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AULA CIÊNCIA POLÍTICA TGE ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO PARTE I

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Principais elementos “definidores” (manifestações físicas e sociais) de uma determinada realidade do Estado:
Governo/Soberania
Povo/População
Território
Finalidades
Elementos materiais
Elemento formal
Elemento teleológico
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OS ELEMENTOS DEFINIDORES DA MATERIALIDADE DO ESTADO: TERRITÓRIO E POPULAÇÃO. 
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Algumas questões preliminares acerca do TERRITÓRIO:
No plano jurídico-político, o termo TERRITÓRIO encontra-se referenciado aos limites geográficos pertencentes a um Estado nacional.
Segundo Dalmo de Abreu Dallari, o território do Estado se constitui como elemento de delimitação do “agir” soberano do Estado – a ordem jurídica vigente, nos limites territoriais do Estado é a mais eficaz, uma vez que ela é dotada de SOBERANIA, dependendo dela a admissão, no território do Estado, de aplicação de normas jurídicas provindas do exterior.
Portanto, ao conceito de TERRITÓRIO do Estado, agrega-se a noção de SOBERANIA, já que é nos limites do território estatal que ela poderá ser exercida na plenitude, configurando-se como barreira à ação externa. 
O território pode ser entendido como a parte do globo em que um certo GOVERNO pode exercer se PODER DE CONSTRNGIMENTO e de organizar e fazer funcionar os diversos serviços públicos. 
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COMPOSIÇÃO DO TERRITÓRIO
SOLO
SUBSOLO
ESPAÇO AÉREO
MAR TERRITORIAL
PLATAFORMA SUBMARINA
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ELMENTOS CONSTITUTIVOS DO TERRITÓRIO
SUBSOLO: a soberania do Estado se estende ao subsolo e todas as riquezas nele existentes – a exploração das riquezas do subsolo deverá se fazer de acordo com a ordem jurídica do Estado e se for necessário, de acordo com as normas do Direito Internacional Público. 
ESPAÇO AÉREO: o Estado exerce plena soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território – de acordo com as normas do Direito Internacional Público, espaço aéreo corresponde ao espaço atmosférico que se ergue acima do território e do mar pertencentes ao Estado. Para além do limite da atmosfera, no espaço cósmico, não se exerce jurisdição de nenhum Estado.
 MAR TERRITORIAL: De acordo com Francisco Rezek, a soberania de um Estado costeiro estende-se para uma zona de mar adjacente, alcançando também o leito do mar, o subsolo correspondente e o espaço aéreo sobrejacente – a soberania, no que se refere ao mar territorial encontra limitações determinadas por regras de direito costumeiro, como por exemplo, o direito de passagem inocente concedido a navios civis e a belonaves (navios militares), devendo, tal passagem, se dar de forma contínua e rápida, abstendo-se as naves beneficiárias deste direito de passagem de qualquer ato que atente contra a soberania do Estado concedente. 
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O MAR TERRITORIAL E A PLATAFORMA CONTINENTAL
Pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), conhecida como Convenção de Montego Bay, temos as seguintes larguras das faixas de mar sobre as quais os estados costeiros exercem níveis de jurisdição e/ou influência: 
MAR TERRITORIAL: corresponde à faixa de 12 milhas náuticas de largura, definida a partir da linha de baixa-mar ao longo da costa, em relação à qual o Estado costeiro tem jurisdição plena, como se fosse em seu território e em suas águas interiores - O mar territorial brasileiro foi instituído pelo Decreto-Lei nº 1.098, de 25 de março de 1970, com 200 milhas marítimas, passando a ser de 12 milhas marítimas com o advento da Lei nº 8.617/1993.
ZONA CONTÍGUA: corresponde a uma faixa de 12 milhas de largura que se acrescenta à faixa do mar territorial - O Estado costeiro, de acordo com a CNUDM, não tem soberania nessa região, devendo fiscalizar e reprimir infrações às normas sanitárias, fiscais, de imigração e outras vigentes em seu território. Na verdade, a zona contígua se sobrepõe à zona econômica exclusiva.
 
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O MAR TERRITORIAL E A PLATAFORMA CONTINENTAL
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: Na ZEE, o Estado costeiro possui direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não vivos das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo. 
O Estado costeiro também tem jurisdição para regulamentar a investigação científica marinha, tendo o direito exclusivo de construir, autorizar e regulamentar a construção, operação e utilização de ilhas artificiais ou outras instalações e estruturas com finalidades econômicas e/ou para fins de investigação científica. 
A investigação científica na ZEE brasileira, realizada por instituições nacionais e/ou internacionais, somente poderá ser realizada com o consentimento do governo brasileiro. A navegação e o sobrevôo, bem como outros usos internacionalmente lícitos, são inteiramente livres para todos. Acompanhando os critérios estabelecidos pela Convenção para sua delimitação, a ZEE brasileira estende-se por toda a costa, englobando também as áreas situadas no entorno de Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, Atol das Rocas e Arquipélago de São Pedro e São Paulo, totalizando 3,5 milhões de km2
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O MAR TERRITORIAL E A PLATAFORMA CONTINENTAL
PLATAFORMA CONTINENTAL: A CNUDM define que: “A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância” . 
Nos casos em que a extensão morfológica da plataforma continental se estende além das 200 milhas marítimas, a CNUDM define alguns critérios para o estabelecimento dos limites externos, ou seja, 350 milhas marítimas das linhas de base, ou 100 milhas marítimas da isóbata de 2.500 metros de profundidade, sendo denominada PCJ – Plataforma Continental Jurídica. 
A CNUDM entende a plataforma continental como uma extensão submersa do território, reconhecendo a soberania do Estado costeiro para fins de exploração e aproveitamento dos recursos naturais nela existentes, não se aplicando às águas marinhas e ao espaço aéreo sobrejacente, mas apenas ao leito e ao subsolo ali existente.
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CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O MAR TERRITORIAL E A PLATAFORMA CONTINENTAL
Os recursos naturais da PCJ, de acordo com a CNUDM, compreendem “... os recursos minerais e outros recursos não vivos do leito do mar e subsolo bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, aquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo ou só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo.”
O Estado costeiro exerce direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento dos seus recursos naturais e esses direitos são exclusivos, ou seja, se o Estado costeiro não explorar e aproveitar os recursos minerais da PCJ, ninguém pode empreender estas atividades sem o seu expresso consentimento. 
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Algumas questões acerca do conceito de POVO:
O conceito de POVO pode ser trabalhado a partir de duas acepções básicas: uma acepção quantitativa e uma acepção qualitativa.
Na acepção quantitativa, POVO é equiparado à POPULAÇÃO, o que nos permite afirmar que todos os que estiverem presentes em um território estatal, em um determinado momento, incluindo estrangeiros, apátridas, fazem parte da POPULAÇÃO – trata-se de um DADO QUANTITATIVO, que independe de laços jurídicos de subordinação ao poder estatal.
Na acepção qualitativa, o conceito de POVO pode ser trabalhado a partir do seguintes aspectos: o político, o jurídico e o sociológico.
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O conceito de POVO a partir dos aspectos político, jurídico e sociológico:
Em termos políticos, a categoria POVO se refere ao CORPO ELEITORAL, àqueles que têm o direito de votar
e de serem votados em consonância com a legislação vigente – assim, no nível político, o significado de POVO confunde-se com o de CIDADÃO-ELEITOR.
Em termos jurídicos, o significado de CIDADÃO-ELEITOR equivale ao de NACIONAL (NATO OU NATURALIZADO) configurando a base do NACIONALISMO JURÍDICO. 
Em termos sociológicos, o vocábulo POVO reveste-se de uma dimensão histórica, cultural – a visão sociológica entende que para que um POVO se configure como uma nação devem existir aspectos como historicidade, comunhão de interesses e aspirações, identidade moral e uma real personalidade coletiva. 
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UM CONCEITO DE POVO
A partir de uma composição das perspectivas política, jurídica e sociológica, podemos identificar POVO como aquele coletivo que é titular e/ou beneficiário de direitos civis, políticos e socioeconômicos, participante de uma ordem constitucional e, portanto, submetido à jurisdição de um Estado constituído por laços sócio-históricos e culturais – assim, não pode haver ESTADO sem POVO.

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