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_Resumo_Fundamentos_Socioantropologicos_da_Educao.pdf

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1 
 
Ementa da Disciplina 
 Analisar o fenômeno educativo, compreendendo-o como atividade humana 
por excelência, a partir de seus fundamentos sociais e culturais. 
 A partir disso: 
 • a educação como processo histórico, cultural e socialmente construído. 
 • a influência do pensamento sociológico e antropológico sobre o fenômeno 
educativo e as correntes pedagógicas 
 • problemas e desafios da educação contemporânea Organização da Disciplina 
 Aula 1– A educação como fenômeno humano, social e cultural 
 Aula 2 – Temáticas contemporâneas: multiculturalismos e interculturalidade 
 Aula 3 – Revisão 
 Aula 4 – Concepções clássicas da sociologia e sua correlação com a educação 
 Aula 5 – Tendências pedagógicas e suas bases socioculturais 
 Aula 6 - Revisão A Educação como Fenômeno Humano, Social e Cultural 
 
Organização da Aula 
 
Introdução: 
 
A sociedade é o fundamento primordial do ser humano. O fundamento do ser social, 
ou seja, do homem em sociedade é o trabalho. 
Ao constituir a sociedade com base no trabalho, os homens, ao mesmo tempo, 
construíram o que se chama de cultura. 
O homem em sociedade cria, pelo trabalho coletivo, um mundo à sua imagem e 
semelhança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 Aula 1– A educação como fenômeno humano, social e cultural 
 
O processo educativo, é justamente a ação socialmente construída de 
transmissão dos conhecimentos de uma geração as demais que surgem, 
essencial para a perpetuação da humanidade e veículo de humanização. 
 
Cada indivíduo apropria-se daquilo que é produto do trabalho humano e expresso 
nos conteúdos da cultura, da arte, da linguagem, da técnica e tecnologia, assim 
como da história, da política, da economia, etc. 
 
 
 Compreender a educação como um processo de humanização 
 Debater a relação educação e cultura 
 Verificar como a educação e a escola atuam como importantes mecanismos de 
sociabilização dos indivíduos . 
 
Durkheim não é somente o “pai da sociologia”, mas também o pioneiro da 
sociologia da educação. 
Durkheim: com relação ao fato social: é objetivo, exterior ao indivíduo e transmitido 
pela educação. 
Durkheim: o indivíduo, ao nascer, encontra prontas as regras sociais, as normas de 
convivência, as tradições e as relações sociais, assim como os valores e crenças. 
Estas são impostas como algo superior ao indivíduo, reatando a única alternativa é 
que se adaptem a essas regras, valores, normas e relações sociais. 
 
Coerção---------- Sanções Sociais -----------Implícitas, Explícitas, Pela Legislação. 
 
Implícita – desprezo 
Explícitas – nas reações de adversidade dos outros diante de uma situação 
diferente 
Pela legislação – cabendo neste caso, sanções violentas, como a retirada da 
liberdade. 
 
3 
 
Durkheim: conceitua fato social como “toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível 
de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então, ainda, que é geral na 
extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independe das 
manifestações individuais que possa ter.” 
 
Não interessam as manifestações individuais dos fatos sociais, mas apenas as 
coletivas. Ações individuais como o impulso ao casamento, ao suicídio, à natalidade. 
 
O fato social não é explicado pelas manifestações particulares. 
 
O fato social, constitui imposição de valores, crenças, hábitos, normas e regras 
sociais constituídas independemente da ocorrência e da vontade individual. 
A educação como um motor da coerção social. Toda educação consiste num esforço 
contínuo para impor as crianças maneiras de ver, de sentir e de agir às quais elas 
não chegariam expontâneamente. A educação como impositora de valores, 
“imposição” para perpetuação da sociedade. 
 
Durkheim: a consciência coletiva pode ser definida como o “ conjunto das crenças e 
dos sentimentos comuns à média dos membros da mesma sociedade que forma um 
sistema determinado com vida própria”. 
A ação de cada um para melhorar a sociedade objetiva melhorar a si mesmo. 
Solidariedade mecânica: mais simples, marcada pela semelhança social entre os 
homens, que patilham uma consciência comum no que se refere aos modos de 
pensamentos, crenças, etc. (comunidades rurais). 
Solidariedade orgânica: sociedades mais complexas, em que a divisão social do 
trabalho social é amplamente disseminada, diferenciando indivíduos e grupos pelas 
suas funções sociais, tais como o corpo humano. (Sociedade capitalista). 
 
Na sociedade capitalista, o trabalho torna-se mais complexo e gera a necessidade 
de cooperação, necessidade de especialistas. 
 
Os laços sociais da sociedade capitalista são mais elásticos e as relações sociais 
não são apenas relações coercitivas, mas também de interdependência entre os 
indivíduos e grupos. 
4 
 
 
Conviver com a diferenças. A solidariedade orgânica e a divisão do trabalho na 
sociedade leva ao individualismo. 
 
Funções da educação: 
1- Função acadêmica: socialização das crianças, adaptação das novas 
gerações, construções intelectuais. 
2- Função distributiva: educação passa a ter um papel de seleção social (status 
social e educacional) 
3- Função econômica: capital humano, maior escolaridade, maior a 
produtividade do trabalhador, o que resulta em uma maior igualdade na 
distribuição de renda na sociedade. Produtividade e competividade. 
4- Função política: alinhar e fortalecer a convivência social. Não estimular os 
indivíduos à crítica do sistema social. 
 
Durkheim: educação de uma forma diferenciada para diferentes papéis sociais, 
educa-se uma elite e civiliza-se o conjunto das massas. É uma ilusão acreditar que 
podemos educar nossos filhos como queremos. 
 
Luzuriaga, a transmissão daquilo que existe de uma geração a outra pela linguagem 
é uma das mais importantes características distintivas do homem em relação aos 
animais. 
 
Libâneo, separou a educação em educação intencional e não intencional: 
Educação: 
 Formal - escola 
Intencional 
 Não Formal – Igrejas, sindicatos, movimentos sociais 
 
 
Não Intencional --- Informal -- Influências de idéias, valores e práticas 
 
Libâneo, fundador da pedagogia crítico social dos conteúdos. 
 
5 
 
Educação na sociedade capitalista: 
 
CapitalismoModo de produçãoSistema de ---------- Desenvolvimento das 
 Relação de poder forças produtivas 
 
 
Segundo Marx, chamou de cooperação- a primeira forma de produção capitalista do 
século XIV. 
 
Em síntese, o que caracteriza o capitalismo é o uso do capital na exploração da mão 
de obra para a geração da mais-valia na produção de mercadorias e seu 
desenvolvimento no mercado. 
É possível traçar as funções da educação no âmbito do sistema capitalista, partindo 
da divisão de classes, fundamental entre os que possuem privadamante os meios de 
produção e os que nada possuem a não ser a força de tralhado para vender no 
mercado. (Melo; Urbanets, 2008). 
 
Segundo Saviani: 
Educação no mundo antigo. 
Educação dos homens livres: centrada nas atividades intelectuais, na arte da 
palavra e nos exercícios físicos de caráter lúdico e militar. 
Educação dos escravos e serviçais: assimilada ao próprio processo de trabalho. 
 
A educação dos homens livres deu origem a escola. A palavra escola deriva do 
grego e significa, etimologicamente, o lugar do ócio, tempo livre. Era pois, o lugar 
para onde iam os que dispunham de tempo livre. 
 
Com a revolução industrial, a educação tornou-se uma questão de Estado, o qual 
passou a se responsabilizar pela formação dos trabalhadores para a produção,numa clara parceria e compromisso dos governantes com as classes dominantes. 
Dessa forma o Estado começou a promover uma educação adaptativa ao invés de 
emancipatória para as classes trabalhadoras. 
 
 
6 
 
Cultura: 
 
Como ser “racional”, o homem produziria cultura e, portanto, as técnicas, as artes, os 
costumes que poderiam envim, ser reproduzidos pela linguagem, ou, então, 
conteúdos que poderiam ser ensinados aos mais novos. 
Aos animais, restaria ao instinto, que é o limite orgânico e genético. 
 
Marcos culturais: 
1ª guerra mundial – noção de cultura para noção de culturas com o avanço dos 
estudos antropológicos. 
2ª guerra mundial – a antropologia ficou impossibilitada de explorar as sociedades 
isoladas. 
Cultura como um elemento diferenciador da prática humana em relação aos animais, 
prática esta que produz o que chamamos de cultura material, mas também que 
produz as tradições do grupo, as regras sociais e, inclusive, a influência na 
configuração dos indivíduos pertencentes a determinada sociedade; é também 
identitário, homogeneidade de grupo. Também é identitária é oposto a 
diferenciadora, aquilo que produz contraste entre “eu” e o “outro”. 
 
Cinco operadores da cultura descritos por Laraia: 
1- A cultura condiciona a visão de mundo 
2- A cultura interfere no plano biológico 
3- Participação dos indivíduos na cultura 
4- A cultura apresenta uma lógica própria 
5- A cultura é dinâmica 
 
Mudanças na cultura descrito por Laraia: 
1- Interna, que é o resultado da dinâmica da própria sociedade e que pode se 
dar de forma mais lenta. 
2- Externa, resultante dos contatos entre sociedades, como, por exemplo, o 
contato dos indígenas com os brancos, que resultou em mudanças bruscas 
ou no extermínio cultural. 
 
7 
 
A característica humana é por excelência ser um ser social, fadado a viver em 
sociedade, depender dos outros, aprender com os demais, especialmente 
com os mais velhos. 
Socializar um indivíduo é adaptá-lo à vida em sociedade. 
 
Socialização primária, a família como agente social, é o processo de 
transformação da criança em ser social. A socialização secundária é o 
processo específico de adaptação aos diversos meios sociais específicos, 
como é o caso da escola. 
 
O determinismo geográfico e biológico que classificam culturas em inferiores 
e superiores são equivocados e preconceituosos, já esteve em voga no Brasil 
– Faz parte da idéia errada de que uma matriz europeia e tomo o clima frio 
como ideal para o desenvolvimento da cultura. 
 
 
 
 
 
 
 
 Contextualização 
 Educação e Humanização 
 Nós já nascemos humanos? 
 Ou melhor, existe uma natureza humana inata a cada um de nós? 
 Saviani (2010, p. 11) 
 • A natureza humana não é dada ao homem, mas é produzida sobre a base da 
natureza biofísica 
A ação dos animais e vegetais é sempre a mesma, cada animal está adaptado a um 
ambiente em que vive, e a mudança de ambiente do animal pode leva-lo a morte. A 
natureza humana é processual e adaptativa. 
 Vídeo 
 Primeiro Engenheiro – 2001 – Uma Odisseia no Espaço. 
 Disponível em: <https://www.youtube.com/w atch?v=gOmBcTNZyZI>. 
8 
 
 O ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades 
humanas é o que conhecemos sob o nome de trabalho 
O trabalho carrega intencionalidade, tudo é intencional. 
 Melo (2011) • O trabalho com fundamento do ser social, isto é, do homem em 
sociedade 
 “Trabalho educativo: é o ato de produzir direta e intencionalmente em cada 
indivíduo singular a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo 
conjunto dos homens.” (SAVIANI, 1991, p. 21). 
 
Na concepção humana começa-se ensinar matemática a criança pela soma, ao 
passo que em comunidades indígenas começa ensinar matemática pela divisão. 
Caracterizando a intencionalidade na educação. 
 
Nosso mundo muda pelo trabalho e nós também mudamos pelo trabalho. O 
nosso trabalho também nos condiciona a forma de ver o mundo. O advogado 
fala juridiquês, alterando a formação dos próprios filhos dos advogados. 
 
O homem não nasce sabendo ser homem. 
A produção do homem (humanização) é, ao mesmo tempo, a formação do homem, 
isto é, um processo educativo. 
O homem necessita aprender a ser homem. 
 
A essência humana é um feito humano. É um trabalho que se desenvolve, ao longo 
do tempo: é um processo histórico. 
 
Na comunidade primitiva, a educação era plenamente identificada com o processo 
de trabalho. A criança acompanha o pai no trabalho e aprende o processo. 
 
A divisão dos homens em classes provocou também uma divisão da educação. As 
pessoas são mais ou menos valorizadas de acordo com a profissão, um pedreiro 
ganha muito menos que um dentista. O trabalho faz ser o que o indivíduo é. 
 
9 
 
 Se a humanização passa pela apropriação dos produtos sociais existentes, é 
possível afirmar que, em nossa sociedade, todos os indivíduos são igualmente 
humanizados? 
 
 Uma resposta afirmativa pressuporia condições equitativas no acesso a tais 
produtos. Fato que não se confirma 
 Risco: tomar tal questão acriticamente pode nos levar à perigosa classificação 
hierárquica dos sujeitos (“mais” e “menos” humanos) Duarte (1993) 
 
 • Individualidade em si 
 
 • Formação omnilateral (oposto a formação unilateral) 
 
 Conceitualização 
 Relação entre Educação e Cultura 
 O que é cultura? 
 Criação humana, produtos materiais (objetos, construções) e imateriais 
(ideias, costumes, crenças, modos de vida etc.) . 
 
Cultura é tudo aquilo criado para melhorar as condições de vida, alimentação, 
maneira de vestir, idioma, obras artísticas, livros... é tudo aquilo que 
identificamos como um problema e tentamos resolver. 
 
É qualquer coisa que o homem produziu que não é natural. Tudo aquilo que foi feito, 
desde uma enxada até uma obra de arte como a monalisa. 
 
“Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana. Uma aranha executa 
operações semelhantes a de um tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao 
construir uma colmeia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que 
ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do 
processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na 
imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual 
opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual 
10 
 
constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua 
vontade”. (Karl Marx) 
Uma teia de aranha, uma colmeia será feita da mesma maneira amanhã e daqui a 
50 anos. A obra do homem não, as obras serão diferentes. 
 
 Sociologia da cultura 
 • Kultur X civilização 
 • Grande cultura 
 • Vestígios materiais 
 
 Antropologia “Clássica” 
 • Cultura X natureza 
 • Povos “primitivos” 
 • Sentido evolutivo (cultura civilização) 
 
 Antropologia (Leví-Strauss, Geertz) 
 • Não apenas cultura X natureza 
 • Plural e multifacetada (culturas) 
 • Compõe identidade(s) 
 • Delimita alteridades 
 
 Assinala as diferenças e similitudes de diversos indivíduos no mesmo espaço, 
como o território nacional ou, em nosso caso específico, o escolar 
 
 A cultura deve ser compreendida como um elemento dinâmico. Seus valores não 
são estáticos, mas encontram-se em contínua transformação 
 
Homem – vive em sociedade/ transmite conhecimentos = cultura (processo 
nunca linear) 
A compreensão da diversas faces da cultura dá-se pela ciência - produção 
sistematizada de conhecimento,nós somos cientistas sociais, estamos pesquisando 
a educação. Estudamos os conhecimentos históricos para poder reproduzir e inovar 
no nosso cotidiano. 
11 
 
Relações de poder, está ligado as possibilidades de inovações e modificações no 
sistema atual quando tratamos de modificar ou propor novas idéias para a 
educação. 
“A criação da cultura e a criação do homem são na verdade duas faces de um só e 
mesmo processo [...]”. (Pinto, 2008, p. 122). 
Conhecer aquilo que foi produzido historicamente e produzir com melhor qualidade 
ampliar aquilo que foi feito. Essa ideia de produzir e criar faz parte de um mesmo 
processo. 
 
 Cinco operadores da cultura (LARAIA, 2001) 
 1. Condiciona nossa visão de mundo - em função daquilo com que nós nos 
preocupamos, que gera uma certa orientação da realidade. As preocupações de um 
advogado, de um dentista, de um professor são diferentes. Logo cada um tem uma 
visão de mundo. 
 2. Interfere no plano biológico – nos nossos gostos, nossa fala, no que nós 
comemos, no horário de dormir. 
 3. Participação dos indivíduos na cultura – quem faz parte, quem troca algo, quem 
tem acesso (ideia da exclusão), quem produz alguma coisa. 
 4. Apresenta uma lógica própria – cada cultura tem as suas respostas aos seus 
problemas. Resposta da cultura brasileira é diferente da cultura alemã. 
 5. A dinâmica cultural = cada cultura apresenta uma dinâmica própria enquanto os 
relacionamentos contínuos dos sujeitos participantes da cultura em função de certos 
processos e objetivos. 
 
Educação e Socialização 
 A característica humana por excelência é de ser um ser social 
 Socializar é adaptar o indivíduo à vida em sociedade 
 Envolve: hábitos, costumes, regras, comportamentos, linguagens etc. 
 
 Agentes sociais significativos (pais, professores, etc.). 
 
 Socialização primária: valores básicos da vida social, como a língua (família). 
 Socialização secundária: adaptação a meios sociais específicos (exemplo: 
escola) 
12 
 
“[...] o conteúdo que se transmite na educação é sempre alguma coisa que nos 
precede, nos ultrapassa e nos institui enquanto sujeitos humanos, pode-se 
perfeitamente dar-lhe o nome de cultura”. (FORQUIM, 1993, p.10) 
Logo: 
Somos aquilo que nos antecedeu, aquilo que nós fazemos, e aquilo que 
fazemos com aquilo que fizeram da gente. 
 
 Uma função de socialização fundamental da escola: mediar a aquisição e o 
domínio da linguagem escrita 
 Aspecto essencial em uma sociedade baseada na escrita 
 
 Aplicação Prática 
 Como as culturas podem influenciar no trabalho educativo no ambiente escolar? 
 Elas são compreendidas da mesma maneira pela escola? 
 Tais questões são perceptíveis também nos conteúdos privilegiados? 
 Hierarquias 
 • Cultura hegemônica – porque alguns padrões culturais passam a ser mais 
importantes e interessantes que outros. 
 • Compreensão de cultura como aspecto elitizado 
 • Negação da cultura popular e de outras variáveis – se não aproveitarmos o que 
o aluno traz para a sala de aula, e a partir disso construímos algo novo, a educação 
passa a ser menos produtiva 
 
Quanto aos conteúdos: “[... ] todos os professores e todas as escolas fazem 
seleções de um tipo ou de outro no interior da cultura.” (FORQUIN, 1993, p. 25) 
 
 “A escola não ensina senão uma parte extremamente restrita (pequena, reduzida, 
resumida) de tudo o que constitui a experiência coletiva, a cultura viva de uma 
comunidade humana.” (FORQUIN, 1993, p. 15) 
Educação formal e informal, educação primária e secundária. A educação formal da 
escola é muito pontual, muito do que o aluno vive está fora da escola. A internet por 
exemplo possibilita ao aluno já tem uma outra dinâmica, acontece em um outro 
momento. O que traz uma exigência ao educador de tratar os conteúdos em uma 
dinâmica que os tornem mais interessantes. 
13 
 
 Como educadores, assumimos o papel de agentes sociais significativos, de modo a 
influir tanto no processo de socialização quanto na percepção dos indivíduos sobre o 
mundo 
 Ainda que a escola estabeleça recortes no interior do universo cultural é nosso 
trabalho flexibilizá-las atentando o máximo possível para a pluralidade de culturas, 
especialmente dentro do ambiente escolar 
 Como destaca Dewey (1971), o professor é o responsável por organizar as 
experiências dos alunos 
 Os resultados do trabalho docente “não são necessariamente imediatos, mas sim 
prolongados pela vida toda.” (MELO, 2011, p. 75) 
 
Síntese 
Três pontos chaves: 
- Relação homem-natureza: uma relação mediada pelo trabalho – pelo trabalho dos 
outros e pelo nosso trabalho, que constrói a realidade e nos constrói como sujeitos. 
Trabalho tem que ser pensado como construtor de realidades, potencializador de 
elementos que nos tornam aquilo que nos somos. Nos transformam como sujeitos e 
coletividades. 
 
- Trabalho como dominação e como emancipação – Conotação positiva ou negativa. 
Negativa, trabalho como um peso, sacrifício. Positiva, como forma de melhorar como 
pessoa, melhorar o mundo, emancipação. Fazer o que os outros mandam ou pensar 
uma perspectiva de trabalho. 
 
- Cultura, socialização e educação: limites e perspectivas- ao mesmo tempo que 
elas imitam, tem as perspectivas de melhorar, de evoluir, modificar segundo nossos 
interesses e perspectivas. 
 
 Educação com um importante mecanismo de humanização 
 Transformação da ideia de cultura; sua percepção múltipla, diversa, dinâmica e não 
hierárquica 
 A escola como mecanismo de socialização e do educador como agente social 
mediador de experiências. 
 
14 
 
Capítulo 2 do livro base 
 
_ Analisar alguns conceitos e concepções-chave, como multiculturalismo, 
interculturalidade e etnocentrismo. 
 
 Contextualização 
 
 _ Como podemos perceber a pluralidade cultural no ambiente escolar? 
 _ Por que a temática da diversidade cultural ganhou visibilidade nas últimas 
décadas? 
 _ As diferenças são um problema? 
 
 Começando pela Segunda 
 _ Situações que transcendem as questões socioeconômicas e, em sua maioria, não 
podem ser explicadas somente por elas: racismo; homofobia; xenofobia; violências 
de gênero, religiosas, étnicas etc. 
 
Para Pensar 
 _ Experimento Revela que o Racismo é Mais Forte do que Todos Pensam 
 (LEGENDADO). Disponível em: <https://www.youtube.com/wa 
tch?v=Sq4z2Vq2K1w>. 
 
 Conceitualização 
 Focos 
 _ Multiculturalismo 
 _ Interculturalidade 
 _ Etnocentrismo 
 
Multiculturalismom: em geral é entendido como a luta pelo respeito ás 
diferenças e pela igualdade aos direitos sociais (Melo, 2011, p. 89) (origens e 
causas) não tem origem no meio acadêmico: 
 _ Traumas e debates Pós-Guerra (Holocausto; Descolonização da África) e também 
de alguns confrontos durante a Guerra Fria (exemplo: Vietnã). 
15 
 
 _ Lutas por direitos de diversos movimentos sociais discriminados ao longo do 
século XX 
 Alguns Casos Emblemáticos 
 _ Movimento Negro (EUA, 1960). 
 _ Feminismo 
 _ Maio de 1968 francês (Reforma Universitária/posições políticas libertárias) 
 _ Contracultura; movimento hippie. 
 _ Revolução sexual 
 
 Nos Planos Teórico e Epistemológico 
 _ Crise dos paradigmas macro-explicadores e de sua capacidade de contemplar as 
transformações verificadas na sociedade 
 _ Crise dos conceitos fixos de identidade e cultura 
 _ Ainda não se estabeleceu plenamente no meio acadêmico 
 Mas afinal o que é o multiculturalismo? 
 _ Em geral é entendido como a luta pelo respeito às diferenças e pela igualdade 
aos direitos sociais (MELO,2011, p. 89) 
 _ Uma característica do multiculturalismo que provém da sua gestação no cerne 
dos movimentos sociais é ser polissêmico (possui várias interpretações). 
 
 Multiculturalismo: 
 Diferentes Perspectivas 
 _ Assimilacionista 
 _ Diferencialista ou plural 
 _ Interativa ou intercultural – mais adequada 
 (CANDAU, 2008) 
 Assimilacionista 
 _ A priori: não existe igualdade na sociedade multicultural (quase hierárquico) 
 _ Cultura hegemônica (base dominante) – da qual todos deveriam participar que 
todos deveriam assumir seus conteúdos. 
 _ Não critica as bases da sociedade, mas as reforça e reproduz. 
 
 Assimilacionismo e Educação 
 _ Universalização da educação (um caminho único a todos) 
16 
 
 _ Caráter currículo monocultural, padrão mínimo e todos tem que seguí-lo. 
 _ Sistema escolar desconsidera as diferenças e assume um padrão cultural a ser 
assimilado pelos alunos 
“ No caso da educação, promove-se uma política de universalização da 
escolarização, todos são chamados a participar do sistema escolar, mas sem que se 
coloque em questão o caráter monocultural presente na sua dinâmica, tanto no que 
se refere aos conteúdos do currículo quanto às relaç~eos entre os diferentes atores, 
às estratégias utilizadas nas salas de aula, aos valores privilegiados,etc.” 
 
Hegemonia em Gramsci, definimos como o domínio e direção intelectual e moral 
de uma classe sobre a outra ou sobre a sociedade como um todo. Os aparelhos de 
hegemonia contribuem para esse fim, como a mídia, a escola, a justiça, as forças 
armadas, a religião, os sindicatos, etc. 
Luta contra-hegemônica: uma luta entre classes que querem tomar o domínio e a 
direção intelectual e moral, como, por exemplo, as lutas empreendidas pela classe 
trabalhadora. 
 
Diferencialista ou Plural 
 _ Opõe-se ao modelo anterior 
 _ Respeito às diferenças (excessivo), perigo da valoriazação excessiva criando os 
chamados guetos, grupos radicais. 
 _ Valorização de identidades e manutenção de matrizes culturais 
 
 Diferencialista e Educação 
 _ Currículos descentralizados 
 _ Visão essencialista de Identidade, problema de como se constitui uma identidade. 
 _ Risco: criação de guetos sociais e culturais (CANDAU) Perspectiva Intercultural 
 
Perpectiva Intercultural ou 
Multiculturalismo Interativo - Interculturalismo 
 _ Interação entre grupos culturais diferentes: Promoção do hibridismo Cultural, 
participa de 2 concepções de mundo diferenciadas, 2 identidades exemplo: uma 
mulher negra que milita no movimento negro e que participa do movimento 
feminista. Não significa que a pessoa faça parte exclusiva de uma única identidade. 
17 
 
 _ Concepção de cultura dinâmica, construção e reconstrução, sem negar suas 
raízes: Transformação das relações sociais e culturais, como ao longo do tempo 
podemos compreender estas dinâmicas, entender as relações que se dão nestas 
dinâmicas e a partir daí entender o impacto destas compreensões de mundo na 
área educacional e como estas concepções podem e devem ser trabalhadas. 
 _ Afirmação da hibridização cultural, como veículos da constituição de 
identidades culturais abertas, negação a pureza cultural que sempre resultou em 
processos extremamente violentos como o nazismo. 
- Consciência de que as relações socioculturais são, também, relações de 
poder: sempre há interesse, preocupação que dos ganhos simbólicos e de poder. 
Poder de grupos hegemônicos sobre grupos subalternos.. 
 _ A perspectiva intercultural não separa diferença e desigualdade e não reduz 
um ao outro, compromisso com a diferença e justiça social. (CANDAU, 2008). : 
desigualdade tem a ver com exclusão, alguém que sai perdendo no processo; 
diferença nem sempre incorre em desigualdade, apesar de diferentes ambos podem 
ser relevantes e importantes. 
 _ A falta de uma crítica à sociedade capitalista faz com que as diferenças se 
reduzam ou desapareçam, dando lugar a indiferença característica de nosso 
tempo (MELO, 2011, p. 93). 
Crítica a diferença de ganhos dos negros no Brasil, porque os negros ganham 
menos? O desinteresse por estas questões dão origem a indiferença. Fazem parte 
da manutenção do sistema capitalista, a indiferença, que é um comportamento 
estático e apático em relação a situação dos outros. 
 
 Interculturalismo e Educação intercultural 
 _ Reconhecimento do outro – reconhecimento e o diálogo dos grupos culturais e 
sociais, o eu a autora chama de negociação cultural. conhecer e reconhecer dando 
status de igualdade.. 
 _ Construção de uma sociedade democrática (pressupõe um processo de 
negociação cultural na formulação de um projeto comum) - 
 _ Política de igualdade somada à política de identidade 
 Umas das Principais Críticas à Perspectiva Intercultural 
18 
 
 _ A falta de uma crítica à sociedade capitalista faz com que as diferenças se 
reduzam ou desapareçam, dando lugar a indiferença característica de nosso tempo 
(MELO, 2011, p. 93) 
 
Educação Intercultural 
Desafios e preocupações, Candau 2008. 
1- Desconstrução dos paradigmas preconceituosos, monoculturais e 
etnocêntricos das práticas escolares. 
2- Articulação entre igualdade e diferença nas políticas e práticas 
educativas 
3- Resgate das identidades culturais, individuais e coletivas 
4- Promoção da experiência de interação entre as culturas 
5- Empoderamento dos atores sociais discriminados, dar voz, dar vez. 
6- Formação para uma cidadania aberta e interativa, vista, repensada, 
revisada. 
 
É possível igualdade em uma sociedade capitalista? 
Sociedade capitalista 
Sociedade de classes 
Divisão técnica do trabalho – pessoas especializadas e pessoas sem especialização 
Lógica da desigualdade 
Reprodução das desigualdades 
Separação entre teoria e prática 
 
Gramsci e Educação 
Conceito de hegemonia cultural 
Escola Unitária 
 Etnocentrismo 
 _ É uma visão do mundo onde nosso próprio grupo (religião, cultura, 
costumes, etc) é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados 
e sentidos através dos nossos valores, nossas definições do que é a 
existência (ROCHA, 2004, p. 7) - visão que deve ser superada; 
 _ Breve histórico 
19 
 
 _ Perspectiva evolucionista/ associação as teorias racialistas: Morgan divide a 
evolução em três etapas – selvageria,barbárie e civilização. 
 _ Um aspecto-chave: o contato com o outro 
 _ Nesse debate, além dos trabalhos antropológicos de Lévi-Strauss, Geertz e 
 
Malinowski, podemos atentar para a contribuição de outras variáveis 
 • Diáspora 
 • Orientalismo 
 _ “A estranheza não começa nos limites da água, mas nos da pele.” (GEERTZ, 
2001, p. 74) 
 
Escola funcionalista: Radcliffe-Brown discordou desta vinculação que existia 
entre a compreensão do presente de uma cultura e o estudo do seu passado. O 
presente não se precisava ser necessariamente explicado pelo passado. Em 
termos mais técnicos a sincronia – presente – não está submetida à diacronia – 
histórica. 
 
Funcionamento: as sociedades estudadas, conceitos de função, estrutura, processo 
entre outros. 
Esquemas funcionalistas, com o trabalho de campo. O antropólogo viajasse até o 
“outro”, em busca dele, para conhecê-lo, interpretá-lo, e, especialmente, reconhece-
lo. 
Malinowski inaugurou o trabalho de campo na radicalidade. Deu exemplo de como 
relativizar o olha para conhecer o outro pelo outro. Percebemos que o outro é tão 
complexo como nós. 
 
 
 Aplicação Prática 
 _ É possível escapar ao etnocentrismo? 
 _ Diante das limitações impostas pela sociedade capitalista, como podemos lidar 
com o projeto intercultural? 
 Desafios daEducação Intercultural 
 _ Desconstrução dos paradigmas preconceituosos 
 _ Articulação entre igualdade e diferença nas políticas e práticas educativas 
20 
 
 _ Resgate das identidades culturais, individuais e coletivas 
 _ Promoção de experiência de interação entre as culturas 
 _ Empoderamento dos atores sociais discriminados 
 _ Formação para uma cidadania aberta e interativa 
 
Educação: indígena, rural, quilombola, em comunidades ribeirinhas, populações 
tradicionais. 
Educação e diversidade étnica, religiosa, sexual. 
Cibercultura – globalização, tecnologia tem mudado a compreensão e visão sobre a 
realidade surgem como problema e desafio. 
Tentar construir um trabalho, uma metodoligia, valorizar, prestigiar a diversidade. 
Reflexão, trabalho, organização curricular dos conteúdos de modo a atender as 
necessidades destes grupos de pessoas. 
 
 Síntese 
 _ Certificamos o surgimento da perspectiva multicultural a partir dos próprios 
movimentos sociais 
 _ Debatemos as diferentes concepções sobre o multiculturalismo e sua relação com 
a educação, principalmente a vertente intercultural 
 _ Analisamos o conceito de etnocentrismo, sua transformação e permanência para 
os debates a respeito da cultura 
 _ Verificamos alguns dos desafios, ainda presentes e irresolutos, que envolvem tais 
temáticas, e o processo educativo. 
 
Multiculturalismo e suas perspectivas no contexto educacional. 
Diversidade social, etnocentrismo e educação. 
Escola inclusiva, consciência da multiculturalidade, combate ao preconceito e 
racismo. 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Capítulo 2.3 PCN 
 
PCN –Plano Curricular Nacional 
Ideologia – que é a abstração da realidade e, consequentemente, o 
ofuscamento de sua compreensão. 
Discurso ideológico dos PCN´s, lacunar que esconde, ou mostra de uma forma 
invertida uma versão da realidade que não corresponde a realidade real. Esconde o 
problema das escolas, ameniza,esconde os problemas das escolas. 
 
 
Temas Contemporâneos da Relação entre educação e cultura 
 
Análise crítica dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s): 
- A diversidade cultural e a escola 
- Crítica ao mito da democracia racial 
 
PCN´s Contextualização 
- Neoliberalismo – foram constituídos no contexto neoliberal, novo liberalismo, com 
propósito de diminuir o papel do estado, desresponsabilizar o estado dos problemas 
que acontecem nas escolas. Sendo que o ônus da causa dos problemas sempre 
recaem sobre os professores como único responsável. Proposta de avaliação dos 
professores com critérios duvidosos. Sendo a avaliação uma prática importante 
somente quando feita de modo a mostrar a realidade. 
- Política educacional – 
 
PCN´s: Concepção de Cultura 
- Brasil: um país pluricultural – faz parte objetivamente de nossa realidade 
- Desigualdade cultural – os grupos são tratados de maneira diferenciada, 
excludente, discriminatória. 
 
 
 
 
22 
 
PCN´s: O papel da Escola 
- Primeiro lugar a convivência cultural – que permitam que as desigualdades 
efetivamente sejam superadas. Construa uma ideia de justiça a partir de diferentes 
identidades existentes em cada contexto. 
- Segundo lugar o contato com as regras sociais- como que isso acaba 
ocorrendo, como repercute no ambiente escolar. Qual a correlação com o 
conhecimento sistematizado, como as práticas escolares ajudam a pensar a 
respeito. Regras para o convívio democrático com a diferença. 
- Terceiro lugar a relação com o conhecimento sistematizado: exemplo dos 
livros de história que estudam basicamente a europa. Qual os conhecimentos que 
temos das culturas asiáticas, oriente médio, da áfrica. Classifica-se o Brasil como 
país de 3º mundo. Leva-se a copiar modelos externos e não se valoriza o que o país 
tem de bom. Valoriza-se as marcas estrangeiras de roupas e outros produtos. Livros 
com autores estrangeiros são mais valorizados do que os autores nacionais. Trata a 
europa como o centro do mundo. Sobre o Brasil e o mundo, e aí a realidade plural 
de uma país como o Brasil fornece subsídio para debates e discussões em torno das 
questões sociais. 
 
Responsabilidade da escola – PCN´s 
 
- Há atitudes discriminatórias entre alunos, professores e funcionários 
administrativos. Questão do preconceito, negação das diferenças. Como que a 
questão da multiculturalidade pode ser trabalhada dentro do ambiente escolar, 
considerando todos participantes da escola, desde merendeiras, funcionários 
administrativos, professores, alunos. 
 
 
 
Crítica aos PCN´s 
- Ameniza o papel do Estado na contrução histórica da educação brasileira. Parece 
que há uma responsabilização dos problemas direcionando-os aos professores. Daí 
a importância de sindicalização, melhoria das relações nas associações de pais e 
mestres. Há poucas escolas com grêmios estudantis. 
23 
 
- Análise cultural silencia os problemas macroestruturais da sociedade brasileira. 
Uma visão histórica dos manuais da educação no Brasil. A cultura indígena e a 
cultura negra nunca foi tratada. 
- Não aborda as contradições da história brasileira. 
Instrumentalização 
História do Brasil 
- Aculturação dos indígenas – quando se obriga um grupo a integralizar valores, 
concepções de mundo que acabam apagando traços culturais próprios. Indíos a 
usarem roupas, falar português... 
- Escravidão - 
- Mito da “democracia racial”- 1930 Gilberto Freire, integração do negro na realidade 
brasileira. Discurso até hoje recorrente. A idéia de que o Brasil é um país pacífico 
também é um mito. Mito da interação social. 
 
A partir do trabalho intenso de antropólogos, igrejas a população indígena voltou a 
crescer no Brasil. 
 
Lei 10639/2003 – obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira 
Institui o dia 20 de novembro domo dia da Consciência Negra. 
 
Diversidade Cultural e a Escola 
- O convívio com a diversidade: acirramento das relações sociais 
- A necessidade de direcionar o trabalho pedagógico para a inclusão, para o respeito 
e valorização das diferenças. 
- Superar o paradigma igualitarista – é você tratar todos de uma maneira tábua-rasa. 
Tendo pessoas surdo-mudas ou cegas na sala de aula, questiona-se quais são as 
práticas especiais para tratar esta diferença, o professor não altera a prática 
pedagógica, o modo didático, continua fazendo a mesma coisa tradicional sem 
mudar nada. O excluído continua excluído. 
- Inclusão precária = exclusão 
- As diferenças não terminam ao de colocar alunos diferentes na escola. 
Como dar uma formação diferenciada ao professor para que ensine também os 
surdo-mudos? 
As escolas de formação de professores já inseriu a disciplina de Libras. 
24 
 
Quais escolas que tem disponível interpretes para surdo-mudos? 
Ainda é precário nas escolas brasileiras. 
 
 
Revisão e aprofundamento das aulas 1 e 2 
 Organização da aula 
 A educação como fenômeno humano, histórico e social 
 Educação e cultura: relações em contínua transformação 
 Multiculturalismo: questões e Desafios 
 Educação como fenômeno Humano 
 [...] Apenas o ser humano trabalha e educa (SAVIANI, 2008) Educação como 
fenômeno Humano 
 Como atividade humana, só podemos compreender a educação a partir de seu 
próprio “fazer-se” (Thopson), isto é, em sua prática histórica e social 
 https://www.youtube.com/watch?v= qxXk9ZWrXTc 
 
 Por que a educação (formal ou não) é um importante mecanismo de humanização? 
 De que forma ela se relaciona com a ideia abrangente de cultura? 
 
 A educação visa transmitir a existência coletiva, o que nada mais é do que o modo 
especificamentehumano de conservação da espécie. A transmissão do que existe 
de uma geração a outra pela linguagem (LUZURIAGA, 1971) 
 Em sentido amplo, a educação compreende os processos formativos que ocorrem 
no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e 
inevitável pelo simples fato de existirem socialmente (LIBÂNEO, 1994, p. 17) 
 Contínua relação entre o fenômeno educativo e um projeto de sociedade 
(dimensão política) (LIBÂNEO) 
 Intencional e não intencional 
 No primeiro caso: formal e não formal 
 Formal = Escola Cultura 
 
 
 
 
25 
 
 Conceito antropológico 
 
 Polissêmica: diversa, múltipla e Dinâmica 
 Delimita nossa visão de mundo (maneiras de ver e sentir) 
 Compõe identidades e alteridades 
 Permeia nossa compreensão de Educação 
 
 Multiculturalismo 
 Conceito gestado a partir de questionamentos oriundos de diversos movimentos 
sociais 
 Respeito as diferenças/lutas equidades ou equiparação de direitos a partir das 
diferenças 
 
 Crítica: suposto Relativismo 
 
 Perspectivas de trabalho 
 Assimilacionista (um modelo de cultura dominante ao qual os demais de vem se 
integrar) 
 Diferencialista (demarcam-se e valorizam-se as diferenças) 
 Intercultural (interação entre as diferentes matrizes culturais. Hibridismo) 
 
 Como percebemos essas questões na ESCOLA? 
 Diversidade Cultural e a Escola 
 O convívio com a diversidade: acirramento das relações sociais 
 A escola como microcosmo da sociedade 
 A necessidade de direcionar o trabalho pedagógico para a inclusão, para o respeito 
e valorização das diferenças 
 Superar o paradigma totalitário 
 
 Indígenas e afrodescendentes 
 Relações de gênero e educação 
 Pessoas com deficiência 
 Educação de jovens e adultos (EJA) 
 Educação para a terceira idade 
26 
 
 As diferenças não terminam ao colocar alunos diferentes na escola 
 Inclusão precária = exclusão? 
 https://www.youtube.com/watch? 
 v=bDFhUlO-G-c https://www.youtube.com/watch?v=E D1HNWDhKaE 
 Aplicação Prática 
 Para pensar 
 Dentro do nosso sistema educativo ainda é possível incluir? 
 Em caso positivo, como fazê-lo? 
 Em um sentido amplo, a inclusão refere-se apenas aos alunos com alguma 
deficiência? 
 Paulo Freire (1921-1997) 
 Um dos mais importantes educadores brasileiros 
 Método de alfabetização de adultos 
 Prática que estimule o senso crítico para transformação da realidade: usando 
palavras da própria realidade do aluno. 
 https://www.youtube.com/watc h?v=ZC1ruqUnX7I 
 “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que 
Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra 
com esse trabalho.” (Paulo Freire) 
 
Síntese 
 
 Apreendemos da educação como um fenômeno humano. Como tal, só pode ser 
percebida a partir de sua própria historicidade e no interior das relações sociais 
 Debatemos a diversidade no espaço escolar, atentando para possibilidades de 
trabalho sob uma perspectiva crítica e inclusiva 
 
No Brasil, articula-se muito em educação, mas os próprios responsáveis pela política 
brasileira não estão muito preocupados com os resultados da educação. A educação 
é vista somente como uma força política para angariar votos. 
 
Para a realização de uma Educação Emancipadora, é preciso que se considere a 
posição dos educadores, funcionários, alunos e suas famílias na estrutura produtiva. 
 
27 
 
Essa concepção parte de uma análise sobre a emancipação humana que, 
compreendida a partir da transformação das relações capitalistas, atenda para a 
tarefa histórica dos agentes sociais na construção de uma alternativa ao sistema 
social vigente em prol de uma sociedade cada vez com menos desigualdade social. 
 
A proposta de educação emancipadora compreende sua inclusão no contexto mais 
amplo da globalização e pretende abrir espaços de diálogo acerca das contradições 
expostas pelo capitalismo, voltados para o avanço da consciência de professores, 
alunos e comunidade, em uma proposta que dê conta de refletir sobre as 
necessidades inscritas na vida das camadas populares, tendo como norte, a 
desnaturalização da desigualdade social. 
 
A idéia de passarmos por um processo de escolarização, é aceitar que as coisas 
sempre foram desta maneira, limita a possibilidade de pensar o diferente. Estamos 
tão acostumados a seguir certas ordens, fica difícil desenvolver o senso crítico. 
 
- A diversidade epistemológica do mundo 
- A produção do (des) conhecimento 
- Pluralidade de saberes 
- Pluralidade de modos de conhecimento 
- Especialista X Leigo 
- Livro “Conhecimento prudente para uma vida decente” 
Concepções clássicas da sociologia e sua correlação com a Educação 
 Organização da aula 
 Apresentar e debater algumas correntes sociológicas clássicas 
 Verificar a concepções de educação presentes em cada vertente 
 Pensar a educação e a nossa prática enquanto educadores a partir das 
contribuições da sociologia 
 Contextualização 
 Por que recorrer a sociologia para compreender a Educação? 
 Como os autores do século XIX e início do XX ainda podem nos ajudar a pensar o 
fenômeno educativo e nossa prática enquanto educadores? 
28 
 
Refletir tanto sobre o desenvolvimento histórico das sociedades humanas, quanto 
sobre nosso sistema educacional e as bases conceituais e metodológicas que 
modulam nosso conhecimento (sobretudo em uma sociedade capitalista) 
 
 
Capítulo 3 
 
As Concepções Clássicas da Sociologia 
 Émile Durkheim 
 Max Weber 
 Karl Marx e Friedrich Engels 
 
Estruturalismo: trabalha as questões que não podem ser mudadas, como uma viga 
de um prédio; 
Funcionalista: trabalha as questões que podem ser alteradas em uma sociedade, 
quais as justificativas que motivam a mudança. 
 
 Conceitualização 
 Émile Durkheim (1858-1917) 
 Nasceu em Épinal, França, em 1858, e morreu em Paris, em novembro de 1917 
- Concepção funcionalista de sociedade, educação como fato social, 
(OBJETIVIDADE). 
- fato social como objeto da sociologia: acontecimentos, ações da sociedade 
que merecem ser estudados. Quais acontecimentos de uma sociedade que 
mereciam ser estudados e outros que são tão banais que não merecem um estudo. 
Exterior ao indivíduo (você não escolhe), geral (acontece em toda sociedade) e 
coercitivo (sansão, obrigação). Sociedade se impõe sobre o indivíduo. 
consciência coletiva: (solidariedade) 
a- solidariedade mecânica – laços familiares fortes, laços religiosos, consciência 
coletiva, vida em grupo. Na área agrícola, as propriedades se distinguem por 
famílias. 
29 
 
b- solidariedade orgânica – Poucos vínculos familiares, característica do meio 
urbano, pouca interação, individualidade, distanciamento das pessoas, perda de 
autoridade, baixo respeito mútuo, disciplina fraca, desagregação da sociedade. 
 
 Pensamento sociológico 
 Teoria do fato social 
 Sociologia objetiva e científica – sociologia como um disciplina de educação 
 
 
 Características do fato social e educação 
 Coerção - Toda educação consiste em um esforço contínuo para impor às crianças 
maneiras de ver, de sentir e de agir às quais elas não chegariam espontaneamente. 
(Durkheim, 1984, p. 5) 
 Sanções sociais 
 Exterior ao indivíduo 
 Generalidade 
O fato social éra uma “coisa”, objetiva, exterior aos indivíduos e que lhes coagia a se 
modelar as normas e valores da sociedade. 
 
Da tradição durkheimiana que surgem as formulações funcionalistas, como as ideias 
de“função” e “totalidade” 
 Corpo social = conjunto orgânico 
 
 Max Weber (1864-1920) 
 Nasceu na cidade de Erfurt 
 Filho de pais protestantes e Industriais 
 Uma ideia central: Ação Social ( SUBJETIVIDADE) 
 A sociologia é o estudo da “ação social” 
 A ação social – orientada pelas ações de outras pessoas, que podem ser 
passadas, presentes ou esperadas como futuras ( vingança por ataques 
anteriores, réplica a ataques presentes, medidas de defesa diate de ataques 
futuros). Os outros podem ser individualizados, ou então uma pluralidade de 
indivíduos indeterminados e completamente desconhecidos. 
 
30 
 
 O motor da sociedade é a ação dos indivíduos. O ponto de partida está 
justamente no indivíduo, que passa a ser compreendido como o motor das 
relações sociais. 
 
 A sociedade é composta por uma infinidade de significados 
Toda ação social possui um sentido subjetivamente elaborado. Porque quando 
pensamos um acontecimento, ele tem uma explicação, tem uma parcela de vontade 
do indivíduo. Por mais que o professor tenha uma estrutura, há espaço para a 
subjetividade, como reajo, como interajo com as determinações sociais. 
 
É na caracterização das motivações das ações sociais que reside o trabalho do 
sociólogo. Não se qualifica como social, uma ação de massa. 
 
 
 A ação social […] orienta-se pelas ações dos outros, que podem sem passados, 
presentes ou esperadas como futuras […] Os “outros” podem ser individualizados e 
conhecidos, ou então, indeterminados e completamente desconhecidos (WEBER, 
1977, p. 139) 
 
A conduta individual guia-se pelas ações de outros indivíduos, motivadas ou pela 
moda ou pela tradição, mas que, de qualquer forma, são ações que ganha sentido, 
tanto pelo indivíduo que age quanto para os outros que compartilham o significado 
desta ação na sociedade. 
 
 Relação social 
 Relação social = ação de maneira recíproca (pressupõe um agir correlato entre os 
indivíduos ≠ intenção individual/subjetiva) 
 
Relaçao social: conduta de vários, reciprocamente conforme seu conteúdo 
significativo, orientando-se por essa reciprocidade. Sendo a probabilidade de que se 
agirá socialmente numa forma indicável (com sentido). 
 
Probabilidade de que outras pessoas agirão de determinada forma como exemplo é 
o mercado financeiro. 
31 
 
 
 Estudos de Probabilidade social 
 As pessoas assumem diferentes papéis de acordo com a posição que ocupam nas 
relações sociais: podemos ser, ao mesmo tempo, estudantes pela manhã, 
trabalhadores a tarde e donos (as) de casa a noite. 
 Expectativas distintas para cada situação social (ações diferentes) em relação a 
atuação das outras. 
 
 Tipos Ideais ( o que motiva alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa), 
tem a ver como uma tentativa de explicação das razões pelas quais se procura 
de um modo subjetivo uma tentativa de explicação para a realidade. Que acaba 
explicando melhor o mundo no qual existo. 
 
AÇÔES SOCIAIS: (WEBER) 
1- Ação racional com relação aos fins – atingir um dado objetivo específico, 
exemplo fazer um curso de pedagogia para formar-se como professor. Esta 
mesma pessoa se submete a ir trabalhar em outro país como lavador de pratos, 
faxineiro com o intuito de gerar uma poupança e voltar ao país de origem para 
abrir uma escola de inglês. O indivíduo planeja e calcula todos os movimentos 
dele até as consequências possíveis de seu ato. 
2- Ação social racional com relação aos Valores- não é no sentido monetário, é 
no sentido moral. Alunos que iniciam um curso superior em idade avançada 
com o intuito de satisfazer um desejo pessoal, ação valorativa. Religião, ação 
social nos finais de semana. Refere-se a valores como dignidade, a beleza, a 
sabedoria religiosa, a piedade ou a importância de uma causa. Presente nas 
atitudes religiosas, ações militares, manutenção da cultura (menonitas) avessos 
as tecnologias, os ativistas contra a globalização. Não tem como objetivo último 
uma finalidade, mas a incorporação do indivíduo a uma situação de convicção. 
3- Ação tradicional- questões relativas ao convívio da família, filho de professor 
se torna professor também, filho de médico se torna médico. Ação dos 
menonitas de manter as tradições, a vida simples do campo sem tecnologias. 
No mundo globalizado vemos tradições preservadas como o casamento. 
Porte de um diploma de um determinado curso em uma determinada instituição, 
constitui não somente uma ação racional de família, mas também uma tradição 
32 
 
passada a novas gerações. Muito próximo da fronteira racional, ocorre quando 
os indivíduos levam em conta hábitos arraigados, repetidos ao longo dos 
tempos, de modo a transformarem em costumes. 
4- Ação afetiva – escolha de um curso porque alguém com quem tem afetividade 
escolheu este curso também. Neste tipo de ação, que também se encontra na 
fronteira do racional, exprimem-se afetos, alegrias, complacências, tristeza, 
ódio, etc. Morte de um ente querido, grande perda nacional, choro de alegria a 
conquista de um capeonato. 
 
 
Ainda sobre Weber 
A educação no pensamento de Weber, a dominação. Influência com caráter de 
dominação é muito maior do que parece a primeira vista. Na escola que se reflete 
nas formas de linguagem oral e escrita consideradas ortodoxas [...]. Mas a 
dominação exercida pelos pais e pela escola. Formais até a formação do caráter dos 
jovens. A associação doméstica constitui a célula reprodutora das relações 
tradicionais de domínio. Impõe-se às novas gerações. 
 
 Foi um dos grandes teóricos da burocracia entendida como forma de dominação 
 Educação como sistema educacional (lócus de reprodução cultural e domínio 
social) Weber destaca três tipos de educação tradiconal: 
 
 1. Humanística – forma de dominação tradicional. Para Souza, a educação 
humanística tem por propósito cultivar um determinado modo de vida que comporta 
particulares atitudes de comportamentos, seja de caráter mundano, seja de caráter 
religioso. Tipo de educação praticada pelas elites, em escolas especialmente 
destinadas a seus filhos. 
 2. Especializada - forma de dominação racional-legal. Destinada a formar o 
especialista ou expert como um produto da instrução e se define socialmente pelos 
saberes concretos. Aproxima-se do modelo tecnicista no Brasil. 
 3. Carismática - forma de dominação carismática. Formadora dos estamentos 
medievais como guerreiros e sacerdotes. Formam líderes cuja característica está 
depositada no carisma individual e seus súditos seguem tanto na política quanto na 
religião ou outra forma de dominação. 
33 
 
 
A educação tradicional é ser BUROCRÁTICA. 
A ordem e a disciplina aparecem dotados de neutralidade, mas de fato 
correspondem a uma vontade de dominação dos mais velhos sobre os mais novos. 
 
Weber: 
- refletir sobre os valor dos certificados 
- pensar escola como mecanismo burocrático 
- compreender o tipo de autoridade exercida pelo professor 
 
Tríade clássica da sociologia: Weber, Marx e Engels. 
Marx e Engels tem a teoria que se assenta no materialismo. 
 
 Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) 
 “Conhecemos apenas uma única ciência, a ciência da história” (MARX; ENGELS, 
1987, p. 23) 
Leis do movimento históricos são compostas pela dialética relação histórico-social 
dos homens entre sí e destes em suas relações com a natureza. 
 
 Para existir história, é necessário que existam seres humanos vivos e em 
condições de realizar essa história. 
 O que os indivíduos são coincide com sua produção (MARX; ENGELS, 2007). 
 
Podemos distinguir homens dos animais pela consciência , pelareligião – por tudo o 
que quiser. Mas eles começam a distinguir-se dos animais assim que começam a 
produzir as seus meios de vida, passo este que é condicionado pela sua 
organização física. Ao produzirem os seus meios de vida, os homens produzem 
indiretamente a sua própria vida material. 
 
Os homens, na concepção materialista, não se distinguem dos animais por serem 
racionais. Na verdade, constituiem-se como racionais a partir do momento em que a 
sua existência passa a depender da sua própria ação para que se reproduza, por 
meio do trabalho. 
 
34 
 
As condições materiais também são dadas pela natureza. Condições de subverter a 
natureza as suas necessidades. A conquista que extrapola as condições naturais em 
que vivem os homens, embora estes nunca possam viver sem a natureza como 
recurso. 
A ilusão de que não dependemos da natureza é consolidada pela vida nas grandes 
cidades. 
Os homens são considerados não como eles se veem, mas como são realmente em 
suas relações sociais. 
Os homens são aquilo que produzem, homens reais são determinados por essa 
produção. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a 
consciência. 
 
O capitalismo ganha esse nome devido a sua relação econômica primordial, o 
capital. 
De um lado está a burguesia que detém os meios de produção, de outro o 
proletariado, que se apresenta nessa relação dotado de sua força de trabalho. 
 
Estamentos: senhores feudais e o clero. Produção do estamento inferior da 
sociedade, em que eram os servos. 
 
A Revolução Francesa, representa o ápice da derrota da sociedade feudal e a vitória 
da burguesia, que então se posicionou como classe dominante de uma nova 
sociedade, a sociedade capitalista. 
 
Burguesia: força que nasceu no seio do feudalismo e que se opôs a este por um 
tempo. A burguesia foi obrigada a trazer consigo uma outra classe social que lhe 
deu sustentação moral e material, o proletariado. 
 
O trabalho realizado socialmente gera riquezas de proporções monstruosas e 
suficientes para todos, mas esta não é socializada na mesma proporção, o que 
pode vir a ser um fator de contradição e derrota desse sistema, Tonet denomina de 
decadência ideológica. 
 
 
35 
 
A ética na sociedade capitalista é impossível de ser concretizada. A educação 
sozinha não é capaz de garantir eticidade na prática educativa. 
 
COOPERAÇÃO: A primeira forma capitalista de produção, não se distinguia do 
processo artesanal. Antigos artesãos passaram a vender a sua força de trabalho a 
um capitalista, que os organizava numa oficina. 
 
A produção capitalista só começa realmente quando um mesmo capital particular 
ocupa um número considerável de trabalhadores. O processo de trabalho amplia 
sua escala e fornece produtos em maior quantidade. Grande número de 
trabalhadores no mesmo local. 
 
Rompimento com o valor da mercadoria, que no artesanato era calculado pelo 
tempo de trabalho do artesão individualmente. Nas oficinas organizadas pelo 
capitalista o valor da mercadoria passa ser calculado pela destreza média. 
 
O costureiro, o serralheiro, o correeiro perdem pouco a pouco, com o costume , a 
capacidade de exercer seu antigo ofício em toda a extensão. 
O artesão para a manufatura passa a executar não mais a sua atividade original, 
mas uma parcela do trabalho total. 
 
Expropriação do trabalhador: expropriado de seus conhecimentos e ofícios 
anteriores, é expropriado da autonomia de trabalhar para si. 
A manufatura já não conseguia mais corresponder aos aumentos da demanda, risco 
o processo de trabalho estar na mão dos trabalhadores. Surgem as máquinas e sua 
generalização: a maquinaria, eliminando o ofícioi manual. O centro da produção 
deixa de ser o trabalhador e converge para a máquina. 
 
Máquina – maior produtividade – uma radicalização da desqualificação do 
trabalhador. Agora meros auxiliares de máquinas – têm que executar, assim, 
dissolve a hierarquia dos trabalhadores especializados. 
 
Máquina a vapor por Watt, a máquina mecanizada. A produção dá um salto na 
exploração da mais-valia, pois o ritmo de produção da máquina faz aumentar 
36 
 
geometricamente a produção de cada trabalhador individual durante sua jornada de 
trabalho. 
Consequências da maquinaria: uso do trabalho infantil e das mulheres. 
Prolongamento da jornada de trabalho, a intensificação do trabalho, o aumento da 
velocidade das máquinas e a ampliação do número de máquinas por trabalhador. 
 
Escolas capitalistas: vinculada estritamente às demandas da produção, uma 
instituição voltada para a formação unilateral, subordinada a formação do 
trabalhador para o trabalho cada vez mais desqualificado. 
 
 Materialismo histórico-dialético. 
Crítico de Marx: 
a- economia (Smith/Ricardo)- se a riqueza está na produção ou na comercialização 
é uma discussão que perde o foco porque o problema está na distribuição, no bem 
estar da sociedade como um todo. 
b- utopismo anarquista – grupo separado da sociedade com ausência do governo, 
marx critica que a sociedade é necessária porque nos encontramos dentro dela. 
c- idealismo – pressuposição de que as coisas se iniciam pela idéia, teoria criticado 
por marx porque as coisas são criadas pelas necessidades, pelo materialismo, para 
fazer uma cadeira primeiro se fez um banco, depois colocou-se estofamento, depois 
reduziu-se o banco para uma pessoa que surgiu a cadeira. 
d- pensamento burguês positivista: pressupõe que as coisas amanha serão melhor 
que hoje, as coisas estão evoluindo. A critica é de quantas pessoas tem acesso a 
isso, técnica não significa viver melhor. 
e- propriedade privada: as coisas tem que ser de acesso a todos. 
f- religião – a religião acaba colocando algumas imposições sobre as pessoas, as 
pessoas não podem depender da idéia de outros. 
 
 
Idéias de Karl Marx: Materialismo Histórico-dialético 
 
Superestrutura • (ideias, cultura) 
Sociedade, ( luta de classes ) 
Infraestrutura (base material) 
37 
 
 
 Infraestrutura = Modo de produção 
 forças produtivas 
 
 relações sociais de produção 
 Modos de Produção da Vida 
 Material 
 
Alienação: fazer ou falar de algo que não compreendemos / alienação econômica é 
você dispor de alguma coisa que não é sua (ter um carro alienado) 
- salário/lucro 
- Mais-valia (absoluta e relativa) – diferença entre aquilo que você recebe e aquilo 
que você produz; 
- Materialismo (histórico e dialético) que é uma interpretação crítica da sociedade 
 
 Ilha das Flores (Brasil, 1989) 
 https://www.youtube.com/watch?v= e7sD6mdXUyg 
 
 Segundo o materialismo histórico-dialético 
 Os homens não se distinguem dos animais por serem racionais, mas por 
produzirem sua própria existência. E isso fazem pelo trabalho. 
 
 Exemplos de Modos de Produção 
 Primitivo 
 Asiático 
 Escravista 
 Feudal 
 Capitalista 
 Socialista 
 
Antônio Gramsci (1891- 1937) 
 Hegemonia 
 Relação trabalho educação 
 O princípio educativo do trabalho 
38 
 
 Educação omnilateral (formação do indivíduo em toda sua potencialidade) 
 
Gramsci – vinculou as esferas da produção e da educação, o princípio 
educativo do trabalho. 
 
Produção Educação == Possibilidade Revolucionária 
 
Positivismo: Gramsci, a relação entre trabalho e educação carrega a positividade de 
ser uma possibilidade revolucionária, pela superação da subalternidade da classe 
trabalhadora, vítima da hegemonia burguesa, que impõe a essa classe o sendo 
comum como forma dominante de conhecimento. 
 
Conceito liberal: oculta o poder do Estadocomo poder de classe. Gramsci amplia o 
conceito de Estado através da incorporação da hegemonia [...]. O Estado é 
concebido como sociedade política mais sociedade civil, o que significa coerção do 
consenso. A dominação de classe exerce por meio dele, cuja função coercitiva não 
se separa de sua função adaptativa, que procura adequar ao aparelho produtivo a 
moralidade das massas populares. 
 
Classes parasitárias, resquícios medievais e aristocráticos, corpo de funcionários 
públicos que vivem na esfera do Estado. Para Gramsci, as classes parasitárias e 
sua influência na sociedade retiram dela a racionalidade necessária para o 
desenvolvimento capitalista. 
 
Fordismo: O sistema fordista faz moldar um homem de novo tipo, um homem capaz 
de adaptar-se às condições de trabalho na linha de montagem, num ritmo veloz e 
repetitivo. Este homem deveria ser um indivíduo moralmente condicionado à 
sociedade, um perfeito cidadão monogâmico e fiel a sua família, concentrado na 
produção. Daí a luta de Ford contra os vícios de seus empregados. 
A história do individualismo sempre foi uma luta contínua contra o elemento 
“animalidade” do homem. 
O fordismo imperou hegemonicamente articulado ao período de ouro do capitalismo 
no século XX, caracterizado pelo welfare state. 
 
39 
 
 
Toyotismo também denominada de produção flexível. Um grupo de 
trabalhadores passa a se responsabilizar pelo processo de produção como um todo. 
O papel dos trabalhadores nas células de produção passa a ser o gerenciamento de 
máquinas microeletrônicas, que incorporam em seu funcionamento diversas 
operações antes realizadas pelos trabalhadores nas máquinas eletromecânicas. 
 
 Toyotismo: cada vez menor elite de trabalhadores as tarefas mais complexas de 
manutenção, dada a sua complexidade, exigem deles profundos conhecimentos 
científicos, que são sumariamente negados a essa classe. 
 
Toyotismo: o trabalhador polivalente não significou avanços para a classe 
trabalhadora em termos de remuneração. Flexibilização significa “intensificação do 
trabalho, comprometimento e polivalência”. 
 
CCQ´s: Aprendizado imposto de cima – definindo normas para a convivência social 
em que a harmonia, a cooperação e a colaboração são as utopias necessárias. 
 
Dupla exploração: não reduz significativamente o esforço muscular, explora o 
esforço intelectual dos trabalhadores. 
Os próprios trabalhadores passam a vigiar e cobrar uns dos outros, o que é uma 
ótima estratégia do capital para a manutenção da produtividade, da ordem e do 
conformismo. 
Toyotismo – acumulação flexível, trabalhador generalista, especialistas generalistas, 
visão global e fidelidade a empresa. 
O capital, por sua vez, conta com um poder de convencimento tal que faz os 
trabalhadores acreditarem na flexibilidade, na cooparação e na adaptação como as “ 
utopias necessárias” para uma vida nessa sociedade. 
 
 Aplicação Prática 
 
Os processos escolares reproduziam, de modo geral, esta concepção, objetivando a 
memorização de conteúdos compreendidos enquanto produtos do conhecimento 
40 
 
humano, sobre os quais a inteligência do aluno não intervém, apenas observa, 
memoriza e reproduz. 
A pedagogia do trabalho taylorista-fordista priorizou os modos de fazer e o 
disciplinamento, considerando desnecessário ao trabalhador ter acesso ao 
conhecimento científico que lhe propiciasse o domínio intelectual das práticas 
sociais e produtivas e a construção de sua autonomia. 
 
Formação precarizada para os trabalhadores e e uma forma de qualidade 
propedêutica para a burguesia. 
 
Primado do saber tácito sobre o conhecimento científico, a formação dava-se muito 
mais sobre a experiência adquirida na prática cotidiana da produção que no acúmulo 
teórico. 
No Brasil, a ascenção do chamado tecnicismo na educação. Adestramento em 
massa da população para o trabalho, lei 5692/1971, universalizou o ensino técnico. 
 
 Como pensar as contribuições desses autores no trabalho educativo? 
 Ou ainda: como pensar suas contribuições sob o nosso contexto (brasileiro, no séc. 
XXI) específico? 
 
 Verificar se seus apontamentos sob a educação como elemento transformador e/ou 
reprodutor ainda se verificam em nossa realidade particular, especialmente no 
contexto de uma sociedade capitalista multicultural 
 
 Síntese 
 
 Visitamos alguns dos autores clássicos da sociologia, atentando para suas 
diferentes contribuições 
 Verificamos as percepções quanto à educação e ao sistema educacional 
 Debatemos como as interpretações que constroem sobre a sociedade, 
especialmente em sua forma capitalista, se manifestam no contexto educativo 
escolar 
Weber: ação social e da burocracia, diplomas e certificados são fatores de status. 
41 
 
Marx: método dialético, educação como parte da superestrutura ideológica da 
sociedade. 
Gramsci: demandas produtivas e a formação educativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
CAPITULO 4 
Tendências Pedagógicas e suas Bases Socioculturais Organização da aula 
 Apresentar algumas das tendências pedagógicas mais conhecidas 
 Identificar as particularidades históricas, sociais e culturais de cada vertente 
 Debater o impacto dessas correntes no trabalho cotidiano do educador no sistema 
educacional brasileiro 
 
Contextualização 
 O que são tendências pedagógicas? 
 Por que elas são importantes para o trabalho educativo? 
 Como elas impactam sobre a nossa prática como educadores? 
 
 De acordo com Melo (2011), a tendência pedagógica pode ser entendida como um 
“conjunto de concepções sociais, psicológicas, antropológicas, históricas, 
econômicas que pautam a prática pedagógica em um período determinado. 
 
Cada momento histórico teremos problemas específicos e temos problemas que se 
repetirão ao longo da história. Entender os problemas que sugiram em cada 
momento e as respostas que foram dadas para solução dos problemas. Com base 
na análise destas respostas, entender o contexto em que surgiram, entender a 
importância dos fundamentos socioantropologicos, importância da sociologia, da 
psicologia, os teóricos, pensadores de cada época para solução dos problemas e as 
respostas oferecidas nos diferentes momentos e contextos históricos são 
interessantes para encontrarmos alternativas para os problemas contemporâneos e 
a prática educacional. 
 
” Para compreender as diferentes correntes pedagógicas, é necessário refletir a 
partir dos espaços e contextos de criação, (...) 
 (...) isto é, sobre o lugar em que as suas ideias-base foram geridas e a maneira com 
que dialogavam com cenário político, social e econômico nos quais foram gestados. 
 
 
 
43 
 
 
 Algumas das tendências que abordaremos a seguir 
 
1- PHC: Pedagogia Histórico Crítica. Abordada no capítulo 1. 
 
2- Escola Tradicional : novas tecnologias; teoria e prática em sala de aula – 
apesar de usar o powerpoint, a prática continua a ser tradicional. A tecnologia 
não muda nada. Perspectiva essencialista e conteúdo mínimo. 
A pedagogia tradicional deveria se basear em fundamentos morais, de 
autogoverno, para que cada um pudesse guiar a própria vida, de maneira 
disciplinada. Se comparado ao servilismo medieval, pode ser considerado um 
grande avanço. 
A educação deve servir ao cultivo dos valores que a nação, como espírito 
universal, subordinar-se à razão do Estado. É a alma da cultura, fim é a 
formção humana dentro dos mais altos padrões éticos da Nação. O processo 
de formação humana se dá pelavia intelectual, isto é, pela instrução 
educativa, Herbart. 
Escolarizar todos os homens era condição de converter os servos em 
cidadãos, condição para participação do processo político, consolidação da 
ordem democrática burguesa, Saviani. 
Professor como centro do processo, considerado por Herbart como um 
arquiteto da mente do aluno. Cinco passos: a preparação, a apresentação, a 
assimilação, a generalização e a aplicação. 
 
3- Escola Nova : pragmatismo; Anisio Teixeira e a educação contemporânea no 
Brasil. Pretendia que a educação ganhasse um contorno mais pragmático, e 
atendesse certas demandas do sistema escolar. Intituto Ed. Anisio Teixeira, 
que ainda está presente, faz parte do cotidiano. Jogos de empresa, situações 
problema, fazer com que nossos alunos trabalhem com estas situações 
problema, fazem parte deste sistema pragmatista (pragmático - para que que 
eu uso tal conhecimento?). 
A escola nova surge nos fins do século XIX e adentra as primeiras décadas 
do século XX, Jhon Dewel. Corrente filosófica pragmatista, a verdade 
encontra-se na ação que produz resultados. Defendia a formação das 
44 
 
crianças física, intelectual e emocionalmente, tendo a escola o papel de 
prepara-las para a vida. O foco está na subjetividades, no indivíduo com 
autoformação autônoma. 
Agora, a questão era o convencimento de que a vida na sociedade 
dependeria da luta entre os indivíduos. E era preciso que a formação se 
desse pela iniciativa própria, mais que pela tutela do professor transmissor de 
conhecimentos. Aprendizado autônomo do aprender a aprender e a 
autonomia o centro do projeto formativo humano e social da escola nova. 
Escola como mediadora da formação para a vida social, imbuída da formação 
para a autonomia. 
 
4- Escola Tecnicista : os currículos de ensino médio e superior. Os currículos e 
cursos superiores tem uma visão tecnicista, principalmente os cursos de 
gestão de curta duranção conhecidos como cursos tecnólogos. Têm 
suprimido os conteúdos. 
Capital internacional prevaleceu sobre o nacionalismo. A demanda da mão de 
obra representada pelas multinacionais. A importação do modelo de formação 
utilizado na pátria mãe. É um modelo alienado. 
Aumento da produtividade, via racionalização. Objetivo de promover o 
desenvolvimento econômico pela qualificação da mão de obra, pela 
redistribuição da renda pela maximização da produção. Conciência política 
indispensável a manutenção do estado autoritário. 
O acesso a escola se expandiu grandemente, inclusive para o ensino 
superior. 
A escola tecnicista é a implantação de uma lógica empresarial no seio da 
escola, desde a gestão até os currículos, a didática e a avaliação. 
Perfil humano desejado estava na produtividade. 
A teoria que melhor se adaptou a esse cenário formativo foi a teoria do capital 
humano, Shultz. 
Ideologia desenvolvimentista e da ideologia da segurança nacional da Escola 
Superior de Guerra. 
 
 
45 
 
5- Escola Construtivista : discurso e contexto. Qual é a relação entre o 
discurso e o contexto? Trouxe muitas contribuições no sentido de pensar as 
mais diversas práticas pedagógicas sob o enfoque “crítico”. O aprender a 
aprender deve levar em consideração o desenvolvimento bio-psico-social da 
criança. Em que sentido esta forma acaba formatando, limitando, dando um 
foco unidirecional as possibilidades de compreensão do mundo. Acaba 
limitando as possibilidades de práticas e metodologias de que você pode 
trabalhar as crianças. 
Para Piaget, o homem é contruído de três dimensões: biológico, psicológica e 
social (ser bio-psico-social), sendo que a dimensão psicológica é a mediadora 
entre a dimensão biológica e a social. As crianças obtém conhecimentos por 
mio de suas próprias descobertas. 
A relação entre o indivíduo e o meio é a adaptação, sendo a assimilação e a 
acomodação partes desse processo. 
O conhecimento como um caso particular das trocas entre sujeito e objeto. 
 
Piaget vai ao encontro das características da sociedade democrática moderna 
[...]. O sistema democrático pede cooperação. Levar em conta o ponto de 
vista alheio, respeitá-lo, fazer acordos, negociações, contratos com o outro, 
admitir e respeitar as diferenças individuais, conviver com a pluralidade de 
opiniões, de crenças, de credos. 
Esta teoria não contempla é que a sociedade capitalista é uma sociedade 
“essencialmente” contraditória forjada nas lutas ente as classes sociais. 
 
Klein(2000) menciona que Marx denomina esse tipo de pensamento de 
materialismo abstrato: é materialista porque tem suas bases materiais na 
biologia, mas é abstrato no sentido de afastar-se da concretude das relações 
sociais, histórica e socialmente determinadas, além de contraditoriamente 
constituídas. 
Apenas experiências viáveis permanecem, com Moretto. Nossa sociedade, na 
verdade não é, senão o acúmulo de indivíduos que lutam pela conveniência 
num mundo de limitações. As limitações cada vez mais amplas, chegando ao 
limite de faltar comida, saneamento básico, saúde e educação de qualidade, 
entre outros itens evidenciados pelas estatísticas sociais. 
46 
 
De uma forma indireta, tal proposição, queiram ou não seus defensores, é 
consonante com a concepção social dominante na nossa sociedade – que 
privilegia a competitividade ente os indivíduos – as linhas que criticam os 
postulados modernos da razão e da verdade, para os construtivistas, 
encontra-se na cabeça de cada indivíduo, conforme suas conveniências. 
 
 
Estes modelos são importantes ainda hoje? 
Parte de uma análise dos conteúdos dos PPP das escolas. 
 
 
Conceitualização 
 Escola Tradicional (pensamento essencialista, todo mundo precisa saber 
alguma coisa) 
 - Integração à sociedade de classes – surgimento do capitalismo tinha uma massa 
populacional agrária que não estavam habilitadas, preparada para o trabalho nas 
fábricas. Desde a leitura de manuais até conhecimentos técnicos mais apurados. 
A idéia então era, a função da escola era formar homens para a nascente sociedade 
capitalista. 
 - Escolarização em Massa (grande número de pessoas) 
 - Formação igual para Todos (formação básica) 
 
 Johann Friedrich Herbart (1776-1841) 
 Pilares da Pedagogia Tradicional 
 • Instrução educativa - básica de acesso a leitura 
 • Governo – idéia de hierarquia 
 • Disciplina – idéia de horários, respeito as regras, passividade 
 
 Pink Floyd - Another Brick In The Wall Part. 2 (Legendado Em Português). 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v =sXqUBASxQLU>. 
 
 Escola Nova 
 Escola Tradicional X Escola Nova 
 Formação psicológica e individual 
47 
 
 Foco na subjetividade dos indivíduos 
 A função da escola era formar o indivíduo competitivo: o sistema educacional 
incentivaria a competição dos melhores alunos, disputa. Modelo de conhecimento 
com o uso de ferramentas de jogos. O aluno daria conta da realidade com maior 
objetividade. 
 Concepção de aprendizado autônomo: “aprender a aprender” John Dewey (1859-
1952) 
 Corrente pragmatista 
 Interesses suscitados na prática – trabalhava muito com jogos. A partir de uma 
situação problema, motivaria o aluno a buscar soluções que ajudariam a resolver 
este problema, e compreender assim o sentido daquilo que ele está estudando. 
 Formar para a vida social e para a autonomia 
 
 Escola Tecnicista ( focos específicos) 
 
Formação com focos específicos, especialização. Os trabalhadores deveriam se 
tornar especialistas que irão gerar a riqueza do país, estarão em constante 
atualização porque as tecnologias tendem a se tornar obsoletas. 
 
 Brasil: contexto da ditadura

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