HEMOCITOPOESE

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Hemocitopoese
É o processo contínuo e regulado de produção de células do sangue, que envolve renovação, proliferação , diferenciação e maturação celular.
Todas as células são derivadas primariamente da medula óssea; linfócitos B se diferenciam na medula, enquanto linfócitos T provêm de células que migram da medula para o timo e ali se diferenciam. Células B e T se proliferam, geralmente estimuladas por antígenos, nos órgão linfóides secundários ( baço, linfonodos e agregados linfóides).
CÉLULAS-TRONCO, FATORES DE CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO
Células-tronco originam células filhas que seguem dois destinos:
1-Permanecem como célula-tronco.
2-Se diferenciam em outros tipos celulares com características específicas.
Características das células tronco :
1-Capacidade de auto-renovação
2- Capacidades de gerar uma ampla variedade de tipos celulares 
3- Capacidade de reconstituir o sistema hemocitopoético.
Células-tronco pluripotentes:
Todas células sanguíneas se derivam destas células.
Estas células proliferam e formam duas linhagens: células linfóides (forma linfócitos) e células mielóides ( formam eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas).
Células progenitoras e células precursoras:
As células filhas, são as células progenitoras multipotentes que produzem as células precursoras (blastos)
É nas células precursoras que as características morfológicas diferenciais das linhagens aparecem pela primeira vez.
As células progenitoras, quando se dividem,podem originar outras células progenitoras e também células precursoras, mas as precursoras só originam células sanguíneas maduras.
A hemocitopoese depende do microambiente adequando e da presença de fatores de crescimento (que regulam a proliferação, a diferenciação e a apoptose de células imaturas e ativ. funcional das células maduras),fornecido pelas células do estroma dos órgãos hemocitopoéticos.
MEDULA ÓSSEA
A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos ossos esponjosos.
No recém-nascido, toda medula óssea é vermelha, sendo ativa na produção de células do sangue. Com o avanças da idade, a maior parte da medula óssea transforma-se em amarela(rica em células adiposas, não produz células sanguíneas). A medula amarela ainda retém células mesenquimais indiferenciadas e podem se transformar em medula óssea vermelha e voltar a produzir células do sangue dependendo da necessidade do organismo.
Na medula óssea têm acúmulo de linfócitos, através dos nódulos linfáticos. E não tem vasos linfáticos.
Medula óssea vermelha:
É constituída por células reticulares, associadas a fibras reticulares. Essas células e as fibras formam uma esponja, percorrida por numerosos capilares sinusóides. Entre as fibras reticulares existem macrófagos, células adiposas e células hemopoéticas. 
Matriz extracelular contém além de colágeno, fibronectina, laminina e proteoglicanos.
Produz células do sangue, armazena ferro (ferritina e hemossiderina), destrói eritrócitos envelhecidos.
Fatores de liberação controlam a liberação de células maduras da medula para o sangue, de acordo com a necessidade do organismo.
MATURAÇÃO DOS ERITRÓCITOS
Célula madura é a que atingiu um estágio de diferenciação que lhe permite exercer todas suas funções especializadas.
Durante a maturação das células da linhagem eritrocítica:
1-Volume da célula diminui
2- Núcleo diminui e a cromatina se condensa e o núcleo é expulso da célula
3-Os nucléolos diminuem e depois se tornam invisíveis no esfregaço.
4-Diminui polirribossomos e aumenta hemoglobina.
5-A quantidade de mitocôndrias e de outras organelas diminui.
De acordo com seu grau de maturação, as células dos eritrócitos são chamadas de:
Proeritroblasto: apresenta todos os elementos característicos de uma célula que sintetiza intensamente proteínas ( núcleo esférico e central; cromatina com estrutura delicada e um ou dois nucléolos grandes; citoplasma intensamente basófilo; mitocôndrias; CG; um par de centríolos; polirribossomos ; porém RER pouco desenvolvido). Essas proteínas sintetizadas são usadas para reconstituir o tamanho da célula que sofre constante divisão. 
Eritroblastos basófilo: Cromatina condensada em grânulos grosseiros. Não há nucléolo visível.
Eritroblastos policromático: Núcleo com cromatina muito condensada. Contém hemoglobina em quantidade suficiente para aparecer em uma acidofilia citoplasmática. Cor cinza ao citoplasma.
Eritroblasto ortocromático ou normoblasto: Núcleo com cromatina muito condensada, picnótico. Pela riqueza em hemoglobina, o citoplasma é acidófilo, podendo apresentar traços de basofilia por conta de restos de RNA.
Em certo momento, o normoblasto começa a emitir uma série de saliências citoplasmáticas, uma delas contendo o núcleo, que é expelido levando ao seu redor uma delgada camada de citoplasma. A parte anucleada, possa a se chamar reticulócito, apresenta algumas mitocôndrias e muitos polirribossomos, que ainda sintetizam hemoglobina. Não tem síntese protéica mais pela falta NE núcleo.
No esfregaço aparece como um corpúsculo. O reticulócito difere do eritrócito por conter vestígios de RNA, mostrando uma basofilia homogênea, superposta à intensa acidofilia da hemoglobina.
Os reticulócitos saem da medula óssea e vão para o sangue.
O hormônio eritropoetina produzido e secretado por células intersticiais renais previne a apoptose de precursores e é essencial para a diferenciação, estimulando a síntese de hemoglobina. Além disso, a eritropoetina estimula a saída precoce de reticulócitos da medula para o sangue. Um estímulo para que as células renais secretam eritropoetina é a baixa tesão de O2 no sangue. 
GRANULOCITOPOESE
Grânulos azurófilos, se coram pelos corantes básicos das misturas usuais e contem enzimas do sistema lisossomal.
Grânulos específicos, contêm diferentes proteínas, conforme o tipo de granulócito.
MATURAÇÃO DOS LINFÓCITOS E MONÓCITOS
Os precursores dos linfócitos são identificados principalmente pelo tamanho, estrutura da cromatina e presença de nucléolos visíveis nos esfregaços. À medida que os linfócitos maturam, sua cromatina se torna mais condensada, os nucléolos se tornam menos visíveis e a célula diminui de tamanho. Além disso, subpopulações de linfócitos adquirem receptores superficiais específicos, que podem ser identificados por meio de técnicas imunocitoquímicas.
Linfócitos:
Os que circulam pelo sangue se originam no timo e órgãos linfóides periféricos.
Nos tecidos, o linfócito B se diferencia em plasmócitos, células produtoras de Ig.
A célula mais jovem da linhagem é o linfoblasto, que forma o prolinfócito, que forma os linfócitos maduros.
Linfoblasto tem citoplasma basófilo e sem granulações azurófilas. Cromatina é relativamente condensada, em placas similar a de linfócitos maduros. Apresenta dois ou três núcleos.
Prolinfócito tem citoplasma basófilo, pode conter granulações azurófilas. Cromatina condensada. Nucléolos não são facilmente visíveis ( por conta da condensação da cromatina). Da origem diretamente ao linfócito circulante.
Monócitos:
São células intermediárias, destinadas a formar os macrófagos dos tecidos.
Promonócito: célula mais jovem da linhagem,somente na medula óssea. Cromatina delicada e citoplasma basófilo, apresentando CG grande e RE desenvolvido. Numerosos grânulos azurófilos finos (lisossomos). 
Dividem-se duas vezes, se transformando em monócitos que passam para o sangue. Depois migram para o tecido conjuntivo, atravessando a parede das vênulas e capilares e se diferenciam em macrófagos.
ORIGEM DAS PLAQUETAS
Se originam na medula óssea vermelha pela fragmentação do citoplasma dos megacariócitos
Megacarioblastos: 
Núcleo grande, oval ou em forma de rim, com numerosos nucléolos. Núcleo poliplóide, contem até 30x a quantidade normal de DNA, e o citoplasma é homogêneo e intensamente basófilo.
O citoplasma é rico em REL/RER
Megacariócitos:
Tem núcleo irregularmente lobulado e cromatina grosseira, sem nucléolos visíveis no esfregaço. Citoplasma é abundante e levemente basófilo. Contém
numerosas granulações que ocupam a maior parte do citoplasma, que vão se formar os cromômeros das plaquetas.
Durante a maturação do megacariócitos aparecem grânulos citoplasmáticos, delimitados por membrana, que se formam no CG e depois se distribuem por todo o citoplasma. São precursores do hialômero das plaquetas e contêm diversas subs. biologicamente ativas.
Com o amadurecimento do megacariócito ocorre um aumento na quantidade de membranas lisas,que vão formar os canais de demarcação. Essas membranas acabam dando origem à membrana das plaquetas.
Os megacariócitos localizam-se adjacentes aos capilares sinusóides, o que facilita a liberação das plaquetas para o sangue.
A trombopoetina é um hormônio produzido pelo fígado que estimula a proliferação e a diferenciação de progenitores de megacariócitos. Atua também sinergisticamente com outras citocinas para estimular o desenvolvimento das linhagens eritróide e mielóide. É considerada o principal regulador do megacariócito e da produção de plaquetas.