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Aula 1 - Atividade Econômica do Estado

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Atividade econômica do Estado
Quais são as atribuições do Estado que são geradoras de despesas e exigem recursos para o seu financiamento?
A resposta a esta questão terá relação direta com as concepções doutrinárias relacionadas a ação de intervenção do Estado nas economias capitalistas.
Introdução
Concepções de intervenção estatal
Liberalismo econômico – final do século XVIII e início do XIX – previa poucas funções ao Estado (Adam Smith; David Ricardo).
No final dos séc. XIX e início do XX começaram a se manifestar sintomas de crises periódicas do sistema capitalista: as grandes empresas, os monopólios, o protecionismo e os sindicatos destruíram a crença no mercado como mecanismo regulador do sistema econômico.
Estes fatores extra mercado e as consequências da Primeira Guerra Mundial levou a economia mundial a desequilíbrios que desembocariam na depressão dos anos trinta.
Concepções de intervenção estatal
John Maynard Keynes foi o principal doutrinador da busca de uma fórmula salvadora do capitalismo, ameaçado por um lado pela grande depressão, e de outro, pela ideologia marxista e pela forte simpatia ainda dedicada a Revolução Russa.
Assim, para Keynes, antes da perda total da liberdade individual num regime coletivista, era preferível a perda de parte da liberdade econômica. Para quem? Para o Estado.
Concepções de intervenção estatal
 Richard Musgrave (1974): propôs uma classificação das funções do Estado, ou “funções fiscais” ou ainda “funções do orçamento”, como principal instrumento de ação estatal na economia.
Alocativa: promover ajustamentos na alocação de recursos nos casos onde não há eficiência na ação privada. 
Em investimentos em infraestrutura econômica: transporte, energia, comunicações, armazenamento etc, são indutores de desenvolvimento regional e nacional, além dos altos investimentos e longa carência;
Na provisão de certos bens públicos: não limitados a um consumidor; não há rivalidade no consumo deste bem; não há exclusão no caso do não pagamento. Ex: Iluminação pública. Bens mistos, por exemplo educação e bens meritórios, como subsídios ao trigo e leite, a merenda escolar etc.
Atenção as diferenças entre “produção” e “provisão” de bens: não necessariamente produzidos mas financiados pelo Estado.
Funções de governo
Distributiva: promover ajustamentos na distribuição de renda, como forma de correção às falhas de mercado, na qual a melhoria da posição de certas pessoas é feitas às expensas de outras. Principal mecanismo: IR progressivo; subsídios a bens de consumo de massa;
Estabilizadora: manter a estabilidade econômica (manutenção no nível de emprego, estabilidade de níveis de preços, equilíbrio na balança de pagamentos, crescimento econômico);
Reguladora: regular o funcionamento do mercado, por meio de leis e regulamentos, mais do que por meio da ação fiscal.
Funções de governo
Política fiscal e a realidade atual: alguns dados sintéticos que nos ajudam a refletir
Conceito
Política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas quais o Governo arrecada receitas e realiza despesas de modo a cumprir três funções: a estabilização macroeconômica, a redistribuição da renda e a alocação de recursos. 
A função estabilizadora consiste na promoção do crescimento econômico sustentado, com baixo desemprego e estabilidade de preços. 
A função redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa da renda. 
Por fim, a função alocativa consiste no fornecimento eficiente de bens e serviços públicos, compensando as falhas de mercado.
Conceito
Política Fiscal é a manipulação dos tributos e dos gastos do governo para regular a atividade econômica. É usada para neutralizar as tendências à depressão e à inflação.
Conceito
A ) Política Fiscal expansiva : é usada quando há uma insuficiência de demanda agregada em relação à produção de pleno - emprego. Isto acarretaria o chamado "hiato deflacionário", onde estoques excessivos se formariam, levando empresas a reduzir a produção e seus quadros de funcionários, aumentando o desemprego. 
As medidas nesse caso seriam:
Aumento dos gastos públicos;
Diminuição da carga tributária, estimulando despesas de consumo e investimentos;
Estímulos às exportações, elevando a demanda externa dos produtos;
Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional.
Conceito
B ) Política Fiscal restritiva: é usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da economia, no chamado "hiato inflacionário", onde os estoques desaparecem e os preços sobem. 
As medidas seriam:
Diminuição dos gastos públicos;
Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses gastos;
Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras.
O contingente de 1% dos brasileiros mais ricos ainda ganha quase cem vezes mais que os 10% mais pobres.
A renda média é de R$ 235 por mês entre os 8,6 milhões de trabalhadores mais pobres, contra R$ 20.312 entre os 864 mil no topo da pirâmide.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda está na 17ª colocação no quesito desigualdade social entre os países do G20, à frente apenas de África do Sul e Índia (a conta exclui a UE).
Desigualdade no Brasil
No mundo, o Brasil permanece entre os 10 países mais desiguais do mundo, perdendo somente para África do Sul, Namíbia, Botswana, Zâmbia, Honduras, República Africana Central, Lesoto e Colômbia.
Estabilização da moeda.
Controle de inflação.
Redução progressiva dos juros.
Intervenção no câmbio.
Expansão do crédito público e privado.
Aumento do investimento em relação ao PIB.
Programas sociais (Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Luz Para Todos, Programa Cisternas, Programa de Aquisição de Alimentos, Brasil Sem Miséria). 
Educação superior através do ProUni, técnica com o Pronatec, creches com o Brasil Carinhoso, escola integral com o Mais Educação.
Medidas na economia brasileira nos últimos 20 anos que afetaram a desigualdade
Papel da políticas públicas:
Dívida pública x PIB
Dívida pública
O impacto dos juros - rentismo
O déficit público de 2014 que motivou o desastre Levy e os jornais falando de “quebra” do país foi de somente 17 bilhões. Diminuir 0,5% os juros teria resolvido. O déficit do governo Temer, só em fevereiro de 2017, foi de 26 bilhões.
Depois de um ano de governo Temer fazendo tudo o que a mídia e a banca mandam, a dívida já passou, mesmo com a repatriação, os 76% de FHC (alcançados no final de 2016) e atingirá 81% este ano, no mínimo.
Redução da arrecadação
Concepção moderna
“O orçamento público, nos dias atuais, pode ser encarado como muito mais do que uma técnica de gestão de recursos financeiros do governo, alçando-se à condição de instrumento de mediação fundamental de relações econômicas e de relações políticas mais do que nunca imbricadas entre si, de tal modo que não é possível nelas distinguir facilmente os interesses coletivos dos interesses individuais e de grupos específicos” (PIRES, 2011; p 114-115). 
Referências
CASTAÑON, Gustavo. A dimensão do desastre do golpe. Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora; 01/04/2017. Blog Tijolaço.
GIACOMONI, James. Orçamento público. São Paulo: Atlas, 2012. 16ª edição.
MUSGRAVE, Richard A. Teoria das finanças públicas. São Paulo: Atlas, 1974.
PIRES, Valdemir Aparecido - Orçamento público: abordagem tecnopolítica - Editora Cultura Acadêmica: Universidade Estadual Paulista.2012.

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