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Livro ADM 1.1

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Ciências Humanas e 
Matemática para o Administrador
Módulo 1.1
Alceu Sales Camargo Jr 
Delson Ferreira 
Luiz Cláudio Dallier Saldanha
Ribeirão Preto
2013
Book AD 1-1 2013 1.indb 1 28/11/2012 16:45:38
Editorial
Presidente do SEB (Sistema Educacional 
Brasileiro S.A)
Chaim Zaher
Vice-Presidente do SEB
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretoria Executiva do SEB
Nilson Curti
Rafael Gomes Perri
Reitor do Centro Universitário UniSEB
Chaim Zaher
Vice-Reitor do Centro Universitário UniSEB
Reginaldo Arthus
Pró-reitor de Educação a Distância 
Jeferson Ferreira Fagundes 
Diretora Acadêmica de Educação a Distância
Claudia Regina de Brito 
Coordenação Pedagógica de Educação a 
Distância
Alessandra Henriques Ferreira 
Gladis S. Linhares Toniazzo
Marina Caprio 
Coordenação do curso 
de Administração 
Ornella Pacífico
Produção Editorial
Karen Fernanda Bortoloti 
Marcelo dos Santos Calderaro 
© UniSEB Interativo
Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB Interativo.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou 
qualquer outro, sem a permissão expressa da UniSEB Interativo. A violação dos direitos autorais é punível como crime (Códi-
go Penal art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei dos Direitos Autorais – arts. 
122, 123, 124 e 126)
S
um
ár
io
Book AD 1-1 2013 1.indb 2 28/11/2012 16:45:38
S
um
ár
io Apresentação Uniseb Interativo ...................... 11Apresentação do Módulo ...................................... 12
Comunicação e expressão ......................................... 13
Unidade 1: Reflexões sobre alinguagem ................................ 15
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................... 15
Você se lembra? ................................................................................... 15
1.1 Introdução ........................................................................................ 16
1.2 Por que aprender língua portuguesa? ................................................... 17
1.3 Linguagem e língua ................................................................................. 19
1.4 Origem da linguagem ................................................................................. 21
1.5 Origem da escrita .......................................................................................... 24
Reflexão.................................................................................................................. 26
Leituras recomendadas ............................................................................................. 26
Referências bibliográficas .......................................................................................... 27
Na próxima unidade .................................................................................................... 27
Unidade 2: Concepções sobre linguagem e comunicação........................................ 29
Objetivos da sua aprendizagem ..................................................................................... 29
Você se lembra? ............................................................................................................. 29
2.1 Algumas observações preliminares ......................................................................... 30
2.2 Linguagem como expressão do pensamento .......................................................... 30
2.3 Linguagem como instrumento de comunicação .................................................... 31
2.4 Linguagem como lugar ou experiência de interação humana .............................. 32
2.5 Níveis de linguagem ........................................................................................... 34
2.6 Teoria da comunicação ..................................................................................... 36
2.7 Crítica à concepção tradicional de comunicação ......................................... 39
Reflexão .......................................................................................................... 40
Leitura recomendada .................................................................................... 41
Referências bibliográficas ........................................................................ 41
Na próxima unidade .............................................................................. 42
Unidade 3: Funções da linguagem e tipos de mensagem ........... 43
Objetivos da sua aprendizagem .................................................... 43
Você se lembra? ....................................................................... 43
3.1 As seis funções da linguagem ...................................... 44
Book AD 1-1 2013 1.indb 3 28/11/2012 16:45:38
3.2 Funções sociais da linguagem .................................................................................. 46
3.3 Tipos de mensagem .................................................................................................. 48
3.4 Variação linguística .................................................................................................. 53
Reflexão .......................................................................................................................... 56
Atividade ......................................................................................................................... 57
Leituras recomendadas .................................................................................................... 58
Referências bibliográficas ............................................................................................... 58
Na próxima unidade ........................................................................................................ 59
Unidade 4: A linguagem organizacional ..................................................................... 61
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 61
Você se lembra? .............................................................................................................. 61
4.1 A linguagem das organizações ................................................................................ 62
4.2 Qualidades do texto empresarial .............................................................................. 62
4.3 Vícios de linguagem do texto empresarial ............................................................... 69
4.4 Padronização de documentos empresariais .............................................................. 71
4.5 Dicas para redação de relatórios e cartas ................................................................. 73
4.6 Correspondência oficial ........................................................................................... 75
Reflexão .......................................................................................................................... 76
Atividade ......................................................................................................................... 76
Leituras recomendadas .................................................................................................... 77
Referências bibliográficas ............................................................................................... 77
Na próxima unidade ........................................................................................................ 77
Unidade 5: Texto, discurso e coesão textual ............................................................... 79
Objetivos da sua aprendizagem ......................................................................................79
Você se lembra? .............................................................................................................. 79
5.1 A produção de um texto ........................................................................................... 80
5.2 Texto e discurso ....................................................................................................... 80
5.3 Coesão textual .......................................................................................................... 82
5.4 Coesão textual e a articulação sintática do texto ..................................................... 87
5.5 Coerência textual ..................................................................................................... 89
Reflexão .......................................................................................................................... 91
Atividades ....................................................................................................................... 91
Referências bibliográficas ............................................................................................... 93
Na próxima unidade ........................................................................................................ 93
Unidade 6: Produção textual ........................................................................................ 95
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 95
Book AD 1-1 2013 1.indb 4 28/11/2012 16:45:38
Você se lembra? .............................................................................................................. 95
6.1 Experiências com a escrita ....................................................................................... 96
Introdução ....................................................................................................................... 98
6.2 Crendices e mitos sobre redação ............................................................................. 99
6.3 Concepções ou princípios sobre redação ............................................................... 101
6.4 Algumas características da escrita ......................................................................... 104
6.5 Tipos de redação ................................................................................................... 105
Covardia .........................................................................................................................111
Reflexão ........................................................................................................................ 112
Leituras recomendadas .................................................................................................. 114
Referências bibliográficas ............................................................................................. 114
Na próxima unidade ...................................................................................................... 115
Unidade 7: Comunicação oral.................................................................................... 117
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 117
Você se lembra? ............................................................................................................ 117
7.1 Diferenças entre a oralidade e a escrita .................................................................. 118
7.2 Elementos da comunicação oral ............................................................................. 119
Atividade ...................................................................................................................... 124
Atividade ....................................................................................................................... 125
7.3 Usando recursos especiais para falar em público .................................................. 126
7.4 Feedback e o valor de ser um bom ouvinte ............................................................ 128
Reflexão ........................................................................................................................ 131
Leituras recomendadas .................................................................................................. 131
Referências bibliográficas ............................................................................................. 131
Unidade 8: Revisão gramatical .................................................................................. 133
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 133
Você se lembra? ............................................................................................................ 133
8.1 Concordância verbal .............................................................................................. 134
8.2 Concordância nominal ........................................................................................... 135
8.3 Regência verbal ...................................................................................................... 137
8.4 Regência nominal ................................................................................................... 139
8.5 Uso dos “porquês” ................................................................................................. 140
8.6 Palavras e expressões parecidas, mas diferentes .................................................... 141
8.7 Algumas observações sobre verbos ....................................................................... 145
Atividades ..................................................................................................................... 148
Leituras recomendadas .................................................................................................. 148
Book AD 1-1 2013 1.indb 5 28/11/2012 16:45:38
Reflexão ....................................................................................................................... 149
Referência bibliográfica ................................................................................................ 149
Na próxima unidade ...................................................................................................... 150
Unidade 9: Ortografia e prosódia .............................................................................. 151
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 151
Você se lembra? ............................................................................................................ 151
9.1 Afinal, o que é mesmo ortografia? ......................................................................... 152
9.2 Regras sobre o emprego de algumas letras ............................................................ 153
9.3 Acentuação gráfica ................................................................................................. 157
9.4 Acento agudo indicador da crase ........................................................................... 160
9.5 Trema ..................................................................................................................... 161
9.6 Hífen ...................................................................................................................... 162
9.7 Prosódia.................................................................................................................. 166
Atividades ..................................................................................................................... 167
Reflexão .......................................................................................................................168
Leituras recomendadas .................................................................................................. 168
Referências bibliográficas ............................................................................................. 169
Matemática Básica .......................................................................................... 171
Unidade 1: Estudo de funções .................................................................................... 173
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 173
Você se lembra? ............................................................................................................ 173
1.1 Introdução .............................................................................................................. 174
1.2 Definição de função ............................................................................................... 175
Atividades ..................................................................................................................... 182
Reflexão ........................................................................................................................ 183
Leituras recomendadas .................................................................................................. 184
Referências .................................................................................................................... 186
Na próxima unidade ...................................................................................................... 187
Unidade 2: Gráficos e raízes de funções .................................................................... 189
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 189
Você se lembra? ............................................................................................................ 189
2.1 Introdução .............................................................................................................. 190
2.2 Raízes e gráficos de funções .................................................................................. 190
2.3 Gráficos em planilha eletrônica (MS Excel) .......................................................... 193
Atividade ....................................................................................................................... 207
Book AD 1-1 2013 1.indb 6 28/11/2012 16:45:38
Reflexão ........................................................................................................................ 208
Leitura recomendada ..................................................................................................... 208
Referências .................................................................................................................... 208
Na próxima unidade ...................................................................................................... 209
Unidade 3: Aplicações de funções e gráficos em Administração ............................. 211
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 211
Você se lembra? ............................................................................................................ 211
3.1 Introdução .............................................................................................................. 212
3.2 Equilíbrio de firma (break even point) ................................................................... 213
3.3 Curvas de demanda ................................................................................................ 217
3.4 Maximização do lucro ............................................................................................ 218
Atividades ..................................................................................................................... 222
Reflexão ........................................................................................................................ 224
Leitura recomendada ..................................................................................................... 224
Referências .................................................................................................................... 226
Na próxima unidade ...................................................................................................... 226
Unidade 4: Limites de funções ................................................................................... 229
Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 229
Você se lembra? ............................................................................................................ 229
4.1 Introdução .............................................................................................................. 230
4.2 O conceito intuitivo de limite ................................................................................ 231
4.3 Funções contínuas .................................................................................................. 231
4.4 Funções descontínuas ............................................................................................. 234
4.5 Dispositivo prático de Briott-Rufini ...................................................................... 237
Atividades ..................................................................................................................... 244
Reflexão ........................................................................................................................ 245
Leitura recomendada ..................................................................................................... 245
Referências .................................................................................................................... 245
Na próxima unidade ...................................................................................................... 246
Unidade 5: A função derivada .................................................................................... 247
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 247
Você se lembra? ............................................................................................................ 247
5.1 Introdução .............................................................................................................. 248
5.2 O coeficiente angular ............................................................................................. 249
5.3 Derivada pela definição ......................................................................................... 252
5.4 Interpretação gráfica da derivada ........................................................................... 252
Book AD 1-1 2013 1.indb 7 28/11/2012 16:45:38
Atividades ..................................................................................................................... 260
Reflexão ........................................................................................................................ 261
Leitura recomendada ..................................................................................................... 261
Referências .................................................................................................................... 261
Na próxima unidade ...................................................................................................... 262
Unidade 6: Regras de derivação ................................................................................263
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 263
Você se lembra? ............................................................................................................ 263
6.1 Introdução .............................................................................................................. 264
6.2 Derivada da função xn ........................................................................................... 264
6.3 Derivada de k· f(x) ................................................................................................. 267
6.4 Derivada de f(x) = k ............................................................................................... 271
6.5 Derivada de uma soma (ou subtração) de funções ................................................. 271
6.6 Derivada do produto de duas funções: a regra do produto .................................... 272
6.7 Derivada da divisão de duas funções: a regra do quociente .................................. 276
Atividades ..................................................................................................................... 279
Reflexão ........................................................................................................................ 279
Leitura recomendada ..................................................................................................... 280
Referências .................................................................................................................... 280
Na próxima unidade ...................................................................................................... 280
Unidade 7: Derivada de função composta: a regra da cadeia................................. 283
Objetivo da sua aprendizagem ...................................................................................... 283
Você se lembra? ............................................................................................................ 283
7.1 Função composta .................................................................................................. 284
7.2 A regra da cadeia – derivada de função composta ................................................. 285
Atividades ..................................................................................................................... 292
Reflexão ........................................................................................................................ 294
Leitura recomendada ..................................................................................................... 294
Referências .................................................................................................................... 295
Sociologia Aplicada à Administração ............................................................ 297
Unidade 1 ..................................................................................................................... 299
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 299
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 299
Você se lembra? ............................................................................................................ 299
1.1 O homem é um ser social ...................................................................................... 300
Book AD 1-1 2013 1.indb 8 28/11/2012 16:45:39
1.2 A Sociologia é uma ciência social ......................................................................... 301
1.3 Breve história da ciência ........................................................................................ 302
1.4 As revoluções e as novas formas de organização social ....................................... 304
1.5 O surgimento e o desenvolvimento da Sociologia ................................................. 307
1.6 O positivismo ........................................................................................................ 310
1.7 Os clássicos da Sociologia .................................................................................... 313
1.8 Afinal, o que é Sociologia? ................................................................................... 321
1.9 A sociologia das organizações............................................................................... 323
Atividades ..................................................................................................................... 327
Reflexão ........................................................................................................................ 329
Leituras recomendadas .................................................................................................. 330
Na próxima unidade ...................................................................................................... 331
Unidade 2: Desigualdade social ................................................................................. 333
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 333
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 333
Você se lembra? ............................................................................................................ 333
2.1 A desigualdade social ............................................................................................. 334
2.2 Estratificação social ............................................................................................... 338
2.3 Desigualdade social, mercado de trabalho e pobreza no Brasil ............................. 343
Atividades ..................................................................................................................... 353
Reflexão ........................................................................................................................ 358
Leituras recomendadas .................................................................................................. 358
Referências .................................................................................................................... 359
Na próxima unidade ...................................................................................................... 360
Unidade 3: Cultura e sociedade ................................................................................. 361
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 361
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 362
Você se lembra? ............................................................................................................ 362
3.1 O que é cultura? ..................................................................................................... 363
3.2 Cultura popular e cultura erudita .......................................................................... 371
3.3 Cultura e cidadania ............................................................................................... 374
3.4 Indústria cultural ................................................................................................... 375
Atividades ..................................................................................................................... 383
Reflexão ........................................................................................................................ 385
Leituras recomendadas ..................................................................................................387
Na próxima unidade ...................................................................................................... 388
Book AD 1-1 2013 1.indb 9 28/11/2012 16:45:39
A
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es
en
ta
çã
oUnidade 4: Globalização: questões contemporâneas ............................................... 389Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 389
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 389
Você se lembra? ............................................................................................................ 389
4.1 Introdução .............................................................................................................. 390
4.2 A tese da ocidentalização do mundo ...................................................................... 394
4.3 Os paradoxos e os limites da globalização ............................................................ 398
Atividades ..................................................................................................................... 410
Reflexão ........................................................................................................................ 414
Leituras recomendadas .................................................................................................. 415
Referências .................................................................................................................... 415
Na próxima unidade ...................................................................................................... 416
Unidade 5: Trabalho e relações de produção .......................................................... 417
Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 417
Objetivos da aprendizagem ........................................................................................... 417
Você se lembra? ............................................................................................................ 417
5.1 Os significados do trabalho ao longo da história ................................................... 418
5.2 O que é trabalho? ................................................................................................... 424
5.3 A jornada de trabalho ............................................................................................. 428
5.4 Desemprego e precarização do trabalho ................................................................ 431
5.5 Responsabilidade social das empresas ................................................................... 437
Atividades ..................................................................................................................... 446
Reflexão ........................................................................................................................ 447
Leituras recomendadas .................................................................................................. 447
Book AD 1-1 2013 1.indb 10 28/11/2012 16:45:39
A
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ta
çã
o O UniSEB Interativo
Prezado(a) acadêmico(a)
Bem-vindo(a) ao Centro Universitário UniSEB 
Interativo. Temos o prazer de recebê-lo(a) no novo 
segmento desta instituição de ensino que já possui mais 
de 40 anos de experiência em educação.
O Centro Universitário UniSEB Interativo tem se des-
tacado pelo uso de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além 
de possuir corpo docente formado por professores experientes e 
titulados. 
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das Diretrizes 
Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da 
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. 
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pe-
los professores que, por meio da tecnologia da informação e comunica-
ção, proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e a teleaula 
integram a base que visa transmitir os conhecimentos necessários à sua 
formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indi-
cações bibliográficas de cada unidade, a fim de aprofundar cada vez mais 
o seu saber.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la 
melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe 
para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de passar 
pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras e 
pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afi-
nal, num mundo globalizado e em constante transformação, é pre-
ciso estar sempre informado.
Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aprovei-
tando-se do momento que é fundamental para sua formação 
pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, 
realize as atividades on-line, desta maneira você esta-
rá se formando de maneira responsável, autônoma e, 
certamente, fará diferença no mundo contemporâ-
neo.
Sucesso!
Book AD 1-1 2013 1.indb 11 28/11/2012 16:45:39
Book AD 1-1 2013 1.indb 12 28/11/2012 16:45:39
Comunicação e expressão
Você já reparou que uma boa comunica-
ção contribui decisivamente para o sucesso 
profissional? Dá para imaginar alguém bem su-
cedido em sua vida pessoal sem uma comunicação 
adequada? E na vida acadêmica, como estudante, se-
ria possível um aprendizado solitário, sem comunicação 
com os outros, sem diálogo?
Pois é, como dizia a máxima do “velho guerreiro”, Chacri-
nha, “quem não se comunica se trumbica”!
E para uma boa comunicação é preciso usar adequadamente nossa 
língua portuguesa. Por isso, nesta disciplina vamos tratar de aspectos 
teóricos da língua que estão relacionados com a comunicação no dia a 
dia. 
Iremos trabalhar aspectos práticos da comunicação, como a expressão 
de nossas ideias ou intenções por meio da escrita, as técnicas e as normas 
de produção textual e dicas para evitar os desvios mais comuns em relação 
à língua padrão. Por isso, haverá espaço para revisão gramatical e orienta-
ções sobre o uso da língua culta. Vamos ainda abordar o uso da língua em 
situações de comunicação oral, com sugestões para uma boa oratória.
Você está convidado a aprender mais e a dialogar conosco por meio deste 
material.
Prof. Dr. Luís Cláudio Dallier Saldanha
A
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es
en
ta
çã
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Book AD 1-1 2013 1.indb 13 28/11/2012 16:45:39
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ni
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Book AD 1-1 2013 1.indb 14 28/11/2012 16:45:39
U
ni
Ua
Ue
UU
U Reflexões sobre a linguagem
Nesta primeira unidade, vamos fazer algu-
mas reflexões sobre a linguagem relembrando 
nossas experiências de aprendizagem da língua e 
trabalhando algumas informações sobre a origem e as 
características da linguagem humana.
Objetivos da sua aprendizagem
Identificar nossas experiências de aprendizado da língua.
Perceber nossas limitações e potencialidades no aprendizado da 
língua portuguesa. 
Conhecer e avaliar as contribuições teóricas sobre a origem da 
linguagem.
Rever e atualizar conhecimentos e informações sobre tipos de linguagem.
Você se lembra?
Já parou para pensar no total de anos que até hoje você estudou a língua 
portuguesa na escola? Quantas gramáticas já passaram pela sua mão? E o 
número de livros que você já leu, dá para contar “nos dedos” ou se avolu-
mam em sua memória? Sejam poucos ou muitos quantidade nem sempre 
é qualidade! Mas relembrar o que já lemos e aprendemos pode ser uma 
boa pista para descobrirmos como vai a nossa comunicação
Book AD 1-1 2013 1.indb 15 28/11/2012 16:45:39
16
Comunicação e expressão
Pr
oi
bi
da
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 r
ep
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U.UU IntroUução
Para muita gente, estudar a língua portuguesa é sinônimo de chatice 
e de dificuldade. Até mesmo para estudantes que já estão no Ensino Supe-
rior, aprender mais de nosso idioma torna-se um peso. 
Parte da resistência ou da contrariedade que alguns experimentam 
vem de vivências não muito agradáveis com o nosso português, e isso lá 
do tempo dos primeiros anos de escola. Mas há outros que sentem prazer 
em “devorar” livros; percorrer páginas de dicionários; aventurar-se pelas 
gramáticas; investigar novas palavras, novos sentidos.
Seja você um entusiasta do estudo da língua portuguesa, ou alguém 
meio receoso diante das dificuldades que a língua possa oferecer, quero 
convidá-lo a recordar um pouco de sua história nos “bancos escolares”. 
Vamos fazer isso a partir da leitura do poema Aula de português, de 
Carlos Drummond de Andrade. 
Que tal ler o poema e pensar sobre a sua experiência com a língua 
portuguesa? 
Aula de Português
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas, 
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
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a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade
Após ler o poema, reflita sobre algumas questões:
1. Quais são os dois tipos de linguagem abordados no poema?
2. Como você descreveria a aprendizagem da língua portuguesa ou a 
aula de português a partir da experiência que é retratada no poema?
3. De que modo esse poema se aproxima ou se distancia da sua experi-
ência de aprendizagem da língua portuguesa?
U.2UPorUqueUaprenUerUlínguaUportuguesa?
A experiência de aprendizagem da língua portuguesa, desde a ini-
ciação na escrita e na leitura, passando pelo Ensino Médio e chegando até 
o Ensino Superior, muitas vezes é marcada pela inadequação e frustração. 
A língua da escola, da gramática e dos livros técnicos se apresenta 
ao estudante, em muitos casos, como uma língua estranha e distante do 
seu dia a dia. Quando o aluno chega à faculdade e se vê obrigado a estudar 
novamente a língua portuguesa, pode acabar revivendo os traumas e as 
insatisfações experimentadas ao longo dos anos escolares. 
Espero que não seja o seu caso, mas é comum a gente encontrar es-
tudantes desmotivados no estudo da língua materna por razões que, entre 
outras, se vinculam às experiências mal sucedidas desde a alfabetização. 
Se nossas experiências de comunicação e de aprendizagem da língua 
portuguesa são bem sucedidas, então não é muito complicado encararmos 
novos desafios e aprofundarmos o conhecimento nessa área. No entanto, 
se ocorre o contrário, pode ser que estudar novamente a língua portuguesa 
se apresente como algo muito difícil e desanimador.
Assim, quero convidar você a pensar um pouco sobre algumas ra-
zões para retomar o estudo da língua e aprender sobre comunicação.
Há várias razões e benefícios no estudo continuado da língua por-
tuguesa em face das necessidades e dos desafios que a gente enfrenta nas 
diversas situações de comunicação.
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A complexidade das relações interpessoais e as exigências do com-
petitivo mundo do trabalho demandam o uso adequado das habilidades 
comunicacionais. Não dá para ignorar a centralidade da comunicação num 
contexto em que a troca de informação é cada vez mais veloz e inovadora.
Aliás, num mundo em que o acesso à informação vai se tornando 
mais universal e multifacetado, é preciso ser mais do que “alguém bem 
informado”. Não podemos nos limitar ao ato de acessar e armazenar in-
formação. É preciso gerir a informação, transformá--la em conhecimento, 
usá-la como matéria de nossas práticas comunicativas.
Se no mundo corporativo nossas habilidades comunicacionais são fun-
damentais, o que dizer das dimensões pessoais e cotidianas de nossas vidas? 
Simplesmente não podemos viver sem comunicação, pois somos se-
res sociais, movidos por interesses, paixões, desejos e necessidades que se 
manifestam nas teias das nossas relações sociais e pessoais. Por isso, se a co-
municação pode ser encarada no seu aspecto instrumental, é preciso também 
considerar que a gente fala, ouve, escreve, gesticula e se expressa numa troca 
de mensagens e vivências que são inerentes ao estar vivo, ao estar no mundo.
Toda essa necessidade de comunicação depende essencialmente 
da nossa capacidade de nos expressarmos por meio da língua. Ainda que 
usemos o gestual e outros recursos expressivos, é por meio da língua que 
iremos desenvolver nossa habilidade de comunicação.
Por isso, quero apresentar quatro razões para estudarmos a língua 
portuguesa a partir das reflexões que Travaglia (2003) oferece:
U.2.UUDesenvolverUcompetênciaUcomunicativa
Devemos estudar a língua portuguesa para aprendermos a usá-la 
adequadamente nas diversas situações de comunicação. Isso significa ad-
quirir dois tipos de competência comunicativa:
• Competência gramatical ou linguística: ser capaz de usar se-
quências próprias e típicas da língua de acordo com a situação 
comunicacional;
• Competência textual: ser capaz de formar, elaborar, identificar, 
resumir, resenhar, avaliar e criticar diferentes tipos de textos.
U.2.2UDominarUaUlínguaUcultaUouUpaUrãoUeUaUvarieUaUeU
escritaUUaUlíngua
Provavelmente esta é a razão mais conhecida pela qual se ensina a 
língua materna. A língua é aprendida para que possamos utilizá-la em de-
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O que são signos? São os sinais que 
os seres humanos produzem quando se 
comunicam. Ao falarmos ou escrevermos, 
estamos usando o signo linguístico. O signo 
representa algo que não está presente. Assim, 
os signos são usados para designar ou significar 
alguma coisa.
terminados tipos de situação e interação comunicativa que exigem o uso 
padrão, culto ou formal da língua portuguesa.
U.2.3UConhecerUaUinstituiçãoUlinguísticaUcomoUumaU
instituiçãoUsocial
Quando estudamos o nosso idioma, vamos percebendo como a 
língua está social e culturalmente constituída. Conhecemos os aspectos 
sociais e culturais do português e, ainda, contribuímos para o cultivo de 
valores e instituições nacionais intimamente relacionados com a língua.
U.2.4UAprenUerUaUpensarUeUraciocinarUaUequaUamente
O aprendizado da língua pode auxiliar no desenvolvimento do ra-
ciocínio e no modo de pensar científico. Ao compreendermos e aplicar-
mos as regras gramaticais, em vez de simplesmente decorá-las, temos, por 
exemplo, a oportunidade de adestrarmos nossas mentes, de exercitarmos o 
raciocínio ou nossas habilidades cognitivas.
Depois de oferecermos essas 
razões para estudarmos a língua 
portuguesa, cabe ainda acres-
centar que uma possível 
experiência traumática no 
aprendizado da língua 
portuguesa não deve 
constituir impedimento 
para um aprofundamento 
e estudo sistemático da 
linguagem e da gramática. 
Você pode superar as 
possíveis dificuldades e avan-
çar no conhecimento de nosso idio-
ma tornando-se um usuário da língua capaz 
de usá-la em diversassituações. 
U.3ULinguagemUeUlíngua
Antes de entrarmos mais especificamente no estudo propriamente 
dito da língua portuguesa e nos seus aspectos comunicativos, vamos fazer 
uma distinção importante.
Comecemos distinguindo linguagem e língua.
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A linguagem pode ser entendida como uma capacidade que todo ser 
humano tem de se comunicar. Constitui todo sistema de sinais ou signos 
convencionais que nos permite a comunicação. 
A linguagem humana pode ser verbal e não verbal.
A linguagem não verbal é aquela que utiliza um tipo de código dife-
rente da palavra. É o caso das imagens, dos ícones, dos gestos, das cores, 
dos sons etc.
SXC / AndreA de StefAni
Figura 1 – O semáforo é um exemplo de linguagem não verbal.
A linguagem verbal se vale da palavra, seja escrita ou falada. 
Se distinguimos linguagem verbal, ou seja, uma linguagem humana 
que utiliza como sinais a palavra articulada, chegamos então à diferença 
entre linguagem e língua.
 Podemos dizer que a língua é uma linguagem humana específica, 
baseada na palavra. Dito de outra forma, a língua é a linguagem verbal.
Assim, a língua é um tipo de linguagem humana. 
Podemos ainda afirmar que a música, a pintura, a dança, o teatro, o 
cinema e outras expressões são um tipo de linguagem humana. Daí falar-
mos em linguagem da música, linguagem corporal, linguagem pictórica e 
por aí em diante.
Ao fazermos a distinção entre linguagem verbal e não verbal, preci-
samos lembrar que muitas vezes a comunicação se dá por meio do uso dos 
dois tipos de linguagem. Ao falarmos com alguém ou discursarmos para 
determinado público, vamos tanto fazer uso da linguagem verbal (a fala) 
como também da linguagem não verbal (nosso gestual, postura corporal, 
tom da voz etc.).
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eS LtdA. 
Figura 2 – A história em quadrinhos é um exemplo de integração de linguagem verbal e não 
verbal
Embora na escrita prevaleça a linguagem verbal, devemos reconhe-
cer que a linguagem não verbal participa dos atos de comunicação em 
geral. Mesmo que os estudos sobre a linguagem privilegiem a linguagem 
verbal, e aqui neste livro é também o que acontece, não podemos deixar 
de observar que a linguagem não verbal está associada intimamente à ati-
vidade humana.
Que outro ser tem gestos significativos, pinta, fotografa, faz cinema? 
Compreende-se, assim, que o homem e a linguagem se relacionam de 
forma a não se conceberem um sem o outro e que a linguagem está 
indissoluvelmente associada com a atividade mental humana, a qual, 
absolutamente, não se manifesta só pelo verbal. (PALOMO, 2001)
U.4U OrigemUUaUlinguagem
Há várias teorias que procuram explicar a origem e a história da lin-
guagem humana. Não é fácil, porém, determinar com certeza a origem da 
linguagem. 
As primeiras tentativas de explicação 
da origem da linguagem são de natureza 
religiosa, incluindo o relato da Torre 
de Babel. Na verdade, quase todas as 
sociedades antigas se valem de uma 
narrativa mítica para explicar a origem 
da linguagem ou a diversidade das 
 
Os dicioná-
rios podem ser fonte 
de consulta interessante para 
termos uma definição de linguagem 
e, mais do que isso, compararmos as 
diversas acepções que essa palavra pode 
ter. Veja no link abaixo as definições e 
as acepções que o Dicionário Michaelis 
oferece para “linguagem”: http://micha-
elis.uol.com.br/moderno/portugues/
index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=linguagem
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línguas. Encontramos também explicações provenientes da filosofia, 
como veremos a seguir.
O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) supôs que a lingua-
gem humana teria evoluído gradualmente, a partir da necessidade de 
exprimir os sentimentos, até formas mais complexas e abstratas. Para 
Rousseau, a primeira linguagem do homem foi o “grito da natureza”, 
que era usado pelos primeiros homens para implorar socorro no peri-
go ou como alívio de dores violentas, mas não era de uso comum. 
A linguagem propriamente dita só teria começado quando as ideias 
dos homens começaram a estender-se e a multiplicar-se, e se estabeleceu 
entre eles uma comunicação mais íntima, procuraram sinais mais numero-
sos e uma língua mais extensa; multiplicaram as inflexões de voz e junta-
ram-lhes gestos que, por sua natureza, são mais expressivos e cujo sentido 
depende menos de uma determinação anterior. (DA SILVA, 2009)
Para outros pensadores, o gestual é anterior à linguagem falada. 
Com a necessidade de uma comunicação mais elaborada, a linguagem do 
gestual vai evoluindo para uma linguagem mais sofisticada. 
Nesse processo, a comunicação se torna possível pelo fato dos 
indivíduos adotarem o mesmo significado para um gesto evocando uma 
vivência anterior do próprio indivíduo. Segundo Mead, quando o gesto 
chega a essa situação, converte-se no que chamamos de “linguagem”, ou 
seja, um símbolo significante que representa certo significado. 
Com o passar do tempo, esse conjunto de gestos significantes dá lu-
gar a formas mais elaboradas de linguagem, compondo um universo 
de discurso. Nesse estágio, o sentido já não é articulado apenas ten-
do por base a interiorização das expectativas de ação do outro. Há 
uma sofisticação da comunicação, que se torna possível pelo fato 
dos indivíduos adotarem o mesmo significado para o objeto dentro 
deste universo de discurso. (DA SILVA, 2009)
Alguns cientistas observam que o uso dos gestos está muito relacio-
nado com as práticas de comunicação humana. Os gestos até mesmo nos 
ajudariam a desenvolver melhor o pensamento. Essas observações apon-
tariam para a possibilidade de os gestos estarem na base da linguagem 
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humana. Experiências feitas com chimpanzés fortaleceriam a hipótese 
de que os gestos ancestrais em determinados macacos poderiam fornecer 
uma base simbólica para a linguagem humana. 
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Figura 3 – Há estudos que apontam para o fato de o significado das vocalizações dos 
chimpanzés ser fixo, enquanto que seus gestos são utilizados de acordo com o contexto.
É importante, de qualquer modo, enfatizar que a origem da lingua-
gem está relacionada com a necessidade de comunicação entre os seres 
humanos:
Antes de mais nada é preciso dizer que a comunicação é uma ne-
cessidade inerente de qualquer ser humano. O homem das cavernas 
deixou sua história contada. No momento que dois ou mais seres 
humanos se encontram necessariamente a 
comunicação passa a ser vital para a 
convivência e reprodução deste 
grupo social. Agora, quanto mais 
organizada for uma sociedade 
humana mais complexos serão 
os seus sistemas de comunica-
ção e mais complexa será a sua 
compreensão. (TRIGUEIRO, 
2001)
 
Confira um bre-
ve artigo que apresenta 
alguns resultados de experiên-
cias realizadas com chimpanzés e 
bonobos sobre a relação entre ges-
tos ancestrais e linguagem humana. 
O texto está disponível em: 
http://www2.uol.com.br/sciam/noti-
cias/gestos_ancestrais_e_a_ori-
gem_da_linguagem.html
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U.5U OrigemUUaUescrita
É por volta de aproximadamente 4000 a.C. que teriam surgido as 
primeiras tentativas de se criar sistemas de escrita. Eram escritas rudimen-
tares que mais tarde, cerca de dois mil anos, dariam origem aos primeiros 
alfabetos.
Ainda não se sabe com certeza absoluta, porém, a primeira escrita 
apareceu na região entre os rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia, lo-
cais onde surgiram as primeiras civilizações urbanas, cidades de Lagash, 
Umma, Nippur, Ur e Uruk, entre o sexto e o primeiro milênio a.C. 
Essas civilizações estavam formadas por pequenas comunidades 
sob a autoridade de um soberano e ante a necessidade de controle admi-
nistrativo surgem os primeiros registros da escrita que foram os registros 
contábeis relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças 
de gado. Este tipo de contas estava reservado a um grupo privilegiado: os 
escribas, que ocupavam também importantes cargos sacerdotais. Esses re-
gistros contábeis realizavam-se sobre tábuas de argila, que uma vez escri-
tas, eram secas ao sol. Utilizavam para escrever, objetos de metal, osso e 
marfim, largos e pontiagudos em uma das extremidades e de outra, plano, 
em forma de paleta com a finalidade de poder cancelar o texto, alisando o 
material arranhado ou errado. (SILVA FILHO, 1998)
Podemos afirmar que inicialmente as inscrições que deram origem 
aos sistemas de escrita eram realizadas por meio de desenhos que procu-
ravam reproduzir, de forma simples, os conceitos ou objetos que deveriam 
ser representados. Essa escrita é denominada pictórica ou hieroglífica.
Jo
n SuLLivAn / W
iKiM
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Figura 4 – Hieróglifo egípcio (Museu Britânico em Londres)
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Vemos, assim, que no começo da escrita os pictogramas constituí-
ram um marco importante. 
A escrita era feita com o desenho das coisas, representando as 
palavras usadas para designar essas coisas. A palavra “olho” 
podia ser @, “casa” podia ser =. Os nomes dos caracteres eram 
os nomes das próprias coisas. Essa escrita, chamada ideográfi-
ca, era fácil de ser entendida em muitas línguas. Com o passar 
do tempo, no entanto, viu-se que havia um grande problema: os 
símbolos eram muito numerosos, assim como a relação de coisas 
a serem representadas, que se tornavam cada vez mais comple-
xas. Os pictogramas cederam lugar, então, aos silabários, sinais 
representando os sons das sílabas. Mudou o ponto de partida da 
escrita, que passou do significado para o som das palavras, de 
ideográfica a fonográfica. Com isso, houve uma redução enorme 
no número de caracteres necessários à composição de palavras. 
(CAGLIARI, 2009)
Na evolução da escrita, “os nomes dos caracteres foram perdendo a 
relação de conotação com as coisas representadas e adquirindo significado 
próprio. O melhor tipo de caractere para representar os sons, entretanto, 
ainda era o silábico” (CAGLIARI, 2009).
As simplificações e as mudanças que foram ocorrendo nos siste-
mas de escrita, em diversos lugares e entre povos diferentes, acabaram 
por resultar nos primeiros alfabetos, como o semítico. Mas é o alfabeto 
grego que decisivamente marca a história da escrita e a própria cultura 
ocidental.
O fato de colocar letras representando consoantes e vogais, umas 
ao lado das outras, compondo as sílabas, deu ao sistema de escrita o 
verdadeiro alfabeto. É por isso que muitos estudiosos dizem que o 
alfabeto propriamente dito foi inventado pelos gregos. Esta afirma-
ção dá ênfase à função das letras na representação dos segmentos 
das sílabas. (CAGLIARI, 2009)
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Se fôssemos prosseguir na história da escrita, certamente faltaria espa-
ço e tempo para tratarmos de séculos de produção textual e avanços na arte 
de escrever. Por enquanto, ficamos com a constatação de que a necessidade 
de comunicação em sociedades e relações humanas que iam se complexifi-
cando e sofisticando fez com que a linguagem passasse por transformações 
ao longo do tempo, chegando, hoje, à diversidade e modernização que en-
contramos no hipertexto eletrônico e nas linguagens virtuais.
Reflexão
Vimos até aqui que considerarmos nossa experiência de apren-
dizado da língua portuguesa pode nos ajudar a perceber as limitações 
e as potencialidades que temos na comunicação e no uso da própria 
língua. 
Verificamos também que, ao tratarmos da língua e do seu uso na co-
municação, estamos diante de uma história milenar que mostra a riqueza e 
a evolução da humanidade nas suas práticas de comunicação.
Desde os sons mais ancestrais e as escritas mais rudimentares até a 
atual sofisticação dos sistemas de escrita e formas de comunicação, o ser 
humano se vale da linguagem para interagir em sociedade.
Assim, quero propor uma breve reflexão para você fazer depois 
de tudo que vimos nesta unidade: Até que ponto sua percepção da lin-
guagem e da língua portuguesa foi mudada depois de tudo o que você 
estudou aqui?
LeiturasUrecomenUaUas
Se você quiser conhecer algumas abordagens sobre a linguagem 
não verbal nas relações humanas e situações de comunicação do dia a dia, 
uma leitura interessante é o livro de Pierre Weil e Roland Tompakov, O 
corpo fala, da Editora Vozes. 
Sobre a origem da escrita e, mais especificamente, a história do al-
fabeto, uma leitura muito proveitosa é a do livro A história do alfabeto, de 
Luiz Cagliari, publicado pela Editora Paulistana.
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ReferênciasUbibliográficas
CAGLIARI, Luiz Carlos. A história do alfabeto. São Paulo: Paulista-
na, 2009.
DA SILVA, Josué Cândido. Da torre de Babel a Chomsky. In: Página 3 
Pedagogia & Comunicação. Disponível em: http://educacao.uol.com.
br/filosofia/ult3323u52.jhtm . Acessado em: 08 de dezembro de 2009.
PALOMO, Sandra M. S. Linguagem e linguagens. In: Eccos Revista 
Científica. São Paulo, vol. 3, nº 2.
SILVA FILHO, José Tavares. Da evolução da escrita ao livro: de Ebla 
na Mesopotâmia à virtualidade: uma trajetória para a preservação da 
imagem do mundo. Apresentado no VI Ciclo de Estudos em Ciência da 
Informação/CECI. Rio de Janeiro, 1998.
TRAVAGLIA, Luiz C. Gramática e interação: uma proposta para o 
ensino de gramática. 9. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2003.
TRIGUEIRO, Osvaldo. O estudo científico da comunicação: avanços 
teóricos e metodológicos ensejados pela escola latino-americana. Pen-
samento Comunicacional Latino Americano. PCLA. – Vol. 2, nº 2, 
jan./fev.mar. 2001.
NaUpróximaUuniUaUe
Depois dessas primeiras reflexões sobre a linguagem e nossas expe-
riências com a língua portuguesa, na próxima unidade vamos avançar um 
pouco mais no tema linguagem, abordando algumas concepções e teorias 
sobre o assunto. Vamos perceber que não há uma definição universal ou 
de consenso para o termo “linguagem”. Perceberemos, também, que de 
acordo com as teorias ou conceitos de linguagem que adotarmos, teremos 
uma atitude ou procedimento de aprendizagem e ensino da língua portu-
guesa. Também vamos conhecer ou relembrar os elementos da comuni-
cação e as seis funções da linguagem, que foram propostas pelo linguista 
russo Roman Jackobson.
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MinhasUanotações:
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U2
U Concepções sobre lingua-
gem e comunicação
Depois de fazermos algumas considerações 
sobre a experiência de aprendizagem da língua por-
tuguesa e introduzirmos o tema da linguagem, vamos 
agora examinar algumas contribuições teóricas sobre 
o estudo da linguagem. Você irá conhecer concepções ou 
conceitos sobre linguagem e verificar como a linguagem fun-
ciona. Nesta unidade, seu conhecimento sobre o uso da língua 
nas situações de comunicação poderá ser enriquecido com as 
informações compartilhadas e as reflexões que você fará. 
Objetivos da sua aprendizagem
Identificar as principais concepções de linguagem e os elementos da 
comunicação. 
Perceber as contribuições e as limitações das abordagens teóricas estu-
dadas.
Continuar desenvolvendo seus conhecimentos acerca da linguagem e da 
comunicação.
Estabelecer relações entre as noções teóricas estudadas e os temas que 
ainda serão abordados.
Você se lembra?
Quantas vezes você ouviu por aí a expressão “emissor”, “receptor”, 
“meio” e “mensagem”? Esses são termos, entre outros, que comu-
mente usamos para nos referirmos ao processo de comunicação. 
São palavras que carregam conceitos que extrapolaram os livros 
acadêmicos e técnicos, pois se tornaram bastante divulgados e 
acabaram sendo popularizados. Nesta unidade, será interes-
sante você relembrar esses elementos da comunicação para 
compreendermos algumas implicações do uso da lingua-
gem na em situações comunicativas.
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2.UUAlgumasUobservaçõesUpreliminares
Antes de avançarmos no estudo da linguagem e da comunicação, 
quero chamar sua atenção para o fato de que todo estudo sério não pode 
deixar de lado as bases sobre as quais se desenvolve, caso contrário cor-
rerá o risco da inconsistência teórica e da fragilidade de seus pressupostos 
e argumentos. Por isso, é importante empreendermos certo esforço inte-
lectual para compreendermos as concepções e os conceitos envolvidos no 
tema da comunicação e da linguagem. 
Esse esforço deve servir para identificar e mapear as diversas abor-
dagens que orientam os debates e as discussões sobre a comunicação no 
dia a dia e, mais especificamente, no mundo corporativo. Isso não quer 
dizer que vamos abarcar tudo que já foi dito sobre o assunto. 
Não teremos aqui um trabalho exaustivo sobre o tratamento teórico 
dos problemas e das definições sobre linguagem e comunicação. Não é 
esse nosso propósito e nem caberia tal pretensão num espaço limitado. 
Vamos, na verdade, oferecer um panorama das principais orientações teó-
ricas que encontramos nos estudos da linguagem e da comunicação. Com 
isso, teremos a possibilidade de entender um pouco melhor alguns concei-
tos e algumas questões presentes em nosso estudo.
Neste primeiro momento, o nosso tema é o da concepção de lingua-
gem. Vamos a ele! 
Para o nosso propósito, entre as muitas formas de lingua-
gem, estamos destacando a língua, que é um caso particular dentro 
de um fenômeno geral que é a linguagem. Assim, ao estabelecermos as 
três principais concepções de linguagem, teremos como preocupação 
maior entender as principais elaborações conceituais sobre a lingua-
gem e a língua.
2.2ULinguagemUcomoUexpressãoUUoUpensamento
De acordo com essa primeira concepção, a linguagem corresponde 
a uma expressão que se constrói no interior da mente e tem na exterioriza-
ção apenas uma tradução. 
A linguagem é entendida como uma forma de expressar pensamen-
tos, sentimentos, intenções, vontades, ordens, pedidos etc.
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Concepções sobre linguagem e comunicação – Unidade 2
O que é ato ilocucional? 
Inicialmente, podemos responder 
dizendo que ele é um ato de fala. “Ato de 
fala é um conjunto de coisas que fazemos 
ao dizer algo”. Os atos de fala classificam-se 
em: “ato locucional (é o sentido e a referência de 
determinada sentença), ato ilocucional (apresen-
ta certa força ao dizer algo) e ato perlocucional 
(é certo efeito pelo fato de se dizer algo)” 
(FURTADO, 2003, p.119).
A intenção de expressar alguma coisa ou o ato ilocucional (enuncia-
ção) é, na verdade, um ato monológico, imune ao outro e às circunstâncias 
sociais nas quais a enunciação acontece. 
Por isso, “as leis da linguística são essencialmente as leis da psico-
logia individual e da capacidade de o homem organizar de maneira lógica 
seu pensamento dependerá a exteriorização desse pensamento por meio 
de uma linguagem articulada e organizada” (TRAVAGLIA, 2003, p. 21).
Isso quer dizer que, nessa concepção de linguagem, o uso da língua 
é visto como algo que se limita a quem fala ou escreve. Não há preocupa-
ção com o modo pelo qual o outro vai ler ou ouvir nossa mensagem.
Para essa concepção, a correção linguística ou o falar e escrever 
bem dependem das regras às quais o pensamento lógico deve estar sujeito. 
Se as pessoas não se expressam bem ou não usam a língua corretamente, 
tal fato se deve às pessoas não pensarem corretamente. 
Tal situação se resolveria por meio da internalização das regras gra-
maticais e de seu uso adequado.
2.3ULinguagemUcomoUinstrumentoUUeUcomunicação
A língua é tomada predominan-
temente como um código, que 
deverá ser utilizado com efici-
ência. A otimização do uso 
do código deve atender 
às necessidades de tornar 
inteligível a mensagem 
que se quer comunicar, 
levando o receptor a res-
ponder adequadamente ao 
que se deseja. 
O código deve “ser do-
minado pelos falantes para que 
a comunicação possa ser efetivada”. 
O uso do código, no caso a própria língua, “é um ato social, envolvendo 
consequentemente pelo menos duas pessoas”, por isso “é necessário que o 
código seja utilizado de maneira semelhante, preestabelecida, convencio-
nada para que a comunicação se efetive” (TRAVAGLIA, 2003, p. 22).
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O código é, então, entendido como “um 
conjunto de regras que permite a construção e a 
compreensão de mensagens. É, portanto, um 
sistema de signos. A linguagem é, por con-
seguinte, um dentre outros códigos (código 
marítimo, código rodoviário)”. Dentre todos 
os outros códigos, a linguagem verbal, seja 
escrita ou oral, é o único código que “pode 
falar dos próprios signos que os constituem ou de 
outros signos” (VANOYE, 1981, p. 30).
Para Travaglia (2003, p. 22), a concepção da linguagem como ins-
trumento de comunicação levou “ao estudo da língua enquanto código 
virtual, isolado de sua utilização – na fala (cf. Saussure) ou no desem-
penho (cf. Chomsky)”. Essas abordagens teriam levado a linguística a 
não considerar “os interlocutores e a situação de uso como determinantes 
das unidades e regras que constituem a língua, isto é, afastou o indivíduo 
falante do processo de produção, do que é social e histórico na língua”. 
Assim, os estudos linguísticos adotaram uma perspectiva formalista, es-
tudando prioritariamente o funcionamento interno da língua e deixando 
de lado as implicações da relação entre a língua e o homem dentro do 
contexto social.
2.4ULinguagemUcomoUlugarUouUexperiênciaUUeU
interaçãoUhumanaNessa concepção, a língua é mais do que tradução e exteriorização 
do pensamento e, também, vai além da transmissão de informação ou da 
comunicação. Ao usar a língua, o indivíduo é um sujeito que realiza ações, 
age, atua sobre o interlocutor.
A linguagem é um “lugar de interação humana, de interação comu-
nicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em uma 
dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideoló-
gico” (TRAVAGLIA, 2003, p. 23).
Quem utiliza a língua não expressa apenas o pensamento, não co-
munica somente alguma coisa, na verdade, ao usar a língua, o indivíduo 
ou os interlocutores “interagem enquanto sujeitos que ocupam lugares 
sociais e ‘falam’ e ‘ouvem’ desses lugares de acordo com as formações 
imaginárias (imagens) que a sociedade estabeleceu para tais lugares so-
 
Você pode 
conhecer um pouco 
mais sobre a noção de 
código e o processo de comu-
nicação lendo o artigo O estudo 
científico da comunicação, no 
link: http://www2.metodista.
br/unesco/PCLA/revista6/
artigo%206-3.htm
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ciais” (TRAVAGLIA, 2003, p. 23). Por isso, o diálogo caracteriza tal 
concepção de linguagem, constituindo-se numa dimensão privilegiada do 
uso da língua.
Para ilustrar essa concepção de linguagem, podemos evocar o 
exemplo das conversações que são travadas por pessoas que estão ligadas 
por laços afetivos ou por estreitas relações de trabalho. É comum nessas 
conversações constatarmos uma interação verbal, um fenômeno social 
que estabelece mais do que uma simples comunicação entre as pessoas ou 
a troca abstrata de formas linguísticas. 
O que se fala e o que se ouve têm poder de provocar reações, pro-
duzir mudanças, despertar sentimentos e paixões, desencadear processos e 
ações etc. Também se considerarmos as palavras de um juiz, proferindo a 
célebre frase “Eu vos declaro marido e mulher”, teremos um exemplo de 
que o uso da língua pode ser mais do que expressão do pensamento ou co-
municação de uma informação. Nesse caso, a fala da autoridade faz surgir 
ou realiza um ato social e jurídico. Se um agente da lei, dirigindo-se a uma 
pessoa, dá voz de prisão e profere: “Esteja preso!”, ele não está simples-
mente exteriorizando seu pensamento ou comunicando uma novidade.
Figura 5 – Se a linguagem é interação, então, o que ouvimos pode afetar muito nossa vida 
ou nosso humor.
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Podemos resumir as três concepções de linguagem na tabela seguinte.
Linguagem
Expressão do pensa-
mento
Linguagem
Comunicação
Linguagem
Interação humana
Exteriorização do pen-
samento
Meio objetivo para a co-
municação
Veículo de interação hu-
mana
A expressão se constrói 
no interior da mente.
A expressão nasce da 
necessidade de se co-
municar.
A expressão é também 
ação.
Ato monológico, indivi-
dual Diálogo superficial
Privilegia o diálogo e a 
interatividade.
Regras para a organiza-
ção lógica do pensamen-
to: gramática normativa
Existência de códigos 
para a eficiência da co-
municação
Valorização do contexto 
dos usuários da língua; 
adequação no uso da 
língua
Para quem se fala, em 
que situação e para que 
se fala não são preocupa-
ções no uso da língua.
Preocupação com o 
meio, o destinatário, a 
mensagem e a utilização 
eficiente do código
Preocupação com as di-
mensões afetivas e so-
ciais
2.5UNíveisUUeUlinguagem
A língua não é utilizada de forma invariável. Mesmo num país em 
que se adota o Português como língua oficial, encontramos variações no 
uso da língua. A língua pode variar de uma região para outra, fazendo 
surgir os “falares” ou dialetos; varia de acordo com as camadas ou classes 
sociais, sendo mais próxima da norma culta nos segmentos sociais mais 
escolarizados; varia de acordo com o registro, manifestando as diferenças 
entre a língua escrita e a língua oral; varia, ainda, conforme o grupo que 
a utiliza, fazendo surgir os jargões de determinadas profissões e as gírias 
entre adolescentes ou “tribos” como a dos surfistas. 
Vanoye (1981, p. 31) propõe uma distinção entre níveis de lingua-
gem a partir da diferenciação entre a língua falada e a língua escrita, numa 
gradação de informalidade na língua falada e de formalidade na língua 
escrita. Confira:
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Concepções sobre linguagem e comunicação – Unidade 2
Língua falada Língua escrita
Linguagem oratória Discursos, sermões Linguagem literária
Linguagem cuidada Cursos, comunicações orais Cartas e documentos ofi-ciais
Linguagem comum
Conversação, rádio,
televisão
Comunicações escritas
comuns
Linguagem familiar Conversação informal, não “elaborada”
Linguagem descuidada, 
incorreta, linguagem lite-
rária que procura imitar a 
língua falada.
Além de não incluir a diversidade no uso da língua nos meios ele-
trônicos atuais, com a profusão de escritas e falas nos chats, e-mails e sites 
de relacionamentos, a distinção entre os níveis de linguagem não deixa de 
ser imprecisa, como admite o próprio Vanoye:
Essas distinções são um pouco fluidas, uma vez que se estabelecem 
segundo critérios heterogêneos. A distinção linguagem popular/lin-
guagem cuidada, por exemplo, apoia-se num critério sócio-cultural, 
ao passo que a distinção linguagem informal/linguagem oratória se 
apoia, sobretudo, numa diferença de situação (o mesmo indivíduo 
não empregará a mesma linguagem ao fazer um discurso e ao con-
versar com os amigos num bar).
Ademais, na expressão oral, as incorreções gramaticais são geral-
mente em função de restrições materiais: dificilmente poderá um 
comentarista esportivo manter uma linguagem cuidada ao descrever 
e comentar uma partida ao vivo.
De modo geral, a linguagem cuidada emprega um vocabulário mais 
preciso, mais raro, e uma sintaxe mais elaborada que a da lingua-
gem comum. A linguagem oratória cultiva efeitos sintáticos, rítmi-
cos e sonoros, e utiliza imagens.
As linguagens familiar e popular recorrem às expressões pitorescas, 
à gíria, e a muitas de suas construções são tidas como “incorreções 
graves” nos níveis de maior formalidade.
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A língua escrita é, geralmente, mais elaborada que a língua falada 
(...). Aí os níveis são menos numerosos e diretamente relacionados 
com o condicionamento sócio-cultural. (VANOYE, 1981, p. 31-32)
2.6UTeoriaUUaUcomunicação
Sabe-se que a comunicação não se dá apenas pelo uso da escrita 
ou da fala. Há diversas maneiras de se comunicar, incluindo-se aí as 
linguagens não verbais e diversos meios para realizar a comunicação. 
O que é comum a qualquer tipo de comunicação é o objetivo de se 
transmitir uma mensagem.
Tomando a língua como linguagem privilegiada no processo de 
comunicação, tem- -se dito que o homem faz, nesse caso, “uso do código 
mais elaborado e de maior possibilidade expressiva, o que lhe garante co-
municar com grande precisão o que pensa”. 
Assim, no processo de comunicação, um primeiro movimento seria 
o de “transformar a ideia (abstração) em código (elemento concreto) – 
para que o destinatário

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