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Filosofia Questionário para AV2

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Como se explica a relação da origem do cristianismo e a origem da filosofia grega no rompimento com o pensamento mítico religioso?
Filosofia é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais.
Como em muitas outras sociedades antigas, as narrativas míticas desempenhavam uma função central na sociedade grega. Além de estabelecer marcos importantes na vida social, os mitos gregos promoviam uma concepção de mundo de natureza religiosa que propiciava respostas às principais indagações existenciais que desde sempre inquietaram o espírito humano. Os eventos históricos, os fenômenos naturais e os principais eventos da vida humana (nascimento, casamento, doença e morte) eram entrelaçados às histórias tradicionais sobre conflitos entre deuses, intercâmbios entre deuses e homens e feitos memoráveis de semideuses.
Os gregos cultuavam muitos deuses. Estes múltiplos deuses estavam no mundo e faziam parte dele. Diferente dos judeus ou dos cristãos, os gregos não desenvolveram a ideia de um Deus criador, transcendente, absolutamente separado do mundo criado, cuja existência deriva e depende inteiramente dele. Há, portanto, o divino no mundo, assim como o mundano nas divindades. O homem grego vive num mundo cheio de deuses e, por isso, não separa natureza e sobrenatureza, como dois domínios opostos.
Pode-se dizer que a filosofia surge como uma espécie de rompimento com a visão mítica do mundo. Enquanto os mitos se organizavam em narrações, imagens e seres particulares, a filosofia inaugurava o discurso argumentativo, abstrato e universal. Além disso, ao contrário dos autores de mitos, os filósofos gregos tentaram com afinco elaborar concepções de mundo que fossem isentas de contradições e imperfeições lógicas, empenharam-se numa espécie dessacralização e despersonalização das narrativas tradicionais sobre o surgimento e organização do cosmos.
As definições de filosofia formuladas na Antiguidade persistiram na época de disseminação e consolidação do cristianismo, mas isso não impediu que as concepções cristãs exercessem influência e moldassem novas maneiras de se entender a filosofia. As definições de filosofia elaboradas durante a Idade Média foram coordenadas aos serviços que o pensamento filosófico poderia prestar à compreensão e sistematização da fé religiosa; e, desse modo, a filosofia passa a ser concebida como “serva da teologia. Segundo São Tomás de Aquino, por exemplo, a filosofia pode auxiliar a teologia em três frentes: (1) ela pode demonstrar verdades que a fé já toma como estabelecidas, tais como a existência de Deus e a imortalidade da alma; (2) pode esclarecer certas verdades da fé ao traçar analogias com as verdades naturais; e (3) pode ser empregada para refutar ideias que se oponham à doutrina sagrada.
Quais as duas fontes de conhecimento para os filósofos?
Doxografia e fragmentos
O que significa neoplatonismo?
Neoplatonismo é o termo que define o conjunto de doutrinas e escolas de inspiração platônica que se desenvolveram do século III ao século VI. O neoplatonismo é direcionado para os aspectos espirituais e cosmológicos do pensamento platónico, sintetizando o platonismo com a teologia egípcia e judaica. No entanto, os neoplatônicos se consideravam simplesmente platônicos, e a distinção moderna é devido à percepção de que sua filosofia continha interpretações suficientemente originais a Platão para torná-la substancialmente diferente do que Platão escreveu.
O neoplatonismo nasceu em um momento histórico particular, quando o homem, impulsionado por uma crise interna profunda, sentiu intensamente a transitoriedade da realidade sensível. Os primeiros neoplatônicos foram Plutarco, Maximus, Enesidemo e Numênio Apameu, que teriam vivido no segundo século da era cristã e influenciado Plotino, o sistematizador do neoplatonismo.
Ao contrário de Platão, Plotino acreditava em uma espécie de monismo idealista. Para ele só existia mesmo Deus ou o Uno, de onde emana a fonte divina que irradia por toda a criação. Segundo este filósofo, as sombras nada mais eram que a carência de luz, a qual não conseguia atingi-las; mas não se podia dizer que elas tinham uma real existência.
Desta forma, os neoplatônicos rejeitavam o conceito do mal, e acreditavam apenas em graus de imperfeição, na carência da prática do bem. Contrariamente aos ensinamentos cristãos, não era necessário transpor as fronteiras da morte, caminhar para estágios de uma vida na espiritualidade, a fim de se conquistar uma alma perfeita e feliz. Estas virtudes podiam ser obtidas através do exercício constante da meditação filosófica.
Plotino tinha plena convicção de que a esfera material estava mergulhada nas sombras, mas ainda assim acreditava que as formas naturais refletiam um pouco da Luz do Uno. Ao lado de Deus estão posicionadas as ideias eternas, as formas primitivas de todos os seres. A alma do Homem é um dos raios desta chama que emana de Deus.
Tudo, portanto, é permeado pela fonte divina. Nos recantos mais distantes do Criador estão localizadas a terra, a água e as pedras. Por outro lado, o interior da alma humana é a esfera que se encontra mais perto de Deus. Só aí é possível ao Homem se reconectar com o Divino e até mesmo se sentir parte dele.
O monismo do neoplatonismo contrasta com o dualismo de Platão, que distingue entre o universo das ideias e o dos sentidos. A fusão completa da alma humana com Deus, a qual pode ser vivenciada por algumas pessoas em determinados momentos da existência, dá origem ao que se chama de experiência mística, experimentada inclusive por Plotino. Esta vivência reafirma, portanto, que tudo existe em Deus, tudo é Deus, a plenitude.
Como qualificar a justiça platônica?
Dentre as virtudes apontadas por Platão em sua obra, quatro são objeto de interesse particular: a coragem, a temperança, a sabedoria e a justiça. A justiça platônica é entendida como uma harmonia e ordem das partes em função da consecução de objetivos comunitários que são condição para a felicidade da comunidade e de seus membros (República, 443de). A justiça requer que o Estado construa sua legítima autoridade integrando os distintos grupos sociais em uma unidade sócio-política. Um Estado onde o compromisso com os projetos comuns sejam racionalmente eleitos, ainda que a partir da ação individual de cada membro da comunidade política, desde que visem o bem-estar geral.
 
Dentro de um Estado como o planejado na República os interesses privilegiados pela organização da polis são os interesses da coletividade e os governantes devem agir na promoção do bem-estar geral.
 
Além disso, para Platão, um Estado justo não pode existir sem que os cidadãos desenvolvam suas capacidades, talentos e interesses, sobretudo no que diz respeito a prática das virtudes e, consequentemente, da justiça. À medida que os governantes desenvolvam de maneira virtuosa sua vida moral, o Estado vai se tornando cada vez mais justo. A motivação moral para atuar de maneira justa não reside na obediência a um dever externo, mas na condução de uma vida virtuosa e moralmente qualificada. Inclusive porque, segundo Sócrates, é melhor sofrer uma injustiça do que cometer uma.
 
Resumindo: a direção de toda a construção do Estado platônico indica claramente que a comunidade política deve estar assentada na justiça. Se é correto afirmar que a República tenta responder a questão das razões que movem os homens a viver em sociedade, é preciso reconhecer que essa questão própria de uma teoria social se responde somente mediante uma teoria da justiça. Na República (433a e ss.) se põe manifesto que a justiça é o componente fundamental do Estado ideal. A justiça é expressão da moralidade do Estado e é ela que assegura que o Estado seja bom e deve ser exercida por cada cidadão, no exercício de suas funções e de acordo comsuas capacidades: trabalhadores e artesãos, mulheres e crianças, guerreiros e guardiões, governantes, educadores, filósofos, artistas etc. Considerando inclusive que a ideia de justiça é a possibilidade da racionalidade na ordem do político, onde as partes constituem uma genuína totalidade organizada de acordo com o bem social.
O que é paralelismo psicofísico de Descartes?
A filosofia de René Descartes (1596-1650) contribuiu para a nova concepção de corpo. Para ele, o ser humano é constituído por duas substâncias distintas:
- A substância pensante (res congitans, “coisa que pensa”), de natureza espiritual: o pensamento;
- A substância extensa (res extensa), de natureza material: o corpo.
Eis aí o dualismo psicofísico cartesiano. Esse posicionamento, embora pareça como o dualismo platônico, apresenta diferenças, porque Descartes concebe um corpo-objeto associado à ideia mecanicista do ser humano – máquina. Ou seja, para o filósofo, o nosso corpo age como maquina e funciona de acordo com as leis universais.
Descartes explica, porém, que, apesar de diferentes, o corpo e alma são substâncias que se relacionam, porque a alma necessita do corpo: é pela imaginação que o corpo fornece à alma os elementos sensíveis do mundo e pelo qual podemos experimentar sentimentos e apetites. Mas cabe à alma submeter à vontade da razão, controlar as paixões que prejudicam a atividade intelectual e provocam tristezas, bem como cultivar aquelas que nos dão alegria.
Locke defendeu que ao nascer a alma era uma tábula rasa. Explique.
John Locke (1632-1704) ficou conhecido por sua metáfora que compara o ser humano quando nasce a uma “tela em branco”, na qual vão sendo registrados os estímulos internos e externos trazidos pela experiência (empiria). Segundo Locke, as ideias são o objeto do pensamento e elas são sempre derivadas de impressões vindas da experiência. Nossa observação impõe-se sobre as ideias e sobre nossas operações mentais e essa é a origem do nosso entendimento.
Locke vive em um contexto fortemente marcado pelas ideias de Descartes e é contra esse pano de fundo que devemos entender seu pensamento. Para ele, a consideração dessas ideias inatas parece não ser necessária e acaba levando a fantasmagorias que nos enfeitiçam.
Teoria das ideias ou das formas de Platão.
No que concerne à realidade, Platão distingue dois tipos de mundo: o inteligível e o sensível. O primeiro é o mundo verdadeiro, real, imutável e eterno e é povoado pelas ideias (a ideia para Platão não é como para nós uma coisa mental, mas é algo de objetivo, é a realidade) simbolizado na Alegoria pelo exterior da caverna. Neste mundo, as ideias estão hierarquizadas segundo a sua importância ontológica. Assim, no cume está a ideia de Bem, que é simbolizada na Alegoria pelo Sol.
O mundo sensível é uma cópia do inteligível, é o mundo do mutável e é simbolizado na Alegoria pela caverna. Para Platão as ideias são a causa de todas as coisas sensíveis. Ou seja, todas as coisas da natureza, as plantas, os animais, os homens, etc, só existem porque participam das ideias (há coisas belas porque participam da ideia de Beleza).
A ideia é fundamento de ser e também princípio de todo o saber verdadeiro. Em Platão a ideia assume assim uma função ontológica e epistemológica.
Quanto ao conhecimento, Platão admite duas formas: o sensível (doxa) e o inteligível (episteme).
O conhecimento sensível ocupa-se dos objetos sensíveis que são para Platão imagens das ideias; o conhecimento inteligível volta-se para os modelos dos objetos sensíveis, ou seja, as ideias.
Explique o que Descarte quis dizer com a frase que significa cogito (penso, logo existo). O que é ceticismo?
Tendo vivido em um contexto dominado pelo humanismo renascentista, Descartes representa uma época em que, se por um lado havia a ideia do homem como medida de todas as coisas e, portanto, uma crença no poder humano de conhecer e andar com suas próprias pernas, havia também a experiência de mais de 2 mil anos de filosofia, com seus conflitos intermináveis entre homens brilhantes e suas teses que jamais chegavam a conclusões definitivas em torno de um corpo central de questões.
Era, portanto, também um contexto cético o de Descartes. A pergunta pelas condições de possibilidade do conhecimento não se impunha à toa. Descartes levou esse ceticismo ao extremo, ao ponto de seu método ser conhecido como dúvida hiperbólica (levada ao extremo). Isso significa duvidar de tudo, até chegar a certezas claras e distintas e somente a partir daí construir o conhecimento.
Nesse caminho, acaba assumindo como única certeza a dúvida. Ou seja, em sua busca tenaz por uma certeza: conclui que, apesar de duvidar de muita coisa, não poderia duvidar que duvida. E, se duvida, pensa. Penso, logo existo (cogito ergo sum, em latim), é a frase que Descartes fez entrar para a história.
Descartes assim irá encontrar um fundamento no sujeito que pensa. Porém esse sujeito cartesiano, o cogito, tem como peculiaridade ser um sujeito reduzido a um ponto mínimo, de puro pensar. Descartes aplica assim uma operação já conhecida pela filosofia ao próprio sujeito, ao despi-lo de todas as suas qualidades sensíveis. Sujeito, em Descartes, não é uma pessoa, mas uma função mental. A única garantia de que existo, de que não apenas sonho, é que penso. O cogito é o ponto que resta de uma operação de dúvida implacavelmente aplicada a tudo que existe, inclusive ao próprio sujeito.
O discurso do método: Nele, o filósofo preconizava:
• VERIFICAR se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada1;
• ANALISAR, ou seja, dividir ao máximo as coisas em suas unidades mais simples, e estudar essas coisas mais simples;
• SINTETIZAR, isto é, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro;
• ENUMERAR todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.
Vejam como esses mandamentos expressam o ceticismo cartesiano (“posso me enganar quanto à quase tudo”), combinado com a firme disposição de conhecer.
O que ficou conhecido como o cogito cartesiano é o ponto evanescente (que resta) desse processo de dúvida hiperbólica. O sujeito deve duvidar de tudo que conhece para então partir para conhecer com base em certezas claras e distintas. A primeira delas é: “Sei que penso”. Só́ isso. Esse “Só́ sei que penso e mais nada” é o cogito. A certeza fundamental.

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