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Capítulo 8

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Capítulo 8
A entrevista com o paciente
O domínio da técnica de realizar entrevistas é o que qualifica especialmente o profissional habilidoso. O qualifica como um perito no campo das relações interpessoais.
Requer habilidade em parte aprendida, e em parte intuitiva, pois com a experiência percebe-se algumas informações. 
Atributos essenciais do entrevistador: 
	Capacidade de estabelecer uma relação de empatia e técnica, ao mesmo tempo;
	Estar em condições de acolher o paciente em seu sofrimento, de ouvi-lo realmente, ou seja, tem que saber ouvir;
	 Ter paciência e respeito; 
	Habilidade para estabelecer limites aos pacientes invasivos ou agressivos; pacientes que tentam reverter a situação. 
Às vezes, o profissional fala muito pouco e ouve mais, outras vezes o paciente e a situação exigem que o entrevistador seja mais ativo. Isso varia muito, depende :
Do paciente => da sua personalidade, do seu estado mental e emocional no momento, das suas capacidades cognitivas; 
Do contexto institucional => da entrevista, caso se realize na emergência, enfermaria, ambulatório...; 
Dos objetivos da entrevista => que pode ser para diagnóstico clínico, estabelecimento de vínculo terapêutico inicial, para psicoterapia...; 
Da personalidade do entrevistador => alguns são mais discretos, contidos, outros são mais extrovertidos, falantes... 
O que mais conta é o paciente. 
Atitudes que devem ser evitadas
Posturas rígidas, estereotipadas, ou seja, seguir o roteiro, mas com flexibilidade ;
Atitude excessivamente neutra ou fria, não forma vínculo;
Reações exageradamente emotivas;
Comentários valorativos;
Reações com hostilidade ou agressão às investidas hostis, deve-se esquivar;
Entrevistas excessivamente prolixas, não precisa conversar muito;
Fazer muitas anotações durante a entrevista. O ideal é fazer em dupla porque o outro pode anotar. 
O primeiro contato
Esse primeiro contato deve produzir no paciente uma sensação de confiança e de esperança em relação ao alívio do sofrimento. Quando o primeiro contato é desastroso, não há empatia, em geral, é seguido pelo abandono do tratamento. 
Já no início, o olhar é muito importante. É uma comunicação não verbal, que inclui uma carga emocional. 
A primeira impressão que o paciente causa no entrevistador é o produto de uma mescla de diversos fatores: experiência clínica profissional, transferência do paciente, contratransferências, valores pessoais e preconceitos inevitáveis do profissional. 
Aspecto global do paciente
Deve-se observar tudo. A aparência, as vestes, o olhar, a postura, pois isso revela muito do seu estado mental e é recurso fundamental para o diagnóstico.
Para descrever a aparência do paciente, convém relatar o que se observou, mas sem colocar seus valores pessoais ou fazer juízo de valores.
Primeira entrevista
 Apresentação => o profissional se apresenta, seu nome, profissão e especialidade, a razão da entrevista. Explicar sobre a confidencialidade e o sigilo.
Coleta de dados => colher os dados sociodemográficos básicos, como idade, classe social, profissão, estado civil, religião... Em seguida, solicitar que o paciente relate a queixa, o sofrimento, a dificuldade ou o que o traz à consulta. Deve ser livre para que ele exponha seus sinais e sintomas, mas não deixar falar sem parar. Deve-se observar o estilo do paciente, suas atitudes, sua aparência... O profissional deve mais ouvir que falar. 
Lidar com possíveis manobras e mecanismos de defesa do paciente => o paciente pode estar ansioso e rir muito, fazer silêncio, perguntas inadequadas, comentários sobre o profissional... 
Evitar pausas e silêncios prolongados (podem aumentar o nível de ansiedade do paciente). Alguns procedimentos para lidar com o silêncio do paciente:
	Fazer perguntas e colocações breves que assinalem sua presença efetiva e demonstrem tranquilidade na espera (se for demenciado, vai demorar muito);
	Evitar perguntas muito direcionadas ou muito longas e complexas;
	Adequado: Explique melhor; Como foi isso...
	Não adequado: Por que; Qual a causa... 
	Buscar o tipo de intervenção mais adequado para cada paciente que facilite a continuidade de sua fala. 
Entrevistas abertas (não estruturada ou semi-estruturada) => a estrutura da entrevista deve estar na mente do entrevistador. 
A fala livre também tem, frequentemente uma dimensão catártica, de desabafo, que pode ser muito útil e servir de alívio para o paciente. 
Deixa-se falar livremente e, após, . realizar perguntas que faltam para completar e esclarecer os pontos importantes da história, ou seja, não interromper. 
Duração e número variados de entrevistas iniciais: são mais ou menos duas entrevistas com duração de 50 min a 1h e 30 min cada. 
Transferência e contratransferência
Transferência são as atitudes e sentimentos cuja origem são basicamente inconscientes para o paciente. Inclui tanto sentimentos positivos quanto negativos. São uma repetição inconsciente do passado. O profissional passa a ocupar no presente o lugar que o pai ou a mãe ocupavam no passado. 
Contratransferência é a transferência que o profissional estabelece com seus pacientes. Ele projeta inconscientemente, no paciente, sentimentos que nutria no passado por pessoas significativas de sua vida. 
Avaliação como um todo
Anamnese => na entrevista;
Exame psíquico => exame do estado mental atual; tem que conhecer todas as funções psíquicas; na entrevista;
Exame físico geral => caso haja suspeita de doença física; médico;
Exames complementares => avaliações por meio de testes psicológicos; neuropsicólogo. 
Anamnese
Sintomas objetivos; (vida pregressa)
Vivência subjetiva do paciente em relação àqueles sintomas;
Cronologia dos fenômenos;
Dados pessoais e familiares;
Permanecer atento às reações do paciente enquanto ele faz o relato.
*Realiza-se parte do exame psíquico (observação) durante a coleta histórica. 
Entrevista e dados fornecidos por um informante (familiar)
Quando o paciente não tem nenhuma queixa a fazer, ou simplesmente não tem crítica de sua situação, de seu sofrimento. 
Os dados fornecidos pelo informante também estão carregados da subjetividade dessa pessoa, portanto, o profissional tem que ficar atento se esses dados tem a visão do informante sobre o caso e não a visão correta do caso.
Veracidade dos dados fornecidos
Dissimulação => é consciente; esconde sintomas; é o ato de esconder ou negar voluntariamente a presença de sinais e sintomas psicopatológicos. Pode ser por medo de ser internado, de receber medicamentos ou de ser rotulado como louco. 
Simulação => tentativa do paciente de criar, inventar, apresentar voluntariamente um sintoma, sinal ou vivência que de fato não tem. Obter com isso algum ganho, como dispensa do trabalho, aposentadoria, internação para não ser encontrado...;
 Crítica do paciente
Parte dos pacientes, apesar de apresentar sintomas graves que comprometem profundamente suas vidas, não os reconhecem como tal. 
Insight : não tem 
Consciência da doença; modo de nomear ou renomear os sintomas; adesão a tratamentos propostos. A pessoa não enxerga o próprio problema. 
Perspectiva transversal e longitudinal
Longitudinal => anamnese = horizontal => é histórica e temporal;
Transversal => exame psíquico = vertical => é momentânea e atual. 
Avaliação inicial e perguntas introdutórias 
Local (privacidade e conforto)
Apresentação 
Perguntas gerais sobre quem é o paciente
Motivo da internação 
Como começaram os problemas
Quais os tratamentos que já fez
De onde vêm os problemas
Observação da postura, vestimenta, comportamentos não verbais, mímica e aparência geral
Impacto que o paciente causa no entrevistador (medo, repugnância, compaixão, “que sentimentos ele nutriu em mim?”)
Linguagem acessível 
Adaptabilidade ao paciente
Roteiro para entrevista
Identificação 
Queixa principal e história da moléstia atual
Interrogatóriosintomatológico complementar
Antecedentes mórbidos pessoais
Hábitos 
Antecedentes patológicos familiares 
Relacionamento e dinâmica familiar
Exame psíquico (funções psíquicas)
História de vida
Questões do livro:
1 – Uma entrevista bem conduzida é aquela em que o profissional fala muito pouco e ouve pacientemente o enfermo. Há, contudo, certas situações que exigem intervenção mais ativa do entrevistador. Nesse sentido, que aspectos devem ser observados ao se conduzir uma entrevista?
Deve-se observar:
O paciente => da sua personalidade, do seu estado mental e emocional no momento, das suas capacidades cognitivas; 
O contexto institucional => da entrevista, caso se realize na emergência, enfermaria, ambulatório...; 
Os objetivos da entrevista => que pode ser para diagnóstico clínico, estabelecimento de vínculo terapêutico inicial, para psicoterapia...; 
A personalidade do entrevistador => alguns são mais discretos, contidos, outros são mais extrovertidos, falantes... 
2 – Ao entrevistar um paciente, que tipo de postura ou atitude o entrevistador deve evitar?
Posturas rígidas, estereotipadas, ou seja, seguir o roteiro, mas com flexibilidade ;
Atitude excessivamente neutra ou fria, não forma vínculo;
Reações exageradamente emotivas;
Comentários valorativos;
Reações com hostilidade ou agressão às investidas hostis, deve-se esquivar;
Entrevistas excessivamente prolixas, não precisa conversar muito;
Fazer muitas anotações durante a entrevista. O ideal é fazer em dupla porque o outro pode anotar. 
3 – Quais as três regras de ouro da entrevista em saúde mental?
4 – Diante de um paciente tímido, que fica em silêncio durante a entrevista, que estratégias podem ser usadas pelo entrevistador a fim de que este silêncio seja rompido?
Fazer perguntas e colocações breves que assinalem sua presença efetiva e demonstrem tranquilidade na espera (se for demenciado, vai demorar muito);
	Evitar perguntas muito direcionadas ou muito longas e complexas;
	Adequado: Explique melhor; Como foi isso...
	Não adequado: Por que; Qual a causa... 
	Buscar o tipo de intervenção mais adequado para cada paciente que facilite a continuidade de sua fala. 
5 – Estabeleça a diferença entre transferência e contratransferência:
 Transferência são as atitudes e sentimentos cuja origem são basicamente inconscientes para o paciente. Inclui tanto sentimentos positivos quanto negativos. São uma repetição inconsciente do passado. O profissional passa a ocupar no presente o lugar que o pai ou a mãe ocupavam no passado. 
Contratransferência é a transferência que o profissional estabelece com seus pacientes. Ele projeta inconscientemente, no paciente, sentimentos que nutria no passado por pessoas significativas de sua vida. 
6 – Descreva como deve ser o relato do caso por escrito: 
 Deve conter , de preferência, as próprias palavras que o paciente e os informantes usaram ao descrever os sintomas mais relevantes. O uso de termos técnicos deve ser sóbrio e proporcional ao grau de conhecimento que o profissional obteve do caso. Já a caligrafia deve ser legível, com frases e parágrafos curtos.

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