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DIREITO CIVIL - Obrigações - Professor: Ms. Danilo Orsida CONTATOS - 62 ) 98205 11 17 - e-mail: daniloorsida@gmail.com - @daniloorsida / facebook.com/danilo.orsida - @danilo.orsida Resgatando Parte Geral Prescrição e Decadência Art. 189 a 211 CC 1. O TEMPO COMO FATO JURÍDICO 1. O tempo como fato jurídico. 2. Fundamentos Sociais da limitação temporal de direitos e pretensões. 3. Noções conceituais. 4. Distinção entre prescrição e decadência 5. A prescrição e a decadência no Novo Código Civil 6. Causas impeditivas e suspensivas da prescrição 7. Causas interruptivas da prescrição 8. Prazos de prescrição no Código Civil 9. Prazos de decadência no Código Civil 10. Prazos prescricionais em matéria de Direito Intertemporal GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2017. v.1. 1. O TEMPO COMO FATO JURÍDICO Trata-se, em verdade, da espécie mais importante e socialmente difundida de negócio jurídico, consistindo, sem sombra de dúvidas, na força motriz das engrenagens socioeconômicas do mundo. Não podemos fixar, ao longo da história, uma data específica de surgimento do contrato. O que podemos é buscar um período em que a sua sistematização jurídica se tornou mais nítida GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil: contratos em espécie. São Paulo: Saraiva, 2017. v.4. 2. FUNDAMENTOS SOCIAIS DA LIMITAÇÃO TEMPORAL “O Direito não socorre aos que dormem !” É justamente sobre os efeitos jurídicos do decurso do tempo que refere-se os institutos da prescrição e decadência. O decurso de certo lapso temporal no exercício de determinadas faculdades jurídicas pode: 1) Ser o fato gerador da aquisição de direitos; 2) Pode ter força modificativa; 3) Fulminar certos direitos ou as pretensões decorrentes de sua violação; 2. FUNDAMENTOS SOCIAIS DA LIMITAÇÃO TEMPORAL Não é razoável, para a preservação do sentido de estabilidade social e segurança jurídica, que sejam estabelecidas relações jurídicas perpétuas. “O exercício de direitos não pode ser uma ameaça eterna”. 2. FUNDAMENTOS SOCIAIS DA LIMITAÇÃO TEMPORAL Portanto, a existência de prazo para o exercício de direitos e pretensões é uma forma de disciplinar a conduta social, sancionando aqueles titulares que se mantêm inertes. Trata-se da aplicação do brocardo latino: “dormientibus non sucurit jus”. 2. FUNDAMENTOS SOCIAIS DA LIMITAÇÃO TEMPORAL 3. NOÇÕES CONCEITUAIS A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inércia do seu titular. Tem por objeto direitos subjetivos patrimoniais e disponíveis, não afetando, por isso, direitos sem conteúdo patrimonial. 3. NOÇÕES CONCEITUAIS O Código Civil de 1916 não distinguia com precisão a decadência e a prescrição. Havia doutrinadores, que entendiam que a prescrição ocasionaria a perda do próprio direito material Esta era a ideia que predominava na vigência do Código de 1916: a prescrição gerava a perda do direito de ação. 3. NOÇÕES CONCEITUAIS Tradicionalmente, a doutrina sempre defendeu que "a prescrição ataca a ação e não o direito, que só se extingue por via de consequência”. Todavia, a prescrição não atinge o direito de ação – que sempre existirá - , mas, sim, a pretensão que surge do direito material violado. 3. NOÇÕES CONCEITUAIS Art. 189. Violado do direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 a 206. A prescrição, consiste em um elemento de ordem pública. Isso quer dizer que, enquanto não consumada, ela não pertence às partes, e sim ao interesse público. Justamente por isso é que todo prazo prescricional é legal, não havendo prazo prescricional convencional Exemplo citado pelo autor Caio(credor) é titular de um direito de crédito em face de Tício (devedor). Nos termos do contrato pactuado, Caio teria direito ao pagamento de 100 reais, no dia 1º de janeiro de 2002(dia do vencimento). Firmado do contrato no dia 10 de dezembro de 2001, Caio já dispõe do crédito, posto somente seja exigível no dia do vencimento. Observe, pois, que o direito de crédito nasce com a realização do contrato, em 10 de dezembro. No dia do vencimento, para a surpresa de Caio, o devedor nega-se a cumprir a sua obrigação. Torna-se, portanto, inadimplente, violando o direito patrimonial de Caio de obter a satisfação de seu crédito. Neste exato momento, portanto, violado, o direito, surge para o credor, a legítima pretensão de poder exigir judicialmente, que o devedor cumpra a prestação assumida. Esta pretensão, por sua vez, quedará prescrita, se não for exercida no prazo legalmente estipulado para seu exercício (dez anos, no Novo Código Civil – art. 205, vinte anos, no Código de 1916 – art. 177). Código Civil de 1916 Art. 172. A prescrição interrompe-se: I – pela citação pessoal feita ao devedor, ainda que ordenada por juiz incompetente; (...) Código Civil de 2002 Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar- se-á: I – por despacho do juiz, mesmo que incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual; (...) Código Civil de 1916 Art. 162. A prescrição pode ser alegada, em qualquer instância, pela parte a quem aproveita. Art. 163. As pessoas jurídicas estão sujeitas aos efeitos da prescrição e podem invocá-los sempre que lhes aproveitar. Art. 166. O juiz não pode conhecer da prescrição de direitos patrimoniais, se não foi invocada pelas partes. Código Civil de 2002 Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. ************ Novo Código de Processo Civil Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: (...) II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; CTN Lei 6.830/80 Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. Parágrafo único. A prescrição se interrompe: I - pela citação pessoal feita ao devedor (revogado) I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; •Art.8º, (...) •§2º-O despacho do Juiz, que ordenar a citação ,interrompe a prescrição. Código Tributário Nacional A prescrição atinge a pretensão, a possibilidade ainda que potencial de exigir. Desta forma, somente nos direitos emque há prestação se pode falar me prescrição. Todas as ações condenatórias - e somente elas - estão sujeitas à prescrição. Prescrição x Decadência Parte Especial Art. 233 e seguintes Conceito Em objetiva definição, trata-se do conjunto de normas reguladoras das relações patrimoniais entre um credor(sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo) a quem incumbe o dever de cumprir, espontânea ou coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não fazer.Fontes das Obrigações A lei é a fonte primária das obrigações em geral. Entretanto, sempre entre a lei e os seus efeitos obrigacionais ( os direitos e obrigações decorrentes) existirá um FATO JURÍDICO ( o negócio jurídico, o ato ilícito.) Negócio Jurídico Distinção entre direitos Pessoais e Reais Os Direitos Obrigacionais também são chamados de Direitos Pessoais. Obrigação é o vínculo que liga as partes a uma prestação de conteúdo patrimonial para satisfação do interesse do credor. Os direitos pessoais, são os direitos de crédito(de conteúdo patrimonial). Direito real é aquele que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos, e a segue em poder de quem quer que a detenha. O direito pessoal é o direito contra determinada pessoa Ao direito das obrigações interessa apenas o estudo das relações jurídicas pessoais entre um credor e um devedor Obrigações propter rem : A obrigação propter rem é àquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem. Segundo *Arnoldo Wald, as obrigações propter rem “derivam da vinculação de alguém a certos bens, sobre os quais incidem deveres decorrentes da necessidade de manter-se a coisa”. São exemplos de obrigação propter rem: A obrigação do adquirente de um bem hipotecado de saldar a dívida que a este onera se quiser liberá-lo; A obrigação do condômino de pagar as dividas condominiais; A obrigação do proprietário de um bem de pagar os tributos inerentes à coisa; Questão 01 - (FGV OAB 2013) João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a área é de preservação permanente. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta. a) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por sua degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem. b) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé. c) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu. d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública, em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade. Questão 01 - (FGV OAB 2013) João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a área é de preservação permanente. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta. a) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável por sua degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem. b) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambiental cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé. c) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez que João não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu. d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração Pública, em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade. (FGV 2011 - OAB) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública proposta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é correto afirmar que a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a reparar o dano. b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei 9.873/99. Logo, João não será obrigado a reparar o dano. c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do protetor-recebedor. d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área. (FGV 2011 - OAB) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação civil pública proposta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é correto afirmar que a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a reparar o dano. b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei 9.873/99. Logo, João não será obrigado a reparar o dano. c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização, a ser paga pelo Poder Público, por força do princípio do protetor-recebedor. d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área. Obrigação de dar: As obrigações de dar, têm por objeto prestações de coisas, consistem na atividade de dar (transferindo-se a propriedade da coisa), entregar (transferindo-se a posse ou a detenção) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor) Subdivide-se em: dar coisa certa (arts.233 a 242) ou dar coisa incerta ( arts. 243 a 246 do CC/02) Obrigação de dar coisa certa: Nesta modalidade de obrigação, o devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir coisa específica, certa, determinada. Ex: “ um carro marca X, placa 5555, ano 2016, chassi n., cujo proprietário é ... ” Obrigação de dar coisa certa: Ex: “ um animal reprodutor bovino da raça nelore, com peso de ___, arrobas, numero de registro 8888, cujo proprietário é ... ” O credor não está obrigado a receber outra coisa senão aquela descrita no título da obrigação. Obrigação de dar Neste sentido às obrigações de dar coisa certa, aplica-se o artigo 313 do C/C 2002: “Art. 313 - O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa” Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias. Obrigação de dar Perda ou perecimento (prejuízo total) Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder,sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Obrigação de dar Deterioração (prejuízo parcial) Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. (sem culpa do devedor) Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. (com culpa do devedor) Obrigação de dar Melhoramento Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. Obrigação de dar coisa incerta: A expressão “coisa incerta” indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas não totalmente, porque deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. É, portanto, indeterminada, mas determinável. Falta apenas determinar sua qualidade. Obrigação de dar Coisa incerta Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. TRF 5ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA - Maria do Carmo comprou um vestido de noiva que pertenceu a Elizabeth Taylor de Leiloarte S/A para o seu casamento que se realizaria dia 20/10/2011, dia agendado também para a entrega do vestido. Em 10/10/2011 houve uma forte tempestade na cidade e um raio incendiou o atelier de costura onde o vestido de Maria do Carmo estava guardado. Nesse mesmo dia, vários incêndios ocorreram na cidade, também causados por raios. a) Neste caso, a obrigação é dedar coisa certa e se perdeu com culpa do devedor que deverá devolver as importâncias recebidas. b) Fazer e se perdeu com culpa do devedor que deverá indenizar Maria do Carmo por perdas e danos. c) Dar coisa certa e se perdeu sem culpa do devedor, resolvendo-se. d) Dar coisa certa e se perdeu quando o devedor já estava em mora. e) Fazer e pode ser executada por terceiro à custa do devedor que agiu com culpa. TRF 5ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA - Maria do Carmo comprou um vestido de noiva que pertenceu a Elizabeth Taylor de Leiloarte S/A para o seu casamento que se realizaria dia 20/10/2011, dia agendado também para a entrega do vestido. Em 10/10/2011 houve uma forte tempestade na cidade e um raio incendiou o atelier de costura onde o vestido de Maria do Carmo estava guardado. Nesse mesmo dia, vários incêndios ocorreram na cidade, também causados por raios. a) Neste caso, a obrigação é dedar coisa certa e se perdeu com culpa do devedor que deverá devolver as importâncias recebidas. b) Fazer e se perdeu com culpa do devedor que deverá indenizar Maria do Carmo por perdas e danos. c) Dar coisa certa e se perdeu sem culpa do devedor, resolvendo-se. d) Dar coisa certa e se perdeu quando o devedor já estava em mora. e) Fazer e pode ser executada por terceiro à custa do devedor que agiu com culpa. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL Singulares: Quando em cada polo subjetivo verifica-se um sujeito credor e um sujeito devedor. Plurais/ Múltiplas: Quando o polo credor ou devedor são integrados por dois ou mais sujeitos. Obrigação solidária é aquela em que, havendo vários devedores, cada um responde pela dívida inteira como se fosse o único devedor. Se a pluralidade for de credores, pode qualquer um deles exigir a prestação integral como se fosse único credor (art. 264). Solidariedade ativa ou de credores: na solidariedade ativa, há multiplicidade de credores, com direito a uma quota da prestação. Todavia, em razão da solidariedade, cada qual pode reclamá-la por inteiro do devedor comum. Este, no entanto, pagará somente a um deles. Solidariedade ativa ou de credores: O credor que receber o pagamento entregará aos demais as quotas de cada um. O devedor se libera do vínculo pagando a qualquer cocredor, enquanto nenhum deles demandá-lo diretamente (CC, art. 268). Exemplo: Na conta bancária conjunta, encontra-se exemplo dessa espécie, por permitir que cada correntista saque todo o dinheiro depositado. Todos podem movimentar livremente a referida conta, conjunta ou separadamente. Cada correntista credor pode, individualmente, sacar todo o numerário depositado, sem que o banco, devedor na condição de depositário, possa recusar-se a permitir o levantamento, exigindo a participação de todos. Solidariedade passiva ou de devedores: havendo vários devedores solidários (solidariedade passiva), o credor pode cobrar a dívida inteira de qualquer um deles, de alguns ou de todos conjuntamente. Solidariedade passiva ou de devedores: Qualquer devedor pode ser compelido pelo credor a pagar toda a dívida, embora, na sua relação com os demais, responda apenas pela sua quota-parte. Nessa modalidade, o credor tem maiores probabilidades de receber o seu crédito, pois pode escolher o devedor de maior capacidade financeira e maior patrimônio para ser acionado, bem como demandar todos eles, se preferir. Ex. marido e mulher fazem um empréstimo de R$50.000,00, tornando-se devedores da obrigação de pagar o Banco credor. Tanto o marido como a mulher são obrigados ao pagamento do valor total do empréstimo, não podendo um deles querer pagar só a metade alegando que a outra parte é devida pelo seu cônjuge. O Banco pode inclusive cobrar o valor total de apenas um deles que, por sua vez, se pagar sozinho, terá ação de regresso contra o outro para reaver a parte que lhe cabe. Solidariedade recíproca ou mista, simultaneamente de credores e de devedores: tanto o Código Civil de 1916 como o de 2002 disciplinaram apenas as duas primeiras, não estabelecendo regras sobre a solidariedade recíproca ou mista. Na vida prática, raramente se encontra um caso de solidariedade recíproca. Aplicam-se-lhe as normas expressamente previstas para a solidariedade ativa e a solidariedade passiva, de cuja combinação é resultante. Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Solidariedade Ativa ou Passiva ? Solidariedade Ativa Solidariedade Ativa ou Passiva ? Solidariedade Passiva TJ/GO 2012 - FCC - JUIZ SUBSTITUTO - Antônio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um determinadotouro reprodutor, avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. a) Nesse caso, a obrigação é de dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto. b) indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor. c) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor. d) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto perecido. e)de dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar a indenização a todos os credores. TJ/GO 2012 - FCC - JUIZ SUBSTITUTO - Antônio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor, avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. a) Nesse caso, a obrigação é de dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto. b) indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor. c) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor. d) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto perecido. e)de dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar a indenização a todos os credores. TRT 4ª 2012 - FCC - JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO - No que tange às obrigações solidárias, é correto afirmar que: A) O credor de obrigação solidária pode exigir que apenas um dos devedores pague totalmente a dívida comum. B) Importa renúncia à solidariedade a propositura de ação contra apenas um dos devedores C) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, deixa de existir a solidariedade. D) A solidariedade decorre da lei ou das circunstâncias do negócio jurídico. a elas se aplicam todas as disposições referentes às obrigações indivisíveis. TRT 4ª 2012 - FCC - JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO - No que tange às obrigações solidárias, é correto afirmar que: A) O credor de obrigação solidária pode exigir que apenas um dos devedores pague totalmente a dívida comum. B) Importa renúncia à solidariedade a propositura de ação contra apenas um dos devedores C) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, deixa de existir a solidariedade. D) A solidariedade decorre da lei ou das circunstâncias do negócio jurídico. a elas se aplicam todas as disposições referentes às obrigações indivisíveis. (TJ/MS/Juiz de Direito/2010/Fundação Carlos Chagas) Na solidariedade ativa: a) Mais de um credor está obrigado à dívida toda. b) Mais de um devedor pode exigir a dívida toda. c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos não mais subsiste a solidariedade. d) Cada um dos credores tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. e) Se um dos credores falecer deixando herdeiros, cada um destes terá direito a receber a integralidade do crédito do finado. (TJ/MS/Juiz de Direito/2010/Fundação Carlos Chagas) Na solidariedade ativa: a) Mais de um credor está obrigado à dívida toda. b) Mais de um devedor pode exigir a dívida toda. c) Convertendo-se a prestação em perdas e danos não mais subsiste a solidariedade. d) Cada um dos credores tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. e) Se um dos credores falecer deixando herdeiros, cada um destes terá direito a receber a integralidade do crédito do finado. MUITO OBRIGADO!
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