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Direito Penal Militar 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e 
na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Direito Penal Militar 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e 
na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Crime militar ................................................................................................................ 3 
1.1 Classificação doutrinária ........................................................................................ 7 
1.1.1 Crime militar próprio ou propriamente militar ................................................... 7 
1.1.2 Crime militar impróprio ou impropriamente militar......................................... 10 
 
 
Direito Penal Militar 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e 
na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Vamos começar nosso Reta Final para a DPU e vamos conversar sobre Direito Penal 
Militar. Separamos alguns temas fundamentais para estudarmos. Temos quatro horas, 
aproximadamente, para tratarmos de questões que vão circular na sua prova da DPU 2017. 
Começando com o tema obrigatório que é o crime militar. Falaremos sobre o conceito, 
sobre a classificação doutrinária e também sobre os critérios legais para definir o crime militar. 
São temas que podem ser cobrados também em Processo Penal Militar. 
O bom desse tema é que ele é certo de prova, vai cair um item pelo menos, talvez dois, 
porque ele pode ser cobrado também em Processo Penal Militar quando a banca vai cobrar 
competência – ela usa o conceito para cobrar o tema de competência. 
1. Crime militar 
Crime militar é aquela conduta que, direta ou indiretamente, atenta contra os bens e 
interesses jurídicos das instituições militares, qualquer que seja o agente. 
Então, o sentido amplo, quando se fala em crime militar, a princípio, qualquer pessoa 
pode cometer um crime militar, não só os militares, mas civis também podem cometer crimes 
militares. 
É claro que a questão da competência é um outro departamento. Sabemos sabe que na 
esfera estadual (que não é a nossa praia), a Justiça Militar Estadual só julga os militares dos 
Estados nos crimes militares definidos em lei. Na esfera federal, a JMU, que é a nossa casa, a 
Justiça Militar da União vai julgar militares ou civis – militares da ativa, reserva, reformado, bem 
como civis que praticarem crimes militares definidos em lei, conforme determina o artigo 124 da 
Constituição: 
CF/Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos 
em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência 
da Justiça Militar. 
A Constituição fala que compete à Justiça Militar, que é a Justiça Militar da União, 
processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 
A competência da Justiça Militar da União é ratione legis e ratione materiae. Ratione legis, 
definidos em lei; ratione materiae, crimes militares. O conceito, a ideia, no sentido material e 
formal do crime militar. 
Agora, na esfera estadual, se você olhar o artigo 125, §4º da Constituição você encontra 
que compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos Estados nos crimes 
militares definidos em lei. Então, a JME julga os militares dos Estados – só. JME não julga militares 
federais, não julga os militares das forças armadas, não julga civis. Só julga os militares dos 
Estados nos crimes militares definidos em lei. 
Direito Penal Militar 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e 
na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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CF/Art. 152 (...) § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares 
dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, 
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos 
oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, 
de 2004) 
Como é que define a competência estadual militar? Ratione personae, ratione materiae, 
ratione legis. São três critérios combinados. Ratione personae – somente os militares dos 
Estados; nos crimes militares – materiae; definidos em lei – legis. 
Assim, a competência da Justiça Militar Estadual em matéria criminal é mais restrita: ele 
só julga os militares dos Estados. 
Mas isso não muda o conceito de crime militar. Isso não altera a ideia, o conceito de crime 
militar: é a conduta que afeta bens jurídicos das instituições militares. A princípio, qualquer que 
seja o agente. 
E a partir dessa ideia, a classificação doutrinária moderna reconhece os crimes 
propriamente militares e impropriamente militares. Nós temos hoje um consenso doutrinário, a 
linguagem da Constituição é essa e a linguagem que você vai encontrar em prova é essa, 
definindo crimes militares próprios e impróprios. 
A Constituição, no artigo 5º, inciso LXI, fala sobre prisão: ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo 
transgressão militar, que é punição disciplinar na esfera militar (você pode ter um militar sendo 
punido pelo Comandante com uma sanção administrativa privativa de liberdade – prisão simples, 
prisão rigorosa, outras são restritivas de liberdade (um impedimento, por exemplo)); ou crime 
propriamente militar, definidos em lei. 
CF/Art. 5º (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
Existe uma prisão na esfera do CPM, no artigo 18, que na aula de Processo Penal Militar 
nós comentamos. A prisão do artigo 18 é uma prisão sem flagrante, sem ordem judicial, somente 
para os crimes propriamente militares. 
 Detenção de indiciado 
 Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, 
durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à 
autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte 
dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação 
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. 
Direito Penal Militar 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e 
na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Fechando essa observação, poisestamos fazendo referência à competência, algumas 
questões do processo penal, relacionando os temas, por que estamos fazendo essa ligação? 
Porque a própria Constituição reconhece a ideia, o conceito, de crime propriamente militar. 
 No aspecto formal, o que é um crime militar? 
 É a conduta descrita na lei penal militar. Se a lei penal militar descreve um 
comportamento como crime militar, então, formalmente é um crime militar. 
No aspecto material é aquele comportamento que ofende desde interesses das 
instituições militares, é o conceito material, que aquele comportamento que ofende de forma 
relevante bens jurídicos específicos, bem jurídicos relacionados à vida militar, como dever militar, 
como serviço militar, o patrimônio sobre a administração militar por exemplo, bens jurídicos que 
até são comuns, mas que envolvem o interesse militar, como a vida e a integridade física. 
Diversos interesses são relacionados e quando há uma ofensa relevante a esses bens 
jurídicos tutelados, que interessam e que correspondem à própria existência, manutenção e bom 
funcionamento das forças armadas, você tem a natureza do crime militar no sentido material. 
E o sentido formal é aquele comportamento previsto na lei penal militar. 
No aspecto formal, o artigo 19 do CPM diz: 
Infrações disciplinares 
 Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares. 
Ou seja, o Código Penal Militar não trata de faltas disciplinares, não trata de infrações 
disciplinares, contravenções disciplinares. Inclusive, na Marinha, o regulamento disciplinar 
chama as transgressões de contravenções disciplinares. Não vamos confundir com a ideia de 
contravenção penal. No cenário militar não existe contravenção penal. 
Diferente da esfera comum, (o direito penal comum tem um sistema bipartite: crimes e 
contravenções penais, são espécies de infrações penais), aqui na esfera militar só existe uma 
modalidade de infração penal, que é o crime militar. O legislador não faz diferença, formalmente, 
em relação a espécies de infração penal – só existe uma modalidade, que é o crime militar. 
Nós vamos classificar doutrinariamente, mas, pela lei, formalmente só existe o crime 
militar, não existe contravenção penal militar. 
E as infrações disciplinares são previstas em regulamentos, tratados no RDM, no RDE, no 
RDA, que são os regulamentos disciplinares das Forças Militares, bem como nos regulamentos 
das Forças Militares Estaduais – polícia e bombeiros militares. 
Veja uma questão sobre o assunto: 
DPU 2010 
94 O CPM dispõe sobre hipóteses de crimes militares, próprios e impróprios, e sobre 
infrações disciplinares militares. Entre as sanções penais, está expressa a possibilidade de se 
Direito Penal Militar 
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na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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aplicar a pena de multa nos casos de delitos de natureza patrimonial ou de infração penal 
que cause prejuízos financeiros à administração militar. 
“Sobre infrações disciplinares militares” – o artigo 19 é claro e diz que esse Código não 
trata das infrações disciplinares militares. O CPM dispõe sobre hipóteses de crimes militares – 
sim: próprios ou impróprios, mas nada de infrações disciplinares militares, porque isso é matéria 
dos regulamentos (RDM, RDE, etc.). A questão já está errada na primeira parte. 
Como CESPE mistura temas, mistura assertivas, vamos analisar a segunda parte. 
 O aluno deve ter em mente que: “militar não gosta de dinheiro! ” Três afirmações que 
queremos que você ligue com essa frase: 
 não existe pena de multa na esfera militar (militar não gosta de dinheiro), não existe 
pena pecuniária – nem multa, nem prestação pecuniária na esfera militar. Mas e 
indenização? É efeito da condenação, não é pena (nem principal nem acessória). Não 
existe pena de multa nem pecuniária no sistema sancionatório militar. 
 não existe fiança na esfera militar. Não cabe fiança, liberdade com fiança não cabe, 
não existe previsão no CPP Militar. Inclusive, no CPP comum veda-se a fiança nas 
prisões militares. 
Não cabe fiança e o CPP comum também deixou claro, então não dá para usar, 
entender que foi uma lacuna involuntária. Não é! Não cabe fiança na esfera militar. 
 não existe prisão preventiva para a garantia da ordem econômica na esfera militar. 
Não existe ordem econômica envolvendo os militares. O que eu tenho é garantia da 
ordem pública e garantia da disciplina militar, da ordem interna militar, mas não 
ordem econômica. 
Se não está na lei, não se pode usar isso como fundamento para decretar uma 
preventiva em relação a crime militar. Até porque, prisão preventiva tem uma 
vinculação, não se pode aplicar preventiva de qualquer maneira, dentro das hipóteses 
de cabimento chamado periculum libertatis, que não contempla (no artigo 255 do 
CPPM) a hipótese de garantia da ordem econômica. 
Casos de decretação 
 CPPM/Art. 255. A prisão preventiva, além dos requisitos do artigo anterior, deverá 
fundar-se em um dos seguintes casos: 
 a) garantia da ordem pública; 
 b) conveniência da instrução criminal; 
 c) periculosidade do indiciado ou acusado; 
 d) segurança da aplicação da lei penal militar; 
 e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina 
militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ou 
acusado. 
Direito Penal Militar 
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Lembrem dessas três verdades, porque podem aparecer em prova, como já tem sido 
cobrado. Como você viu aqui nessa questão: não há previsão de pena de multa, não está expressa 
a possibilidade e não se aplica pena de multa aos crimes militares por falta de previsão. 
Ele está dizendo “os delitos de natureza patrimonial ou infração penal que cause prejuízos 
financeiros à administração militar” – não tem pena de multa na esfera militar, não temos 
previsão. 
Como você já concluiu, está errada a assertiva nas duas partes. 
1.1 Classificação doutrinária 
1.1.1 Crime militar próprio ou propriamente militar 
O crime militar próprio ou propriamente militar é aquele em que bem jurídico tutelado é 
inerente ao meio militar e é estranho à sociedade civil. Chamamos de sociedade civil ao meio 
não militar, ao meio civil. 
Primeira característica importante: o bem jurídico do crime propriamente militar é 
exclusivo, o bem jurídico é específico, é o interesse próprio, específico da entidade militar. Por 
exemplo, serviço militar, a hierarquia, a disciplina, o dever militar, são elementos essenciais, 
exclusivos da força militar, da instituição militar, estranhos à sociedade civil (autoridade, dever, 
serviço, hierarquia, disciplina, e outros que veremos na parte especial do Código Penal Militar). 
Topograficamente, os crimes militares vêm primeiro. Na parte especial do CPM, 
topograficamente, eles são os primeiros. Tem os crimes contra a segurança externa do país, aí 
vem os crimes contra a disciplina, contra a autoridade militar, vem vários na sequência e só 
depois é que vem a grande maioria dos crimes militares impróprios (estamos dizendo no sentido 
amplo, não estamos negando que possa existir crimes impróprios nesse conjunto, mas, no 
sentido geral, são crimes propriamente militares), atingindo pessoa, patrimônio, etc. 
Essa primeira característica é o bem jurídico,é o mais importante. 
Segundo, somente pode ser praticado por militar da ativa. Quer dizer que um civil não 
pode praticar um crime propriamente militar? 
Tem um crime propriamente militar que é o crime do artigo 183 do CPM, o crime de 
insubmissão. Insubmissão é um crime propriamente militar. 
Quem é o insubmisso? O insubmisso é aquele “jovem, ao completar 18 anos, apresente-
se ao serviço militar”. Ele se apresenta ao serviço militar para o alistamento, ele é o conscrito, é 
aquele jovem que presta o serviço militar obrigatório. 
No Brasil, jovens do sexo masculino, completando 18 anos, tem que prestar o serviço 
militar obrigatório, tem que se apresentar. Se vão servir ou não o critério vai ser da 
administração, mas eles têm o dever de se apresentar. 
Direito Penal Militar 
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na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Aquele que não se apresenta não comete crime, ele é um refratário. O jovem que não se 
apresenta para o alistamento é o chamado refratário. Ele não comete crime, mas vai ter um 
problema sério. 
Como ele não vai ter prestado serviço militar, quando ele passar no vestibular, passar no 
ENEM, ele não vai conseguir se matricular na universidade. Quando ele for fazer a matrícula a 
universidade vai pedir a ele o certificado de reservista, a comprovação de prestação de serviço 
militar. Ele vai dizer que não tem porque não se apresentou – ele é um refratário. Isso não é 
crime, isso é um problema administrativo. Ele vai ter que resolver, pagar uma multa, resolver 
com a administração militar, prestar um serviço alternativo qualquer que seja, mas ele fica em 
débito com o serviço militar e tem um problema administrativo: não vai conseguir tirar 
passaporte, por exemplo. 
São exemplos de consequências administrativas para a situação do refratário. 
Mas veja, o insubmisso (artigo 183 do CPM) é aquele que se apresenta, é selecionado, 
mas não se apresenta para a incorporação. Como funciona? Ele vai se apresentar para o 
alistamento, ele vai ser selecionado e vai ser designado para a incorporação. Vai receber ali um 
papel com local, dia e hora para comparecer e iniciar a incorporação, vai passar pelo treinamento 
para incorporar. 
Ele não comparece → é um insubmisso. Ou então, ele comparece e se ausenta antes da 
incorporação. É o que diz o artigo 183 do CPM: 
Insubmissão 
 Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo 
que lhe foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de 
incorporação: 
 Pena - impedimento, de três meses a um ano. 
Por que ele comete um crime? Porque ele não é incorporado. O problema da insubmissão 
é a incorporação. Se ele não é incorporado ele não é militar. Então esse crime é considerado 
propriamente militar, esse é um crime militar próprio. 
Mas você disse que só um militar da ativa pode praticar. Toda regra tem exceção. E aqui, 
no caso, o crime de insubmissão é praticado por um civil, justamente, por não se tornar um 
militar. Ele viola o serviço militar, ele descumpre o serviço militar. Ele deveria ser incorporado e 
acaba se furtando ao ato de incorporação. 
Um detalhe: se você olhar no procedimento de insubmissão e na súmula do Superior 
Tribunal Militar, o insubmisso quando é capturado ou apresentado voluntariamente tem que 
passar por um exame de saúde e, se for considerado apto na inspeção de saúde, ele vai ser 
incorporado. 
Direito Penal Militar 
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na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Então, o insubmisso que for capturado ou se apresentar voluntariamente, de acordo com 
o procedimento (artigo 463 do CPPM), será submetido à inspeção de saúde. Considerado apto, 
ele vai ser incluído no serviço. O boletim vai ser publicado e ele vai ser notificado à auditoria. E 
aí o Ministério Público vai poder oferecer a denúncia, se for o caso. É a condição de 
procedibilidade. 
CPPM/Lavratura de termo de insubmissão 
 Art. 463. Consumado o crime de insubmissão, o comandante, ou autoridade 
correspondente, da unidade para que fora designado o insubmisso, fará lavrar o termo 
de insubmissão, circunstanciadamente, com indicação, de nome, filiação, naturalidade 
e classe a que pertencer o insubmisso e a data em que este deveria apresentar-se, 
sendo o termo assinado pelo referido comandante, ou autoridade correspondente, e 
por duas testemunhas idôneas, podendo ser impresso ou datilografado. (Redação 
dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991) 
Para um insubmisso, que é um civil, a condição de procedibilidade é incorporar, é incluir 
no serviço. Então ele é um crime propriamente militar praticado por um civil, mas ele ofende o 
interesse que é exclusivamente militar e a condição de procedibilidade da ação penal por 
insubmissão é a inclusão, ou seja, ele vai responder quando se torna um militar. 
Importante essa exceção. 
Existem outras hipóteses? Existem situações muito excepcionais em que a jurisprudência 
admite coautoria ou participação de civil em crime propriamente militar. Só temos um caso em 
que os tribunais superiores admitiram, foi o artigo 176 do CPM – ofensa aviltante a inferior 
hierárquico: 
 Ofensa aviltante a inferior 
 Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo 
meio empregado, se considere aviltante: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
O superior hierárquico pratica uma ofensa, usa de violência, usa de força para humilhar 
seu subordinado – é uma ofensa aviltante a inferior hierárquico. Parece muito com a injúria real, 
mas não é, é ofensa aviltante a inferior hierárquico. 
E o Supremo e o STM relatam um caso em que um sargento juntamente com um 
funcionário civil ofenderam, agrediram um soldado. O Supremo se pronunciou no sentido de, 
embora não exista hierarquia entre o soldado e o funcionário civil, porque civil não tem 
hierarquia em relação a militar, dentro da unidade e da força militar, na verdade, a condição 
pessoal do sargento que é um militar- que é um superior hierárquico - comunica-se ao civil, nesse 
caso. De modo que se aplicou a teoria monista (artigo 53 do CPM) e o sargento juntamente com 
o civil responderam pelo artigo 176, que é um crime de abuso e poder praticado por militar 
contra militar, é um crime propriamente militar. 
Direito Penal Militar 
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Foi um caso excepcional em que a jurisprudência admitiu o concurso. Via de regra, o civil 
não pode responder em concurso com o militar no crime propriamente militar. 
Falando mais um pouco do conceito, duas características despontam: 
 O crime é previsto somente no Código Penal Militar, pois o tipo é criado 
especificamente para proteger interesses jurídicos exclusivos da vida militar. 
 O sujeito ativo só pode ser militar da ativa, uma vez que tal qualidade do agente é 
essencial ao tipo. 
Estamos falando de duas características que despontam, mas a essência é o bem jurídico 
tutelado. Veja, vamos falar de três elementos: 
1º) o bem jurídico tutelado é exclusivo da vida militar; 
2º) o sujeito ativo tem que ser militar da ativa, tirando a exceção da insubmissão;3º) como esse crime só envolve a vida militar, só interessa à vida militar, ele só tem 
previsão no Código Penal Militar, ele não tem previsão na lei penal comum. 
Então, há três características fundamentais, além das duas que despontam do bem 
jurídico: o bem jurídico é exclusivo da vida militar e estranho à vida civil; o sujeito ativo só pode 
ser militar da ativa; a previsão é exclusiva no Código Penal Militar, só há previsão do crime 
propriamente militar na lei penal militar. Não existe, em relação ao crime propriamente militar, 
redação semelhante ou idêntica na esfera comum. 
Esse crime só é previsto no Código Penal Militar e você não encontra nenhum paralelo na 
esfera comum. O crime de homicídio é previsto no Código Penal Militar? Sim, então ele não é 
propriamente militar, porque ele está na lei penal comum também. 
Então, se eu tenho um crime com idêntica ou semelhante definição na lei militar e na lei 
penal comum, é um sinal de que ele é um crime militar impróprio, não é um crime militar próprio 
porque ele não poderia ter nenhuma previsão semelhante ou idêntica na lei penal comum. 
Furto, está na lei penal comum e está na lei penal militar. Então, é um crime militar 
impróprio. Agora ficou fácil. 
1.1.2 Crime militar impróprio ou impropriamente militar 
Por exclusão, crimes impropriamente militares são aqueles cujos bens jurídicos tutelados 
são comuns às esferas militar e civil. Vida, patrimônio, integridade corporal, fé pública, 
administração, são bens jurídicos comuns, interessam à esfera militar e interessam também à 
esfera civil. 
Nessa primeira questão, o bem jurídico é o diferencial, porque o propriamente militar 
tem um bem jurídico exclusivo da vida militar e o impropriamente militar tem um bem jurídico 
que é comum, que é interesse tanto da esfera civil quanto da esfera militar: proteção do 
Direito Penal Militar 
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patrimônio, da vida, da integridade, da dignidade sexual; por exemplo, saúde pública, tem 
diversos delitos que são tratados tanto na esfera comum quanto na esfera militar. 
Seguindo, 1º) o bem jurídico é comum. E por que ele é um crime militar? Porque está 
previsto na lei penal militar, porque também atenta contra interesse militar, mas ele é um crime 
que envolve um bem jurídico comum às duas esferas (civil e militar). 
2º) ele pode ser praticado por militar da ativa ou por civil. Militar da ativa, militar da 
reserva, reformado ou civil, que são os autores impropriamente militares. 
O militar da ativa pode praticar um crime impropriamente militar? Pode, ele pode praticar 
um furto, um peculato, pode praticar um roubo. Um civil pode? Também pode. Poe exemplo: 
Um civil que recebeu benefício previdenciário da instituição militar. A mãe faleceu e ele ficou 
recebendo aquela pensão da mãe falecida por alguns meses → estelionato, previsto na lei penal 
militar, mas é um interesse comum a questão do patrimônio que foi atingido. 
Então, pode ser praticado por militar da ativa, da reserva, reformado ou civil, que na 
esfera militar tem um tratamento similar (civil e militar da reserva ou reformado). 
E também, esse crime é previsto tanto no Código Penal Militar quanto na lei penal 
comum. O crime impropriamente militar vai encontrar previsão, como já comentamos, na esfera 
comum, por exemplo, o furto, o roubo, o estupro, são previstos no Código Penal, na legislação 
penal comum e na esfera militar também tem uma previsão. 
Pode ter uma redação idêntica ou pode ter uma redação semelhante. Pode ter caracteres 
semelhantes, elementos constitutivos semelhantes, mas também podem ter os mesmos 
elementos constitutivos. Você vai encontrar essa paridade entre o crime militar impróprio e o 
crime comum. 
Paridade essa que não existe em relação ao crime militar próprio. O crime militar próprio 
é ímpar, é exclusivo da vida militar. 
Esse é um tema cobrado em todos os concursos da DPU. Pediram e vão pedir em seu 
concurso também. 
Só para ilustrar, uma questão: 
DPU 2011 
41. 
2. Considera-se crime propriamente militar o furto praticado no interior de um quartel por 
uma praça em situação de atividade. 
Propriamente militar – furto? Não! É militar impróprio. 
Mas, a praça estava em situação de atividade dentro do quartel, não tem problema. O 
artigo 9º, II, b, caracteriza o crime praticado por militar em situação de atividade em lugar sujeito 
Direito Penal Militar 
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à administração militar contra o patrimônio militar. Então você tem crime impropriamente 
militar. 
 CPM/Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz: 
(...) 
 II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição 
na lei penal comum, quando praticados: 
(...) 
 b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à 
administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou 
civil; 
É assim que a banca gosta de cobrar esse tema: 
DPU 2010 
93 Considere que, em conluio, um servidor público civil lotado nas forças armadas e um 
militar em serviço tenham-se recusado a obedecer a ordem do superior sobre assunto ou 
matéria de serviço. Nessa situação, somente o militar é sujeito ativo do delito de 
insubordinação, que é considerado crime propriamente militar, o que exclui o civil, mesmo 
na qualidade de coautor. 
Veja como a coisa evoluiu, olha como a complexidade aumentou com o passar dos 
concursos. Está CORRETA. 
Insubordinação é um crime propriamente militar. Militar comete insubordinação, civil 
não. E qual o crime do civil? Desobediência. Esse civil responde por desobediência, que também 
é previsto no Código Penal Militar. 
Se ele se recusa a cumprir a ordem da autoridade militar, vai responder por 
desobediência. Desobedecer à ordem legal, no caso, da autoridade que pode ser civil, pode ser 
militar, no caso do Código Penal Militar há previsão do crime de desobediência (artigo 301). 
 CPM/Desobediência 
 Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar: 
 Pena - detenção, até seis meses. 
O crime de recusa de obediência, o crime propriamente militar, é espécie do gênero 
insubordinação e você encontra esse crime no artigo 163 do CPM. Artigo 163 é crime 
propriamente militar. 
CPM/Recusa de obediência 
 Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sobre assunto ou matéria de 
serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução: 
 Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave. 
Na próxima aula falaremos um pouco sobre os critérios legais para definir os crimes 
militares.

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