Buscar

Direito Penal 2º Bim

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal
>> Eficácia da norma no tempo:
Principio da Anterioridade da lei penal: Este principio é unido ao principio da legalidade, que compõe os princípios da reserva legal, ou seja, nenhuma pena poderá ser aplicada se não houver sanção pré existente e correspondente ao fato. 
Art 1º CP – “Não há crime sem lei anterior que há defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” 
Art 2º CP – “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.”
Parágrafo único – “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitado em julgado.”
Havendo conflito de leis penais com o surgimento de novos preceitos jurídicos após a pratica do fato delituoso, será aplicada sempre a lei mais favorável ao réu, ou seja, a lei mais branda. Isso significa que a lei penal mais benigna (Lex Mitior) tem extratividade, e a lei mais severa (Lex Gravior) não tem extratividade.
- Tempus Regit Actum: A lei rege, em geral, os fatos praticados em sua vigência. Não pode, em regra, alcançar fatos ocorridos anteriormente ao inicio de sua vigência (retroatividade), nem posterior a sua revogação (Ultratividade). O fenômeno de alcançar fatos ocorridos fora de sua vigência é chamado de extratividade. 
- Ultratividade: Aplicabilidade de uma lei em decorrência de um processo, mesmo que tenha sido revogada. Aplica-se a lei vigente na data da conduta do individuo. Não pode ser aplicada uma lei grave na decorrência do processo quando se estava em vigor a lei mais branda no ato da incidência do crime. Caso um delito seja cometido antes da revogação de determinada lei, o mesmo será regido e tratado com base nas normas estabelecidas pela lei revogada, e não pela atual. A lei só é ultrativa se for mais benéfica ao acusado do que a legislação atual. (Lex mitior: Lei mais branda). 
- Irretroatividade: Princípio segundo o qual uma lei nova não pode voltar ao passado, não considerando situações já consolidadas na vigência da lei anterior. Seus dois maiores fundamentos são a segurança e a certeza nas relações jurídicas, devidamente representadas pela integridade do ato jurídico perfeito, do direito adquirido e da coisa julgada.
- Lei posterior: Promove qualquer alteração da lei penal, portanto, é a lei que entra em vigor depois que é praticado os fatos. Sendo a lei posterior mais grave – não retroage, e a lei posterior menos grave – retroage (Lex Mitior). 
Hipóteses de conflito da lei penal:
Abolitio criminis: Ocorre Abolitio criminis (revogação de um crime) quando a lei nova deixa de considerar crime um fato anteriormente tipificado como ilícito penal. A nova lei retira a característica de ilicitude penal de uma conduta. Configura uma situação de lei penal posterior mais benigna, deve atingir inclusive fatos definitivamente julgados, mesmo em fase de execução. 
Novatio Legis in mellius: Ocorre quando nova lei mesmo sem descriminalizar da tratamento favorável ao sujeito, ou seja, se caracteriza por uma reforma da lei para tornar menos grave a lei penal para o condenado. Quando a lei menos grave entra em vigor em relação a mesma pratica, aplica-se ao réu a lei mais benéfica. Mesmo que a sentença condenatória encontre-se em fase de execução, aplica-se a LEX MITIOR, que de qualquer forma favorece o agente. 
Novatio Legis incriminadora: Oposto da abolitio criminis. Caracteriza-se por uma nova lei criminal, fato anterior não incriminado e agora considerado ato ilícito. A novatio legis incriminadora é irretroativa e não pode ser aplicada a fatos praticados antes de sua vigência. 
Navatio Legis in pejus: É caracterizado quando não se cria uma nova lei penal, mas aumenta a intervenção penal, ou seja, já existe uma conduta tipificada ilícita, portanto uma lei incriminadora, e ela se torna mais grave em relação ao crime existente. A lei posterior que de qualquer modo agravar a situação do sujeito não retroagirá. Se houver um conflito entre duas leis, a anterior mais benigna e a posterior mais severa, aplica-se a mais benigna, a anterior será ultra-ativa, por sua benignidade, e posteriormente será irretroativa, por sua severidade. A lei posterior ou anterior mais grave, ou seja, menos favorável, LEX GRAVIOR, não pode ser aplicada aos fatos ocorridos antes de sua vigência. 
** Decisão em transito em julgado: É a decisão que não se cabe mais recursos, ou seja, esgotaram-se os meios de interpor qualquer tipo de recurso ou recorrer a sentença. Logo após o transito em julgado o processo entra em fase de execução da pena, e nesta fase também cabe a Lex Mitior, portanto, mesmo na fase de execução da pena se aplica a lei mais benéfica ao réu, pois na data em que foi cometido o crime é aplicado a lei vigente, sendo assim, não aplica-se a lei no tempo de Vacacio Legis ou na data da publicação de seu edital. 
Tempo do crime: A lei em si já sintetiza a teoria adotada pelo Código Penal, que é a da atividade (nos trás segurança jurídica). No Brasil considera-se praticado o crime no momento em que o autor do fato praticou a conduta, sendo irrelevante o momento em que se deu o resultado. 
Art 4º CP- “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.”
>> Teorias: 
- Dentro deste ramo foram criadas duas doutrinas para se aplicar em casos quando a lei não for totalmente benéfica para retroagir. 
Teoria da ponderação diferenciada: Refletir aspectos diferenciados nas duas leis, a LEX MITIOR e a LEX GRAVIOR, comparando-as e separando somente as partes mais benéficas de cada parte de lei, para a partir de então se criar uma terceira lei, chamada LEX TERTIA. É a soma da lei anterior das partes mais benéficas e da lei posterior das partes mais benéficas, fazendo uma ponderação entre cada lei, e aplicando a junção das duas em uma nova lei. 
Teoria da ponderação unitária: A teoria faz duas criticas a teoria da ponderação diferenciada. A primeira critica em que ela se refere é a tripartição de poderes, pois o judiciário cria uma terceira lei para se aplicar no caso concreto, entretanto, o poder judiciário não possui permissão para fazer leis, somente aplicar, infligindo o principio do legislativo. Segunda critica é em relação a interpretação ao Art 2º do parágrafo único em que diz que é a leia toda, e não apenas uma parte dela que deve retroagir, onde sempre que aplicada ao caso concreto de algum modo seja mais benéfica do que a aplicação integral da lei anterior. Esta é a teoria correta admitida hoje no STJ. 
>> Leis autorrevogáveis: (não há retroatividade)
- Leis temporárias: Possuem vigência previamente determinada pelo legislador. Na lei temporária a própria lei diz o momento em que cessa a vigência. 
- Lei excepcional: Vigem durante uma situação de emergência. Na lei excepcional a lei dura enquanto perdurar a situação que lhe deu origem. 
>> Norma penal no espaço: Cuida do lugar onde o crime é praticado, servindo como parâmetro para solucionar situações em que um crime inicia sua execução em um determinado território e a consumação dar-se em outro.
Lugar do crime: dispõe o artigo 6º, do CP, que: considera-se praticado o crime no momento da ação, ou da omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Antes de tudo, torna-se fundamental o estudo de três teorias que regem a matéria em pauta, a saber:
Teoria da atividade (ou da ação): lugar do crime é aquele em foi praticado a conduta. 
Teoria do resultado (ou do evento): para essa teoria não importa o local da prática da conduta, mas sim, o lugar onde se produziu ou deveria ter se produziu ou deveria ter se produzido o resultado do crime. 
Teoria da Ubiquidade (ou misto): é fusão das duas anteriores. Lugar do crime é tanto aquele em que se produziu o resultado, bem como onde foi praticada a ação ou omissão. 
Crimes a distância (Exemplos):
Ação criminosa – Parte no Brasil e resultado no exterior:Homicídio. Quando a ação é praticada no Brasil e seu resultado se deu no exterior, o Brasil pais onde foi realizada a ação é responsável pelo crime cometido, embora o país exterior também seja responsável, pois, sua ação se deu em seu território. A lei penal Brasileira incide sobre o agente mesmo o crime sendo praticado em ambos os lugares. Entretanto, aplica-se a lei brasileira pela ação ter sido praticada em seu território. 
Ação criminosa- Parte no Brasil e parte no exterior com resultado em outro país: Homicídio. Parte da ação praticada no Brasil e a outra parte no exterior, o Brasil ainda é o responsável pelo crime cometido, pois foi no Brasil o lugar do crime. 
Ação criminosa – Parte no exterior e resultado no Brasil: Homicídio. Ação praticada no exterior e é endereçada ao Brasil. Se o artefato não chegou dentro do território brasileiro, o Brasil não é o responsável pelo crime, pois apesar do endereçamento ter sido remetido ao Brasil, não incide a lei penal brasileira, pois o artefato não chegou a território brasileiro. Porém, se o artefato chega ao Brasil e entra no território brasileiro, mesmo que ninguém tenha se ferido, o Brasil é o responsável pelo crime cometido do a gente com ação no exterior. Na esfera da tentativa, deve estar dentro do país o objeto para incidir a lei penal daquele país. 
Aplicação de lei penal no Espaço: A lei penal de um Estado soberano vige em todo o seu território. Contudo, visando o combate eficaz à criminalidade, a lei pode ser aplicada fora de suas fronteiras, ou até mesmo leis de outros estados podem atuar dentro do país. Por isso são necessárias limitações, para definir qual lei será aplicada, dependendo da hipótese, de acordo com alguns princípios, sendo 1 a regra e os outros 4 a exceção: 
Principio da territorialidade: (Regra) Define que a lei local se aplica a todos os crimes ocorridos no território nacional, independente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico lesado, respeitando limites de tratados, convenções e regras internacionais (CP: art. 5º, §§ 1º e 2º). Está ligado ao próprio princípio da soberania do Estado, pelo qual ele detém o monopólio do poder nos limites de seu território. Por território, no sentido jurídico, deve-se entender todo o espaço em que o Brasil exerce sua soberania:
Os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais.
O mar territorial brasileiro (faixa que compreende o espaço de 12 milhas contadas da faixa litorânea)
Todo espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional.
As aeronaves e embarcações, brasileiras privadas em qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro, embarcações públicas onde quer que se encontrem.
Principio da extraterritorialidade: Extraterritorialidade é o fenômeno pelo qual a lei penal brasileira se aplica a fatos ocorridos fora do território nacional, isto é, em locais submetidos à soberania externa ou mesmo em territórios em que país algum exerce seu poder soberano. Embora o fato tenha ocorrido fora do Brasil, nossa lei será aplicada por algum juízo ou tribunal pátrio. Entende-se que a Justiça competente para o processo e julgamento nos casos de extraterritorialidade da lei penal é a Justiça Federal.
Principio da Representação ou Bandeira: Trata-se de um princípio subsidiário, e, quando houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem deveria reprimir, aplica-se a lei do Estado em que está registrada a embarcação ou a aeronave ou cuja bandeira ostenta aos delitos praticados em seu interior. Os navios de guerra e às aeronaves militares, são considerados parte do território nacional, mesmo quando em Estado estrangeiro. Assim, às infrações penais neles cometidas aplicam-se as leis brasileiras, se brasileiros forem os navios ou as aeronaves.
Principio real, da defesa ou de proteção: Estende a aplicação da lei para fora dos limites do território se o bem lesado for da nacionalidade do Estado, independente da nacionalidade do infrator, a fim de proteger bens jurídicos considerados essenciais (CP: art. 7º, I), bem como os interesses do Estado além-fronteiras.
Principio da nacionalidade ou personalidade: Aplica-se a lei penal da nacionalidade do agente, independentemente de onde ocorreu o delito, pois ao nacional é exigido que cumpra a lei de seu país, mesmo estando no estrangeiro. Considera-se tanto a personalidade ativa, levando em conta a nacionalidade do autor do delito (CP: art. 7º, II, b), quanto a personalidade passiva, pela nacionalidade da vítima (CP: art. 7º, § 3º). Isso visa combater a impunidade de agentes nacionais se eles não forem atingidos pela lei do estrangeiro, onde o delito ocorreu.
Principio da universalidade: A lei penal deve ser aplicada a todos, onde quer que estejam. Isso é viabilizado através da cooperação entre estados, permitindo a punição do agente por qualquer Estado para crimes que forem objeto de tratados e convenções internacionais. Aplica-se a lei penal do Estado onde o agente se encontrar, independentemente de nacionalidade do autor ou do bem jurídico lesado (CP: art. 7º, II, a), considerando que o crime é um mal universal que todos os estados têm interesse em coibir.
Lei penal em relação às pessoas: Seguindo regras e convenções internacionais, o Brasil concede imunidades diplomáticas em seu território, bem como imunidades parlamentares, segundo normas de direito público interno. Estas imunidades não estão relacionadas à pessoa em si, mas são dadas em função do cargo que exercem.
Imunidade formal: Tem caráter processual, portanto a imunidade formal não é submetida a ato processual.
Imunidade material: Tem caráter de matéria, portanto a imunidade material não é submetida a lei penal.
Imunidade diplomática: A imunidade diplomática limita o princípio da territorialidade e concede privilégios a representantes diplomáticos de outros países. De acordo com a Convenção de Viena, adotada pelo Brasil, o diplomata está imune à nossa legislação penal, estando sujeito à lei do país que representa. No entanto, o Estado representado poderá renunciar a esta imunidade, dependendo do caso. Além de representantes diplomáticos, esta imunidade se estende agentes e funcionários de organizações internacionais como a ONU e a OEA, quando em serviço, incluindo seus familiares, excluindo empregados particulares.
Imunidade parlamentar: Embora, não seja uma exceção ao princípio da territorialidade, aos membros do Poder Legislativo, para assegurar o exercício de seus cargos com liberdade e independência, a Constituição garante-lhes prerrogativas como a imunidade penal. Ela decorre da função exercida, não se estende a mais ninguém, e pode ser de duas espécies: material ou formal. Protege o parlamentar em razão de suas ações no exercício de seu mandato, seja por suas opiniões, palavras ou votos. Ela ocorre desde a diplomação até o fim do mandato do parlamentar.
Imunidades as funções relacionadas a justiça: Juízes, advogados, Ministério Público, possuem imunidades pois atuam na jurisdição do estado e tem imunidade nos crimes de palavra. 
Deportação: É a entrada do estrangeiro de modo irregular, no território nacional, bem como a entrada regular, cuja estada se tornou irregular, ensejando sua deportação. Quando é concedido algum tipo de visto (de trânsito, turista ou temporário) ao estrangeiro e ele, irregularmente descumpre os limites que lhe foram fixados a permanecer no País será cabível a deportação. O Ato de deportação é um ato administrativo discricionário de competência da Policia Federal. Quando um estrangeiro enquadra-se numa das hipóteses previstas em lei para a deportação, os agentes federais estão aptos a deporta-lo sem necessidade de qualquer ordem judicial. Estrangeiro deportado não fica impedido de regressar novamente ao território nacional, pois não se trata de um ato com finalidade punitiva, mas apenas de regularização ao País. 
Expulsão: As hipóteses de expulsão são aplicadas quando a presença do estrangeiro em território nacional for consideradonocivo ao convívio social. O ato de expulsão é um ato privativo de processo administrativo que cabe ao Presidente da Republica, não podendo ser praticado por agentes federais. Para ser decretada a expulsão de um estrangeiro, dever haver um processo administrativo que tem curso no âmbito do Ministério da Justiça, em que lhe é assegurado o principio da ampla defesa. O estrangeiro expulso do País trás a proibição de retornar ao território nacional, onde seu retorno só será permitido se editado um novo decreto revogando o anterior que o expulsou. 
Extradição: É caracterizado como um pedido de um Estado para o outro, como entrega de um individuo, que em seu território deva responder a um processo penal ou cumprir pena, a ser apreciado no âmbito do poder Judiciário. Só ocorre quando há pratica de crime no exterior, assim se o individuo sofrer qualquer condenação civil não poderá ser solicitada sua extradição, somente condenação penal. O pedido de extradição só poderá ser deferido pelo governo brasileiro se houver tratado entre os dois Estados, havendo promessa de reciprocidade.
É proibida a extradição de brasileiro nato, não existindo qualquer exceção para a regra. Quanto ao naturalizado, existem algumas exceções, quais sejam, pode ser extraditado por crime comum praticado antes de sua naturalização, bem como o caso de comprovado envolvimento com trafico de ilícito de drogas. Quanto aos estrangeiros é vedado a extradição apenas quando forem acusados de crimes políticos ou de opinião. 
O pedido de extradição passiva segue três fases, a primeira administrativa que é a recepção do pedido em âmbito do executivo, a segunda é a judiciário, e a terceira é a efetivação da medida realizada no âmbito do poder executivo. A extradição ao contrário da expulsão, NÃO impede o retorno do individuo ao Brasil. Classificação da extradição:
- Processual: Investigação para saber se há legitimidade no processo.
- Executada: O País o qual irá realizar a extradição precisa analisar se o processo foi justo, isto é, o principio da ampla defesa e juiz competente. 
- Extradição Voluntária: Extraditando aceita ser extraditado. No Brasil não existe extradição voluntária.
- Extradição Compulsória: Extraditando não aceita ser extraditado, porém, não há escolha, este necessita obrigatoriamente ser extraditado. 
Conflito aparente de normas: O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras tipificando o mesmo fato, porém, apenas uma norma é aplicada à hipótese. Daí podem ser tirados alguns elementos para a existência desse conflito: unidade do fato; pluralidade de normas; aparente aplicação de todas essas normas ao mesmo fato; e efetiva aplicação de apenas uma delas. Para solucionar esse problema são usados princípios que conseguem obter a solução no caso concreto, afastando as normas incidentes e indicando as normas penais que verdadeiramente são aplicáveis à situação, afastando, assim, o bis in idem.
- Requisitos: Unidade de conduta e pluralidade de normas.
- Solução: Aplicação de algum dos seguintes princípios:
Principio da Especialidade: O princípio da especialidade revela que a norma especial afasta\derroga a incidência da norma geral, sempre que no caso concreto todos os elementos que compõe a norma especial se fizerem presentes ao caso concreto. Lei especial é aquela que contém todos os requisitos da lei geral e mais alguns, chamados especializantes, esses elementos especializantes são temporais, psíquicos e meios de execução. 
- Um exemplo disso é o art. 123 do Código Penal (infanticídio) em relação ao art. 121 (homicídio), pois aquele possui especializantes em relação à vítima (o próprio filho), ao estado (puerperal) e ao tempo (durante o parto ou logo após). O aplicador irá analisar todos os elementos especializantes para se aplicar a lei especial. 
Princípios da Consunção: Ocorre uma relação consuntiva quando o agente, para realizar um determinado crime (atingindo uma finalidade especifica), precisa praticar comportamentos que, em si, são crimes autônomos. Nesse caso esses crimes são apenas os meios de realização de um crime-fim. Portanto, comporta nesse principio que o crime-fim comporta o crime-meio, consequentemente, o crime-meio fica consumido pelo crime-fim. 
- Um exemplo é o crime de lesão corporal meio necessário para se praticar um homicídio. Portanto, engloba-se dois crimes de lesão corporal e homicídio, entretanto, a pessoa somente é punida pelo crime de homicídio, pois o crime de lesão é englobado pelo crime de homicídio. Para se falar em consunção, somente é valido anteriormente do crime-fim, ou seja, aquele crime do qual foi o ultimo que se praticou obtendo tal resultado. Não há em que se falar de consunção quando se envolver crimes autônomos, pois um não consome o outro. 
Crime progressivo: Neste tipo há um só crime, desde o início deve haver uma única vontade, com pluralidade de atos de modo que a violação ao bem jurídico se intensifique ao longo da consumação destes atos. No crime progressivo, existe a figura do crime-meio e do crime-fim, pelo qual um dos delitos da série é o meio para se atingir um fim. É o caso do agente que tem a intenção de matar alguém e, de posse de uma arma de fogo, efetua disparos contra vítima. Assim, o homicídio (norma mais grave) “absorve”, “engole”, “consome” o disparo de arma de fogo (norma menos grave).
Progressão criminosa: Neste tipo, o agente, inicialmente, deseja praticar um crime e após cometê-lo, pratica outro crime de maior gravidade, configurando, assim, a pluralidade de desígnios (vontade). Por exemplo, agente pratica lesão corporal contra a vítima de modo a deixá-la desacordada. Não satisfeito, pega uma faca e apunhala no peito da vítima causando-lhe a morte. Por fim, oportuno anotar a distinção apontada por Capez entre progressão criminosa e crime progressivo, a saber: "distingue-se do crime progressivo, porque, enquanto neste há unidade de desígnios (desde logo o agente já quer o resultado mais grave), na progressão criminosa ocorre pluralidade de elemento subjetivo, ou seja, pluralidade de vontades (inicialmente quer um resultado e, após atingi-lo, muda de ideia e resolve provocar outro de maior gravidade)”.
Principio da Subsidiaridade: Significa secundário. Ocorre quando um mesmo bem jurídico pode ser violado com diferentes graus de gravidade para determinar o resultado. A fim de atender o principio da proporcionalidade o legislador cria diferentes tipos penais para proteger o bem jurídico conforme seu grau de gravidade. E assim, criam-se as formais mais graves em tipos penais mais circunstanciadas e crimes menos graves em tipos penais menos circunstanciados. São chamados de normas primárias e normas secundárias. Circunstancia é tudo aquilo que agrega a norma.
Primária: Existem mais elementos mais graves, e possuem mais circunstancias, sendo mais difícil de adequar.
Secundária: Existem menos elementos menos graves, e possuem menos circunstancias, sendo mais possível sua aplicação. Aplicando este principio você irá afastar a norma primária e aplicar a norma secundária caso não possua no delito todas as circunstancias previstas no principio 1º.
Taxita: O artigo, embora não se referindo expressamente ao seu caráter subsidiário, somente terá aplicação nas hipóteses de não ocorrência de um delito mais grave que, neste caso, afastará a aplicação da norma subsidiária. 
Expressa: O próprio legislador diz no texto da norma secundária que ela será aplicada se o caso não se molda a um crime mais grave. Ou seja, própria lei faz a sua ressalva, deixando transparecer seu caráter subsidiário. Ex.: art. 132, do CP, que será aplicado somente se a conduta não constituir crime mais grave.
Introdução à teoria do crime
Funções:
- Instrumental: Instrumento de sistematização e organização do que é crime, sendo um suporte teórico para um caso concreto.
- Garantista: Limitativa pela dogmática, sendo o que serve ou não para a intervenção.
- Critica: Interpretar e analisar todos os elementos que constituemo crime por meio de princípios e regras, sendo a analise sobre o que deve ou não entrar no conceito de crime. 
Conceito Formal: Se importa com que o legislador descreve como infração penal, sem se preocupar com a lesividade da conduta. Ex: Furto de um objeto de valor significativo é tão criminoso quanto o furto de um objeto de pequeno valor. Está associado com o principio da legalidade ou reserva legal. Crime é ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena. 
Conceito material: Seria todo o comportamento humano que propositada ou descuidadamente lesa ou expõe a perigo de lesão determinado bem jurídico penalmente relevante. Crime é a violação de um bem jurídico penalmente tutelado.
Propositadamente: Significa a existência do dolo.
Descuidadamente: Significa negligencia, imprudência, imperícia = Culpa.
Lesa ou expõe: Significa tentativa.
É necessário que haja lesão ao bem jurídico.
Conceito analítico: Sob aspecto jurídico, analisa o crime por meio de um estudo de seus elementos estruturais. Crime é fato típico, ilícito e culpável. 
	FATO TIPICO
	ILICITUDE: Contrário às normas jurídicas
	CULPABILIDADE
	Elementos
	Causas de exclusão da ilicitude 
	Imputabilidade
	Conduta
	Estado de Necessidade
	Não imputáveis = Por doença metal, menoridade, embriaguez, dependente químico.
	Resultado
	Legitima Defesa
	Se for inimputável não há crime
	Nexo de causalidade
	Estrito cumprimento do dever legal
	O quesito culpabilidade depende do doutrinário, para que seja considerado crime.
	Tipicidade
	Exercício regular do direito
	
	
	Art 23 ao 25 CP
	
 
 Fato Típico: É o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca, em regra, um resultado, sendo previsto pela lei como infração penal. 
Conduta é toda ação ou omissão humana, dolosa ou culposa.
Resultado é a modificação no mundo exterior causado pelo comportamento humano.
Nexo de causalidade é a relação de causa e efeito entre conduta e o resultado.
Tipicidade é a adequação perfeita entre o fato natural, concreto e a descrição contida na normal penal incriminadora. 
SE FALTAR UM DESSES QUATRO ELEMENTOS, NÃO É CONSIDERADO CRIME.
Culpabilidade: É a possibilidade de alguém ser punido pelas práticas de um fato descrito como crime.
Maior de idade e incapaz (Inimputável). 
Potencial consciência da iliticitude (Mínima capacidade de entendimento).
Exigibilidade da conduta diversa.
Conduta: É ação ou omissão consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. Existem três teorias:
Teoria Casual (Naturalista): O fato típico se caracteriza basicamente pela existência de um resultado previsto como crime em decorrência de um comportamento, de um movimento voluntário, como se tratasse de um procedimento mecânico (baseado na relação de causa e efeito entre ação e resultado).
Teoria Finalista: É a atividade final humana e não um comportamento simplesmente casual. Todo comportamento humano tem uma finalidade. Dolo e culpa devem ser avaliados no fato típico e não na culpabilidade, sendo assim, não estando presente o dolo, nem a culpa, trata-se de um comportamento penal irrelevante (por atipicidade do fato).
Teoria Social: O crime é um comportamento humano socialmente relevante. Esta teoria se relaciona com os princípios. Ex: Furto de uma caneta, jogo do bicho. 
Classificação dos Crimes
Crime Comum: É o que pode ser praticado por qualquer pessoa, este tipo penal não exige qualificação do agente para ser praticado determinado crime. Exemplo: Lesão corporal, furto, estelionato.
Crime Próprio: São aqueles que exigem ser o agente portador da capacidade especial. O tipo penal limita o circulo do autor, que deve encontra-se em uma posição jurídica, como funcionário público, médico, mãe da vitima. Portanto, só pode ser praticado por quem detenha uma qualidade especial exigida pelo tipo penal. Exemplo: Crime de infanticídio. 
Crimes Especiais: São definidos no Direito Penal Especial. Crime que pressupõe no agente uma particular qualidade ou condição pessoal, que pode ser de cunho social. 
Crime de mão própria: Distinguem-se dos delitos próprios porque estes não são suscetíveis de ser cometidos por um número limitado de pessoas, que podem, no entanto, valer-se de outras para executá-los, enquanto nos delitos de mão própria – embora passíveis de serem cometidos por qualquer pessoa – ninguém os pratica por intermédio de outrem. Como exemplos têm-se o de falsidade ideológica de atestado médico e o de falso testemunho ou falsa perícia.
Crimes Unissubsistente: É o que se perfaz com um único ato, ou seja, é aquele cuja a conduta não pode ser divida, não dando para fracionar este crime, pois não existe a chamada tentativa, o crime se consome ou não há crime. Exemplo: Injuria.
Crimes Plurissubsistente: É aquele que exige mais de um ato para sua realização, ou seja, aquele cuja ação pode ser fracionada, e portanto admite a chamada tentativa, diferentemente do crime unissubsistente. Pode-se responder pela tentativa do crime mesmo após o crime não ter sido consumado. Exemplo: Estelionato. 
Crime unissubjetivo: É aquele cujo crime não exige mais de uma pessoa para a execução. Admite o concurso de pessoas, entretanto, esta pratica é eventual. 
Crime plurissubjetivo: É aquele cujo crime é necessário o concurso de pessoas, pois da para se praticar sozinho. É essencial mais de uma pessoa para ser praticado e consumado o crime. Exemplo: Racha, brigas, associação de pessoas.
Crime Material: Há necessidade de um resultado externo à ação, descrito na lei, e que se destaca lógica e cronologicamente da conduta. Só se consuma uma mudança no mundo dos fatos, é crime de resultado naturalístico. Para ser consumado o crime, necessita haver mudança no mundo dos fatos. Exemplo: Homicídio, roubo, furto.
Crimes Formais: Não há necessidade de realização daquilo que é pretendido pelo agente, e o resultado jurídico previsto no tipo ocorre ao mesmo tempo em que se desenrola a conduta. A lei antecipa o resultado no tipo; por isso, são chamados crimes de conduta antecipada. Portanto, não se exige resultado naturalístico para estar consumado. Consuma-se com a mera pratica da conduta típica.  Exemplo: Ameaça.
Crime de Dano: Só se consuma com a ofensa do bem jurídico tutelado pelo Estado. Não se exige resultado naturalístico. É caracterizado um crime de dano sem alterar o mundo dos fatos, mas oferece a ofensa ao bem jurídico tutelado. Exemplo: Crime de injuria. 
Crime de perigo: Consuma-se com a mera criação ou com o incremento de um perigo ao bem jurídico tutelado. Dividindo-se em:
- Crime de perigo abstrato: A lei presume que a mera conduta praticada da conduta já gera perigo, considerando as regras da experiência. Exemplo: Porte ilegal de armas, dirigir embriagado.
- Crime de perigo concreto: Exige a percepção de que da conduta surge o perigo, e ela é deduzida da própria descrição do tipo penal. 
Crime Instantâneo: É aquele que, uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga. Isso não quer dizer que a ação seja rápida, mas que a consumação ocorre em determinado momento e não mais prossegue. Dividindo-se em: 
- Crime instantâneo de efeito não permanente: O resultado se consuma, mas pode ser revertido.
- Crime instantâneo de efeito permanente: O resultado consumado não pode ser revertido.
Crime permanente: A consumação se prolonga no tempo, dependente da ação do sujeito ativo. Portanto, há um momento acumulativo e esse momento se prolonga no tempo por vontade do agente. Exemplo: Cárcere privado. Dividindo-se em:
- Crime necessariamente permanente: A consumação exige a manutenção da conduta por um determinado tempo. Exemplo: Sequestro.
- Crime eventualmente permanente: Crime instantâneo. 
Crime Simples: É o tipo básico, fundamental, que contém os elementos mínimos e determina seu conteúdo subjetivo sem qualquer circunstância que aumente ou diminua sua gravidade. Sendo assim, a conduta se amolda ao tipo penal que descreve uma única ação, contendo apenas um verbo. Exemplo: Há homicídiosimples, furto simples. 
Crime de ação múltipla: Tipo penal contempla mais de um verbo, caracterizando-se mais de uma ação. Portanto, diz que há crime doloso quando o agente quer o resultado (dolo direto) ou quando assume o risco de produzi-lo (dolo eventual). Na hipótese de dolo direto, o legislador adotou a teoria da vontade e, no caso de dolo eventual, consagrou-se a teoria do assentimento. 
Crimes dolosos: O agente quis o resultado lesivo ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual).
Crime culposo: No Crime Culposo, o agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado, mas a ele dá causa, nos termos do art. 18, II, do CP, por imprudência, negligência ou imperícia. Sendo assim, o agente sabe o que faz, realiza determinada ação sem atentar aos deveres objetivos de cuidado, mas não quer e nem assume o risco de produzir um resultado lesivo. Acredita levianamente que detém domínio da situação, e que por isso pode impedir um resultado lesivo. Esse resultado, porém, advêm de negligencia, imprudência e imperícia. 
Crime Preterdoloso: É apenas uma das espécies dos chamados crimes qualificados pelo resultado. Estes últimos ocorrem quando o legislador, após descrever uma figura típica fundamental, acrescenta-lhe um resultado, que tem por finalidade aumentar a pena. O resultado vai além do dolo do agente. Ex: O agente desfere um soco na vítima, apenas com a intenção de agredi-lo fisicamente, porém, a vítima sofre uma hemorragia e vem a óbito.

Outros materiais