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1 Profa Dra Adriana Passos Oliveira Email: adrianapassos@pharma.ufrj.br NOÇÕES DE FITOTERÁPICOS Dezembro, 2015 2 Fitoterápicos? ANVISA. 2015. Consolidado de normas da COFID. (Versão V). 2015 Medicamentos/Produtos obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas vegetais 3 Por quê desenvolver novos fitoterápicos? ANVISA. 2015. Consolidado de normas da COFID. (Versão V). 2015 4 Plantas como fonte de fitofármaco. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola. Maio 2001 1 – Os vegetais são fontes importantes de substâncias biologicamente ativas acído salicílico metabólito da salicina do salgueiro (Salix alba) - RENAME O taxol (antitumoral) é obtido na casca do Teixo (Taxus brevifolia) Artemisinina (antimalarial) de Artemisia annua Analgésico obtido do ópio (“leite”) de Papaver somniferum Vincristina (R=CHO) e vimblastina (R=CH3) são antitumorais de Catharanthus roseus (Apocynaceae) 5 Lista de Espécies da Flora do Brasil 2015 in http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acesso em: 05/10/2015 http://www.theplantlist.org/browse/A/ O Brasil é o país com a maior diversidade genética vegetal do mundo, contando com 46.097 espécies catalogadas de um total mundial estimado de 350.699 Flora Brasileira 2 – A flora brasileira rica e exuberante Situação do registro de fitoterápicos • 162 espécies vegetais registradas 80 432 Simples Composto 2008 Carvalho et al, 2008. Situação do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Rev. Bras. Farmacogn.18: 314-319. 97 espécies vegetais Simples; 359 Compos -to; 25 2011 (PERFEITO, 2012) 3 - Número reduzido de fitoterápicos registrados 7 Aroeira (Schinus terebinthifolius); Cactus (Cereus brasilienis); Carqueja (B. trimera ou genistelloides); Catuaba: (Amenopaegma arvense); Espinheira santa (Maytenus Ilicifolia); Erva-baleeira (Cordia verbenacea); Ginseng brasileiro (Pffafia glomerata); Guaco (Mikania glomerata); Guaraná (Paullinia cupana); Hortelâ (Mentha crispa). Fonte: Perfeito, 2012 Plantas nativas registradas Guaraná Aroeira Schinus terebenthifolius Ginseng brasileiro Pffafia glomerata Espinheira santa Maytenus Ilicifolia Paullinia cupana Poucas espécies vegetais brasileiras com derivados registrados na ANVISA. Apenas 10 registradas dentre as 97 espécies vegetais registradas e de uma flora estimada em quase 46 mil espécies vegetais 8 necessidade de investimentos em pesquisa envolvendo a avaliação da eficácia e segurança de espécies medicinais brasileiras Rica Biodiversidade Brasileira Em 2006 foram criadas duas Políticas Públicas para plantas medicinais e fitoterápicos Poucas espécies brasileiras com derivados registrados na ANVISA Biodiversidade brasileira 9 Incentivo à pesquisa e desenvolvimento com relação ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos, priorizando a biodiversidade do país. Estimulam a adoção da Fitoterapia nos programas de saúde pública. Políticas Públicas para Plantas Medicinais e Fitoterápicos 2006 4- Atuais políticas governamentais de incentivo às inovações tecnológicas na área de produtos naturais Políticas Públicas para Plantas Medicinais e Fitoteráppicos 2006 Entre as ações, previstas no PNPMF, relativas ao acesso a plantas medicinais e fitoterápicos no SUS, destaca-se a elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS). Relação Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (RENAFITO) 10 RENISUS 11 12 PORTARIA Nº 1, DE 2 DE JANEIRO DE 2015 RENAME 2014 – Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – 12 medicamentos fitoterápicos atualiza a Portaria MS nº 533 de 2012 - Elenco de referência nacional do componente básico da assistência farmacêutica 13 Fonte: Coordenação de Fitoterápicos, Dinamizados e Notificados/ANVISA, Palestra: Legislação Sanitária de Fitoterápicos. Março/2014 Manipulado • Farmácias de manipulação e FV • Não se registra o produto • Controle determinado na legislação • Farmácias com AFE • Medicamentos magistrais ou oficinais Registrado • Todo produto industrializado • Indústrias com AFE e BPFC • Controle lote a lote conforme RDC 14 ou 10/10 • Comprovar S, E e Q Medicamentos Fitoterápicos Estabelecimento Norma Propriedade Manipulação Farmácia de Manipulação RDC 67/07 e 87/08 Pública e privada Magistral e oficinal Farmácia Viva RDC 18/13 Só pública Magistral e oficinal Manipulação 16 Formulação magistral – de acordo com a prescrição Farmácia de Manipulação 17 Disciplina de Fitoterapia (60h) e Estagio Supervisionado em Plantas Medicinais e Fitoterapia (120h) Formulário fitoterápico Farmácia de manipulação Farmácia Viva OFICIALIZA FORMULAÇÕES Manipulação oficinal 19 Formulação Oficinal – de acordo com o formulário nacional Fitoterápicos Manipulados no SUS Farmácia Vivas PORTARIA Nº 886, DE 20 DE ABRIL DE 2010 - A Farmácia viva, no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos. o projeto Farmácia Viva, idealizado no Ceará pelo farmacêutico professor Dr. Francisco José de Abreu Matos Não pode comercializar Rede Pública – SUS Sujeita a legislação específica Fitoterápicos Manipulados no SUS Farmácia Vivas RDC 18/13 - Dispõe sobre as boas práticas de processamento e armazenamento de plantas medicinais, preparação e dispensação de produtos magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos em farmácias vivas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de preparação de plantas medicinais e fitoterápicos em farmácias vivas, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional Fitoterápicos Manipulados no SUS Farmácia Vivas -RJ RJ - A Fazenda Modelo (Guaratiba) são cultivadas plantas medicinais com o objetivo de fornecer mudas para as hortas das unidades de saúde e também as matérias-primas vegetais para a produção de fitoterápicos. É na Farmácia de Manipulação de Fitoterápicos do Programa Plantas Medicinais e Fitoterapia da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (PPMF/SMS-RJ), localizada no Hospital Municipal Raphael de Paula e Souza, em Curicica que os fitoterápicos são produzidos e saem para unidades da Saúde Básica da cidade. Fazenda Modelo – Garatiba/RJ http://www.rio.rj.gov.br/ Farmácia de Manipulação de Fitoterápicos do localizada no Hospital Municipal Raphael de Paula e Souza. http://www.rio.rj.gov.br/ Produto Tradicional Fitoterápico Medicamento Fitoterápico INSDUSTRIALIZADOS Produto Tradicional Fitoterápico Medicamento Fitoterápico ANVISA Obtido com emprego exclusivo de matérias-primas vegetais, cuja segurança e efetividade seja alicerçada no longo histórico de utilização demonstrado em documentação técnico-científica, sem evidências conhecidas ou informadas de risco à saúde do usuário e que seja caracterizado pela constância de sua qualidade. Obtido com emprego exclusivode matérias-primas vegetais, cuja segurança e eficácia seja segurada em evidências clínicas e que seja caracterizado pela constância de sua qualidade. ANVISA, RDC nº 26/2014. 25 Aumento de 35 para 72 referências, mais: Listas oficiais de Programas de Fitoterapia em Municípios e Estados do país. Monografias, dissertações ou teses aprovadas em instituições de ensino superior nacionais ou internacionais. NHPD monographs and other sources of Pre-Cleared Information bearing the qualifier "Traditional Herbal Medicine” or comparable wording. Publicações científicas indexadas em revistas nacionais ou internacionais. Farmacopeias brasileiras. Tradicionalidade de uso - Referências Fonte: Coordenação de Fitoterápicos, Dinamizados e Notificados/ANVISA, Palestra: Legislação Sanitária de Fitoterápicos. Março/2014 Produto tradicional fitoterápico 26 Ensaios não clínicos e clínicos 27 Níveis de complexidade Droga Droga bruta ou planta seca ou suas partes, após os processos de coleta, estabilização e secagem podendo ser íntegra, pulverizada, dividida ou triturada. Derivado (forma extrativa) Produtos de extração da droga como extrato, tintura, alcoolatura, óleo fixo e volátil, cera. É caracterizado pela constância de sua qualidade Forma farmacêutica Sólidas comprimidos, cápsulas, pós Semi-sólidas Cremes, loções, pomadas, géis Líquidas Gotas, elixires, loções, xarope, extrato glicólico 28 Como garantir a qualidade da forma farmacêutica? É necessário que a droga e o derivado vegetal estejam padronizados quimicamente (RDC nº 14, 2010) Padronização química – identificar os marcadores químicos (BIOSPROSPECÇÃO) Desenvolvimento de Fitoterápicos Como garantir o teor de princípios ativos definido e constante? Metabólitos Secundários 29 ANTRAQUINONAS TANINOS HIDROLISÁVEIS ALCALÓIDES INDÓLICOS E QUINOLÍNICOS ALCALÓIDES ISOQUINOLINICOS ÁCIDO CINÂMICO FENILPROPANÓIDES LIGNANAS E LIGNINAS; CUMARINAS ISOPRENÓIDES TERPENÓIDES E ESTERÓIDES FLAVONÓIDES TANINOS CONDENSADOS ÁCIDOS GRAXOS GLICOSE ACETATO TRIPTOFANO FENILALANINA E TIROSINA ÁCIDO GÁLICO VIA MEVALONATO CONDENSAÇÃO ÁCIDO XIQUÍMICO FOTOSSÍNTESE Bioprospecção de metabólitos secundários 30 Finalidade Extrair das drogas vegetais os constituintes com atividade farmacológica. Ativos: alcalóides, taninos, glicosídeos, heterosídeos, saponinas, flavonas, óleos essenciais, resinas, ... Onde estão os ativos? Podem estar concentrados em alguma parte específica do vegetal (flor, folha, fruto, caule, raiz, semente, casca, seiva), ou espalhados por todo o vegetal. Camomila Guaraná Gingko biloba Flores Folhas Diterpenos (Ginkolideos) Flavonóides Metilxantinas Frutos Coleta Preparação do Material Vegetal Secagem, Estabilização e Moagem Parâmetros – Droga Vegetal Exame macro e microscópico Exame por cromatografia em camada delgada Quantificação do resíduo de pesticidas Determinação do conteúdo de água Determinação de cinza Determinação de fibras Determinação do teor de extrativos Avaliação da contaminação microbiana Determinação de material estranho de natureza orgânica e inorgânica Determinação do teor de princípios ativos Extração Métodos a quente e/ou frio Concentração dos Extratos Fracionamento dos Extratos Métodos Cromatográficas Substância pura Métodos Espectroscópicos (IR, UV, EM, RMN, etc.) Fixar os parâmetros que influenciam o processo extrativo! 32 Como garantir a qualidade do derivado de droga vegetal? extração 2) Analisar e fixar todos os parâmetros que influenciam o processo extrativo. 1) Estabelecer os parâmetros de qualidade da droga vegetal extraída. Fase de pré-formulação Derivado vegetal Formulação caracterizada pela constância de sua qualidade droga Derivado de droga vegetal A determinação dos parâmetros de qualidade do derivado vegetal (durante a fase de pré- formulação) leva a produção de um forma farmacêutica de composição química constante e portanto com eficácia terapêutica. 33 Eduardo Cassel; Leandro M. Rocha. (Org.). Fundamentos de Tecnología de Productos Fitoterapéuticos. 2ª ed. Porto Alegre - RS: EDIPUCRS, 2008, 287p Desenvolvimento de Fitoterápicos 34 Como garantir a qualidade do derivado de droga vegetal ? Estabelecer os parâmetros de qualidade! Derivado de droga vegetal As Farmacopéias são códigos oficiais farmacêuticos, onde se estabelece as características das matérias- primas (e produtos acabados), assim como métodos para a sua análise. 35 Como garantir a qualidade? É necessária a estabelecer parâmetros de qualidade para a droga Parâmetros de qualidade Droga vegetal Parâmetros de qualidade para droga vegetal MARCADOR - componente ou classe de compostos químicos (ex: alcalóides, flavonóides, ácidos graxos, etc.) presente na matéria-prima vegetal, idealmente o próprio princípio ativo, e preferencialmente que tenha correlação com o efeito terapêutico, que é utilizado como referência no controle de qualidade da matéria-prima vegetal e dos medicamentos fitoterápicos. MARCADOR IDEAL – Característica da espécie, fácil detecção, quantidade suficiente, responsável pelo menos em parte pela atividade farmacológica. PRINCÍPIO ATIVO – substância ou classes químicas (ex: alcalóides, flavonóides, ácidos graxos, etc.), quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica é conhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento fitoterápico. 38 SHARAPIN, N. Fundamentos de tecnologia de produtos fitoterápicos. 1a ed. Colômbia: CAB e CYTED, 2000 Ensaios de Identificação Caso não exista o padrão? Propor um marcador químico Droga vegetal Parâmetros de qualidade para droga vegetal 39 Após todas as etapas (moagem, extração, concentração e/ou secagem droga pode ser submetida a um processo de extração para obter o Derivado de droga vegetal Profa Dra Adriana Passos Oliveira 40 • Após o PROCESSO EXTRATIVO é obtido a forma extrativa que pode ser: • TINTURAS- Concentração de 10 a 20% em relação à planta seca. 10 mL = 1g droga • ALCOOLATURAS- Extração feita utilizando plantas frescas (10 a 20%) • EXTRATOS FLUIDOS- Obtidos da concentração de tinturas até proporção de 50% em relação à planta seca. • EXTRATOS MOLES- Obtidos da concentração de tinturas até conterem de 20-25% de água residual (consistência de mel) • EXTRATOS SECOS- São concentrados reduzidos a pó e apresentam resíduo em água de 2 a 5% (liofilização, nebulização) Derivado de droga vegetal (Formas Extrativas) Profa Dra Adriana Passos Oliveira Concentração Extrato mole Extrato seco Cápsulas Comprimidos Comprimidos revestidos Extrato fluido Tintura Formas líquidas Loções, xaropes, elixires, etc. 41 Solução extrativa Formas extrativas e derivados Profa Dra Adriana Passos Oliveira • Objetivo: Extração seletiva dos constituintes que nos interessam de modo a obter preparações enriquecidas de princípios ativos das plantas com economia de tempo e solvente. • Importante: • Padronização do processo; • Análise das variáveis que interferem na extração. 42 Processo de extraçãoNo entanto, para escolher a técnica certa, deve-se levar em consideração: • características desejáveis do produto resultante (intermediário ou final) • estabilidade dos constituintes químicos • manutenção da atividade biológica • custo operacional Profa Dra Adriana Passos Oliveira 43 Constituintes Fixos x Constituintes Voláteis Constituintes Fixos: Constituintes Fixos: Métodos de extração a frio Maceração Percolação Turborização Métodos de extração a quente Sistemas abertos: Infusão, decocção, digestão Sistemas fechados: sob refluxo e em Soxhlet Constituintes Voláteis: Constituintes Voláteis: Métodos de extração a frio prensagem extração por solventes Métodos de extração a quente fluido super crítico hidrodestilação Métodos de Extração de Plantas Medicinais Profa Dra Adriana Passos Oliveira Alguns fatores devem ser levados em consideração quando se escolhe um sistema solvente de extração: 1) Seletividade do meio extrator; 2) Facilidade de Manipulação; 3) Custo; 4) Economia; 5) Segurança / toxicidade; 6) Risco de contaminação ambiental. Principais limitações do uso de solventes extratores: Propriedades extrativas; Adequação tecnológica; Inocuidade fisiológica. Solventes mais usados para a obtenção de extratos vegetais: Água; Etanol; Glicerina; Propilenoglicol; Mistura destes acima. Considerações Gerais sobre a Produção de Extratos para Uso Farmacêutico Profa Dra Adriana Passos Oliveira Tempo de extração Estado de divisão da droga Natureza do solvente Temperatura Agitação pH Variáveis que interferem na extração 45 Profa Dra Adriana Passos Oliveira 46 Seletividade do solvente depende da sua polaridade Exemplo de solventes utilizados em extração de drogas vegetais: Variáveis que interferem na extração Extração Profa Dra Adriana Passos Oliveira 47 1. Teor alcoólico e tempo de extração constante. Temperatura variável. Teor de álcool 50 % 50 % 50 % Tempo de extração 1 hora 1 hora 1 hora Temperatura 40 oC 60 oC 80 oC Teor de princípios ativos 2 % 2,3 % 1,4 % 2. Temperatura fixa em 60 oC. Tempo de extração constante. Teor de álcool variável. Teor de álcool 30 % 50 % 70 % Tempo de extração 1 hora 1 hora 1 hora Temperatura 60 oC 60 oC 60 oC Teor de princípios ativos 1,7 % 2,3 % 2,9 % 3. Temperatura e teor alcoólico fixos. Tempo de extração variável Teor de álcool 70 % 70 % 70% Tempo de extração 0,5 horas 1 hora 2 horas Temperatura 60 oC 60 oC 60 oC Teor de princípios ativos 1,6 % 2,9 % 2,9 % Determinação da temperatura, teor alcoólico e tempo de extração Variáveis que interferem na extração Profa Dra Adriana Passos Oliveira EXTRATO DROGA VEGETAL SOLVENTE EQUIPAMENTO Teor de extraíveis Tamanho das Partículas Umidade % de pó Homogeneidade Tipo Concentração Quantidade Fluxo PROCESSO Tipo de extração Tempo Temperatura Pressão Tamanho do lote Rendimento Estabilidade Massa do enchimento Altura do enchimento Padronização do processo extrativo 48 Profa Dra Adriana Passos Oliveira 49 Como garantir a qualidade do derivado de droga vegetal ? Estabelecer os parâmetros de qualidade! Profa Dra Adriana Passos Oliveira CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO DERIVADO VEGETAL Consolidado de normas da COFID (Versão V), 2015 VI - perfil cromatográfico e/ou prospecção fitoquímica, acompanhada da respectiva imagem em arquivo eletrônico reconhecido pela Anvisa, com comparação que possa garantir a identidade do derivado vegetal; e VII - análise quantitativa do(s) marcador(es) ou controle biológico. A opção por marcador(es) ativo(s) ou analítico(s) deve ser tecnicamente justificado. Fonte: Ministério da Saúde - Brasil 52 Formas farmacêuticas registradas de medicamentos fitoterápicos em julho de 2011 (Perfeito, 2011) Formas Farmacêuticas Sólidas: Comprimidos e Cápsulas Comprimidos 54 Definição “São preparações sólidas, administradas pela VO, com um ou mais IA’s, de dose única, obtidas por compressão de partículas uniformes”. Preparo Etapas Compressão direta Via seca Via úmida 1 Mistura do IA + excipiente(s) Mistura do IA + excipiente(s) Mistura do IA + excipiente(s) 2 Compressão Compressão dos slugs Adição do aglutinante 3 Redução dos slugs Obtenção da massa 4 Mistura / lubrificação Granulação 5 Compressão Secagem 6 Seleção dos grânulos 7 Compressão Comprimidos 55 Excipientes diluentes absorventes aglutinantes desagregantes lubrificantes Subst. inertes que dão peso conveniente ao comprimido. * Solúveis: lactose, sorbitol, manitol. * Insolúveis: amido, celulose microcristalina Absorvem água ou fixam subst. voláteis (subst. higroscópicos). Exs.: dióxido de silício coloidal, aerosil Aglomeram substâncias que não se agregam solidamente, qualquer que seja a pressão exercida sobre elas. Exs.: sacarose, lactose, PVP, pasta de amido Aceleram a dissolução e/ ou a desagregação dos comprimidos na água ou nos líquidos corporais Exs.: PVP, amido, bicarbonato de cálcio, povidona Evitam a aderência dos pós e granulados à máquina de comprimir e conferem brilho. Exs.: estearato de magnésio e cálcio, aerosil. molhantes tampões corretivos Minimizam a repulsão com a água, normalmente têm propriedades tensoativas. Exs.: lauril sulfato de sódio, tween 80. Manutenção estável do pH. Exs.: carbonato de cálcio, fosfatos alcalinos. Tornam a forma mais atraente. Podem ser: Corantes Edulcorantes Aromatizanrtes 56 http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f8183a004707cee086319741cdd33a01/Consolidado+COFID+V.pdf?MOD=AJPERES Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação alcachofra (Cynara scolymus L.) Tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto pós- prandial) e de hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação colagoga e colerética cápsula, comprimido, drágea, solução oral e tintura ALCACHOFRA (Cynara scolymus ) RENAME - referência nacional do componente básico da assistência farmacêutica 57 Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentaçã o salgueiro (Salix alba L.) Tratamento de dor lombar baixa aguda. Apresenta ação antiinflamatória comprimido SALGUEIRO (Salix alba L.) Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil 58 Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação garra-do-diabo (Harpagophytum procumbens) Tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite. Apresenta ação antiinflamatória cápsula, comprimido GARRA-DO-DIABO (Harpagophytum procumbens) Cápsulas 59 Definição (USP 23) “As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas que envolvem o fármaco em um invólucro mole ou duro. Os invólucros são usualmente constituídos de gelatina”. Cápsulas 60 Conteúdo das cápsulas Sólido, líquido (não aquoso) ou semi-sólido Substâncias absorventes; Fármaco Diluentes Lubrificantes Desintegrantes Cápsulas 61 Manipulação Preparação magistral – cápsula dura• Enchimento magistral – uso de encapsuladora Selecionar a placa de acordo com os cálculos para seleção do tamanho da cápsula Preencher os orifícios com as cápsulas fechadas Remover manualmente as tampas das cápsulas Espalhar a mistura pulverulenta com auxílio de espátula Abaixar os bastões reguladores de altura e recolocar as tampas. 62 Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação espinheira-santa (Maytenus officinalis Mabb.) Coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e sintomas dispepsia cápsula, emulsão, solução oral e tintura ESPINHEIRA-SANTA (Maytenus officinalis) RDC nº 47/2009, bulas padrão de medicamentos 63 Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.) Coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual cápsula e tintura CÁSCARA-SAGRADA (Rhamnus purshiana) RDC nº 47/2009, bulas padrão de medicamentos Rhamnus purshiana COMPOSIÇÃO Cada cápsula contém: extrato seco de Rhamnus purshiana................................ 75 mg* *equivalente a 12 mg (16%) de derivados hidroxiantracênicos calculados como cascarosídeo A. excipientes q.s.p..............................................................1 cápsula (amido de milho e dióxido de silício coloidal). PARTE UTILIZADA Casca do caule 64 Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação unha-de-gato (Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação antiinflamatória e imunomoduladora cápsula, comprimido e gel Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil UNHA-DE-GATO (Uncaria tomentosa) Formas Farmacêuticas Semissólidas Emulsões, Géis e Pomadas Sistemas semisólidos Cremes Sistemas emulsionados fases aquosa, oleosa e emulsificante. Aplicação na pele ou mucosas com ação medicamentosa ou cosmética. Melhor espalhabilidade e aceitação. Controle de qualidade; Géis Dispersões coloidais caracterizadas pela presença de agentes gelificantes (polímeros) dispersos em água ou em mistura hidro alcoólica. Comportamento tixotrópico. Pomadas Aplicação na pele ou mucosas com ação medicamentosa ou potetora (emoliente, lubrificante). Bases: hidrocarbonetos (ceras e óleos) e hidrossolúveis (PEGs) ou absorção e removíveis com água. 67 Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) Apresenta ação cicatrizante, anti-inflamatória e anti-séptica tópica, para uso ginecológico gel e óvulo AROEIRA (Schinus terebinthifolius Raddi) PARTE UTILIZADA DA PLANTA COMO FITOTERÁPICO Cascas da planta COMPOSIÇÃO Cada 6g de gel vaginal contém: Extrato aquoso de Aroeira.............................................3,996mL Veículo q.s.p. ...................................................................6g RENAME - referência nacional do componente básico da assistência farmacêutica Frutos Uso na culinária Pimenta rosa 68 Fonte: Port. 533 de 2012 do Ministério da Saúde - Brasil Nome popular / Nome científico Indicação/ação Apresentação babosa (Aloe vera (L.) Burm. F.) Tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como coadjuvante nos casos de Psoríase vulgaris creme BABOSA (Aloe vera) MEDICAMENTO FITOTERÁPICO Parte da planta utilizada: Folha (gel mucilaginoso) APRESENTAÇÕES Gel: caixa com 1 bisnaga contendo 15g e 30g. USO TÓPICO USO ADULTO E PEDIÁTRICO COMPOSIÇÃO Cada grama de gel contém: Gel mucilaginoso de Aloe vera L. (3% polissacarídeos totais)........................................................................50,00 mg Consolidado de normas da COFID (Versão V), 2015 Testes, provas ou ensaios exigidos para as algumas FORMAS FARMACÊUTICAS, no momento do registro ou notificação de fitoterápicos 70 ESTABILIDADE ACELERADA 71 ESTABILIDADE DE LONGA DURAÇÃO Trabalhar com uma legislação antiga Falta de estudos com plantas brasileiras Matérias primas de baixa qualidade Falta de interesse dos gestores Falta de prescritores preparados Dificuldades de implementação da Fitoterapia no Brasil CQ ineficiente Principal motivo de indeferimento 73 Novas Tecnologias Farmacêuticas Nanofármacos: vantagens Melhora a estabilidade física e química dos ativos Aumento da biodisponibilidade Manutenção do efeito do fármaco no tecido alvo Solubilização de ativos lipofílicos Minimiza os efeitos colaterais Reduz a toxidade Diminui o número de doses/aplicações – Conforto para o paciente Ressussita medicamentos descartados por sua toxiidade P&D de menor custo (versus descoberta de novas moléculas) Sistemas de carreamento 74 Obrigado pela atenção! Parque Nacional da Restinga de Jurubativa
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