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Homilética: A Arte de Pregar

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HOMILÉTICA 
A ARTE DE PREGAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
Definição de Homilética................................................................................................3 
O objetivo da Homilética...............................................................................................3 
Homilética e a eloqüência..............................................................................................3 
A Homilética no ministério de Jesus.............................................................................4 
O milagre da pregação...................................................................................................4 
Como pregar sem atrapalhar o culto..............................................................................4 
Vocação ministerial.......................................................................................................5 
A personalidade do pregador.........................................................................................8 
Principais tipos de sermão...........................................................................................11 
O sermão temático...........................................................................................11 
O sermão textual..............................................................................................15 
O sermão expositivo........................................................................................19 
A elaboração do sermão..............................................................................................27 
O texto bíblico.............................................................................................................29 
A escolha do texto bíblico...........................................................................................30 
O título do sermão.......................................................................................................31 
A introdução (aperitivo do sermão)............................................................................33 
O valor das divisões do sermão...................................................................................35 
O uso de ilustrações no sermão...................................................................................38 
A aplicação..................................................................................................................39 
A conclusão do sermão................................................................................................40 
Dicas de oratória..........................................................................................................43 
Bibliografia..................................................................................................................50 
 
 
 
 
 
 
HOMILÉTICA 
 
 
 
I. Definição - homilética é a ciência e arte de pregar. É uma ciência, pois tem normas e princípios 
que devem ser seguidos, e é também arte porque também está relacionada com a estética e a 
transmissão do sermão. O termo vem do grego "hehomilia". O verbo "homilein" era usado pelos 
gregos sofistas para expressar "o sentido de relacionar, conversar". Hehomilia designa, 
especialmente no NT, "o estar junto, o relacionar-se", e, nos primeiros séculos da era cristã, o termo 
passou a ser usado para denominar "a arte de pregar sermão"1. Daí deriva o sentido "homilética" e 
suas formas de expressão. Desde então e muito cedo, a homilética passou a fazer parte da teologia 
prática2. 
 A partir daí os servos de Deus, pregadores do evangelho, começaram a usar as técnicas gregas 
de retórica e oratória romana para estruturarem os seus sermões e pregarem com mais elegância e 
eloquência. 
 
1. O Objetivo da Homilética 
 O objetivo principal da homilética é orientar os pregadores na preparação e pregação de suas 
mensagens. "Fazer com que os membros adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem 
idéias dos erros e falhas que os mesmos em geral cometem. Convém notar que a homilética não é a 
mensagem. Ela disciplina o pregador para melhor entregar a mensagem. Não podemos esquecer que 
a mensagem é de Deus (Ef 6.19)3". Mas para que essa mensagem seja apresentada de forma clara e 
dinâmica é necessário uma preparação e treinamento. A homilética fornece ao (à) pregador (a) os 
princípios para uma boa preparação e apresentação da mensagem. 
 
2. A Homilética e a Eloquência 
 A missão principal da homilética é conservar o (a) pregador (a) na rota traçada pelo Espírito 
Santo. Ela ensina onde (e como) se deve começar e terminar o sermão. O sermão tem como objetivo 
convencer os ouvintes, seja no campo político, forense (jurídico) social ou religioso. Por essa razão, 
a homilética encontra-se ligada diretamente à eloquência. 
 A eloquência é a capacidade intelectual de convencer pelas palavras. As palavras esclarecem, 
orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas, persuadindo-as a aceitar 
suas idéias é eloqüente, pois a eloquência é a capacidade de persuadir pela palavra4. "Apolo era um 
pregador eloqüente e poderoso nas Escrituras" (At 18.24). 
 
 3. Como as Pessoas podem ser Convencidas? 
 Existem várias maneiras pelas quais as pessoas podem se persuadidas ou convencidas, 
vejamos: 
� Pela força moral (costumes, normas e doutrinas): regras fundamentais. 
� Pela força social (costumes, normas e leis): o direito. 
� Pela força física (braços e armas): a guerra. 
� Pela força pessoal (exemplo): influência psicológica. 
� Pela força verbal (falada ou escrita): retórica. 
� Pela força divina (Espírito Santo)5. 
4. A Homilética no Ministério de Jesus 
 "Jamais alguém falou como este homem" (Jo 7.46), essa foi a resposta que os guardas deram 
às autoridades religiosas por não terem prendido Jesus. Esses guardas saíram para prendê-lo, mas, 
quando ouviram a pregação feita por Ele, ficaram maravilhados com aquela pregação e se 
esqueceram que tinham indo ali para prendê-lo. Jesus foi o maior pregador de todos os tempos. Ele 
 
1 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p. 13 
2 N.Kust-apud- Severino Pedroso. Homilética p. 13 
3 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p.13 
4 Ibid 
5 P. Moreira -APUD- Severino Pedroso. Homilética p. 14 
 
 
veio "pregando" a mensagem do Reino (Mc 1.15), veio "pregar" a liberdade (Lc 4.18,19). Os 
evangelhos descrevem Jesus como um pregador itinerante, pregava nas sinagogas, de cidade em 
cidade e aldeia em aldeia, arrastando multidões. O povo parava para ouví-lo porque ficava fascinado 
com as suas palavras de graça e autoridade. 
"A pregação de Jesus continha todo o sabor da bondade divina: era um clamor insistente por 
sua compaixão, e poderoso por sua urgência. A pregação direta é, sem dúvida, um convite à 
consciência, à razão, à imaginação e aos sentimentos, mediante a declaração da verdade e da 
graça de Deus, pois produz um efeito mais urgente e eficaz"6. 
 
 
II. O Milagre da Pregação 
 
"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo". 
(Pv 25.11) 
 
"A pregação bíblica é um milagre duplo. O primeiro é Deus usar um homem imperfeito, pecador e 
cheio de defeitos para transmitir a Sua perfeita e infalível Palavra. Trata-se de um ser perfeito usando 
um ser imperfeito como seu porta-voz. O segundo milagre é Deus fazer com que os ouvintes aceitem 
o porta-voz imperfeito, escutem a mensagem por intermédio do pecador e, finalmente, sejam 
transformados por esta mensagem. Esse é o grande milagre da pregação"7. 
 
"Por incrível que pareça, é essa a mistura do humano com o divino que dá poder à pregação. 
Pregação é a apresentação através da personalidade, e foi Deus quem escolheu essa combinaçãoda 
verdade perfeita com a personalidade imperfeita para dar poder à pregação. Em outras palavras, o 
pregador usa as características de sua personalidade, como conhecimento, habilidade, voz, 
pensamento, e a sua vida para transmitir a verdade divina, e essa união do divino com o humano tem 
o poder de alcançar outros seres humanos e transformá-los"8. 
 
III. Como Pregar Sem Atrapalhar o Culto 
 
"Seja sua fala melhor do que o silêncio ou então fique calado". 
(Dioniso) 
 
 Existem certos tipos de sermões que estraga o culto. Às vezes o culto começa bem, tem um 
bom louvor, mas, quando chega a hora da pregação, o culto perde a sua essência, seria melhor se 
não tivesse nem mesmo pregação. É lamentável, mas alguns sermões acabam com o culto. Sempre 
que a pregação for vazia e sem poder, atrapalhará o culto. Sermão mal preparado e sem conteúdo 
começa a torturar os adoradores com frases repetitivas e de pouco sentido, destruindo todo o clima 
espiritual criado pelo louvor. Pior ainda, sermões deste tipo, às vezes, levam mais de uma hora. 
 Sermões vazios não só atrapalham o culto como podem acabar afastando as pessoas da igreja. 
Para que isso não aconteça, o (a) ministro (a) da Palavra precisa estar bem preparado, buscando de 
Deus orientação, sabedoria e poder para pregar a Sua Palavra. 
 
Sermões que atrapalham o culto 
 
"1. O Sermão sedativo - é aquele que parece anestesia geral. Mal o (a) pregador (a) começa 
falar a congregação já está quase dormindo. É aquela pregação fria e vazia. 
 
6 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p.15 
7 MARINHO, Robson. A arte de pregar p.15 
8 Ibid p. 16 
 
 
 
2. O Sermão insípido - esse sermão pode até ter uma linguagem mais moderna e um tom de 
voz melhor, mas não tem gosto é duro de engolir. As idéias são pálidas, sem nenhum brilho 
que as tornem interessantes. Muitas vezes, é um sermão sobre temas profundos, porém sem o 
sabor de uma aplicação contemporânea, ou sem o bom gosto de uma ilustração. 
 
3. O Sermão óbvio - é aquele sermão que diz apenas o que todo mundo já sabe e está 
cansado de ouvir. 
 
4. O Sermão indiscreto - é aquele que fala de coisas apropriadas para qualquer ambiente 
menos para a igreja, onde as pessoas estão famintas do pão da vida. O (a) pregador (a) deve 
tomar cuidado ao tratar de assuntos que envolvem sexo, adultério, prostituição, etc. 
 
5. O sermão reportagem - é aquele que fala de tudo, menos Da Bíblia. 
 
6. O Sermão metralhadora - é usado para disparar, machucar e ferir. Às vezes, a crítica é 
contra um grupo com idéias opostas, contra administradores da igreja, contra uma pessoa 
pecadora ou rival, ou mesmo contra toda a congregação. Seja qual for o destino, o púlpito 
não é uma arma para disparar contra ninguém. Às vezes, o pregador não tem a coragem 
cristã de ir falar pessoalmente com um membro faltoso e se protege atrás de um microfone, 
onde ninguém vai refutá-lo, e dispara contra uma única pessoa, sob o pretexto de chamar o 
pecado pelo nome. Resultado: a pessoa fica ferida, todas as outras famintas, e o sermão não 
ajuda em nada9". 0 
 
 
IV. Vocação Ministerial 
 
 Nada é mais importante para o (a) pregador (a) do Evangelho do que uma compreensão exata 
do caráter sublime da vocação ministerial. O (a) pregador (a) evangélico não é um profissional do 
púlpito, mas alguém vocacionado por Deus para anunciar com fidelidade, amor e respeito a Sua 
Palavra. O ministério da pregação é considerado pelo o Senhor Jesus tão necessário ao progresso do 
Seu Reino no mundo que no NT sua importância sobremodo se salienta. O apóstolo Paulo deixou-
nos um tratado maravilhoso na Segunda Epístola aos Coríntios sobre a glória e dignidade do 
ministério.10 
 
1. Atitude do (a) Pregador (a) para com a Vocação Ministerial (2Co 2.14-17). 
 O bom êxito do (a) pregador (a) do Evangelho no seu trabalho depende do entendimento claro 
e da sua atitude simpática para com a vocação ministerial. 
1.1. O (a) pregador (a) deve, antes de tudo, crer na vitória de seu trabalho. Aquele que não for 
revestido de fé otimista quanto ao sucesso final dos seus esforços, sempre será indeciso e vacilante. 
Convicção inabalável é sempre indispensável ao bom êxito de qualquer empreendimento. 
 
1.2. Deve convencer-se do grande privilégio de ser portador de uma mensagem capaz de 
transformar os ouvintes, e até o próprio mensageiro. Paulo sentiu-se agradecido pelo alto 
privilégio de ser ministro de Jesus Cristo. 
 
1.3. Deve sentir a grande responsabilidade de pregar a mensagem que trás vida ou morte. O 
efeito duplo da mensagem do Evangelho deve convencer o (a) pregador (a) da responsabilidade de 
 
9 Ibid pp. 21,22 
10 SHEPARD, J.W. O Pregador p.14 
 
 
pregá-lo. Quem é suficiente para esta tarefa? Os rabinos diziam que a lei era aroma vitae (vital) para 
os bons, mas aroma mortis (mortal) para os maus. Quem ouve o evangelho, ou aceita ou rejeita a 
Jesus. Se aceitar terá a vida eterna; se rejeitar, porém, ficará mais duro o coração e continuará 
perdido. 
 
1.4. A mensagem deve ser transmitida com sinceridade e honestidade; o (a) pregador (a) deve 
ser autêntico na sua pregação, deve falar de Cristo, como de Deus na presença de Deus (v.17). 
 
 
2. A Excelência do Ministério (2Co 3.7-16) 
 
2.1. O (a) pregador (a) deve cultivar o ideal correto. O grande problema de hoje é a mecanicidade 
na pregação. Muitos pregadores se tornaram verdadeiros profissionais da religião. Já não pregam por 
amor, por obediência ao Senhor, mas com segundas intenções. O (a) pregador (a) deve buscar o 
ideal correto, o ideal de Jesus e dos apóstolos. 
 
2.2. O apóstolo contrastou o ministério sacerdotal do tempo de Moisés com o profético, do 
tempo apostólico, para mostrar a superioridade deste. 
 
2.3 Paulo exaltou a superioridade do ministério cristão sobre o sacerdotal do tempo de Moisés. 
O ministério daquele tempo se prendia ao cerimonialismo. A nova ordem, estabelecida por Jesus, é a 
de simplicidade e espiritualidade. Não precisamos mais de sacrifícios, porque Jesus ofereceu de uma 
vez por todas um único sacrifício eterno. Moisés colocava um véu sobre o rosto (2Co 3.13); mas o 
ministério hodierno, com o rosto descoberto, reflete, como por espelho, a glória do Senhor (2Co 
3.18). 
 O ministério de Jesus deve ser claro no seu estilo. A sua exposição do evangelho precisa ser 
simples, clara e compreensível a todos. 
 
2.4 O ministério evangélico é mais excelente do que o ministério sacerdotal, porque seus 
ministros pertencem ao novo concerto do espírito (2Co 3.6). A mensagem da lei era negativa (letra); 
o evangelho traz uma mensagem positiva. 
 
3. O sublime Privilégio do Ministério (2Co 3.17-4. 4). 
 
3.1 O privilégio de liberdade verdadeira. O ministro que tem o Espírito do Senhor não se 
escraviza ao medo. O seu ministério é o da liberdade; vive em comunhão com Jesus e junto de seu 
povo. Tal ministro não nutre dúvidas acerca da natureza e personalidade de seu mestre. O ministro, 
que tem consciência da presença de Jesus não pensa em abandonar o ministério quando os falsos 
irmãos o perturbam e o caluniam. É ousado, porque não há nada que o faça temer. No seu catálago 
de doutrinas não há nenhuma que precise ser encoberta. O pregador sincero, que goza da presença 
de Jesus, também tem a seu favor o testemunho dos outros pregadores e dos verdadeiros crentes, que 
com ele lidam. 
 
3.2 O privilégio de ser franco e fiel, sem medo de intrigas. Há pregadores que a única 
preocupação é a intriga movida por interesse próprio. Muitos pregadores procuram motivos para 
atrapalhar os demais companheiros, mas o verdadeiro ministro deve andar à claridade do dia. 
Também a sua interpretação da palavra de Deus deve ser fiel e honesta. A sua pregação, bem comosua vida, devem ser uma fiel exposição da verdade. Aquele, que anda em astúcias, perverte o caráter 
do ministério. 
 
 
 
4. A fraqueza do ministro (2Co 4.7-15). 
 
4.1 O (a) pregador (a) é vaso de barro, embora contenha tesouros preciosos. O que é mais 
admirável acerca do ministério é que Deus pode usar um pobre homem (ou uma pobre mulher) e lhe 
confiar o tesouro precioso da sua mensagem. 
 
4.2 Ele deve conhecer suas fraquezas e procurar vencê-las. 
 
4.3 O ministério é fraco, mas, se viver perto de Jesus, poderá tornar-se eficiente no seu 
trabalho. Às vezes, ele é perseguido até o extremo, mas não fica desamparado à mercê dos 
inimigos. 
 
4.4 O verdadeiro ministro morre diariamente. Este é o segredo para que ele possa produzir a vida 
nos outros. É inevitável que o (a) verdadeiro (a) servo de Jesus esteja sujeito a sofrimentos. O servo 
não é melhor que o seu Senhor. O apóstolo Paulo não se negou a pagar o preço do seu ministério 
abençoado. Ele deve ter convicção verdadeira do valor de seu ministério. Isto ajuda a enfrentar as 
crises sem se desanimar, mas confiando em Cristo, que o chamou. 
 
5. O Consolo do Ministro (2Co 4.16-5.8) 
 
5.1. Enquanto o homem exterior se corrompe, o interior se renova a cada dia. O (a) pregador 
(a) que vive com o rosto descoberto a Deus, em comunhão diária, renovará as forças (Is 40.31). O 
(a) pregador (a) precisa receber diariamente a graça necessária para as lutas de cada dia. 
 
5.2. As tribulações do ministro, por mais reais que sejam, são leves em comparação com a 
glória eterna do ministério. Vendo o invisível, o (a) pregador (a) se anima e se regozija nas 
tribulações ministeriais. O pregador deve contemplar pela fé as coisas invisíveis. A visão celestial é 
que lhe dá força e consolo no meio das lutas. 
 
6. O Motivo Principal do (a) Pregador (a) (2Co 5.9-21). 
 
6.1. Agradar ao Senhor Jesus. Ser agradável ao Senhor Jesus era o desejo do apóstolo Paulo. O 
mesmo deve ser o motivo principal de cada pregador (a). Agradar a Jesus é uma grande honra para o 
verdadeiro (a) pregador (a). 
6.2. Receber a aprovação no juízo final. Todos comparecerão perante o tribunal de Cristo. Ali o 
trabalho de cada um há de ser manifesto (1Co 3.13-15). 
 
6.3. Pregar bem, para persuadir (convencer) os homens a aceitarem a Jesus. O (a) pregador (a) 
precisa falar a mensagem apaixonadamente. A persuasão não depende somente das palavras usadas, 
mas também das maneiras, da personalidade santificada do (a) pregador (a). 
 
6.4. Amar a Cristo acima de tudo e ser propulsionado pelo seu amor. O (a) pregador (a) deve 
falar apaixonadamente, ardendo em amor, mesmo a ponto de passar por esquisito. O sermão influirá 
o caráter, de acordo com o sentimento, desejo e zelo daquele que prega. 
 
6.5. Amar a humanidade toda, e procurar salvar a todos. O motivo principal da pregação é a 
salvação daqueles que ouvem a mensagem. O (a) pegador (a) deve pregar sempre visando a salvação 
das pessoas. Deve pregar com o objetivo de levar os homens a se reconciliarem com Deus. O 
ministério do (a) pregador (a) é o da reconciliação. Sua tarefa sublime é a de pregar a mensagem de 
reconciliação e apontar o caminho ao pobre transgressor aberto para sua volta a Deus. 
 
 
 
6.6. Ser embaixador fiel de Cristo perante os homens. O embaixador de Cristo precisa apresentar 
a causa do Senhor de modo cabal. Terminando o seu mandato, o (a) mensageiro (a) terá que prestar 
contas ao Senhor do trabalho que fez. 
 
7. O Bom Exemplo do Ministro (a) (2Co 6.1-10) 
 
7.1. O (a) pregador (a) deve dar bom exemplo no exercício de seu ministério, para evitar 
vitupério e escândalo. 
 
7.2. Ele (a) deve dar bom exemplo de paciência quando passar por dificuldades. 
 
7.3. Deve cultivar as virtudes cristã sem interrupção. 
 
7.4. Deve ser justo e, portanto, armado para a luta defensiva e ofensiva contra o pecado. O 
resultado dessa luta pode ser para a honra e glória do (a) pregador (a) ou pode ser para a sua desonra 
sob o ponto de vista humano. Paulo fez-se, às vezes, espetáculo perante o mundo11. 
 
V. A Personalidade do (a) Pregador (a). 
 
 O bom êxito na pregação depende de uma personalidade repleta de vida espiritual. Não é o 
sermão que o faz, mas é a sua personalidade que faz o sermão. O púlpito deve ser o reservatório da 
água da vida, não um mero encantamento. Aquele que tem água em depósito, este distribui de vez 
tudo o que tem. Como tal, a personalidade do (a) pregador (a) deverá estar sempre cheia. É dever do 
pregador (a) ser um homem ou uma mulher modelo, cheio de graça, de generosidade, de 
magnanimidade, de doçura, uma pessoa de caráter acima do nível geral. 
 
1. Qualificações Necessárias à Personalidade do Bom Pregador (a) 
1.1. Vida espiritual abundante. A regeneração é fundamental na experiência do pregador (a). O 
povo pode desculpar muitas coisas no (a) pregador (a), mas não dispensa a piedade genuína, que 
nasce da experiência real de Deus na regeneração. O seu fim é produzir vida espiritual. Quem não 
nasceu espiritualmente não pode produzir vida espiritual em outros. É lastimável que muitos que 
estão nos púlpitos das igrejas ainda não "nasceram de novo". 
 
1.2. O (a) pregador (a) deve ser um homem ou uma mulher de fé e oração. 
 A sua vida é entregue nas mãos de Deus. Ele (a) espera as ordens de Deus pronto (a) para 
obedecê-las. Quando Deus manda, como fez com Abraão, o fiel pregoeiro se levanta e vai, mesmo 
que não saiba para onde. Confiando em Deus, ele (a) aceita a tarefa árdua, espinhosa, e desempenha 
o papel com heroísmo. 
 Ele (a) também deve ser um homem (ou mulher) de oração. A oração é essencial no 
desempenho da pregação. O pregador (a) deve pedir a orientação do Espírito Santo através da 
oração. A espiritualidade se cultiva por meio da oração. Ela é o ar que ele (a) deve respirar. Ele (a) 
deve orar sem cessar, todas as horas, no meio de todas as atividades, cercados de todos os trabalhos. 
 
2. Qualidades de um Bom Caráter 
 
2.1. A sinceridade é a característica fundamental dele. Segundo o dicionário de língua 
portuguesa Aurélio, "sinceridade" é qualidade de sincero, franqueza, lealdade. O homem sincero é 
 
11 SHEPARD, J.W. O Pregador pp. 12-34 
 
 
fator invariável. É para todos o mesmo, hoje, amanhã e sempre, seja na presença ou na ausência, que 
na prosperidade ou na adversidade. O seu coração é um livro aberto onde todos podem ler. A 
sinceridade é qualidade que desperta simpatia dos ouvintes e os leva a obedecer a mensagem de 
Deus. "O amor seja não fingido". 
 
2.2. A humildade. O pregador (a) não pode deixar que o egoísmo, a vaidade, o desejo de sucesso 
tomem canta de sua vida. O pregador deve pensar menos em si mesmo e mais no Senhor. Como 
disse João Batista "que ele cresça, e que eu diminua". Não podemos nos esquecer que somos apenas 
o vaso de barro, o poder e a glória pertencem ao Senhor Jesus. No serviço do Senhor, devemos nos 
esquecer de nós mesmos. O poder dos grandes mestres está no esquecimento de si próprio. Devemos 
imitar o Mestre, que foi humilde de coração (Mt 11.28,29). Sendo Deus, não usurpou ser igual a 
Deus, mas, se humilhou (Fp 2.5-7); e é esse mesmo sentimento que devemos ter (Fp 2.1-4). 
 
2.3. A abnegação própria. Às vezes, é necessário sacrificar algumas coisas para se dedicar à 
pregação. 
 
2.4. A honestidade. O (a) pregador (a) deve ser honesto em todo seu andar, principalmente quando 
se trata de finanças. Deve pagar suas dívidas com prontidão, não lesar ninguém, não usar meios 
ilícitos para conseguir dinheiro. Qualquer falta de cumprimento de suas obrigações financeiras 
desprestigiará seu ministério. Eu já ouvi alguns irmãos falarem "pastor tal prega, mas não vive, pois 
não paga o que deve". É necessário que seja também um fiel dizimista e ofertante na casa do Senhor, 
pois, do contrário,com que autoridade ele pedirá aos irmãos, que contribuam com os seus dízimos e 
ofertas? 
 
2.5 O (a) pregador (a) precisa ser otimista. O pessimista nunca conseguiu grandes coisas, em 
nenhuma vocação. O (a) pregador (a) necessita ser uma pessoa alegre e cheia de esperança. 
Adoniram Judson, depois de sete anos de trabalho na Birmânia sem ver um só convertido, disse que 
a esperança de seu trabalho era tão luminosa como as promessas de Deus. O pregador que não tem 
fé na regeneração do povo é capaz de ficar abatido demais. É necessário que ele (a) cultive o 
otimismo, pois tem de elevar os abatidos, confortar os tristes e inspirar confiança nos que foram 
derrotados na vida. Deve ser um homem (ou mulher) cheio de fé, esperança, alegria e 
contentamento. 
 
2.6 Seriedade. Sério, inteireza de caráter, retidão. Seriedade é a antítese do espírito leviano. A 
dignidade do pregador (a) sofre bastante quando, nas horas solene do culto e serviço divino, o 
espírito leviano o domina. Ninguém consulta um homem ou mulher levianos sobre questões eternas 
da alma. 
 
2.7 Deve Ser Corajoso. Pois pode enfrentar dificuldades todos os dias, que exigirão coragem da sua 
parte12. 
 
Outras Qualidades do (a) Pregador (a). 
 O (a) bom (a) pregador (a) precisa ter qualidades técnicas e um estilo de vida elevado. Juntas, 
essas qualidades lhe darão estrutura pessoal. Vejamos algumas dessas qualidades. 
 
1. Entusiasmo - o (a) pregador (a) deve vibrar com a mensagem e transmitir à platéia esta vibração. 
O entusiasmo é o combustível da expressão verbal. Para que o auditório seja envolvido com a 
mensagem, o (a) pregador (a) precisa agir com entusiasmo. Para falar com entusiasmo, é preciso 
 
12 Ibid pp.67-79 
 
 
viver com entusiasmo. Para vibrar com as idéias, é preciso vibrar com a vida. A mensagem deve ser 
transmitida com convicção e também empolgação. 
 
2. Determinação - é a vontade indomável de conseguir o que se pretende. Se o (a) pregador (a) 
deseja falar bem, ou pregar bem, ele precisa separar temo para se preparar. Infelizmente muitos que 
pregam não se preparam antes de subir ao púlpito. Às vezes, a pregação tem efeito negativo, pois 
faltou conteúdo, faltou preparo. 
 
3. Inspiração - é a forma como o pregador cria o discurso. É a iluminação que brilha da comunhão 
com Deus, da oração, do estudo intenso da Bíblia, do senso de ser um porta-voz de Deus, da 
sensação de ter uma idéia de origem divina. Também é importante que a vida do pregador seja 
inspirada para os outros, pois, isso contribuirá para que suas idéias dêem inspiração. 
 
4. Sensibilidade - é a capacidade de adaptar a mensagem ao interesse e a necessidade do ouvinte. 
 
5. Observação - pode ser desenvolvida pela prática. O (a) pregador (a) deve está sempre atento para 
captar fatos interessantes e diferentes nas diversas situações da vida. O hábito de observar dará ao 
(à) pregador (a) a habilidade de perceber também pequenos incidentes relevantes no auditório e a 
reação dos ouvintes, a fim de orientar a atuação do discurso. 
 
6. Capacidade de síntese - o (a) pregador (a) que tem esta capacidade diz somente o que é preciso e 
nada mais. Como é cansativo ouvir sermões cheios de longas expressões que não acrescentam quase 
nada ao conteúdo. A melhor comunicação é a que expressa mais idéias com menos palavras. 
 
7. Imaginação e criatividade - a imaginação é a ferramenta da criatividade. É a capacidade de criar 
imagens agradáveis para tornar os argumentos mais vivos e convincentes. 
 
8. Boa aparência - boa aparência ajuda a causar boa impressão. Cabelos despenteados, roupa 
amarrotada ou suja, gravata com o nó torto ou frouxo são coisas que indispõem o ouvinte para 
apreciar a mensagem. Outro problema é a combinação da roupa. Temos que tomar cuidado com as 
vestimentas, camisas muito estampadas, calça de cor verde, paletó azul, gravata vermelha, etc. 
Procure uma combinação adequada13. 
 
 
Principais Tipos de Sermões 
 
A Classificação dos Sermões 
 
 Há vários tipos de sermões, entre eles os principais são: o sermão temático, textual e 
expositivo. Em nosso estudo abordaremos estes três tipos de sermões. 
 
I. O Sermão Temático 
 
 No sermão temático o (a) pregador (a) determina o assunto que deseja e então busca os textos 
bíblicos para formar as divisões principais que vão apoiar o assunto escolhido. Em outras palavras, 
primeiro vem o tema, depois vem os textos bíblicos. É o método mais usado por ser o de mais fácil 
preparo14. 
 
13 MARINHO, Robson Moura. A Arte de Pregar pp. 34-37 
14 Ibid p. 135 
 
 
 Braga define o sermão temático da seguinte maneira: "é aquele cuja divisões principais 
derivam do tema, independentemente do texto15". 
 Examinando cuidadosamente esta definição percebemos que a primeira parte afirma que as 
divisões principais devem ser extraídas do próprio tema do sermão. Isso significa que o sermão 
temático tem início com um tema, e suas divisões são derivadas dele. 
 A segunda parte da definição declara que o sermão temático não requer um texto como base de 
uma mensagem. Isso não significa que a mensagem não seja bíblica, mas apenas que a fonte do 
sermão temático não é um texto bíblico. Entretanto, para termos a certeza de que o conteúdo da 
mensagem será totalmente bíblico, devemos principiar com um assunto ou tópico tirado da Bíblia. 
As principais divisões do esboço do sermão devem basear-se nesse tópico e cada divisão principal 
deve apoiar-se numa referência bíblica16. 
 
1. Exemplos de sermões temáticos: 
 
 Escolhemos um tema: "razões para a oração não ser respondida". Observe que não estamos 
usando um texto bíblico, mas um tema bíblico. Deste tema nós vamos derivar as principais divisões 
do sermão. Com este tema em mente, nós vamos a Bíblia, vamos procurar saber o que a ela tem a 
dizer a respeito deste tema. Meditando nas Escrituras, usando uma chave bíblica ou uma 
concordância bíblica encontramos os seguintes textos que falam do assunto: Tg 4.3; Sl 66.18; Tg 
1.6,7; Mt 6.7; Pv 28.9; 1Pe 3.7. Temos aqui um conjunto de referências bíblicas sobre o tema, 
estamos prontos para montar o esboço do sermão temático. 
 
Tema: Razões para a oração não ser respondida 
 
1. Pedir mal - Tg 4.3. 
2. Pecado no coração - Sl 66.18. 
3. Duvidar da Palavra de Deus - Tg 1.6,7. 
4. Vãs repetições - Mt 6.7. 
5. Desobediência à Palavra de Deus - Pv 28.9. 
6. Problemas conjugais - 1Pe 3.7 
 
Tema: O andar dos crentes 
 
1. Andar em novidade de vida - Rm 6.4. 
2. Andar por fé - 2Co 5.7 
3. Andar no Espírito - Gl 5.16 
4. Andar com dignidade - Ef 4.1 
5. Andar em amor - Ef 5.2 
 
Tema: Os juízos de Deus são reais 
1. Atuaram no dilúvio; 
2. Atuaram em Sodoma e Gomorra; 
3. Atuaram nas pragas lançadas no Egito; 
4. Atuarão nas últimas pragas nos finais dos tempos. 
 
Um esboço de sermão temático mais completo: 
 
Tema: Deus perdoa a todos 
 
15 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 17 
16 Ibid 
Observe que as divisões são 
derivadas do tema e sustentadas 
por versículos bíblicos 
 
 
 I. Introdução 
 A. Ilustração 
 B. Transição 
 
II. Deus Perdoa 
 A. Perdoou a Davi - Sl 51.1ss. 
 1. O crime 
 2. O adultério. 
 
 B. Perdoou a Pedro - Lc 22.62 
 1. A negação de Cristo 
 2. A blasfêmia 
 
 C. Perdoa a você 
 1. Os pecados passados 
 2. Os pecados presentes 
 III. Conclusão 
 A. Resumo aplicativo 
 B. Apelo172. Unidade de pensamento - de acordo com os exemplos apresentados acima, o sermão temático 
contém uma idéia central. Cada esboço trata de um único tema. 
 
3. Escolhas de Temas 
 Na seleção do tema, devemos buscar a direção do Senhor, que no-la dará à medida que 
passamos tempo em oração e meditação na Sua Palavra. Outros fatores também podem influenciar 
na escolha de um assunto, que pode ser determinado pelo tema sobre o qual o (a) pastor (a) é 
chamado a pregar, ou pela ocasião específica na qual a mensagem deve ser entregue18. 
 
4. Princípios Básicos da Preparação de Esboço Temático 
 
4.1. As divisões principais devem vir em ordem lógica ou cronológica. 
 
Exemplo: Título: "Digno de Adoração" 
 Tema: Verdades vitais referentes a Jesus Cristo 
 1. Ele é Deus manifestado na carne - MT 1.23; Jo 1.1,14. 
 2. Ele é Salvador dos homens - 1Tm 1.15 
 3. Ele é o Rei vindouro - Ap 11.15. 
 
Observe que este esboço está em ordem cronológica. Jesus Cristo, Filho de Deus, primeiramente se 
encarnou, depois morreu na cruz para nos salvar e algum dia virá para reinar como Rei dos reis e 
Senhor dos senhores. 
 
 
 
 
 
 
 
17 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 138 
18 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 20 
 
 
Outro Exemplo: Título: "A Esperança do Crente" 
 Tema: Características da esperança do crente 
 1. É uma esperança viva - 1Pe 1.3 
 2. É uma esperança salvadora - 1Ts 5.8 
 3. É uma esperança segura - Hb 6.19 
 4. É uma esperança invisível - Rm 8.24 
 5. É uma esperança bendita - Tt 2.13 
 6. É uma esperança eterna - Tt 3.7 
Note que o esboço atinge o auge na última divisão. 
 
4.2. As divisões principais podem ser uma análise do tópico. 
 
Na análise de um tópico é preciso que o dividimos em suas partes básicas e que cada divisão do 
esboço contribua para a inteireza da apresentação do tema. 
 
Exemplo: Título: "Satanás nosso arquinimigo" 
 Tema: principais fatos bíblicos a respeito de Satanás 
 1. Sua origem - Ez 28.12-17. 
 2. Sua queda - Is 14.12-15. 
 3. Seu poder - Ef 6.11,12; Lc 11.14-18. 
 4. Suas atividades - 2Co 4.4; Lc 8.12; 1Ts 2.18 
 5. Seu destino - MT 25.41 
 
4.3. As divisões principais podem apresentar as várias provas de um tema 
 
Exemplo: Título: "Conhecendo a Palavra de Deus" 
 Tema: Alguns benefícios do conhecimento da Palavra de Deus 
 1. O conhecimento da palavra de Deus torna a pessoa sábia para a salvação - 2Tm 3.15 
 2. O conhecimento da Palavra de Deus nos impede de pecar - Sl 119.11 
 3. O conhecimento da Palavra de Deus produz crescimento espiritual - 1Pe 2.2 
 4. O conhecimento da Palavra de Deus resulta num viver vitorioso - Js 1.7,8. 
 
 Vemos que cada uma das divisões principais deste esboço confirma o tópico: cada afirmativa 
nas divisões principais mostra um dos benefícios do conhecimento da Palavra de Deus. 
 
4.4. As divisões principais podem ser repetições de uma palavra ou frase tirada das Escrituras. 
 A frase "Deus pode" ou "ele pode" se repete várias vezes na Bíblia. Tendo esta proposição 
como base de cada divisão principal, obtemos o seguinte esboço19: 
 
Título: "A capacidade de Deus" 
Tema: Algumas coisas que Deus pode fazer 
1. Ele pode salvar - Hb 7.25 
2. Ele pode guardar - Jd 24 
3. Ele pode socorrer - Hb 2.18 
4. Ele pode subordinar - Fp 3.21 
5. Ele pode conceder graça - 2Co 9.8 
6. Ele pode fazer muito mais do que pedimos ou pensamos - Ef 3.20 
 
 
19 Ibid pp.21,22 
 
 
 
5. Vantagens do Método 
 Há várias vantagens do uso do sermão temático, o que faz que este método seja o mais usado. 
Vejamos algumas vantagens: 
 
5.1. Variedades de assuntos. A critério do (a) pregador (a), qualquer assunto pode ser 
desenvolvido. O (a) pregador (a) não fica preso a um único texto bíblico, mas pode aplicar diversos 
textos bíblicos que falam sobre um mesmo assunto. 
 
5.2. O sermão temático é mais fácil de preparar. O (a) pregador (a) tem a liberdade de organizar 
as idéias como achar melhor. Ele pode estabelecer as divisões principais a seu critério, escolher os 
argumentos que quiser e apenas buscar os textos bíblicos para apoiar as idéias que escolheu. Por 
essa facilidade, é o método mais usado pelos principiantes. 
 
5.3. Facilidade para alcançar os objetivos. O tema serve de bússola na busca das metas 
estabelecidas. Se o (a) pregador (a) deseja provar uma idéia, por exemplo, todos os argumentos 
podem ser dirigidos para essa idéia escolhida. 
 
5.4. O sermão temático favorece a unidade das idéias. O (a) pegador (a) pode ser fiel ao assunto 
que ele mesmo escolheu. Mesmo assim é preciso ter muito cuidado para que os textos escolhidos 
não tragam outros assuntos que firam a unidade. 
6. As desvantagens do Sermão Temático 
 O sermão temático também tem suas desvantagens, e é necessário que o (a) pregador (a) se 
conscientize delas. 
 
6.1. Risco de secularismo. O (a) pregador (a) corre o risco de prender-se tanto ao assunto e às 
implicações que pode acabar ficando distante da Bíblia, principalmente se o assunto tiver conotação 
social. É muito comum vermos alguns pregadores lerem a Bíblia e em seguida fechá-la e não falar 
nada do texto ou do tema que foi apresentado. O problema do sermão temático é que o (a) pregador 
(a) fica livre para falar o que quer, não estar preso ao um determinado texto bíblico. 
 
6.2. Risco de intelectualismo. A preocupação excessiva de expor determinado assunto e de explorá-
lo ao máximo pode fazer com que o pregador fique só no plano das idéias e distantes das 
necessidades humanas. É preciso cuidar para que o sermão não fique só na teoria, mas chegue ao 
dia-a-dia das pessoas. 
 
6.3. Risco de indolência. Por ser um método fácil, há o risco de o pregador (a) negligenciar o 
estudo mais profundo. É mais cômodo reunir vários versículos da Bíblia sobre determinado assunto 
sem se aprofundar em nenhum deles do que estudar profundamente o significado de um único texto. 
Ao utilizar o sermão temático, deve se estar alerta contra essa tendência20. 
 
6.4. Risco de transformar o sermão em uma salada de frutas. Às vezes, ao preparar o sermão, o 
(a) pregador (a) acaba desenvolvendo as suas idéias aleatoriamente, e pior ainda, toma os textos fora 
do contexto e afirma aquilo que a Bíblia não ensina, fala o que a Bíblia não fala. Fala de vários 
assuntos ao mesmo tempo de maneira que o sermão perde a unidade. Resultado, o sermão vira uma 
salada de frutas, e os ouvintes acabam não entendendo nada. 
 
 
 
20 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 135-6 
 
 
II. Sermão Textual 
1. Definição: 
 
 Enquanto no sermão temático iniciamos com um tema, e todas as divisões principais se 
derivam do tema, no sermão textual começamos com um texto bíblico, e todas as divisões principais 
e o tema são derivados do texto. 
 "Sermão textual, de acordo com aquilo que sugere o termo, é aquele em que as divisões 
principais são derivadas de um texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Essa porção 
pode ser, dependendo da natureza do sermão, uma linha, um versículo ou até mesmo dois ou 
três versículos. Não deve ser mais do que isto, pois nesse caso não se trata mais de uma 
porção paraum sermão textual, e, sim, uma porção para um sermão expositivo21". 
 Observe que tanto as divisões principais como o tema são derivados do texto. Enquanto no 
sermão temático o (a) pregador (a) tem mais liberdade para expressar suas idéias, no sermão textual 
o pregador (a) está preso ao texto. No sermão temático, primeiro vem o tema e as divisões principais 
derivadas do tema, e depois os textos bíblicos para sustentar o tema e as divisões principais. No 
textual, primeiro vem o texto e depois as divisões e o tema que são derivados do próprio texto. 
 2. Exemplos de esboços de sermões textuais 
 
Texto Esdras 7.10: examinando o texto constatamos que todo o assunto corre em torno do propósito 
do coração de Esdras. "Esdras tinha disposto o coração...". Ao meditarmos neste texto observamos 
que ele fornece tanto as divisões principais como também o tema. 
 
Tema: O propósito do coração de Esdras 
 1. Estava disposto a conhecer a lei do Senhor; 
 2. Estava disposto a obedecer a lei do Senhor; 
 3. Estava disposto a ensinar a lei do Senhor. 
 
 
 
 
Texto Miqueias 6.8 
 
Tema: O que Deus requer do homem 
 1. Que viva na prática da justiça; 
 2. Que ame a misericórdia; 
 3. Que ande com humildade. 
Texto Efésios 4.11,12 
Tema: O propósito dos dons 
1. Individual: aperfeiçoar os santos; 
2. Coletivo: edificar a igreja; 
3. Missionário: servir a Deus. 
 
Esboço completo de um sermão textual 
Texto João 14.6 - Tema: Cristo é tudo para o cristão 
Introdução 
 A. Ilustração 
 B. Transição 
 
 
21 SILVA, Severino Pedroso. Homilética p. 24 
As três divisões estão baseadas nas três idéias do texto: buscar, cumprir e ensinar a lei. 
O tema é fornecido pelo próprio texto. 
 fornenecido 
 
 
I. Cristo é o Caminho 
 1. Para o céu 
 2. Caminho estreito 
 
II. Cristo é a Verdade 
 1. Verdade que ensina 
 2. Verdade que liberta 
III. Cristo é a Vida 
 1. Vida que restaura 
 2. Vida que salva 
Conclusão 
 A. Resumo aplicativo 
 B. Apelo 
 
3. Princípios básicos para a preparação de esboços textuais 
 
3.1. O esboço textual deve guiar em torno de uma idéia principal, e as divisões principais 
devem ampliar ou desenvolver essa idéia22. O (a) pregador (a) antes de preparar o esboço, deve 
examinar cuidadosamente todo o texto, observando cada detalhe, até chegar a idéia principal dele e a 
seguir derivar as suas divisões principais23. 
 
Exemplo: Romanos 12.1. 
Tema: O sacrifício do crente 
1. A razão do sacrifício: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus"; 
2. O que deve ser sacrificado: "apresentei os vossos corpos"; 
3. As condições do sacrifício: "vivo, santo e agradável"; 
4. A obrigação do sacrifício: "que é o vosso culto racional". (Dr James Gray) 
 
3.2. As divisões principais podem consistir em verdades ou princípios sugeridos pelo texto. 
 
Texto João 20.19,20 
Título: A alegria da páscoa 
Assunto: Semelhança do povo de Deus com os discípulos 
1. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus às vezes se encontra perturbado, sem a 
consciência da presença de Cristo v. 19a. 
1.1. Perturbado por causa de circunstâncias adversas; 
1.2. Perturbado em meio a circunstâncias adversas. 
 
2. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus experimenta o consolo de Cristo v.19b-20a. 
2.1. Por sua vinda a eles quando mais dele precisa; 
2.2. Através das palavras que ele lhes fala. 
 
3. À semelhança dos discípulos, o povo de Deus se alegra com a presença de Cristo v.20b. 
3.1. Alegra-se, embora as circunstâncias adversas não mudem; 
3.2. Alegra-se, porque Cristo está em seu meio.24 
 
 
22 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 34 
23 Na matéria Métodos de Estudos Bíblicos, estudamos sobre o método indutivo, dentro deste método falamos também 
da Observação. Este método é muito útil para entender um texto e descobrir a sua idéia central. 
24 Ibid p. 36 
 
 
3.3. As divisões principais devem vir em seqüência lógica ou cronológica. 
Texto João 3.16 - Tema: A dádiva de Deus 
1. É uma dádiva de amor: "porque Deus amou o mundo de tal maneira"; 
2. É uma dádiva sacrificial: "deu o seu Filho"; 
3. É uma dádiva universal: "todo o"; 
4. É uma dádiva condicional: "que crê"; 
5. É uma dádiva eterna: "não pereça mais tenha a vida eterna". 
 
 
 
 
3.4. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do esboço, uma vez que 
elas se refiram a um tema principal25. 
Exemplo Lucas 19.10 
Título: Porque Jesus veio 
1. Para buscar o perdido; 
2. Para salvar os perdidos 
 
Texto Romanos 14.17 
Tema: Verdades sobre o Reino de Deus 
1. O que ele não é: 
 1.1 não é comida; 
 1.2. não bebida; 
2. O que ele realmente é: 
 2.1. Justiça 
 2.2. Paz 
 2.3. Alegria no Espírito Santo 
 
Outros esboços de sermões textuais 
 
Texto Romanos 12.12 
Tema : As qualidades do caráter cristão 
1. Alegria na esperança; 
2. Paciente na tribulação; 
3. Perseverante na oração. 
 
Texto 1Co 13.13 
Tema: As graças permanentes 
1. A fé 
2. A esperança 
3. O amor 
 
4. Vantagens do método 
4.1. Toda a atenção é fixada em apenas um texto da Bíblia. Por fixar a atenção em um 
determinado texto da Bíblia, este método facilita a assimilação das idéias desenvolvidas na 
mensagem. 
 
 
25 Ibi p. 38 
Observe que as divisões além de serem tiradas do texto, também seguem uma 
ordem cronológica. 
 
 
4.2. É mais fácil de preparar. As idéias estão visíveis no texto. Normalmente os textos utilizados 
no sermão textual são os que têm afirmações bem diretas, que produzem idéias nítidas. 
 
4.3. Leva o ouvinte à Bíblia. Em vez de a Bíblia apoiar o assunto, o próprio assunto sai da Bíblia, 
diminuindo, portanto, o risco de secularismo ou de assuntos não bíblicos. 
 
5. Desvantagens do Método 
 
5.1. Não pode ser aplicado a todos os textos bíblicos. Por se tratar de textos curtos, nem sempre é 
possível encontrar todas as idéias necessárias para um bom sermão. 
5.2. Risco de artificialismo. O (a) pregador (a) corre o risco de forçar o texto a dizer aquilo que ele 
não diz, ou tirar lições que o texto não ensina. 
 
5.3. Risco de desinteresse. Se as idéias não forem fortes, o sermão pode tornar-se mecânico, 
repetitivo e ficar dentro do que é óbvio e evidente no texto26. 
 
 
III. Sermão Expositivo 
 
 O sermão expositivo é o mais eficaz na transmissão da Palavra de Deus. O sermão expositivo 
abrange uma porção mais extensa da Bíblia extraindo dela as verdades centrais. O sermão expositivo 
é muito parecido com o sermão textual, a diferença é que este abrange no máximo três versículos, 
enquanto aquele abrange um texto maior, ou seja, uma porção mais extensa das Escrituras. O 
sermão temático se baseia num tema; o sermão textual se baseia num pequeno texto; o sermão 
expositivo se baseia num assunto. 
 
1. Definição. 
Segundo Braga, "sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa da 
Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material deste 
tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de idéias 
progressivas que giram em torno de uma idéia principal27". 
 De acordo com esta definição, o sermão exposição se baseia numa porção mais ou menos 
extensa da Bíblia, pode ser um capítulo ou mais da Bíblia, o mínimo é de quatro versículos. 
 Segundo Robson, "pregação expositiva é a comunicação de um conceito bíblico, 
derivado de, e transmitido através de um estudo histórico, gramatical e literário,de uma 
passagem no seu contexto, que o Espírito Santo primeiramente aplica à personalidade e 
experiência do (a) pregador (a), e depois, através dele, aos seus ouvintes28". 
 
Exemplos de sermões expositivos 
 
Texto Efésios 6.10-18 
 Um exame deste texto nos levará a concluir que Paulo aqui trata da batalha espiritual do crente 
e procura apresentar as várias feições relacionadas a este conflito, de modo que o filho de Deus 
possa tornar-se um guerreiro bem sucedido. Antes de esboçar o texto é necessário ler o texto várias 
vezes. 
 
 
26 MARINHO, Robson Moura. A Arte de pregar pp. 139,140 
27 BRAGA, James. Como preparar mensagem bíblica p. 47 
28 Haddon W. Robson -apud-Itamir Neves de Souza. 77 esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 19 
 
 
Título: "A boa luta da fé" 
Assunto: Aspectos relacionados com a guerra espiritual do crente. 
 
1. A moral do crente, vv. 10-14a 
1.1. Deve ser elevada, v. 10 
1.2. Deve ser firme, vv. 11-14a 
2. A armadura do crente, vv. 14b-17 
2.1. Deve ter caráter defensivo, 14-17a 
2.2. Deve também ter caráter ofensivo, v. 17b 
 
3. A vida de oração do crente, v.18 
3.1. Deve ser persistente, v.18a 
3.2. Deve ser intercessora, v.18b 
 
 Para que o sermão seja verdadeiramente expositivo, devemos interpretar ou explicar 
corretamente as subdivisões, bem como as divisões principais29. 
 
Êxodo 14.1-14 - Título: "Beco sem saída" 
 
1. "Beco sem saída" é o lugar a que às vezes Deus nos leva, vv. 1-4a 
1.1. Mediante ordem específica, vv. 1,2; 
1.2. Para seus próprios propósitos, vv. 3,4a; 
2. "Beco sem saída" é o lugar em que Deus nos prova, vv. 4b-9; 
2.1. No caminho da obediência, v.4b; 
2.2. Permitindo que nos venham circunstâncias difíceis, vv. 5-9; 
3. "Beco sem saída" é o lugar no qual às vezes falhamos com o Senhor, vv. 10-12; 
3.1. Por nossa falta de fé, v.10; 
3.2. Por nossas reclamações, vv. 11,12; 
4. "Beco sem saída" é o lugar onde Deus nos ajuda, vv. 13,14; 
4.1. No momento certo, v. 13; 
4.2. Tomando o controle, v.14 
 Observe que tanto as divisões principais, quanto também as subdivisões são extraídas do texto 
bíblico. Todo o material do sermão é extraído do texto. 
 
Atos 3.1-10 - Tema: ''Como podemos ser usados por Deus'' 
 
Introdução 
 
 Pedro e João demostra que o cristianismo não é uma vida para solitários, para individualistas. 
Devemos ter companheiros que trabalhem, orem e compartilhem conosco de alvos comuns do 
ministério, aproveitando as oportunidades que Deus nos oferece. Quando isso ocorre, Ele nos usa 
para sua glória. 
 O cristão que deseja ser usado por Deus deve aproveitar as oportunidades. 
Este texto nos mostra quatro maneiras de sermos usados por Deus: 
 
1. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida de comunhão; 
1.1. Com Deus - vv.1-3. Foram juntos ao templo orar; 
1.2. Com nossos irmãos - vv. 1,3,4; 
 
29 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 51 
 
 
2. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida de compaixão. 
2.1. Dando aos necessitados - vv. 4,5; 
2.2. Dando aquilo que temos - vv. 7,8 - ofereceram o que tinham de melhor: a fé em 
nome de Jesus. 
3. Podemos ser usados por Deus quando mantemos uma vida consciente. 
3.1. A respeito da nossa própria limitação - v. 6a - muitas vezes não possuímos o que 
as pessoas querem, por isso temos que ser honestos; 
3.2. A respeito do poder de Deus - v. 6.b - o poder para atender às necessidades está 
em Jesus Cristo, o Nazareno, nós somos apenas canais. 
4. Podemos ser usados por Deus quando temos uma vida comprometida. 
4.1. Com a proclamação do nome de Jesus - v.6 - a mensagem do evangelho é o 
oferecimento de Jesus como a única esperança; 
4.2. Com a manifestação do poder de Deus - vv. 9,10 - a mensagem do evangelho é 
transformadora, por isso causa admiração e assombro. 
Conclusão 
Você tem irmãos com quem ministra em comunhão? 
Você dá liberdade para que outros irmãos envolvam-se no seu ministério? 
Você permite a Deus usá-lo, para atingir os que ainda estão deficientes diante dele? 
O cristão que deseja ser usado por Deus deve viver em comunhão com o Corpo de 
Cristo. 
 
 
2. Razões para usar a pregação expositiva 
 Por ser um método eficaz na transmissão da Palavra de Deus, há várias razões para usarmos 
este método. Vejamos algumas: 
 
2.1. Com este método atingiremos o significado real de "exposição" - que quer dizer: "explicar, 
explanar e ensinar". 
 
2.2. Uniremos a verdade bíblica à necessidade humana (2Tm 3.16). 
 
2.3. Alcançaremos o alvo principal - que é a transformação dos ouvintes, tornando-os maduros (Cl 
1.28), aptos para ensinar a outros (Hb 5.11-14), e praticantes da Palavra (Tg 1.22)30. 
 Como pregadores do evangelho, devemos diligentemente nos esforçarmos para usar este 
método com o objetivo de expormos com mais clareza, profundidade e eficácia a Palavra de Deus. 
 
 
3. As vantagens da pregação expositiva 
 
 O valor da pregação expositiva reside no fato de que Deus fala o máximo e o (a) pregador (a) o 
mínimo. No sermão temático o (a) pregador (a) fica livre para falar e expor suas idéias, no sermão 
expositivo, pelo contrário, o pregador está preso ao texto bíblico. Fala somente aquilo que realmente 
está registrado no texto. Vejamos agora algumas vantagens deste método: 
 
3.1. Este método possibilita um ensino mais profundo da Bíblia ao povo, levando-o a um maior 
conhecimento da Bíblia, para enfrentar as dificuldades do cotidiano. 
 
 
30 SOUZA, Itamir Neves. Esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 21 
 
 
3.2. Dar maior autoridade à pregação - pois o(a) pregador (a) expõe aquilo que realmente é 
ensinado na Palavra de Deus. 
 
3.3. Equilibra o ensino da Bíblia, pois, sendo consecutiva e seqüencial, manterá o (a) pregador (a) 
e seus ouvintes livre da rotina, impedindo também a despropocionalidade de certas verdades, em 
detrimento de outras31. 
 
3.4. Honra a Bíblia. Pelo fato de tratar a Bíblia tal como foi escrita, o sermão expositivo se 
caracteriza pelo respeito ao texto bíblico e ao seu sentido original. Além disso, coloca a Bíblia acima 
de qualquer outra fonte. 
 
3.5. Alimenta a igreja. No sermão expositivo, o ouvinte é levado a ter um contato mais profundo 
com a Bíblia, o que resulta em alimento espiritual mais sólido. Isso também aumenta a familiaridade 
do ouvinte com o texto sagrado e desenvolve nele o desejo de conhecer mais a Bíblia. 
 
3.6. Alimenta e desenvolve o (a) pregador (a). Ao preparar-se para alimentar os outros, o (a) 
pregador (a) alimenta sua própria alma, tornando-se ele mesmo mais convicto da mensagem que 
deseja apresentar32. 
 
4. As desvantagens de não se usar a pregação expositiva 
 
4.1. Subjetividade, pois além de não basear-se nas Escrituras Sagradas, o (a) pregador (a) usará em 
maior escala as suas próprias idéias. 
 
4.2. Limitações da mente, sendo que o (a) pregador (a) ensinará mais o que ele pensa e não o que 
Deus diz; se tornará um ministrador de leite adulterado ao invés de leite genuíno. 
 
4.3. Pregações somente sobre temas agradáveis, deixando de lado os textos delicados, não 
apresentados à congregação todos os desígnios de Deus, por serem eles contrários à comunidade ou 
a irmãos importantes da igreja. 
 
4.4. A diminuição da autoridade bíblica, por não se permitir a Palavra ter liberdade, preeminência 
e total autoridade para falar primeiramente ao (à) pregador (a) e depois, através dele (a) ao povo33. 
 
5. Desvantagens do método 
 
5.1. É mais difícil de preparar. Muitos pregadores (as) não sabem preparar um bom sermão 
expositivo e às vezes, ao tentar, acabam preparando mensagens cansativase monótonas, por falta de 
prática de explorar a beleza e a riqueza do texto bíblico. 
 
5.2. Exige mais tempo de preparação. Exatamente por ser mais difícil, o sermão expositivo exige 
muito mais tempo dedicado ao estudo à pesquisa do contexto histórico e cultural, bem como 
meditação e reflexão sobre a relevância da mensagem a ser aplicada ao momento presente. 
 
 
 
 
31 Ibid p. 22 
32 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 146 
33 SOUZA, Itamir Neves. Esboços expositivos de Atos dos Apóstolos p. 23 
 
 
5.3. É mais difícil de conquistar o interesse. Infelizmente muitos cristãos não se interessam por ter 
um conhecimento mais profundo da Bíblia. Essas pessoas se apegam mais às frases de efeitos ou 
chavões pronunciados por certos pregadores (as), do que pelo próprio texto bíblico. Por isso, o (a) 
pregador (a) sincero precisa contextualizar a mensagem bíblica, dar um sabor diferente e criar nos 
ouvintes o interesse em ouvir a Palavra de Deus. 
 
5.4. Se for mal preparado, afasta o ouvinte da Bíblia. Uma simples repetição do texto sem a 
beleza de um sermão bem preparado não constitui um sermão expositivo. Isso faz com que o ouvinte 
não goste do sermão e que a Bíblia se torne antipática e insípida34. 
 
6. Características do Sermão Expositivo 
 O sermão expositivo é peculiar às suas características. Estas características o diferem do 
sermão temático e textual. 
 
6.1. Texto único. O sermão textual trata de uma única passagem da Escritura. 
 
6.2. Fidelidade ao texto. O sermão expositivo respeita o texto bíblico, fazendo uma genuína 
interpretação sem o violar, isto é, ele não força o texto a falar aquilo que não está contido nele. 
 
6.3. Coerência. As idéias desenvolvidas no sermão expositivo estão relacionadas umas com as 
outras. Estão ligadas e unidas entre si. 
 
6.4. Movimento. O sermão leva as pessoas a interagirem com o texto, em outras palavras, o sermão 
expositivo trás aos ouvintes toda a trajetória da passagem que está sendo usada. 
 
6.5. Aplicação. O sermão expositivo faz uma ponte entre o texto bíblico e o dia-a-dia das pessoas. 
Ele traz a mensagem bíblica para os nossos dias. 
 
7. As Exigências da Pregação Expositiva 
 Ao pregarmos expositivamente, devemos nos conscientizar das exigências necessárias para o 
bom desempenho deste método. Vejamos algumas das principais exigências: 
 
7.1. Estudo profundo da Palavra de Deus. 
7.2. Saber usar os princípios da hermenêutica para fazer uma boa interpretação da Bíblia. 
7.3. Conhecimento bem detalhado do pano de fundo histórico da passagem usada no sermão. 
7.4. Adequação da mensagem às necessidades da comunidade, com relevância atual. 
 
 
 
8. Princípios Básicos da Preparação de Esboços Expositivos 
 
8.1. Estudo cuidadoso da passagem bíblica escolhida para o sermão. O primeiro passo na 
preparação do sermão expositvo é um estudo cuidadoso do texto bíblico que será usado no esboço 
do sermão, com o objetivo de compreender o significado do texto e descobrir sua idéia central. Uma 
vez obtido o tema, em geral o desenvolvimento do esboço torna-se mais fácil. "Como resultado de 
tal estudo, o (a) pregador (a) adquirirá uma visão nova quanto ao propósito da passagem. O texto 
todo muitas vezes se iluminará aos seus olhos, de modo que ele (a) verá verdades antes ocultas"35. 
 
34 MARINHO, Robson Moura. A arte de pregar p. 147 
35 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 57 
 
 
8.2. O (a) pregador (a) deve ficar atento a certas palavras e frases importantes do texto porque 
elas indicam ou formam as principais divisões do esboço. Às vezes, a maneira que estão 
organizados os versículos, palavras que são repetidas, ou as idéias que estão contidas nas frases de 
cada versículo nos fornecerão as principais divisões que darão origem ao esboço. Como exemplo de 
repetição de palavras, vamos analisar Efésios 1.3-14. 
v. 6 - "para louvor da glória de sua graça"; 
v. 12 - "para louvor de sua glória" 
v. 14 - "em louvor de sua glória" 
 Analisando a repetição destas frases podemos deduzir que cada uma delas indica uma divisão 
de pensamento. Tendo isto em mente, ao estudarmos a passagem descobrimos que aqui o apóstolo 
Paulo trata da obra redentora de Deus. Um estudo cuidadoso desta passagem bíblica nos revela que 
ela está dividida em três partes. 
� A primeira parte, vv. 3-6, fala da obra de Deus Pai em nossa redenção; 
� A segunda parte, vv.7-12, fala da obra de Deus Filho; 
� A terceira parte, vv. 13,14, fala da obra de Deus Espírito Santo. 
 Sendo assim, a Trindade está presente na obra redentora do homem. Esta é a razão do apóstolo 
Paulo repetir a frase "para louvor de sua glória no final de cada seção". 
 
8.3. A ordem do esboço pode ser diferente da ordem da unidade expositiva. É importante que a 
ordem das divisões siga a ordem dos versículos bíblicos. Mas, dependendo do texto, pode não 
ocorrer esta ordem. As divisões podem ser colocadas em uma ordem diferente da dos versículos. 
Exemplo: 
Êxodo 12.1-13 - Título: "O Cordeiro de Deus" 
Assunto: Aspectos do cordeiro pascal prefigurativos de Cristo, o Cordeiro Pascal 
1. Foi um cordeiro divinamente determinado, 12.1-3; 
2. Foi um cordeiro perfeito, 12.5; 
3. Foi um cordeiro morto, 12.6; 
4. Foi um cordeiro redentor, 12.7,12,13; 
5. Foi um cordeiro sustentador, 12.8-11. 
 
8.4. As divisões principais podem ser extraídas das verdades importantes sugeridas pela 
passagem. Ao estudarmos cuidadosamente o texto bíblico, encontramos as verdades centrais dele. 
Essas verdades tornam-se a base das divisões do esboço do sermão. Às vezes, é comum ouvirmos o 
(a) pregador (a) ao apresentar seu sermão usar a expressão "este texto nos revela cinco lições, ou 
quatro verdades, ou duas verdades, e assim por diante". O sermão está baseado nas verdades 
contidas no texto. Exemplo: 
 
Gênesis caps. 6-7 Título: "O Deus com quem devemos lidar" 
Assunto: Verdades acerca de Deus em relação a seus tratos com o homem 
I. Ele é o governante moral do universo, 6.1-7, 11-13; 
1. Que nota as ações dos homens, 6.1-6, 11-12; 
2. Que pronuncia juízo sobre o homem por causa da sua culpa, 6.7,13; 
II. Ele é Deus da graça, 6.3, 8-22 
1. Que prevê um meio de escape do juízo do pecado, 6.8-22; 
2. Que oferece misericórdia ao culpado, 6.3; 
III. Ele é o Deus da fidelidade, 7.1-24; 
1. Que cumpre a sua palavra de juízo, 7.11-24; 
2. Que cumpre as promessas feitas aos seus, 7.1-10,23. 
 
 
 
8.5. Pode-se também juntar dois ou três textos mais ou menos extensos, extraídos de várias 
partes da Bíblia para formar a base de um esboço expositivo. Isso não significa que se pode 
juntar os textos aleatoriamente, mas somente aqueles que têm algo em comum, ou seja, que falam do 
mesmo assunto e até mesmo um explicando ou completando o outro. Um exemplo é o sacrifício 
pacífico registrado em Levítico cap. 3.1-17, o cap. 7.11-15 e 28-32, estas últimas passagens dão 
mais informação sobre o assunto. Essas três passagens juntas nos dão uma boa informação sobre o 
sacrifício pacífico, formando, assim, uma base para o esboço (que se aplica mediante a tipologia, a 
Cristo e ao crente). 
 
Título: "Paz com Deus" 
Assunto: Leis referentes à reconciliação do pecador com Deus 
I. Como se obtém a reconciliação, 3.1-17; 
1. Mediante um sacrifício divinamente ordenado, 3.1,6,12; 
2. Mediante a identificação do pecador com o sacrifício, 3.2,7,8,12,13 
II. Método pelo qual se desfruta a reconciliação, 7.11-15, 28-32; 
1. Pela participação do ofertante, 7.11-15; 
2. Pela participação dos sacerdotes, 7.28-32. 
 
 
8.5. O sermão expositivo biográfico - pode também explorar as características de um 
personagem bíblico. Neste caso, escolhe-se um texto bíblico ou um conjuntode textos que fale a 
respeito de uma personagem. Em seguida, explora-o até encontrar as principais características dela. 
Exemplo: 
 
Texto Lucas 7.1-9 
Tema: "O cristianismo prático do centurião" 
 I. A reputação do centurião - v.4; 
 II. A humildade do centurião - v. 6; 
III. A fé do centurião - v.7; 
IV. Respeito pela autoridade - v.8; 
 
 
Veja este outro exemplo de um sermão expositivo 
Tema: A Mensagem do Evangelho glorifica e proclama Jesus! 
Atos 3.11-26 
Introdução 
 Esta era a Segunda oportunidade que a igreja antiga tinha de proclamar o evangelho. Com a 
autoridade de Deus, a multidão é conclamada ao arrependimento (v.19) e a reconhecer Jesus como 
Cristo de Deus. Por isso, podemos afirmar que: 
 A mensagem do evangelho deve desafiar todos a se arrependere e aceitar a Jesus. 
 
 Neste texto encontramos cinco qualidades da mensagem do evangelho: 
 
I. ESSA MENSAGEM EXPLICA A RELAÇÃO ENTTRE O MILAGRE E JESUS - vv.11-16a. 
1. A curiosidade do povo é aproveitada; 
2. A atenção do povo é chamada com perguntas objetivas; 
3. A exposição bíblica nos conduz do fato momentâneo até Jesus; 
 
 
 
 
 
II. ESSA MENSAGEM ENSINA QUE O PODER É DE JESUS - v.16; 
1. Temos que reconhecer as nossas limitações; 
2. Devemos apontar Jesus como a fonte de bênção; 
3. O nosso ensino deve levar a fé em Jesus e a fé que vem de Jesus; 
III. ESSA MENSAGEM EXPÕE NOSSA RESPONSABILIDADE NA MORTE DE JESUS - vv. 
15,17,19ª 
1. Somos os autores da morte de Jesus; 
2. A ignorância não absolve a culpa, Jo 9.41; embora houvesse o plano de Deus, somos 
culpados pelo efeito de nossos pecados - Jo 15.22; 
3. Essa mensagem proclama a possibilidade de absolvição: arrependimento e conversão; 
IV. ESSA MENSAGEM ENCORAJA COM AS BÊNCAOS PROMETIDAS POR DEUS -v.19b-21 
São três as bênçãos que advêm do arrependimento e da conversão: 
1. O cancelamento dos pecados; 
2. Tempos de refrigério em Jesus; 
3. Consumação do reino messiânico. 
V. ESSA MENSAGEM EXORTA À OBEDIÊNCIA A JESUS - v. 22-26 
Além de sermos exortados a nos apartar das perversidades (v26). 
1. Quando não obedecemos, colhemos os seguintes resultados - v.22,23 - eliminação do meio 
do povo de Deus; 
2. Quando obedecemos, colhemos como resultado - v. 24 - direção de Deus em nossas vidas 
e bênçãos advindas da aliança feita a Abraão. 
 
Conclusão 
 A mensagem do evangelho deve ser caracterizada por: 
� Dar destaque ao Senhor Jesus; 
� Mostrar a culpa pelo pecado e, 
� Oferecer a possibilidade de salvação!!! 
 
Exercícios 
Desenvolva um esboço de um sermão temático com o tema: "Santificação" 
Baseado em Rm 12.12 - desenvolva um esboço textual 
Escolha um texto bíblico e desenvolva um esboço expositivo 
 
A Elaboração do Sermão 
 
1. A Estrutura Homilética 
 O sermão não é mero ensaio nem uma composição literária para publicação, que será lida e 
relida, mas uma mensagem cujo objetivo é ser ouvida e causar impacto imediato sobre os ouvintes36. 
"Para produzir esse impacto, o sermão deve ser insento de ambigüidade* e não conter 
material alheio ao tema principal. Por outro lado, deve ser distinto ou padronizado, e suas 
idéias devem indicar continuidade de pensamento, e o discurso todo deve dirigir-se para um 
alvo ou clímax** definido. Em outras palavras, o sermão deve ser elaborado de tal forma que 
os ouvintes possam compreender, sem dificuldade o ponto principal da mensagem e também 
os seus outros aspectos. É este o motivo da estrutura homilética37". 
 
* Ambigüidade – é um vício de linguagem que consiste em tornar o texto dúbio, isto é, com duas interpretações 
possíveis. 
** Clímax - é o ponto máximo do texto. Aquilo que cria maior expectativa no interlocutor. Depois do clímax vem o 
desfecho ou a conclusão das idéias apresentadas ou desenvolvidas. 
36 Martyn Lloyd-Jones-Apud- James Braga. Como preparar mensagens bíblicas p. 79 
37 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 79 
 
 
 Sem uma boa estrutura homilética, o sermão corre o risco de se tornar uma salada de frutas. O 
(a) pregador (a) começa falando de um assunto e termina com outro; passeia por toda a Bíblia, fala 
de vários assuntos ao mesmo tempo. Como resultado, os ouvintes não conseguem acompanhar a 
exposição do (a) pregador (a), não entendem nada e saem do culto vazios da Palavra de Deus. 
Portanto, é imprescindível atentarmos para a estrutura homilética. Um bom sermão deve abranger 
um único assunto, deve ter começo, meio e fim. Em outras palavras: o sermão deve estar baseado 
em um texto claro da Escritura, ter um tema bem definido, uma boa introdução, a exposição do tema 
ou desenvolvimento, conclusão e aplicação. 
 
1.1. A Forma de um Esboço de um Sermão 
Texto_________________________________________ 
Tema_________________________________________ 
Introdução_____________________________________ 
1______________________________________ 
2_______________________________________ 
Sentença interrogativa____________________________ 
Sentença de transição - Palavra chave________________ 
I. Primeira Divisão Principal________________________ 
1. Primeira Subdivisão______________________ 
 Discussão 
2. Segunda Subdivisão______________________ 
 Discussão 
Transição________________________________ 
II. Segunda divisão Principal_______________________ 
1. Primeira Subdivisão______________________ 
 Discussão 
2. Segunda Subdivisão_______________________ 
 Discussão 
Aplicação_________________________________ 
Conclusão 
1. Resumo Aplicativo________________________ 
2. Apelo__________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. A importância da Estrutura Homilética 
1.2.1. Para o (a) Pregador (a) 
♦ Pôr os pensamentos em seu lugare; 
♦ A falta de ordem leva à digressão, à repetição e à obscuridade. 
 
1.2.2. Para os ouvintes uma boa estrutura ajuda: 
♦ A compreensão da mensagem; 
♦ A aceitação - é convincente; 
♦ A retenção - é fácil de lembrar. 
 
Obs. Tanto as divisões principais quanto as subdivisões variam de acordo com texto 
escolhido ou o tipo de sermão escolhido. Aqui nós mostramos apenas duas divisões 
principais, mas pode ter mais do que essas. Pode ter três, quatro ou até mesmo cinco 
divisões principais, porém não é bom ultrapassar as cinco divisões. Do contrário, o 
sermão se torna muito extenso e de difícil assimilação por parte dos ouvintes. 
 
 
1.3. Características de uma boa Estrutura Homilética 
♦ Unidade - uma só mensagem de cada vez; 
♦ Ordem - as idéias devem ter uma seqüência; 
♦ Equilíbrio e Proporção - deve haver proporção ou sistema entre as partes; 
♦ Progresso - movimento ou clímax; 
♦ Cada pregador (a) deve desenvolver sua própria maneira de estruturar os sermões. 
Liberdade, originalidade e criatividade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Texto Bíblico 
 
 
O pregador deve ser um homem de Deus com a mensagem de Deus. O seu tema por 
excelência é a mensagem da Salvação que se encontra nas Sagradas Escrituras. (II Tm. 2.13;4.1-5). 
A fonte deve ser a palavra de Deus. 
 
1. Escolha as passagens através de toda a Bíblia. Alguns pregadores pregam só no Novo 
Testamento ou certos livros somente. E sobre os mesmos temas. Deve pregar “toda a palavra de 
Deus”. 
2. Escolha o tema em vista a necessidade do povo a quem está ministrando. Aquele Pastor ou 
Pregador que tem em vista o bem-estar do povo trará uma mensagem que o ajudará. Levará 
mensagem de conforto, edificação e estímulo espiritual (I Co. 14.3; II Co. 1.3-6). 
3. Experiência. O pregador por excelência foi o nosso Senhor Jesus Cristo. Qual foi o tema das 
suas mensagens? Sim, muitos exemplos disto: Mt.13; Mc. 4; Lc. 9.46, além de muito mais.Devemos procurar pregar aquilo que temos mesmo experimentado (II Tm. 2.6) 
4. Tema em positivo. Os temas: “Existe Deus?”, “Ressuscitou Jesus Cristo dos mortos?” ou “É 
realmente inspirada a Bíblia?”, suscitam mais a dúvida do que a fé. É bom buscar a forma do 
interrogatório, mas, de uma forma positiva. “Como posso ser salvo?”, “Curado”, “Batizado com 
o Espírito Santo”, etc. Vida diária... Encontraremos através dos nossos contatos diários fontes 
inesgotáveis para nossas mensagens. O trabalho pessoal de ganhar almas nos fornece muitos 
temas dentro da palavra. 
 
 1. O TEXTO 
 
A palavra “texto” deriva-se do latim da palavra “texere”, que significa “tecer”. O texto é o 
tecido que se manifesta em todo sermão. Era costume na antigüidade ler-se a narrativa de qualquer 
autor e fazer comentário durante a leitura. Esses comentários foram escritos à margem das páginas. 
As palavras do autor vieram a ser chamados textos. Mais tarde, quando os comentários foram 
organizados em discurso tomaram o nome de texto. O método expositivo prevalecia na pregação 
daquela época. Segundo esta idéia, chamamos hoje em dia de texto as palavras das Escrituras que 
constituem a base do sermão ou mensagem. O campo é o mundo! 
 
OBS. É importante termos em mente que o Espírito Santo não se limita a um esboço. 
Portanto, o (a) pregador (a) não pode ficar preso ao esboço, ele (a) deve ser sensível ao 
Espírito Santo. O esboço é muito útil na apresentação da mensagem de Deus, mas Ele é 
soberano, fala do jeito que quer quando quer e como quer. Isso não quer dizer que não 
precisamos de esboço, poré, que devemos depender absolutamente da iluminação do 
Espírito Santo. 
 
 
1.1. Sinagoga Judaica. Na sinagoga, o discurso consistia em leituras de textos e explanações do 
Antigo Testamento, (Lc. 4). Vemos o apóstolo Paulo fazendo um discurso longo na sinagoga dos 
judeus (Antioquia). 
1.2. Cristãos primitivos. Na assembléia dos primitivos crentes provavelmente tiveram nos cultos, 
leituras, explanações e exortações baseados em textos do Antigo Testamento e nas palavras de 
Jesus e dos apóstolos (At. 2.42). Várias exortações ou mensagens foram dadas cada vez que se 
reuniam (Col. 3.16; Ef. 5.19). As referências indicam que eram também palestras informais. Os 
reformadores, no entanto, no seu zelo de restaurar a Bíblia ao povo introduziram o método de 
usar o texto como a base da mensagem e tem sido usado até os nossos dias e tem provado ser 
eficiente. 
1.3. Autoridade do texto. A Bíblia é a palavra de Deus. O texto chama atenção ao livro dos 
livros, a Bíblia. Os ensinos da Bíblia merecem acima de todos os outros livros a consideração e 
respeito do homem. Quando um pregador oferece uma interpretação como verdade, 
fundamentada nas Escrituras, podemos ou não aceitá-la. (Mt. 4.4). 
1.4. Texto ajuda para que a mensagem seja lembrada e tenha êxito. O texto não só dá a verdade 
espiritual, o pensamento, mas expressa em linguagem clara e poderosa. (Rm. 3.23). 
1.5. Texto desperta o desejo entre os crentes, de conhecer mais da palavra de Deus. Aqueles que 
se interessam na palavra de Deus, terão um ponto de partida para continuar seu estudo. 
1.6. Texto não só ajuda na introdução de uma verdade, ou assunto, contudo ajuda em se 
desenvolvê-lo. Acima de tudo não é pela nossa sabedoria, no entanto somente na medida em que 
damos ao povo a pura palavra é que poderão ser sábios para a salvação. 
 
 
2. REGRAS PARA ESCOLHA DO TEXTO 
 
 2.1. Deve-se evitar a escolha de passagens que relatam palavras de homens ímpios e de Satanás, 
citados nas escrituras. No entanto, há palavras humanas que servem para o texto: “Que farei de 
Jesus, chamado Cristo?” 
 2.2. Escolha textos claros – a vantagem é que o auditório pode facilmente compreender o sentido 
e atenciosamente acompanhar o desenvolvimento da mensagem. 
2.3. Evite textos não completos, “e Pedro”. Quase sempre textos abreviados não servem para dar 
um “som certo” à mensagem. 
2.4. Em contraste disto, evite textos muitos compridos. Geralmente são compridos demais para 
ser facilmente lembrados. Também incluem um escopo grande de verdade. Isto não quer dizer 
que uma leitura, mais ou menos comprida, não pode ser feita para dela ser tirado o texto. 
2.5. Não evite textos conhecidos por serem muito familiares. Todavia o pregador que usar textos 
muito batidos deve extrair deles algo novo. 
 
2.6. Escolha textos tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Embora 
mencionamos esse fato, convém lembrar que “toda” Escritura é dada para nossa edificação. 
2.7. Escolher passagens, textos, que tenham cabimento à ocasião e que satisfaçam às 
necessidades da congregação. Numa inauguração convém falar sobre assuntos relacionados 
como em outras ocasiões especiais. Passagens que tragam lições, estímulos e soluções para os 
problemas do povo serão bem escolhidos. 
 
 
Exercício 
Escolha um texto bíblico e desenvolva um sermão. 
 
 
 
 
O Título Do Sermão 
 
 O Título é a primeira parte do sermão. Ele dá nome ao sermão. Tem como objetivo embelezá-
lo e chamar a atenção dos ouvintes. Segundo Braga, "o título, contudo, é uma expressão do aspecto 
específico a ser apresentado, formulado de maneira que seja um anúncio adequado do sermão"38. 
 Alguns especialistas em homilética fazem separação entre "título" e "tema". Para eles o "título" 
dá nome ao conteúdo, enquanto o "tema" dá nome ao assunto em discussão. E outros não fazem essa 
separação, título e tema são a mesma coisa. 
 Escolher um título para um sermão não é nada fácil. Exige da parte do (a) pregador (a) 
cuidado, arte e muito esforço. 
 
Exemplos de Títulos: 
Rm 1.16 - "O Poder do Evangelho" 
Rm 5.1-11 - "Os Benefícios da Justificação" 
Rm 5.17 - "O Segredo de uma Vida Cristã Vitoriosa" 
Hb 2.1-4 - "A Tão Grande Salvação" 
 
Princípios para a Preparação de Títulos 
 
1. O Título deve ser concernente ao texto ou à mensagem. O título deve estar relacionado ao 
texto ou à mensagem. Se a mensagem tem como texto base Ef 6.10-18; o título pode ser "A batalha 
espiritual do crente", ou "Como o cristão pode vencer a batalha espiritual". 
 
2. O Título deve ser interessante. Como já vimos, o título embeleza o sermão; portanto, ele deve 
despertar o interesse e a curiosidade dos ouvintes. Ele deve atrair a atenção do povo. Mas para ser 
interessante é necessário que o título esteja relacionado com as situações e necessidades da vida. 
Temas como: "Dias de provações", "Triunfando em Dias Maus", "Como Ter êxito nas lutas da 
vida", "Características do Reino de Deus", têm grande influência na vida da igreja. É fundamental 
que o título tenha significado especial para as pessoas. 
3. O Título não pode ser negativo. Ele deve estar de acordo com a dignidade do púlpito. Ele não 
pode ser extravagante e sensacional. Certa vez ouvi um sermão que o título era "a fragilidade de 
Deus". Títulos assim são inadequados é até melhor não dar um título para o sermão. 
 
4. O Título deve ser breve. O (a) pregador (a) deve se esforçar para elaborar um título adequado 
para o sermão. O título não pode ser muito longo. Deve ser expresso em poucas palavras, ou uma 
frase curta. Um título muito longo acaba confundindo as pessoas e não desperta o interesse delas. O 
Objetivo do tema é chamar a atenção das pessoas. 
 
5. O Título pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação. Embora o título deve 
ser breve, há ocasiões em que é necessário usar uma sentença completa. Às vezes, o título terá muito 
mais força se colocado em forma de pergunta. 
Interrogativas: 
"O que fazer para ter a vida eterna?" 
"Por que os crentes sofrem?" 
"Qual o significado da fé?" 
"Como podemos conhecer melhor a Jesus?" 
 
 
 
38 BRAGA, James. Como preparar mensagens bíblicas p. 83 
 
 
Declarativos:

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