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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
Conceito: é o ramo do direito público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado 
A atual Constituição Federal do Brasil, chamada de "Constituição Cidadã", foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988. A Constituição é a lei maior, a Carta Magna, que organiza o Estado brasileiro.
Na Constituição Federal do Brasil, são definidos os direitos dos cidadãos, sejam eles individuais, coletivos, sociais ou políticos; e são estabelecidos limites para o poder dos governantes.
A sociedade brasileira se colocou contra o regime militar que iniciado em 1964, desrespeitou tremendamente os direitos e garantias dos cidadãos.
Apesar dos muitos movimentos populares contrários, o regime militar só enfraqueceu anos após o início, com destaque para a anistia aos considerados inimigos públicos, que se deu em 1979. 
Após o fim do Regime Militar (1985), em todos os segmentos da sociedade, era unânime a necessidade de uma nova Carta, pois a anterior havia sido promulgada em 1967, em plena Ditadura Militar, além de ter sido modificada várias vezes com emendas arbitrarias, inclusive com a emenda nº 1, de 1969, que modificou a maior parte do texto original e tomou as arbitrariedades dos atos institucionais como regra.
Entre os Atos Institucionais destaca-se:
A.I. - 1: PODER DE ALTERAR A CONSTITUIÇÃO, CASSAR MANDATOS E SUSPENDER POLÍTICOS, ESTABELECIA ELEIÇÕES INDIRETAS PARA PRESEIDENTE DA REPÚBLICA.
A.I. - 2: EXTINGUIU TODOS OS PARTIDOS POLÍTICOS, AMPLIOU O NÚMERO DE MINISTROS DO STF (16), PERMITIA INTERVENÇÃO NOS ESTADOS.
A.I. – 3: DETERMINAVA ELEIÇÕES INDIRETAS PARA GOVERNADOR E VICE GOVERNADOR E NOMEAÇÃO DE PPREFEITOS PELOS GOVERNADORES.
A.I. – 4: CONVOCOU O CONGRESSO NACIONAL PARA A VOTAÇÃO E PROMULGAÇÃO DO PROJETO DE CONSTITUIÇÃO.
A.I. – 5:
 - DETERMINOU O FECHAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL; 
	
- PERMITIU A CASSAÇÃO DOS MANDATOS ELETIVOS; 
	
- SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E LIBERDADES INDIVIDUAIS; 
- PROIBIÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PÚBLICAS;
- FOI DADA A PRERROGATIVA AO PODER EXECUTIVO DE LESGISLAR SOBRE TODOS OS TEMAS.
Dessa forma, em 1º de fevereiro de 1987, foi instalada a Assembléia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (senadores e deputados federais, eleitos no ano anterior), e presidida pelo deputado Ulysses Guimarães, do Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em relação às Constituições anteriores, a Constituição de 1988 representa um avanço. As modificações mais significativas foram:
- Direito de voto para os analfabetos;
- Voto facultativo para jovens entre 16 e 18 anos;
- Redução do mandato do presidente de 5 para 4 anos;
- Eleições em dois turnos (para os cargos de presidente, governadores e prefeitos de cidades com mais de 200 mil habitantes);
- Os direitos trabalhistas passaram a ser aplicados, além de aos trabalhadores urbanos e rurais, também aos domésticos;
- Direito a greve;
- Liberdade sindical;
- Diminuição da jornada de trabalho de 48 para 44 horas semanais;
- Licença maternidade de 120 dias (sendo atualmente discutida a ampliação).
- Licença paternidade de 5 dias;
- Décimo terceiro salário para os aposentados;
- Seguro desemprego;
- Férias remuneradas com acréscimo de 1/3 do salário.
A Constituição de 1988 é: formal, escrita, dogmática, promulgada (democrática), rígida, analítica.
Formal: é aquela consubstanciada de forma escrito, por meio de um documento solene estabelecido pelo poder constituinte originário.
Dogmática: apresenta-se como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e idéias fundamentais.
Promulgada: também denominada democrática: é a constituição que deriva do trabalho de uma assembléia nacional constituinte comporta de representantes do povo eleito (ex: CF: 1988).
Rígida - permite que a constituição seja mudada, mas, depende de um procedimento mais solene e dificultoso.
Analítica: caracteriza-se por ser extensa, minuciosa.
PRINCÍPIOS DE DESTAQUE DA CONSTITUIÇÃO DE 1988:
Princípios Fundamentais do Estado brasileiro:
- DO ESTADO REPUBLICANO (ART. 1º)
- DO ESTADO FEDERATIVO (ART. 1º)
- DO ESTADO DEMOCRÁTICO (ART. 1º)
- DA SEPARAÇÃO DOS PODERES (ART. 2º)
- DO PRESIDENCIALISMO (ART. 76)
Princípios gerais (entre outros):
- ISONOMIA OU IGUALDADE (ART. 5º CAPUT E INCISO I);
- LEGALIDADE (ART 5º, II);
- LIBERDADE (ART. 5º XV);
- ACESSO AO JUDICIÁRIO (Inafastabilidade do Poder Judiciário – Art. 5º, XXXV);
- JUIZ NATURAL (Art. 5, LIII);
- DEVIDO PROCESSO LEGAL (Art. 5º, LIV);
- AUTONOMIA ESTADUAL E MUNICIPAL (Arts. 1º e 34 a 36).
Princípios Setoriais: 
1. Direito Administrativo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (Art. 37).
2. Direito Civil:
- Realização da personalidade (Art. 5º, X);
- Intervenção reguladora do Estado nos contratos (Art. 5º, XXXII, direitos do consumidor), na propriedade (Art. 5º, XXII e XXIII) e na empresa (Art. 170);
- Objetivação da responsabilidade civil (Art. 37 §6º);
- Proteção da família (Art. 226); 
- Sucessão hereditária (Art. 5º, XXX);
Direito Penal:
- Reserva legal ou legalidade penal (Art. 5º, XXXIX);
- Irretroatividade da lei penal (Art. 5º, XL);
- Responsabilidade pessoal (Art. 5º, XLV e XLVI);
- Presunção de inocência (Art. 5º, LVII).
FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados e Municípios e do distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamento:
A) soberania: consiste em um poder político supremo e independente.
B) cidadania: representa um status e apresenta-se simultaneamente como objeto e um direito fundamental das pessoas.
C) a dignidade da pessoa humana: concede na unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às personalidades humanas.
D) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: entende que é através do trabalho que o homem garante sua subsistência e o crescimento do país.
E) o pluralismo político: demonstra a preocupação do legislador constituinte em afirmar-se a ampla e livre participação popular nos destinos políticos do país, garantindo a liberdade de convicção filosófica.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
“SOCI DIVA PLU”
I -	SOberania;
II -	CIdadania;
III -	DIgnidade da pessoa humana;
IV -	VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V -	PLUralismo político.
INSTITUIÇÃO DOS PODERES DE ESTADO
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil
 Art. 3º da CF, estabelece que constituem objetivos fundamentais da república federativa do Brasil:
1- Construir uma sociedade livre, justa e solidária.
2- Garantir o desenvolvimento nacional
3- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
4-Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor e quaisquer outras formas de discriminação.
COGAERPRO”
I -	COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária;
II -	GArantir o desenvolvimento nacional;
III -	ERradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV -	PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou discriminação;
Princípios que regem as Relações Internacionais ( 
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Os “VIZINHOS” da Constituição Federal são os PAÍSES AMIGOS
“AINDA NÃO CONPREI RECOOS”
I -	A	utodeterminação dos povos;
II -	INdependência nacional;
III -	DE	fesa da paz;
IV -	NÃO	-intervenção;
V -	COM	cessão de asilo político.
VI -	PRE	valência dos direitos humanos;
VII -	I	gualdade entre os Estados;
VIII -	RE	púdio ao terrorismo e ao racismo;
IX -	COO	peração entre os povos para o progresso da humanidade;
X -	S	olução pacífica dos conflitos;
PODER CONSTITUINTE
1 Conceito e Finalidade:
O poder constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social juridicamente organizado. Finalidade do poder estatal e a preservação dos direitos e garantias individuais.
TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE
O titular do poder constituinte é a nação (povo), pois esta titularidade do poder liga-se à idéia de soberania do estado.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE
-Constituinte originário ou de 1º grau
-Constituinte derivado ou de 2º grau.
Conceito de poder constituinte originário:
Estabelece que a constituição de um novo estado, organizando-o e criando os poderes a reger os interesses de uma comunidade. ex: surgimento de uma primeira constituição.
CARACTERÍSTICAS DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
1º Inicial: pois sua obra é a base da ordem jurídica.
2º Ilimitado: pois não esta de modo algum limitada pelo direito anterior, não tendo que respeitar os limites postos pelo direito positivo anterior.
3º Autônomo: mesmo conceito do ilimitado)
4º Incondicionado: pois não esta sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade.
-PODER CONSTITUINTE DERIVADO:
O poder constituinte derivado esta inserido na própria constituição, pois decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional, portanto conhece limitações constitucionais expressas e implícitas sendo passível de controle de constitucionalidade.
APRESENTANDO SUAS CARACTERISTICAS:
Subordinado e condicionado
Subordinado: porque se encontra limitada pelas normas expressas no texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade.
Condicionado: porque seu exercício deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto Constitucional.
ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO
Poder constituinte reformador e decorrente:
Reformador: consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria CF e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.
Decorrente: consiste na possibilidade que os Estados membros têm em virtude de uma autonomia política-adiministrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas regras limitadas estabelecidas pela CF.
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela leibrasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por elaadotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)    (Decreto Legislativo com força de Emenda Constitucional)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
TUTELA CONSTITUCIONAL DAS LIBERDADES
1- HABEAS CORPUS 
A constituição federal prevê no art. 5º, LXVIII, que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar  ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade  ou abuso de poder. 
O sentido das palavras alguém no habeas corpus refere-se tão somente à pessoa física. O termo “writ” é mais amplo  e significa, em linguagem jurídica, mandado ou ordem a ser cumprida.
Portanto, o habeas corpus é uma garantia individual ao direito de locomoção, consubstanciada em uma ordem dada pelo juiz ou tribunal ao coator, fazendo cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo, o direito do individuo de ir, vir e ficar.
 
NATUREZA JURIDICA 
O habeas corpus é uma ação constitucional de caráter penal e de procedimento especial, isenta de custas e que visa evitar ou cessar violência ou ameaça na liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Não se trata, portanto, de uma espécie de recurso, apesar de regulamento no capitulo e eles destinado no colégio de processo penal. 
Dessa forma, podemos concluir que a liberdade de locomoção engloba quatro situações : 
Direito de acesso e ingresso no território nacional; 
Direito de saída do território nacional;
Direita permanência no território nacional; 
Direito de deslocamento dentro do território nacional. 
A destinação constitucional do direito à livre locomoção abrange tanto os brasileiros quanto os estrangeiro, sejam ou não residentes no território nacional. 
Conforme proclamou o superior tribunal de justiça, “à liberdade é indisponível no Estado de Direito Democrático”. Não cabendo a nenhuma autoridade, inclusive  do executivo e judiciário, “assenhorar-se das prerrogativas do legislativo, criando novas formas inibidoras ao direito de ir  e vir, sem a devida fundamentação e forma prescrita em lei”. 
LEGITIMIDADE ATIVA
A legitimidade para ajuizamento do habeas corpus é um atributo de personalidade, não se exigindo a capacidade de estar em juízo, nem a capacidade postulatória, sendo uma verdadeira ação penal popular. Não há impedimento para que dele se utilize pessoa menor de idade, insana mental, mesmo sem estarem representados ou assistidos por outrem. 
O analfabeto, também, desde que alguém assine a petição a rogo, poderá ajuizar a ação de habeas corpus. Assim, concluímos com a possibilidade de o habeas corpus ser impetrado por pessoa jurídica, em favor de pessoa física.
Assim o citado “writ” nunca poderá ser utilizado para tutela dos direitos estatais na persecução penal, em prejuízo do paciente, com claro desvio de sua finalidade de tutelar a liberdade de locomoção do paciente, sob pena de não conhecimento do pedido. 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
O habeas corpus deverá ser impetrado contra o ato do coator, que poderá  ser tanto autoridade (delegado de policia, promotor de justiça, juiz de direito, tribunal, etc.) como particular. Isso, porém, não impede a impressão do habeas corpus, mesmo porque existirão casos em que será difícil ou impossível a intervenção da policia para fazer cessar a coação ilegal (internações em hospitais, clinicas psiquiátricas). 
HIPOTÉSE  E ESPÉCIE 
Habeas corpus preventivo (salvo-conduto): 
Quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. 
Habeas corpus liberatório ou repressivo 
Quando alguém estiver sofrendo violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. 
Liminar em habeas corpus 
“Como medida cautelar excepcional, a liminar em habeas corpus exige requisitos: o “periculum in mora” (probabilidade de dano irreparável) e o “fumus boni iuris” (elementos da impetração que indiquem e existência de ilegalidade no constrangimento)”. 
POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO 
Por tratar-se de cláusula pétrea (art.60, 4º , IV), o habeas corpus não poderá ser suprimido do ordenamento jurídico, em nenhuma hipótese. Assim, o estado de defesa de sitio não suspendem a garantia fundamental do habeas corpus, mas diminuem sua abrangência, pois as medidas excepcionais permitem restrição legal à liberdade de locomoção, inclusive, repita-se, por ordem autoridade administrativa.
EXCESSO DE PRAZO 
O habeas corpus poderá ser utilizado como meio processual adequado para cessar constrangimento ilegal à liberdade de locomoção do acusado-preso, decorrente de abuso excesso de prazo para o encerramento da instrução processual penal.
HABEAS DATA 
A constituição federal prevê em seu art.5º, LXXII, que, conceder-se-à habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de  informação  relativas  à pessoa  do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados  de entidades governamentais ou de caráter publico; para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Aponta-se sua origem remota na legislação ordinária nos Estados Unidos, por meio do freedom of information Act de 1974, alterado pelo freedom of information reform Act de 1978, visando possibilitar o acesso do particular às informações constantes de registros públicos ou particulares permitidos ao público. 
Assim, pode-se definir o habeas data como o direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição dos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e se necessário for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que implicam em discriminação. 
NATUREZA JURÍDICA
O habeas data é uma ação constitucional, de caráter civil, conteúdo e rito sumario, que tem por objeto a proteção do direito liquido e certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros relativos á sua pessoa e constantes de repartição publica ou particular acessíveis ao publico, para eventual retificação de seus dados pessoais. 
FINALIDADE 
Por meio do habeas data objetiva-se fazer com que todos os tenham acesso ás informações que o poder público ou entidades de caráter publica (exemplo: serviço de proteção ao crédito) possuam a seu respeito, como relembra “Michel temer”, acentuando o caráter democrático  desse instrumento. 
“é fruto de uma experiência constitucional anterior em que o governo arquivava, a seu critério e sigilosamente, dados referentes a convicção filosófica, política, religiosa e de conduta dos indivíduos”. 
LEGITIMAÇÃO ATIVA 
O habeas data poderá ser utilizado tanto por pessoa física, brasileira ou estrangeira, quanto por pessoa jurídica, pois em relação a essas, como explica “Pedro Henrique Távora Niess” 
“por terem existência diversa das pessoas físicas que as integram, tem direito à correta própria no mundo social”. 
Através de habeas data só se podem pleitear informações relativas ao próprio impetrante, nunca de terceiros.
Excepcionalmente, o extinto tribunal federal de recursos, em sessão plenária, admitiu a legitimação para o habeas data para os herdeiros do morto ou seu conjugue supérstite, salientando, porém, tratar-se de decisão.
LEGITIMAÇÃO PASSIVA 
Poderão ser sujeitos passivos do habeas data as entidades governamentais, da administração pública direta  e indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas que prestem serviços para o públicoou de interesse publico, e desde que detenham dados referentes ás pessoas físicas e jurídicas. 
PROCEDIMENTO (LEI Nº 9.507./97)
O procedimento do habeas data, assim como o do mandado de injunção, não foram regulamentados imediatamente com a promulgação da Constituição Federal. 
Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto em relação ao habeas corpus e mandado de segurança. Além disso, seu parágrafo único prevê que a petição inicial deverá ser instruída com prova de uma das três situações seguintes: 
1- da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais dez dias sem decisão;
2- da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
3- da recusa em fazer-se a anotação sobre a explicação  ou contestação sobre determinado dado, mesmo que não seja inexato, justificando possível pendência sobre o mesmo; ou de decurso de mais de quinze  dias, sem decisão. Após o termino desse prazo, será ouvido o Ministério Público, dentro de cinco dias, e os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida também em cinco dias. 
DIREITO AO CONHECIMENTO E À RETIFICAÇÃO
Há dupla finalidade no habeas data. A primeira refere-se á obtenção de informações existentes na entidade governamental ou daquelas de caráter publico. A segunda, consistente em eventual retificação dos dados nelas constantes. O direito de retificar eventuais informações errôneas, obsoletas ou discriminatórias constitui um complemento inseparável ao direito de acesso ás informações. Anote-se que no caso de decisão denegatória, o pedido de habeas data poderá ser renovado se não houver sido apreciado o mérito. 
COMPETÊNCIA 
Compete ao Supremo tribunal Federal processar e julgar originariamente o habeas data contra atos do Presidente da República, das mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do tribunal de contas da união, Procurador-Geral da Republica e do próprio tribunal. 
Além disso, o art.102, II, a, da Constituição Federal estabelece competir ao Supremo Tribunal Federal julgar em recursos ordinários os habeas data decididos em única instância  pelos tribunais superiores, se denegatório a decisão. 
HABEAS DATA E DADOS SIGILOSOS 
Outra questão difícil e importante em relação ao habeas data diz respeito ao seu cabimento em relação a dados e registros acobertados pelo sigilo da defesa nacional. 
A doutrina diverge sobre o assunto, ora entendendo as amplitudes gerais do habeas data, fundamentando-se na ausência de informações sigilosas em relação ao próprio informado; ora a possibilidade de sua restrição a fatos relacionados com a defesa nacional, aplicando-se do art. 5º XXXIII, da Constituição Federal. 
Assim, inaplicável a possibilidade de negar-se ao próprio impetrante todas ou algumas de suas informações pessoais, alegando-se sigilo  em virtude da imprescindibilidade á segurança da sociedade ou do Estado. Essa conclusão alcança-se pela constatação de que o direito de manter determinados dados sigilosos  direciona-se a terceiros que estariam, em virtude de segurança social ou Estado,  impedidos de conhecê-los, e não ao próprio  impetrante, que é o verdadeiro objeto dessas informações , pois se as informações forem verdadeiras, certamente já eram de conhecimento do próprio  impetrante, e se forem falsas, sua retificação não causará nenhum dano á segurança social ou nacional. 
MANDADO DE SEGURANÇA 
(Lei nº 12.016/09)
CONCEITO E FINALIDADE 
Assim, a Carta Magna prevê a concessão de mandado de segurança para proteger direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus data quando  o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no exercício de  atribuições do poder publico. 
ESPÉCIES 
O mandado de segurança poderá ser uma ilegalidade já cometida, ou preventivo quando o impetrante demonstrar justo receio de sofrer uma violação de direito liquido e certo por parte da autoridade impetrada. 
NATUREZA JURÍDICA
O mandado de segurança é uma ação constitucional, de natureza civil, cujo objeto é a proteção de direito  liquido e certo, lesado ou ameaçado de lesão, por ato ou omissão de autoridade publica ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de poder publico. Como afirmado por “Castro Nunes”, “garantia constitucional que se define por meio de pedir em juízo é garantia judiciária  e, portanto, ação no mais amplo sentido, ainda que de rito especial e sumaríssimo. 
CABIMENTO DO MANDANDO DE SEGURANÇA 
O cabimento do mandado de segurança, em geral, será contra todo ato comissivo ou omissivo de qualquer  autoridade no âmbito dos poderes de Estado e do Ministério Público.
Como salienta ARY Florêncio Guimarães. 
Podemos assim apontar os quatros requisitos identificadores do mandado de segurança:
1- ato comissivo ou omissivo de autoridade praticada pelo poder publica ou por particular decorrente de delegação do poder publico; 
2- Ilegalidade ou abuso de poder; 
3- lesão ou ameaça de lesão; 
4- caráter subsidiário: proteção ao direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data. Anote-se, nesse sentido, que o direito de obter certidões. Por fim, é pacifico o não cabimento do mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado e contra lei ou ato normativo em tese, salvo se veicularem autênticos atos administrativos, produzindo efeitos concretos individualizados.
CONCEITO DE DIREITO LIQUIDO E CERTO
Direito liquido e certo é o que resulta de fato certo, ou seja, é aquele capaz de ser comprovado, de plano, por documentação inequívoca. Nota-se  que o direito é sempre liquido e certo. Assim, a impetração do mandado de segurança não pode fundamentar-se em simples conjecturas ou em alegações que dependam de dilação probatória incompativel com o procedimento do mandado de segurança. 
LEGITIMAÇÃO ATIVA-IMPETRANTE
Sujeito ativo é o titular do direito liquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.Tanto pode ser pessoa física como jurídica, nacional ou estrangeira, domiciliada ou não em nosso país, além da universidades reconhecidas por lei(espólio, massa falida, por exemplo) e também os órgãos públicos despersonalizados, mas dotados de capacidade processual(chefia do poder executivo, mesas do congresso, senado, câmara, Assembléias, Ministérios Públicos, por exemplo). O que se exige é que o impetrante tenha o direito invocado, e que direito esteja sob a jurisdição da justiça brasileira. 
LEGITIMAÇAO PASSIVA-IMPETRADO 
Sujeito passivo é a autoridade coatora que pratica ou ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado, responde pelas suas conseqüências administrativas e detenha competência para corrigir a ilegalidade, podendo a pessoa jurídica de direito público, da qual faça parte, ingressar como litisconsorte. 
PRAZO PARA IMPETRAÇAO DO MANDADO DE SEGURANÇA
O prazo para a impetração do mandado de segurança é cento e vinte dias, a contar da data em que o interessado tiver conhecimento oficial do ato a ser impugnado. Este prazo é decadência do direito à impetração, e, como tal, não suspende nem se interrompe desde que iniciado o Writ, nada impede que a legislação ordinária o faça. 
COMPETÊNCIA 
A competência para processar e julgar o mandado de segurança é definida em função da hierarquia da autoridade legitima a praticar a conduta, comissiva ou omissiva, que possa resultar em lesões ao direito subjetivo da parte e não será alterada pela posterior elevação funcional da mesma. 
MANDADO DE SEGURANÇA E LIMINARES 
A concessão da liminar em mandado de segurança encontra assento no próprio texto constitucional. Assim, presentes os requisitos necessários à liminar, os seus efeitos imediatos e imperativos não podem ser obstados. 
FINALIDADE 
O legislador constituinte quis facilitar o acesso a juízo, permitindo que pessoas jurídicas defendam o interesse de seus membros ou associados, ou ainda da sociedadecomo um todo, no caso dos partidos políticos, sem necessidade de um mandado especial, evitando-se multiplicidade de demandas idênticas e conseqüente demora na prestação jurisdicional e fortalecendo as organizações clássicas.
OBJETO 
O mandado de segurança coletiva terá por objeto a defesa dos mesmos direitos que podem ser objetos do mandado de segurança individual , porém direcionados á defesa dos interesses  individuais, porém direcionado á defesa dos interesses coletivos em sentido amplo, englobando os direitos coletivos em sentido estrito, os interesses individuais homogêneos e os interesses difusos, contra ato ou omissão ilegais ou  abuso de poder de autoridade, desde que presentes os atributos da liquidez e certeza. Por interesse coletivo, conforme define Mancuso, devemos entender 
“aquele concernente a uma realidade coletiva (v.g., a profissão, a categoria, a família,) ou seja, o exercício coletivo de interesses coletivos; e não, simplesmente, aqueles interesses  que apenas são coletivos na forma, permanente individuais quanto à finalidade perseguida, o que configuraria um exercício coletivo de interesses individuais”. 
LEGITIMAÇAO ATIVA E PASSIVA
 São legitimados para a propositura da mandado de segurança coletivo, em substituição processual: 
Partido político com representação no Congresso Nacional, exigindo –se somente a existência de, no mínimo, um parlamentar, em qualquer das casas legislativas, filiado a determinado partido político. 
Organização sindical, entidade de classe ou associação, desde que preencham três requisitos: estejam legalmente constituídos, em funcionamento há pelo um ano e pleiteiem a defesa dos interesses de seus membros ou associados. 
Anote-se, porém, que o Supremo Tribunal  Federal, entende que, “tratando-se  de mandando de segurança coletiva impetrado por sindicato, é indevida a exigência de um ano de constituição e funcionamento, porquanto esta restrição destina-se apenas ás associações, nos termos do art.5º, XXXI, b, in fine, da CF”. 
BENEFICIÁRIOS 
No mandado de segurança coletivo não haverá necessidade de constar na petição inicial os nomes de todos os associados ou filiados, uma vez que não se trata de litisconsórcio ativo em mandado de segurança individual. A situação individual de cada um deverá ser analisada no momento de execução da sentença, devendo a autoridade impetrada, ao cumprir a decisão judicial, exigir que cada beneficiário comprove pertencer à entidade beneficiária, bem como que se encontra na situação fática descrita no mandado de segurança coletiva. 
MANDADO DE INJUNÇAO
O art. 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal prevê, de maneira inédita, que conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de normas regulamentadora torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas  inerentes á nacionalidade, á  soberania e à cidadania. 
O mandado de injunção consiste em uma ação constitucional de caráter civil e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Publico, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição Federal, juntamente com a ação de inconstitucionalidade por emissão, visa ao combate à síndrome de inefetividade das normas constitucionais. 
OBJETO DO MANDADO DE INJUNÇÃO
As normas constitucionais que permitem o ajuizamento do mandado de injunção assemelham-se às da ação direta de inconstitucionalidade por omissão  e não decorrem de  todas as espécies de omissão do Poder Publico, mas tão- só em relação ás normas constitucionais de eficácia limitada de principio institutivos e de caráter impositivo e das normas programáticas vinculadas ao principio da legalidade, por dependerem de atuação normativa ulterior para garantir sua aplicabilidade. 
O mandado de injunção somente se refere á omissão de regulamentação de norma constitucional. 
REQUISITOS 
O requisito para o Mandado de Injunção são: 
1- falta de normas reguladoras de uma previsão; 
2- inviabilização do exercício dos direitos e liberdades constitucional e das regras prerrogativa inerentes à nacionalidade, soberania e à cidadania.
O mandado de injunção pressupõe a existência de nexo de causalidade entre a omissão normativa do Poder Público e a inviabilidade do exercício do direito, liberdade ou prerrogativa.
 
LEGITIMIDADE ATIVA
O M.I. poderá ser ajuizado por qualquer pessoa cujo exercício de um direito, liberdade ou prerrogativa constitucional esteja sendo inviabilizado em virtude da falta de norma reguladora da Constituição Federal. 
Obs: é plenamente possível o mandado de injunção coletivo. 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
O sujeito passivo será somente a pessoa estatal, uma vez que no pólo passivo da relação instaurada com o ajuizamento do M.I só aquelas podem estar presentes, pois somente aos entes estatais pode ser imputável o dever jurídico de emanação de provimentos normativos. 
Os particulares não se revestem de legitimidade passiva para o processo injuncional. 
PROCEDIMENTO 
No M.I, serão observadas, no que couber, as normas do M.S, enquanto não editada legislação especifica, conforme determina o art. 24, §1º da lei 8.030/90. 
Importante ressaltar, porém, que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já pacificou pela impossibilidade da concessão de medida liminar por ser imprópria do mandado de injunção.
COMPETÊNCIA 
O art. 102, I, “q” da CF determina que compete ao STF processar e julgar, originariamente, o MI, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição  do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio STF. 
No âmbito estadual, será permitido aos Estado-membros, no exercício do poder constituinte derivado decorrente, estabelecerem em suas constituições estaduais o órgão competente para o processo e julgamento de mandado de injunção contra omissão do Poder Público estadual em relação ás normas constitucionais estaduais.
AÇÃO POPULAR
I - INTRODUÇÃO
A Constituição Nacional de 1988 faz referência no seu art. 5º, inciso LXXIII, à ação popular. A ação popular é um remédio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão com o objetivo de obter controle de atos ou contratos administrativos ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual ou municipal, ou ao patrimônio de autarquias, entidades paraestatais e pessoas jurídicas que recebem auxilio pecuniário do poder público.
A ação popular, que é regulada pela Lei 4.717 de 29 de junho de 1965, possibilita que qualquer cidadão tenha o direito de fiscalização dos atos administrativos, bem como de sua possível correção, quando houver desvio de sua real finalidade. 
A nossa Constituição dispõe no referido artigo, que “qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular o ato lesivo ao patrimônio público ou entidade que o Estado participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”.
Esse direito de todo cidadão ser um fiscal dos atos e contratos administrativos, garantido constitucionalmente pela ação popular, vem a ser uma forma de garantia da participação democrática do próprio cidadão na vida pública, baseando-se no princípio da legalidade dos atos administrativos e também no conceito de que a coisa pública é patrimônio do povo, garantindo assim a sua titularidade da cidadania, exercendo seus direitos políticos. 
É ainda oportuno o esclarecimento do professor Michel Temer “ Se é coisa do povo, a este cabe o direito de fiscalizar aquilo que é seu. Pertence-lhe o patrimônio do Estado. Por isso é público”. Verifica-se que há um sistema de fiscalização efetivado por meio de uma representação popular.
II – REQUISITOS
As condições gerais da ação popular são as mesmas para qualqueração, isto é, a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade para a causa�
A legitimidade da ação parte do princípio de que a Carta Magna assegura, em seu texto, a qualquer cidadão a possibilidade de propor ação popular contra atos lesivos ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural. Para propor ação popular se requer, antes de mais nada, que o autor seja cidadão brasileiro no exercício de seus direitos cívicos e políticos. A prova de cidadania, segundo o § 3º do art. 1º da Lei n.º 4.717, de 29 de junho de 1965, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.
A ação popular, em seu requisito objetivo, se refere à natureza do ato ou da omissão da administração pública a ser impugnado que deve ser, obrigatoriamente, lesivo ao patrimônio público. A lesividade do ato ou da omissão deve ser concretamente provada na ação, se tornando assim requisito desta. 
O desvio de poder da Administração, quando obedece a lei formalmente, afastando-se de seus objetivos, já é há muito tempo considerado como uma modalidade de ilegalidade dentro do nosso Direito Administrativo, ensejador do cabimento de ação popular.�
III – DAS PARTES
A legitimidade ativa surge do princípio constitucional (art. 5.º, LXXIII) que assegura a qualquer cidadão, seja ele cidadão brasileiro nato ou naturalizado, inclusive aquele entre 16 e 21 anos, e ainda, o português equiparado, no gozo dos seus direito políticos, isto é, o eleitor, tem a possibilidade de propor ação popular. Exclui-se, portanto, aqueles que tiverem suspensos ou declarados perdidos seus direitos políticos. O cidadão menor de 21 tendo adquirido o direito de eleitor, não há necessidade de assistência.
A Súmula 365 do Supremo Tribunal Federal entende que a pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
Os sujeitos passivos da ação, segundo o art. 6º,§ 2º da Lei 4.717/65, são: as pessoas públicas ou privadas, os autores e participantes do ato e os beneficiários do ato ou contrato lesivo ao patrimônio público. 
IV – COMPETÊNCIA
A competência para processar e julgar a ação popular é determinada conforme a origem do ato impugnado, de acordo com o art. 5º da Lei 4. 717/65. Toda e qualquer autoridade será julgada em primeira instância, podendo ser interposto todos os recursos cabíveis no ordenamento jurídico brasileiro. Se o ato impugnado foi praticado por autoridade, funcionário ou administrador de órgão da União, autarquia ou entidade paraestatal da União, por exemplo, a competência é do juiz federal da Seção Judiciária em que se consumou o ato.
V – LIMINAR NA AÇÃO POPULAR
O pedido de liminar na ação popular, desde que atenda os requisitos específicos do periculum in mora e do fumus boni juris, é admitido expressamente pelo § 4.º do art. 5º da Lei 4.717/65. A liminar em ação popular foi introduzida pelo art. 34 da Lei 6.513, de 20 de dezembro de 1977, que dispõe: “Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato lesivo impugnado”.
VI – SENTENÇA E COISA JULGADA
Na ação popular, se o juiz decidir pela procedência da ação, o ato impugnado será inválido e haverá a condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos aos beneficiários, condenação dos réus às custas e despesas com a ação e honorários advocatícios e a produção de efeitos de coisa julgada erga omnes.
Quando a ação é julgada improcedente, deve-se investigar as causas de sua improcedência, para analisarem seus efeitos como observa Alexandre de Morais3:
“Se a ação popular for julgada improcedente por ser infundada, a sentença produzirá efeitos de coisa julgada erga omnes , permanecendo válido o ato. Porém, se a improcedência decorrer de deficiência probatória, apensar da manutenção da validade do ato impugnado, a decisão de mérito não terá eficácia de coisa julgada erga omnes, havendo possibilidade de ajuizamento de uma nova ação popular com o mesmo objeto e fundamento, por prevalecer o interesse público de defesa da legalidade e da moralidade administrativas, em busca da verdade real”.
DIREITOS SOCIAIS
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 2000)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 28, de 25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. 
Direito ao trabalho
Proteção contra dispensa arbitrária ou sem justa causa (lei complementar disciplinará a indenização compensatória, entre outros direitos). Até que venha a lei complementar, a indenização deve observar o disposto no artigo 10, inciso I, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que prevê acréscimo de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço como indenização.
Seguro em caso de desemprego involuntário (artigo 239).
 
Direito ao salário
Salário mínimo nacionalmente unificado e capaz de atender às necessidades vitais básicas dos trabalhadores (artigo 7.º, inciso IV).
Pelo menos 30% do salário devem ser pagos em dinheiro (artigo 82 da Consolidação das Leis Trabalhistas).
Irredutibilidade, salvo o disposto em convenção coletiva (acordo entre sindicato dos empregados e sindicato patronal) ou acordo coletivo (acordo entre a empresa e o sindicato dos empregados). A Consolidação das Leis Trabalhistas, em seu artigo 468, proíbe alterações prejudicais do contrato de trabalho.
Trabalho noturno com remuneração superior ao diurno (artigo 7.º, inciso IX, que repete norma do artigo 73, § 1.º, da Consolidação das Leis Trabalhistas).
Décimo terceiro salário com base na remuneração integral, ou no valor da aposentadoria.
Horas extras remuneradas, no mínimo, em 50% acima das horas normais.
c) Direito ao repouso e à inatividade remunerada (artigo 7.º, incisos XV, XVII, XIX e XXIV, da Constituição Federal)
Repouso semanal remunerado.
Licença-maternidade (gestante – 120 dias).
Licença-paternidade (5 dias; artigo 10, § 1.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).
Férias anuais, que devem ser pagas antes do gozo com acréscimo de 1/3 (a Constituição Federal não fixa o número de dias, cabendo à lei disciplinar).
Aposentadoria.
Proteção dos trabalhadores
Proteção em face da automação, na forma da lei.
Proibição de distinção de salários ou de discriminação quanto à admissão em razão de sexo, idade, cor ou estado civil. A Lei n. 9.029/95 proíbe a exigência de teste de gravidez ou prova de esterilização para fins de admissão.
Proteção do mercado de trabalho da mulher (artigo 7.º, inciso XX).
Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso (artigo 7.º, inciso XXXIV).
Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de 18 anos.
Proibição de qualquer trabalho ao menor de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (redação da Emenda Constitucional n. 20/98).
Seguro contra acidente de trabalho, sem exclusão da indenização decorrente de dolo ou culpa.
Ação por crédito trabalhista, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho (redação do inciso XXIX do artigo 7.º da Constituição Federal, de acordo com a Emenda Constitucional n. 28/00).
Direitos relativos aos dependentes
Salário-família para os dependentes de trabalhadores de baixa renda (artigo 7.º, inciso XII).
Assistência gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador desde o nascimento até os 6 anos de idade em creches e pré-escolas (artigo 7.º, inciso XXV).
Participação nos lucros e co-gestão
O artigo 7.º, inciso XI (previsto desde a Constituição Federal de 1946, mas dependendo de lei que regulamente), assegura a participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração e, excepcionalmente, a participação na gestão da empresa. A Lei n. 10.101/00 disciplina a matéria.
Direitos coletivos dos trabalhadores
a) Associação e sindicato: a Constituição Federal prevê dois tipos de associação: profissional e sindical.
Profissional: atua na defesa dos interesses profissionais dos seus associados.
Sindical: defende os direitos coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas, participa nas negociações coletivas de trabalho, elege representantes, recebe contribuições.
 	É livre a associação sindical. Essa liberdade significa: liberdade de fundação; liberdade de adesão; liberdade de atuação; liberdade de filiação. 
	O Estado não pode intervir ou interferir na organização sindical. Por outro lado, ninguém pode ser obrigado a se filiar ou a se manter filiado a sindicato.
	Os aposentados filiados podem votar e ser votados nas organizações sindicais.
	Assim como as associações, os sindicatos não necessitam de autorização do Estado para a sua fundação, embora seja exigível o registro dos estatutos no órgão competente.
	Aos militares sãoproibidas a sindicalização e a greve (artigo 142, inciso IV, da Constituição Federal).
	A contribuição confederativa, que em regra corresponde a um dia de trabalho por ano, não tem natureza tributária e somente pode ser exigida dos confederados. A contribuição sindical prevista no artigo 149 da Constituição Federal tem caráter parafiscal (estatuída por lei e obrigatória) e pode ser exigida inclusive dos que não são sindicalizados.
	A pluralidade sindical sofre restrição, pois é admissível apenas uma entidade, um sindicato, por base territorial (hoje correspondente a um Município) e para representação de uma categoria – artigo 8.º, inciso II. Vale ressaltar que há unicidade sindical e pluralidade de bases sindicais.
	Nas negociações coletivas de trabalho é obrigatória a presença dos sindicatos.
Direito de greve: abstenção coletiva concentrada. 
A greve pode ter caráter reivindicativo, de solidariedade, político, de protesto. Não há o exercício desse direito de forma individual, porque o direito de greve sempre pressupõe, para sua efetivação, a reunião de vontade de vários titulares (grupo de trabalhadores).
O artigo 9.º da Constituição Federal assegura o direito de greve e garante a soberania da decisão dos trabalhadores sobre a oportunidade e os interesses que a manifestação visa proteger.
Os §§ 1.º e 2.º, no entanto, demonstram que o direito de greve não é absoluto e que as necessidades inadiáveis da coletividade devem ser respeitadas.
A Lei n. 7.783/89, que disciplina a greve, traz como atividades essenciais o tratamento e o abastecimento de água, a assistência médica e hospitalar, a compensação bancária e outras atividades.
O lockout (paralisação das atividades pelos empresários com a finalidade de pressionar o Poder Público) é vedado pela Consolidação das Leis Trabalhistas.
NACIONALIDADE
É o vínculo jurídico-político que une uma pessoa a determinado Estado Soberano. Vínculo que gera direitos, porém, também acarreta deveres.
Cidadão é aquele que está no pleno gozo de seus direitos políticos. 
Povo é o elemento humano do Estado, do país soberano. É o conjunto dos nacionais.
População é conceito demográfico, engloba nacionais e estrangeiros. Envolve todas as pessoas que estão em um território.
	Nação é o conjunto de indivíduos ligados pelos mesmos costumes e tradição.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º   Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
1.1. Formas
A nacionalidade apresenta-se de duas formas: originária e secundária.
1.1.1. Nacionalidade originária
Somente a Constituição Federal pode estabelecer hipóteses de nacionalidade originária, a nacionalidade dos natos.
No Brasil, a nacionalidade originária (primária, involuntária) normalmente é fixada pelo critério do jus soli, mas conforme veremos abaixo são admitidas exceções que a conferem pelo critério do jus sanguinis.
A nacionalidade primária também é chamada originária ou involuntária, porque normalmente é atribuída em razão da condição de uma pessoa quando ela nasce (brasileiros natos).
A nacionalidade originária costuma ser atribuída às pessoas com base em dois critérios, de acordo com a legislação soberana de cada país. Conforme ensina celso bastos�: “O primeiro se funda no princípio de que será nacional todo aquele que for filho de nacionais (jus sanguinis). O segundo determina serem nacionais todos aqueles nascidos em seu território (jus soli)”.
Alguns doutrinadores chamam o jus soli de jus loci.
 Os países não costumam adotar, com exclusividade, qualquer dos sistemas, fato que permite a uma pessoa ser polipátrida (ter mais de uma nacionalidade, a exemplo do filho de italiano que nasce no Brasil) ou apátrida (não ter qualquer nacionalidade).
1.1.2. Nacionalidade secundária
Também denominada nacionalidade adquirida ou voluntária, é a conferida aos naturalizados, sempre dependendo de um requerimento sujeito à apreciação. 
A pessoa é livre para escolher sua nacionalidade, vetado o constrangimento a mantê-la (princípio da inconstrangibilidade), permitida a opção por outra (princípio da optabilidade).
1.2. Definição de Nato
Existem dois critérios para definir os natos: o critério do jus loci e o critério do jus sanguinis.
1.2.1. Critério “jus loci”
É considerado brasileiro nato aquele que nasce na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país. A República Federativa do Brasil compreende o seu território nacional mais suas extensões materiais e jurídicas.
Se o estrangeiro estiver em território nacional a serviço de um terceiro país, que não o seu de origem, e seu filho nascer no Brasil, este será brasileiro nato. 
1.2.2. Critério “jus sanguinis”
É considerado brasileiro nato o filho de brasileiros que nascer no estrangeiro estando qualquer um dos pais a serviço da República Federativa do Brasil. “A serviço da República Federativa do Brasil” entende-se da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista; o brasileiro deve estar a serviço da Administração direta ou indireta.
Também poderá requerer a nacionalidade o filho de pai brasileiro ou mãe brasileira nascido no estrangeiro, desde que venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, pela nacionalidadebrasileira (ECR n. 3/94). 
A opção ora analisada não pode ser recusada pelo Estado e por isso tal aquisição de nacionalidade é conhecida como potestativa, vale dizer, o efeito pretendido depende exclusivamente da vontade do interessado. 
1.3. Naturalização 
A aquisição da nacionalidade secundária pode ser expressa (ordinária ou extraordinária) ou tácita.
A naturalização tácita, ou grande naturalização, foi aquela concedida a todos os que se encontravam no Brasil à época da Proclamação da República e que não declararam o ânimo de conservar a nacionalidade de origem até seis meses após a entrada em vigor da Constituição Federal de 1891.
Atualmente, temos apenas a hipótese de naturalização expressa, as regras de naturalização previstas dependem de requerimento expresso do interessado. A Constituição Federal/88 prevê suas formas:
a) Naturalização ordinária
É a naturalização reconhecida àqueles que apresentam um pedido comprovando ter residido no Brasil durante um ano ininterrupto, desde que originários de país de língua portuguesa e que tenham idoneidade moral. Preenchidos esses requisitos, deve ser requerida ao Ministério da Justiça; a concessão ou não dessa naturalização é um poder discricionário do Executivo Federal. O requerente não tem direito subjetivo a essa naturalização.
b) Naturalização extraordinária 
Também denominada naturalização quinzenária, exige quinze anos ininterruptos de residência no Brasil. Pode ser concedida para estrangeiro de qualquer país, inclusive para os apátridas. Exige que o interessado não tenha condenação criminal nem no Brasil nem no exterior. Aqui há direito subjetivo, preenchidos os requisitos, deverá ser concedida a naturalização, não havendo discricionariedade do Executivo Federal.
Dentro da naturalização extraordinária existe a hipótese de naturalização fundada no princípio da reserva legal, a qual não está constitucionalmente prevista porque a lei pode disciplinar hipóteses de naturalização, desde que sejam secundárias, vedado o estabelecimento de hipóteses originárias. 
A competência para legislar sobre nacionalidade é da União Federal (artigo 22, inciso XIII, da Constituição Federal/88), permitida a delegação por lei complementar (artigo 22, parágrafo único, da Constituição Federal/88).
A norma que disciplina essa naturalização é a Lei n. 6.815/80 (Estatuto dos Estrangeiros), que estabelece requisitos próprios:
Capacidade civil: só pode requerer a naturalização com base no princípio da reserva legal quem tiver capacidade civil;
O requerente deve ter visto permanente;
Deve estar residindo no Brasil por quatro anos contínuos;
Deve ler e escrever em português;
Deve ter boa conduta, boa saúde e bom procedimento;
O requerente deverá exercer profissão ou possuir bens que garantam a sua subsistência e a da sua família;
Inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou mesmo no exterior por crime doloso a que seja prevista pena mínima de um ano de prisão.
Existem, ainda, outras duas hipóteses de naturalização secundária, fundadas no princípio da reserva legal, previstas nos artigos 115 e 116 da Lei n. 6.964/81:
Radicação precoce: o nascido no estrangeiro, admitido no Brasil durante os primeiros cinco anos de vida, estabelecido definitivamente, deve manifestar-se pela nacionalidade até dois anos após a maioridade; entrementes sua naturalização será provisória;
Naturalização decorrente da conclusão, pelo estrangeiro, de curso superior no Brasil: o estrangeiro admitido no Brasil antes de atingida a maioridade e que conclui curso superior tem até um ano, após o término do curso, para requerer a sua nacionalidade brasileira.
1.4. Distinção Entre Brasileiro Nato e Naturalizado 
Somente a Constituição Federal/88 pode estabelecer distinções entre brasileiros natos e naturalizados. Cargos reservados aos brasileiros natos:
Presidente e Vice-Presidente da República;
Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Senado Federal (porque estão na linha de substituição do Presidente da República);
Ministro do Supremo Tribunal Federal. Os demais cargos do Poder Judiciário poderão ser ocupados por brasileiros natos ou naturalizados;
Ministro de Estado da Defesa (cargo criado pela Emenda Constitucional n. 23/99); 
Membros da Carreira Diplomática (não se impõe essa condição ao Ministro das Relações Exteriores);
Oficial das Forças Armadas;
Parte dos Conselheiros da República (artigo 89, inciso VII, da Constituição Federal/88): o Conselho da República é um órgão consultivo do Presidente da República, devendo ser composto, dentre outros, por seis brasileiros natos;
O artigo 222 da Constituição Federal prevê que a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. O § 1.º do artigo, na redação da Emenda Constitucional 36/02 autoriza participação de estrangeiros em até 30% do capital total e do capital votante dessas empresas.
1.5. Estatuto da Igualdade (Quase Nacionalidade)
O Estatuto da Igualdade é decorrente do tratado entre Brasil e Portugal de 1971: quando são conferidos direitos especiais aos brasileiros residentes em Portugal são conferidos os mesmos direitos aos portugueses residentes no Brasil. O núcleo do Estatuto é a reciprocidade. Os portugueses que possuem capacidade civil e residência permanente no Brasil podem requerer os benefícios do Estatuto da Igualdade e, conseqüentemente, deve haver reciprocidade em favor dos brasileiros que residem em Portugal. 
Essa nacionalidade é chamada de Quase Nacionalidade e pode ser restrita ou ampla.
1.5.1. Quase nacionalidade restrita 
Os portugueses terão direitos semelhantes aos dos brasileiros naturalizados, exceto o direito de participação política ativa e passiva.
1.5.2. Quase nacionalidade ampla 
Os portugueses adquirirão os direitos políticos se solicitarem junto à Justiça Eleitoral, preenchendo, para tanto, os seguintes requisitos:
Demonstração da quase nacionalidade restrita;
Cinco anos de residência permanente no Brasil;
Inexistência de antecedentes criminais;
Domínio sobre o idioma comum escrito;
Demonstrar que gozam de direitos políticos em Portugal.
Obtida a quase nacionalidade ampla, os direitos políticos dos portugueses que a solicitaram ficarão suspensos em Portugal. Terão os mesmos direitos políticos dos brasileiros naturalizados.
O Estatuto da Igualdade poderá prever restrições, desde que também previstas nas normas portuguesas, entretanto, restrições a brasileiros naturalizados só podem ser feitas por meio de Emenda Constitucional.
1.6. Perda da Nacionalidade
a) Cancelamento da naturalização
O que gera o cancelamento da naturalização é a prática de atividade nociva ao interesse nacional, reconhecida por sentença judicial transitada em julgado. A sentença tem efeitos ex nunc e a reaquisição ocorre se o cancelamento for desfeito em ação rescisória.
b) Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade
Atinge tanto os brasileiros natos quanto os naturalizados. O instrumento que explicita a perda da nacionalidade nesta hipótese é o decreto do Presidente da República. Sucede por meio de um processo administrativo que culmina com o decreto que produz efeitos ex nunc. O que conduz à perda é a aquisição de outra nacionalidade. O decreto somente reconhecerá essa situação. A reaquisição também deve ser feita por decreto do Presidente da República.
Nem sempre a aquisição de outra nacionalidade implica a perda da nacionalidade brasileira. O Brasil, além de admitir a dupla nacionalidade, admite a múltipla nacionalidade, nas seguintes hipóteses:
Quando há o reconhecimento ao brasileiro, pela legislação estrangeira, da condição de nacional originário daquele país.
Quando a pessoa estiver obrigada a adquirir outra nacionalidade para manter sua residência no país onde

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