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Estruturas de Concreto II – Aula 2 Professora: Carla Pinheiro Moreira 25/03/14 Aula 2 - Dimensionamento de Elementos Lineares à Torção Correção do Exercício da Aula 1 – Armadura de Suspensão 2.1 Situações de projeto 2.2 Teoria de Bredt 2.3 Treliça espacial generalizada 2.4 Interação de torção, cisalhamento e flexão 2.5 Dimensionamento 2.6 Prescrições de norma e detalhamento Exercício: No esquema estrutural da figura abaixo, considere V1 apoiada em V2. Dimensionar e detalhar a armadura de suspensão. Aço CA-50A Concreto C20 h1 = h2 = 50 cm d’ = 5 cm bw = 12 cm Vd1 = 140 KN Resolução: 2 - Dimensionamento de Elementos Lineares à Torção 2.1 Situações de projeto De um modo geral, as vigas dos edifícios de concreto armado estão submetidas à flexão com torção. Usualmente, a torção é dividida em duas categorias: a torção de compatibilidade e a torção de equilíbrio. A torção de compatibilidade surge como consequência do impedimento ao giro das vigas. O exemplo típico é o das vigas de borda, ligadas monoliticamente às lajes de piso. Enquanto essa ligação se encontra no estádio I, a laje funciona como engastada elasticamente na viga. O momento fletor negativo na borda da laje é transmitido à viga como um momento torçor por unidade de comprimento. Em geral, essa torção não é essencial ao equilíbrio e desaparece, ou torna-se insignificante, após a fissuração do concreto. Por isso, normalmente não se considera a torção de compatibilidade no projeto das vigas de concreto armado. Por outro lado, há situações em que a torção é essencial ao equilíbrio, como ocorre com as vigas de sustentação de marquises e de escadas em balanço. Nesses casos, a viga deve ser dimensionada à flexão com torção, obrigatoriamente. As normas de projeto das estruturas de concreto armado permitem que se faça um dimensionamento em separado para o momento fletor de cálculo Md, para o esforço cortante de cálculo Vd e para o momento torçor de cálculo Td. Após esses dimensionamentos, faz-se a superposição das armaduras. O dimensionamento para o esforço cortante e para o momento torçor são feitos com base no modelo de treliça de Mörsch, adotando-se uma treliça plana para o esforço cortante e uma treliça espacial para a torção. A interação entre Vd e Td é levada em conta na verificação do esmagamento das bielas comprimidas dessas treliças. 2.2 Teoria de Bredt A partir dos estudos de Bredt, percebeu-se que quando o concreto fissura (Estádio II), seu comportamento à torção é equivalente ao de peças ocas (tubos) de paredes finas ainda não fissuradas - Estádio I. Essa afirmativa é respaldada na própria distribuição das tensões tangenciais provocadas por momentos torçores, as quais, na maioria das seções, são nulas no centro e máximas nas extremidades. A partir dos conceitos de Resistência dos Materiais, pode-se chegar à chamada primeira fórmula de Bredt, dada por: τc = 𝑇 2.Ae.𝑡 τc é a tensão tangencial na parede, provocada pelo momento torçor; T é o momento torçor atuante; Ae é a área delimitada pela linha média da parede da seção equivalente; t é a espessura da parede equivalente. 2.3Treliça espacial generalizada O modelo da treliça espacial generalizada que é adotado para os estudos de torção, tem origem na treliça clássica idealizada por Ritter e Mörsch para cisalhamento, e foi desenvolvido por Thürlimann e Lampert. Essa treliça espacial é composta por quatro treliças planas na periferia da peça (tubo de paredes finas da Teoria de Bredt), sendo as tensões de compressão absorvidas por barras (bielas) que fazem um ângulo θ com o eixo da peça, e as tensões de tração absorvidas por barras decompostas nas direções longitudinal (armação longitudinal) e transversal (estribos a 90⁰). Pode-se observar que a concepção desse modelo baseia-se na própria trajetória das tensões principais de peças submetidas à torção. Apenas para a apresentação das expressões que regem o dimensionamento, será considerada uma seção quadrada com armadura longitudinal formada por quatro barras, uma em cada canto da seção, e armadura transversal formada por estribos a 90⁰. Biela de concreto Como o momento atuante deve igualar o resistente, tem-se, no plano ABCD: 2.Cd.senθ.l = Td → Cd = Td 2.Cd.senθ.l
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