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FICHAMENTO 3 (ECO)

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Universidade de Brasília
Faculdade de Comunicação
Teorias da Comunicação 1
Emília Morena Silva Felix – 13/0108766
Apocalípticos e Integrados
	O texto se inicia com a ideia de memória e de que ela já não é mais considerada o único instrumento da sabedoria, já que existe um extenso leque de conteúdo a saber e a recordar. O uso de meios de comunicação possui relação direta com a sociedade em que se encontra. Dessa forma, um surgimento de um novo meio deve estar de acordo e dentro de um contexto de uma sociedade modificada e adequada à sua época.
A cultura de massa no banco dos réus
A crítica contra o que é conhecido por cultura de massa está enraizada historicamente. Nietzsche e Ortega Y Gasset trazem como ideais a aristocracia. Desse modo, a crítica que deveria se dirigir à cultura de massa acaba apontando para as massas em si.
	Dwight Macdonald, grande crítico norteamericano, sentiu a necessidade de separar níveis intelectuais e culturais. As manifestações culturais da cultura de massa são chamadas masscult e as de uma pequena-burguesia são chamadas midcult. Os produtos de midcult são manipulados para alcançarem uma linguagem específica e artificiosamente liricizante, são falsificações produzidas apenas para finalidades comerciais.
	Macdonald afirma ainda que a brecha que dá acesso à cultura por todos é definitiva, e que esse processo de integração não se limita apenas à cultura, mas engloba também a política.
Cahier de doléances
	A lista composta nessa parte do texto contém opiniões de diferentes grupos sociais: os chamados apocalípticos, ou seja, grupo de pessoas que não concorda com os rumos que a masscult está tomando e por isso faz uma crítica negativa a esse sistema, e os integrados, que são pessoas que defendem a cultura de massa tal qual como ela é.
	Os apocalípticos apontam primeiramente a ideia de que a cultura de massa engloba um público heterogêneo, e diz que por esse motivo, parte de características culturais de cada grupo étnico pode ser perdida. Ela provoca emoções intensas e imediatas e está associada diretamente com a lei da oferta e da procura. Por se tratar de algo direto, o pensamento é resumido para que não haja esforço do fruidor.
A masscult também é apontada como um conjunto de informações niveladas e que encorajam uma visão passiva e sem crítica do mundo. Mensagens feitas exclusivamente para prazer e entretenimento e que reduzem a individualidade. A difusão da cultura de massa é indicada também como um conjunto de ações conservadoras, que favorecem direções e modelos convencionais, que são considerados “oficiais” (como o Cristianismo no Brasil, por exemplo). De um modo geral a cultura de massa para os apocalípticos não passa de uma superestrutura de um regime capitalista.
Defesa da cultura de massa
	O grupo dos integrados procura defender a cultura de massa afirmando primeiramente que ela nasce numa sociedade de tipo industrial, e quando se vê a necessidade de comunicar toda uma população, faz-se o uso da comunicação de massa. Ela é própria de uma democracia popular e não se tornou uma cultura superior, apenas se difundiu junto a massas que antes não tinham acesso à cultura.
É correto dizer que a masscult é uma forma de entretenimento, mas equivoca-se ao dizer que esse acúmulo de informações não contribui para a formação cognitiva.
	Criar uma homogeneização de gosto não prejudicaria a sociedade porque contribuiria para eliminar diferenciações sociais e de castas. E a difusão de bens culturais pode sim enferrujar as capacidades receptivas, mas esse fenômeno sempre ocorreu, mas o que acontece é que hoje ocorre em dimensões macroscópicas. É inerente do fenômeno do consumo.
	As massas que tem acesso a esse tipo de cultura passaram a ter maior sensibilidade e participação com relação ao mundo e não são métodos conservadores justamente porque propõem novos modos de falar, novos esquemas perceptivos, formatos de transmissão: de modo geral ocorreu uma revolução estilística.
Uma problemática mal formulada
Deve-se atentar ao fato de que uma cultura de massa é produzida na maior parte das vezes, com fins lucrativos e por isso “cai nas redes” das leis econômicas que monitoram produções industriais.
	A cultura de massa é hoje manipulada por esses grupos econômicos que tem em vista fins lucrativos e tem o objetivo de oferecer ao cliente aquilo que é visto como mais vendável aos olhos da mídia.
	Umberto Eco trata os dois grupos levando em consideração as divergências entre si sem favorecer um dos dois. No entanto, reconhece a importância de cada um e identifica que os dois coexistem dentro de um mesmo meio, mas que não há um certo e um errado.

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