Buscar

Modelo de Artigo rascunho Resiliência na Docência Superior

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sustentabilidade Empresarial 
Veloso, Rejaine da Costa vilamar
Raposo, Alexandre Tinel
RESUMO
Estudo de natureza exploratória, embasado em pesquisa bibliográfica, investiga a sustentabilidade empresarial. E tem como propósito conscientizar os leitores sobre o tema visando o respeito ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável da sociedade. O estudo partiu da hipótese de que a sustentabilidade empresarial colabora para o desenvolvimento da sociedade. Como objetivos específicos, necessários para alcançar o objetivo geral e legitimar a hipótese prevista, o estudo identificou o conceito de sustentabilidade empresarial; discorreu sobre as organizações empresariais e a sustentabilidade e apresentou os desafios e vantagens da sustentabilidade empresarial. Diante de todos os embasamentos apurados e apresentados, concluiu-se que a sustentabilidade empresarial colabora para o desenvolvimento da sociedade.
Palavras-chave: Sociedade. Desenvolvimento. Sustentabilidade Empresarial.
Aluna: Rejaine da Costa Vilamar Veloso
Professor: Alexandre Tinel Raposo
1 INTRODUÇÃO
Aborda a sustentabilidade empresarial leva, necessariamente, ao contato com o princípio no qual se baseiam estas práticas, denominadas “responsáveis”, ou “sustentáveis”, que tentam modificar a forma de fazer negócios, é o do desenvolvimento sustentável, que se define como “um desenvolvimento capaz de atender às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras para atender a suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, OUR COMMON FUTURE, 1987, p.43).
O desenvolvimento sustentável busca minimizar os impactos ambientais e sócio-culturais, ao mesmo tempo que promove benefícios econômicos para as comunidades locais e destinos (regiões e países), aquela cujos impactos econômicos, sociais e ambientais permitem atender às necessidades do presente sem limitar a habilidade de satisfazê-las com o mesmo grau de plenitude no futuro. Um desenvolvimento sustentável, ou a sustentabilidade, se alcançam quando se atendem de forma balanceada a três princípios básicos:
Econômico: a atividade se desenvolve com base em práticas empresariais adequadas, as quais asseguram o crescimento e a manutenção no tempo da empresa, com a qual se beneficiam os proprietários, empregados e vizinhos da comunidade onde se desenvolve o negócio.
Ambiental: a atividade se desenvolve considerando a forma como se utilizam os recursos naturais e, idealmente, aportando a sua conservação e cuidado.
Sociocultural: a atividade se realiza sem prejudicar ou afetar o tecido social existente na comunidade onde se desenvolve, prevendo-se todas as ações possíveis para respeitar a cultura local, preservá-la e revitalizá-la (RAINFOREST ALLIANCE, INSTITUTO ESTRADA REAL,2007). 
Portanto estes três pilares avaliadores da sustentabilidade, podemos apontar se a empresa está se direcionando para ser sustentável ou não. 
Assim, podemos dizer que, uma empresa sustentável é aquela que ao final do seu exercício, manteve a biosfera na mesma situação de antes.
Nesse sentido, para Hart (2005 APUD ELKINGTON, 2001) será cada vez mais difícil para as empresas fazerem negócios, tendo em vista o empobrecimento dos clientes a degradação do meio ambiente a falência dos sistemas políticos e a dissoluções da sociedade. 
As empresas cada vez mais têm um papel extremamente relevante. Através de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à idéia de planejamento sustentável e preservação do meio ambiente. 
Neste contexto, Kraemer (2000) comenta que as organizações deverão incorporar a variável ambiental no aspecto de seus cenários e na tomada de decisão, mantendo com isso uma postura responsável de respeito à questão ambiental. Empresas experientes identificam resultados econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental.
 As empresas brasileiras possuem a percepção de que a sustentabilidade deve ser uma prioridade empresarial. 
 Além disso, a comunidade é vista como stakeholder influente nas atividades das organizações. Assim, os resultados sugerem que as empresas se encontram em um estágio no qual a sustentabilidade não é voltada somente à proteção ambiental e filantropia, apresentando sinais de que trabalhadores e fornecedores são entendidos como centrais para a sustentabilidade das organizações. 
Com isso, essa massa cada vez mais consumidora, representa uma pressão constante sobre as empresas e suas práticas de produção e de prestação de serviços. Isso é muito positivo, pois cria nas empresas a necessidade de adaptarem seus procedimentos ou de mudarem sua forma de agir de forma drástica e rápida; sob pena de verem suas vendas (e seus lucros) caírem vertiginosamente de forma perigosa e arriscada. Esse “novo comportamento” acabou recebendo o nome de sustentabilidade empresarial. 
Desta forma, as empresas acabaram definindo um conjunto de práticas que procuram demonstrar o seu respeito e a sua preocupação, com as condições do ambiente e da sociedade em que estão inseridas ou aonde atuam. 
 As pressões sociais e restrições impostas fazem com que as empresas sejam forçadas a buscar formas de reduzir seu impacto ambiental e a melhorar sua imagem frente a sua responsabilidade social. Neste sentido, muito tem sido feito para a sustentabilidade do setor produtivo (CORAL, 2002). 
Tais colocações retratam, em linhas gerais, a justificativa pela escolha do tema, visto que, admitindo-se há uma preocupação com o desenvolvimento social e ambiental, faz-se, necessário que a sustentabilidade empresarial colabore para um desenvolvimento social e ambiental.
Assim o presente estudo investiga a seguinte questão: “A sustentabilidade empresarial colabora para um desenvolvimento social e ambiental?”.
Em face nível de preocupação sofrido pela sociedade e o meio ambiente, oriundo de vários fatores, surge como hipótese, a visão de que a sustentabilidade empresarial colabora para um desenvolvimento social e ambiental.
Portanto, o objetivo geral de estudo é verificar a legitimidade da hipótese prevista e, com isso, identificar que a sustentabilidade empresarial colabora para um desenvolvimento social e ambiental.
Para alcançar o objetivo geral é preciso atingir os seguintes objetivos específicos:
-discutir sobre as organizações empresariais e a sustentabilidade;
-discorrer sobre os impactos ambientais, econômicos e socioculturais;
-retratar desafios e vantagens da sustentabilidade empresarial.
Para tanto, o presente estudo, de natureza exploratória, é embasado em pesquisa bibliográfica, materializada por meio da revisão do referencial teórico relacionado aos objetivos específicos e, consequentemente, ao objetivo geral.
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CRITÉRIOS GLOBAIS DE TURISMO SUSTENTÁVEL 
De acordo com Hoverd (2015), a palavra estresse, oriunda do idioma inglês (stress) e que significa tensão, foi empregada pela primeira vez na medicina pelo médico e fisiologista norte-americano Hans Selye, em 1926, ainda quando estudava medicina na Universidade Alemã de Praga, ao observar que diversas perturbações apresentadas pelos seus pacientes eram comuns a muitas doenças.
Hoverd (2015) ressalta que, atualmente, o estresse é classificado como um agressor emocional, que apesar de se manifestar internamente no indivíduo é, via de regra, provocado por agentes externos, sendo caracterizado, nesse sentido, pelo efeito que algo provoca no estado psíquico do ser humano.
Conforme Witter (2015), as situações de estresse são cada vez mais frequentes, estando presentes no ambiente profissional, no grupo social, na família, no ambiente acadêmico e em todas as demais atividades humanas. 
Para a autora, no caso particular do docente do ensinosuperior, as situações de estresse são determinadas pelas cobranças que partem das Instituições de Ensino, dos alunos, da sociedade e da comunidade científica, além daquelas a que estão sujeitos qualquer ser humano que exerce uma atividade profissional. 
Witter (2015) diz que também contribui bastante para o estresse do docente universitário a falta de reconhecimento por parte de suas chefias imediatas, fato que ocorre em muitas Instituições de Ensino Superior.
Pelo descrito anteriormente, observa-se que o professor universitário é alvo tanto das pressões advindas do contexto social moderno como das provenientes da sua profissão, sendo, portanto, um indivíduo submetido à alta carga emocional, carga essa sobre a qual não possui domínio das suas causas, cabendo-lhe, então, encontrar formas de administrar os seus efeitos. 
Além disso, Witter (2015) afirma que há uma pressão muito forte por parte das novas tecnologias que devem ser absorvidas pelo professor universitário em tempo recorde. 
Na verdade, tamanha quantidade de fatores estressores acarretam insatisfação e ansiedade no docente, o que tende a criar um sentimento de esgotamento, que, na literatura, é classificado como sendo a síndrome de burnout.
Segundo Reinhold (2002), a síndrome de burnout é um tipo de estresse ocupacional que se caracteriza por um profundo sentimento de frustração e exaustão em relação ao trabalho desempenhado, tendo sido identificado, por meio de estudos, que entre os professores ela se torna mais presente do que em outras profissões, provavelmente por encontrar nessa profissão um ambiente propício para o seu desenvolvimento. 
Para Reinhold (2002), o professor lida diretamente com muitas pessoas, com as mais variadas personalidades, o que representa uma enorme fonte de conflitos e um grande motivador de estresse.
Ao considerar que o professor, quando entra em sala de aula, coloca-se à frente de um conjunto bastante complexo de pessoas, cada qual com visões, comportamentos, sentimentos e históricos individuais tão diferentes, percebe-se o quanto é difícil e desgastante conduzir esse ambiente extremamente diversificado.
Reinhold (2002) alerta que, além disso, os docentes precisam conseguir transmitir os seus conhecimentos teóricos em linguagem capaz de ser entendida por seus alunos, situação essa que, não raramente, é de extrema dificuldade para o professor. 
Madeira (2011) explica que, na educação, a síndrome de burnout é entendida como a síndrome da desistência do educador, isto é, o docente, em algum momento, não sente mais vontade de ensinar e pensa em desistir da profissão, isso em razão do alto nível de estresse provocado pelo exercício dessa atividade.
Tratando especificamente do professor universitário, faz-se importante considerar que essa vontade de desistir tem impactos diferentes do que ocorre com profissionais de outros ramos, pois ela abala profundamente o seu estado emocional, uma vez que, via de regra, a pessoa que escolhe a docência superior como profissão, investindo anos de esforços e de preparo acadêmico, o faz por um sentimento maior, marcado por um dom, por uma aptidão particular e, sobretudo, pelo desejo de ensinar, fatores esses que talvez sejam a única razão e explicação para o ingresso em uma profissão que geralmente remunera pouco e cobra muito.
Nesse olhar, o professor universitário se mostra na contramão da realidade atual do mercado de trabalho, pois enquanto ele sofre ao considerar a hipótese de desistir da sua profissão, outros profissionais enxergam a mudança de atividade ou de área de atuação como algo positivo e favorável, inerente à configuração competitiva e mutável da sociedade contemporânea, que valoriza, como tal, profissionais com passagens por múltiplas atividades. 
Dos agentes estressores do docente universitário, Madeira (2011) considera a baixa remuneração como sendo um dos mais significativos, que além de desmotivar o docente, o obriga, muitas vezes, a trabalhar em diversas disciplinas e Instituições. 
Além disso, para Gasparini, Barreto e Assunção (2005), o trabalho do professor não termina na sala de aula, mas continua na preparação das aulas e na correção de provas e trabalhos, ocasionando uma sobrecarga de trabalho, o que gera bastante cansaço e desmotivação.
O entendimento retratado pelos autores demonstra que, ao contrário do que aparenta, o trabalho do professor vai muito além do que ocorre em sala de aula, exigindo, na prática, esforços que invadem a sua vida pessoal.
Ainda, Brito e Purificação (2012) destacam que as cobranças oriundas das novas tecnologias também são fatores estressores para o professor universitário, que exigem uma adaptação quase que imediata do docente. 
Por conta disso, em muitos casos o professor acaba sendo obrigado a comprar novos equipamentos para a execução de sua atividade, ter um computador em sua residência conectado à internet, lidar com novos programas de informática e se adaptar ao ensino a distância.
Essa necessidade acaba criando um grande contraponto para o docente, visto que, apesar da sua remuneração ser, em geral, baixa, ele precisa destinar parte dela para investir na sua inclusão no ambiente tecnológico, isso tanto em termos de capacitação específica como até na aquisição de equipamentos dessa natureza.
Ademais, Arantes e Gebran (2013) alertam que a cobrança pela mudança de papel do docente universitário, de transmissor para mediador do conhecimento, é um grande fator de estresse para ele. 
Segundo as autoras, não se aceita mais a figura do professor apenas transmissor de conhecimentos, senhor de todo o saber, mas, sim, um profissional dinâmico e integrativo, que se posicione como mediador no processo de ensino e aprendizagem e que exerça a liderança em sala de aula, e não o poder.
Neste ponto, vale expor a visão de Hunter (2004, p. 25) sobre a liderança: "[...] habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum."
Porém, em que pese o fato de ser correta a necessidade e a importância de o professor assumir a condição de líder, parece ser improvável que essa postura de liderança, com tudo que a envolve, seja assimilada e praticada por todos os docentes tão rapidamente quanto se espera, pois ela requer a ruptura de um antigo paradigma comportamental dos professores, que os amparava pelo poder do cargo. 
2.2 A RESILIÊNCIA
Segundo a Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRAE, 2015), o significado da resiliência no ser humano pode ser dito como a capacidade ou habilidade desenvolvida a partir de crenças básicas que estruturam o comportamento das pessoas para a superação. 
Nesse enfoque, os indivíduos resilientes são aqueles que enfrentam situações adversas e de estresse elevado com habilidade de enxergar, compreender e tomar decisões apropriadas para superar e vencer as adversidades nas diferentes áreas da vida.
Para Dobbs e Poletti (2011), a resiliência é a capacidade de se manter ativo diante de fortes pressões que poderiam paralisar o indivíduo, mas que, nos resilientes, acabam se transformando em fonte de energia e de acúmulo de experiência.
É importante ressaltar que, exatamente como entende Secunho (2012), resiliência não é resignação, ou seja, não é simplesmente se conformar com um acontecimento problemático, ao contrário, a pessoa o enfrenta, supera e segue adiante, não se permitindo apenas aceitar e tolerar o problema vivido. 
Conforme Stancolovich (2015), o termo resiliência originou-se na Física, sendo a propriedade que alguns materiais possuem de acumular energia quando submetidos a um esforço e, cessado o esforço, retornar ao seu estado natural sem sofrer deformações permanentes.
A Psicologia tomou emprestado esse termo para definir pessoas que sofrem pressões e adversidades e, mesmo assim, conseguem se manter em estado normal, não se permitindo "quebrar" diante de tantos problemas e desafios do cotidiano moderno.
Camarotti (2013) defende que pessoas resilientes são aquelas que sofrem crises, enfrentammudanças ou situações de forte estresse e conseguem "dar a volta por cima", transformando sofrimento em competência.
Na realidade, a pessoa resiliente reconhece que tanto a sua vida pessoal como a profissional são uma sequência interminável de altos e baixos, uma verdadeira montanha russa na qual existem momentos de sucesso e êxtase contrapostos por situações de dificuldade e adversidade.
Para Stancolovich (2015), a resiliência se trata de uma competência e, como tal, pode ser aprendida e/ou aprimorada. Diante disso, a autora ressalta que, como qualquer competência, a resiliência pode já estar mais bem estruturada no perfil de uma pessoa do que no de outra, mas qualquer indivíduo pode se tornar uma pessoa resiliente.
Ainda, a citada autora apresenta os fatores capazes de desenvolver o comportamento resiliente:
-	ter consciência de que as dificuldades fazem parte da vida e é preciso conviver com elas; 
-	compreender a natureza humana e buscar o contato com seu Eu Superior; 
-	persistir lutando para superar as adversidades; 
-	encarar o problema, tomando as decisões necessárias e investindo energia para solucioná-lo; 
-	entender que as dificuldades da vida nos tiram da zona de conforto, mas proporcionam crescimento.
Segundo Heller (2008), a vida cotidiana é a vida plena do ser humano, envolvendo todos os aspectos presentes na complexidade diária do indivíduo. Em complemento, a autora defende que não há como desvincular a vida cotidiana pessoal da profissional, dada a integralidade do indivíduo.
Diante dessa integralidade, nota-se que o ser humano participa da vida cotidiana com todos os aspectos da sua individualidade e da sua personalidade, nela inserindo todos os seus sentidos, suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, paixões, ideias, ideologias e, num sentido mais amplo, sua essência natural.
Portanto, independentemente das condições financeiras, sociais, pessoais, emocionais e profissionais, o ser humano, satisfeito ou não, vive o seu cotidiano e, querendo ou não, é absorvido preponderantemente por ele. 
Heller (2008) destaca que todas as adversidades e dificuldades enfrentadas pelo indivíduo em seu ambiente profissional são processadas por ele, automática e instintivamente, de acordo com os atributos da sua individualidade e personalidade, motivo pelo qual é impossível desvincular os efeitos da vida profissional na pessoal, e vice-versa. Na mesma linha, Dejours (2007) chega a afirmar que a adversidade é companheira indissolúvel do indivíduo no ambiente de trabalho, afirmação essa que parece se ajustar bastante ao caso do professor universitário.
Para Dejours (2007), a adversidade leva o profissional, em regra, ao sofrimento, que se manifesta por diversas formas. 
Dentre elas, há o sofrimento de não satisfazer, de não estar à altura do trabalho, de não se adaptar à cultura ou à ideologia da empresa, de não se adequar às exigências do mercado e de não conseguir êxito nas relações com seus pares ou com os recebedores do seu serviço.
O autor completa: "Não há como imaginar um trabalho sem adversidades, especialmente diante do cenário de competitividade em que estão inseridas as organizações e as pessoas que nelas atuam" (DEJOURS, 2007, p. 37).
Diante disso, Mellilo e Ojeda (2005) destacam que a resiliência é a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade, sendo, portanto, o caminho para o profissional superar as barreiras do seu cotidiano no ambiente de trabalho.
Assim, observa-se que a resiliência prevê, na sua essência, a transformação do indivíduo em face de uma situação adversa, prevalecendo, para tanto, o sentido de adaptação e de superação. 
Mellilo e Ojeda (2005) validam essa observação ao destacarem que o profissional se torna resiliente, diante de uma situação adversa, ao enfrentá-la e recobrar forças para seguir adiante. 
Essa postura vai ao encontro da necessidade das empresas, de qualquer ramo de atividade, em relação ao perfil dos profissionais que lidam com pessoas, isso em razão da complexidade que marca os relacionamentos interpessoais. 
Percebe-se, então, que o comportamento profissional resiliente requer uma reação positiva, de modo que ao enfrentar situações de difícil solução, que ocorrem com grande frequência, o profissional se mostre capaz de resolvê-las e de reunir forças para continuar o seu trabalho. 
Piovan (2009) afirma que o profissional precisa se dobrar e desdobrar perante diferentes situações adversas no trabalho, seja na resolução de problemas individuais ou perante ao grupo, no cumprimento de metas, na sua constante qualificação e atualização técnica. 
Desse modo, o profissional deve ser habilidoso e superar obstáculos, desenvolvendo, para isso, sua capacidade resiliente. 
Por fim, Sabbag (2012) considera a resiliência uma das principais competências profissionais da primeira metade do Século XXI.
2.3 A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA PARA O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Para Lipp (2002), existem vários fatores que levam o professor universitário ao desânimo pessoal e profissional. Desses, a autora aponta: 
- os professores do ensino superior, em sua maioria, não acreditam em mudanças; 
- o financiamento para pesquisas praticamente não existe, o que inviabiliza a tríade "pesquisa, ensino e extensão"; 
- a falta de equipamentos; 
- as salas de aula geralmente lotadas; 
- os alunos desinteressados e pouco preparados; 
- as instalações inadequadas.
Além disso, Lipp (2002) destaca que um grande estressor para o docente universitário provém da pressão exercida pelas Instituições de Ensino Superior em razão do alto nível de produção imposto ao professor, traduzido, por exemplo, pela obrigatoriedade de executar diversas tarefas em conjunto com a sua atuação em sala de aula, isso somado aos problemas referentes à carreira, como a preocupação com a aposentadoria, a falta de reconhecimento, a competição excessiva e o favoritismo por parte de dirigentes.
Achkar (2012), reconhecendo as inúmeras adversidades enfrentadas pelo professor universitário, entende que a resiliência oferece muitas perspectivas positivas e transformadoras para a profissão de docente do ensino superior. 
Na realidade, a autora é taxativa nesse sentido, ao afirmar que o professor universitário é obrigado a desenvolver a capacidade resiliente, isto é, sofrer pressões e adversidades, pois elas são inevitáveis, e continuar caminhando e trabalhando, apesar do alto nível de estresse que enfrenta.
Motta e Silva (2005) apresentam entendimento similar, relatando que quando o docente universitário desenvolve a resiliência, seu trabalho ganha um novo significado, pois passa a compreender que os desafios e obstáculos são inerentes à vida do ser humano e, como tal, podem e devem ser enfrentados e superados.
Os autores destacam ainda que a resiliência, quando estabelecida na mente e, sobretudo, no comportamento do docente, possibilita uma visão diferente em relação aos alunos. Esse fato ocorre porque um dos princípios básicos da resiliência está na capacidade de desenvolver a empatia e, assim, o docente passa a se interessar pelas adversidades enfrentadas por seus alunos e, dessa forma, faz prevalecer o seu papel de educador em relação ao de professor.
Na visão dos autores, enquanto o “professor” atua como um burocrata da educação, o “educador” transcende o conteúdo programático e as provas, sendo alguém que passa a ocupar um espaço na vida de seus alunos, fora da sala de aula, em face do aproveitamento de oportunidades para aconselhamentos pessoais, desde que solicitados pelo aluno. 
Para Piovan (2009), o que difere um profissional resiliente do não resiliente são as atitudes em relação aos problemas. 
Segundo o autor, a principal marca desse profissional é a ação assertiva. Ele não foca o problema, e sim a solução, sendo essa, na prática, a característica mais marcante da resiliência, pois conduz o profissional à superação das dificuldade provenientes do seu trabalho.
Em face das adversidadesenfrentadas no exercício da docência superior, constata-se quanto a resiliência pode ser importante para o professor universitário.
 
3 CONCLUSÕES
Em face da pressão sofrida pelo professor universitário no exercício da sua profissão, o estudo objetivava identificar se é necessário que o professor universitário desenvolva a resiliência.
Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de identificar os fatores de estresse do professor universitário; discorrer sobre a resiliência e retratar a importância da resiliência para o professor universitário.
Em relação aos fatores de estresse do professor universitário foram identificados os seguintes aspectos:
-	as situações de estresse do docente superior são determinadas pelas cobranças que partem das Instituições de Ensino, dos alunos, da sociedade e da comunidade científica, além daquelas a que estão sujeitos qualquer ser humano;
- 	a falta de reconhecimento por parte de suas chefias imediatas contribui bastante para o estresse do docente universitário;
- 	a necessidade de aprender rapidamente as novas tecnologias acarreta insatisfação e ansiedade no professor universitário;
-	a síndrome de burnout é mais presente entre professores do que em outras profissões e, na educação, é entendida como a síndrome da desistência do educador;
-	o fato de o professor lidar diretamente com muitas e variadas pessoas representa uma enorme fonte de conflitos e um grande motivador de estresse;
-	dos agentes estressores do docente universitário, a baixa remuneração é vista como um dos mais significativos;
-	a sobrecarga de trabalho, fora da sala de aula, gera bastante cansaço e desmotivação;
-	a cobrança pela mudança de papel do professor universitário, de transmissor para mediador do conhecimento, é um grande fator de estresse para o docente superior;
- 	muitos docentes enfrentam extrema dificuldade para transmitir os seus conhecimentos teóricos em linguagem capaz de ser entendida pelos alunos.
Sobre a resiliência foram observados os seguintes pontos principais:
-	a resiliência é a capacidade ou habilidade desenvolvida a partir de crenças básicas que estruturam o comportamento das pessoas para a superação;
-	os indivíduos resilientes são aqueles que enfrentam situações adversas e de estresse elevado com habilidade de enxergar, compreender e tomar decisões apropriadas para superar e vencer as adversidades nas diferentes áreas da vida;
-	os resilientes transformam fortes pressões em fonte de energia e de acúmulo de experiência;
-	resiliência não significa resignação;
-	as pessoas resilientes transformam sofrimento em competência;
-	a resiliência se trata de uma competência e, por essa razão, pode ser aprendida e/ou aprimorada;
-	a resiliência é o caminho para o profissional superar as barreiras do seu cotidiano no ambiente de trabalho;
-	o profissional se torna resiliente, diante de uma situação adversa, ao enfrentá-la e recobrar forças para seguir adiante;
-	a resiliência é considerada uma das principais competências profissionais da primeira metade do Século XXI.
Com relação à importância da resiliência para o professor universitário foram verificados os seguintes aspectos:
-	a resiliência oferece muitas perspectivas positivas e transformadoras para a profissão de docente do ensino superior;
-	o professor universitário é obrigado a desenvolver a capacidade resiliente, isto é, sofrer pressões e adversidades, pois elas são inevitáveis, e continuar caminhando e trabalhando, apesar do alto nível de estresse que enfrenta;
-	quando o docente universitário desenvolve a resiliência, seu trabalho ganha um novo significado, pois passa a compreender que os desafios e obstáculos são inerentes à vida do ser humano e, como tal, podem e devem ser enfrentados e superados;
-	a resiliência, quando estabelecida na mente e, sobretudo, no comportamento do docente, possibilita uma visão diferente em relação aos alunos;
-	a visão diferenciada em relação aos alunos ocorre porque um dos princípios básicos da resiliência está na capacidade de desenvolver a empatia e, assim, o docente passa a se interessar pelas adversidades enfrentadas por seus alunos, fazendo prevalecer o seu papel de educador em relação ao de professor;
-	o que difere um profissional resiliente do não resiliente são as atitudes em relação aos problemas; 
-	a principal marca do profissional resiliente é a ação assertiva, pois ele não foca o problema, mas a solução, sendo essa, na prática, a característica mais marcante da resiliência.
Diante de todos os embasamentos apurados e apresentados, concluiu-se que é necessário que o professor universitário desenvolva a resiliência. 
REFERÊNCIAS
ACHKAR, Ana El. Resiliência: ferramenta para educação de qualidade. Curitiba: Appris, 2012.
ARANTES, Ana Paula Pereira; GEBRAN, Raimunda Abou. Docência no ensino superior: trajetórias e saberes. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.
BRITO, Glaucia da Silva; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: IBPEX, 2012.
CAMAROTTI, Maria Henriqueta. Resiliência: o poder da autotransformação. Brasília: Kiron, 2013.
DEJOURS, Christophe. Banalização da injustiça social. 7. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
DOBBS, Barbara; POLETTI, Rosette. A resiliência: a arte de dar a volta por cima. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
GASPARINI, Sandra Maria; BARRETO, Sandhi Maria; ASSUNÇÃO, Ada Ávila. O professor, as condições de trabalho e os efeitos sobre sua saúde. Educação e Pesquisa, v. 31, n. 2, p. 189-199, maio/ago. 2005.
HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
HOVERD, Bruce. Sob pressão: táticas que funcionam para transformar estresse em resultado. São Paulo: Gente, 2015.
HUNTER, James C. O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.
LIPP, Marilda Novaes. O stress do professor. Campinas: Papirus, 2002.
MADEIRA, Miguel Carlos. Professor universitário: aprimorando o desempenho. São Paulo: Sarvier, 2011.
MELILLO, Aldo; OJEDA, Elbio Néstor Suáres. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MOTTA, Cristina Dalva Van Berghem; SILVA, Nilce da. A criatividade como fator de resiliência na ação docente do professor de ensino superior. Revista da UFG, Goiânia, vol. 7, n. 2, dez. 2005.
PASSOS, Miriam Barreto de Almeida. Professores do ensino superior: práticas e desafios. Porto Alegre: Mediação, 2009.
PIOVAN, Ricardo. Resiliência: como superar pressões e adversidades no trabalho. São Paulo: Reino Editorial, 2009.
REINHOLD, Helga Hinkenickel. O burnout. In: LIPP, Marilda Novaes (Org.). O stress do professor. Campinas: Papirus, 2002.
SABBAG, Paulo Yazigi. Resiliência: competência para enfrentar situações extraordinárias na sua vida profissional. Rio de Janeiro: Campus, 2012.
SECUNHO, Celiane Ferreira. Resiliência: a arte de enfrentar adversidades no ciclo da vida. 3. ed. Brasília: Thesaurs, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE RESILIÊNCIA. SOBRARE. O que é resiliência. São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.sobrare.com.br/>. Acesso em: 26 nov. 2015.
STANCOLOVICH, Érika. Resiliência: vença o stress e controle a pressão antes que eles dominem você. São Paulo: Ser Mais, 2015.
WITTER, Geraldina Porto. Psicologia e educação: professor, ensino e aprendizagem. 2. ed. Campinas: Alínea. 2015.
ZABALZA, Miguel Angel. O ensino universitário: seu cenário e seus protagonistas. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Continue navegando