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Aula 00 Direito Processual Penal p/ TJ-PE (Técnico - Função Judiciária) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo AULA DEMO: AÌO PENAL. SUMçRIO 1 AÌO PENAL ............................................................................................... 6 1.1 Condies da ao penal ...................................................................... 6 1.1.1 Possibilidade Jurdica do pedido ............................................................. 6 1.1.2 Interesse de Agir ................................................................................. 7 1.1.3 Legitimidade ad causam ativa e passiva .................................................. 8 1.2 Espcies de Ao Penal ...................................................................... 10 1.2.1 Ao penal pblica incondicionada ........................................................ 11 1.2.2 Ao penal pblica condicionada ( representao do ofendido e requisio do Ministro da Justia) ........................................................................................ 14 1.2.3 Ao penal privada exclusiva ............................................................... 16 1.2.3.1 Renncia, perdo e perempo ..................................................... 18 1.2.4 Ao penal privada subsidiria da pblica .............................................. 20 1.2.4.1 Atuao do MP na ao penal privada subsidiria da pblica .............. 22 1.2.5 Ao penal personalssima .................................................................. 22 1.3 Denncia e queixa: elementos ........................................................... 23 1.3.1 Exposio do fato criminoso ................................................................ 23 1.3.2 Qualificao do acusado ...................................................................... 23 1.3.3 Classificao do delito (tipificao do delito) .......................................... 23 1.3.4 Rol de testemunhas ............................................................................ 23 1.3.5 Endereamento ................................................................................. 24 1.3.6 Redao em vernculo ........................................................................ 24 1.3.7 Subscrio ........................................................................................ 24 2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ..................................................... 24 3 SòMULAS PERTINENTES ........................................................................... 28 3.1 Smulas do STF .................................................................................. 28 3.2 Smulas do STJ .................................................................................. 29 4 RESUMO .................................................................................................... 29 5 LISTA DE EXERCêCIOS .............................................................................. 33 6 EXERCêCIOS COMENTADOS ....................................................................... 56 7 GABARITO ................................................................................................ 98 Ol, meus amigos! com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo para a aprovao de vocs no concurso do TJ-PE. Ns vamos estudar teoria e comentar exerccios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de TCNICO JUDICIçRIO Ð FUNÌO JUDICIçRIA. E a, povo, preparados para a maratona? O edital acabou de ser publicado, e a Banca, como sabamos, ser o IBFC. As provas esto agendadas para o dia 15.10.2017. Bom, est na hora de me apresentar a vocs, no ? Meu nome Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pblico Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pblica da Unio no Rio de Janeiro, e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Tcnico Judicirio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e ps-graduado em Direito Pblico pela Universidade Gama Filho. Minha trajetria de vida est intimamente ligada aos Concursos Pblicos. Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam como consegui sucesso nos concursos em to pouco tempo. Simples: Foco + Fora de vontade + Disciplina. No h frmula mgica, no h ingrediente secreto! Basta querer e correr atrs do seu sonho! Acreditem em mim, isso funciona! muito gratificante, depois de ter vivido minha jornada de concurseiro, poder colaborar para a aprovao de outros tantos concurseiros, como um dia eu fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprovaoÓ, no estou falando apenas por falar. O Estratgia Concursos possui ndices altssimos de aprovao em todos os concursos! Neste curso vocs recebero todas as informaes necessrias para que possam ter sucesso no concurso do TJ-PE. Acreditem, vocs no vo se arrepender! O Estratgia Concursos est comprometido com sua aprovao, com sua vaga, ou seja, com voc! Mas possvel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda no esteja plenamente convencido de que o Estratgia Concursos a melhor escolha. Eu entendo voc, j estive deste lado do computador. Ës vezes difcil escolher o melhor material para sua preparao. Contudo, alguns colegas de caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Esse print screen acima foi retirado da pgina de avaliao do curso de Direito Processual Penal para Delegado da PC-PE. Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um percentual de 98,39%. Ainda no est convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que pode estar dentro daqueles 1,61%. Em razo disso, disponibilizamos gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o material, ver se a abordagem te agrada, etc. Acha que a aula demonstrativa pouco para testar o material? Pois bem, o Estratgia concursos d a voc o prazo de 30 DIAS para testar o material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente o material e, se no gostar, devolvemos seu dinheiro. Sabem porque o Estratgia Concursos d ao aluno 30 dias para pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso no vai acontecer! No temos medo de dar a voc essa liberdade. Neste curso estudaremos todo o contedo de Direito Processual Penal previsto no Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambm com exerccios comentados. Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: ! ! AULA CONTEòDO DATA Aula 00 Ao Penal 20/07 Aula 01 Sujeitos processuais 25/07 Aula 02 Atos e prazos processuais. Nulidades. Sentena. Extino da punibilidade. 30/07 00000000000 00000000000 - DEMOProf. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Aula 03 Dos recursos: modalidades e princpios da fungibilidade. 05/08 Aula 04 Processo dos crimes de responsabilidade dos funcionrios pblicos 10/08 Aula EXTRA Questes da Banca IBFC 30.08 ! As aulas sero disponibilizadas no site conforme o cronograma apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questes que foram cobradas em concursos pblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matria. Como o IBFC uma Banca com um acervo muito pequeno de questes da nossa matria, vamos utilizar questes de Bancas consagradas, como FCC, FGV e VUNESP. Ao final do curso, porm, vou trazer uma aula extra, apenas com questes da prpria IBFC, a fim de que vocs possam utilizar como uma espcie de ÒsimuladoÓ antes da prova. Alm da teoria e das questes, vocs tero acesso a duas ferramentas muito importantes: ¥! RESUMOS Ð Cada aula ter um resumo daquilo que foi estudado, variando de 03 a 10 pginas (a depender do tema), indo direto ao ponto daquilo que mais relevante! Ideal para quem est sem muito tempo. ¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð No entendeu alguma coisa? Simples: basta perguntar ao professor Vinicius Silva, que o responsvel pelo Frum de Dvidas, exclusivo para os alunos do curso. Outro diferencial importante que nosso curso em PDF ser complementado por videoaulas. Nas videoaulas sero apresentados alguns pontos considerados mais relevantes da matria, seja atravs da apresentao da teoria seja atravs da resoluo de exerccios anteriores, como forma de ajudar na assimilao da matria. No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! Prof. Renan Araujo 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo E-mail: profrenanaraujo@gmail.com Periscope: @profrenanaraujo Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br Youtube: www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ Observao importante: este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos. ;-) 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 1! AÌO PENAL Quando algum pratica um fato criminoso, surge para o Estado o poder-dever de punir o infrator. Esse poder-dever, esse direito, chamado de ius puniendi. Entretanto, o Estado, para que exera validamente e legitimamente o seu ius puniendi, deve faz-lo mediante a utilizao de um mecanismo que possibilite a busca pela verdade material (no meramente a verdade formal), mas que ao mesmo tempo respeite os direitos e garantias fundamentais do indivduo. Esse mecanismo chamado de Processo Penal. Mas, professor, onde entra a Ao Penal nisso? A ao penal , nada mais nada menos que, o ato inicial desse mecanismo todo chamado processo penal. 1.1!Condies da ao penal Tal qual ocorre no processo civil, no processo penal a ao tambm deve obedecer a algumas condies. Sem elas a ao penal ajuizada deve ser rejeitada de imediato pelo Juiz. Nesse sentido temos o art. 395, II do CPP: Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: (Redao dada pela Lei n¼ 11.719, de 2008). (...) II - faltar pressuposto processual ou condio para o exerccio da ao penal; ou (Includo pela Lei n¼ 11.719, de 2008). So condies da ao penal: 1.1.1!Possibilidade Jurdica do pedido Para que esteja configurada essa condio da ao, basta que a ao penal tenha sido ajuizada com base em conduta que se amolde em fato tpico. Assim, no se exige que a conduta tenha sido tpica, ilcita e o agente culpvel. Mesmo se o titular da ao penal (MP ou ofendido) verificar que o crime foi praticado em legtima defesa, por exemplo, (exclui a ilicitude) a conduta tpica, estando cumprido o requisito da possibilidade jurdica do pedido. 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 1.1.2!Interesse de Agir Se no processo civil o interesse de agir caracterizado como a necessidade da prestao da tutela jurisdicional, devendo a parte autora comprovar que no h outro meio para a resoluo do litgio que no seja a via judicial, no processo penal um pouco diferente. No processo penal a via judicial obrigatria, no podendo o Estado exercer o seu ius puniendi fora do processo penal. O processo civil facultativo, podendo as partes resolver a lide sem a interveno do Judicirio. O processo penal, por sua vez, obrigatrio, devendo o titular da ao penal provocar o Judicirio para que a lide seja resolvida. H quem defenda, inclusive, que no necessariamente h lide no processo penal (a lide o fenmeno que ocorre quando uma parte possui uma pretenso que resistida pela outra parte), pois ainda que o acusado reconhea que deve ser punido, a punio s pode ocorrer aps o processo penal, dado o interesse pblico envolvido. No processo penal o interesse de agir est mais ligado a questes como a utilizao da via adequada. Assim, no pode o membro do MP oferecer queixa em face de algum que praticou homicdio, pois se trata de crime de ao penal pblica. Nesse caso, o MP parte legtima, pois o titular da ao penal. No entanto, a via escolhida est errada (deveria ter sido ajuizada ao penal pblica, denncia). Alguns autores entendem que o interesse de agir no processo penal est relacionado existncia de lastro probatrio mnimo (existncia de indcios de autoria e prova da materialidade). Esses elementos, no entanto, formam o que outra parte da Doutrina entende como justa causa. Obviamente que os autores que entendem serem estes elementos integrantes do conceito de Òinteresse de agirÓ, entendem tambm que no existe a justa causa como uma condio autnoma da ao penal. O CPP, no entanto, em algumas passagens, prev a existncia da justa causa: Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: (...) III - faltar justa causa para o exerccio da ao penal. [...] Art. 648. A coao considerar-se- ilegal: I - quando no houver justa causa; Percebam, no entanto, que em nenhum momento o CPP trata a justa causa como uma condio da ao. Mais que isso: no momento em que o art. 395, II do CPP diz que a denncia ou queixa ser rejeitada quando faltar alguma das condies da ao penal, e, logo aps, em inciso diverso, diz que tambm ser rejeitada a denncia ou queixa quando faltar 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br8 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo justa causa, est, implicitamente, considerando que a justa causa no uma condio da ao penal. O tema bem polmico, e vocs devem saber que h divergncia. Em provas discursivas, vale a pena se alongar sobre isso. Em provas objetivas, vocs devem ter em mente que, pela literalidade do CPP, a justa causa no condio da ao, sendo assim considerada apenas por parte da Doutrina. O STJ, por sua vez, quando da anlise de diversos HCs que pretendiam o trancamento da ao penal por ausncia de justa causa, deixou claro que justa causa a existncia de lastro probatrio mnimo, apto a justificar o ajuizamento da demanda penal em face daqueles sujeitos pela prtica daqueles fatos1. 1.1.3!Legitimidade ad causam ativa e passiva A legitimidade (e aqui nos aproximamos do processo civil) o que se pode chamar de pertinncia subjetiva para a demanda. Assim, a presena do MP no polo ativo de uma denncia pelo crime de homicdio pertinente, pois a Constituio o coloca como titular exclusivo da Ao Penal, o que corroborado pelo CPP. Tambm deve haver legitimidade passiva, ou seja, quem deve figurar no polo passivo (ser o ru da ao) quem efetivamente praticou o crime2, ou seja, o sujeito ativo do crime. CUIDADO! O sujeito ativo do crime (infrator) ser, no processo penal, o sujeito passivo na relao processual! Parte da Doutrina entende que os inimputveis so partes ilegtimas para figurar no polo passivo da ao penal. Entretanto, essa posio merece algumas consideraes. A inimputabilidade por critrio meramente biolgico somente uma, e refere-se menoridade penal. Ou seja, somente o menor de 18 1 Ver, por todos: Ò(...)1. A alegada ausncia de justa causa para o prosseguimento da ao penal - em razo da inexistncia de elementos de prova que demonstrem ter o paciente participado dos fatos narrados na denncia e da ausncia de vnculo entre ele e os supostos mandantes do crime - demanda a anlise de fatos e provas, providncia incabvel na via estreita do habeas corpus, carente de dilao probatria. 2. O trancamento da ao penal pela via do habeas corpus cabvel apenas quando demonstrada a atipicidade da conduta, a extino da punibilidade ou a manifesta ausncia de provas da existncia do crime e de indcios de autoria. (...)Ó (HC 197.886/RS, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 10/04/2012, DJe 25/04/2012) 2 Ningum pode responder por crime alheio, j que se adota o princpio da INTRANSCENDæNCIA da pena. 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo anos ser sempre inimputvel, sem que se exija qualquer anlise do mrito da demanda. De plano se pode considerar sua ilegitimidade, conforme prev o art. 27 do CP: Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na legislao especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Assim, se o titular da ao penal ajuza a ao em face de um menor de 18 anos, falta uma das condies da ao, que a imputabilidade penal, pois de maneira nenhuma pode o menor de 18 anos responder criminalmente, estando sujeito s normas do ECA. Entretanto, se estivermos diante dos demais casos de inimputabilidade, a hiptese no de ilegitimidade passiva, pois a anlise da imputabilidade do agente depender da avaliao dos fatores, das circunstncias do delito, podendo se concluir pela sua inimputabilidade. o que ocorre com os doentes mentais que ao tempo do crime eram inteiramente incapazes de compreender o carter ilcito da conduta e se comportar conforme o direito. A prova mais cabal de que nesse caso no h ilegitimidade que, considerando o Juiz que o agente era inimputvel poca do fato, no rejeitar a denncia ou queixa (o que deveria ser feito, em razo do art. 395, II do CPP), mas absolver o acusado e aplicar medida de segurana (absolvio imprpria). Assim, o Juiz adentrar ao mrito da causa. Ora, se a ausncia de condio da ao obsta a apreciao do mrito, fica claro que nessa hiptese no h ilegitimidade. Quanto pessoa jurdica, pacfico o entendimento doutrinrio e jurisprudencial no sentido de que a Pessoa Jurdica pode figurar no polo ativo (podem ser autoras) do processo penal, at porque h previso expressa nesse sentido: Art. 37. As fundaes, associaes ou sociedades legalmente constitudas podero exercer a ao penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silncio destes, pelos seus diretores ou scios-gerentes. Quanto possibilidade de a pessoa jurdica ser sujeito passivo no processo penal, ou seja, quanto sua legitimidade passiva, a Doutrina se divide, uns entendendo no ser possvel, outros pugnando pela possibilidade. O STF e o STJ entendem que a Pessoa Jurdica pode figurar no polo passivo de ao penal por crime ambiental, conforme previsto no art. 225, ¤ 3¡ da CF/88, regulamentado pela Lei 9.605/98. Quanto aos crimes contra a ordem econmica, por no haver regulamentao legal, a 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo jurisprudncia no vem admitindo que a pessoa jurdica responda por tais crimes3. 1.2!Espcies de Ao Penal A ao penal pode ser pblica incondicionada, pblica condicionada, ou privada. Nos termos do quadro esquemtico, para facilitar a compreenso de vocs: Assim pode se resumir, graficamente, as espcies de ao penal previstas no CPP4. Vamos estudar, agora, cada uma das seis espcies de ao penal: 3 A jurisprudncia CLçSSICA adota a teoria da DUPLA IMPUTAÌO para que a pessoa jurdica possa ser sujeito PASSIVO NO PROCESSO (sujeito ativo do crime), exigindo a indicao, tambm, da pessoa fsica que agiu em seu nome. Contudo, h decises recentes no STF e no STJ admitindo a punio da pessoa jurdica sem que haja necessidade de se imputar o fato, tambm, a uma pessoa fsica, dispensando, portanto, a dupla imputao. Contudo, no sabemos se ir se confirmar como ÒjurisprudnciaÓ. 4 A Doutrina cita, ainda, a ao penal popular, prevista na Lei 1.079/50, mas essa espcie polmica e no possui previso no CPP, motivo pelo qual, no ser objeto do nosso estudo. AÌO PENAL PòBLICA PRIVADA INCONDICIONADA CONDICIONADA REPRESENTAÌO DO OFENDIDO REQUISIÌO DO MINISTRO DA JUSTIA EXCLUSIVA PERSONALêSSIMA SUBSIDIçRIA DA PòBLICA 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 1.2.1!Ao penal pblica incondicionada a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua titularidade pertence ao Ministrio Pblico, de forma privativa, nos termos do art. 129, I da Constituio da Repblica. Apesar de ser a regra, existem excees, claro. No precisamos, contudo, saber quais so as excees. Precisamos saber que, independentemente de qual seja o crime, quando praticadoem detrimento do patrimnio ou interesse da Unio, Estado e Municpio, a ao penal ser pblica. o que prev o art. 24, ¤2¼ do CPP: Art. 24 (...) ¤ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimnio ou interesse da Unio, Estado e Municpio, a ao penal ser pblica. (Includo pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993) Por se tratar de uma ao penal em que h forte interesse pblico na punio do autor do fato, qualquer pessoa do povo poder provocar a atuao do MP: Art. 27. Qualquer pessoa do povo poder provocar a iniciativa do Ministrio Pblico, nos casos em que caiba a ao pblica, fornecendo-lhe, por escrito, informaes sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convico. Importante ressaltar que este artigo se aplica, inclusive, s aes penais pblicas condicionadas. Alguns princpios regem a ao penal pblica incondicionada: ¥! Obrigatoriedade Ð Havendo indcios de autoria e prova da materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a denncia, no podendo deixar de faz-lo, pois no pode dispor da ao penal. Atualmente esta regra est excepcionada pela previso de transao penal nos Juizados especiais (Lei 9.099/95), que hiptese na qual o titular da ao penal e o infrator transacionam, de forma a evitar o ajuizamento da demanda. A previso no inconstitucional, pois a prpria Constituio a prev, em seu art. 98, I. A Doutrina admite que, estando presentes causas excludentes da ilicitude, de maneira inequvoca, poder o membro do MP deixar de oferecer denncia. ¥! Indisponibilidade Ð Uma vez ajuizada a ao penal pblica, no pode seu titular dela desistir ou transigir, nos termos do art. 42 do CPP: Art. 42. O Ministrio Pblico no poder desistir da ao penal. Esta regra tambm est excepcionada pela previso de transao penal e suspenso condicional do processo, que so institutos previstos na Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.099/95). 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo ¥! Oficialidade Ð A ao penal pblica ser ajuizada por um rgo oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode ocorrer de, transcorrido o prazo legal para que o MP oferea a denncia, este no o faa nem promova o arquivamento do IP, ou seja, fique inerte. Nesse caso, a lei prev que o ofendido poder promover ao penal privada subsidiria da pblica (que estudaremos melhor daqui a pouco). Assim, podemos concluir que a ao penal pblica exclusiva do MP, durante o prazo legal. Findo este prazo, a lei estabelece um prazo de seis meses no qual tanto o MP quanto o ofendido pode ajuizar a ao penal, numa verdadeira hiptese de legitimao concorrente: Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como parte principal. Findo este prazo de seis meses no qual o ofendido pode ajuizar a ao penal privada subsidiria da pblica, a legitimidade volta a ser do MP, exclusivamente, desde que ainda no esteja extinta a punibilidade. ¥! Divisibilidade Ð Havendo mais de um infrator (autor do crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face um ou alguns deles, reservando para os outros, o ajuizamento em momento posterior, de forma a conseguir mais tempo para reunir elementos de prova. No nenhum bice quanto a isso, e esta prtica no configura precluso para o MP, podendo aditar a denncia posteriormente, a fim de incluir os demais autores do crime ou, ainda, promover outra ao penal em face dos outros autores do crime. Com relao divisibilidade, importante notar que este um princpio que, por si s, pulveriza a tese de arquivamento implcito. Inclusive essa a orientao firmada pelo prprio STJ: (...) 3 - No vigora o princpio da indivisibilidade na ao penal pblica. O Parquet livre para formar sua convico incluindo na increpao as pessoas que entenda terem praticados ilcitos penais, ou seja, mediante a constatao de indcios de autoria e materialidade, no se podendo falar em arquivamento implcito em relao a quem no foi denunciado. 4 - Recurso no conhecido. (RHC 34.233/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 06/05/2014, DJe 14/05/2014) 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Importante ressaltar que o membro do MP no est obrigado a ajuizar a denncia sempre que for instaurado um inqurito policial. Ele s ajuizar a denncia se estiverem presentes dois requisitos: ¥! Prova da materialidade ¥! Indcios de autoria Caso no estejam presentes estes requisitos, o membro do MP dever requerer o arquivamento do INQURITO POLICIAL, ou seja, no ir ajuizar a denncia. Mas e se o Juiz no concordar com o requerimento de arquivamento formulado pelo MP? Neste caso, o Juiz dever remeter o caso para apreciao pelo Chefe do MP (PGJ), que quem decidir o caso: Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec- la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender. O PGJ poder: ¥! Concordar com o membro do MP Ð Neste caso o Juiz deve proceder ao arquivamento. ¥! Discordar do membro do MP Ð Neste caso, ele mesmo (PGJ) dever ajuizar a denncia ou deve indicar outro membro do MP para oferece-la. Alis, se o membro do MP j dispuser destes elementos, poder dispensar a instaurao do IP. Mas qual o prazo para que o membro do MP oferea a denncia? Em regra, 05 dias no caso de ru preso e 15 dias no caso de ru solto. Art. 46. O prazo para oferecimento da denncia, estando o ru preso, ser de 5 dias, contado da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber os autos do inqurito policial, e de 15 dias, se o ru estiver solto ou afianado. No ltimo caso, se houver devoluo do inqurito autoridade policial (art. 16), contar- se- o prazo da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber novamente os autos. ¤ 1o Quando o Ministrio Pblico dispensar o inqurito policial, o prazo para o oferecimento da denncia contar-se- da data em que tiver recebido as peas de informaes ou a representao 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo O oferecimento em momento posterior no implica nulidade da denncia, que pode ser oferecida enquanto no estiver extinta a punibilidade do delito. 1.2.2!Ao penal pblica condicionada ( representao do ofendido e requisio do Ministro da Justia) Temos, aqui, duas hipteses pertencentes mesma categoria de ao penal, a ao penal pblicacondicionada. Aplica-se a esta espcie de ao penal tudo o que foi dito a respeito da ao penal pblica, havendo, no entanto, alguns pontos especiais. Aqui, para que o MP (titular da ao penal) possa exercer legitimamente o seu direito de ajuizar a ao penal pblica, dever estar presente uma condio de procedibilidade5, que a representao do ofendido ou a requisio do Ministro da Justia, a depender do caso. Frise- se que, em regra, a ao penal pblica e incondicionada. Somente ser condicionada se a lei expressamente dispuser neste sentido. Para facilitar o estudo de vocs, elaborei os seguintes quadros com as peculiaridades da ao penal pblica condicionada, tanto no caso de condicionamento representao do ofendido quanto no caso de requisio do Ministro da Justia. AÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA Ë REPRESENTAÌO DO OFENDIDO Ø! Trata-se de condio imprescindvel, nos termos do art. 24 do CPP. Ø! A representao admite retratao, mas somente at o oferecimento da denncia (cuidado! Costumam colocar em provas de concurso que a retratao pode ocorrer at o recebimento da denncia. Isto est errado! uma pegadinha!) Ø! Admite-se, ainda, a retratao da retratao. Ou seja, a vtima oferece a representao e se retrata (volta atrs). Posteriormente, a vtima resolve oferecer novamente a representao. Ø! Caso ajuizada a ao penal sem a representao, esta nulidade processual pode ser sanada posteriormente, caso a vtima a apresente em Juzo (desde que realizada dentro do prazo de seis meses que a vtima possui para representar, nos termos do art. 38 do CP). Ø! No se exige forma especfica para a representao, bastando que descreva claramente a inteno de ver o infrator ser processado. Pode ser escrita ou oral6 (neste ltimo caso, dever ser reduzida a 5 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execuo penal. 12.¼ edio. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 152/153 6 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execuo penal. 12.¼ edio. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 154/155 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo termo, ou seja, ser Òpassada para o papelÓ). A jurisprudncia admite que o simples registro de ocorrncia em sede policial, desde que conste informao de que a vtima pretende ver o infrator punido, PODE ser considerado como representao. Ø! A representao no pode ser dividida quanto aos autores do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou no h representao, pois esta no se refere propriamente aos agentes que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a vtima representa, est manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ao penal para que sejam punidos os responsveis. Entretanto, embora no possa haver fracionamento da representao, isso no impede que o MP denuncie apenas um ou alguns dos infratores, pois um dos princpios da ao penal pblica a divisibilidade. Ø! A legitimidade para oferecer a representao do ofendido, se maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). Embora o dispositivo legal estabelea que se o ofendido tiver mais de 18 e menos de 21 anos tanto ele quanto seu representante legal possam apresentar a representao, este artigo perdeu o sentido com o advento do Novo Cdigo Civil em 2002, que estabeleceu a maioridade civil em 18 anos. Ø! Se o ofendido for menor ou incapaz, ter legitimidade o seu representante legal. Porm, se o ofendido no possuir representante legal ou os seus interesses colidirem com o do representante, o Juiz deve nomear curador, por fora do art. 33 do CPP (por analogia). Este curador no est obrigado a oferecer a representao, devendo apenas analisar se salutar ou no para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas controvertido). Ø! Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimao prevista no art. 24, ¤ 1¡ do CPP7. importante observar que essa ordem deve ser observada8. A Doutrina equipara o companheiro ao cnjuge. Ø! O prazo para representao de SEIS MESES, contados da data em que veio a saber quem o autor do delito (art. 38 do CPP).9 7 Art. 24 (...) ¤ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por deciso judicial, o direito de representao passar ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo. (Pargrafo nico renumerado pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993). 8 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 156 9 Art. 38. Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal, decair no direito de queixa ou de representao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia; 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Ø! Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, s comea a fluir quando este completar 18 anos. Ø! Se a vtima vier a falecer, o prazo comea a correr para os legitimados (cnjuge, ascendente, etc.) quando tomarem conhecimento do fato ou de sua autoria (art. 38, ¤ nico do CPP) ou, no caso de j ser conhecido, da data do bito da vtima. Ø! A representao pode ser oferecida perante o MP, a autoridade policial ou mesmo perante o Juiz. J quanto ao penal pblica condicionada requisio do Ministro da Justia: AÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA Ë REQUISIÌO DO MINISTRO DA JUSTIA Ø! Prevista apenas para determinados crimes, nos quais existe um juzo poltico acerca da convenincia em v-los apurados ou no. So poucas as hipteses, citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do Presidente da Repblica (art. 141, I, c/c art. 145, ¤ nico, do CP). Ø! Diferentemente do que ocorre com a representao, no h prazo decadencial para o oferecimento da requisio, podendo esta ocorrer enquanto no estiver extinta a punibilidade do crime. Ø! A maioria da Doutrina entende que no cabe retratao dessa requisio10, ao contrrio do que ocorre com a representao do ofendido, por no haver previso legal e por se tratar a requisio, de um ato administrativo. Ø! O MP no est vinculado requisio, podendo deixar de ajuizar a ao penal. 1.2.3!Ao penal privada exclusiva a modalidade de ao penal privada clssica. aquela na qual a Lei entende que a vontade do ofendido em ver ou no o crime apurado e o infrator processado so superiores ao interesse pblico em apurar o fato. Alguns princpios regem a ao penal privada: ⇒!Oportunidade Ð Diferentemente do que ocorre com relao ao penal pblica, que obrigatria para o MP, na ao penal privada 10 Nesse sentido, TOURINHO FILHO, FREDERICO MARQUES e MIRABETE. Em sentido contrrio, NUCCI. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 157/158 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo compete ao ofendido ou aos demais legitimados proceder anlise da convenincia do ajuizamento da ao. ⇒!Disponibilidade Ð Tambm de maneira diversa do que ocorre na ao penal pblica, aquio titular da ao penal (ofendido) pode desistir da ao penal proposta (art. 51 do CPP). ⇒! Indivisibilidade Ð Outra caracterstica diversa a impossibilidade de se fracionar o exerccio da ao penal em relao aos infratores. O ofendido no obrigado a ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa em face de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se caracterizar a RENòNCIA em relao queles que no foram includos no polo passivo da ao. Assim, considerando que houve a renncia ao direito de queixa em relao a alguns dos criminosos, o benefcio se estende tambm aos agentes que foram acionados judicialmente, por fora do art. 48 do CP: Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigar ao processo de todos, e o Ministrio Pblico velar pela sua indivisibilidade. O prazo para ajuizamento da ao penal privada (queixa) decadencial de seis meses, e comea a fluir da data em que o ofendido tomou cincia de quem foi o autor do delito. O STF e o STJ entendem que se a queixa foi ajuizada dentro do prazo legal, mas perante juzo incompetente, mesmo assim ter sido interrompido o prazo decadencial, pois o ofendido no ficou inerte.11 A queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por procurador, desde que se trate de procurao com poderes especiais, nos termos do art. 44 do CPP. Caso o ofendido venha a falecer, podero ajuizar a ao penal: §! Cnjuge §! Ascendente §! Descendente §! Irmo Importante ressaltar que deve ser respeitada esta ordem, ou seja, se aparecer mais de uma pessoa para exercer o direito de queixa, dever ter preferncia primeiramente o cnjuge, depois os ascendentes, e por a vai (art. 36 do CPP). Essas mesmas pessoas tambm tm legitimidade para dar SEGUIMENTO ao penal, caso o ofendido ajuze a queixa e, posteriormente, venha a falecer. 11 (RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 25/08/2011) 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo ⇒!Quando o comea a correr o prazo para estes legitimados? O prazo, neste caso, varia: §! Se j foi ajuizada a ao penal Ð Possuem o prazo de 60 dias, sob pena de perempo. §! Se ainda no foi ajuizada a ao penal Ð O prazo comea a correr a partir do bito do ofendido, exceto se ainda no se sabia, nesse momento, quem era o provvel infrator. ⇒!No caso de j ter se iniciado o prazo decadencial de seis meses, com a morte do ofendido esse prazo recomea do zero? No. Os sucessores, neste caso, tero como prazo aquele que faltava para o ofendido. Ex.: Se havia transcorrido 04 meses do prazo, os sucessores tero apenas 02 meses para ajuizar a ao penal. 1.2.3.1! Renncia, perdo e perempo O ofendido pode renunciar ao direito de ajuizar a ao (queixa), e se o fizer somente a um dos infratores, a todos se estender, por fora do art. 49 do CPP: Art. 49. A renncia ao exerccio do direito de queixa, em relao a um dos autores do crime, a todos se estender. A renncia s pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda e pode ser expressa ou tcita. Com relao renncia tcita (decorrente da no incluso de algum dos infratores na ao penal), o STJ firmou entendimento no sentido de que a omisso do querelante (ausncia de incluso de algum dos infratores) deve ter sido VOLUNTçRIA, ou seja, ele deve ter, de fato, querido no processar o infrator. Em se tratando de omisso INVOLUNTçRIA (mero esquecimento, por exemplo), no se pode considerar ter ocorrido renncia tcita, devendo o MP requerer a intimao do querelante para que se manifeste quanto aos demais infratores.12 Aps o ajuizamento da demanda o que poder ocorrer o perdo do ofendido. Nos termos do art. 51 do CPP: Art. 51. O perdo concedido a um dos querelados aproveitar a todos, sem que produza, todavia, efeito em relao ao que o recusar. A utilizao do termo querelado denota que s pode ocorrer o perdo depois de ajuizada a queixa, pois s aps este momento h querelante (ofendido) e querelado (autor do crime). 12 (RHC 55.142/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 12/05/2015, DJe 21/05/2015) 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo O perdo, semelhana do que ocorre com a renncia ao direito de queixa, tambm pode ser expresso ou tcito. No primeiro caso, simples, decorre de manifestao expressa do querelante no sentido de que perdoa o infrator. No segundo caso, decorre da prtica de algum ato incompatvel com a inteno de processar o infrator (ex.: Casar-se com o infrator). O perdo pode ser: ¥! Judicial (processual) Ð quando oferecido pelo querelante dentro do processo ¥! Extrajudicial (extraprocessual) Ð quando o querelante oferece o perdo FORA do processo (no o faz em manifestao processual) Diferentemente da renncia, que ato unilateral (no depende de aceitao), o perdo ato bilateral, ou seja, deve ser aceito pelo querelado: Art. 58. Concedido o perdo, mediante declarao expressa nos autos, o querelado ser intimado a dizer, dentro de trs dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silncio importar aceitao. Pargrafo nico. Aceito o perdo, o juiz julgar extinta a punibilidade. Assim, uma vez oferecido o perdo, o querelado ser intimado para, em 03 dias, dizer se aceita o perdo, valendo o silncio como aceitao. Todavia, importante ressaltar que, em razo do princpio da indivisibilidade da ao penal privada, o perdo oferecido a um dos infratores se estende aos demais. Porm, se algum deles recusar, isso no prejudica o direito dos demais. EXEMPLO: Maria ajuizou queixa-crime contra Jos, Pedro e Paulo. Todavia, durante o processo, oferecer o perdo a Jos (mas no a Pedro e Paulo). Este perdo, porm, se estender a Pedro e Paulo. A partir de agora, Jos, Pedro e Paulo consideram-se perdoados e, cada um deles poder escolher se aceita, ou no, o perdo. O perdo pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante legal) ou por procurador com poderes especiais. Na ao penal privada pode ocorrer, ainda, a perempo da ao penal, que a perda do direito de prosseguir na ao como punio ao querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hipteses esto previstas no art. 60 do CPP: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar- se- perempta a ao penal: 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber faz-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenao nasalegaes finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Com relao ao inciso I (deixar de dar andamento ao processo por 30 dias seguidos), a Doutrina13 pacfica no sentido de que no possvel falar em perempo quando o querelante deixa de dar seguimento ao processo por vrias vezes, mas todas elas em perodo inferior a 30 dias (25 dias em uma vez, 15 em outra, etc.). 1.2.4!Ao penal privada subsidiria da pblica Trata-se de hiptese na qual a ao penal , na verdade, pblica, ou seja, o seu titular o MP. No entanto, em razo da inrcia do MP em oferecer a denncia no prazo legal (em regra, 15 dias se indiciado solto, ou 05 dias se indiciado preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma ao penal privada (queixa) que substitui a ao penal pblica. Esta previso est contida no art. 29 do CPP: Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como parte principal. Entretanto, o ofendido tem um prazo de seis meses para oferecer a ao penal privada, que comea a correr no dia em que se esgota o prazo do MP para oferecer a denncia, conforme art. 38 do CPP: Art. 38. Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal, decair no direito de queixa ou de representao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia. Importante ressaltar que, a partir do momento em que se inicia o prazo para a vtima, tanto ela quanto o MP possuem legitimidade para 13 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 166 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo ajuizar a ao penal (a vtima para ajuizar a ao penal privada subsidiria e o MP para ajuizar a ao penal pblica). Trata-se, portanto, de legitimidade concorrente. CUIDADO! Ao final do prazo de seis meses, a vtima perde o direito de ajuizar a queixa-crime subsidiria, ocorrendo a decadncia do direito. Todavia, o MP continua podendo ajuizar a ao penal pblica. Da, portanto, boa parte da Doutrina chamar esta decadncia de decadncia imprpria, eis que no gera a extino da punibilidade (apenas a perda do direito de ajuizamento pela vtima). Para que surja o direito de ajuizamento da queixa-crime subsidiria, necessrio que haja INRCIA do MP. Assim, no cabe ao penal privada subsidiria da pblica se: §! O MP requer a realizao de novas diligncias §! Promove o arquivamento do IP §! Adota outras providncias Nestes casos no se pode admitir a ao penal privada, pois esta somente existe para os casos nos quais o MP permaneceu inerte, sem nada fazer. Se o MP pratica uma destas condutas, no h inrcia, mas apenas a prtica de atos que lhe so permitidos.14 Por fim, no admissvel o perdo do ofendido na ao penal privada subsidiria da pblica, pois se trata de ao originariamente pblica, na qual s se admitiu o manejo da ao privada em razo de uma circunstncia temporal. Tanto assim que o art. 105 do CP estabelece que: Art. 105 - O perdo do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ao. Ora, se o artigo fala em Òcrimes em que somente se procede mediante queixaÓ, exclui desta lista a ao penal privada subsidiria da pblica, pois esta cabvel nos crimes que so, originariamente, de ao penal PòBLICA. 14 Na Jurisprudncia, por todos: (AgRg no RMS 27.518/SP, Rel. Ministro MARCO AURLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014) Na Doutrina, por todos: PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 159 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 1.2.4.1! Atuao do MP na ao penal privada subsidiria da pblica O MP atua em toda e qualquer ao penal. Nas aes penais pblicas, atua como acusador (autor da ao) e fiscal da lei (custos legis). Na ao penal privada o MP atua apenas como fiscal da lei (custos legis). Na ao penal privada subsidiria da pblica, todavia, temos uma atuao sui generis (peculiar), eis que o MP atua como fiscal da lei, mas por ser o original titular da ao penal, sua atuao ser bem mais ampla que nas aes privadas exclusivas. Vejamos o que diz o art. 29 do CPP: Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como parte principal. O MP pode, especificamente no caso da ao penal privada subsidiria da pblica: ⇒! Aditar a queixa Ð Com relao a este aditamento, ele pode se referir a qualquer aspecto (incluso de rus, incluso de qualificadoras, etc.). Na ao penal privada exclusiva o MP at pode aditar a queixa, mas apenas em relao a elementos formais, nunca em relao a elementos essenciais (no pode o MP, na ao penal privada exclusiva, incluir um ru, por exemplo). ⇒! Repudiar a queixa Ð O MP s pode repudiar a queixa quando alegar que no ficou inerte, ou seja, que no hiptese de ajuizamento da queixa-crime subsidiria. Neste caso, dever desde logo apresentar a denncia substitutiva. ⇒! Retomar a ao como parte principal Ð Aqui o querelante (a vtima) negligente na conduo de causa, cabendo ao MP retomar a ao como parte principal (como autor da ao). 1.2.5!Ao penal personalssima Trata-se de modalidade de ao penal privada exclusiva, cuja nica diferena que, nesta hiptese, somente o ofendido15 (mais ningum, 15 A nica hiptese ainda existente no nosso ordenamento o crime previsto no art. 236 do CP: Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que no seja casamento anterior: Pena - deteno, de seis meses a dois anos. Pargrafo nico - A ao penal depende de queixa do contraente enganado e no pode ser intentada seno depois de transitar em julgado a sentena que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo em hiptese nenhuma!) poder ajuizar a ao16. Assim, se o ofendido falecer, nada mais haver a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois a legitimidade no se estende aos sucessores, como acontece nos demais crimes de ao privada. Alm disso, se o ofendido menor, o seu representante no pode ajuizar a demanda. Assim, deve o ofendido aguardar a maioridade para ajuizar a ao penal privada. 1.3!Dennciae queixa: elementos A denncia ou queixa deve conter alguns elementos: 1.3.1!Exposio do fato criminoso Deve a inicial acusatria (denncia ou queixa) expor de forma detalhada o fato criminoso, com todas as suas circunstncias, at para permitir o exerccio do direito de defesa. 1.3.2!Qualificao do acusado Deve a inicial, ainda, conter a qualificao do acusado. Se o acusador no dispuser da qualificao completa do acusado, por faltarem informaes, dever ao menos indicar os elementos pelos quais seja possvel identifica-lo (marcas no corpo, caractersticas fsicas diversas, etc.). 1.3.3!Classificao do delito (tipificao do delito) a simples indicao do dispositivo legal violado pelo acusado (art. 155, no crime de furto, por exemplo). Entende-se que este requisito no indispensvel, pois o acusado se defende dos fatos, e no dos dispositivos imputados. Assim, se a inicial narrar um roubo mas indicar o dispositivo do furto (indicar o art. 155, erroneamente), o Juiz poder, mais frente, corrigir o equvoco. 1.3.4!Rol de testemunhas A inicial acusatria deve vir acompanhada do rol de testemunhas, quando houver. 16 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 157/158 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 1.3.5!Endereamento Deve a inicial ser endereada ao Juiz competente para apreciar o caso. O endereamento errneo, porm, no invalida a pea acusatria. 1.3.6!Redao em vernculo Deve a inicial acusatria ser escrita em portugus (todos os atos processuais devem ser praticados em lngua portuguesa ou traduzidos para o portugus). 1.3.7!Subscrio Deve a inicial acusatria ser assinada pelo membro do MP (denncia) ou pelo advogado do querelante (no caso da queixa-crime). 2! DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CîDIGO DE PROCESSSO PENAL Ä Arts. 24 a 62 do CPP - Regulamentao da Ao Penal no CPP: DA AÌO PENAL Art. 24. Nos crimes de ao pblica, esta ser promovida por denncia do Ministrio Pblico, mas depender, quando a lei o exigir, de requisio do Ministro da Justia, ou de representao do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent-lo. ¤ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por deciso judicial, o direito de representao passar ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo. (Pargrafo nico renumerado pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993) ¤ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimnio ou interesse da Unio, Estado e Municpio, a ao penal ser pblica. (Includo pela Lei n¼ 8.699, de 27.8.1993) Art. 25. A representao ser irretratvel, depois de oferecida a denncia. Art. 26. A ao penal, nas contravenes, ser iniciada com o auto de priso em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciria ou policial. Art. 27. Qualquer pessoa do povo poder provocar a iniciativa do Ministrio Pblico, nos casos em que caiba a ao pblica, fornecendo-lhe, por escrito, informaes sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convico. Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia, requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas, far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para oferec- 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o juiz obrigado a atender. Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como parte principal. Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para represent-lo caber intentar a ao privada. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por deciso judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ao passar ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo. Art. 32. Nos crimes de ao privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomear advogado para promover a ao penal. ¤ 1o Considerar-se- pobre a pessoa que no puder prover s despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensveis ao prprio sustento ou da famlia. ¤ 2o Ser prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrio residir o ofendido. Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e no tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poder ser exercido por curador especial, nomeado, de ofcio ou a requerimento do Ministrio Pblico, pelo juiz competente para o processo penal. Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poder ser exercido por ele ou por seu representante legal. Art. 35. (Revogado pela Lei n¼ 9.520, de 27.11.1997) Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, ter preferncia o cnjuge, e, em seguida, o parente mais prximo na ordem de enumerao constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ao, caso o querelante desista da instncia ou a abandone. Art. 37. As fundaes, associaes ou sociedades legalmente constitudas podero exercer a ao penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silncio destes, pelos seus diretores ou scios-gerentes. Art. 38. Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal, decair no direito de queixa ou de representao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia. Pargrafo nico. Verificar-se- a decadncia do direito de queixa ou representao, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, pargrafo nico, e 31. Art. 39. O direito de representao poder ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declarao, escrita ou oral, feita ao juiz, ao rgo do Ministrio Pblico, ou autoridade policial. ¤ 1o A representao feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, ser reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o rgo do Ministrio Pblico, quando a este houver sido dirigida. 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo ¤ 2o A representao conter todas as informaes que possam servir apurao do fato e da autoria. ¤ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representao,a autoridade policial proceder a inqurito, ou, no sendo competente, remet-lo- autoridade que o for. ¤ 4o A representao, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, ser remetida autoridade policial para que esta proceda a inqurito. ¤ 5o O rgo do Ministrio Pblico dispensar o inqurito, se com a representao forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ao penal, e, neste caso, oferecer a denncia no prazo de quinze dias. Art. 40. Quando, em autos ou papis de que conhecerem, os juzes ou tribunais verificarem a existncia de crime de ao pblica, remetero ao Ministrio Pblico as cpias e os documentos necessrios ao oferecimento da denncia. Art. 41. A denncia ou queixa conter a exposio do fato criminoso, com todas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime e, quando necessrio, o rol das testemunhas. Art. 42. O Ministrio Pblico no poder desistir da ao penal. Art. 43. (Revogado pela Lei n¼ 11.719, de 2008). Art. 44. A queixa poder ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a meno do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligncias que devem ser previamente requeridas no juzo criminal. Art. 45. A queixa, ainda quando a ao penal for privativa do ofendido, poder ser aditada pelo Ministrio Pblico, a quem caber intervir em todos os termos subseqentes do processo. Art. 46. O prazo para oferecimento da denncia, estando o ru preso, ser de 5 dias, contado da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber os autos do inqurito policial, e de 15 dias, se o ru estiver solto ou afianado. No ltimo caso, se houver devoluo do inqurito autoridade policial (art. 16), contar- se- o prazo da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber novamente os autos. ¤ 1o Quando o Ministrio Pblico dispensar o inqurito policial, o prazo para o oferecimento da denncia contar-se- da data em que tiver recebido as peas de informaes ou a representao ¤ 2o O prazo para o aditamento da queixa ser de 3 dias, contado da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber os autos, e, se este no se pronunciar dentro do trduo, entender-se- que no tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo. Art. 47. Se o Ministrio Pblico julgar necessrios maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convico, dever requisit-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionrios que devam ou possam fornec-los. Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigar ao processo de todos, e o Ministrio Pblico velar pela sua indivisibilidade. Art. 49. A renncia ao exerccio do direito de queixa, em relao a um dos autores do crime, a todos se estender. Art. 50. A renncia expressa constar de declarao assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Pargrafo nico. A renncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos no privar este do direito de queixa, nem a renncia do ltimo excluir o direito do primeiro. Art. 51. O perdo concedido a um dos querelados aproveitar a todos, sem que produza, todavia, efeito em relao ao que o recusar. Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdo poder ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdo concedido por um, havendo oposio do outro, no produzir efeito. Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e no tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitao do perdo caber ao curador que o juiz Ihe nomear. Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-, quanto aceitao do perdo, o disposto no art. 52. Art. 55. O perdo poder ser aceito por procurador com poderes especiais. Art. 56. Aplicar-se- ao perdo extraprocessual expresso o disposto no art. 50. Art. 57. A renncia tcita e o perdo tcito admitiro todos os meios de prova. Art. 58. Concedido o perdo, mediante declarao expressa nos autos, o querelado ser intimado a dizer, dentro de trs dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silncio importar aceitao. Pargrafo nico. Aceito o perdo, o juiz julgar extinta a punibilidade. Art. 59. A aceitao do perdo fora do processo constar de declarao assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar- se- perempta a ao penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber faz-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenao nas alegaes finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, dever declar-lo de ofcio. Pargrafo nico. No caso de requerimento do Ministrio Pblico, do querelante ou do ru, o juiz mandar autu-lo em apartado, ouvir a parte contrria e, se o julgar conveniente, conceder o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a deciso dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matria na sentena final. Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente vista da certido de bito, e depois de ouvido o Ministrio Pblico, declarar extinta a punibilidade. CONSTITUIÌO FEDERAL 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo Ä Art. 129, I da CRFB/88 - Estabelece a titularidade privativa do MP no que tange ao penal pblica: Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei; Ä Art. 5¡, LIX da CRFB/88 Ð Estabelece o cabimento da ao penal privada subsidiria da pblica, nos casos de inrcia do MP: Art. 5¼ (...) LIX - ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal; 3! SòMULAS PERTINENTES 3.1!Smulas do STF Ä Smula 524 do STF: Estabelece a impossibilidade de ajuizamento da ao penal quando houve arquivamento por falta de provas, salvo se surgirem novas provas, em consonncia com o art. 18 do CPP. Smula 524 do STF - ÒArquivado o inqurito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justia, no pode a ao penal ser iniciada, sem novas provas.Ó Ä Smula 594 do STF: A smula foi elaborada quando a maioridade civil era atingida aos 21 anos, enquanto a maioridade penal era atingida aos 18 anos. Hoje, com o Cdigo Civil de 2002, o ofendido que possui mais de 18 anos pessoa plenamente capaz, no havendo quese falar em representante legal. Contudo, a smula permanece vigorando, mas hoje dever ser interpretada como autonomia do representante legal e do ofendido para oferecerem queixa ou representao. Isso ter aplicao prtica quando o ofendido for menor de 18 anos na poca do fato e, posteriormente, completar 18 anos (passar a ter o prazo de seis meses para oferecer queixa ou representao, a contar da data em que completou 18 anos). Isso no impede, todavia, que seu representante legal oferea queixa ou representao antes disso (antes de o ofendido completar 18 anos): Smula 594 do STF: ÒOs direitos de queixa e de representao podem ser exercidos, independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal. Ä Smula 608 do STF: Considera ser de ao penal pblica INCONDICIONADA o crime de estupro praticado com violncia real (mesmo sem leso grave ou morte). Contudo, a smula foi editada bem antes da Lei 12.015/09, que provocou mudanas drsticas no que tange aos crimes contra a dignidade sexual, passando a estabelecer que a ao penal ser, em regra, pblica condicionada representao (no fazendo a ressalva 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo que o enunciado de smula faz). Assim, boa parte da Doutrina entende que a smula perdeu validade17. Outros, como Cezar Roberto Bitencourt, sustentam que s se aplica quando houver, ao menos, leso corporal grave18. Por fim, uma terceira corrente sustenta que a smula permanece vlida em sua integralidade19. Smula 608 do STF - ÒNo crime de estupro, praticado mediante violncia real, a ao penal pblica incondicionada.Ó Ä Smula 609 do STF: Consolida entendimento no sentido de que o crime de sonegao fiscal persequvel mediante ao penal pblica incondicionada: Smula 609 do STF - Ò pblica incondicionada a ao penal por crime de sonegao fiscal.Ó Ä Smula 714 do STF: Consolida o entendimento do STF quanto legitimidade concorrente entre o ofendido e o Ministrio Pblico para a ao penal por crime contra a honra de servidor pblico em razo do exerccio de suas funes: Smula 714 do STF - Ò concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministrio Pblico, condicionada representao do ofendido, para a ao penal por crime contra a honra de servidor pblico em razo do exerccio de suas funes.Ó 3.2!Smulas do STJ Ä Smula 542 do STJ: Seguindo entendimento do STF sobre o tema, o STJ sumulou entendimento no sentido de que a ao penal referente ao crime de leso corporal, quando praticado no contexto de violncia domstica contra a mulher, pblica incondicionada: Smula 542 do STJ - A ao penal relativa ao crime de leso corporal resultante de violncia domstica contra a mulher pblica incondicionada. 4! RESUMO AÌO PENAL - CONCEITO E ESPCIES 17 NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual, p. 62-63, apud, GRECO, Rogrio. Curso de Direito Penal. Volume 3. Ed. Impetus. Niteri-RJ, 2015, p. 584/585 18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Ð Parte Especial (volume 4). Ed. Saraiva, 9¼ edio. So Paulo, 2015, p. 157/158 19 GRECO, Rogrio. Curso de Direito Penal. Volume 3. Ed. Impetus. Niteri-RJ, 2015, p. 584/585 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo ¥! A ao penal o instrumento que d incio ao processo penal, atravs do qual o Estado poder exercer seu ius puniendi. Pode ser de duas grandes espcies: §! Pblica Ð (1) incondicionada (2) condicionada §! Privada Ð (1) exclusiva (2) personalssima (3) subsidiria da pblica Assim: AÌO PENAL PòBLICA (titularidade do MP) INCONDICIONADA No depende de qualquer condio CONDICIONADA Requisio do Ministro da Justia Ø! No tem prazo (pode ser oferecida enquanto no extinta a punibilidade) Ø! No cabe retratao. Ø! MP no est vinculado requisio (oferecida a requisio, pode o MP deixar de denunciar) Representao do ofendido: Ø! Deve ser oferecida dentro de 06 meses, sob pena de decadncia Ø! retratvel, at o oferecimento da denncia pelo MP Ø! No exige forma especfica Ø! No divisvel quanto aos autores do fato criminoso PRIVADA (titularidade do ofendido) EXCLUSIVA O direito de queixa passa aos sucessores PERSONALêSSIMA O direito de queixa no passa aos sucessores (nem pode ser exercido pelo representante legal). SUBSIDIçRIA DA PòBLICA Quando h INRCIA do MP, o ofendido passa a ter legitimidade para ajuizar a queixa-crime subsidiria. Essa legitimidade dura por seis meses, e neste perodo, tanto o MP quando o ofendido podem ajudar ao penal (legitimidade concorrente). 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo CARACTERêSTICAS ¥! A ao penal pblica (tanto a incondicionada quanto condicionada) de titularidade exclusiva do MP e goza das seguintes caractersticas: §! Obrigatoriedade §! Oficialidade §! Indisponibilidade §! Divisibilidade ¥! A ao penal privada de titularidade do ofendido e goza das seguintes caractersticas: §! Indivisibilidade §! Oportunidade §! Disponibilidade §! Deve ser ajuizada dentro de seis meses (contados da data em que foi conhecida a autoria do delito), sob pena de decadncia do direito de queixa. INSTITUTOS PRIVATIVOS DA AÌO PENAL EXCLUSIVAMENTE PRIVADA Ð No cabem na ao penal privada subsidiria da pblica 1. RENòNCIA ¥! Antes do ajuizamento da ao ¥! Expressa ou tcita (Com relao renncia tcita, decorrente da no incluso de algum dos infratores na ao penal, o STJ firmou entendimento no sentido de que a omisso do querelante deve ter sido VOLUNTçRIA, ou seja, ele deve ter, de fato, querido no processar o infrator). ¥! Oferecida a um dos infratores a todos se estende ¥! No depende de aceitao pelos infratores (ato unilateral) 2. PERDÌO ¥! Depois do ajuizamento da ao ¥! Expresso ou tcito ¥! Processual ou extraprocessual ¥! Oferecido a um dos infratores a todos se estende ¥! Depende de aceitao pelos infratores (ato BILATERAL) ¥! Se um dos infratores no aceitar, isso no prejudica o direito dos demais 00000000000 00000000000 - DEMO Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 10 D. PROCESSUAL PENAL Ð TJ-PE (2017) Ð TCNICO JUD. Ð FUNÌO JUDICIçRIA Teoria e questes Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo RENòNCIA X PERDÌO DO OFENDIDO INSTITUTO RENòNCIA PERDÌO MOMENTO Antes de iniciado o processo Depois de iniciado o processo ACEITAÌO No depende (ato unilateral) Depende de aceitao pelo infrator (ato bilateral) FORMA Expressa ou tcita Expresso ou tcito (pode ser, ainda, processual ou extraprocessual) EXTENSÌO Oferecida a um, a todos se estende Oferecido a um, a todos se estende OBS.: O perdo pode ser aceito pessoalmente (pelo ofendido ou seu representante legal) ou por procurador com poderes especiais. 3. PEREMPÌO
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