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TÍTULOS DE CRÉDITO (MATÉRIA COMPLETA EMPRESARIAL)

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TÍTULOS DE CRÉDITO
CONCEITO: O titulo de credito é um dos institutos mais importantes do direito comercial por ser aquele que influi mais tipicamente na formação da economia moderna como instrumento mais adequado na mobilização da riqueza e da circulação de crédito. 
ART 887 CC: O título de crédito, documento necessário ao exercício do DIREITO literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
“Documento necessário para o exercício do direito, literal ou autônomo.” 
PRINCIPIOS:
CARTULARIDADE ou INCORPORAÇÃO é a característica pela qual o crédito se incorpora ao documento, ou seja, se materializa no título, assim por exemplo, o direito de crédito de um cheque está incorporado nele próprio, portanto basta apresentá-lo no banco sacado para exercer o direito.
 “É a confusão entre o DIREITO e a CARTULA. Precisa-se do título original para promover a execução quando for o caso.”
LITERABILIDADE por esse principio o título de crédito se enuncia em um escrito e só o que nele esta inserido deve ser levado em consideração.
“Vale somente aquilo que estiver contido na cártula; os valores; os endossantes; avalistas.. ”
AUTONOMIA trata-se de um dos princípios mais importantes do título de crédito. O fundamento do principio da autonomia resulta ns declaração unilateral de vontade por parte do subscritos e não de contratos celebrados com o beneficiário. A Abstração decorre do fato de que determinados títulos podem resultar de qualquer causa, mas a El não se vincula. 
“É autônomo porque todos aqueles que intervém no título no título, ou seja, o emitente, endossante, o avalista; todos esses que assinarem, participarem da formação ou da transmissão, ficam autonomamente responsável.”
INDEPENDÊNCIA por esse principio disse que o título basta em si mesmo, sem a necessidade de outro documento para completa-lo 
LEGALIDADE consiste na impossibilidade de criar títulos de crédito não previstos em lei. 
AULA 2 
LUG Lei Uniforme De Genebra (DEC 57.663/66) e suas reservas. ART 903CC
- Aplicáveis as letras de câmbio e notas promissórias . 
→ O código civil trata dos títulos de crédito no titulo VIII da parte especial, com objetivo de criar uma teoria geral dos títulos de crédito, e ao acolher essa teoria teve como objetivo restringir a sua aplicação aos título de créditos atípicos, ou seja, sem lei especifica o código civil adotou o principio da liberdade de criação e emissão dos títulos de créditos atípicos, porque o direto EMPRESARIAL sofre grande influência dos costumes. 
 As normas das leis especiais que regem os títulos de crédito continuam vigentes e se aplicam quando dispuserem diferentemente do disposto no código civil por força do artigo 903 CC.
 Tanto a LUG quanto o DEC 2044/1908 regulam as notas promissórias, as letras de câmbio e ainda subsidiariamente as duplicatas por força do ARTIGO 25 da lei 5474/68.
 Com relação a esses dois sistemas legais há uma relação de coexistência, o que acarreta uma certa dificuldade ao aplicador do direito quanto a solução de conflitos entre regras em matéria cambial. 
 A LUG decorre da RATIFICAÇÃO pelo Brasil da convenção de Genebra e possui dois anexos: O anexo 1 com a lei propriamente dita e o anexo 2 onde constam as reservas.
Efeitos da RATIFICAÇÃO das convenções genebrinas.
As partes Contratantes, quando ratificaram as Convenções de Genebra, não assumiram apenas mero dever internacional porque contraíram também uma obrigação de fazer, ou seja, adotar nos respectivos territórios, nos textos originais, em Francês ou inglês, ou nas suas línguas nacionais, as leis uniformes genebrinas. Entretanto, visando a obtenção de maior número de aderentes às convenções genebrinas, permitiu-se às altas partes contratantes, no momento da ratificação ou da adesão, subordinar a mencionada obrigação á formulação de reservas, que deviam ser selecionadas entres as mencionadas no Anexo II das leis uniformes. 
Conceito a natureza jurídica da RESERVA.
RESERVA , significa uma declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita por um estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar os efeitos jurídicos de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado. A mesma convenção de Viena, em sua parte II, seção 2, disciplina as formas e os efeitos das reservas (art 19 a 23).
 A natureza jurídica da reserva assim pode ser: 
● A) quanto a sua formulação, decorre de mera declaração unilateral de vontade por parte do estado que a formula , pois não depende de aceitação posterior pelos outros estados, a não ser que o tratado assim disponha;
● B) traduz mera faculdade ou possibilidade jurídica para o legislador do estado que a manifesta porque não tem a obrigação de exercitá-la
● C) o exercício da sua faculdade dase-a através de lei
● D) em razão do seu caráter unilateral, a reserva é revogável a qualquer momento pelo estado que a adotou, independentemente do consentimento dos demais signatários do tratado
● E) o Estado que através de lei, exercita a faculdade contida na reserva , afastando, portanto, a norma do tratado, pode, por lei posterior, voltar ao sistema do tratado. A reserva apresenta características próprias , estabelece sempre uma posição especial em favor do estado do que a apresenta, porque ela dissocia o regime único estabelecido pelo tratado e aparece sempre como condição sine qua non, sob a qual o Estado qual a faz está pronto para participar da convenção.
→ Espécies de títulos de crédito
Letra de câmbio LUG (DEC 57663/66)
Nota promissória e DEC 2044/1908
Duplicata - Lei 5474/68
Cheque - Lei 7357/85
SEMANA 3
Classificação dos títulos de crédito 
 VINCULADO: devem atender a um padrão 
 específico, definido por lei para a criação do
 título. EX: CHEQUE.
Quanto ao modelo
 LIVRES: são os títulos que não exigem um padrão 
 obrigatório de emissão, basta que conste os 
 requisitos mínimos exigidos por lei.
 EX: Letra de câmbio e nota promissória. 
 Ordem de pagamento: por esta estrutura o 
 saque cambial dá origem a três situações 
 distintas: sacador ou emitente, que dá a ordem
 para que outra pessoa pague; sacado, que recebe 
 a ordem e deve cumpri-lá; e o beneficiário, que
 recebe o valor escrito no título. 
 EX: Letra de câmbio, cheque. Quanto a estrutura 
 Promessa de pagamento: envolve apenas duas 
 situações jurídicas: promitente, que deve, e 
 beneficiário , o credor que receberá a dívida do 
 promitente. EX: Nota promissória. 
 Causais: São aqueles que guardam 
 vínculo com causa que lhes deu
 origem, constando expressamente no
 título a obrigação pelo qual o títulofoi 
 assumido, sendo assim só poderão ser 
 emitidos se ocorrer o fato que a lei 
 elegeu como uma possível causa para o 
 mesmo. Podem circular por endosso.
 EX: duplicatas.
Quanto a hipótese de emissão
 Abstratos: são aqueles que não
 mencionam a relação que lhes deu 
 origem, podendo ser criados por 
 qualquer motivo. 
 Ex: letra de câmbio, cheque.
 
 
 Ao portador: são aqueles que não
 identificam a pessoa do seu beneficiário
 e, por isso, quem possuí-los, no vencimento,
 será considerado como seu portador 
 legítimo porque a promessa de pagamento 
 feita pelo emitente do título é dirigida a 
Quanto à circulação pessoa indeterminada.
 
 Nominativos: São aqueles que contêm o 
 nome do seu beneficiário. O título de 
 crédito sendo nominal, só poderá ser 
 transferido por endosso ou cessão de crédito
 À ordem Não à ordem 
À ORDEM → não é necessária para que a letra de câmbio, a nota promissória e o cheque circulem por endosso. A denominação constante do documento (CLÁUSULA CAMBIÁRIA) basta para lhe atribuir a natureza de ser à ordem, por caracterizá-lo como título de crédito.
(Prof - Traz a autorização que autoriza o endosso) 
EX: Estando prevista no verso do título a cláusula “a ordem”, por exemplo, “Pague-se ao fulano de tal”, o credor somente poderá transferir o título pelo endosso.
NÃO À ORDEM →  podendo ser transferido mediante o procedimento da cessão de crédito, estabelecido no Código Civil.  
(Prof - Impede que circule via endosso ou com seus efeitos)
 Próprio: são aqueles que
 consubstanciam operação de
 crédito e correspondem a
 documentos de legitimação por
 serem documentos constitutivos de
 direito novo, autônomo e
 originário, que resulta de uma
 declaração cartular autônoma,
 inteiramente distinta da relação
 causal que os gera e dela não são 
 documentos, probatórios.
 Quanto ao conteúdo da obrigação 
 Impróprio: Os títulos de crédito,
 como documentos de legitimação,
 não se confundem com os títulos
 impróprios. Os impróprios também
 são conhecidos como
 CAMBIARIFORMES.
 Os cambiariformes, ou chamados de
 títulos de crédito impróprios,
 exercem as mesma função de um
 título de crédito, só que, na verdade, não o são. Neste parâmetro se 
 enquadram duplicata e cheque.
DEVEDOR DIRETO ou principal e DEVEDOR INDIRETO ou coobrigado
Devedor direto é aquele que faz promessa direta de pagamento, isto é, ao apor a sua assinatura no título de crédito manifesta a vontade de pagá-lo no vencimento, sem que o portador do título tenha de comprovar a sua apresentação formal (PROTESTO) a quem a lei designar, segundo a espécie de título de crédito.Devedor direto não precisa de protesto. 
Devedor indireto é aquele que faz promessa indireta de pagamento, ou seja, ao apor sua assinatura no título manifesta a vontade de paga-ló, se apresentado formalmente a quem de direito, não for por este pago.
SOLIDARIEDADE CAMBIAL E SOLIDARIEDADE CIVIL
Os devedores do título cambial são devedores solidários. Na solidariedade cambiária há autonomia nas relações jurídicas. Cada devedor possui a sua própria obrigação. As obrigações cambiárias são autônomas e independentes. Cada devedor possui a sua própria obrigação. Se houver um vício intrínseco em uma obrigação cambiária, este vício não será estendido aos demais devedores. E o vício de uma relação cambiária não pode ser oposto pelo sujeito que figurar em outra relação cambiária. 
A solidariedade civil decorre da lei ou de contrato. Nesta solidariedade o credor poderá cobrar de um ou de todos os devedores toda a dívida. Uma vez que um dos devedores paga a dívida inteira, ele terá o direito de regresso, ou seja, poderá cobrar dos demais devedores a cota parte que cada um deles devia. Os devedores são ligados ao mesmo credor através de uma única obrigação. Se uma obrigação estiver viciada, este vicio alcança todos os devedores porque as obrigações civis não possuem autonomia, por exemplo, se a obrigação de pagar a dívida prescrever para um devedor, ela também prescreverá para todos os outros.
A solidariedade cambiária só tem em comum com a solidariedade civil a possibilidade de o credor executar qualquer um dos devedores ou todos conjuntamente.
AULA 4
LETRA DE CÂMBIO
É um título de crédito abstrato, correspondendo a documento formal, decorrente de relação ou relações de créditos, entre duas ou mais pessoas, pela qual a designada sacador dá ordem de pagamento pura e simples, à vista ou a prazo, a outrem, denominado sacado, a seu favor ou de terceira pessoa (TOMADOR OU BENEFICIÁRIO), no valor e nas condições dela constantes.
Título de crédito pelo qual o emitente (sacador) dá ao aceitante (sacado), ordem de pagar, ao beneficiário investidor (tomador), determinada quantia, no tempo e nos lugares fixados na cambial (letra de câmbio).
 
→ Natureza Jurídica
Ela é uma declaração unilateral de vontade. O sacador é o criador da letra de câmbio, quem saca/emite a letra de câmbio. O sacado é a pessoa que recebe a ordem de pagamento do sacador, não é devedor cambiário só depois do aceite, quando se tornará então, aceitante.
→ Tomador ou Beneficiário 
É a pessoa que serábeneficiada pela ordem de pagamento.
→ Requisitos essências ARTIGO 1º LUG
São aqueles considerados pela LUG como imprescindíveis para que o documento valha e produza efeitos como letra de câmbio, ou seja, será ineficaz cambiariamente, não sendo pois titulo de crédito.
1º Denominação letra de câmbio ARTIGO 1º ALINEA 1
A denominação corresponde a clausula cambiária porque tipifica o documento como letra de câmbio permitindo sua circulação via endosso, ainda que dele não conste expressamente a clausula à ordem, porque para a doutrina a própria denominação já contém em si a referida cláusula.
2º Ordem incondicional de pagamento ARTIGO 1º ALINEA 2 
A ordem deve ser pura e simples, ou seja, não pode ser condicional, eventual condição deve ser considerada não escrita.
A ordem deve ser dada em quantia determinada expressa em dinheiro.
3º Nome do sacado
Sua falta desnatura o título, exceto se o aceite for dado pela pessoa designada pelo sacador para efetuar o pagamento, em decorrência da relação causal que gerou sua criação e a súmula 387 STF.
Só se torna devedor com o aceite, quando se tornará aceitante. 
pode o sacado ser o próprio sacador por força da autorização do ARTIGO 2º Alinea 2 da LUG.
4º Data da emissão/Saque art 1º alínea 7 1ª parte
É a mesma coisa que criar, emitir.
5º Nome do tomador ou beneficiário alínea 6 da lug
É o favorecido originário pelo pagamento.
A cambial não pode ser emitido ao portador, mas o STF admite que se for completa pelo credor de boa fé não deixa de valer como título de crédito. Súmula 387.
→ Assinatura do sacador alínea 8
É essencial sem possibilidade de exceções . O analfabeto não pode emitir letra de câmbio
→ Requisitos não essenciais ART 2º lug
São aqueles cuja não inclusão no título não afeta o documento como letra de câmbio, uma vez que a própria LUG supre a ausência de manifestação de vontade das partes.
1º Época do pagamento/vencimento art 1º alínea 4 c/c art 2º alínea LUG
A ausência da época do pagamento gera a presunção legal de que o seu vencimento é à vista, ou seja, vencendo contra apresentação.
A liberdade de estipulação do vencimento é limitada as quatro modalidades de vencimento previstos em lei.
2º Lugar do pagamento art 1º alínea 5 c/c art 2º alínea 3
Sua falta implica em considerar o lugar do pagamento como sendo o domicilio do sacado.
3º Lugar do saque/ emissão art 1º alínea 7 c/c art 2º alínea 4
A presunção legal é de que a ausência de indicação do lugar do saque (Sem a indicação do lugar aonde foi passada) considera-se o lugar ao lado do nome do sacador.
→ Saque
É o ato cambiário pelo qual o sacador cria e da a ordem de pagamento ao sacado, e corresponde a uma declaração cambiaria originária e necessária.
O sacador é devedor solidário e indireto (Art 9 e Art 53 alinea 2 da LUG) o saque gera para o sacador uma obrigação indireta de pagamento em favor do portador do título (tomador ou 3º adquirente).Para cobra-ló exigi-se o protesto.
Se o sacado não firmar o aceite e o título circular via endosso o sacador passa a ser devedor principal porque com o seu pagamento a cártula extinguirse-a .
AULA 5
ENDOSSO NA LETRA DE CÂMBIO
→ Conceito
O endosso corresponde a uma declaração unilateral de vontade consistente na transmissão da obrigação cambiária e só pode ser realizada no próprio título em função do principio da literalidade. 
O endosso é ato exclusivamente cambiário porque só pode ter por objetivo título de crédito.
→ Endossante 
É quem transmite.
O endossante, salvo cláusula em contrário, garante tanto o aceite, quanto o pagamento da letra de câmbio, e da mesma forma, é responsável pelo pagamento da nota promissória, do cheque e da duplicata. Trata-se de efeito que decorre da lei e do principio geral do direito cambiário, pelo qual quem apõe a sua assinatura no título de crédito torna-se obrigado pelo pagamento côo devedor solidário. O endossante garante o aceite porque pode ter a sua obrigação exigida antes do vencimento, como devedor indireto, no caso da recusa total ou parcial do aceite. 
→ Endossatário 
É quem recebe 
→ Efeitos
1º: É a transmissão ou a transferência da titularidade do crédito. 
2º: O endosso vincula o endossante ao pagamento do título como coobrigado conforme dispõe o art 15 da Lug, não há limitação legal, quanto ao número de endosso realizáveis.
O endosso como regra é lançado no verso do título mediante simples assinatura pelo endossante podendo ou não identificar o beneficiário e ainda mencionar expressões enequívocas, tais como “Por endosso, pague-se à” se realizada na frente do titulo (ANVERSO), deve expressamente indicar que se trata de endosso, usando as expressões acima mencionadas, para que não haja confusão com instituto do Aval. 
→ Cadeia do endosso
É a série ininterrupta de endossos lançados no título, e que tem inicio com o endosso feito pelo seu beneficiário, ou seja, o tomador da letra de câmbio é o beneficiário da nota promissória, do cheque e da duplicata. 
Cabe ao último beneficiário verificar apenas formalmente todo o percurso do título de crédito até chegar em suas mãos. 
O endosso parcial é nulo por vedação legal expressa prevista no art 12 alinea 2 da LUG, Art 77, ART 25 da lei 5474/68, ARt 18{1º da lei 7357/85, e ainda conforme ART 912 {Ú do CC. 
O endosso é incondicional conforme dispõe o ART 12 alinea 1 e 77 da LUG, Art 25 da lei 5474/68 e ART 18 caput da lei 7353/85 e ainda o ART 912 caput do CC.
O endosso tem efeito purificador que corresponde ao desdobramento do principio da autonomia e seus sub- princípios da abstração e da hinoponibilidade das exceções pessoais ao 3º de boa fé, porque eventual nulidade não é transmitida por endosso ao endossatário.
→ Endosso em branco
Não identifica o beneficiário e permite a circulação do título por simples tradição.
→ Endosso em preto
É aquele em que o endossatário é identificado. 
→ Próprio 
É aquele em que ha transferência da obrigação cambiária. 
→ Impróprio 
É caracterizado por não ocorrer a transferência da obrigação cambiária, embora haja a transferência do titulo. 
Podendo ser de suas espécies: 
● Endosso caução- Está regulado no ART 19 da LUG e corresponde na transmissão do titulo em garantia, o beneficiário/endossante continuará como titular da obrigação, salvo se ocorrer o evento inadimplemento. Para realizá-lo deve-se utilizar expressões como “valor em penhor, valor em garantia”.
●Endosso mandato – É realizado com objetivo de outorgar mandato legal ao endossatário para cobrar o título em seu beneficio sem transferir a obrigação cambiaria. É regulado no ART 18 da LUG e deve indicar expressamente mediante expressões, tais como: “Para cobrança, por procuração”..
→ Endosso póstumo ou endosso tardio
É um endosso realizado após o protesto ou após decurso do prazo para protesto e tem o efeito de cessão civil de crédito. 
→ Cláusula proibitiva de novo endosso
Traz em si a ideia de que, quem a inseriu não se responsabiliza, isto é, não se obriga para com os endossatários posteriores, conforme autoriza o ART 15 alinea 2 da LUG, só produz efeito para quem o inseriu no titulo.
→ Cláusula não à ordem ou cláusula proibitiva de endosso
Todos os títulos de crédito nascem com a cláusula “à ordem”, justamente porque podem ser transmitidos via endosso. É possível que no momento da criação do título seja inserida a cláusula não “À ordem” que veda o endosso, mas permite a transmissão do título apenas com os efeitos de sessão civil de crédito. 
Exceção apenas a duplicata em que a cláusula “à ordem” trata-se de requisito essencial.
quadro de ENDOSSO e CESSÃO CIVIL DE CRÉDITO no caderno
AULA 6
Aceite na letra de câmbio
O aceite é a declaração unilateral de vontade pela qual uma pessoa aceita uma obrigação cambiária comprometendo-se ao pagamento. Dentre os títulos que serão estudados somente a letra de câmbio e a duplicata se submetem a aplicação desse instituto. 
→ Aceite recusado
A apresentação é o ato pelo qual o portadorexibe a letra de câmbio ao sacado para que este manifeste a sua vontade em dar o não o aceite, isto é, acatar ou não a ordem de pagamento dada pelo sacador. 
O ato do aceite é FACULTATIVO, porque decorre exclusivamente da vontade do sacado. Nem mesmo o protesto realizado em razão da recusa do aceite tem um condão de tornar o sacado aceitante. 
Quando o vencimento da letra de câmbio for determinado (data certa ou termo certo de data) a apresentação para o aceite será facultativa dependendo apenas da vontade do credor, conforme dispõe o art 21 da LUG. É possível no entanto que a apresentação para o aceite seja obrigatório ou proibida por conta da inserção de cláusula especial. O sacador também pode estipular que a apresentação ao aceite não poderá ser feita, antes de determinada data, o que se denomina de cláusula não aceitável ou proibitiva de aceite conforme estabelece o ART 22 da LUG.
A cláusula de proibição do aceite só pode ser inseria pelo sacador. 
O sacado quando aceita a letra de câmbio, torna-se aceitante que é o devedor principal da letra de câmbio, antes disso não há obrigação cambiária para o sacado. 
A recusa do aceite produz o vencimento antecipado da obrigação cambiária que impõe a realização do protesto por falta de aceite para que o sacador possa ser cobrado uma vez que ele é devedor indireto. 
Com a realização do protesto o sacador, excepcionalmente, torna-se o devedor principal da letra de câmbio.
→ Aceite Parcial ou recusa parcial
É possível o aceite parcial, tal qual, regula p ART 26 da LUG, que só admite parcial limitativo do valor implicando ao mesmo tempo na recusa parcial do valor remanescente. Em relação a parte aceite, espera-se o vencimento ordinário, mas no que se refere a parte recusada torna-se necessário o protesto por falta de aceite, uma vez que nessa parte opera-se opera-se o vencimento antecipado. 
O aceite modificativo de qualquer outro enunciado da cártula equivale a recusa integral gerando por conseguinte o vencimento antecipado da cártula. 
O aceite riscado antes de sua restituição ao legitimo portador é presumidamente considerado como vencimento antecipado, já que o aceite é considerado recusado. 
→ Forma do aceite
O aceite deve ser feito no próprio título não exigindo a lei qualquer expressão especifica, desde que seja usada qualquer expressão que denote de forma inequívoca que se trata de um aceite, tais como, “Honrarei”, “Pagarei”, “Aceito”, “Prometo pagar ao portador” etc. ART 25 da LUG.
→ Efeitos do aceite
Para o sacado geram-se dois efeitos, torna-se devedor cambiário e ao mesmo tempo devedor principal, para os devedores indiretos o aceite quando integral libera-os do risco do vencimento antecipado da cártula. 
→ Efeitos da recusa do aceite
A recusa gera o vencimento antecipado do título impondo a realização do protesto por falta de aceite que tornará o sacador devedor principal. Também permite que o legitimo portador da cártula exerça o direito a ação cambiária contra os devedores indiretos antes do vencimento ordinário do título. 
AULA 7
Aval na Letra de Câmbio
É a declaração cambiária sucessiva e eventual decorrente de uma manifestação unilateral de vontade pela qual uma pessoa assume obrigação cambiária autônoma e incondicional de garantia, total ou parcial do pagamento do título nas condições estabelecidas
→ Natureza Jurídica 
Garantia fidejussória, tipicamente cambiária. 
→ Responsabilidade do Avalista
O avalista se responsabiliza da mesma maneira que o avalizado (ART 32 LUG), ou seja, a natureza da obrigação do avalista é a mesma do avalizado. O grau de responsabilidade do avalista depende do grau de responsabilidade do avalizado.
O avalista ocupa no titulo a mesma posição da pessoa avalizada. CUIDADO!!! A obrigação não é a mesma porque o aval é obrigação autônoma e independente da obrigação cambiária avalizada, tanto que a obrigação do avalista subsiste ainda que nula a obrigação avalizada, exato se o vicio for de forma ( ART 32 da LUG).
O avalista é devedor solidário e pode ser acionado individual ou conjuntamente com os demais coobrigados, conforme dispõe o ART 47 da LUG.
→ Diferença entre AVAL E fiança
O aval é instituto do direito cambiário não se avaliza contrato se avaliza o título de crédito. A garantia no aval é solidária na fiança e subsidiária. 
O aval parcial só é possível para os títulos de crédito regidos por lei especial, porque só o código não o autoriza (ART 897{Ú CC). 
A fiança pode ser parcial. A obrigação do aval é autônomo e da fiança é acessória.
A solidariedade no aval é toda estabelecida no título, uma vez que não pode ser lançado no próprio título.
→ Forma
O aval deve ser lançado no anverso (FRENTE DO TÍTULO) pella simples assinatura podendo ser feito no verso do titulo desde que especifique inequivocamente que se trata de aval.
O aval em preto indica o avalizado, enquanto que o aval em branco não indica quem é o avalizado e por presunção legal beneficia o emitente do titulo conforme estabelece o ART 31 da LUG alínea 4, ART 77 alinea 3 da LUG, ART 30 {Ú da lei 7357/85.
→ Aval parcial
É possível o aval parcial por força do artigo 30 da LUG, ART 29 da lei 7357/85 e ART 25 da lei 5474/68
→ Aval condicional
Apesar da LUG não se manifestar expressamente é vedado o aval condicional, sob pena de violar o principio da literalidade, da abstração e principalmente da independência. 
→ Espécie de aval
Simples – só tem apenas 1 personagem (Sacador)
Plural – Vários personagens (sacador – sacado .. )
Plural alternada – tem pluralidade de personagens que ocupam lugares alternados.
Plural sucessivo – aval do aval
Simultâneo – porque juntam e ao mesmo tempo avalizam.
Por força da súmula 187 STF, os avais super postos e em branco devem se considerados simultâneos e não sucessivos, razão pela qual conclui-se que a sucessividade não se presume.
→ Aval dado por pessoa casada
Vênia conjugal, vênia outorgatória)
→ Extinção do aval
Pagamento, nulidade do aval, prescrição, decadência. A decadência pode gerar a extinção do aval. O prazo para protesto é decadência, se perder o prazo perde a ação de pagamento. 
AULA 8
Vencimento da Letra de Câmbio
O saque, o aceite, o aval e o endosso, são atos de constituição da obrigação e do crédito cambiário, porque por eles criam-se vínculos jurídicos e o crédito uma vez constituído será exigível, quando atendidos determinados pressupostos e o primeiro deles é o vencimento. O vencimento é o fato jurídico que torna exigível o crédito cambiário e encontra-se regulado nos ART 33 à 37 da LUG, com relação a letra de câmbio e também as notas promissórias por força do ART 77 da LUG.
OBS:
O vencimento da cambial confere ao portador o direito de exigir a soma cambiária dos devedores diretos (Aceitante, emitente da nota promissória e respectivos avalistas) mediante simples apresentação, mas em relação aos devedores indiretos (sacador, endossantes e seus avalistas), o portador deve diligenciar o protesto para não decair de seus direitos cambiários quanto aos mencionados devedores conforme dispõe ART 57 LUG. 
 
● Vencimento ordinário 
É aquele que assinala a expiração do prazo normal e previsto por quem cria a letra, já que a LUG faculta escolha entre quatro modalidades ART 33. 
O vencimento ordinário, normalmente se verifica pelo decurso do tempo, mas excepcionalmente pode ocorrer pela simples apresentação da letra quando seu vencimento for na modalidade à vista. 
→ Modalidades do vencimento ordinário
● À vista 
É aquele que se caracteriza por se configurar mediante sua apresentação (contra-apresentação) pelo portador ao sacado da letra não precisa conter a expressão “à vista” por conta do disposto no ART 2º, alínea 2 da LUG. A sua apresentação é para pagamento, e não para aceite. A sua apresentação não pode se prolongar indefinidamente, deve ser feita dentro do prazo d 1 ano contado da data do saque. 
● A certo termo de vista
É a modalidade em que o vencimento ocorre pela data do aceiteou do protesto que marca o termo inicial da contagem do prazo, sendo portanto, necessário a apresentação da letra ao sacado para caracterização do vencimento. A apresentação para aceite deve ser feita no prazo de 1 ano a contar da data do saque. 
● A certo termo de data
É aquele que vence com o transcurso do prazo ficando pelo sacador, que começa a fluir a partir da data do saque. 
● Com data certa
É aquele determinado, e também o mais utilizado, porque indica com precisão o dia, mês e ano do vencimento do título. 
→ Vencimento extraordinário ART 43 da LUG
 O vencimento extraordinário é aquele que antecipa o vencimento esperado pelas partes em razão do acontecimento de um fato jurídico eleito pelo legislador como suficientemente capaz de gerar o efeito de antecipação do vencimento. 
O art 43 da LUG menciona 4 hipóteses mas a suspensão de pagamento, a execução frustrada e a falência do sacador foram objeto de reserva pelo ART 10 anexo II da LUG.
Assim, restam aplicáveis as hipóteses de vencimento antecipado:
-Recusa total ou parcial do aceite
-Falência do aceitante Art 19,II – Decreto 2044/1908.
→ Pagamento da letra de câmbio
O pagamento esta disciplinado nos ART 38 à 42 da LUG.
O pagamento é o meio direto e normal de extinção da obrigação cambiária, efetuado de forma voluntária e em dinheiro (Pagamento direto). No entanto admite-se também no direito cambiário que a extinção da obrigação cambiária se de via pagamento indireto regulado pelo direito como por exemplo, pela compensação, confusão, novação etc. 
O pagamento do título de crédito extingue uma, ou algumas, ou todas as obrigações nele mencionadas dependendo de quem realiza o pagamento, se devedor principal o pagamento será extintivo, enquanto que se for o devedor de regresso o pagamento será recuperatório , que é feito pelo devedor de regresso e lhe permite recuperar o valor pago dos demais coobrigados.
A quitação do título pode ser feita nele mesmo, e se feito integralmente, garante a quem pagou o direito de ser tornar o legitimo portador da cártula. 
→ Protesto de título Lei 9492/97 (protesto extrajudicial)
É o ato solene e formal pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em título de crédito ou documento de outra dívida. 
Esta regulado na lei 9492/97 e na lei que regula cada um dos títulos de crédito.
● Características 
1º - Ato extrajudicial e cartoriano
2º - É ato solene e formal
3º - Prova a impontualidade mas não apenas ela 
4º - Tem como finalidade viabilizar a execução contra os coobrigados.
PROCEDIMENTO
1º - protocolo
2º - intimação (Pessoal, Correio, Edital)
3º - Opção (3 dias para úteis para pagar ou justificar)
4º Lavratura do protesto

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