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Aula 5 Direitos reais sobre coisas alheias 2017

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DIREITO DAS COISAS
Cod. Disc. CCJ0015
Professor Pedro Augusto Scerni é Advogado militante, com escritório próprio atuando como consultor jurídico e advogado contencioso em diversas áreas do direito. Atua na assistência judiciária gratuita (Convênio OAB/Defensoria Pública) desde 2006, membro da COMISSÃO DE DIREITO E PRERROGATIVAS DOS ADVOGADOS DE SP exercendo a função de coordenador de prerrogativas, atuou como Conselheiro Seccional de Prerrogativas durante a gestão 2013/2015 e foi reconduzido ao conselho na presente gestão (2016/2018). Atuou junto ao TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB/SP 6ª Turma Disciplinar, onde exerceu as funções de instrutor e conciliador na gestão 2010/2012 e Membro vogal Relator na gestão 2013/2015, sendo nomeado Assessor da 4ª Câmara do Conselho Secional da OAB/SP (2016/2018). Atuou como diretor tesoureiro da 100ª Subseção da OAB/SP (Ipiranga) durante a gestão 2013/2015, acumulando com a presidência das comissões de prerrogativas e de Ética. PROFESSOR UNIVERSITÁRIO no curso de Direito da UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ SP, ministrando aulas de Direito Civil, Direito Penal, Direito Administrativo, Financeiro e tributário, Ética Geral e Profissional e Pratica Jurídica. Atuou como Coordenador do Núcleo de Praticas Jurídicas do campus Conceição (2015/2016). Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos da OAB/SP.
AULA 5
Direitos reais sobre coisas alheias
Superfície (CC, arts. 1.225, 11, 1.369 a 1.377). 
Concessão de uso especial para fins de moradia (CC, art. 1.225, XI). 
Concessão de direito real de uso (CC, art. 1.225, XII). 
Direitos reais de garantia
Penhor (CC, arts. 1.225, VIII, 1.431 a 1.472). 
Anticrese (CC, arts. 1.225, X, 1.506 a 1.510). 
Hipoteca (CC, arts. 1.225, IX, 1.473 a 1.505). 
Alienação fiduciária em garantia, que gera a propriedade fiduciária (Lei n. 4.728/65, art. 66, com alterações do Dec.-Lei n. 911/69 e art. 4" da Lei n. 6.071/74; CC, arts. 1.361 a 1.368) e a cessão fiduciária de direitos creditórios oriundos de contratos de alienação de imóveis (Lei n. 9.514/97). 
Direito real de aquisição 
Compromisso ou promessa irretratável de venda (Dec.­ -Lei n. 58/37; Lei n. 6.766/79; CC, arts. 1.225, VII, 1.417 e 1.418). 
Constituição por atos inter vivos 
Tradição para que haja aquisição de direito real sobre coisa móvel alheia. 
Registro no cartório imobiliário para que haja aquisição de direito real sobre coisa imóvel alheia. 
CC, arts. 1.226 e 1.227. 
ENFITEUSE
Histórico 
Resultou da fusão, que se deu na era justiniana, entre o jus emphyteuticon dos gregos e o ager vectigalis ou arrendamento público dos romanos. 
Natureza jurídica 
É o mais amplo direito real sobre coisa imóvel alheia, de gozo, já que com ela podem-se tirar da coisa todas as utilidades e vantagens que encerra e empregá-Ia nos misteres a que, por sua natureza, se presta, sem lhe destruir a substância e com a obrigação de pagar ao proprietário uma certa renda anual. O único e verdadeiro titular do domínio do bem aforado é o senhorio direto. 
Conceito 
Enfiteuse é o direito real sobre coisa alheia que autoriza o enfiteuta a exercer, restritiva e perpetuamente sobre a coisa imóvel, todos os poderes do domínio, mediante pagamento ao senhorio direto de uma renda anual (CC de 1916, art. 678). 
Objeto 
Terras não cultivadas (CC de 1916, art. 680). 
Terrenos que se destinam à edificação (CC de 1916, art. 680). 
Terrenos de marinha e acrescidos (CC de 1916, art. 694; Dec.-Lei n. 4.120/42; 
Dec.-Lei n. 4.105, de 1868; Dec.-Lei n. 9.760/46; e Dec.-Lei n. 1.850/81). 
Constituição 
Registro (Lei n. 6.015/73, art. 167, I, n. 10). 
Sucessão hereditária (CC de 1916, art. 678). 
Usucapião (CC de 1916, arts. 550 e 551 ). 
Direitos e deveres do enfiteuta 
Direitos
Usufruir o bem aforado . 
Transmitir a coisa enfitêutica aos herdeiros (CC de 1916 art 681). 
Alienar o imóvel aforado (CC de 1916, art. 683) comunicando o senhorio direto para que ele exerça o direito de preferencia. 
Adquirir o imóvel, tendo direito de preferência se o senhorio quiser aliená-lo (CC de 1916, art. 684). 
Abandonar o bem enfitêutico (CC de 1916 arts. 687 e 691). 
Gravar a coisa aforada. 
Instituir subenfiteuse (CC de 1916, art. 694), hoje vedada por força do CC atual (art. 2.038, § 1º, II). 
Constituir coenfiteuse (CC de 1916, art. 690, §§ 1º e 2º). 
As benfeitorias necessárias em caso de comisso (CC de 1916 art. 692, II). 
Ao resgate do foro (CC de 1916, art. 693, e Dec.-Lei n. 9.760/46, arts. 103 e 122). 
As ações: possessória, confessória e negatória. 
Deveres
Não atingir a substância da coisa com sua fruição (CC de 1916 art.681). 
Não vender ou dar em pagamento o bem aforado sem avisar o senhorio (CC de 1916, art. 683). 
Avisar o senhorio direto quando doar, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado (CC de 1916, art. 688). 
Eleger cabecel quando houver coenfiteuse (CC de 1916 art. 690).
Pagar o foro anual (CC de 1916, art. 678). 
Pagar previamente os credores quando abandonar gratuitamente ao senhorio o prédio aforado (CC de 1916, art. 691). 
Pagar laudêmio, em caso de alienação (CC de 1916, art. 686) ao senhorio, salvo os casos arrolados nos Decs.-Leis n. 1.850/81 e 1.876/81. Atualmente, não tem mais esse dever, em razão do disposto no art. 2.038, § 1º, I, do novo Código Civil, com exceção da hipótese do art. 22, § 12, I, da Lei n. 9.514/97, com a redação da Lei n. 11.481/2007. 
Pagar as importâncias previstas no art. 693 do Código Civil de 1916, para exercer o resgate. 
Pagar os impostos e ônus reais que gravarem o imóvel (CC de 1916, art. 682) e contribuições de melhoria (Dec.-Lei n. 195/67, art. 8º, § 1 º).
Direitos e obrigações do senhorio direto 
Direitos
Exigir a conservação da substância do bem. 
Às acessões. 
Ao tesouro. 
Alienar o domínio direto. 
De preferência no caso de alienação do domínio útil pelo foreiro (CC de 1916, arts. 683 e 684). 
Consolidar o domínio se o enfiteuta alienar o domínio útil sem notificá-lo (CC de 1916, art. 685). 
Ser citado, no caso de penhora do domínio útil por dívida do foreiro (CC de 1916, art. 689, e CPC, art. 698). 
Consentir ou não na divisão, em glebas, do imóvel aforado (CC de 1916, art. 681). 
Escolher o cabecel, se os coenfiteutas não o fizeram (CC de 1916, art. 690).
Receber
Pensões anuais (CC de 1916, art. 678). 
Foro de cada gleba, no caso de divisão de enfiteuse (CC de 1916, art. 690, § 2º). 
Laudêmio, quando houvesse transferência de domínio útil (CC de 1916, art. 686; CPC, art. 585, IV), mas perdeu, hoje, esse direito diante do que reza o art. 2.038, § 1º, I, do novo Código Civil, com exceção do caso do art. 22, § 1º, I, da Lei n. 9.514/97 com alteração a Lei n. 11.481/2007. 
Foro por parte do foreiro anterior, quando não tiver sido comunicado da doação, dote e permuta por coisa infungível do prédio aforado, feita por ele (CC de 1916, art. 688). 
O pagamento do resgate (CC de 1916, art. 693). 
Invocar 
Ação real 
Ação pessoal para cobrar foro e laudêmio. 
Ação de comisso. 
Obrigações 
Respeitar o domínio útil do foreiro. 
Notificar o enfiteuta quando alienar o seu domínio. 
Conceder resgate nos termos do contrato. 
Extinção da enfiteuse 
Pela deterioração do prédio aforado (CC de 1916, art. 692, I). 
Pelo comisso (CC de 1916, art. 692, 11; Dec.-Lei n. 9.760/46, arts. 101, § 2º, 103, § 1 º, 118 e 121). 
Pelo falecimento do enfiteuta, sem herdeiros (CC de 1916, art. 692, III). 
Pela confusão. 
Pela perda da nacionalidade brasileira (Dec.-Lei n. 3.438/41, art. 18, § 1 º). 
Pela total destruição do prédio aforado. 
Pela usucapião. 
Pela desapropriação. 
Servidões Prediais
Conceito 
São direitos de gozo sobre imóveis que, em virtude de lei ou vontade das partes, se impõem sobre o prédio serviente em benefício do dominante. 
Finalidade 
Proporcionar uma valorização do prédio dominante, tornando-o mais útil, agradável ou cômodo, implicando, por outro lado, uma desvalorização econômica do prédio serviente, levando-se em consideração que as
servidões prediais são perpétuas, acompanhando sempre os imóveis quando transferidos. 
Princípios fundamentais 
É uma relação entre prédios vizinhos;
Não há servidão sobre a própria coisa;
A servidão serve à coisa e não ao dono;
Não se pode de uma servidão constituir outra;
Servidão não se presume;
Servidão é inalienável;
Natureza jurídica:
É um direito real de gozo ou fruição sobre imóvel alheio de caráter acessório, perpétuo, indivisível e inalienável. 
Classificação 
Quanto à natureza: 
Rústicas e urbanas. 
Quanto ao modo de exercício: 
Contínuas e descontínuas;
Positivas e negativas;
Ativas e passivas.
Quanto à exteriorização: 
Aparentes e não aparentes. 
Quanto à origem: 
Legais;
Naturais;
Convencionais . 
Modos de Constituição:
Ato jurídico inter vivos ou causa mortis (CC, art. 1.378; Dec.-Lei n. 1.000/69, art. 167, X);
Sentença judicial (CPC, arts. 979, 11, e 980, § 2º, III);
Usucapião (CC, art. 1.379, parágrafo único; CPC, art. 941). 
Direitos e deveres do proprietário do prédio dominante 
Direitos:
Usar e gozar da servidão;
Realizar obras necessárias à sua conservação e uso (C C, art. 1.380; Cód. de Águas, art. 128);
Exigir ampliação da servidão para facilitar a exploração do prédio dominante (CC, art. 1.385, § 3º);
Renunciar à servidão (CC, art. 1.388, I) e removê-la (CC, art. 1.384, in fine). 
Deveres:
Pagar todas as obras feitas para uso e conservação da servidão (CC, art. 1.381 );
Exercer a servidão civiliter modo (CC, art. 1.385);
Indenizar o dono do prédio serviente pelo excesso do uso da servidão em caso de necessidade (CC, art. 1.385, § 3º). 
Direitos e obrigações do proprietário do prédio serviente 
Direitos:
Exonerar-se de pagar as despesas com o uso e conservação da servidão, desde que abandone total ou parcialmente a propriedade em favor do dono do prédio dominante (CC, art. 1.382, parágrafo único);
Remover a servidão de um local para outro;
Impedir que o proprietário do dominante efetive qualquer mudança na forma de utilização da servidão, pois este deve manter sua destinação (CC, art. 1.385, § 3º);
Cancelar a servidão nos casos dos arts. 1.388 e 1.389 do Código Civil. 
Deveres:
Permitir que o dono do prédio dominante realize obras necessárias à conservação e utilização da servidão (CC, art. 1.380). 
Respeitar o uso normal e legítimo da servidão (CC, art. 1.383). 
Pagar despesas com a remoção da servidão e não prejudicar ou diminuir as vantagens do prédio dominante, que decorrerem dessa mudança (CC, art. 1.384). 
Proteção jurídica 
ação confessória, que tem por escopo reconhecer sua existência, quando negada ou contestada pelo proprietário do prédio gravado;
ação negatória a que pode recorrer o dono do prédio serviente para provar que inexiste ônus real, ou para defender seus direitos contra o proprietário do imóvel dominante que, sem título, pretender ter a servidão sobre o prédio, ou então para ampliar os direitos já existentes;
Ação de manutenção de posse ou de reintegração de posse e interdito proibitório. 
Ação de usucapião. 
Extinção 
Renúncia do titular (CC, art. 1.388, I). 
Cessação de sua utilidade (CC, art. 1.388, II). 
Resgate (CC, art. 1.388, III). 
Confusão (CC, art. 1.389, I). 
Supressão das respectivas obras (CC, art. 1.389, II). 
Desuso (CC, art. 1.389, III). 
Perecimento do objeto. 
Decurso do prazo ou implemento da condição. 
Desapropriação. 
Convenção. 
Preclusão do direito da servidão. 
Resolução do domínio do prédio serviente. 
BIBLIOGRAFIA DIREITO CIVIL IV
DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
FARIAS, Cristiano Chaves de e ROSENVALD, Nelson. Direitos Reais. Rio de Janeiro: Lúmen Júris.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, vol. 5, Rio de Janeiro: Saraiva.
MELO, Marco Aurélio Bezerra de. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Lumen Juris.
RIZZARDO, Arnaldo. Condomínio edilício e incorporação imobiliária. Rio de Janeiro: Forense.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
TARTUCE, Flávio. Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. vol. 5, São Paulo: Atlas.
VIANA, Marco Aurelio S. Curso de Direito Civil Direito das Coisas. Rio de Janeiro: Forense.
WALD, Arnaldo. Direito Civil – Direito das Coisas. vol. 4, São Paulo: Saraiva.

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