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Caso Concreto 7

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DIREITO ADMINISTRATIVO I - CCJ0010
Título
SEMANA 7
Descrição
Caso Concreto
Após adquirir a propriedade de uma casa edificada há vinte anos, MARIA entendeu pela necessidade de proceder à reforma do referido imóvel, comunicando tal ato à Prefeitura.
 O ente público, verificando que se tratava de projeto sobre área non aedificandi, já que assentada sobre braço de rio, cujo curso, se bloqueado, poderia acarretar dano ambiental, expediu ato de cassação da licença para construir, anteriormente obtida. Determinou, ainda, a demolição da casa existente.
 MARIA resiste à determinação de demolição, argumentando que desconhecia a classificação da área e que não havia qualquer ilegalidade na licença originariamente deferida, afinal, naquele mesmo local, há inúmeros imóveis construídos nas mesmas condições. Aponta que o ato anulatório portaria vício nos elementos motivo e finalidade. Motivo, porque o fato de passar pelo local braço de um rio não impediu a edificação de outros prédios; finalidade, porque a demolição pretendida seria ato isolado, insuficiente para corrigir ou prevenir os imaginados transtornos decorrentes do bloqueio do curso do rio. Houve, na verdade, afronta ao direito adquirido.
 Confrontando-se a natureza jurídica da licença com o princípio da autotutela, consagrado no verbete 473 do STF, decida a questão, enfrentando todos os argumentos aprontados pelas partes.
Resposta: Considerando que a problemática se inicia com a expedição de um ato de licença e cassação posterior desse ato, é necessário pontuar que o ato de licença possui natureza negocial, uma vez que contêm uma declaração de vontade do Poder Público que vai ao encontro com a pretensão do particular.
 De modo que o ato de licença é ato vinculado e definitivo (não precário) em que a Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar uma atividade.
 Contudo, tal ato não é absoluto, vez que à Administração Pública cumpre zelar pelo interesse público e legalidade de seus atos, verificado que a medida contém ilegalidades, pode e deve ela mesma invalidar seus atos vinculados, ou, nos casos de atos discricionários, revogá-los. A esse poder-dever da Administração, dá-se o nome de autotutela.
 Vale dizer que a autotutela também designa o poder que a Administração possui de cuidar dos bens que integram o seu patrimônio, sendo dispensado título fornecido pelo Poder Judiciário, podendo ela mesmo, exercendo seu poder de polícia administrativa, impedir ato atentatório à conservação dos seus bens.
 Mesmo que o ato de licença solicitado para reforma de Maria tenha sido concedido, importa que diante dos vícios contidos nesse ato a Administração, em nome do interesse público, torne-o inexistente por meia da cassação e em exercício do princípio da autotutela. Para tanto a justificativa utilizada por Maria de que desconhecia a impossibilidade de reforma da área não é suficiente para combater os vícios contidos no ato de licença, ainda que em um primeiro momento esses vícios não tenham sido identificados.
 Portanto, é correta a expedição do ato de cassação da licença para construir, já que este é o meio cabível para retirada do ato, tornando-o inexistente, diante de recusa a condições, ou seja, retirada do ato em virtude do descumprimento pelo beneficiário de uma condição imposta pela Administração.
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