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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE PROF. JOÃOZINHO RIBEIRO ORIGEM HISTÓRICA • Teve origem na Constituição Austríaca de 1920 ( Kelsen) • A Áustria teve assim, o primeiro Tribunal dedicado exclusivamente para a Jurisdição Constitucional – A Corte Constitucional Austríaca • Esse modelo acabou sendo difundido por todo o mundo após o termino da 2ª Guerra Mundial O CONTROLE ABSTRATO • É efetivado em tese ( in abstrato) • Não tem vinculação a uma situação concreta • Tem como objetivo retirar do mundo jurídico uma lei ou ato inconstitucional • Não se busca a garantia de direitos subjetivos, mas a declaração de inconstitucionalidade • O autor da ação atua como representante de um interesse público, na defesa da constituição e na higidez do ordenamento jurídico • Possui natureza de processo objetivo COMPETÊNCIA PARA JULGAR • É exercido em tese, por um tribunal com competência específica e originária ( não recursal) • A Competência originária é do STF = quando visa à aferição de leis ou atos normativos federais ou Estaduais em face da CF • Competência dos Tribunais de Justiça = quando o confronto é arguido entre as leis locais (Estaduais ou Municipais) em face da Constituição Estadual. NOMENCLATURA • CONTROLE IN ABSTRACTO • CONTROLE CONCENTRADO • CONTROLE DIRETO • CONTROLE POR VIA DE AÇÃO • CONTROLE POR VIA PRINCIPAL • CONTROLE EM TESE AÇÕES DE CONTROLE ABSTRATO • Ação Direta de inconstitucionalidade – ADI ou Adin • Ação Direta de inconstitucionalidade por omissão – ADO ou Adin por omissão • Ação Declaratória de constitucionalidade – ADC • Arguição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF • Ação Direta de inconstitucionalidade interventiva – Adin Interventiva ( ???) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE • Ação típica do controle abstrato • Objetivo : defesa da ordem jurídica, mediante apreciação, na esfera federal, da constitucionalidade de lei ou ato normativo (federal ou Estadual) em face das regras ou princípios (explícitos ou implícitos) da CF • O autor não postula em interesse próprio ou pessoal, mas em defesa do interesse coletivo • Competência: STF ( Art. 102, I, a) LEGITIMAÇÃO ATIVA • Art. 103 Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: • I - o Presidente da República; • II - a Mesa do Senado Federal; • III - a Mesa da Câmara dos Deputados; • IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; • V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; • VI - o Procurador-Geral da República; • VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; • VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; • IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. LEGITIMAÇÃO ATIVA • Somente os legitimados nos incisos VIII ( partido politico com representação no Congresso Nacional) e IX ( Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito Nacional) necessitam de Advogado para propositura da ação. • A perda superveniente de representação parlamentar ( legitimação de partido politico em representação em uma das casas do Congresso) não prejudica a apreciação da ADI • No caso do partido político basta a decisão do partido político, não necessita de manifestação do diretório LEGITIMAÇÃO ATIVA •O STF passou a permitir a legitimidade das “associações de associações” de âmbito nacional •As centrais sindicais NÃO tem legitimidade somente as Confederações •O STF distinguiu os legitimados em : a) Legitimados universais: não tem que demonstrar pertinência temática ( O Presidente, As mesas da Câmara ou Senado, PGR, OAB e os partidos políticos com representação no Congresso) b) Legitimados especiais: tem que demonstrar pertinência temática ( os demais legitimados) OBJETO • Leis ou atos normativos • Federal ou Estadual • Municipais somente no controle difuso ou excepcionalmente por ADPF • Leis do Distrito Federal, somente quando editadas no desempenho de sua competência Estadual • A norma para ser objeto de ADI deverá satisfazer cumulativamente: a) Ter sido editada na vigência da atual constituição (não admite lei pré-constitucional) b) Ser dotada de abstração, generalidade ou normatividade c) Possuir natureza autônoma ( não meramente regulamentar) d) Estar em vigor OBJETO • O STF já entendeu que não podem ser objeto de ADI por exemplo: - Se para apreciar Lei Ordinária Federal tiver que cotejar com Lei Complementar ou qualquer norma infraconstitucional, pois nesse caso a ofensa a constituição é reflexa - Lei ou atos normativos já revogados - Confronto de uma lei que cria vantagem para servidores sem dotação orçamentária - Súmulas do STF - Sentenças normativas da Justiça do Trabalho - Convenções ou acordos trabalhistas OBJETO • PODEM, por exemplo, ser objeto de ADI: - Emendas Constitucionais - Constituições Estaduais - Tratados e Convenções internacionais - Normas primárias Federais e Estaduais (Leis complementares, ordinárias, delegadas, resoluções, decretos legislativos) - Medidas provisórias - Decretos autônomos - Decretos legislativos do Congresso Nacional que suspendem a execução de atos normativos - Regimentos internos dos Tribunais do Poder Judiciário, Poder Legislativo e Tribunal de Contas OBJETO - Atos normativos de pessoa jurídica de Direito público - Resoluções e decisões administrativas do Poder Judiciário - Pareceres normativos do Poder Executivo - Pareceres de Consultoria Geral do Presidente da República OBJETO • Podem ser objeto leis que integrem o ordenamento jurídico ainda que durante o prazo do vacatio legis PARÂMETRO DE CONTROLE • A Constituição Federal • Emendas Constitucionais • Tratados e convenções internacionais que versem sobre Direitos Humanos que seguiram o rito de EC • Na petição inicial deverá ser indicado o dispositivo ( porém o STF poderá decidir pela inconstitucionalidade baseado em outro dispositivo – “causa de pedir aberta”). • Não é possível nova apreciação da validade de lei, mesmo que apresente outra fundamentação. IMPRESCRITIBILIDADE • A propositura da ADI não se sujeita a prazo de prescrição ou decadência • Limites temporais implícitos para a impugnação: a) Só admite leis ou atos normativos publicados após 05/10/1988, não admite direito pré-constitucional b) Durante o seu período de vigência ( a revogação da norma durante a ADI gera a perda de objeto, a ação fica prejudicada. No caso de impetrar ADI sobre lei já revogada gera ausência de objeto, a ação não será conhecida) IMPOSSIBILIDADE DE DESISTÊNCIA • O autor não poderá desistir da ação • O autor não atua em defesa de direito pessoal, mas de interesse público • O autor não poderá desistir de pedido de medida cautelar (liminar) PEDIDO DE INFORMAÇÕES •Conhecida a ADI, o relator pedirá informações aos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo •Sem pedido de medida cautelar = Prazo das informações: 30 dias contados do recebimento do pedido ( Art. 6º Lei 9868/1999) •Com pedido de medida cautelar = Prazo para manifestação sobre o pedido: 5 dias e depois do julgamento da cautelar que serão contados 30 dias para informações. Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO • Não cabe arguição de suspeição ( pois o que está em jogo não é interesse subjetivo). • Porém cabe a alegação de impedimento, quando o Ministro tenha atuado anteriormente na condição de : - PGR - AGU - Requerente - Requerido IMPOSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS • Art. 7º. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de Ação direta de inconstitucionalidade. ( Lei 9.868/99) • A assistência, oposição, nomeação à autoria, denunciação à lide e chamamento ao processo somente tem aplicação em processos subjetivos. • Não confundir com a possibilidade de litisconsórcio ativo • Não confundir com a possibilidade de órgãos e entidades não legitimados na condição de amicus curiae ADMISSIBILIDADE AMICUS CURIAE • Art. 7o [...] • § 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. ( Lei 9868/1999) • Amicus curiae = amigo da Corte • Possibilidade de ser admitida a manifestação formal de órgãos ou entidades que representem interesses passíveis de serem afetados com o julgamento da ADI ADMISSIBILIDADE AMICUS CURIAE • Colaborar para a participação de setores organizados da sociedade • Torna o controle abstrato mais democrático e pluralista • Reduz a possibilidade do STF deixar de apreciar argumentos ( causa de pedir aberta) • Podem apresentar memoriais e excepcionalmente sustentação oral • O RI do STF permite a sustentação oral por 15 minutos ( art. 131 §3º) • O momento de admissão = até a entrada do processo em pauta ADMISSIBILIDADE AMICUS CURIAE • Não é admissível depois de concluída a instrução • A manifestação pode ser até durante a sessão do julgamento (sustentação oral) • Não lhes assegura a interposição de recursos (apenas embargos de declaração) • O amicus curie também tem sido admitido no exame de repercussão geral e súmulas vinculantes, e até mesmo em recursos extraordinários em controle incidental. AMICUS CURIAE E O NOVO CPC •Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a manifestação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias da sua intimação. AMICUS CURIAE E O NOVO CPC •§ 1o A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o. •§ 2o Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. •§ 3o O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. ATUAÇÃO DO ADVOGADO GERAL DA UNIÃO •Decorridos o prazo das informações, serão ouvidos o AGU e o PGR, cada qual manifesta-se no prazo de 15 dias. •O AGU deverá defender o texto impugnado ( art. 103 §3º da CF) – defensor legis •Porém, o STF entendeu que o AGU poderá deixar de defender a constitucionalidade da norma (ADI 3.916/2009) •Atenção: AGU não é legitimado ativo ATUAÇÃO PROCURADOR GERAL DE REPÚBLICA • Art. 103 [...] • § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. ( CF) • Atua como fiscal da CF • Sua manifestação é imprescindível ( pode opinar pela procedência ou improcedência da ação) • Ele também pode ser um legitimado ativo (e nesse caso cabe manifestação?) • Não pode desistir da ação MEDIDA CAUTELAR EM ADI PRESSUPOSTOS: Fumus boni iuris Periculum in mora MEDIDA CAUTELAR EM ADI FORÇA DA MEDIDA: Suspende a eficácia da norma impugnada até o julgamento do mérito Suspende o julgamento de processos que envolvam a aplicação da norma Torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo manifestação do STF em contraditório MEDIDA CAUTELAR EM ADI EFEITOS: Em regra, ex nunc Poderão ser ex tunc, desde que o STF o determine Eficácia erga omnes Efeito vinculante EFEITOS DA DECISÃO DE MÉRITO EM REGRA: Erga omnes Ex tunc Efeito vinculante Efeito repristinatório EFEITOS DA DECISÃO DE MÉRITO • Exceção: • Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado (ex nunc) ou de outro momento que venha a ser fixado. ( Lei 9.868/99) MEDIDA CAUTELAR EM ADI DELIBERAÇÃO Aprovação por maioria absoluta Exceção: período de recesso INÍCIO DA EFICÁCIA DA MEDIDA Data de publicação da Ata de Julgamento no D.O. DA DECISÃO DE MÉRITO Os efeitos da decisão de mérito proferida em ADI constitui matéria complexa devendo ser abordado sobre: • Deliberação • Natureza dúplice ou ambivalente • Efeitos da decisão • Modulação dos efeitos temporais • Definitividade da decisão de mérito • Limites da eficácia retroativa • Transcendência dos motivos determinantes Deliberação • A decisão na ADI deverá ser tomada se tiverem presentes no mínimo 8 Ministros do STF: • Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. • Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. Deliberação • Quórum mínimo para instalação do julgamento = 8 Ministros • Número mínimo de votos para que seja proferida a decisão de mérito = 6 Ministros • Exemplo: Se tiverem presentes 9 Ministros, porém 5 se manifestem pela Constitucionalidade e 4 pela inconstitucionalidade? • O presidente do STF não é obrigado a votar, mas o fará sempre que assim decidir ou para desempatar NATUREZA DÚPLICE OU AMBIVALENTE • A decisão de mérito em ADI produz eficácia jurídica em um ou outro sentido • Proclamada a inconstitucionalidade a ADI será julgada procedente • Proclamada a constitucionalidade a ADI será julgada improcedente EFEITOS DA DECISÃO • EM REGRA: • Eficácia erga omnes • Efeitos retroativos (ex tunc) • Efeito vinculante • Efeito repristinatório em relação a legislação anterior MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS • Requisitos para o STF modular os efeitos: - Decisão de 2/3 dos membros ( 8 ministros) - Presença de razões de segurança jurídica ou excepcional interesse público • O STF poderá: - Restringir os efeitos - Conferir efeitos não retroativos (ex nunc) - Fixar outro momento para o inicio da eficácia da decisão DEFINITIVIDADE DA DECISÃO DE MÉRITO • Declarada a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em ADI, a decisão é irrecorrível ( apenas embargos de declaração são cabíveis) LIMITES DA EFICÁCIA RETROATIVA • A decisão em ADI retira do ordenamento jurídico a lei ou ato normativo desde o seu nascimento • Porém não desfaz os atos concretos praticados durante a sua vigência de forma automática • Apenas cria condições que a parte interessada pleiteie por via judicial o desfazimento desses atos • Não atinge a coisa julgada ( Por exemplo o reconhecimento da constitucionalidade por via incidental) – Caberá ação rescisória no prazo de 2 anos. TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES • O efeito vinculante não é apenas da parte dispositiva (a declaração de inconstitucionalidade em si) • Refere-se também ao fundamentos determinantes (ratio decidendi) INCOSTITUCIONALIDADE “POR ARRASTAMENTO” • O STF admite a declaração de outras disposições que o autor não tenha expressamente requerido na inicial , em razão da conexão. MOMENTO DA PRODUÇÃO DE EFEITOS • Inicio dos efeitos = publicação no D.J.U. • Produz efeitos mesmo antes do trânsito em julgado (para os embargos de declaração)
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