Buscar

Coesão e coerência 2014-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE Do TRABALHO
REDAÇÃO - Profª. Maria Virgínia Dias de Ávila
 1º PERÍODO DE RADIOLOGIA
A LINGUAGEM E OS PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO
LINGUAGEM cada um dos sistemas de sinais devidamente organizados e convencionados que 
		 permitem a composição de textos (combinações de sinais), os quais 
 possibilitam uma leitura, constituindo um processo de comunicação.
 a linguagem é inseparável do homem, segue-os em todos os seus atos. 
 é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus 
 sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade, seus atos.
 instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base mais profunda 
 da sociedade humana.
 manifesta-se a partir de uma certa organização.
 
LÍNGUA sistema de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em 
 unidades portadoras de sentido.
 comum a todos os membros de uma determinada sociedade.
 pertence a toda uma comunidade- como a língua portuguesa.
 fato social cuja existência funda-se nas necessidades de comunicação.
O SIGNO LINGÜÍSTICO representa uma realidade por meio de palavra. 
 a palavra é criação humana. 
 palavra e objeto não se confundem - palavra representa o objeto.
 LÍNGUA código e mecanismo de combinações para a produção de sentidos 
 tem como unidade mínima o signo lingüístico.
O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DAS LINGUAGENS
TEXTO qualquer material organizado que esteja veiculando sentido (portanto, verbal ou 
 não-verbal), ou seja, texto é tudo aquilo que produz sentido.
ELEMENTOS QUE DETERMINAM A SIGNIFICAÇÃO DE UM TEXTO:
EMISSOR que constrói o texto
MENSAGEM texto
DESTINATÁRIO a quem o texto é destinado (interlocutor)
REFERENTE sobre o que vai se manifestar (assunto)
CÓDIGO sistema de sinais utilizados sons, gestos, símbolos, sinais de trânsito, o código morse, a língua portuguesa;
 Convenção estabelecida por um grupo de pessoas ou por toda a comunidade 
CANAL meio pelo qual vai fazer chegar a mensagem (língua oral ou língua escrita, sob forma de 
 locução na TV, jornal, revista...)
 REFERENTE
 EMISSOR MENSAGEM DESTINATÁRIO
 CÓDIGO
 CANAL
O INTERLOCUTOR construirá sentido para a mensagem
 ele terá não só de decifrar o código, mas atribuir significado a partir da 
 competência de leitura e da relação com seus conhecimentos prévios, 
 sua ideologia, cultura, contextualização, etc.
 REFERENTE
 EMISSOR INTENÇÃO MENSAGEM DESTINATÁRIO
 CONTEXTO CÓDIGO
 CANAL
VARIAÇÃO E CONSERVAÇÃO LINGÜÍSTICA
É recente a concepção de língua como instrumento de comunicação social, maleável e diversificado em todos os seus aspectos, meio de expressão de indivíduos que vivem em sociedades também diversificadas social, cultural e geograficamente. Nesse sentido, uma língua histórica não é um sistema lingüístico unitário, mas um conjunto de sistemas lingüísticos, isto é, um DIASSISTEMA, no qual se inter-relacionam diversos sistemas e subsistemas. Daí o estudo de uma língua revestir-se de extrema complexidade, não podendo prescindir de uma delimitação precisa dos fatos analisados para controle das variáveis que atuam, em todos os níveis, nos diversos eixos de diferenciação. A variação sistemática está, hoje, incorporada à teoria e à descrição da língua.
Em principio, uma língua apresenta, pelo menos, três tipos de diferenças internas, que podem ser mais ou menos profundas:
diferenças no espaço geográfico, ou VARIAÇÕES DIATÓPICAS falares locais, variantes regionais e, até, intercontinentais;
diferenças entre as camadas socioculturais, ou VARIAÇÕES DIASTRÁTICAS (nível culto, língua padrão, nível popular, etc.);
diferenças entre os tipos de modalidade expressiva,, ou VARIAÇÕES DIAFÁSICAS (língua falada, língua escrita, língua literária, linguagens especiais, linguagem dos homens, linguagem das mulheres, etc.).
A partir da nova concepção da língua como DIASSISTEMA, tornou-se possível o esclarecimento de numerosos casos de polimorfismo, de pluralidade de normas e de toda a inter-relação dos fatores geográficos, históricos, sociais e psicológicos que atuam no complexo operar de um língua e orientam a sua deriva.
Condicionada de forma consistente dentro de cada grupo social e parte integrante da competência lingüística dos seus membros, a variação é, pois, inerente ao sistema da língua e ocorre em todos os níveis: fonético, fonológico, morfológico, sintático, etc. E essa multiplicidade de realizações do sistema em nada prejudica as suas condições funcionais.
Todas as variedades lingüísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades dos seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades diatópicas, diastráticas e diafásicas. A língua padrão, por exemplo, embora seja um entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal lingüístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação.
Numa língua existe, pois, ao lado da força centrífuga da inovação, a força centrípeta da conservação, que, contra-regrando a primeira, garante a superior unidade de um idioma como o português, falado por povos que se distribuem pelos cinco continentes.
CUNHA, Celso e CINTRA, Luis F. Lindley. Nova Gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
A CONSTRUÇÃO DO TEXTO
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
A CONSTRUÇÃO DO TEXTO
A noção de texto é central na lingüística textual e na teoria do texto, abrangendo realizações tanto orais quanto escritas, que tenham a extensão mínima de dois signos lingüísticos, sendo que a situação pode assumir o lugar de um dos signos como em "Socorro!". (Stammerjohann, 1975). 
Para a construção de um texto é necessária a junção de vários fatores que dizem respeito tanto aos aspectos formais como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação (pragmática).
Um texto bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo que Beaugrande e Dressier chamam de textualidade, conjunto de características que fazem, de um texto, e não uma seqüência de frases. Esses autores apontam sete aspectos que são responsáveis pela textualidade de um texto bem constituído:
FATORES LINGUÍSTICOS FATORES EXTRALINGUÍSTICOS
Coesão Intencionalidade
Coerência Aceitabilidade
Intertextualidade InformatividadeSituacionalidade
Coerência.
É o aspecto que assumem os conceitos e relações subtextuais, em um nível ideativo. A coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos, já que a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores. Um texto é coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas sim constroi-se na relação emissor-receptor-mundo.
Coesão
É a manifestação lingüística da coerência. Provém da forma como as relações lógico-semânticas do texto são expressas na superfície textual. Assim, a coesão de um texto é verificada mediante a análise de seus mecanismos lexicais e gramaticais de construção. 
Ex: "Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardaram o momento de se lançarem sobre os animais mortos." (hiperônimo ) 
"Gosto muito de doce. Cocada, então, eu adoro." (hipônimo) "
–Aonde você foi ontem? –f f À casa de Paulo. – f f Sozinha? – Não, f f com amigos." (elipse) 
Os elementos de coesão também proporcionam ao texto a progressão do fluxo informacional, para levar adiante o discurso. Ex: "Primeiro vi a moto, depois o ônibus." (tempo) Embora tenha estudado muito, não passou. (contraste)
Situacionalidade
É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. É importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homem serve de mediador, com suas crenças e idéias, recriando a situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de modo diverso.Muitos lingüistas têm-se preocupado em desenvolver 
cada um dos fatores citados, ressaltando sua importância na construção dos textos
O Conhecimento Linguístico
Os estudiosos em sua maioria concordam que os elementos lingüísticos têm grande importância para o estabelecimento da coerência, mas é ilusão pensar que entendemos o significado de uma mensagem com base apenas nas palavras e na sintaxe. Koch (2000: 26) salienta que o conhecimento lingüístico compreende o conhecimento gramatical e o lexical.
Os fatores de natureza lingüística, cujo funcionamento textual é o estabelecimento da coerência, são: a anáfora; as descrições definidas; o uso dos artigos; as conjunções; os conectores interfrásicos; marcas de temporalidade; tempos verbais; a repetição; a elipse; modalidades; entonação; subordinação e coordenação; substituição sinonímica; ocorrência de signos do mesmo campo lexical; ordem de palavras; marcadores conversacionais; os conceitos e mundos que se deflagram no texto; fenômenos de recuperação pressuposicional; fenômenos de tematização; tema/rema; tópico-comentário e marcas de tematização; fenômenos de implicação; orientações argumentativas de elementos do léxico da língua; componentes de significado de itens lexicais. Nos textos das HQ não raro encontramos várias vezes esses elementos.
O Conhecimento de Mundo
O estabelecimento do sentido de um texto depende em boa parte do conhecimento de mundo ou conhecimento enciclopédico dos seus usuários, o qual vai permitir a realização de processos cruciais para a compreensão. Para Koch (1999: 60), é o conhecimento de mundo que propicia ao usuário do texto a construção de um mundo textual, ao qual se ligam crenças sobre mundos possíveis e que passa pelo modo como o receptor vê o texto, como se referindo ao mundo real ou ficcional e que vai influenciar decisivamente se o leitor vai considerar o texto como coerente ou não. Segundo Maria G. C. Val (1999: 6), a coerência do texto deriva da sua lógica interna, resultante dos significados que põe em jogo, mas também da compatibilidade entre a rede que compõe o mundo textual e o conhecimento de mundo de quem processa o discurso, ou seja, o leitor. O conhecimento de mundo é visto como uma espécie de dicionário enciclopédico do mundo e da cultura arquivado na memória. Se o interlocutor não possui esse conhecimento a piada não provoca o efeito esperado, que é levar ao riso e, por meio dele, à crítica do modelo social vigente.
O Conhecimento Partilhado
O mundo textual, do emissor e do receptor, deve conter um certo grau de similaridade, o que vai constituir o conhecimento partilhado. Esse conhecimento determina a estrutura informacional do texto em termos do que se pode chamar de dado e novo. O conhecimento de mundo deve ter pontos em comum, resultado da experiência cotidiana ou científica. A diferença entre os dois pode afetar a compreensão e criar problemas de coerência.
O leitor, para compreender a ironia contida nos quadrinhos deve compartilhar com o escritor o conhecimento sobre o assunto abordado. O autor, para atingir seus objetivos, pressupõe que o leitor compartilhe desse conhecimento. Caso contrário, a piada não provoca o efeito de levar ao riso. A prática da compreensão, portanto, é fundada no conhecimento. O leitor, para compreender, deve possuir um conhecimento implícito, compartilhado com o autor, o que envolve a capacidade de reconhecer contextos e de conferir condições de verdade. Se as informações forem totalmente desconhecidas para o leitor será difícil para ele compreender o sentido cômico do texto.
Inferências
Segundo Koch (2000: 23), as inferências constituem estratégias cognitivas extremamente poderosas, que possibilitam o estabelecimento de pontes entre o material lingüístico presente na superfície textual e os conhecimentos prévios e/ou partilhados pelos interlocutores, sendo em grande parte responsável pela reconstrução dos sentidos que o texto explicita.
Uma das características marcantes dos quadrinhos é seu caráter lacunar, uma vez que, por trás do dito, há toda uma instância do dizer, a evidenciar que a significação da tira vai muito além da simples manifestação verbal. Por isso, uma das funções do leitor é o preenchimento do que não foi dito pela recuperação dos implícitos e pela percepção dos efeitos de sentido desejados pelo autor.
As inferências são processos mentais de decodificação, enriquecimento, reconhecimento, pressuposição, processamento, validação e conclusão de uma palavra e/ou enunciado, em um contexto. Sempre podemos fazer muitas inferências a partir dos elementos de um texto, uma vez que os textos mostram uma quantidade mínima de coesão formal, abrindo muitas linhas de possíveis inferências, o que normalmente requer que o leitor faça quantas inferências forem necessárias para obter a compreensão do texto.
O leitor é sempre responsável pela projeção do sentido que melhor lhe convier, a partir da posição política, social, econômica e pessoal que ocupe. Portanto, a interpretação de uma piada depende também das inferências, ou seja, das conexões que as pessoas fazem, quando tentam estabelecer a compreensão do que lêem. Os textos dúbios, como são os textos de humor exigem que o leitor realize várias inferências para construir o sentido, e o resultado dessas inferências leva ao riso.
A COESÃO TEXTUAL
Um texto, seja oral ou escrito, está longe de ser um mero conjunto aleatório de elementos isolados, mas, sim, deve apresentar-se como uma totalidade semântica, em que os componentes estabelecem, entre si, relações de significação. Contudo, ser uma unidade semântica não basta para que um tal. Essa unidade deve revestir-se de um valor intersubjetivo e pragmático, isto é, deve ser capaz de representar uma ação entre interlocutores, dentro de um padrão particular de produção. A capacidade de um texto possuir um valor intersubjetivo e pragmático está no nível argumentativo das produções lingüísticas, mas a sua totalidade semântica decorre de valores internosà estrutura de um texto e se chama coesão textual. (Pécora, 1987, p. 47) Assim, estudar os elementos coesivos de um texto nada mais é que avaliar os componentes textuais cuja significação depende de outros dentro do mesmo texto ou no mesmo contexto situacional.Os processos de coesão textual são eminentemente semânticos, e ocorrem quando a interpretação de um elemento no discurso depende da interpretação de outro elemento. 
Embora seja uma relação semântica, a coesão envolve todos os componentes do sistema léxico-gramatical. Portanto há formas de coesão realizadas através da gramática, e outra através do léxico. Deve-se ter em mente que a coesão não é condição necessária nem suficiente para a existência do texto. Podemos encontrar textualidade em textos que não apresentam recursos coesivos; em contrapartida a coesão não é suficiente para que um texto tenha textualidade.Segundo Halliday & Hasan, há cinco diferentes mecanismos de coesão:
1. Referência: elementos referenciais são os que não podem ser interpretados por si próprios, mas têm que ser 
relacionados a outros elementos no discurso para serem compreendidos. Há dois tipos de referência:
 a situacional (exofórica ) feita a algum elemento da situação e a textual (endofórica)
Ex: Você não se arrependerá de ler este anúncio. – exofórica 
Paulo e José são advogados. Eles se formaram na PUC. – endofórica
2. Substituição: colocação de um item no lugar de outro no texto, seja este outro uma palavra, seja uma oração inteira.
 Ex: Pedro comprou um carro e José também. O professor acha que os alunos estão preparados, mas eu 
não penso assim.
Para Halliday & Hasan, a distinção entre referência e substituição, está em que, na ocorrência desta, há uma readaptação sintática a novos sujeitos ou novas especificações. Ex: Pedro comprou uma camisa vermelha, mas eu preferi uma verde. (há alteração de uma camisa vermelha para uma camisa verde.)
3. Elipse: substituição por f : omissão de um item, de uma palavra, um sintagma, ou uma frase: – Você vai à 
Faculdade hoje? – f Nãof f f.
4. Conjunção: este tipo de coesão permite estabelecer relações significativas entre elementos e palavras do texto. Realiza-se através de conectores como e, mas, depois etc. Há elementos meramente continuativos: agora ( abre um novo estágio na comunicação, um novo ponto e argumentação, ou atitude tomada ou considerada pelo falante ); bem ( significa "eu sei de que trata a questão e vou dar uma resposta ") 
5. Coesão lexical: obtida através de dois mecanismos: 
repetição de um mesmo item lexical, ou sinônimos, pronomes, hipônimos, ou heterônimos.
 Ex: O Presidente foi ao cinema ver Tropa de elite. Ele levou a esposa. Vi ontem um menino de rua correndo pelo asfalto. O moleque parecia assustado. Assisti ontem a um documentário sobre papagaios mergulhadores. Esses
pássaros podem nadar a razoáveis profundidades.
6. Colocação: Uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico. Ex: Houve um grande acidente na estrada. Dezenas de ambulâncias transportaram os feridospara o hospital mais próximo. 
Koch, tomando por base os mecanismos coesivos na construção do texto, estabelece a existência de duas modalidades de coesão:
1.– coesão referencial: existe coesão entre dois elementos de um texto, quando um deles para ser interpretado semanticamente, exige a consideração do outro, que pode aparecer depois ou antes do primeiro ( catáfora e anáfora, respectivamente )
 – Ele era tão bom, o meu marido! (catáfora) 
– O homem subiu as escadas correndo. Lá em cima ele bateu furiosamente à uma porta. (anáfora).
A forma retomada pelo elemento coesivo chama-se referente. O elemento, cuja interpretação necessita do referente, chama-se forma remissiva. O referente tanto pode ser um nome, um sintagma, um fragmento de oração, uma oração, ou todo um enunciado.
 Ex: A mulher criticava duramente todas as suas decisões. Isso o aborrecia profundamente. (oração)
 Perto da estação havia uma pequena estalagem. Lá reuniam-se os trabalhadores da ferrovia.(sintagma nominal) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em construção. Os carros passavam buzinando. Tudo isso tirava-me a concentração. (enunciado)
Elementos de várias categorias diferentes podem servir de formas remissivas:
– pronomes possessivos – Joana vendeu a casa. Depois que seus pais morreram, ela não quis ficar lá.
– pronomes relativos – É esta a árvore à cuja sombra sentam-se os viajantes.
– advérbios – Antônio acha que a desonestidade não compensa, mas nem todos pensam assim.
– nomes ou grupos nominais – Imagina-se que existam outros planetas habitados. Essa hipótese se confirma pelo 
grande número de OVNIs avistados.
2. – coesão sequencial: conjunto de procedimentos linguísticos que relacionam o que foi dito ao que vai ser dito, 
estabelecendo relações semânticas e/ou pragmáticas à medida que faz o texto progredir. Os elementos que marcam a coesão seqüencial são chamados relatores e podem estabelecer uma série de relações:
a) implicação entre um antecedente e um conseqüente: se etc.
b) restrição, oposição, contraste: ainda que, mas, no entanto etc
c) soma de argumentos a favor de uma conclusão: e, bem como, também etc.
d) justificativa, explicação do ato de fala: pois etc.
e) introdução de exemplificação ou especificação: seja...seja, como etc.
f) alternativa (disjunção ): ou etc.
g) extensão, amplificação: aliás, também etc.
h) correção: isto é, ou melhor etc.
E mais as relações estabelecidas por outras conjunções coordenadas e subordinadas.
Trata-se de estabelecer relações lógicas entre as ideias do texto. Para tanto, utilizamos os chamados conectivos (principalmente preposições e conjunções). Veja os principais:
- Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por conseguinte, em vista disso.
Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga.
Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de.
Ela conseguiu a vaga, já que é muito competente.
Oposição: entretanto, mas, porém, no entanto, todavia, contudo.
Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro.
 Condição: se, caso, desde que, contanto que.
Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever.
 Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. 	
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias
A coesão sequencial, embora não se manifeste pela retomada de termos, permite que o texto progrida normalmente. Assim como a anterior, revela-se sob dois processos:
* Sequenciação temporal – Nela atestamos a presença de alguns recursos, tais como:
* Encadeamento lógico, expresso por uma ordenação linear dos elementos:
Fez as malas, despediu-se de todos e viajou.
* Emprego de elementos que demarcam a ordenação das sequências temporais:
Antes estava sem perspectivas, agora me sinto repleto de esperanças ao falar sobre o assunto.
* Partículas temporais:
Ontem parecia desacreditado, hoje se mostrou confiante.
* Correlação de tempos verbais:
Se pudesse voltar atrás não teria agido daquela forma.
* Sequenciação por conexão – Ocorre mediante o uso de:
- Preposições ou locuções prepositivas:
O resultado não foi positivo, apesar do enorme esforço.
- Conjunções ou locuções conjuntivas:
Procure se aprimorar bastante, a fim de obter um cargo melhor.  (finalidade)
Promoveu um grande evento, porém não conseguiu agradar a todos. (adversidade)
- Pausas:
Pode ser que suas ideias o agradem, como pode ser também que...
Maria Lúcia Mexias Simon
BIBLIOGRAFIA
AZEREDO, J. C. Iniciação à sintaxe do português. Rio: Jorge Zahar, 1993.
KOCH, Ingedore. Coesão e coerência textual. S. Paulo: Ática, série Princípios.
Virgínia Ávila!

Outros materiais