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Estatuto de Roma

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
GRADUAÇÃO EM DIREITO
Gabriel Carvalho Nunes Pereira Ferraz
RESUMO: ESTATUTO DE ROMA E TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
JOÃO PESSOA
2017
Tendo em vista a série de violações aos, atualmente, estabelecidos Direitos Humanos, a sociedade se deparou com uma necessidade eminente de criar-se algo, algum acordo, tratado que visasse a garantia efetiva e homogênea de tais direitos, limitando assim as várias brechas existentes até então. Desse modo, tem-se: a criação do Estatuto de Roma e a posterior formação da Corte Penal Internacional.
O Estatuto de Roma é o texto institucional que cria o Tribunal Penal Internacional, sua estrutura institucional, regula o funcionamento da Corte, tipifica os crimes e estabelece o procedimento de julgamento criminal. Em suma, o Estatuto de Roma é um tratado que estabeleceu a Corte Penal Internacional - CPI (também conhecida como Tribunal Penal Internacional - TPI). O tratado foi adotado em 17 de julho de 1998, em Roma, na Itália.
As primeiras bases do Estatuto de Roma foram estabelecidas em julho de 1994 pela Comissão de Direito Internacional, sendo que, somente, em 1995 suas primeiras negociações começaram nas Nações Unidas (ONU). Assim, após duas reuniões da Assembleia Geral das Nações Unidas, decide-se criar um Comitê preparatório (também chamado de ´´PrepCom``) que tinha como objetivo propor um projeto de Estatuto. O PrepCom teve duas reuniões em 1996, três em 1997 e uma última em 1998, quando um projeto de Estatuto foi apresentado. O Estatuto da CPI foi aberto à assinatura em Roma, em 17 de julho de 1998. Na oportunidade, 122 Estados assinaram o tratado.1O Tribunal Penal Internacional é, na atualidade, o principal órgão jurisdicional internacional voltado ao combate aos crimes internacionais. Os precursores do Tribunal Penal Internacional (TPI) foram: o Tribunal Militar Internacional (Tribunal de Nuremberg), que julgou integrantes do governo nazista alemão; o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e o Tribunal Penal Internacional para Ruanda, criados na década de 90 do século passado pelo Conselho de Segurança da ONU.
Vários desses países assinaram o Estatuto esperando poder modificá-lo mais tarde (o que foi feito, em parte, após a aprovação de diversas emendas). Foi por essa razão que Bill Clinton assinou-o um pouco antes de deixar a presidência dos Estados Unidos.2Os Estados Unidos assinaram o Tratado ainda durante a Presidência de Bill Clinton mas retiraram a assinatura quando George W. Bush foi eleito Presidente. Na sequência disso, a Presidência Americana começou a trabalhar ativamente contra o Tratado, nomeadamente assinando Tratados bilaterais com outros estados, como seja a Roménia, pelos quais estes estados se comprometem a não enviar os cidadãos americanos para serem julgados pelo Tribunal Penal Internacional.
 É válido ressaltar que o Brasil, passou a ser signatário do referido Tratado em 2002, quando o Congresso Nacional aprovou o texto em junho de 2002 e foi promulgado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso através do Decreto Lei 4.388/02 em 25 de setembro daquele ano.
	Desse modo, tal estatuto possui como princípios: o princípio da responsabilidade criminal individual, pelo qual a TPI não julgará Estados, mas apenas pessoas físicas/naturais; o princípio da irrelevância da qualidade oficial, que afasta possível imunidade concedida pelo direito interno; o da não retroatividade ´´ratione personae`` (irretroatividade ´´in pejus``);o princípio da complementaridade. Por esse princípio, o TPI não exercerá sua jurisdição caso o Estado com jurisdição já houver iniciado ou terminado investigação ou processo penal, salvo se este não tiver "capacidade" ou "vontade" de realizar justiça.
	Princípios: Complementaridade; presunção de inocência; Nullum crimen sine leqe; nulla poena sine lege: universalidade; exclusão da jurisdição relativamente a menores de 18 anos; responsabilidade penal individual; irrelevância da função oficial; responsabilidade de comandantes e outros superiores; imprescritibilidade; Ne bis in idem.
	Assim, tem-se no art° 5 do Estatuto os crimes previstos por este, ´´in verbis``:
´´A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar os seguintes crimes: a) O crime de genocídio; b) Crimes contra a humanidade; c) Crimes de guerra; d) O crime de agressão.[...].``
	O crime contra a humanidade, caracteriza-se como quaisquer dos atos inumanos indicados no art. 7º, cometidos no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra população civil, havendo conhecimento desse ataque.O interesse jurídico internacionalmente protegido, em relação aos crimes contra a humanidade, é a ameaça à paz, à segurança e ao bem-estar da sociedade internacional, onde manifesta-se por meio de um ataque generalizado ou mesmo sistemático aos direitos humanos de determinada população.
	Por genocídio entende-se, nos termos do art. 6.º do Estatuto de Roma, o assassinato de membro de grupo, ofensas graves à integridade física ou mental de membros de grupo, sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar sua destruição física, total ou parcial e imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo, bem como a transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo, desde que sejam praticados no intuito de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.
	Os crimes de guerra, apresentados na extensa lista do art. 8º, são aqueles cometidos como parte de um plano ou política de cometimento de tais atos em grande escala, que estejam previstos nas Convenções de Genebra e seus respectivos Protocolos, em situações de conflitos armados internacionais ou internos, exceto aqueles decorrentes de motins, atos isolados de violência ou tensões internas. 
	Com relação ao crime de agressão, houve um grande impasse, que resultou no art. 5º, 2, no qual se declara que a competência do Tribunal para o crime de agressão somente ocorrerá após a aprovação de emenda ao Estatuto, na forma prevista nos arts. 121 e 123.Em suma, a definição exata de crime de agressão nunca foi estabelecida, mas o crime consiste em ações políticas ou militares, por alguém que detém o poder, contra outro ente internacional.
	
BIBLIOGRAFIA
DA SILVA, Marcos. Contextualização histórica e positivação do Estatuto de Roma e do Tribunal Penal Internacional no Brasil e na União Europeia.
Disponível em: <https://mvsilva1991.jusbrasil.com.br/artigos/222569349/contextualizacao-historica-e-positivacao-do-estatuto-de-roma-e-do-tribunal-penal-internacional-no-brasil-e-na-uniao-europeia> Acesso em 20 de março de 2017
CAEIRO, Pedro. Alguns aspectos do Estatuto de Roma e os reflexos da sua ratificação na proibição constitucional de extraditar em caso de prisão perpétua. Disponivel em: <http://www.fd.uc.pt/~pcaeiro/2003%20Alguns%20aspectos%20do%20Estatuto%20de%20Roma.pdf> Acesso em 20 de março de 2017
GARCIA, Fernanda Lau Mota. O Tribunal Penal Internacional: funções, características e estrutura. Disponivel em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12141> Acesso em: 20 de março de 2017
CONSTANTINO, Giuseppe Luigi Pantoja. O Estatuto de Roma e a criação do Tribunal Penal Internacional. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-estatuto-de-roma-e-a-criacao-do-tribunal-penal-internacional,51507.html> Acesso em: 22 de março de 2017

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