Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 1 Máquinas de Fluxo Prof. Dr. Emílio Carlos Nelli Silva Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 2 • Introdução Turbinas Hidráulicas • Apresentam-se as turbinas de uso mais comum • Características construtivas, operacionais, condições de aplicação limites de execução e instalação • Características operacionais e construtivas = escolha da melhor máquina para uma dada aplicação • São elas: Pelton, Francis e Kaplan e suas variantes • Formas menos comuns apenas citadas • Seguidas as normas brasileiras relacionadas Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 3 • Turbina Pelton • Rotação específica: nq 20, número tipo K 0,364 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Máquinas de fluxo de ação: • Energia mecânica = transformação da energia cinética do fluxo de água através do rotor (NBR 6445) • Turbina Pelton: segundo norma NBR 6445, turbina de ação na qual o fluxo de água incide sob a forma de jato sobre o rotor que possui pás em forma de duas conchas. A direção dos jatos é paralela em relação ao plano do rotor. • Elevadas alturas de queda e conseqüentes pequenas vazões • Topografia brasileira não favorece Pelton de grande porte Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 4 • Turbina Pelton • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Número de jatos = função da vazão disponível – 1 a 6 • Mesma Q – mais jatos = menores diâmetros = menores pás = menor rotor Turbina Pelton de 1 jato Corte da pá e velocidades. Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 5 • Turbina Pelton • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Partes principais – segundo norma NBR 6445 Componentes principais (trabalho): 1- rotor; 2– injetor; 3– defletor Demais: 4– mancal de escora; 5- conduto de distribuição; 6- agulha; 7- acionamento do defletor; 8- anel de regulação; 9- anteparo para jato Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 6 • Turbina Pelton • Exemplos de turbinas Pelton Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas 1- defletor; 2– agulha; 3– alavanca de posição; 4- transferidor; 5- braço de alavanca (transfere informação para sistema de regulação); • Posição da Agulha: define a vazão do jato: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 7 • Turbina Francis • Rotação específica: 20 nq 100, número tipo 0,364 K 1,82 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Máquinas de fluxo de reação: • Máquinas em que o trabalho está associado à variação de pressão e energia cinética no rotor • Exemplo: turbina Francis: segundo norma NBR 6445, turbina de reação na qual o fluxo de água penetra radialmente no distribuidor e no rotor, no qual as pás são fixas. • Outros: turbinas Kaplan e todas as bombas hidráulicas de fluxo • Altura de queda entre 45 e 750m – competem com Kaplan e Pelton • Grande parte da eletricidade gerada no Brasil Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 8 • Turbina Francis • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas Rotor Francis • Água atua simultaneamente em todas as pás • Variação de 90o no escoamento entre entrada e saída Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 9 • Turbina Francis • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Partes principais – segundo norma NBR 6445 Obs.: componentes adicionais (com relação à Pelton) • maior rendimento (2%) • projeto mais complexo e > custo de instalação, operação e manutenção Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva • Obs1.: menores curvaturas das pás menos perdas no escoamento maiores rendimentos das turbinas de reação • Obs2.: variação da direção do fluxo = esforços axiais no eixo 10 • Turbina Francis • Transformação de energia em turbinas de reação Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Comportamento das pressões e velocidades: • Obs.: parte da energia de pressão energia cinética (no distribuidor) • Equação de Euler: 1u1u2u2uth cucuY Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 11 • Turbina Francis • Representação gráfica e indiciação em rotores Francis Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Obs.: bombas – mesma indiciação • Projeções parciais em planta e elevação (a de cima), em corte => projeção meridiana: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 12 • Turbina Francis • Formas construtivas de rotores Francis Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Rotores correspondentes: projeção meridiana: • Tabela: formas construtivas das turbinas Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 13 • Turbina Francis • Exemplo: Usina de Victoria Falls Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas 1- rotor; 2– caixa espiral; 3– mancais; 4- gerador elétrico; 5- excitatriz; 6- válvula de esfera; 7- comporta do tubo de sucção; Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 14 • Turbina Francis • Triângulos de velocidade na face de sucção (Saída) de turbinas Francis Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Vazões diferentes => pontos ou condições de operação diferentes => α’s diferentes Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 15 • Turbina Francis • Triângulos de velocidade na face de sucção (Saída) de turbinas Francis Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • β1 * = β1 saída sem choque; • Ponto de máximo rendimento • Condição de projeto: saída irrotacional α1=90º mínimo de dissipação na saída do rotor (sem rotação em torno do eixo do tubo de sucção) • Aumento de pressão ao longo do duto reduz-se velocidade de rotação = redução de perdas! Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 16 • Turbina Francis • Triângulos de velocidade na face de pressão (Entrada) de turbinas Francis Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Obs.1: comportamento diferente do da face de sucção; • Obs. 2: ponto ótimo entrada sem choque (mínima dissipação) – condição de projeto * 22 Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 17 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Turbina Kaplan • Rotação específica: 95 nq 310, número tipo 1,729 K 5,642 • Turbina de reação, na qual o fluxo de água tem direção radial no distribuidor, aproximadamente axial na entrada do rotor, analogamente às turbinas hélice, porém na qual as pás têm passo regulável em funcionamento • 2 variantes adicionais: hélice e bulbo • Altura de queda entre 2 e 60m – competem com Francis ultra rápidas em alturas de queda mais elevadas (> nq) • Alternativa onde há restrição quanto a área inundada (ex: proximidade com cidades) • número de pás: 4 a 8 – aumento = redução das tensões de flexão no eixo que suporta o conjunto, em balanço Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 18 • Turbina Kaplan • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas Rotores Kaplan • Água atua simultaneamente em todas as pás • Kaplan de eixo vertical: variação de 90o no escoamento entre entrada do distribuidor e entrada do rotor • Bulbo: escoamento aproximadamente axial Rotor Andritz Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 19 • Turbina Kaplan • Princípio de operação e partes principais Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Partes principais – segundo norma NBR 6445 Obs.: partes específicas: rotor, caixa semi- espiral (< 360o), cubo do rotor, ogiva e variador de rotação (= geradores menores) • Partes não mostradas:• Caixa semi-espiral • Tubo de sucção, pás fixas do pré- distribuidor, e palhetas diretrizes do distribuidor (ver Francis) • Mecanismo de movimentação das pás: interior da ogiva ogiva cubo pá Usina Hidrelétrica de Estreito Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 20 • Turbina Kaplan • Representação gráfica e indiciação em rotores Kaplan Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Projeções parciais em planta e elevação (a superior): projeção meridiana Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 21 • Turbina Kaplan • Exemplos de turbinas Kaplan Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Kaplan de eixo vertical Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 22 • Turbina Kaplan • Exemplos de turbinas Kaplan Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Bulbo Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 23 • Formas construtivas adicionais • Aproveitamentos de menor porte = rotores iguais aos anteriores, mas com demais componentes mais simples • Ou novas formas de rotores, menos eficientes ou mais caras • Exemplo: Turbina Diagonal ou Dèriaz Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Aplicadas em alturas de queda entre 30 e 130m • Custo elevado; características da Kaplan e Francis Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 24 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Formas construtivas adicionais • Turbina tubular com gerador periférico (Straight flow ou Straflo) • Reguláveis ou em forma hélice • Turbina e gerador = unidade integral = não há eixo ligando- os • 1-Rotor, 10-Estator, 2-Pá, 8- Tubo de sucção Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 25 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Formas construtivas adicionais • Turbina de fluxo transversal ou Michell-Bànki • Turbinas de ação • Simplicidade = pequenas centrais hidrelétricas • 6-válvula de aeração = impedir pressões muito abaixo da atmosférica integridade estrutural da máquina Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 26 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Formas construtivas adicionais • Turbina para pequenos ou micro aproveitamentos • Também chamadas de “standard” pelos fabricantes = dimensões padrão e condições operacionais pré-definidas = aproveitamentos devem estar adequados às máquinas • Versões simplificadas e reduzidas das de grande porte = reduzir custos de fabricação e atingir mercado específico • Demanda limitada; aproveitamentos privados Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 27 • Partes componentes de turbinas • Caixa espiral e pré-distribuidor Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Caixa espiral: NBR 6445 – conduzir o fluxo de água recebido da adutora até o distribuidor. Obs.: seções transversais reduzem-se. • pré-distribuidor: pás fixas entre os anéis 4 e 5 – rigidez estrutural da caixa e pré- orientação do escoamento para o distribuidor. Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 28 • Partes componentes de turbinas • Distribuidor e acionamento das palhetas diretrizes Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Distribuidor: pás móveis entre os anéis 4 e 5 – orientação do escoamento e controlar a vazão para o rotor. • Acionamento: anel de regulação 1, movido por 1 ou 2 motores hidráulicos Sistema hidráulico que controla as palhetas móveis do distribuidor Itaipu Eixo da turbina Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 29 • Partes componentes de turbinas • Tubo de sucção Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • NBR 6445 – finalidade: grande parte da energia cinética energia de pressão + conduzir a água até o canal de fuga ou o início de uma nova estrutura hidráulica. • seção transversal crescente = aumento de pressão. • Máquinas Francis e Kaplan de eixo vertical Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 30 • Partes componentes de turbinas • Tubo de sucção Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Máquinas Francis e Kaplan de eixo vertical • Hidrelétrica Norris: • Máquina Bulbo: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 31 • Partes componentes de turbinas • Mancais para turbinas Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Deslizamento: sapatas intermediárias e filme de óleo sob pressão entre elas (submetido a resfriamento) • Mancal de escora • Mancal de guia • Mancal combinado Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 32 • Análise das formas construtivas Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Escolha por rotação específica: superposição de formas construtivas. Exemplo: Francis e Kaplan • Objetivo: apresentação de informações técnicas sobre as principais formas construtivas visando permitir uma análise comparativa mais profunda • Além de aspectos técnicos: econômicos e de financiamento da obra Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 33 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Rendimento comparado • Rendimentos máximos: Francis, Kaplan e Bulbo > Pelton • Rendimento em função da vazão: diverso • Obs.: Máquinas de ação: velocidade do jato depende da altura da queda e para altas quedas esta pouco varia => força do jato pouco varia => rendimento pouco varia Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 34 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Rendimento comparado • Kaplan: segunda melhor curva (menor variação de η) – dupla regulação = mudar ângulo das pás na operação = busca da melhor condição operacional para cada vazão • Curva de rendimento da turbina Kaplan de dupla regulação: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 35 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Superposição das formas construtivas Pelton-Francis • Pelton: não afogada • Pelton: diâmetro menor, mas casa de máquinas maior • Francis: tubo de sucção: custo elevado • Operação sob mesma altura de queda e potência: • Fator de preço (ref.: Francis 20MW): • Relação de preços: fornecimento de conjunto completo de peças sobressalentes em aço inox Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 36 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Superposição das formas construtivas Pelton-Francis • Tabela com principais características comparadas (Escher-Wyss): Tabela 4.3.6 –83 • Obs.: Pelton – manutenção com pessoal menos qualificado; reduzida massa dos rotores = aquisição de sobressalente; fácil retirada do rotor Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 37 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Superposição das formas construtivas Francis - Kaplan • Operação sob mesma altura de queda e potência (50m e 50MW): • Francis: D2<D1 => distribuidor e caixa espiral menores • Kaplan: cubo: módulos de velocidade maiores = • maior sensibilidade à ocorrência de cavitação = maior submergência • maior velocidade à saída do rotor = tubos de sucção maiores • Portanto (maiores submergências e tubos de sucção) maiores volumes escavados • Kaplan: dupla regulação • eleva custo de projeto, execução, montagem e manutenção • reduz sensibilidade a variações de altura de queda e vazão Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 38 Turbinas Hidráulicas: Formas Construtivas • Análise das formas construtivas • Pré-dimensionamento de diâmetros de turbinas • Tomando como referência levantamentos estatísticos das máquinas em operação => diagramas relacionando diâmetros específicos de turbinas com a rotação específica, tendo-se como parâmetros das curvas, os adimensionais ø e φ • Com os diagramas: valorinicial para o diâmetro de turbinas conforme o seguinte equacionamento: • Diâmetro específico: • Diâmetro do rotor: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 39 • Transformação de energia em turbinas Turbinas Hidráulicas • Fluxo de energia em turbinas: cada forma específica de perda identificável ao longo do trajeto da partícula fluida entre a entrada e saída da máquina • Análise = sob aspectos global e interno • Global = máquina = caixa preta: somente modelo termodinâmico importa (equações do trabalho e potência discutidos anteriormente) • Interno = perdas Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 40 • Análise global Turbinas Hidráulicas: Transformação de Energia • I: face de sucção da máq.; região de menor pressão • II: face de pressão da máq.; região de maior pressão • máq. adiabática = troca de calor nula: ∆Q=0 • regime permanente: ctem • Modelo: Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 41 • Análise global Turbinas Hidráulicas: Transformação de Energia • Conceitos na análise: definições resumidas nas equações seguintes: • Trabalho específico: • Altura de queda: • Potência fluida: • Rendimentos: • ηu : útil = • ηi : interno = • ηm : mecânico = • ηh : hidráulico = • Obs.: f indica fluido e t indica teórico (número infinito de pás e largura pequena do canal) específica energia da variaçãoIIY III gYalturaH QgHQYYmPf fuu PP fii PP ium PP fth PP Prof. Dr. Emilio C. Nelli Silva 42 Turbinas Hidráulicas: Transformação de Energia • Análise interna • Fluxo de potência: • Contribuição de cada um dos componentes para perdas e rendimento: • Francis com Re=6 106
Compartilhar