadores ou inibidores do florescimento, irrigação, adubação, manejo artificial do fotoperíodo entre outros. Para ocorrer o florescimento é necessário diferentes condições de fotoperíodo, temperatura e umidade; o tipo de inflorescência é de panícula e a flor é hermafrodita com um óvulo; os pistilos tem terminação com estigmas roxas ou vermelhas, caracterizando aspecto plumoso da panícula; o androceu possui três estames com uma antera cada um; possui grão de pólen pequeno, sobrevivendo apenas 12 minutos após a dispersão pelo vento, após 35 minutos nenhum grão de pólen é viável. O florescimento esta ligado ao fenômeno de isoporização (ocorre quando há desidratação dos tecidos do colmo devido o transporte de caldo e açúcares às panículas) ou chochamento dos entrenós sendo altamente prejudicial ao uso industrial da cana devido reduzir a eficiência da extração da sacarose. O sistema radicular tem função principal de sustentação e absorção de água e nutrientes. A cana planta apresenta menor concentração de raízes que as soqueiras, tendo, a primeira maior eficiência de absorção por unidade de superfície devido apresentar conjunto de raízes mais novas e tenras que as soqueiras, que possuem maior proporção de raízes velhas e lignificadas. 
Descreva os meios de propagação da cana-de-açúcar, ressaltando os procedimentos e técnicas de plantio.
R: A propagação vegetativa da cana-de-açúcar ocorre por meio de colmos, que são tipos de caules onde os nós e entrenós são bem visíveis. A gema axilar, conhecida popularmente como broto, é ligada a um fragmento deste caule e, a partir dela, forma-se uma nova planta. A primeira safra pode ser colhida aproximadamente um ano depois do plantio e, em sequência, novos brotos surgem a partir de gemas que ficam na região inferior da planta, após o corte da parte aérea, desta forma é garantida mais de uma safra. Porém, a produtividade cai após cada colheita, sendo necessária a renovação do canavial a cada cinco ou seis cortes.
 A implantação e condução da cultura da cana são de grande importância, pois constituem fatores que podem elevar a vida útil do canavial pelo aumento do número de cortes econômicos. Para plantio convencional de cana é utilizado o método de propagação vegetativa através de estacas ou toletes (pedaços de colmo contendo duas ou três gemas), a partir destas, desenvolvem-se os colmos primários que originam os secundários e assim sucessivamente, formando touceiras. 
A brotação das gemas requer grande atenção, pois determina a quantidade da população de plantas do campo. A secção do colmo é realizada visando garantir boa porcentagem de brotação, uma vez que toletes com maior número de gemas têm porcentagem de brotação diminuída em decorrência da dominância apical. Dillewijn (1952) e Malavolta e Haag (1964) enfatizaram que assim que ocorre a brotação, esta induz a formação de auxina, fazendo com que as demais gemas não brotem ou o façam com atraso, o que resulta numa menor porcentagem de brotação, quando comparada com o uso de toletes com menor número de gemas. 
Estudos realizados avaliando plantio de cana inteira visando diminuição damão de obra apresentaram boa brotação inicial. Lonsdale (1978) comparou o plantio de cana inteira com a cana picada, utilizando uma, três, cinco e sete gemas e concluiu que o plantio da cana inteira obteve rendimentos semelhantes aos demais tratamentos, apresentando germinação mais lenta. Outra técnica utilizada para multiplicação vegetativa da cana é a micropropagação (in vitro) onde pequenos fragmentos de tecido vivo chamados explantes, são isolados de uma planta, desinfetados e cultivados assepticamente por períodos indefinidos em um meio de cultura apropriado, tendo como objetivo obter uma nova planta idêntica a original (clone). Para a propagação ser eficiente, primeiro deve ser realizada a desinfestação dos explantes, a determinação de meios de cultivo específicos e demais condições ideais para este modo de cultivo. Outra forma de acelerar a multiplicação é a divisão de touceiras. Na fase de pós-perfilhamento as touceiras podem ser arrancadas, divididas e replantadas a cerca de meio metro cada, necessita de irrigação até a pega das plantas. Uma nova forma de cultivo desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) utiliza mudas pré-brotadas, que proporciona um rápida produção de mudas, associado ao elevado nível de sanidade, vigor e uniformidade de plantio. As etapas que compreendem esse sistema são: corte de minirrebolos (não são utilizados colmos como sementes, no lugar, são utilizadas mudas pré-brotadas, produzidas a partir de cortes de cana chamados minirrebolos nos quais estão as gemas), tratamento dos minirrebolos (após o corto, é feita uma avaliação visual, avaliando a sanidade e qualidade das gemas de cada minirrebolo, em seguida, recebem um banho térmico e são tratados com fungicidas), caixas de brotação (os minirrebolos são colocados em caixas de brotação com um substrato próprio para a produção de mudas e levados à estufa com temperatura e umidade controladas), indvidualização ou repicagem (depois de 12 dias na estufa, as gemas são individualizadas e cada uma colocada em tubete próprio), aclimatação (iniciada a primeira fase de aclimação, que dura cerca de quinze dias, período no qual a muda volta para a estufa e as raízes se desenvolvem), rustificação (aclimatação a pleno sol, quando a muda é exposta às condições do ambiente onde será cultivada, com irrigação reduzida e realização de podas), muda pré-brota (ultima etapa – ao final de 60 dias, período do ciclo completo, a muda é retirada do tubete e está pronta para ser plantada).
Faça uma resenha sobre as diferenças agronômicas de “cana soca” e “cana planta”.
R: Conforme a época de plantio, a cana pode levar um período mais longo ou não, para completar o ciclo. A cana-planta é assim chamada quando passou por um período de 12 a 18 meses para ser colhida pela primeira vez. Nesse tipo de plantio, a cana é plantada pouco tempo após a última colheita (entre setembro a outubro) e será colhida no mesmo ano; nesta opção, a terra será sempre cultivada com cana, mas a produtividade é mais baixa. Após o primeiro corte, o canavial é colhido em média mais quatro vezes (cana soca) a partir da rebrota da cana cortada (soqueira). Plantando a cana de janeiro e março irá completar seu ciclo em cerca de 18 meses sendo chamada de cana de ano e meio. As rebrotas da cana se caracterizam por 4 a 5 cortes quando então a lavoura é renovada com uma cana de ano ou de ano e meio.
Caracterize as pragas e doenças da cana-de-açúcar, ressaltando os meios de controle.
R: Pragas:
Broca da cana-de-açúcar - lagartas de coloração branca amarelada, com pintas pretas em todo corpo, os adultos são mariposas com 2,5 centímetros e de coloração amarelo-palha, colocam seus ovos nas folhas; os ovos tem aparência de escamas peixe. Provocam como dano abertura de galerias no colmo que causam a morte dos brotos e tombamento das plantas, além de contribuírem para facilitar a entrada de patógenos que causam a diminuição da produção de açúcar e de álcool. Para avaliação da necessidade de controle é feita a amostragem, onde é coletado trinta plantas de cana/ha em cinco diferentes pontos de amostragem em forma de ziguezague em uma área de um hectare, sendo coletadas seis canas em cada ponto da área de amostragem. Após esse procedimento, a cana deve ser partida longitudinalmente, para avaliar a intensidade da avaliação através da seguinte fórmula: intensidade da infestação = nº de entrenós brocados x 100 / nº total de entrenós (se o resultado for maior que 5% o controle deve ser realizado). Os métodos para controle da praga é a utilização de cultivares resistentes, eliminação de plantas hospedeiras, utilização de Trichogrammas (parasitas de ovos) e a utilização de Vespas Cotésia que são parasitas, depositando seus ovos dentro das lagartas.
Cigarrinhas – essa praga geralmente aparece no período das chuvas. Há dois tipos de cigarrinha, uma ataca raízes (cigarrinha de coloração avermelhada, a fase jovem forma uma espuma próximo às raízes onde sugam a seiva) e outra as folhas (cigarrinhas maiores que as que atacam as raízes, possuindo coloração avermelhada escura do corpo e cabeça coloração marrom esverdeada). Esta praga injeta toxina na planta causando manchas amareladas e enrolamento das folhas, o que causa a diminuição da produção de açúcares pela planta. O controle é realizado através do fungo conhecido como fungo-verde, que infecta a cigarrinha e a mata. A aplicação do fungo deve se feita em dias úmidos (cerca de 80% UR) com uma proporção de aproximadamente 200 gramas de esporos viáveis por hectare. Aranhas também contribuem para o controle devido serem inimigos naturais da cigarrinhas, se alimentando das ninfas e adultos. 
Lagarta Elasmo – possui coloração verde-azulada, com a cabeça pequena e marrom, os adultos possuem coloração cinza e medem cerca de 1,5 a 2,5 cm. As lagartas atacam a planta na superfície ou um pouco abaixo do nível do solo, onde constroem galerias no colmo da cana, provocando sintomas como amarelecimento das folhas, murcha das folhas e secamento da planta. Não há controle efetivo para esta praga a manutenção de solo úmido através da cobertura do solo com vinhaça proporciona um controle da praga.
Broca Gigante – adultos de coloração escura, quase preta com manchas brancas, as lagartas são brancas com pontuações pardas; causam sintomas de coração morto. Não há controle eficiente para essa praga, pode-se usar trichogrammma para parasitar os ovos das mariposas, ou realizar a catação manual.
Besouro Migdolus – larva branca leitosa, chegando a medir 4 cm; o ataque ocorre em reboleiras atacando os toletes e rizomas que emitem poucas raízes, provocando o secamento de touceiras nas reboleiras infestadas. Alguns fatores biológicos dessa praga favorecem seu controle: baixa capacidade reprodutiva, a fragilidade das larvas, curto período de sobrevivência dos machos e a ausência de asas funcionais nas fêmeas o que restringe a disseminação. Uma técnica de controle que pode ser aplicada é a rotação de cultura, a eliminação de soqueiras atacadas, uso de armadilhas com feromônio, aplicação de inseticidas no sulco para eliminar as larvas.
Cupins subterrâneos – devido construírem seus ninhos abaixo do nível do solo, causam falhas na germinação, danificam os toletes (cana semente), na cana já crescida aproveitam galerias de outras pragas para obterem alimento. Para controle podem ser utilizados fungos que provocam patogênicos para os cupins ou controle químico. Para avaliar a necessidade de controle é feita uma amostragem avaliando dez touceiras por hectare. É avaliado nessas touceiras a presença de cupins, se avaliadas dez touceiras se faz o controle quando há três destas atacadas por cupins. Para áreas acima de 20 hectares avalia-se 30 touceiras, quando sete destas tiverem presença de cupins o controle deve ser efetuado; outra alternativa é fazer o tratamento da cana semente com cupinicidas.
Percevejo Castanho – suga a seiva e injetam toxinas (causado amarelecimento das plantas e secagem das mesmas) causando queda da produção. Estes percevejos tanto na fasejovem como na fase adulta ficam no solo, nas raízes. Os adultos tem coloração marrom enquanto que as ninfas possuem coloração branca. Para controle, deve ser feito a eliminação de restos de cultura, controle químico.
Cochonilha – formam colônias nas bainhas das folhas; existem estudos que afirmam que a cera que as cochonilhas possuem prejudica o processo de decantação do álcool na usina. Quando o ataque é intenso, o controle recomendado é a queimada das reboleiras atacadas.
Pulgões – sugam a seiva mas não causam grandes prejuízos devido as plantas serem resistentes à esse inseto. O maior problema dessa praga é ser vetor de vírus do mosaico (amarelinho); o melhor método de controle é a eliminação de touceiras doentes ou utilizando cultivares resistentes à doença, outro tipo de controle é com a larva do “mindinho” inimigo natural dos pulgões. 
Doenças:
Carvão (Sporisorium scitamineum) – causada por fungo, sendo dispersa através do vento e lantio de mudas contaminadas. Apresenta os seguintes sintomas: emissão de chicotes, afinamento dos colmos, superbrotamento das touceiras, produção de galhas em gemas laterais do colmo, subdesenvolvimento da planta. Controle: uso de variedades resistentes ou tolerantes, plantio do viveiro em solos não contaminados e isolamento de canaviais com alta infestação, eliminação de focos de ocorrência de carvão, para as plantas com carvão, o chicote deve ser retirado e ensacado e as touceiras devem ser eliminadas.
Mosaico (Vírus do Mosaico da cana-de-açúcar – SCMV) – é caracterizada pelo aparecimento de manchas de coloração amarelada, alternadas por manchas de colorção verde normal, principalmente em folhas mais jovens do cartucho foliar. Em variedades muito susceptível pode-se observar sintomas no colmo. É disseminada por pulgões e uso de material vegetativo proveniente de plantas doentes.Controle: uso de variedades resistentes ou tolerantes e utilização de mudas sadias.
Escaldadura das folhas (Xanthomonas albilineans) – causada por uma bactéria. Provoca três diferentes tipos de sintomas, dificultando a identificação das plantas doentes: Latêcia- sem sintomas externos; em colmos maduros, internamente observa-se mudança da coloração dos vasos, semelhantes à sintomas de raquitismo. Sintoma Crônico- sintoma clássico da escaldadura, estrias brancas longitudinais, de largura variável que se estende por todo limbo foliar, podendo descer pela bainha, observa-se inicio da brotação das gemas laterais em colmos maduros. Sintoma agudo- ocorre apenas em condições extremamente favoráveis à doença e em variedades suscetíveis; os sintomas são queima das folhas, intensa brotação lateral iniciando-se da base para o ápice e grande numero de plantas mortas. A transmissão dessa bactéria ocorre por meio de mudas contaminadas, instrumentos de corte e permanência de remanescentes de cultivos anteriores. Controle: uso de variedades resistentes ou tolerantes, desinfecção de instrumentos de corte, emprego de mudas sadias.
Raquitismo da soqueira (Leifsonia xyli subsp. xyli) – causado por uma bactéria e não apresenta sintomas específicos, não podendo ser identificado visualmente; plantas doentes podem apresentar redução do crescimento, na região do nó podem ser observadas pontuações avermelhadas. A transmissão ocorre por meio de mudas contaminadas, instrumentos de corte e permanência de remanescentes de cultivos anteriores. Controle: uso de variedades tolerantes/resistentes, desinfecção de materiais de corte, uso de mudas sadias, tratamento térmico.
Ferrugem marron (Puccinia melanocephala) – causada por fungo, os sinais iniciais são a presença de “Felks” que formarão as pústulas que são visíveis apenas na parte baixeira das folhas. Os sintoma observado é o subdesenvolvimento da planta; sendo essa doença transmitida pelo vento e pela água. Controle: uso de variedades tolerantes/resistentes, controle com fungicidas nas variedades suscetíveis.
Ferrugem Alaranjada (Puccinia kuehnii) - causada por fungo, os sinais iniciais são a presença de “Felks” que formarão as pústulas que são visíveis apenas na parte baixeira das folhas, é comum observar a junção de pústulas e a necrose foliar, principalmente nas pontas e bordas das folhas mais velhas, e aparecimento de pústulas próximo à bainha das folhas. Provoca o subdesenvolvimento da planta e a transmissão ocorre através do vento e da água. Controle: uso de variedades tolerantes/resistentes, controle com fungicidas nas variedades suscetíveis.
Estrias Vermelhas (Acidovorax avenae subsp. avenae) – provocada por bactéria, observando-se dois tipos de sintomas: estrias vermelhas (sempre paralelas à nervura central, podendo atingir a nervura central) e podridão do topo (pode ocorrer a partir da infecção das folhas ou diretamente a partir da infecção do colmo ou das gemas, podendo provocar um forte odor desagradável), a transmissão ocorre via vento e água da chuva. Controle: uso de variedades resistentes/tolerantes.
Podridão do Abacaxi (Ceratocystis paradoxa) – provocada por fungo, com maior ocorrência em épocas de frio, os sintomas são falhas de brotação principalmente em plantios tardios no inverno, no interior dos toletes atacados observa-se uma coloração amarelo-pardacento, que evolui para preto, os toletes atacados exalam cheiro de abacaxi maduro. A disseminação ocorre via solo e mudas contaminadas e esporos levados pelo vento. Controle: utilização de fungicidas, manejo de época de plantio, uso de insumos para estimular o rápido desenvolvimento da cana em plantios de inverno.
Mancha parda (Cercospora longipes) – causada por fungo, tendo como sintomas pequenas manchas no limbo foliar, as manchas vermelho-escuras se distribuem pela folha delimitado por um halo amarelado, com o avanço da doença, as manchas se alongam e o halo desaparece, essa doença é transmitida pelo vento e água da chuva. Controle: uso de variedades resistentes/tolerantes.
Mancha Anelar (Leptosphaeria sacchari) – provocada por fungo, caracterizada por manchas de tamanho variável no limbo foliar, as manchas ocorrem principalmente em folhas velhas, apresentando contorno preto e interior branco, é disseminada pelo vento e água da chuva. Controle: variedades resistentes/tolerantes.
Podridão Vermelha (Colletotrichum falcatum) – causada por fungo, os sintomas são lesões avermelhadas na nervura central e manchas vermelhas no interior do colmo, é disseminado via vento e água da chuva. Controle: uso de variedades resistentes/tolerantes, controle de pragas.
Pokkah Boeng (Fusarium moniliforme) – causada por fungo, os sintomas são: nas folhas (clorose na base das folhas jovens com estrias marrom avermelhadas, deformação no limbo foliar que pode se mostrar subdesenvolvido ou enrolado); no palmito (danos na região meristemática originando gomos tortos e mal formados, pode causar morte do meristema apical em variedades suscetíveis). É disseminada pelo vento e chuva. Controle: uso de variedades resistentes.
Discorra sobre a colheita da cana-de-açúcar: ponto de colheita, métodos, tecnologias e rendimentos.
R: As operações de colheita de cana-de-açúcar foram classificadas por Ripoli (1996) em três subsistemas distintos: manual, semi-mecanizado e mecanizado. Tal classificação deve-se ao fato da existência de um sistema global que envolve o corte e o carregamento, o transporte e a recepção da matéria prima. O subsistema mecanizado diferencia-se por as operações de corte, carregamento e transporte ocorrerem exclusivamente por meio de maquinas. 
A colheita se destaca pelos altos custos envolvidos e dificuldades operacionais, seja ela conduzida de forma manual, semi-mecanizada ou mecanizada. Na colheita manual, cerca de 24 a 48 horas antes, é realizada a queimada do canavial para reduzir a folhagem e diminuir o risco com acidente com animais peçonhentos. Em seguida, os trabalhadores cortam a cana com facões e vão fazendo feixes para a medição da produtividade. A queima da palhada (o resíduo do processo de colheita, que inclui a palha e a ponteira da cana) é realizada para permitir uma maior acessoà cultura, pois possibilita um maior rendimento na colheita, além de diminuir os custos na colheita. 
O sistema semi-mecanizado, de maior utilização no país, apresenta o corte manual, o carregamento mecânico e o transporte por veículos motorizados. O corte manual é realizado por mão-de-obra braçal e o carregamento da cana tem sido feito por meio de carregadoras. O rendimento das carregadoras varia de 30 a 45 toneladas de cana por hora e é feito em eitos e cana esteirados ou amontoados em montes de aproximadamente 450 a800 kg da cana, dependendo da capacidade da garra das carregadoras. As carregadoras de cana-de-açúcar podem ser autopropelidas ou acopladas diretamente no chassis do trator. De maneira geral as carregadoras estão formadas por garra e empurrador. A colheita mecanizada é aquela onde as operações de corte, carregamento e transporte são realizadas por máquinas. Para este tipo de colheita ser possível é necessário que o seja relevo plano a levemente ondulado para permitir o uso eficiente de colhedoras mecânicas, os talhões devem ser devidamente preparados para a colheita mecânica, as variedades de cana devem ser adequadas, ter boa eficiência do sistema de transporte, a colheita deve ser planejada, operadores experientes, entre outros. 
O sistema de colheita mecânica no Brasil apresenta dois esquemas: colheita de cana inteira e colheita de cana picada. Na colheita da cana inteira o corte é feito por maquinas cortadoras-amontoadoras e cortadoras-enleiradoras, para posterior carregamento mecânico até a unidade de transporte. As máquinas cortadoras são aquelas que somente realizam o corte basal dos colmos deixando o material cortado sobre o terreno. As cortadoras-enleiradoras e cortadoras-amontoadoras, além de realizar o corte de base, também cortam o ponteiro e depositamos colmos sobre o terreno para posterior carregamento. As cortadoras-enleiradoras depositam o material de forma esteirada e as amontoadoras na forma de montes. Nas máquinas cortadoras amontoadoras, o divisor de linha (1) delimita o volume de cana a ser cortado pelo cortador de ponteiros (2) e pelo disco cortador de base (3). Os rolos transportadores (4) conduzem o material cortado até a caçamba de armazenamento temporário (5).  As máquinas que cortam a cana inteira apresentam como vantagens que, os colmos colhidos não se deterioram tão rapidamente quanto os picados, podendo ser estocados por períodos mais longos e não precisam de depósitos especiais. As ponteiras remanescentes do processo de corte podem ser cortadas manualmente quando dispostas em montes ou estaleiros. Estas máquinas como desvantagem apresentam necessidade de utilização de gruas, para pegar o material depositado no terreno, por ser o corte e o carregamento operações independentes. Esta última operação prejudica a qualidade da matéria-prima devido à incorporação de matéria estranha. 
 
A colheita mecanizada de cana picada utiliza as máquinas colhedoras (combinadas) ou também denominadas de processo completo, estas realizam o corte, fracionamento, limpeza parcial e carregamento dos colmos diretamente nas unidades de transporte. Quando a máquina começa a operar os divisores de linha (9) vão abrindo o caminho para favorecer o seu deslocamento. A cana-de-açúcar vai sendo cortada com os discos de corte de base (1) e as pontas com o despontador (2). A cana cortada passa pelos cilindros picadores (3), onde é picada em pedaços de aproximadamente 30 cm. Esses toletes são conduzidos pelo elevador primário (4) até a câmara de separação de palhas (5), onde o extrator primário (6) separa a matéria-prima da palhada. Em seguida, a cana picada é transportada pelo elevador secundário (8) até o caminhão ou carreta tratorizada, encarregados de levá-la até a indústria, neste percurso o extrator secundário se encarregará de separar o resto de matéria estranha, jogando-a fora da colhedora pelo exaustor (7). 
Esta colhedora tem como vantagens, eliminar o uso de carregadoras, depositando a cana picada diretamente no sistema de transporte. Assim, o sistema de transporte apresenta-se mais eficiente e melhor programado, e as interrupções na operação não provocam cana cortada e deixada no campo sujeita a deterioração.Infelizmente as perdas de açúcares são maiores neste tipo de colhedora, pois, os pedaços decana são deixados no campo junto com a palha. Parte do suco é perdido durante o processo de corte, picagem e ventilação, e se o órgão picador não apresentar-se eficiente, o rachamento dos rebolos resultará em deteriorações mais rápidas da matéria prima. A eliminação da palha, folhas e da ponteira da cana-de-açúcar é muito importante, pois a presença destas aumentam o índice de impurezas na matéria prima. As ponteiras têm baixo grau de sacarose e seu suco de baixa pureza e alto grau de não açúcares, compromete a qualidade do açúcar produzido. As folhas removem a sacarose do suco, aumentam a quantidade de fibra na matéria-prima, promovendo desgaste dos rolos da moenda e aumentando o custo de processamento. As perdas de açúcar, no processo de colheita, são originadas pela deterioração microbiológica ou bioquímica (inversão da sacarose) ou por exudação na superfície do colmo. Considera-se perdas de matéria-prima todo o material não colhido durante o processo de desponte e corte basal, e a cana deixada no campo durante o carregamento e transporte. As perdas também podem ser classificadas em visíveis, de estilhaços e invisíveis. As visíveis são facilmente detectadas no campo, sendo as canas inteiras, toletes, pedaços de cana, ponteiras, tocos e canas esmagadas, que ficam perdidas no campo ou presas na colhedora. As perdas de estilhaço são fragmentos deixados no campo ou que ficam presos na colhedora. Esses fragmentos normalmente se incorporam à terra ao cair na superfície do solo, dificultando assim a quantificação desse tipo de perda no campo. As perdas invisíveis são perdas que ocorrem durante a colheita sob formas de serragem e caldo, sendo impossíveis de serem quantificadas no campo. A avaliação da maturidade da planta é feita em relação à quantidade de açúcares presente no colmo da cana-de-açúcar. A maneira para proceder essa avaliação é por meio da leitura do valor de graus Brix que o colmo apresenta, sendo essa medida obtida por refratômetro de campo.
Faça um balanço geral da cultura da cana-de-açúcar no estado de Mato Grosso: Área plantada, cultivares, produção e industrialização.
R: O cultivo da cana de açúcar se iniciou em Mato Grosso em meados de 1735. O pioneiro foi o fazendeiro Antônio de Almeida Lara, que era residente da cidade de Chapada dos Guimarães. Com a assinatura da Lei Áurea, de 13 de maio de 1888, os sítios de Chapada entraram em decadência. Cinco anos depois, em 1893, o Comendador Joaquim José Paes de Barros fundou, no Rio Abaixo, a primeira usina açucareira do Estado: Usina da Conceição. Após alguns anos, oriundo da primeira usina, foi construído o maior estabelecimento açucareiro de Mato Grosso, a Usina Itaici. 
A Região Centro-Oeste é a principal área de expansão da cana de açúcar no Brasil. De 2006 a 2010 área plantada dobrou de cerca de 600 mil ha para 1200 ha. Embora o Sudeste ainda represente a principal área de plantio de cana (66%), o Brasil Central já representa 13% da área de plantio (SIDRA, 2012). Segundo a CONAB esta expansão ocorreu principalmente em Minas Gerais, Mato Grosso de Sul, Goiás e Mato Grosso. O que dificulta o desenvolvimento da cultura na região são as alterações climáticas relacionadas à época de chuva e da seca. Isto demonstra a necessidade do desenvolvimento de cultivares tolerantes à baixa disponibilidade de água, com menor dependência de irrigação, porém que mantenham a produtividade. A maior parte da produção mato-grossense – 13.8 milhões de toneladas – é destinada à produção de etanol, gerando 1.075 bilhão de litros do biocombustível. Os outros 3.2 milhões de toneladas serão transformados em 415.9 mil toneladas de açúcar. O incremento na produção de Mato Grosso está embasado no aumento da área plantada, na casa de1%, mas principalmente na produtividade, saltando de 69.2 mil quilos por hectare para 72 mil kg/ha – crescimento de 3,99%. De acordo com o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), o melhor desempenho na safra 2013/14 está enraizado nos investimentos na renovação dos canaviais, clima favorável e melhor adubação da soca.

Continue navegando