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Direito Empresarial - aula 7

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Capital Social
Juridicamente o capital social representa a soma da contribuição dos sócios. O que é válido para os demais tipos empresariais menos para as sociedades anônimas.
Nas sociedades anônimas, nem toda contribuição dos sócios destina-se à formação do capital social, já que podem ser utilizados para formar reservas de capital com finalidades distintas.
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 O preço de emissão da ação tem por base mínima o seu valor nominal, que é a parte correspondente ao capital social. Apenas as entradas relativas a esse valor nominal formam o capital social. Outros valores que possam integrar o preço da emissão comporão as reservas de capital previstas no artigo 14 da LSA
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 Capital social não se confunde com patrimônio da companhia que é o conjunto de bens, direitos e obrigações ( bruto) ou de bens menos as obrigações ( líquido). 
 
 O patrimônio é variável dia a dia conforme as entradas e saídas de valores, já o capital social mantém sua estabilidade, só podendo ser alterado nas formas previstas na lei.
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Princípios do capital social
Princípio da determinação: não se admite capital social variável. Deve ser sempre fixado no estatuto social e em moeda nacional.
Princípio da efetividade ou correspondência: os bens que eventualmente componham o capital social devem ser avaliados por experts, para que o valor que expressam seja efetivamente autêntico
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3. Princípio da estabilidade ou intangibilidade ou ainda, variabilidade condicionada: Só pode ser alterado o capital social segundo as normas do artigo 6º da LSA ( 6.404/76), já que é, de certa forma, uma garantia dos credores.
Alguns autores usam ainda o nome de princípio da fixidez oriundo do espanhol fijeza.
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Funções básicas do capital social
Função de produtividade: como fator patrimonial para a obtenção de lucros, por meio do exercício da atividade compreendida no objeto social.
Função de garantia dos credores: obrigação imposta pela lei de que o valor real dos bens e direitos que integram o patrimônio ativo da companhia coadune-se com o valor expresso no capital social. O capital social representa um mínimo do ativo em favor dos credores sociais.
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3. Função de determinação da posição do sócio: diz respeito à situação do acionista em face da porcentagem que possua do capital social.
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Na tutela dos credores em relação ao capital social a lei revela duas classes de normas:
1) Normas regulando a constituição da sociedade: para que o valor efetivo do patrimônio inicial não seja inferior ao capital social excluindo a possibilidade de subscrição condicionada; as que exigem a integralização imediata de uma porcentagem de 10% do valor das ações subscritas; as que impedem o aumento do capital sem que o anterior tenha sido totalmente integralizado; as que proíbem
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emissões de ações abaixo do valor nominal; as que disciplinam a avaliação das entradas em bens para impedir a superavaliação dos bens – o que geraria o watered stock ( capital aguado, fraudulento)
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2) Durante a vida da sociedade: normas que visam a integridade do capital social: as que proíbem a distribuição aos acionistas de juros e dividendos antecipados ou fictícios que se configurem em simples esperanças de lucros; as que obrigam a constituição da reserva legal; as que disciplinam a redução do capital social; as que impedem a distribuição de dividendos antes da reconstituição do capital social; as que limitam ou proíbem a sociedade de negociar com suas ações; as que regulam a publicidade do balanço.
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Duas maneiras de obter recursos:
1) Pela capitalização: emissão de ações – a companhia recebe dos sócios os recursos de que necessita sem ter o dever de restituir ou remunerar o investimento feito, ainda que possa vir a fazê-lo se atendidos os pressupostos legais.
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2) Pelo financiamento: a companhia obtém recursos ou através de financiamento bancário, ou através de securitização que é a emissão de debêntures ou commercial papers ( nota promissória), e, nestes casos se torna devedora dos prestadores de recursos, devendo restituir o valor com os acréscimos remuneratórios acertados.
A aquisição destes papéis pode ser feita pelos próprios acionistas como subcapitalização.
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 Os recursos obtidos através de capitalização comporão o capital social da companhia, enquanto que os obtidos por financiamento serão parte do passivo da sociedade anônima.
 O capital social, ressalte-se, não mede exatamente o total da contribuição dos sócios; no caso de ações subscritas a preço superior ao seu valor nominal que deverão compor o fundo de reserva.
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 Assim a contribuição total dos sócios na companhia é, na verdade, medida pela soma dos preços de emissão de suas ações mais o ágio, quando houver. Ou seja é o capital social mais a parcela da reserva de capital ou fundo de reserva.
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Formação do capital social
Capital social subscrito: é a medida do quantum de recursos prometidos pelos sócios ao assinarem o boletim de subscrição para a sociedade a título de capitalização
Capital social integralizado: corresponde aos recursos já transferidos para o patrimônio social
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Formas de integralização do capital social
Art. 7º Lei 6404/1976
Dinheiro – 10% à vista – art. 80 da LSA
Bens – art. 8º , 9º e 10 da LSA - avaliação
Créditos – art. 10º § ú da LSA
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Capital social e reserva de capital
 O preço de emissão da ação, como já visto, pode ser igual ou superior ao valor nominal da ação. Jamais pode ser inferior ao valor nominal por determinação expressa do art. 13 da LSA
 O montante que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva legal – art. 13 § 2º 
Reserva legal = fundo de reserva= reserva de capital = arts. 182 § 1; 193 a 200 LSA
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A conta do fundo de reserva só poderá ser utilizada mediante as condições delimitadas no art. 200 da LSA: por exemplo resgate ou reembolso de ações, absorção de prejuízos, pagamento de dividendos preferenciais.
O fundo de reserva só pode constituir-se em dinheiro sendo vedado o aproveitamento de bens ou créditos
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Assim, a distinção entre o capital social e a reserva legal e demais reservas estatutárias ou especiais, está em que o capital social e a reserva legal visam a tutela de terceiros principalmente e as reservas estatutárias e especiais visam equilibrar as relações entre o poder de direção da empresa e o direito dos acionistas minoritários aos lucros

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