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Atividades desempenhadas pela OMC e nexo causal 
As atividades mais importantes desempenhadas pela OMC são, dentre outras: . Redução de tarifas alfandegárias promovendo maior liberdade comercial e menor expressão do protecionismo. As reduções das tarifas alfandegárias atingiam mais os países desenvolvidos como forma de equilibrar a desnível de industrialização entre os players; . Abertura de setores protegidos, como o setor agrícola altamente subsidiado pelos países desenvolvidos, setor têxtil antes protegido pelo Acordo Multifibras que impunha condições à entrada de produtos têxteis oriundos de países em desenvolvimento; . Inclusão e regulamentação do setor de serviços na Organização; . Inclusão e regulamentação da propriedade intelectual como marcas, patentes e direitos autorais; . A regulamentação da valoração aduaneira, evitando o sub ou superfaturamento. O valor aduaneiro é composto pelo valor da mercadoria somado ao seguro e ao frete internacionais e forma a base de cálculo do imposto de importação, mesmo que a importação não tenha cobertura cambial ou valor comercial. . Regulamentação de barreiras não tarifárias que foram esquecidas pelo GATT, para que estas barreiras não representem medidas protecionistas disfarçadas, com anuências e prazos irregulares; . Estabelecimento de critérios técnicos para o estudo do nexo causal na determinação de uma prática desleal de comércio e determinação do remédio a essa prática, sem deixar de punir quem pratica o dumping ou o subsídio, mas também, sem permitir que a punição se transforme num ato protecionista; Na busca da maior liberdade comercial, a sociedade internacional deve estar sempre monitorando as práticas comerciais evitando as conhecidas práticas desleais de comércio exterior. 
São consideradas práticas desleais de comércio exterior aquelas com finalidade de causar prejuízos importantes à produção interna de outro país. Para tanto, deve ser determinado um estudo apurado do dano causado ou da grave ameaça de dano a ser causado. Damos o nome a isso de nexo causal. Para que a indústria local do país afetado não seja levada à extinção, havendo nexo causal no impacto da prática desleal nessa economia, o país afetado poderá promover uma resposta comercial a essa prática para anular o efeito desastroso dessa prática em sua economia. Essas práticas desleais variam de acordo com a forma como são utilizadas pelas empresas ou pelos países infratores. Seguindo esse critério de variação, essas práticas poderão ser classificadas como: Salvaguarda, dumping, subsídios e medidas compensatórias. Para se resguardarem os países afetados utilizam-se da defesa comercial para dar a resposta eficaz para a anulação desse efeito nocivo. 
No Brasil, o DECOM – Departamento de Defesa Comercial da SECEX – Secretaria de Comércio Exterior, Secretaria vinculada ao Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, estudará o nexo causal da suposta prática desleal promovida pelo suposto país infrator. 
O estudo do nexo causal proposto pelo DECOM dará respaldo para que a resposta comercial brasileira não seja considerada uma medida protecionista a ser sancionada pela OMC. Caberá ao Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias disciplinar a utilização e regulamentar as medidas que os países pode adotar para contrariar os efeitos dessas práticas. 
As respostas após o pertinente estudo do nexo causal poderão ser as seguintes: 
. A aplicação de direitos antidumping (eliminação da margem de dumping), no caso da prática desleal ser, efetivamente, um dumping. E o que é o dumping? O dumping passa a existir quando uma empresa exportadora decide vender o seu produto ao exterior com preço final de venda abaixo do preço de venda praticado internamente em seu mercado doméstico. O produto importado, objeto do dumping, deverá afetar um produto brasileiro similar àquele. Para que um produto nacional seja considerado similar ao importado, o produto nacional deverá ser sustentado pelo tripé: Preço, Qualidade e Prazo de Entrega que deverão ser melhores que os do produto importado. O dumping poderá ser esporádico, em caso de venda de excedentes de mercadoria sem prejuízo dos mercados normais; predatório, em caso de vendas com perdas para o afastamento da concorrência e prejuízo do mercado interno e também poderá ser persistente, em caso de vendas constantes a preços mais baixos. A solicitação de investigação de dumping deverá ser feita mediante apresentação de petição formal. 
. A aplicação de direitos compensatórios (compensação do montante de subsídios irregulares recebidos pelos exportadores), no caso da prática desleal ser, efetivamente, o subsídio irregular.E o que é um subsídio irregular? O subsídio irregular passa a existir quando o país ajuda tanto o exportador dando a ele um tratamento fiscal e tributário tão diferenciado dos demais produtores locais que provoca uma grave distorção nos preços praticados interna e externamente nesse mesmo país infrator. Para que haja a prática desleal de comércio do subsídio irregular mediante ao excesso de benefícios, há que existir as seguintes hipóteses: Sustentação de renda ou de preços no país exportador para promover as exportações ou reduzir as importações de qualquer produto. As formas mais comuns de subsídios às exportações são as aplicações de tarifas de frete interno para exportação, mais favoráveis que a mesma tarifa aplicada para o mercado interno. Linhas de crédito especiais para exportadores. A importação de insumos importados com benefício fiscal se utilizados na produção de produtos a serem exportados (drawback) e concessões de prêmios às exportações. É importante observar que o Brasil utiliza-se de todos esses meios de subsídio, mas essa iniciativa se tornará uma prática desleal se estiver promovendo dano ou ameaça de dano à economia do país importador dos produtos brasileiros. O estudo do nexo causal é que determinará a conceituação da prática comercial. Para tanto, a indústria doméstica afetada por essa prática desleal deverá encaminhar ao DECOM (Departamento de Defesa Comercial da SECEX) uma petição com evidências do subsídio para julgamento e determinação da medida compensatória adequada. . E a aplicação de medidas de salvaguarda caso as importações de determinado produto originado num mesmo país exportador venham a aumentar consideravelmente em um curto espaço de tempo. Essas medidas de salvaguarda serão temporárias, apenas para permitir a reorganização da industria doméstica para responder competitivamente com produtos similares diretamente concorrentes ao produto importado, nesses casos, o prejuízo terá que ser comprovadamente elevado. A solicitação da aplicação da medida de salvaguarda poderá ser apresentada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), demais órgãos ou entidades do Governo Federal ou até por empresas ou associações do setor privado da economia. Essa solicitação deverá ser feita por meio de uma petição formal e a sua aplicação não poderá ultrapassar a dez anos. Essas respostas comerciais, no Brasil, são de competência da CAMEX – Câmara de Comércio Exterior que deverá fixar, de acordo com a prática desleal de comércio praticada e apontada pelo estudo do nexo causal do DECOM, as diretrizes para a aplicação dos direitos antidumping e compensatórios provisórios ou definitivos e salvaguardas. . 
Outro acordo internacional é a Conferência da Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) de 1964 com objetivo o desenvolvimento e a integração, promovendo a inserção dos países em desenvolvimento na economia internacional nas áreas de finanças, tecnologia, investimento e desenvolvimento sustentável através de fóruns deliberativos com especialistas, pesquisas, análises políticas e coleta de dados com fornecimento de assistência técnica apropriada. 
O SGP e o SGPC sã acordos internacionais que favorecem os países em desenvolvimento. O primeiro pressupõe redução do Imposto de Importação (margem de preferência) sobre alguns produtos originários e procedentes de países em desenvolvimento,
quando são importados por países desenvolvidos. Esses produtos deverão estar contidos em uma lista dos países beneficiários ou não estejam em listas restritivas ao benefício. Essa lista consta no site do MDIC. Para se beneficiar do acordo SGP o exportador deverá providenciar um certificado de origem emitido pelo Banco do Brasil específico para esse fim, chamado FORM “A” Já o SGPC beneficia os países em desenvolvimento promovendo incentivos para o comércio entre eles. Com apoio da UNCTAD, o SGPC, pelo princípio da cláusula da nação mais favorecida, beneficia com redução de tarifas os produtos que gozam da mesma redução no país exportador. Para tanto, o exortador deverá emitir em Federações das Indústrias credenciadas para tal.

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