Buscar

Taíssa Contaminação de águas naturais por medicamentos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

QUI128 – Química AMBIENTAL
Discente: Taíssa Lavine Carvalho
Docente: Vânia Palmeira campos 
Contaminação de águas naturais por medicamentos
Nos últimos anos, a ocorrência e destino de compostos farmacologicamente ativos em diferentes corpos hídricos (seja em águas superficiais, do mar, subterrâneas e mananciais) e pelo lançamento de efluentes e esgoto sem tratamento, tem sido reconhecida como uma das questões mais preocupantes na química ambiental (Hernandez et al., 2007; Rodriguez et al., 2007).
Produtos farmacêuticos e de higiene pessoal, hormônios, derivados do colesterol e alguns sub-produtos industriais têm sido considerados contaminantes emergentes
Segundo o Núcleo de Regulação e Boas Práticas Regulatórias (Nureg), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são descartadas entre 10 e 20 mil toneladas de medicamentos por ano no Brasil.
Em paralelo, cada quilo destinado irregularmente pode contaminar até 450 mil litros de água. Tais números, divulgados pela companhia Brasil Health Service (BHS), transcrevem a importância da destinação correta de remédios vencidos ou não mais utilizados.
Em todo mundo, fármacos, tais como, antibióticos, hormônios, anestésicos, antilipêmicos, meios de contraste de raios-X, antiinflamatórios entre outros, foram detectados no esgoto doméstico, em águas superficiais e de subsolo.
50% a 90% de uma dosagem do fármaco é excretado inalterado e persiste no meio ambiente
A presença desses fármacos residuais na água pode causar efeitos adversos na saúde, seja humana ou de outros organismos presentes nas águas, como os peixes. 
Os efeitos causados no sistema reprodutivo de organismos aquáticos são demonstrados em alguns estudos. 
Kang e Gimeno  examinaram o efeito do estrogênio natural 17 b-estradiol no sistema reprodutor dos peixes. Sumpter descreve a feminização de peixes machos expostos a estrogênios lançados nos rios através dos efluentes de ETE.
De acordo com Richardson, nas ETEs há três destinos possíveis para qualquer fármaco individual: 
pode ser biodegradável, ou seja, mineralizado a gás carbônico e água, como por exemplo, o ácido acetilsalicílico; 
pode passar por algum processo metabólico ou ser degradado parcialmente, como as penicilinas; 
pode ser persistente como o clofibrato, que é um antilipêmicos. 
Em países onde há tratamento de esgoto adequado, a cafeína tem sido usada como traçador de contaminação por esgoto doméstico em situações onde há vazamentos na rede coletora capazes de atingir outros cursos d’água. É considerado um marcador químico sensível e específico que pode ser detectado rapidamente, pois se apresenta em altas concentrações no esgoto, é estável e bastante solúvel em água, principais motivos pelos quais a cafeína tem substituído outros marcadores biológicos. 
Potável, porém contaminada
Pesquisa acusa presença de contaminantes emergentes na água fornecida em 16 capitais brasileiras
A água potável fornecida em 16 capitais brasileiras, onde vivem aproximadamente 40 milhões de pessoas, apresenta contaminação por substâncias ainda não legisladas, mas que podem ser potencialmente nocivas à saúde humana. 
A constatação é de uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA), que está sediado no Instituto de Química (IQ) da Unicamp, em colaboração com outras instituições.
 Os pesquisadores identificaram, por exemplo, a presença de cafeína em todas as 49 amostras coletadas no cavalete (cano de entrada) de residências espalhadas pelas cinco regiões do país.
 Professor Wilson Jardim. Campinas, 2012.
MÉTODOS ANALÍTICOS UTILIZADOS NA DETERMINAÇÃO DE FÁRMACOS
Para detecção de fármacos residuais em ambiente aquático na faixa de µg/L e ng/L, os métodos descritos na literatura são baseados na extração em fase sólida, em alguns casos derivatização da substância ácida e subseqüente determinação do derivado por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM) ou cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massas (CLAE/EM). A detecção por espectrometria de massas é usada para assegurar a identificação das substâncias estudadas
Na maioria das estações de tratamentos convencionais, os principais mecanismos de remoção de compostos orgânicos envolvem 
remoção de sólidos grosseiros
adsorção em sólidos suspensos, sedimentação ou coagulação
a biodegradação aeróbica (lodo ativado ou filtro biológico) ou anaeróbica
a degradação química por processos de hidrólise ou nitrificação 
a desinfecção. 
Entretanto, muitos compostos orgânicos apresentam características físico-químicas que favorecem a sua permanência no efluente final, sem que haja remoção significativa dos compostos. 
Estudos com animais indicam que a exposição a hormônios ativos, durante o período pré- -natal ou na idade adulta, aumenta a vulnerabilidade a tipos de câncer sensíveis aos hormônios, como os tumores na mama, próstata, ovários e útero. Entre os efeitos dos disruptores endócrinos está o aumento dos casos de câncer de testículo e de endometriose.
Fent K, Weston AA, Caminada D. Ecotoxicology of human pharmaceuticals. Aquatic Toxicology. 2006;76:122-59.
E a legislação?
Resolução CONAMA n° 358/05: trata do gerenciamento sob o prisma da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Define a competência aos órgãos ambientais estaduais e municipais para estabelecerem critérios para o licenciamento ambiental dos sistemas de tratamento e destinação final dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS).  
RDC ANVISA n° 306/04: concentra sua regulação no controle dos processos de segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final. Estabelece procedimentos operacionais em função dos riscos envolvidos e concentra seu controle na inspeção dos serviços de saúde.
Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei 12.305/10: institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
 * Resolução de Diretoria Colegiada (RDC)
Descarte de medicamentos vencidos na Bahia
Para saber onde você pode descartar os medicamentos vencidos ou sem utilidade, basta acessar o site:  
WWW.DESCARTECONSCIENTE.COM.BR/BAHIA
Referências
RAIMUNDO, C. C. M. Contaminantes emergentes em água tratada e seus mananciais: sazonalidade, remoção e atividade estrogênica. 2011. Tese (Doutorado em Ciências) - Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011.
BÖGER, B. ; TONIN, F. S. ; ZAMORA, P. G. P. ; WAGNER, R. ; GOMES, E. C. . Micropoluentes emergentes de origem farmacêutica em matrizes aquosas do Brasil: uma revisão sistemática. Ciência e Natura , v. 37, p. 725-739, 2015.
Borrely, Sueli Ivone et al. Contaminação das águas por resíduos de medicamentos: Ênfase ao cloridrato de fluoxetina. Mundo da Saude, v. 36, n. 4, p. 556-563, 2012. 
BILA D. M.; DEZOTTI M. Fármacos no Meio Ambiente. Química Nova, v. 26 nº 4, 2003.
BOLETIM INFORMATIVO DO CIM-RS - Nº2 - Maio 2011 – Prática profissional: Descarte de medicamentos. Disponível em: http://www.ufrgs.br/boletimcimrs/descarteboletim.pdf.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais