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Direito Civil VII - Direito de Sucessões

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Direito Civil VII
Aula 03/08/2017
	Podemos visualizar o fenômeno sucessório, por meio, por exemplo, da antropologia, da história, são ciências que vão estudar a fenomenologia sucessória. Nesse sentido, o foco do nosso conteúdo é naquela percepção de organização social, em um dado momento do nosso processo histórico civilizatório os seres humanos viviam em pequenos grupos chamados de tribos. E nesses pequenos grupos chamados de tribos a propriedade era coletiva.
	As organizações sociais se faziam por meio de tribos, nas tribos se observava uma coletivização, a propriedade era coletiva, coletivização da propriedade. A fenomenologia, a realidade, as regras, a origem do conceito sucessório não veio pela propriedade. A antropologia diz que os hominídeos já tinham uma pratica religiosa. A religião começou nos cultos dos antepassados. Os seres humanos cultuavam os antepassados. O culto ao longo do tempo foi se aperfeiçoando e cada família tinha sua forma de cultuar seus antepassados e a grande preocupação da família era o líder religioso. Os grupos começaram a se preocupar em quem sucederia o religioso, o sacerdote, e foi nesse contexto religioso que surgiu as regras de sucessão, e não na propriedade, então na origem o direito sucessório enquanto regra de um grupo social vem com uma carga 100% religiosa, associado a religião. O que sucedia era o poder, a liderança do culto religioso da família ou da tribo, do grupo. 
	Ao longo da história, o direito sucessório foi sofrendo transformações, contudo, fazendo um estudo mais profundo, até hoje o direito sucessório tem uma influência religiosa. Existe uma evolução para a noção de propriedade, e essa evolução ocorreu quando houve a aquisição da noção de propriedade privada. Quando a propriedade deixa de ser coletiva e passa a ser individual? No instante que surge a família, a propriedade coletiva tribo, propriedade individual família, então nesse momento em que surge a ideia de família, surge a preocupação com a sucessão. Com a passagem de tribo para família que surge a ideia de propriedade individual, a ideia de sucessão. 
	Em Roma, no direito romano clássico, já existia a ideia de sucessão legítima e testamentária, porém, existe uma perceptiva curiosa que não foi reproduzida depois anos seguintes, existia uma dificuldade de sucessão no âmbito familiar, sistema dificultoso. Eles previam que não poderiam ter acumulo dos dois sistemas, ou o romano herdava pela sucessão legítima, ou pela sucessão testamentária, não havia cumulação, sistema não cumulativo, sistema dificultoso. Já havia também uma noção de tributação do quinhão hereditário, do espólio, ausente a noção de justiça fiscal o sistema era variado pela vontade do império. Houve a fase do Androcentrismo, onde falava-se que só os homens tinham o direito de herdar, e reforça a ideia de um sistema dificultoso. 
Evoluímos para a idade média, na idade média o direito sucessório ficou quase que 100% criado no âmbito canônico, no alto da idade média quem definia o direito sucessório era a igreja, claro que os Estados tinham suas leis, mas essas leis vinham da igreja. A idade média avança, no século 18, a partir da revolução francesa nós temos a primeira onda de direitos humanos, ela gera isso, essa primeira onda tem caraterísticas voltadas para o reforço de uma perceptiva individualista e até o direito entra nessa onda, e no individualismo ressurge com muita força os direitos individuais, individualismo no sentido de valorização do indivíduo.
Volta a ideia de patrimônio particular, porem no âmbito político e econômico, surge um pensamento circunstancial do liberalismo. E com isso, nessa época acreditava-se que o direito sucessório desestabilizava a economia, ele era um convite a preguiça, era um enriquecimento ilícito, se não produz a riqueza como ia ganhar dinheiro do nada? 
Na segunda onda de direitos humanos, que veio com a revolução industrial, já muda, tem uma série de explicações para a mudança de vetor, se valorizava os direitos sociais, surge a ideia do bem-estar social, volta a se falar da coletivização do núcleo social, distribuição de renda, e o direito sucessório passa a ser essencial, fundamental. É nessa época que surge a noção de função social da propriedade, muda completamente o vetor e o direito sucessório passa a ser o direito fundamental, sendo uma das formas de cumprir a função social da propriedade. O direito sucessório ganha uma perspectiva de função social. 
E de lá para cá o direito sucessório entra na solidificação civil, na constituição da república e o perfil do direito sucessório não muda mais, na maioria das partes os sistemas permitem a cumulação dos sistemas, a sucessão legitima e testamentária, chamado agora de sistema facilitado. Um sistema que busca como última possibilidade o Estado ser herdeiro, ele pode ser herdeiro, mas última possibilidade. 
Princípio Fundamental do Direito sucessório – Art. 1.784 do CC.
Princípio Saisine, foi desenvolvido na França na segunda onda de direitos humanos, é um princípio francês. No Brasil, faz-se uma analogia com a cosmologia jurídica. O prof. Gilmar faz uma comparação com os direitos naturais. Tudo se inicia pela partícula fundamental, um átomo em que todo o universo estava, e por uma pressão muito grande, explodiu, e criou-se a noção de tempo e espaço, o Big Bang. O Saisine é nosso Big Bang no direito sucessório, às vezes o saisine se comporta como sujeito, como fenômeno, como fato, como uma força e ao mesmo tempo é tudo isso. 
O saisine opera todos os seus efeitos no instante da morte. Tudo acontece no momento da morte. Saisine sabe no instante da morte, qual o patrimônio que é transmitido, os herdeiros, quantos são. Então saisine sabe para quem irá transmitir o patrimônio, para quem e o que. Saisine é um instante, o instante da morte, e ocorre nesse instante a transmissão do patrimônio. Para nós seres humanos, por sermos diacrônicos, ou seja, mais lentos, precisamos de um processo de conhecimento, criamos um nome para a definição dos herdeiros, chamado de delação subjetiva, saisine sabe disso, quem é, nós precisamos dar um nome para esse processo de conhecimento dos herdeiros, delação subjetiva. E para a definição de quem ficará com o patrimônio e/ou obrigação damos o nome de delação objetiva, é a definição do espólio ou do legado. Nesse instante saisine sabe quem são os credores do espólio, se tem herdeiro legitimo necessário, sabe tudo que está no CC, CF, sabe TUDO! Tanto que a morte é um fato gerador, por exemplo, para uma obrigação tributária, a morte é um gatilho. 
Um outro aspecto curioso é que o evento morte é nosso big bang, na linguagem jurídica, ele abre a sucessão. Do ponto de vista jurídico, ocorre a morte quando os três principais sistemas entram em colapso, os sistemas: nervoso, cardíaco e respiratório. No instante desse colapso é que consideramos a morte para o direito sucessório. A morte põe fim a personalidade, o nascimento seria o começo da personalidade e a morte o fim dela. Então podemos dizer que o fim da personalidade está no nosso big bang, no evento morte. Então cria-se uma persona provisória que é o espólio, que é para onde o patrimônio é transmitido, até que nos seres humanos venhamos a proceder com um processo judicial para fazer a partilha. A morte para nós será a abertura da sucessão. Toda vez que se falar em abertura da sucessão, quer dizer que o autor da herança morreu. De cujus é o falecido, o autor da herança. Para fins de tutela jurídica a abertura da sucessão é considerada um bem imóvel. Direito a sucessão aberta é um bem imóvel. A morte para saisine é sincrônica, e não diacrônica, ou seja, tudo ocorre no mesmo segundo. Não existe uma sequência, só para nós que tem que existir uma sequência. 
Teoria Geral do Feito Sucessório – Art. 1785 CC 
Do domicílio sucessório – na teoria geral a sucessão abre-se no lugar do último domicilio do falecido, consideramos as ocorrências sucessórias existentes no ultimo domicilio do falecido, isso como regra geral, então o domicílio sucessório,correspondente ao último domicílio do autor da herança. É importante para definir a competência do juízo para abrir o inventário e a partilha. 
No Brasil temos um sistema duplo, a sucessão pode ser legítima ou testamentária, chamado de classificação geral, então ou a sucessão vai ser legítima ou testamentária ou as duas coisas. A sucessão legitima também é chamada de AB Instestato (sem testamento). A testamentária é chamada de intestato, ou seja, testamento. 
A sucessão legítima leva esse nome porque as regras são previstas em lei. A sucessão testamentaria também tem sua codificação, porém, a existência de um testamento é um ato jurídico lato senso nos limites da lei. O testamento enquanto ato jurídico é o exemplo mais perfeito de ato jurídico unilateral. JAMAIS o testamento pode ser visto como uma negociação, como um negócio jurídico, etc., é um ato jurídico unilateral. Na sucessão legítima quanto a delação subjetiva trabalha para caracterizar os herdeiros legítimos. A sucessão testamentária no quesito delação subjetiva, trabalha, opera para caracterizar os herdeiros testamentários.
 Os herdeiros testamentários também são chamados de legatários, porque, a delação objetiva apresenta um conjunto de regras para a formação do patrimônio/ obrigações do testamento que são chamados de legados. Já a delação objetiva da sucessão legítima forma o espólio. A natureza jurídica do espólio, tecnicamente, é feita de uma universalidade de bens, o espólio. É uma universalidade de bens. Já o legado não, ele é formado por uma singularidade de bens/obrigações, ele é uma singularidade de bens e de obrigações. 
Espólio não tem obrigações, só no legado. A universalidade na prática é um conjunto de bens não identificáveis, não identifica essa universalidade, não existe o ID (identificação), a legislação não sabe que bens são esses, por exemplo, para uma melhor visualização, seria como se pegasse todos os bens do espólio e colocasse em um saco, esse saco seria opaco, não teria como ver muito bem o que está dentro, bens opacos. Já o legado é diferente, é como se fosse um saco transparente, tem como identificar quais são os bens, até porque no testamento é obrigatório a descrição de cada bem, bens identificáveis, bens transparentes. 
A sucessão de referência para nós, é a sucessão legítima, e ela ocorre primeiro e bem antes da testamentaria, para efeitos processuais, o juiz primeiro faz um cálculo da legítima, para depois fazer um cálculo da testamentária, para organizar o patrimônio. Então a legítima seria como se fosse a sucessão de referência e a testamentária uma sucessão posterior. Aliás, o legado é chamado pelo Saisaine para participar da liquidação do espólio, contribui para o espólio. 
No instante da morte, pode ser que alguns bens estejam fora do espólio, e existe na lei um procedimento de trazer esses bens para dentro do espólio e inclusive para trazer o legado para dentro do espólio, então qualquer coisa que entre no espólio, no sentido de ser puxada para ser colocada lá dentro, vamos chamar de colação, espólio tem uma força atrativa, força de colação. Entrar no espólio é colacionar, exemplo, pai empresta carro para o filho, e morre, o filho vai ter que colacionar esse bem no espólio. O legado também é colacionado, quando o espólio é liquidado ele participa da liquidação, e para isso precisa ser colacionado. 
 Abrir a sucessão é direito material, é a morte. Abrir o inventário é processual, é ação, procedimento especial. Primeiro abre a sucessão e depois o inventário. Quando se abre o inventário, nomeia-se um inventariante e a obrigação dele é fazer uma lista de bens. Essa lista é a colação. Colocou o bem nessa lista está colacionado, não colocou não está. Colação é simplesmente descrever o bem, anotar nessa lista. 
Já o legado é diferente, porque só é válido, o bem só é válido, sucessão testamentária, se o bem já estiver descrito no testamento, então o bem que está descrito no testamento, não é descrito no espólio, se tiver que colacionar só fazer referência desse bem no testamento, se você colacionar o testamento, já trouxe esse bem para o espólio. Só dizer que esse testamento existe, basta! Mas não pode falar que bens são esses no testamento, se falar, descrever na lista do espólio esses bens, você destrói esse testamento. Porque o testamento é o legado, e o espólio não é legado, são bens Ab Instato. 
	Quando um inventário é aberto o juiz nomeia o inventariante, uma das primeiras ações do inventariante é conhecer o patrimônio, o inventariante é indicado por uma lista prática de possibilidade de conhecimento do bem imóvel, presume-se que conhece melhor o patrimônio a pessoa com um dos dois requisitos: ou é parente, ou mesmo o cônjuge por estar mais próximo, presume-se que sabe do patrimônio melhor do que ninguém pela proximidade e convívio; caso não seja, o outro requisito é um administrador do patrimônio, que conheça os bens. 
	Outra hipótese importante é a ausência de colação por má-fé, existe aquela pessoa que vende o terreno sem ser dela, ou está com o carro do pai e fica quieta para não entrar no espólio. A má-fé gera consequências como ato ilícito. Descobre-se na maioria das vezes a má-fé, pois, tem bens que precisam de documentação. Agora se tem uma joia rara, e a pessoa pega e não devolve, e o de cujos não avisou a ninguém, ficará a cargo da pessoa que pegou emprestada a joia, devolver ou não para colacionar no espólio, porque não terá como saber com quem está a joia. 
	Outra hipótese seria um bem em litígio, pode ser colacionado, mas o juiz da sucessão vai olhar para esse bem em litígio como um incidente processual, a depender do litígio pode até suspender o processo, vamos supor que tem um único bem imóvel no espólio, porem esse está em litígio, o juiz vai administrando, mas não pode finalizar o espólio e pode suspender o processo por anos, não existe prazo para o espólio, vai ter que esperar acabar o processo do litígio. Em caso de promessa de compra e venda, colaciona esse bem para criar um incidente processual. 
Disposição da Legítima – Regra: Art. 1789 CC
	No âmbito da delação subjetiva, definição dos herdeiros legítimos, no contexto da sucessão legítima, existe uma subclassificação, herdeiros legítimos, eles são definidos pelas regras processuais civis brasileiras atualmente, acoplados em toda matriz de parentalidade, todos os parentes são herdeiros legítimos, parentes e cônjuge, é parente na Lei brasileira (até 4º grau) é legítimo, somado ao cônjuge e companheiro. Não entra parentalidade por afinidade. Herdeiros legítimos em suma são todos parentes e cônjuge ou companheiro.
 Desses todos, na subclassificação entra os parentes em linha reta (ascendente ou descendente) e o cônjuge ou companheiro, formam a chamada subclassificação de herdeiros necessários. Por exemplo: Filho é herdeiro legítimo? Sim, pois é parente. É necessário? Também é, entra na subclassificação de descendente, está na linha reta. Agora irmão é herdeiro legítimo? É, pois é parente. Ele vai ser necessário? Não, pois está em linha colateral. Então quem são os herdeiros legítimos necessário? Filhos, netos, tataranetos, pais, avós, bisavós, em linha reta e cônjuge ou companheiro. O cônjuge é herdeiro legítimo? É! Necessário? Também! 
Aos herdeiros legítimos necessários é reservado no mínimo a metade do espólio, e a distribuição conforme regras que veremos mais a frente, mas aos herdeiros legítimos necessários é reservado no mínimo metade do espólio. Isso é chamado de reserva legal sucessória, essa reserva está no art. 1789 do CC. Exemplo: Imaginemos que o autor da herança tenha filhos e a sucessão é aberta (morte), na hora em que os herdeiros vão promover o inventário e a partilha, vem a notícia do testamento, o art. 1789 cria um direito subjetivo dos filhos de no mínimo a metade do espólio, direito subjetivo e garantia legal. Imaginemos que o espólio seja de 75% e o legado seja de 25%, essa matriz objetiva está dentro da reserva legal? Está, pois se é no mínimo metade, tem que ser no mínimo 50%, se osherdeiros legítimos têm 75% está dentro da regra. 
 Agora vamos pensar ao contrário, vamos supor que por um erro, o autor da herança faça um testamento, destacando 60% do seu patrimônio para o legado e deixe 40% para os herdeiros legítimos do espólio, então o autor da herança abre a sucessão (morre), abre-se o inventário, aí o inventariante vai verificar e recebe um incidente de notícia, os legatários apresentam no inventário o testamento, fazem a colação do testamento. Contudo, na hora que o juiz vai ver o testamento está 60% do espólio, a pergunta é: os herdeiros podem pleitear algum tipo de ajuste? Podem! E esse ajuste se chama redução do legado. Por isso, diz que a reserva legal é um direito subjetivo redutível, porque vai pegar a redução do legado, o juiz irá reduzir. Nessa hipótese de um legado de 60%, terá uma redução de 10%. Pode reduzir de 20%? Não! Tem que reduzir no limite, o limite é a metade, então 50% no mínimo legal para os herdeiros legítimos.
Agora se em um inventário houver apenas o herdeiro universal, ou seja, apenas um herdeiro? Se o herdeiro universal da herança for o sobrinho e houver um legado de 60%, ele tem o direito subjetivo a redução? Existe um único herdeiro universal que é o sobrinho, aí ele abre um inventário, e vamos imaginar que ele mesmo seja o inventariante, aí ele está lá fazendo a colação, e de repente vem um incidente informando a existência de um testamento, aí o juiz vai verificar e percebe que está 60% do patrimônio, se nada for dito, executa o testamento. Mas vamos supor que esse herdeiro universal, ele protocole uma petição, pedindo a redução do legado, o Juiz vai deferir esse pedido? 
No exemplo, o herdeiro universal é o sobrinho, ele é herdeiro necessário? Não! Logo, ele não tem o direito subjetivo a redução. O sobrinho nem direito a metade tem, vai ficar como está. Ficará 60% para o legatário e 40% para o sobrinho. Ele é herdeiro legítimo, mas não é necessário. Só o herdeiro necessário tem direito subjetivo da redução, o herdeiro legítimo que não é necessário não tem o esse direito subjetivo da redução do legado. 
Outro princípio aplicável a sucessão testamentária, que explica também um pouco da reserva legal, é o chamado princípio da máxima concretização da vontade do testador, esse princípio que explica que a redução, no caso de uma petição pleiteando a redução de um legado no caso ela seja de 60%, petição essa protocolada por um herdeiro legítimo, se o herdeiro é legítimo necessário ele vai ter o direito a reserva legal e a redução do legado, agora, como eu sei que essa redução será somente de 10%? Primeiro que o direito subjetivo do herdeiro legítimo é de metade, pelo lado da legítima ele tem direito no mínimo da metade, pela interpretação poderia reduzir 20%, e porque não pode? Por causa desse outro princípio, porque o Juiz no caso de 60% para o legado e 40% para o espólio, só pode reduzir 10% do legado? O juiz vai analisar: “bom se ele fez um legado de 60%, isso não vou deixar passar, para um herdeiro legítimo isso fere um direito subjetivo dele de no mínimo 50%, mas eu também vou reduzir na metade, só 10%, para ficar 50%, pois, se 60% não pode, o máximo que ele poderia enquanto estava vivo era deixar 50%, acho que ele quis dizer 50%, para cada um”. 
Então somando-se esses dois princípios o da reserva legal e o da máxima concretização da vontade do testador, é o único cálculo que é possível fazer, por isso não pode reduzir além da metade, será reduzido no limite da reserva legal que é 50%. Porque no lado do legado estou cumprido o máximo de vontade do testador, e do lado da legítima estou mantendo o mínimo legal de metade, fazendo assim um equilíbrio. Por isso é necessário fazer a soma desses dois princípios. 
Aula 10/08/2017
	Administração da Herança – Art. 1791 e Seguintes do CC
	A administração da herança tem como pressuposto que a herança dentro das regras paradigmas da sucessão legítima, modelo de referência para nós, será equivalente a administração do espólio. Quando falamos em administração da herança, estamos falando dos bens da herança, em especial a herança materializada, consubstanciada, no espólio. Não obstante, a administração da herança, pode referir-se também a gestão de obrigações, normalmente a obrigação de fazer, que podem estar contidas o legado. 
	O legado é, ou representa, aquela singularidade de bens (formado pelo processo de delação objetiva, consoante as regras da sucessão testamentária), e/ou obrigações. O espólio representa uma universalidade de bens, somente bens. As obrigações do legado são dirigidas para os beneficiários do espólio, os legatários, então pode ter bens e pode ter obrigações. Como os bens e obrigações são valores positivos, ativos, representam ativos no Direito, na Economia, Contabilidade, etc, nós falamos que são ativos. A herança normalmente é um ativo, lato sensu, genericamente. “Só um cuidado, que mais para frente vamos estudar um instituto chamado espólio negativo. Espólio negativo é aquele que na liquidação não consegue adimplir os créditos, é um espólio devedor.”.
	O espólio será considerado positivo se ao final da liquidação lhe sobrar bens. Fez a liquidação, pagou tudo que tinha que pagar, satisfez todos os créditos e conseguiu sobrar alguns bens, é considerado positivo. A par dessa classificação, o fato é que a herança genericamente é um ativo, e no início do processo como um ativo, conjunto o de bens e obrigações necessita de gestão, de uma administração, por isso temos algumas regras no código civil no artigo 1791 e seguintes para essa gestão. 
Regras de Gestão do Espólio 
Quando o espólio existir os herdeiros têm expectativa de propriedade, então, serão denominados promitentes proprietários. Nesse sentido, enquanto o espólio existir, ele será visto como uma universalidade de bens e as responsabilidades civis seguirão as mesmas regras do condomínio. O espólio é uma universalidade condominial. Condomínio aqui é responsabilidade. 
O herdeiro não responde por dívidas, ou qualquer coisa que envolva o espólio, pessoalmente. A responsabilidade não é pessoal, em nenhuma instância. Não existe responsabilidade pessoal do herdeiro. O espólio responde por si só, o herdeiro não entra na cota de responsabilidade. Frase popular: “ o herdeiro não herda dívidas”, caso o falecido tenha dívidas, elas se resolvem, pela força do espólio, nos limites do espólio, o herdeiro não é obrigado a responder as dívidas do falecido, mas pode fazer se o quiser. 
O direito a sucessão aberta, pode ser objeto de cessão, imaginemos que uma pessoa veio e óbito, e com o óbito dessa pessoa existe um patrimônio. Durante o processo, há uma hipótese de que o espólio pode ser positivo, e com isso existe um manejo, negócios jurídicos de cessão de direitos, a lei permite. Até porque, o quinhão de um herdeiro é um crédito que ele tem em relação ao espólio, o herdeiro tem um crédito subjetivo quanto ao espólio. E pode ser que o herdeiro tenha interesse em negociar esse crédito, para qualquer que seja a atividade, o motivo não é causal, não se analisa o motivo, obviamente, não sendo antijurídico. Contudo há de se ter uma prudência processual, a cessão de crédito ela se dá por escritura pública, porém, a execução dessa cessão dar-se-á somente depois da liquidação do espólio, por prudência, garantia. Então a cessão tem um modo e um tempo. O modo é escritura pública, a cessão é possível de acordo com o quinhão de cada herdeiro, não posso exceder, até porque está atrelada as regras do condomínio (as famosas quotas), isso na hipótese de ter mais de um herdeiro, se tiver somente um herdeiro não há de se falar em condomínio. A cessão não é da quota, é do direito a sucessão aberta (lei). Direito a sucessão aberta é a própria herança, numa ideia geral. O momento, o tempo que executa a cessão é após a liquidação. 
Essa cessão tem que ter permissão do juiz, tem a regra de preferência, a preferência é do co-herdeiro, não posso ceder minha cota para estranhos ao espólio sem antes oferecer para o outro herdeiro. O co-herdeiro poderáhaver para si a quota cedida para estranho, se ele vier a requisita-la no prazo de 180 dias após a transmissão, uma espécie de evicção. Se os co-herdeiros não reclamarem no prazo, concordaram com a cessão, e esse prazo é decadencial (180 dias). Esse ato de tirar do estranho e dar preferencialmente aos herdeiros se chama evicção. 
No prazo de 30 dias contados da abertura da sucessão, instaurar-se-á o inventário. Esse prazo de 30 dias pode ser modificado por lei estadual. Esse prazo é o entre a abertura da sucessão e a abertura do inventário. Nos termos do Código Civil, o prazo para que os herdeiros abram o inventário é de 30 dias contados da abertura da sucessão (morte do autor da herança), art. 1796 CC. Entretanto, existe possibilidade de lei estadual mudar esse prazo, pois a mesma lei que cuida desse prazo da herança é a que regula as alíquotas, e aqui no DF o prazo são de 60 dias. Na ausência de lei distrital aplica-se o CC. 
Última regra é do art. 1797 CC. A administração da herança ela é devida ao inventariante, entretanto pode existir um vazio entre a inventariança do inventariante e a sucessão aberta na linha sucessória. Do momento da abertura da sucessão até o inventariante tomar posse do seu cargo, aplica-se o art. 1797, o vacactio, não há ainda o responsável oficial pelo espólio, então quem vai ser o responsável nesse meio tempo? Aplica-se o art. 1797 do CC, nessa ordem: cônjuge ou companheiro, se houver; os herdeiros que já estão na posse ou administração dos bens; um testamenteiro em hipótese de sucessão testamentária; e se não tiver, uma pessoa de confiança do juiz, será uma espécie de serventuário a doc. Não é serventuário da justiça, é uma pessoa distinta que tenha confiança do juiz, um amigo muito próximo do falecido, por exemplo. 
Teoria Fundamental da Vocação Hereditária
	Suceder é passar, quando se diz sucesso, no seu sentido técnico, significar passar e não vitória. A mesma coisa é vocação, geralmente é atrelada a significados de “você tem jeito”, “você tem vocação para ser médico”, leva jeito para a coisa, a vocação na nossa matéria, no sentido técnico tem sentido de chamar. A vocação hereditária está ligada numa ideia de chamamento. Nessa teoria quem chama? O Saisine! O sujeito aqui é o Saisine, ele chama os herdeiros. Mas existe uma ordem de chamamento, ordem no sentido de conjunto de regras. 
	Coincidentemente, existe uma sequência de chamamento que o Saisine promove, e está associada a matriz de parentalidade civil brasileira. A sequência de chamamento no direito sucessório é por classes parentais. Vale dizer, a primeira classe equivale a parente de 1º grau, a segunda classe a parentes de 2º grau e assim sucessivamente. Entretanto, na teoria da ordem, coube a nossa legislação, definir essa sequência de chamamento criando um conjunto de classes e esse conjunto de classes nós chamamos de ordem. Como nós temos uma matriz de parentalidade até o 4º grau, que é o admitido no Brasil, por isso, juntando a ideia de grau e classe, e conjunto de classes nós chamamos de ordem e se até o 4º grau é o limite, temos até a 4ª ordem. 
	Então temos quatro ordens de vocação hereditária: 
	1ª Ordem De Vocação Hereditária – convencionou-se que na primeira ordem (conjunto de regras) as regras de chamamento são para os descendentes do falecido, autor da herança. Saisine chama os descendentes. Então, quando o autor da herança vem a óbito (morreu uma pessoa), abriu sucessão, imediatamente Saisine chama (aplica a norma jurídica) os descendentes e ver se alguém responde, se alguém responder aplica a regra. Como os descendentes respondem ao chamado? Promovendo o inventário.
A promoção do inventário é uma espécie de resposta a esse chamamento, uma resposta jurídica, metafísica. Então, a primeira ordem hereditária é dedicada aos descendentes, o sistema chama os descendentes, só que, o cônjuge ou companheiro vem! Ele não é chamado, mas ele vem. É como se dissesse pode vir. O sistema chama os descendentes, mas se o falecido tinha cônjuge ou companheiro, o sistema tolera que o cônjuge ou companheiro também venha, mas o sistema não chama o cônjuge ou companheiro, somente tolera. Se o sistema Saisine chamou os descendentes e nenhum respondeu, nem os filhos, nem os netos, nem os bisnetos, tataranetos, nenhum da 1ª classe em linha reta, aí chama-se a 2ª ordem. O sistema ignora o cônjuge, se não houver descendentes chama a 2ª ordem, porque o cônjuge ou companheiro não são chamados ainda. 
	2ª Ordem De Vocação Hereditária – na segunda ordem, o sistema chama os Ascendentes, é a ordem dedicada ao chamamento dos ascendentes. E o cônjuge ou companheiro, de novo, aparece se tiver, não foram chamados mas podem entrar, eles são tolerados mais uma vez. Se o sistema chamar os descendentes, suponha que não existam, ela chama os ascendentes, os pais, os avós, e nenhum responde, aí chama a 3ª ordem.
	3ª Ordem De Vocação Hereditária – Aqui sim chama-se o cônjuge ou companheiro. A terceira ordem é dedicada exclusivamente a chamar o cônjuge ou companheiro, Saisine chama o cônjuge ou companheiro. Aqui sim ele é chamado, na 1ª e na 2ª ele não chama, vem só se tiver e tem só o direito subjetivo a concorrer. A 3ª ordem é exclusiva ao cônjuge ou companheiro, raro, mas pode acontecer. Agora se o falecido não tiver descendentes, ascendentes e for solteiro? Chama-se a 4ª ordem, mais rara ainda. 
	4ª Ordem De Vocação Hereditária – último chamado, os colaterais! Conforme a matriz de parentalidade, irmãos (2º grau), tio ou sobrinho (3º grau), a lei prefere os sobrinhos, então pela ordem vai chamar os irmãos, se ninguém responder, chama o sobrinho, se ninguém responder chama o tio, se ninguém responder, chama o primo, tio avô ou sobrinho neto (4º grau), sobrinho neto primeiro, tio avô segundo e primo último de tudo. 
	Atenção: se o sistema chamar a 4ª ordem e ninguém responder, Saisine tristemente observa a morte do espólio, o espólio morreu, ele jaz! A herança se torna herança jacente. Jacente, jac vem de jaes, mesmo radical, que quer dizer já era, foi-se, morreu. Ao final do processo de reconhecimento da jacencia de herança o juiz declara herança vacante, para dar tempo e ver se algum herdeiro aparece. Contando da declaração de jacencia até o final são 5 anos, se nesse prazo não aparecer realmente nenhum herdeiro, aí o juiz destina o patrimônio se houver, para a municipalidade da situação do bem, o município se torna herdeiro e o juiz transfere para a pessoa jurídica município, conforme a situação do bem, onde ele está situado. Se tiver um imóvel em Brasília o herdeiro é Brasília, se tiver um imóvel em Anápolis o herdeiro é Anápolis. Seja de bens móveis ou imóveis. 
Obs.: Uma média de 6 meses entre um chamamento de classe e outro, mas não tem um tempo fixo, varia sempre, depende do caso e do juiz. Se aparecer um herdeiro durante o processo, recalcula os quinhões, se aparecer depois do processo, é aconselhado a repartilha, sobrepartilha.
Aula 17/08/2017
Da Ordem de Vocação Hereditária
1ª Ordem: Descendentes
	Na abertura da sucessão, morte do autor da herança, no momento da morte tudo acontece, inclusive a vocação. Então, Saisine está programado para chamar na primeira ordem os descendentes. 1ª ordem de vocação hereditária representa o conjunto de regras relativa ao chamamento dos descendentes, uma ordem destinada a compor/ disciplinar o chamamento dos descendentes. O sistema prefere chamar os herdeiros de primeira classe, herdeiros de primeira classe, são os parentes de 1º grau.
	A hipótese mais simples de se imaginar é: O autor da herança tem um filho, o autor da herança vem a óbito, no instante do óbito, Saisine chama o filho. Se o filho responder e tiver um filho só, ele será classificado como herdeiro universal, e o filho vai então herdar espólio, do autor da herança, por direito próprio, então ele é herdeiro universal e recebe a herança por direito próprio. Herdeiro legítimo (porque todos os parentes são legítimos), necessário (porque os parentes em linha reta são necessários) e universal (porque ele é oúnico). E ele vai herdar então por direito próprio (herança direta). 
	Imaginemos agora que o autor da herança tenha mais de um filho, tenha 3 filhos, André, Breno e Carlos, somente. Ele não é casado, não tem companheiro. Em um dado tempo e espaço o autor da herança morre, o sistema Saisine então chama os descendentes, os de classe menor, preferem. Então, André, Breno e Carlos respondem, bastando suas existências para responder. A resposta é num sentido metafórico. A classificação será a seguinte: André, Breno e Carlos, são herdeiros legítimos, necessários, o problema é que eles não são mais universais, porque havendo mais de um herdeiro, eles são classificados como herdeiros partides, partidos, pois, estão sujeitos a uma partilha, então são herdeiros partides que vão herdar por direito próprio. Então são herdeiros legítimos, necessários, que vão herdar por direito próprio (que vão herdar diretamente, sem interferência de terceiros) herança direta.
Direito próprio também é chamado de herança direta. Agora o subsistema de partilha, de acordo com as leis brasileiras, impõe uma regra de partilha, uma divisão (numa situação normal), em regra, do espólio “per capita”. Então nessa partilha, partição, vai impor uma divisão, uma partição per capita. A partição per capita, traduzindo, é por cabeça. Essa partição per capita impõe como regra uma divisão por partes iguais. Então se tem 3 herdeiros, e o espólio é a unidade, lá na partilha, depois da liquidação e sobrando espólio positivo, essa herança será repartida em 1/3 para cada herdeiro. Então André receberá um terço do espólio, Breno 1/3 e Carlos 1/3. E se existissem 5 herdeiros? 10 herdeiros? Dividiria por 5 e por 10, essa divisão é per capita, a divisão é conforme o número de herdeiros legítimos. Quantidade de herdeiros é que define meu denominador, o numerador representa o espólio e o denominador varia conforme o número de herdeiros legítimos (1/2,1/3,1/4...etc). 
	Segundo as leis brasileiras, pode acontecer uma espécie de reserva legal de herdeiros legítimos, é uma situação que a doutrina classifica como pré-morte ou pós-morte de um herdeiro o que implica uma garantia da linha sucessória que vamos chamar de herança indireta por direito alheio. Imaginemos que André tem dois filhos, netos do autor da herança, André é filho do autor da herança e tem duas filhas a Ana e a Bruna. Elas são filhas de André e netas em relação ao autor da herança. Elas estão na linha sucessória? Estão, todos os descendentes estão na linha sucessória. Ana a Bruna são herdeiras legítimas? São, porque todo parente é legítimo. São herdeiras necessárias? São, porque todos os parentes em linha reta são necessários. O sistema Saisine vai chama-las em primeiro lugar? Não, tem que chamar primeiro a 1ª classe, a classe mais próxima, o sistema chama a primeira classe. E que classe estão Ana e Bruna? 2ª classe, porque o grau é classe, em relação ao autor da herança elas não são parentes de segundo grau? Neto é segundo grau descendente, e se é segundo grau descendente é 2ª classe. Então, imaginemos que André, pai de Ana e Bruna, ele na data de abertura da sucessão do autor da herança, ele já estava morto. Então, André continua sendo filho, a morte dele não altera nada, mas vai ser classificado como pré-morto. Pré-morto é uma linguagem doutrinária, que quer dizer, um herdeiro de 1ª classe vem a óbito antes do autor da herança, tempo e espaço. Então André é pré-morto. Outra hipótese é, numa situação de um herdeiro legítimo necessário do autor da herança ser pós-morto. Pós-morto é aquela morte que ocorre depois do autor da herança, mas no tempo do inventário. Tem que ser pós-morto no tempo do inventário. Então pode acontecer de um herdeiro de 1ª classe ser pré-morto, e na hora que Saisine chama para a sucessão do autor da herança de referência, posso trabalhar com duas mortes, mas as duas vão ter inventários diferentes. O autor da herança vai ter um e André outro. Só que temos efeitos da morte do André no inventário do autor da herança e outro efeito no inventário próprio dele mesmo. Vamos trabalhar o efeito da morte de André em relação ao inventário do autor de referência, autor da herança. Pode ser que um herdeiro de 1ª classe seja pré-morto ou pós-morto crie intercorrências jurídicas relativo ao autor de referência. O que vai acontecer é uma reserva legal. As netas do autor de referência podem herdar por direito alheio, elas vão herdar o quinhão do herdeiro de 1ª classe, por direito alheio. 
	Então as netas do autor de referência são herdeiras legítimas, necessárias, só que elas não herdam por direito próprio, elas vão herdar por direito alheio. Ana e Bruna em relação a André são de primeira classe e herdam por direito próprio, separa-se os procedimentos, aqui estamos falando da morte do autor de referência, o avô. A análise do quinhão de André em relação ao autor de referência, elas vão herdar aqui. Elas são necessárias, legítimas, vão herdar por direito alheio, herança indireta, elas estão recebendo esse 1/3 do espólio do autor de referência, por um tipo de herança que chamamos de indireta. Agora a partição é per capita também, só que o quinhão que elas vão herdar é 1/3, tem que pegar esse 1/3 que será transmitido de André para suas filhas, netas do autor da herança e dividir por 2. Então pegará esse 1/3 e dividirá pelas duas. Então em relação ao espólio do autor de referência qual é o quinhão de Ana? É de 1/6. Qual quinhão de Bruna? É de 1/6. E dos demais filhos do autor de referência (Breno e Carlos)? Continua 1/3. 
	Para saber se o quinhão de Ana e Bruna foi de uma pessoa pré-morta ou pós-morta, a doutrina classifica da seguinte forma: para o pré-morto elas recebem por representação, para o pós-morto elas vão receber por uma coisa chamada estirpe. Se André for pós-morto no tempo do inventário, Ana e Bruna receberão o quinhão por procedimento por estirpe. Se André for pré-morto, Ana e Bruna em relação ao autor da herança, vão receber do inventário por representação. Essa é a sucessão indireta, herança indireta. 
	Outra hipótese, imaginemos que nosso personagem Antônio ele é o autor da herança, de cujus, falecido, vamos supor que ele vem a óbito num determinado tempo e espaço. Imaginemos que ele tenha 3 filhos, André, Breno e Carlos, agora o cenário é que ele é casado ou tenha uma companheira. E para o direito sucessório é preciso saber da regra geral, se o regime é comunitário ou se ele é separatório, ou os dois. Então Antônio e Antônia são casados em regime de comunhão parcial de bens, e na constância do casamento, houve a produção de bens comuns e existe a hipótese de bens particulares, Antônio então vem a óbito. O cônjuge ou companheiro que não morreu, nessa ocasião, vamos chamar de supérstite (traduzindo: aquele que vem depois) / superveniente/ sobrevivente. Se no inventário vier um dado indicando que na execução do casamento ou da união estável o regime de bens definido era o de comunhão parcial, presume-se a produção de bens comuns e particulares. Rege a lei brasileira que os cônjuges são proprietários, no regime da comunhão parcial, da respectiva meação (você pega todos os bens comuns e divide ao meio).
Então, metade dos bens comuns pertence a Antônio, e com a morte dele opera-se o efeito Saisine, transmissão. A outra metade pertence a Antônia e não ao efeito sucessório. Dos bens comuns Antônia é proprietária e não herdeira. Ela não herda a outra metade, porque se não seria meeira. Se ela herdasse a outra metade do bem comum, ela receberia mais da metade. E a doutrina e a jurisprudência são unânimes ao entender que não há como o cônjuge supérstite ser herdeiro da outra metade, nem parte, nada. Dos bens comuns o cônjuge supérstite é proprietário e não se opera o efeito sucessório em sua parte. Qual o quinhão de André em relação aos bens comuns do casal? Dos bens comuns, André recebe 1/6, pois, é 1/3 da metade na qual o pai era proprietário 1/3 multiplicado por 1/2 (meio) da divisão= 1/6. Qual o quinhão dos filhos de Antônio na meação? É de 1/3, se falou em meação, jáseparei a metade e dessa metade cada um recebe 1/3, vou pegar essa metade e dividir por 3. 
	Se eu falo em bens comuns, estou me referindo aos bens por inteiro, bens comuns é tudo, só que de tudo eu vou separar a meação que seria a metade dos bens comuns e pegar essa metade e dividir por 3, 1/3 seria a per capita da metade já separada e 1/6 seria 1/3.1/2 dos bens comuns (de tudo). Se os bens comuns totalizarem R$ 60.000,00, quanto recebe André? Receberá R$ 10.000,00. Eu vou chegar no mesmo cálculo se eu falar da meação, quanto que recebe da meação? A meação é R$ 30.000,00, divido pelos 3 herdeiros, per capita, R$ 10.000,00 para cada um. Ou você faz R$ 60.000,00 dividido por 6, ou R$ 30.000,00 divido por 3, tanto faz, o cálculo final, o quinhão final é o mesmo, só a pergunta que você tem que tomar cuidado. E porque dos bens comuns André só recebe 1/6? Porque o autor da herança, só era proprietário de metade, aí você pega essa metade e divide por 3. Por ocasião da morte de Antônio, Antônia herda R$ 30.000,00, certo ou errado? Errado, ela já é proprietária de R$ 30.000,00. Não tem que herdar nada, é dela, metade dos bens comuns já é dela. 
	E os bens particulares? Eles são de quem? Os bens particulares do cônjuge supérstite continua sendo dele lá, está vivo, é dele. Se Antônia tiver bem particular continua sendo dela, isso nem é discutido no processo de inventário, nem é cogitado. Entretanto, Saisine chama os herdeiros, e o cônjuge vem de entrão, mas por que o cônjuge vem de intruso? Porque o cônjuge concorre com os herdeiros os bens particulares, per capita. Garantido ao cônjuge o quinhão mínimo. O cônjuge supérstite é proprietário da sua meação e seus bens particulares, o cônjuge supérstite também é herdeiro do autor da herança, relativamente aos bens particulares. O cônjuge supérstite é co-herdeiro, ele concorre per capita, garantido a ele por lei o quinhão mínimo (arts. 1.829, 1.832 CC). 
	Quinhão mínimo (art. 1.832 CC) é o mínimo que o cônjuge vai ter como garantia, como uma condição do art. 1.832. Em concorrência com os descendentes, vamos supor que Antônia concorre com os bens particulares do falecido junto com os descendentes. Duas situações, se André, Breno e Carlos forem filhos comuns aplica-se a regra do quinhão mínimo. Desde que os filhos sejam comuns, tem que ter filhos comuns para se ter a garantia do quinhão mínimo. Então sendo todos herdeiros legítimos e filhos comuns ao casal, concorrendo ao bem particular entra Antônia e a divisão será per capita. André, Breno e Carlos receberão 1/4 da herança, simples, pois a regra do quinhão mínimo não foi violada. Lembrando que os herdeiros recebem a herança dos bens comuns que no caso é 1/6 somado a herança do bem particular que nessa hipótese é 1/4, respeitando o quinhão mínimo do cônjuge, contudo o cônjuge só é herdeiro de 1/4, pois, ele não concorre aos bens comuns, tendo em vista que já é proprietário de sua parte. ATENÇÃO: se foi preservado o quinhão mínimo, não importa se os filhos são comuns ou não. Se Antônia recebeu 1/4, os filhos podem ser só de Antônio, mas sempre deverá, tendo filhos comuns ou não, respeitar o quinhão mínimo do cônjuge. 
	Imaginemos, que no meio do processo de inventário apareça Daniel, dizendo ser filho de Antônio, se fosse apenas considerar a divisão per capita dos bens particulares agora, ficaria 1/5 para cada. Contudo, pelas regras do 1.832, não pode fazer assim!!! Pois 1/5 é menor que 1/4. 1/4 é o mesmo de 25%, 1/5 é o mesmo que 20%, logo não foi respeitado o quinhão mínimo, e se não foi respeitado o quinhão mínimo terá que analisar se André, Breno, Carlos e Daniel são filhos apenas de Antônio, se forem, deixa do jeito que está. Se todos eles não forem filhos comuns, filhos apenas de Antônio, e não de Antônia, aplica-se a divisão per capita e deixa assim. 
	Outra hipótese, aplicando o art. 1.832, se André, Breno, Carlos e Daniel forem filhos comuns, aí tem problema, porque se forem filhos comuns, aplica-se o artigo e tem que respeitar o quinhão mínimo do cônjuge, 1/5 é menos. Então, o juiz, na hora de fazer a etapa da partilha terá que recalcular. Se todos os filhos forem comuns, aplica o 1.832 e tem que respeitar o quinhão mínimo. Tem que reservar à Antônia 1/4 dos bens particulares. E o que sobra? 3/4! Então vai pegar esses 3/4 e dividir por 4, é a mesma coisa que pegar 3/4 e multiplicar por 1/4, então cada filho terá direito a 3/16. Dos bens comuns 1/8, pois pegou 1/4 dos bens comuns e dividiu por 4, 1/4 vezes 1/4, igual 1/8. E lembrando que o quinhão de André, por exemplo, é a porção completa 3/16 + 1/8. A história do quinhão mínimo é só para os bens particulares e se os filhos forem comuns. E se André e Breno forem filhos comuns e Carlos e Daniel não? A doutrina tenta fazer uma proporção. Agora se só tiver dois filhos o casal, faz per capita mesmo, divide por 3 mesmo, sendo comuns ou não, a história do quinhão mínimo só vai afetar o cálculo de tiver 4 filhou ou mais. 
	OBS.: Basta um filho não ser comum para não se aplicar o art. 1.832 do quinhão comum. Se o regime do casamento for de comunhão universal e não houver bens particulares, o cônjuge não pode ser herdeiro, o cônjuge só é herdeiro de bens particulares. Se o regime for de separação total de bens, na doutrina antiga entendia-se que nesse caso não queria deixar herdeiro, porém há dois anos o STJ mudou o entendimento completamente, segundo entendimento do STJ o regime de separação de bens funciona apenas nos termos legais, sendo que, para que aja o regime de separação total de bens tem que ter o pacto antenupcial, e segundo entendimento do STJ ele é válido somente em vida, pois, esse pacto vai regular somente a relação conjugal enquanto vivos, não é aplicado assim na morte, então os bens particulares são disponíveis para sucessão. Não pode excluir o cônjuge supérstite por conta da separação total de bens, a história de separação total só vale entre vivos. 
	Para fechar, temos o seguinte o art. 1.836 CC inaugura a segunda ordem de vocação hereditária.
Aula 31/08/2017
2ª Ordem de Vocação Hereditária
	Quando morre o autor da herança, imediatamente, o sistema Saisine chama os descendentes, na hora que ele chama, chama a 1ª classe, os filhos. Imaginemos que eles não respondam, ele chama a 2ª classe, os netos. Não responderam, chama a 3ª classe os bisnetos e ninguém responde, ele vai tentando. Chamou até a 5ª classe dos descendentes e ninguém respondeu, passa-se então a 2ª ordem de vocação hereditária. Saisine chama a 2ª ordem de vocação que é destina ao chamamento dos ascendentes do falecido, autor da herança (art. 1.836 CC, regra de chamamento dos ascendentes). O sistema chama os ascendentes, mas o cônjuge vem de intruso. Cônjuge não é chamado, mas vem, e concorre com os ascendentes. Mesmo não sendo chamado, ele tem direito subjetivo ao seu quinhão hereditário, tem o direito sucessório tanto na 1ª ordem, quanto na 2ª, o quinhão dele é garantido, a única crítica aqui é que ele não é chamado pelo sistema, só entra. 
	O cônjuge ou companheiro comparecem e concorrem. Aqui não há análise do regime de bens, não há analise de bens comuns ou particulares, separação ou não, na 2ª ordem de vocação não entra regime de bens. Como é que calculamos os direitos sucessórios dos herdeiros na 2ª ordem? A legislação criou uma legislação, a técnica de linhas, que está prevista no §1º do art. 1.836 CC. 
	Técnica de linhas, imaginemos que está João autor da herança, que num dado tempo e local, ele vem a óbito, logo, abriu sucessão, nesse instante, imediatamente, ocorre toda a fenomenologia sucessória nesse instante, e lembrando que não existe a possibilidade de um bem material sem propriedade. O chamado res nullius, bem aparentemente sem dono, que ninguém quer, pertence à União. No instante de morte quem é o proprietário do bem material/patrimônio? O espólio. Na doutrina, classifica-se espólio como um ente jurídico despersonalizado, mas porque é um ente despersonalizado? Tendo em vista que ente é pessoa, e ter uma pessoa/ente despersonalizado parece uma contradição.Nos termos do art. 50 do CC, é possível a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica, então existem pessoas/ entes em que a personalidade jurídica é desconsiderada para fins patrimoniais, de responsabilização. O espólio é uma pessoa, mas sua personalidade é desconsiderada, não enxergamos sua personalidade, pois, o objetivo do espólio ele é um objetivo muito específico, é temporal, só vai existir quando o inventário estiver tramitando, na hora que o juiz liquidar o espólio, ele deixa de existir, então é uma pessoa jurídica temporal. E o inventariante é o representante do espólio, o espólio tem uma capacidade processual, porém, mediante representação, ele pode estar em juízo, mas sua personalidade não é importante. 
	No instante que o autor da herança morre, o sistema Saisine chama a 1ª ordem, não respondeu chama a 2ª ordem. Na hora que chama a 2ª ordem, o sistema cria para categorizar a 2ª ordem, as chamadas linhas sucessórias, a técnica de linhas. As linhas podem ser representadas por duas linhas: a linha materna e a linha paterna. Vamos imaginar que o falecido tenha seus pais vivos, a mãe de João na linha materna e o pai na linha paterna. Saisine chama a 1ª ordem e ninguém responde, chama a 2ª, os pais respondem, então pronto eles são os herdeiros, e o espólio será dividido per capita. A mãe será proprietária e receberá metade do espólio e o pai vai ser proprietário da outra metade, independentemente de os pais estarem separados, homo afetivos, não importa o estado civil dos pais. O sistema Saisine destina para a linha materna metade do patrimônio e para a linha paterna a outra metade. Por acaso a primeira classe responde, os pais, aí acabou, eles recebem e fim da sucessão. 
	Para fins sucessórios, os juízes hoje entendem que prevalecem a paternidade ou maternidade biologia do que a afetiva. Agora para que a paternidade/maternidade afetiva entre, é necessário que abra um incidente processual que se demonstre um vínculo afetivo da paternidade/maternidade não biológica. Então vamos supor que o autor da herança tenha uma madrasta, o que o juiz vai procurar? Uma mãe biológica, porque independentemente de um vínculo afetivo entre a mãe biológica e o filho, ela será herdeira. Em se tratando de padrasto, se na certidão de nascimento tiver o nome dele, ótimo, ele recebe na linha paterna. Se tiver o nome do pai biológico e do padrasto, aí divide-se a quota pelos dois, mas não tem nada disso na lei, é mais jurisprudência, construção acadêmica de multiparentalidade. Mesmo deixando um testamento para passar os bens para os pais adotivos, tem a reserva da legítima, ou seja, é reservado no mínimo metade do espólio para os herdeiros legítimos, não pode passar tudo para o padrasto ou madrasta. 
	O que os pais receberem como herdeiros legítimos ou necessários, o que receberem é bem particular, ainda que sejam casados em qualquer regime de bens. Exceto se houver um testamento atribuindo ao seu quinhão cláusula de comunicabilidade, aí vira bem comum. 
	Segunda hipótese, imaginemos que João era casado, tinha um cônjuge, Joana, ela é o cônjuge supérstite de João, autor da herança. O sistema chama a 2ª ordem e cônjuge entra, nesse caso aplica-se o disposto no art. 1.837 CC: “Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança (ou seja, a divisão é per capita, se houver cônjuge o sistema Saisine fará divisão por cabeça); caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau.” 
	Imaginemos que João e Joana são casados no regime de comunhão parcial, o sistema cria possibilidade de bens comuns e bens particulares, quando o casal está casado e está em execução o regime de bens, se houver bens comuns, que é bem provável que haja bens comuns, sabe-se que metade é de um cônjuge e metade é de outro. E o que entra no espólio? Entra os bens particulares e a metade dos bens comuns que é dele. 
	Terceira hipótese, e se a mãe, na abertura à sucessão for falecida e o pai estiver vivo? De todos os bens do falecido e for somente esse o cenário, metade vai para o pai e metade vai para o cônjuge supérstite. 
	Recapitulando, se só tiver os pais, quanto eles recebem? Metade cada um. Se tiver os pais e o cônjuge, quanto recebe cada um? 1/3 cada um. Se só tiver um dos pais vivos e o cônjuge, quanto cada um recebe? Metade cada um. Se só tiver o pai vivo, somente ele, quanto recebe? Herdeiro universal, recebe tudo. 
	Lógica das linhas, o sistema Saisine vai trabalhar a lógica das linhas da seguinte maneira, em princípio quando o autor da herança deixa apenas ascendentes, temos uma regra básica a considerar, na 2ª ordem de vocação hereditária, Saisine trabalha com as linhas materna e paterna, quando do espólio é destinada a cada linha? 50%. A análise ocorre numa quarta hipótese. 
	Na hipótese de a linha paterna e materna ter vários graus. Num primeiro momento temos os pais, depois os avós, depois os bisavós, temos que trabalhar com a lógica dessas linhas e graus. Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. Então o grau mais próximo não seria o pai? O mais remoto seria o avô, bisavô, sem distinção de linha. Se o pai estiver vivo, ele já recebe, porque não tem distinção de linha, o sistema só vai para segunda classe, se a primeira não for existente. Imaginemos que o pai e a mãe são falecidos, mas os avós estão vivos, de ambas as linhas paterna e materna, e desconsiderando o cônjuge, qual será o quinhão de cada avô? O sistema destina metade para as duas linhas, então 50% para linha materna e 50% para linha paterna. Pega-se essa metade e divide por dois, dois avós em cada linha, que vai dar 1/4 para cada um, avós paternos cada um receberá 1/4 e avós maternos cada um receberá 1/4. 
	Imaginemos então, que o João deixou na linha materna apenas 1 avô e na linha paterna os 2 avós, qual o quinhão deles? O quinhão destinado a linha materna é 50%, então esse avô recebe essa metade por inteiro. E o que foi destinado a linha paterna os outros 50%, então pega essa metade e divide pelos 2. Isso desconsiderando o cônjuge. Esse é o segredo das linhas, evita-se uma divisão por 3. 
	Quinta hipótese, colocando o cônjuge no caso, art. 1.836 §2º do CC. Havendo igualde em grau e diversidade em linha, os ascendentes de linha paterna herdam metade, destinando a outra metade a linha materna, concorrendo com os ascendentes em 1º grau ao cônjuge tocará 1/3, se os pais estiverem vivos e o cônjuge também, 1/3 para cada, per capita. Ao cônjuge caberá metade se houver um só ascendente ou maior for aquele grau. Coloquemos o cônjuge na hipótese, se tivermos os pais mortos, e os avós todos vivos, mais o cônjuge? O cônjuge concorrendo com os avós, aplica-se o final do art. 1.837, o cônjuge ficará com o quinhão mínimo da metade (1/2), e a outra metade (1/2) vai para as linhas, ou seja, 1/4 vai para a linha paterna e 1/4 vai para linha materna. E quanto cada avô vai receber? 1/8 cada um. Mas isso se o cônjuge concorrer com parentes do 2º grau para cima, com os pais a divisão é per capita, com os avós para cima, é reservado no mínimo a metade. E na mesma situação e só um avô vivo na linha materna, os dois na paterna e o cônjuge, quanto recebe cada? O avô na linha materna receberá 1/4, que foi destinado à linha, os da linha paterna 1/8 cada um e o cônjuge 1/2 (metade). Lembrando que o sistema só pode subir de grau se não tiver mais ninguém, um dos pais vivos já resolve no 1º grau, um dos avós vivos já resolve no 2º grau, e assim por diante. E porque o sistema dá no mínimo a metade do espólio para o cônjuge se ele concorrer com o 2º grau (avós) em diante? O sistema é meio cruel, pois, suponha-se que os avós dos falecidos estão mais para lá do que para cá, é como se eles precisem menos da herança e o cônjuge mais. Já se fosse concorrer com os pais não, estão mais próximos. 
3ª Ordem de Vocação Hereditária
	Se não houver nenhum ascendente ou descendente, o sistema Saisine, agora sim, chama o cônjuge ou companheiro, se tornando assim herdeirouniversal. 
4ª Ordem de Vocação Hereditária
	Na 4ª ordem de vocação hereditária, os graus mais próximos preferem. Quem é o grau mais próximo do autor da herança? Aqui agora é a ordem dos colaterais, grau mais próximo, dos colaterais. Lembrando que para chegar na 4ª ordem, o sistema tem que chamar a 1ª ordem, 2ª ordem, 3ª ordem e absolutamente ninguém responde, aí chama a 4ª ordem. Aqui vamos trabalhar com os graus dentro da linha dos colaterais. Qual grau de parentesco mais próximo dos colaterais, a classe mais próxima? É o segundo grau, dos irmãos. Então, o sistema tenta chamar os irmãos, em caso de nenhuma resposta das outras ordens. Se o falecido tiver irmãos, cada um herda per capita (por cabeça). Segundo a legislação, a herança dos irmãos vai ser distinta conforme eles forem bilaterais ou unilaterais (art. 1.841 CC). 
	Quantos aos irmãos, então, façamos a seguinte análise, se o sistema chamar irmãos temos que ver se esses irmãos são apenas bilaterais, ou, apenas unilaterais, ou, misturados/mistos, três hipóteses. O que seriam esses irmãos bilaterais e unilaterais? Os irmãos bilaterais são aqueles que tem ambos os pais iguais, mesmo pai e mesma mãe. E os irmãos unilaterais são aqueles que tem apenas um dos pais em comum, ou a mesma mãe ou o mesmo pai, o famoso meio irmão. Se o sistema chamar os bilaterais, todos filhos dos mesmos pais, e os irmãos forem os herdeiros, cada um vai herdar per capita. O mesmo serve se forem para apenas irmãos unilaterais, se todos os irmãos foram unilaterais, apenas um dos pais em comum, divide per capita também. 
	O problema é se tiver irmãos mistos, aí a doutrina se socorre de uma técnica, criado por um doutrinador chamado Binding. E nós vamos dar o nome para essa técnica de formula de Binding. É bem simples essa fórmula, Binding sugere um cálculo matemático, se o falecido (autor da herança), tiver herdeiros chamados irmãos, que tem ao mesmo tempo bilaterais e unilaterais, faz-se o seguinte: aos bilaterais vamos atribuir o valor de 2X, e aos unilaterais vamos atribuir o valor de X, por exemplo, vamos supor que tenha irmãos bilaterais e unilaterais, bilaterais tem dois (2X + 2X)	, tem que somar para achar o inteiro e aí sim dividir o quinhão de cada um, e tenha mais três irmãos unilaterais, segundo Binding, ele sugere que atribua a variável X, então X+X+X, três irmãos unilaterais. Isso para atender o comando do art. 1.841 CC, dizendo que concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. No final ficará assim 2X+2X+X+X+X= 7X. Logo o quinhão será 1/7 para cada, entretanto os bilaterais recebem o dobro, 2/7, e os unilaterais a metade 1/7. Segundo Binding, somando 2/7+2/7+1/7+1/7+1/7 dará o inteiro do espólio. Lembrando que essa fórmula só se aplica em caso de irmãos mistos, se todos forem bilaterais ou todos forem unilaterais, divide per capita. 
	Crítica doutrinária: porque os irmãos bilaterais vão receber mais que os irmãos unilaterais?? Não são todos irmãos?? O sistema Saisine entende que o irmão bilateral só tem uma chance de receber a herança, por causa dos mesmos pais. O unilateral não, tem chance receber do pai aqui e da mãe em outro sistema de família e sucessão, ele teria dois espólios para receber. 
	Se o autor da herança não tiver nenhum irmão? Vê se tem sobrinhos! Se não tiver nenhum irmão ou sobrinhos? Vê se tem tio! E se não tiver nenhum dos três em qualquer grau? Aí vai para o primo. Para um primo receber uma herança é equivalente a ganhar na loteria, ele é o último dos casos. E se mesmo assim não tiver ninguém, nem primo, o que acontece com o espólio?? Ele morre, herança jacente, torna a herança morta. 
Teoria da Herança Jacente
	A doutrina brinca como se fosse uma 5ª ordem de vocação hereditária, mas não é. 
	A herança jacente então, ela exsurge (imerge, surge, se apresenta, aparece) na circunstância em que o autor da herança não deixa nenhum herdeiro vivo na hipótese de sucessão legítima e nenhum herdeiro testamentário, não há sucessão legítima, não há sucessão testamentária. Então a herança imediatamente, o espólio se for positivo, imediatamente ele se transforma em herança jacente. Nesse caso, entra imediatamente em processamento a herança jacente. O tema herança jacente vem disposto no Código Civil a partir do artigo 1.819 e seguintes. Necessariamente temos que acompanhar o processo da herança jacente pelo Código de Processo Civil, pois ele tem um processo, um processamento, para o trato da herança jacente. No CPC esse procedimento especial vem a partir do artigo 738 e seguintes. O objetivo do processamento da herança jacente é repassar eventual patrimonialidade positiva para a propriedade do município da situação do bem, ao final o município será herdeiro universal. Mas até chegar no município, esse processamento todo tem em média uma duração de 5 anos, todo o procedimento dura 5 anos. 
	O autor da herança, nosso marco zero, num dado tempo e espaço vem a óbito, quando o autor da herança vem a óbito, abre-se a sucessão, em princípio aqui no DF temos aquele prazo de 60 dias para abertura do inventário. Art. 1.819- Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
	Então nos termos do Código Civil, a primeira coisa que se tem que fazer se a herança for reconhecida como jacente, imaginemos que o sistema Saisine reconhece a jacência, passo seguinte é arrecadação dos bens, passo seguinte a nomeação de um curador, veja que não é inventariante, mas sim um curador. “Até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância. ”, o Saisine fica na esperança de encontrar um sucessor, esse prazo de 5 anos ele ocorre na esperança de um sucessor que o juízo não conhece aparecer, aí o curador entregar esses bens para ele. Contudo, se esse sucessor não aparecer, a herança será declarada vacante. O curador então, tem duas funções: guardar/depositário fiel, até que um sucessor eventualmente possa aparecer, pode aparecer qualquer um dos legítimos ou testamentários, procura-se um sucessor a qualquer custo. E se mesmo assim, nenhum sucessor aparecer, não existir, então o juiz declarará a herança vacante. Vacante é vazia, agora o que está vazio? A herança vacante torna vazia alguma coisa, fica vazio a propriedade. Então a declaração de vacância, é uma declaração excepcional no Direito, que quer dizer que não há proprietário daquele espólio. Juridicamente afirmando o que ficou vago foi a propriedade. Aí vamos recorrer ao Estado como herdeiro.
	Mas antes se observa: Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante. 
Então a arrecadação dos bens, dar-se-á no procedimento do inventário, só que o inventário é finalizado porque não aparecem os herdeiros, o Saisine por meio do juízo competente ele faz a delação objetiva, porém, não consegue levar a diante a delação subjetiva. Delação objetiva caracteriza atos para formar patrimônio, espólio. A delação subjetiva caracteriza atos para indicar os herdeiros. Então vamos imaginar que exista um patrimônio, mas não exista nenhum herdeiro, o inventário então é ultimado, finalizado.
Por economia processual, o mesmo juízo do inventário torna-se competente para processar e julgar os procedimentos de jacência da herança, que é outro procedimento especial. Da data que o inventário for ultimado, começa a fase de publicação de editais, o juiz vai praticar atos processuais na busca de eventuais herdeiros. O primeiro ato processual são editais na forma da lei processual. Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores,no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
Curiosidade: a lei processual dispõe que cartas, objetos, que sejam interpretados como expressão de intimidade do falecido, serão imediatamente tratados como segredo de justiça, e não poderão ser tocados, abertos, consultados, nem por oficial de justiça. A única autoridade que tem autorização para consultar esses materiais é o Juiz, sob pena de responsabilidade civil para quem violar essa regra. Mas por que o juiz tem que olhar esse material, qual o interesse dele na intimidade da pessoa? Ele olha para ver se descobre algum dado sobre um eventual herdeiro. A lei fala que após a consulta o juiz determinará a destruição desse material, salvo se na avaliação do juiz esse documento tiver uma carga histórica. Esse documento será encaminhado então ao Instituto Brasileiro de Proteção ao Patrimônio Histórico.
Da publicação do primeiro edital aguarda-se 1 ano, se nenhum herdeiro aparecer nesse ano, a herança será declarada vacante. O que o juiz pode fazer nesse ano? Intimar o MP, para custus legis, fazer a guarda do patrimônio junto com o curador e expressar os mais lídimos esforços para tentar encontrar herdeiros. O juiz tem poder para fazer quebra de sigilo bancário, quebra de sigilo fiscal, quebra se sigilo eleitoral, quebra de sigilo criminal, o juiz vai consultar banco de dados da previdência, receita federal, INI, órgão policiais, a depender da pesquisa até órgãos internacionais. Após 1 ano o juiz cessa as buscas e declara a herança vacante.
 A herança só será destinada a municipalidade 5 anos após a abertura da sucessão, então é como se o processo de herança jacente, reconhecimento de jacência e declaração de vacância, durasse 5 anos. Se da publicação do edital, não sabendo ao certo o tempo entre a morte e a publicação do primeiro edital, não tem na lei quanto tempo que pode durar, mas vamos supor que ele dure o tempo do inventário, na lei o inventário não pode durar mais que 1 ano, poder ser menos, mas não mais que 1 ano. Então se da morte até a finalização do inventário é 1 ano, e do primeiro edital até a declaração de vacância é mais 1 ano, quanto tempo ficará o processo em arquivo provisório aguardando herdeiro aparecer, nessa hipótese? Pega os 5 anos, diminui 1 do inventário, diminui mais 1 da declaração de vacância, ficando 3 anos no arquivo provisório aguardando herdeiro. E assim, passado os 5 anos e ninguém apareceu, o juiz expedirá o alvará passando a propriedade para o herdeiro município. 
Aula 14/09/2017
Teoria da Aceitação/ Renúncia. (Não é matéria da prova)
Essa teoria tem como um pressuposto a ideia de que estamos nos referindo aqui a aceitação e renúncia da sucessão legítima. Na sucessão legítima, o que é que forma a delação objetiva? A delação objetiva forma o espólio. O que é o espólio? Um ente despersonalizado. O que ele representa? O espólio representa a universalidade dos bens deixados pelo autor da herança, pelo falecido. E essa universalidade de bens representa um conjunto de direitos e obrigações de natureza patrimonial, predomina a natureza patrimonial no espólio. 
O direito sucessório tem como objetivo criar relações jurídicas com os herdeiros e o espólio, e essa relação jurídica entre os herdeiros e o espólio, tem natureza patrimonial. E, se essa natureza é patrimonial, a regência do sistema é dos direitos reais, vale dizer que o objetivo final se o espólio for positivo, é imputar propriedade aos herdeiros. Só que essa propriedade tem características próprias dos direitos reais, uma delas é a possibilidade de dispor do patrimônio. O proprietário tem esse poder de dispor do patrimônio. Então, por causa dessa característica, entrou no sistema sucessório o instituto da aceitação e renúncia da herança. Porque no fundo, o que o herdeiro vai estar fazendo? Ou aceitando, ou renunciando o seu quinhão, que é uma propriedade. Se eu renuncio o direito sucessório, estou renunciando em termos práticos ao meu quinhão hereditário, a minha propriedade. 
Mas não seria automático a aceitação?? Pois bem, o herdeiro, proprietário, tem que ter pelo menos o direito de renunciar, pode ser que ele não queira, não é obrigado receber sem a opção de renunciar. Alguns renunciam por questões pessoais, brigas, orgulho e etc. outros podem renunciar por um valor altruístico, como já ser rico e não precisar, aí doa, abre mão para outros herdeiros. 
O assunto está no art. 1.804 e seguintes do Código Civil, partimos do pressuposto de que a aceitação pode ser tácita ou expressa. E a renúncia só é válida se for expressa e por instrumento público (escritura pública, registro público, algum documento do registro de cartório). 
A legislação e a doutrina colocam o que seria uma aceitação tácita, como ela se configura. E a doutrina se preocupou em definir primeiramente o que não é tácito, o que é tácito, o que não é tácito, ser ou não ser. 
 Não ser, não é tácito: a lei é clara os dispor que atos oficiosos não devem ser interpretados como aceitação tácita, ou também, sufrágios d’alma, não pode ser interpretado como aceitação tácita. A prática do herdeiro de atos oficiosos, não devem ser interpretados como aceitação tácita, a prática do sufrágio d’alma não deve ser interpretado como aceitação tácita. 
Atos oficiosos- são aqueles necessários num contexto de burocracia da morte. É um ato necessário para o cumprimento da chamada burocracia da morte. Por exemplo, o registro do óbito, o reconhecimento do corpo, translado do corpo, exame cadavérico, atos referentes ao próprio enterro, funerária, cemitério. É uma exigibilidade legal. Independentemente de haver testamento, o herdeiro é obrigado a praticar os atos oficiosos. As despesas aqui saem do espólio, são despesas do espólio, salvo eventual cobertura pelo sistema securitário. Toda despesa adicional que advier do sistema securitário não pode ser colacionada ao espólio, inclusive seguro de vida. Se o autor da herança já tiver esses tipos de coberturas o espólio não paga. 
Sufrágio d’alma- são atos religiosos, que para o estado laico, o Estado entende que não são necessários, não são obrigatórios, se a pessoa fizer é por sua própria consciência religiosa, são classificados como não necessários em relação a burocracia legal. Por exemplo, chamar religioso para realizar missa, extrema-unção, missa do sétimo dia, etc. Mesmo que haja testamento, os herdeiros não são obrigados a realizar o sufrágio d’alma, ninguém obriga, não há reponsabilidade civil, imputação de multa, nada do tipo. Aqui as despesas são pessoais, mesmo se ele cumprir o testamento a despesa não será computada no legado ou espólio, as despesas são pessoais. 
Tudo isso praticado pelo herdeiro, não significa aceitação da herança, pode ser testamenteiro e até inventariante, mesmo assim não significa aceitação tácita. E ao final ainda pode renunciar a herança. 
Então o que seria aceitação tácita? No processo de inventário judicial, vai chegar um momento entre a liquidação do espólio e a finalização da identificação do espólio, imaginemos que o falecido venha à óbito e abre a sucessão até 2 meses depois (em tese) deveria ter sido aberto o inventário, aberto o inventário o juiz toma as providencias mais urgentes, depois nomeia um inventariante, aí o inventariante faz as primeiras declarações, faz um levantamento do patrimônio, depois faz as colações, depois vem as impugnações, aí vem os incidentes, e aí pode ser aberto um intervalo para resolver pendências, até que o juiz faz a liquidação do espólio, então na primeira manifestação do juiz na liquidação, cada juiz vai definir um prazo para que os herdeiros se manifestem a vontade de aceitar ou renunciar, se esse prazo transcorrer in albis ocorrerá a aceitação tácita! In albis(em branco) não houver resposta. Por exemplo, intima-se o herdeiro no prazo de 15 dias para se manifestar pela aceitação ou renúncia, passado esses 15 dias e ele não renunciou, o juiz pede para certificar que o prazo transcorreu in albis, e pronto, ele aceitou tacitamente. 
E, após, esse prazo o herdeiro não pode mudar de opinião, antes do prazo até pode mudar de opinião, juntar uma escritura de renúncia e depois aceitar. O prazo para dado para aceitação ou renúncia no direito sucessório no contexto do inventário, não gera preclusão consumativa. Então o herdeiro pode juntar no 10º dia do prazo uma renúncia e no 12º dia dentro do prazo juntar uma aceitação. Enquanto o prazo não finaliza pode mudar de ideia, finalizou não pode mais. 
Regras finais: “Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.” Contudo a aceitação tácita pode ocorrer no meio do inventário, só que os efeitos jurídicos da aceitação retroagem a data da abertura da sucessão, toda responsabilidade civil retroage, os efeitos retroagirem é Saisine. Então, uma vez aceita a herança os efeitos retroagem a data da abertura da sucessão e ocorre a transmissão.
“Art. 1.804-Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. ” Não aceito a herança, renunciada, não há transmissão. 
Não importa aceitação a cessão gratuita, pode ceder o quinhão hereditário para um credor, isso por si só não implica aceitação. A aceitação pode ser por terceiros credores, expressamente, para evitar fraude à execução ou fraude contra os credores, pois o herdeiro poderia renunciar o quinhão na intenção de prejudicar os credores, fraudar os credores. O espólio não tem natureza alimentícia, ele é um tipo de patrimônio executável, então pode ocorrer um pedido de tutela cautelar, ou penhora de bens, o quinhão então pode ser penhorado, mas antes tem que ter a aceitação do quinhão pelo terceiro ou herdeiro. 
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